PROJETO DO NAVIO-ESCOLA MERCANTE NEMERC 2010 Irineu Evangelista de Souza, Barão de Mauá Patrono da Marinha Mercante Brasileira Marcos Machado da Silveira Projeto NEMerc ÍNDICE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 4 NAVEGAÇÃO................................................................................................................................................. 4 NÁUTICA ...................................................................................................................................................... 4 TREINAMENTO .............................................................................................................................................. 5 MECÂNICA, ELETRICIDADE, ELETRÔNICA E AUTOMAÇÃO ............................................................................... 6 CONCLUSÃO................................................................................................................................................. 6 HISTÓRIA DA MARINHA MERCANTE BRASILEIRA ................................................................................. 8 COMPANHIA DE NAVEGAÇÃO LLOYD BRASILEIRO ........................................................................................ 10 NAVIOS-ESCOLA BRASILEIROS .............................................................................................................. 12 ALEGRETE.................................................................................................................................................. 12 ALMIRANTE SALDANHA – U10..................................................................................................................... 13 GUANABARA............................................................................................................................................... 14 CUSTÓDIO DE MELLO – U26....................................................................................................................... 15 SOARES DUTRA – G22............................................................................................................................... 16 DUQUE DE CAXIAS – G26........................................................................................................................... 17 BRASIL – U27 ............................................................................................................................................ 17 CISNE BRANCO .......................................................................................................................................... 19 ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO – HISTÓRICO ............................................................................... 21 PROMINP..................................................................................................................................................... 25 TM-2 ......................................................................................................................................................... 25 DEMANDA POR OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE ....................................................................................... 25 OFERTA DE OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE ............................................................................................ 30 FORMAÇÃO PARA ATENDIMENTO À DEMANDA DE OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE..................................... 32 MEIOS EM CONSTRUÇÃO ........................................................................................................................ 35 NAVIO-ESCOLA MERCANTE - NECESSIDADE ...................................................................................... 37 EXPERIÊNCIA ............................................................................................................................................. 37 ECONOMIA ................................................................................................................................................. 37 MELHOR DESEMPENHO .............................................................................................................................. 37 ENSINO DE NÁUTICA................................................................................................................................... 37 PRÁTICA..................................................................................................................................................... 37 TECNOLOGIA .............................................................................................................................................. 38 INFRA-ESTRUTURA EMBARCADA ................................................................................................................. 38 Acomodações...................................................................................................................................... 38 Tripulação............................................................................................................................................ 38 Alunos.................................................................................................................................................. 39 Página 2 de 87 Projeto NEMerc Instrutores............................................................................................................................................ 39 Profissionais de Apoio ........................................................................................................................ 40 Simuladores......................................................................................................................................... 40 Auditórios............................................................................................................................................. 41 Salas de Estar e TV ............................................................................................................................ 41 Hotelaria .............................................................................................................................................. 41 INFRA-ESTRUTURA EM TERRA ..................................................................................................................... 41 Administração...................................................................................................................................... 41 NAVIO-ESCOLA PETROLEIRO ................................................................................................................. 43 CONVENÇÃO MARPOL – CASCO DUPLO ................................................................................................... 43 FROTA DA TRANSPETRO ATUAL .................................................................................................................. 49 GETRAM 3 .......................................................................................................................................... 49 ORÇAMENTO .............................................................................................................................................. 50 ANEXOS....................................................................................................................................................... 51 ANEXO 1.................................................................................................................................................. 52 Retrato Continuado da Dinamarca Marítima (página 28) ................................................................. 53 Recrutamento Offshore: DEMANDA EXCEDE A OFERTA (página 30).......................................... 56 Navio-Escola Sueco Recebe seu Segundo Grupo (página 34)........................................................ 58 Dinheiro é o Principal Motivo para Permanecer no Mar (página 36) ............................................... 60 Para Onde Vai o Jovem Marinheiro do SPICA? (página 38)............................................................ 62 A Arte de se Manter o Staff (página 40) ............................................................................................ 65 ANEXO 2.................................................................................................................................................. 68 Relatório da ATA DE REUNIÃO do TCU (parte)............................................................................... 69 ANEXO 3.................................................................................................................................................. 73 Projeto de Conversão do N/T CARAVELAS no N/E CARAVELAS.................................................. 74 ANEXO 4.................................................................................................................................................. 80 Planilha Orçamentária - NEMerc........................................................................................................ 81 GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................ 84 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................ 87 Página 3 de 87 Projeto NEMerc Introdução INTRODUÇÃO As mudanças ocorridas no mar têm sido um processo contínuo. Por este motivo, enxergá-las como algo que ocorreu nos últimos dez, vinte ou mesmo cem anos é algo incorreto. A maioria das mudanças nos equipamentos melhorou a forma como o trabalho é realizado e, exceto pelo sentimento de que os manuais para os equipamentos eletrônicos mais complicados poderiam ser mais simples, enfrentá-las tem sido algo natural. Mas o mar não mudou e nem a forma como o utilizamos para a navegação. Independentemente de como um passadiço da era espacial pode ser, uma onda ainda pode tirá-lo de ação. Se os conveses não estão preparados para o mar e a carga não está corretamente peada, um desastre é iminente. Em outras palavras, enquanto aprendemos a lidar com o presente e nos preparamos para o futuro, não devemos esquecer as lições do passado. NAVEGAÇÃO A evolução da navegação eletrônica (e-navigation) no passadiço ocorreu nos últimos anos e podemos afirmar que, de uma forma geral, houve um impacto favorável na capacidade de navegarmos e na segurança. Atualmente, menos navios encalham e, quando isto ocorre, é geralmente por erro humano. A obtenção da posição do navio é cada vez mais precisa e o Oficial de Serviço no Quarto de Navegação pode produzi-la sem o estresse da época da navegação astronômica. Por ter se tornado tão fácil localizar o navio, surge um novo problema. Ao invés de se caminhar pelo passadiço esperando o sol nascer ou se por, apertamos simplesmente um botão ou olhamos uma tela “mágica”. Os dias em que eram feitos os cruzamentos de três marcações a cada 15 minutos e sua numeração e plotagem na carta náutica são agora substituídos pela observação do ícone do navio se movendo na carta náutica eletrônica. Isto não significa que os Oficiais no passadiço podem relaxar e desfrutar de muito tempo livre, pois a pilha de papel continua a crescer e ela precisa ser resolvida no próprio passadiço. Sabemos que muitos pensam que nunca deveríamos ter começado a fazer uso dos recursos eletrônicos e que o treinamento e os métodos tradicionais de navegação deveriam continuar. Entretanto, como o tempo avança e permanece a pressão do trabalho no passadiço, o treinamento e o uso dos métodos tradicionais de navegação estão sendo reduzidos e o número de Comandantes que insistem no seu uso também diminui, os sextantes ficarão apenas pegando poeira nas suas caixas ou se transformarão em adornos. O maior perigo disto tudo é o de que eventualmente, se permitirmos a interrupção deste treinamento básico, os novos Praticantes e Oficiais não possuirão os fundamentos nos quais poderão basear seus aprendizados e qualidades futuros. Além disso, é claro, não devemos esquecer as situações em que eles terão que enfrentar uma falha de alimentação ou algo parecido. Diversos navios ainda não estão equipados com passadiços com sistemas integrados (e-Bridge ou IBS) e a maioria possui apenas o mínimo exigido pela Convenção SOLAS. NÁUTICA O conhecimento básico da profissão do Oficial da Marinha Mercante não é a navegação; é a náutica, palavra que atualmente não tem sido empregada de forma correta. Nas funções definidas ou nas áreas do conhecimento para a obtenção da certificação de acordo com a Convenção STCW não existe a função de náutico. Assim, onde Página 4 de 87 Projeto NEMerc e quando os Oficiais modernos serão formados em “náutica”? Certamente não é durante o curso realizado nos centros de treinamento antes de irem para o mar. Isto faz com que os navios sejam o local natural para este aprendizado, durante o período total de um ano antes do Praticante se tornar um Oficial. Dentro do período embarcado, os regulamentos exigem que seis meses sejam empregados no passadiço, deixando os seis meses restantes para o aprendizado dos princípios da boa náutica que serão fundamentais para sua carreira a bordo. Existem alguns Armadores que reconhecem o problema e tentam preencher a lacuna indicando Oficiais Instrutores a bordo dos navios denominados como Navios de Treinamento. Infelizmente, tais Armadores são em número muito reduzido e com poucos navios para este propósito. Além disso, fatores tais como o tipo de navio, de carga, as acomodações disponíveis, a estadia nos portos, a rotina de bordo, as tripulações reduzidas e o próprio preparo dos Oficiais Instrutores favorecem ao treinamento não adequado. TREINAMENTO Os novos Oficiais estão hoje mais conscientes da situação do que aqueles Oficiais que receberam o treinamento tradicional ou eles estão mais focados em equipamentos eletrônicos? Não deve haver conflito entre a tradição e a era eletrônica se aceitarmos que os conceitos básicos da boa náutica devem ser transmitidos antes do embarque. Entretanto, um grande problema hoje é onde e como os alunos irão aprender estes conhecimentos náuticos. Se os Oficiais do navio não tiverem tempo para ensiná-los, e em muitos navios os alunos embarcam por seis meses, tempo que não é suficiente para este treinamento, devemos então encontrar outra maneira. Na Índia, por exemplo, ainda acredita-se no treinamento básico, e é por isso que eles exigem dois anos de treinamento no mar para os Praticantes mantendo excelentes escolas para o ensino em terra. Isto provavelmente explica a qualidade dos seus Praticantes. Outros países continuam a ensinar também desta maneira, alguns utilizando Navios-Escola a Vela. Quando voltamos nossos olhos para o Brasil, encontramos boas referências apenas em um passado muito distante. Não possuímos também qualquer Armador provendo treinamento a bordo de sua frota tentando cobrir a falta dos fundamentos náuticos. Isto não é apenas aparência, é uma realidade. Apenas alguns Oficiais que podem ser utilizados nos escritórios em terra recebem treinamento específico para a nova função. Este profissional normalmente não retorna para o mar. Deve ser nosso o interesse em prover uma solução para o problema ou do contrário, como poderemos manter a reputação da nossa Marinha Mercante, com ensino de alta qualidade e atualizado para os Oficiais que irão conduzir a frota mercante brasileira? Se aceitarmos que o tipo de navio para o qual os alunos são enviados para o treinamento embarcado não pode ser garantido, ou que o tipo de treinamento que eles irão receber será consistente, devemos então considerar o estabelecimento de um esquema de treinamento básico adequadamente organizado antes que eles sejam contratados pelos Armadores. Este treinamento básico deverá ser concebido de forma a prover ao aluno uma familiarização mínima com o mar e os conceitos básicos da formação náutica e da disciplina, bem como a consciência formadora em liderança. Os Alunos continuam desejando permanecer na Marinha Mercante durante os períodos atuais de embarque? A melhor maneira de se obter isso é por meio de um Navio-Escola. Um dos grandes riscos existentes nos navios em tráfego é o convívio com Oficiais sem capacidade para o ensino ou sem a paciência necessária para atender a tantas perguntas. Como dito anteriormente, as tripulações reduzidas já sofrem do estresse natural do pouco tempo disponível a bordo para outros afazeres que possam aliviar a tensão, tais como piscina, ginástica, leitura, filmes, etc. Por que este Oficial deve abrir mão do seu período de descanso para ajudar na formação de um futuro companheiro de profissão? Este Praticante pode ainda ser visto como um futuro concorrente. Se não considerarmos isto como uma boa solução, devemos então nos perguntar: porque outros países estão conseguindo treinar Praticantes com boa qualidade desta maneira? É possível que a falha em considerarmos este tipo de treinamento como o mais apropriado tem mais a ver com o custo do que com a necessidade. Um Navio-Escola pode também proporcionar muita economia. Um navio deste tipo poderá ser usado para que os alunos conheçam a profissão antes de serem investidos milhões de reais na sua formação. Os centros de treinamento não devem ser usados como trampolins para concursos que exijam diploma de curso superior. Página 5 de 87 Projeto NEMerc Tal iniciativa poderá ser muito benéfica para a posição do Brasil como uma nação marítima e para o preparo dos Praticantes para a carreira da Marinha Mercante. Se a indústria como um todo não pode ficar dependendo de fornecer o treinamento para o futuro Oficial, então seguramente está em tempo para que os custos com treinamento sejam distribuídos entre todas as companhias de navegação com base nos número de Oficiais a serem empregados. Além do mais, todas as outras indústrias periféricas que se beneficiam diretamente do estoque de oficiais treinados tais como as praticagens, portos, companhias de pesquisa e consultoria, sociedades classificadoras, além de outras não citadas, devem participar do rateio dos custos da formação. Se tal extensão de custos puder ser implementada, não haverá nenhum problema em se obter os fundos para tal navio. MECÂNICA, ELETRICIDADE, ELETRÔNICA E AUTOMAÇÃO Assim como a navegação é vital para a formação do Oficial de Convés, com sua importância sendo reduzida, o conhecimento de mecânica, eletricidade e eletrônica também é negligenciado na formação do Oficial de Máquinas, que tem sido treinado apenas como operador de sistemas, com conhecimento cada vez maior como usuário de informática e cada vez menor em motores, ajustes mecânicos, usinagem, instrumentação, solda e serviços elétricos e eletrônicos. Vemos muitas vezes o navio retornar ao porto com deficiências sérias de segurança na navegação porque o Oficial de Máquinas não foi capaz de executar um reparo de emergência em um motor a diesel, gerador ou sistema hidráulico do leme. Na área de eletrônica o problema também é sério, porque sabemos da existência de muitos Chefes-de-Máquinas completamente reféns dos Eletricistas de bordo, que por sua vez também podem não ter o conhecimento adequado de eletrônica, automação e instrumentação. É preciso que o Oficial de Máquinas tenha os conhecimentos teóricos e práticos na condução de todos os sistemas de bordo e seja capaz de identificar e, pelo menos tentar com chances de sucesso, executar um reparo no mar, sabendo operar e reparar as máquinas, motores e ferramentas disponíveis com bastante habilidade. O Oficial de Máquinas deve ser também capaz de supervisionar os reparos durante uma parada para manutenção no porto, garantindo que os mesmos sejam de boa qualidade e mantenham a segurança da navegação. Outro ponto importante que vem sendo continuamente negligenciado na formação do Oficial de Náutica é o conhecimento prático, “in loco” das atividades de máquinas, eletricidade e eletrônica. É preciso que o Oficial de Náutica seja capaz de avaliar, pelo menos de forma genérica, se as atividades de máquinas estão sendo desenvolvidas de forma correta, por dois motivos importantes. O primeiro é que o sentido de trabalho em grupo (team work) só é entendido quando todos sabem do valor do trabalho de cada um, e o segundo é que em última análise, o Comandante é o responsável por tudo o que acontece na embarcação, esteja ou não sobre seu controle direto. CONCLUSÃO Somente agora, quando problemas tais como o de se tripular os navios existentes e os em construção ou planejados, a fadiga, a falta de algumas qualidades e o pouco tempo disponível começam a se tornar mais evidentes, começamos a olhar em volta e perguntarmos o que aconteceu de errado e por que. Se formos buscar culpados, estaremos perdendo mais tempo. Qualquer sistema que dependa de fundos para o treinamento de pessoas e que não tenha um bom planejamento e acompanhamento da indústria diretamente afeita estará sujeito a problemas. Quando os alunos se deparam com alguns dos problemas vividos pela Marinha Mercante, onde há muito os navios não mais ostentam a bandeira brasileira na popa como sinônimo de excelência, começam a perceber que fizeram a escolha da carreira errada. Precisamos encontrar uma solução. Existem muitas entidades envolvidas, bem como empresas e pessoas motivadas pelo único interesse em ajudar a Marinha Mercante Brasileira. Entre todos eles, independentemente da experiência que cada um possua, poderá ser encontrada uma solução para o problema fundamental do treinamento náutico. Existem muito poucos tradicionalistas no mar, especialmente aqueles em funções de chefia, que tiveram que se adaptar continuamente às mudanças nos últimos 10 ou 20 anos. Por outro lado, existem também os que se encontram em terra, recusando aceitar as mudanças ocorridas no mar e seus efeitos. Os Armadores desejam operar navios sem ter que prover qualquer treinamento. O Oficial Mercante tem mostrado sua capacidade em se Página 6 de 87 Projeto NEMerc adaptar a cada mudança que ocorre procurando manter o padrão que ainda resta. No mar, qualquer um com bom senso deseja qualquer coisa que possa ajudar a tornar as tarefas mais fáceis e seguras e a “e-navigation”, com certeza, propicia isso. Infelizmente, a e-NÁUTICA não foi ainda inventada, tendo esta habilidade que ser ensinada! Pode-se ainda debater o porquê de boa parte dos iatistas conhecer melhor a boa náutica do que muitos dos Oficiais Mercantes. Todos os que navegam são (ou deveriam ser) marinheiros. O conhecimento de marinharia deve ser estendido a todos os profissionais de bordo. É também um fator negativo o fato de que muitas das qualidades descem a escada de portaló quando as pessoas se aposentam ou abandonam a profissão, e não voltam mais com as que a sobem. Este Projeto não pretende alterar ou exigir a alteração do currículo das Escolas de Formação de Oficiais da Marinha Mercante – EFOMM’s. Seu objetivo principal é o de complementar o ensino teórico dos Centros de Instrução da Marinha do Brasil. Página 7 de 87 Projeto NEMerc História HISTÓRIA DA MARINHA MERCANTE BRASILEIRA A lição do passado nacional mostra que em todos os períodos da nossa vida o fator marítimo tem assumido a preponderância que poucos reconhecem. Ao transporte marítimo se prende nossa defesa naval que, infelizmente, ainda não ocupa na mente de nossos dirigentes a posição que deve ter. Os lutadores da independência apoiaram-se no mar para garantir o triunfo da causa sagrada, e conseguiram com os recursos marítimos impelir para suas terras aqueles elementos que, fiéis a ordem portuguesa, recalcitrantes se mostravam ao novo estado de coisas e desobedeciam a autoridade imperial brasileira. Na guerra contra o Paraguai, a vitória final foi conseqüência da destruição marítima do adversário. Não temos, portanto, necessidade de recorrer à história dos outros povos para saber da influência do mar na grandeza e formação de uma nacionalidade. Sobre as leis, nos referimos à opinião de abalizado Armador, mestre no assunto, quando convidado em 1907, pelo então Ministro da Marinha, para fazer parte da comissão encarregada de rever e reformar o regulamento das Capitanias dos Portos. Antônio Lage recusando a distinção declarou: “As nossas dificuldades não são oriundas de leis: dê-me cargas, almirante, e as leis serão boas, como melhor será a nossa situação”. A agitação que os orgulhosos herdeiros dos Inconfidentes animavam, encontrara no tráfego marítimo um meio fácil e seguro de expansão, fazendo com que o Commercio Directo Universal, segundo a terminologia oficial da Carta Régia de 28 de janeiro de 1808, não ficasse limitado à troca de artigos e produtos. Eram por seu intermédio transportados igualmente os princípios revolucionários da Europa, e que, enfrentando os que oprimiam a América, logo estabeleceram um conflito cujo desfecho não podia ser duvidoso. Do inevitável choque entre as velhas idéias da autocracia e as novas teorias do liberalismo brotaria fatalmente um redobrado ardor que faria surgir uma fé criadora de um outro mundo, despido de preconceitos e sequioso de vida independente. A independência brasileira tornou-se, desde então, uma questão de tempo, senão de oportunidade. A medida sugerida pelo espírito eminente de Silva Lisbôa – Visconde de Cayrú – ao aportar o soberano português às hospitalares terras da Bahia, inaugurando o comércio marítimo brasileiro e favorecendo o desenvolvimento da Marinha Mercante, facilitou a comunicação dos ideais acalentados pelos ardorosos patriotas, educados além-mar, e por eles transmitidos aos que laboravam na terra querida. A alma brasileira em formação necessitava da marinha para crescimento e fortaleza. A sua difusão, na vasta terra que a densa floresta separava, mas o famoso mar verde enlaçava, dela dependia. O decreto liberal do grande estadista abrindo os portos do Brasil – ao commercio directo universal, com excepção dos gêneros estancados – foi um dos principais fatores da nossa emancipação política. O estadista brasileiro teve que lutar com habilidade, astúcia e energia para ver triunfante a sua idéia. Os portugueses que tinham o monopólio do comércio se opuseram fortemente à medida que os colocava Página 8 de 87 Projeto NEMerc novamente em frente a concorrentes que já os haviam dominado noutros mercados. O príncipe regente mostrava-se inclinado aos desejos dos seus patrícios. A luta travou-se entre estes interesses opostos. Os conselhos do estadista ao príncipe regente, porém, conseguiram demover a relutância real e os portos brasileiros passaram a receber as bandeiras de todos os povos, que estavam “em Paz e Harmonia com o nosso”. Iniciou-se então o comércio e lançou-se os fundamentos de uma marinha brasileira. A medida, entretanto não fora completa. Se o comércio era livre, subsistiam as proibições sobre as indústrias marítimas, sem as quais a existência de uma marinha nacional seria sempre precária. O Decreto de 1º de abril do mesmo ano completou a obra de 28 de janeiro, levantando a proibição que pesava sobre as indústrias marítimas, que foram declaradas livres. Herdeiros de um povo de nautas, com ele aprendendo a construir e aparelhar barcos, encontrando nas vastas florestas uma incomensurável quantidade de matéria prima, comerciando ao longo de um litoral magnificamente dotado de reentrâncias apropriadas à segurança dos navegadores, os brasileiros encararam sem temor o seu futuro no mar. De norte a sul, estaleiros foram criados, oficinas de cordame e massame foram montadas, o velame foi cuidado. Em pouco tempo, no novo país, já existia um começo de aparelhamento marítimo, que continuou a se desenvolver. A ação oficial foi ampla e bem secundada pela iniciativa privada, a qual a lei favorecia com o privilégio do comércio costeiro. A cabotagem nacional fora-lhe reservada. A legislação portuguesa orientou-se pelo regime dominante em todos os países, a Inglaterra inclusive, que reservava ainda para seus navios o comércio e a navegação locais. A população marítima fornecia pessoal escolhido, e poder-se-ia mesmo dizer – de elite. Nada faltava à marinha que nascia e que pôde crescer livremente à sombra de uma palpitante necessidade patriótica. A legislação comercial marítima do Brasil na época da sua independência foi a mesma de Portugal, conforme determinou a Lei de 20 de outubro de 1823. A política marítima do primeiro Império orientou-se pela tradição deixada pelos velhos senhores dos mares. O país achava-se dividido em setores da vida independente, com os seus hábitos, seus recursos, suas necessidades e seus interesses. Cada um deles parecia constituir um país. Serviam a zonas que só pelo mar se comunicavam entre si. Do Pará ao Maranhão, deste a Pernambuco, da Bahia ao Rio de Janeiro, deste para o Sul, como os principais setores nacionais e que mais aproximados se achavam, tudo se fazia pelo mar. O único meio de comunicação, o exclusivo meio de ligação, era o veículo marítimo. Assim se explica porque o comércio marítimo foi importante entre eles e porque cada um de seus portos principais, Belém ou São Luís, Salvador ou Recife, Rio de Janeiro ou Rio Grande, tornou-se progressivo, com vida própria, fazendo comércio pela troca dos produtos do seu solo com os do solo vizinho, ou os artigos de suas indústrias com os das que lhe faltavam. O Império recebera a navegação de cabotagem reservada ao seu pavilhão e, depois de praticá-la com sucesso, cedendo a influências de um liberalismo injustificado, resolve acabar com esse necessário privilégio e facilita ao barco estrangeiro vir concorrer nas nossas águas territoriais com o nosso transporte, ao qual não podia deixar de levar vantagem no novo gênero de navegação a vapor, para o que não possuíamos recursos próprios. A República, felizmente, corrige o erro imperial, restabelecendo, no seu Estatuto, o privilégio da cabotagem nacional, que ainda não pôde dispensar essa proteção para progredir e desenvolver-se. Temos assim as três fases distintas em que se divide a história da navegação brasileira. A primeira abrange o tempo em que a navegação era favorecida por um privilégio, vai de 1822 a 1862-64. Em 1862 a cabotagem tornou-se oficialmente livre, mas só em 1864 é que a disposição legislativa foi regulamentada para vir produzir praticamente todo o seu efeito em 1867. A segunda compreende todo o tempo da cabotagem livre, vai até 1889,quando se proclamou a República, embora ainda durante os seus primeiros tempos vigorasse o regime de livre navegação, por falta de Página 9 de 87 Projeto NEMerc regulamentação do dispositivo constitucional; havendo, assim, entre a segunda e a terceira um interregno, que vai de 15 de novembro de 1889, o dia da República, a 5 de dezembro de 1896, data do decreto que tornou efetiva a disposição constitucional do privilégio da cabotagem. A Lamport & Holt foi a única empresa estrangeira que se aproveitou do ultra-liberalismo de nossas leis sobre navegação. A terceira é a que transcorre agora, novamente sob o regime que vigorou na primeira, da cabotagem reservada. O ano de 1862 servindo de marco em nossa vida marítima tem ainda para sua ilustração na história brasileira o ter sido o da introdução oficial do sistema métrico francês, cujas vantagens para o nosso comércio e nossas indústrias são da maior monta. Esta mudança ocorreu pela Lei nº 1.157, de 26 de junho de 1862. COMPANHIA DE NAVEGAÇÃO LLOYD BRASILEIRO Em 1889 existiam duas grandes companhias, a Brazileira servindo o Norte e com êxito bastante apreciável, dando dividendo elevado, e a Nacional, trabalhando no Sul, com menor dividendo anual, com vida menos brilhante. Esta grande diferença era motivada pelos regimes dos ventos no Sul, bem menos estáveis do que os do Norte. O primeiro Decreto do governo republicano tratando da Marinha Mercante foi o de nº 208, de 19 de fevereiro de 1890, que contratou com os senhores Almirante Arthur de Jaceguay (Barão de Jaceguay na reserva), Dr. Antônio Paulo de Mello Barreto e Manoel da Fonseca, a organização de uma companhia brasileira de navegação. Originou-se desta concessão o Lloyd Brazileiro, que pelo Decreto nº 857, de 13 de outubro de 1890, teve os seus serviços estabelecidos. O objetivo principal introduzido pelo Almirante Jaceguay foi o de se ter o Lloyd Brazileiro como reserva naval. Ao justificar o seu plano, escreveu: “resolver o problema da marinha de guerra econômica, desenvolvendo o poder marítimo do país sem agravar o seu precário estado financeiro.” O primitivo Lloyd formou-se em 22 de abril de 1890 com a fusão da Companhia Marítima e Estrada de Ferro do Espírito Santo e Caravellas, de condições financeiras muito suspeitas, da Nacional de Navegação a Vapor de parcos rendimentos e da Companhia Nacional Transatlântica em perspectiva. Pouco tempo depois o Lloyd absorvia a Companhia Estrada de Ferro de Itapemirim, de insignificante valor, sem renda apreciável e a próspera Companhia Brazileira de Navegação a Vapor, motivando este estado de coisas o primeiro decreto de organização do nosso serviço costeiro. Em 1891 a Companhia Bahiana é incorporada ao Lloyd Brazileiro Patrimônio Nacional. Também neste ano, pelo Decreto nº 611, de 22 de outubro, fez sua fusão com a Empresa de Obras Públicas, grandioso centro de múltiplas atividades, mas, por isso, talvez, destinado a ver naufragar todas as suas grandes iniciativas. Com o estabelecimento do primeiro governo civil da República, pelo Decreto nº 227 A, de 5 de dezembro de 1894, assinado pelo Presidente Prudente de Moraes e pelo Ministro da Fazenda Rodrigues Alves, foi fixado o prazo de dois anos para a naturalização de todos os navios empregados na cabotagem. Em sua incorporação, o Lloyd Brazileiro adquiriu a ilha de Mocanguê Pequeno para a sede de suas oficinas. O Lloyd Brazileiro falha no plano de reserva naval. Em primeiro lugar, pela falta de reservas. Em segundo lugar, pela impossibilidade de se parar o tráfego de comércio para atendimento a um conflito, pois este é o que mais exige da logística existente. Página 10 de 87 Projeto NEMerc O armador, pelo Decreto nº 14.577, de 28 de dezembro de 1920, é renomeado Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro. L B Chaminés dos navios da Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro Página 11 de 87 Projeto NEMerc Navios-Escola NAVIOS-ESCOLA BRASILEIROS ALEGRETE N/M ALEGRETE, ex-SALAMANCA O navio cargueiro ALEGRETE, incorporado pelo governo Brasileiro em 1 de junho de 1917, em Cabedelo, PB, como presa de guerra, iniciou sua vida como SALAMANCA, o segundo dos dois navios de sua classe encomendado ao estaleiro Harland & Wolff, Ltd., em Belfast, Irlanda do Norte pelo armador HamburgAmerikanische Packetefahart Aktien Gesellschaft (HAPAG), de Hamburgo, Alemanha, também conhecida como Hamburg America Line. Era um navio cargueiro misto capacitado para transporte de passageiros de 3ª classe. Em agosto de 1914, com chegada da primeira guerra mundial, e a grande presença de cruzadores auxiliares britânicos no Atlântico, o navio se refugia no porto de Cabedelo, PB, permanecendo sua guarnição a bordo. Em 1º de junho de 1917, devido aos ataques de submarinos alemães contra navios brasileiros, é determinado pelo Presidente da Republica Wenceslau Brás o aprisionamento do navio e sua transferência para o patrimônio da União pelo Decreto nº 3266 do Congresso Nacional. O navio é então reparado e renomeado ALEGRETE, sendo determinado seu gerenciamento pelo armador Lloyd Brazileiro. Em julho de 1936, o Navio passou também a ser utilizado como Navio-Escola para os Praticantes da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante, sendo utilizado na rota da Costa Leste dos Estados Unidos. Página 12 de 87 Projeto NEMerc N/M ALEGRETE, primeira turma do Navio-Escola, atracado no Rio de Janeiro Em 1º de junho de 1942, quando em viagem do porto de Belém, PA para o de Nova Iorque, EUA, carregado com sacaria de café, cacau, castanha e tambores com óleo de mamona e de caroço de algodão, sob o Comando do CLC Eurico Gomes de Souza, em navegação na posição de latitude=13º45' N e longitude=061º53' W na altura da ilha de Santa Lucia, sofreu um impacto de um torpedo às 17:45 h, disparado pelo submarino alemão U 156, comandado pelo Capitão de Corveta Werner Hartenstein. O navio, que tinha uma guarnição altamente adestrada, foi abandonado sem maiores problemas. O submarino então, veio à superfície, se posicionou e disparou mais dois torpedos e 18 disparos de canhão, mandando-o a pique. As baleeiras foram dispersas: a primeira alcançou Port of Spain, Trinidad e Tobago, a segunda foi recolhida pelo destroyer americano USS Tarbell - DD 142, a terceira alcançou La Guaira, Venezuela e a última chegou à Ilha de La Blanquilla, Venezuela. Toda guarnição de 64 homens foi salva. ALMIRANTE SALDANHA – U10 NE ALMIRANTE SALDANHA, saudado por pequenas embarcações O Navio Escola ALMIRANTE SALDANHA - U10 foi o primeiro navio a ostentar esse nome em homenagem ao Almirante Luiz Filippe de Saldanha da Gama, na Marinha do Brasil. Foi construído pelo estaleiro Vickers Armstrong Ltd., em Barrow-in-Furness, Inglaterra. Foi lançado em dezembro de 1933 e incorporado em 11 de junho de 1934. Página 13 de 87 Projeto NEMerc Recebeu ainda em Barrow, uma turma de Guardas-Marinha para sua 1ª Viagem de Instrução. Em 5 de julho de 1934, partiu com destino ao Brasil, visitando entre outros, Portsmouth, Lisboa, La Spezia e Barcelona, navegando 8.849 milhas em cerca de quatro meses. Chegou ao Rio de Janeiro em 24 de outubro. Entre abril e junho de 1956, já afastado das Viagens de Instrução, foi temporariamente colocado a disposição da Diretoria de Hidrografia e Navegação - DHN, realizando sondagens ao largo de Arvoredo e Bom Abrigo. Em 5 de dezembro de 1964, terminaram as obras de conversão do NOc Almirante Saldanha. Depois da cerimônia de reincorporação, quando recebeu a visita do Ministro da Marinha e outras autoridades, partiu para sua primeira comissão, que é de instrução oceanográfica, sob os auspícios da UNESCO. Em 6 de agosto de 1990, foi submetido à Mostra de Desarmamento em cerimônia realizada no molhe da Ilha Fiscal. Em seus 56 anos de serviço, atingiu as marcas de 694.972 milhas navegadas, 4.738,5 dias de mar, com uma média de 85 dias de mar por ano, e depois de modificado atingiu uma média de 105 dias de mar por ano, realizando 8.150 estações e 135 comissões oceanográficas. GUANABARA NE GUANABARA, com todos os panos içados O NE GUANABARA, Integrante de uma série original de cinco veleiros, foi construído nos estaleiros da Blom & Voss, em Hamburgo, Alemanha. Teve o seu batimento de quilha em 1936 e foi lançado ao mar em 30 de Outubro de 1937, para desempenhar funções como Navio-Escola da Marinha alemã, onde era chamado Albert Leo Schlageter, juntamente com os seus semelhantes da classe Gorch Fock: o primeiro, que deu o nome à classe; o segundo, ex-Horst Wessel (actual USCGC Eagle); o terceiro, Albert Leo Schlageter (atual Sagres), o quarto, Mircea; o quinto, o Herbert Norkus, foi destruído antes de ter sido concluído. Ao final da Segunda Guerra Mundial, o veleiro foi capturado pelas forças aliadas dos Estados Unidos da América, sendo vendido ao Brasil em 1948 por US$ 5.000. No dia 6 de Agosto de 1948, chegou ao porto do Rio de Janeiro, procedente de Bremerhaven a reboque, numa viagem que durou cinco semanas. Foi incorporado à Marinha do Brasil em 27 de Outubro do mesmo ano, em cerimônia que contou com a presença do então presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, quando recebeu a denominação de "Navio-Escola Guanabara". Na ocasião, foi empossado o seu primeiro comandante, o Capitão-de-Fragata, Pedro Paulo de Araújo Suzano. Em 1961, a Marinha do Brasil vendeu o NE Guanabara para a Marinha Portuguesa, que o rebatizou como NRP Sagres. Serviu como Navio-Escola, com propulsão mista, à vela e a motor diesel (de 1.000 CV, acoplado a um eixo), armado com canhões de 76 mm. A viagem de Aspirantes de final de ano da Escola Naval de 1948 iniciou-se em Janeiro de 1949, com a duração de um mês. Foram visitados os portos de Montevidéu (Uruguai), Rio Grande, Página 14 de 87 Projeto NEMerc São Francisco do Sul, Santos e Rio de Janeiro. Outros comandantes serviram, e alguns anos mais tarde, em 22 de Maio de 1954, o NE Guanabara deixava o Comando do 1º Distrito Naval, desta vez sob o comando do Capitão-de-Fragata, Maurício Dantas Torres. A serviço da Marinha do Brasil, o NE Guanabara efetuou viagens de instrução com guarda-marinhas, aspirantes da Escola Naval, praças e alunos do Colégio Naval, como também da Marinha Mercante, ao longo do litoral brasileiro. Montevidéu foi o único porto visitado no exterior. NE GUANABARA, vista pela popa CUSTÓDIO DE MELLO – U26 NE CUSTÓDIO DE MELLO – U26 O Navio de Transporte de Tropas Custódio de Mello – U26, posteriormente G20, é o primeiro navio da Marinha do Brasil a ostentar esse nome em homenagem ao Almirante Custódio José de Mello, Ministro da Marinha do Governo Floriano Peixoto. Foi construído pelo estaleiro Ishikawajima Heavy Industries Co. Ltd., em Tóquio, Japão. Teve sua quilha batida em 13 de dezembro de 1953, foi lançado ao mar em 10 de junho de 1954, tendo Página 15 de 87 Projeto NEMerc como madrinha a Sra. Barbosa Carneiro, esposa do Embaixador do Brasil no Japão. Foi entregue em 9 de outubro de 1954 e submetido à Mostra de Armamento em 1º de dezembro de 1954. Durante seu período na ativa, realizou diversas viagens de instrução com alunos das EFOMM’s. SOARES DUTRA – G22 Navio de Transporte de Tropas SOARES DUTRA O Navio de Transporte de Tropas Soares Dutra - G 22 foi o primeiro navio da Marinha do Brasil a ostentar esse nome em homenagem ao Almirante Alfredo Carlos Soares Dutra, Comandante da Forças Navais do Nordeste na 2ª Guerra Mundial. Foi construído pelo estaleiro Ishikawajima Heavy Industries Co. Ltd., em Tóquio, Japão. Teve sua quilha batida em 13 de dezembro de 1955, foi lançado ao mar em 13 de dezembro de 1956, tendo como madrinha a Sra. Melo Batista, esposa do Presidente da Comissão Fiscal da Construção de Navios no Japão. Foi entregue à Comissão Fiscal da Construção em 19 de março de 1957 e submetido à Mostra de Armamento em 23 de março de 1957. Foi incorporado à Armada em 27 de maio de 1957, em cerimônia realizada em Belém-PA. Durante seu período na ativa, realizou diversas viagens de instrução com alunos das EFOMM’s. Página 16 de 87 Projeto NEMerc DUQUE DE CAXIAS – G26 Navio de Transporte de Tropas DUQUE DE CAXIAS O Navio de Desembarque de Carros de Combate Duque de Caxias - G 26, ex-USS Grant County - LST 1174, foi o terceiro navio da Marinha do Brasil a ostentar esse nome em homenagem ao Patrono do Exercito Marechal Luís Alves de Lima e Silva. Foi construído pelo estaleiro Avondale Shipyard, em New Orleans, Louisiana. Foi transferido por empréstimo, sendo incorporado em 15 de janeiro de 1973. Durante seu período na ativa, realizou algumas viagens de instrução com alunos das EFOMM’s. BRASIL – U27 O Navio-Escola Brasil - U27 foi o terceiro navio da Marinha do Brasil a ostentar esse nome em homenagem ao nosso país. Foi construído pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro - AMRJ, Ilha das Cobras, Rio de Janeiro. Em dezembro de 1975 a Marinha iniciou o projeto de substituição do NE Custódio de Mello - U 26. Seu projeto foi desenvolvido pela Diretoria de Engenharia Naval - DEN a partir do casco das fragatas classe MK 10. Em junho de 1978 a DEN concluiu a viabilidade do projeto sendo iniciados os trabalhos de adaptação e detalhamento, sendo o projeto de contrato em março de 1981. NE BRASIL – U27 Página 17 de 87 Projeto NEMerc Em 18 de setembro de 1981, foi batida a quilha do casco 106, em cerimônia presidida pelo Ministro da Marinha, Almirante-de-Esquadra Maximiano Eduardo da Silva Fonseca, e que contou com a presença do Ministro dos Transportes Dr. Eliseu Rezende e do Chefe do EMFA, General-de-Exército Alacyr Frederico Werner, além de outras autoridades, foi lançado em 23 de setembro de 1983. Depois de realizar as provas de mar e a avaliação dos sistemas de armas e navegação, foi submetido a Mostra de Armamento e incorporado em 21 de agosto de 1986, em cerimônia realizada no Dique "Almirante Regis", que foi presidida pelo então Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante-de-Esquadra Luiz Leal Ferreira, com a presença do Ministro da Marinha, Almirante-deEsquadra Henrique Sabóia. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-de-Mar-e-Guerra Alberto Annaruma Júnior. NE BRASIL, construção NE BRASIL, lançamento Página 18 de 87 Projeto NEMerc NE BRASIL, auditório Atualmente, apenas 1 praticante das EFOMM’s realiza a viagem de instrução anual. CISNE BRANCO NV CISNE BRANCO O Navio Veleiro "CISNE BRANCO" é um veleiro de grande porte (Tall Ship) pertencente à Marinha do Brasil. Foi construído em Amsterdã, Holanda, pelo Estaleiro Damen. Teve sua quilha batida em 09 de novembro de 1998, tendo sido lançado ao mar e batizado em 04 de agosto de 1999, entregue à Marinha do Brasil em 04 de fevereiro de 2000 e incorporado a Armada em 09 de março de 2000. Realizou sua viagem inaugural, a travessia comemorativa dos “500 anos de Descobrimento do Brasil”, cruzando o Atlântico da mesma forma que o fez Pedro Álvares Cabral em 1500. O projeto do "CISNE BRANCO" inspira-se nos desenhos dos últimos "Clippers" construídos no final do século XIX. O “Cisne Branco” tem um navio irmão, chamado “Stad Amsterdam”, de bandeira holandesa, lançado ao mar no ano 2000. A construção do navio ocorreu em tempo recorde, um ano e três meses e teve, como principal propósito, permitir ao Brasil participar com um navio de propulsão à vela, da histórica travessia comemorativa dos 500 anos de seu descobrimento. O navio tem como principais tarefas ser empregado em atividades de representação, nacionais e Página 19 de 87 Projeto NEMerc internacionais, bem como contribuir para a melhor formação marinheira, dos futuros oficiais e praças da Marinha do Brasil. NV CISNE BRANCO, vista do timão O nome do navio decorre de um verso da música “Cisne Branco”, abaixo descrito, canção símbolo da Marinha do Brasil, sendo chamada de “Canção do Marinheiro”. Vale à pena citar que a palavra Cisne, na simbologia heráldica, significa feliz travessia e bom augúrio. O “Cisne Branco” é o terceiro navio da Marinha do Brasil a ostentar esse nome. O primeiro foi um veleiro de 79 pés de comprimento, construído em madeira; possuía dois mastros e era tripulado com 20 homens; realizou apenas uma viagem de instrução com Guardas-Marinha, no ano de 1979. O segundo navio a ostentar o nome, foi um veleiro de 83 pés de comprimento, com mastro e casco construídos em alumínio. Este veleiro substituiu o primeiro e realizou viagens de instrução com Guardas-Marinha, nos anos de 1980 a 1986, quando passou à Escola Naval, para servir como veleiro de instrução, até o seu descomissionamento no ano seguinte. Nenhum aluno das EFOMM’s realiza viagem de instrução a bordo deste navio. NV CISNE BRANCO, aspirantes durante uma faina Página 20 de 87 Projeto NEMerc Ensino Profissional ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO – HISTÓRICO A estrutura do Ensino Profissional Marítimo, na forma como é conhecida hoje, começa a se consolidar a partir do início da década de 70. Na década anterior, a formação de oficiais para a Marinha Mercante estava a cargo de duas instituições, a saber: a Escola de Marinha Mercante do Pará – EMMPA – e a Escola de Marinha Mercante do Rio de Janeiro – EMMRJ. A direção das duas instituições de ensino sempre esteve a cargo da Marinha do Brasil. Para fazer frente ao acentuado desenvolvimento do comércio internacional, observado a partir de meados de 1967, a Marinha do Brasil, através da sua Diretoria de Portos e Costas – DPC, elaborou um projeto visando à ampliação e remodelação da EMMRJ, de forma a transformá-la num centro de instrução modelo, e capaz de formar todas as categorias profissionais necessárias ao desenvolvimento e à manutenção de uma Marinha Mercante no país. Para viabilizar esse projeto foi necessário reorganizar a DPC. Esse processo foi iniciado pelo Decreto nº 62.860, de 18 de junho de 1968, e em seguida pela sanção da Lei nº 5.461 em 25 de junho de 1968. Com o propósito de suportar o projeto, esse último diploma legal destinou à DPC as contribuições que as empresas de navegação marítima faziam até então para o SENAI e para o SESI, respectivamente nos percentuais de 1,5% e 1,0% das suas folhas de pagamento. A DPC teve o seu novo Regulamento aprovado delo Decreto nº 65.611, de 23 de outubro de 1969, e, concomitantemente, foi criado através do Decreto-Lei nº 828 em 5 de setembro de 1969 o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo – FDEPM. O FDEPM foi, em seguida, regulamentado pelo Decreto nº 65.331, de 10 de outubro de 1969, o qual atribuía à DPC a gestão do mesmo, bem como vedava a aplicação de seus recursos em despesas referentes ao pessoal militar e funcionários civis. Além da DPC, o FDEPM contaria na sua gestão com o auxílio de um Conselho Consultivo, presidido pelo próprio Diretor da DPC, e constituído pelo Vice-Diretor de Portos e Costas, dos Chefes de Departamento da DPC, e de representantes da comunidade marítima. Essa estrutura colocou à disposição da DPC, àquele tempo, os recursos necessários à modernização do ensino profissional marítimo, iniciada pela reformulação dos currículos dos cursos. Através de um acordo entre o Governo Brasileiro e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e com a assistência da Organização Marítima Internacional (IMO), foram implementados dois programas: a modernização do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha, no Rio de Janeiro (antiga Escola de Marinha Mercante do Rio de Janeiro – EMMRJ), mais conhecido como CIAGA, e a construção do Centro de Instrução Almirante Brás de Aguiar – CIABA, no Pará. Esses dois Centros de Instrução foram planejados e construídos obedecendo-se aos padrões internacionais, e buscando trazer para os mesmos os mais modernos métodos de ensino técnico-profissional. Página 21 de 87 Projeto NEMerc O projeto do CIAGA tomou por base as antigas instalações da EMMRJ, que foram reformadas e ampliadas, construindo-se novos prédios e adquirindo-se novos equipamentos e simuladores. Ainda, promoveu-se um intenso treinamento de professores e instrutores, bem como o aperfeiçoamento dos currículos dos cursos. Concluída a reforma, o CIAGA foi re-inaugurado em 1974, dispondo de capacidade para abrigar até 720 alunos em regime de internato, e contando para isso com 33 salas de aula. Em verdade, toda essa capacidade foi utilizada por um breve intervalo de tempo, mais precisamente no período entre 1975 e 1979, ficando na maior parte da sua história com uma considerável ociosidade. Também o CIABA, concebido para abrigar um contingente menor de alunos, ao longo da sua história registrou uma ociosidade considerável. Todavia, apesar das descontinuidades observadas ao longo de suas histórias, houve anos em que o número de oficiais formados ultrapassou a marca de 500 (1976 a 1978), significando, possivelmente, a plena utilização da capacidade instalada. No entanto, a partir da análise das estatísticas disponíveis é possível concluir que no período de 1974 a 2003, os últimos 30 anos, o desempenho médio fica bastante aquém desses recordes históricos, pois nesse período formaram-se nos dois Centros aproximadamente 5700 profissionais, correspondendo a uma média de 190 oficiais por ano. É evidente que esse desempenho fica muito atrás da capacidade projetada, que no mesmo período poderia ter formado 15.000 profissionais. O gráfico abaixo ilustra o comportamento desses elementos ao longo do período estudado, que mostra claramente um comportamento errático ao longo do tempo. Vista aérea das instalações do CIAGA, Rio de Janeiro/RJ Página 22 de 87 Projeto NEMerc Oficiais da Marinha Mercante formados no CIABA e no CIAGA Nesse período observam-se, também, alguns momentos atípicos no que tange ao contingente de profissionais egressos dos centros de instrução. Nos anos de 1981 e 1994 as escolas não formaram alunos em razão do alongamento da duração dos cursos regulares (EFOMM), ocorridos alguns anos antes. No quadro geral, os altos e baixos do processo de formação de oficiais traduzem um fenômeno sistêmico, e que para melhor compreendê-lo, há que se considerar o contexto econômico e político, nacional e internacional, no qual a Indústria Naval e a Marinha Mercante estiveram inseridas nas últimas três décadas. No início foi um período de grande euforia, marcado pelo boom da construção naval no país, dos choques do petróleo, do chamado milagre econômico, no qual o país crescia a taxas expressivas. Essa atmosfera caracterizou os primeiros 15 anos dessa história, e que coincidiu com o período em que os Centros de Instrução foram mais produtivos na formação de profissionais para a marinha mercante. Foi nesse período que a indústria naval no país atingiu seu ápice, chegando a figurar como a 2ª colocada no ranking mundial. Impulsionada pelos Planos de Construção Naval (I e II), a marinha mercante brasileira cresceu significativamente, com destaque para a frota de navios petroleiros do Sistema Petrobras, que no ápice chegou a contar com mais de 80 navios e 6 milhões de toneladas de porte bruto. Já o período seguinte foi marcado pelo declino da indústria naval brasileira, por enormes dificuldades na economia nacional e pela seqüência dos chamados planos econômicos que geravam uma enorme instabilidade no meio empresarial, em especial no setor de construção naval. Concomitantemente observou-se um considerável avanço tecnológico no setor de transporte marítimo, que reduziu o número de postos de trabalho a bordo dos navios, e o crescimento e consolidação das chamadas Bandeiras de Conveniência, criando um ambiente de concorrência acirrada no transporte marítimo em todo o mundo. Esse momento de instabilidade no setor marítimo concorreu para o surgimento de um elevado excedente de mão de obra especializada no meio marítimo. Como resposta a esse fenômeno, observou-se, na segunda metade desse período, uma enorme evasão de oficiais da carreira mercante e uma redução acentuada do ritmo de formação de novos oficiais. A frota nacional de navios decresceu rapidamente, e praticamente não houve renovação. Enquanto a frota mercante mundial aumentou em cerca de 27% no período entre 1989 e 1998 (conforme estatísticas da UNCTAD), a frota mercante em bandeira brasileira “encolheu” em cerca de 20% no mesmo período. Por outro lado, a frota sob bandeira de conveniência cresceu 86% ainda no mesmo período. A falta de competitividade foi a principal causa da redução da nossa frota mercante, que já contou em 1986 com quase 10 milhões de toneladas, distribuídos em 293 navios, conforme exibido no gráfico abaixo. Como Página 23 de 87 Projeto NEMerc conseqüências da redução da frota, tivemos a diminuição de sua escala operacional, com elevação dos custos, além da redução de empregos. Evolução da Frota Própria Brasileira Um setor que foi especialmente afetado pela concorrência foi o de granéis sólidos. Neste particular note-se que sendo o Brasil um grande exportador de “commodities”, tem uma participação pequena no seu transporte. Apenas 7% do frete gerado pelo transporte de granéis sólidos são feitos por embarcações sob bandeira brasileira (dos quais 2,2% por embarcações próprias e 4,8% por embarcações afretadas), contra 93% relativos às embarcações estrangeiras. Existe, hoje, uma notável demanda reprimida para a renovação e, mesmo, para a expansão de nossa frota mercante. Este potencial, transformado na contratação de novos navios em estaleiros brasileiros, trará imediatos reflexos na geração de empregos e contribuirá para a economia de divisas, itens fundamentais para a estabilidade econômica e social do país. Hoje os tempos são de mudança. Graças ao recente crescimento da indústria do petróleo no país, a tendência de declínio da demanda por profissionais mercantes até então observada vem se revertendo de forma muito rápida e acentuada. Pela perspectiva do atendimento dessa demanda a partir da força de trabalho disponível hoje no mercado, pode-se dizer que o quadro é, na verdade, por demais preocupante, pois certamente esse é um gargalo que poderá comprometer seriamente o crescimento da indústria. Vista aérea das instalações do CIABA, Belém/PA Página 24 de 87 Projeto NEMerc PROMINP PROMINP O PROMINP é o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural, instituído pelo Governo Federal através do Decreto nº 4.925, do dia 19 de dezembro de 2003, com o objetivo de maximizar a participação da indústria nacional de bens e serviços, em bases competitivas e sustentáveis, na implantação de projetos de petróleo e gás natural no Brasil e no exterior. O Programa conta com a coordenação geral do Ministério de Minas e Energia e com a coordenação executiva da Petrobras. TM-2 O Projeto TM-2 do PROMINP teve por objetivo a “Identificação das Necessidades de Formação por Oficiais de Marinha Mercante para o Horizonte 2004-2010”, de modo a viabilizar, em um segundo momento, o desenvolvimento e a implementação de ações necessárias com vistas à eliminação das lacunas encontradas e a capacitação do setor mediante a incorporação dos profissionais requeridos à sustentação do seu desenvolvimento. A relevância desse trabalho decorre, por um lado, das excelentes perspectivas de crescimento das atividades de apoio marítimo e de navegação marítima (associadas ou não a indústria de petróleo), e por outro, da apreensão por que passa a comunidade marítima à medida que a oferta futura de profissionais qualificados, conforme percebida hoje, parece não ser suficiente para o atendimento das necessidades do setor. Cabe esclarecer que o TM-2 delimitou seu objeto de estudo aos setores de navegação de cabotagem, de longo curso e de apoio marítimo, por serem atividades onde o emprego de oficiais mercantes é mandatório. Quanto aos demais setores, os quais eventualmente empregam oficiais mercantes, optou-se por não considerá-los nesta análise. Assim, os casos em que esses profissionais se empregam em atividades como estaleiros, pesca, recreio, agências marítimas, e outros, foram entendidos pelo TM-2 como se tratando de evasão da carreira de oficial mercante. O projeto foi um estudo conjunto da PETROBRAS, TRANSPETRO, DPC, SYNDARMA, ABEAM, SINDMAR, SINAVAL, IBP, FIRJAN e ABCE. O TM-2 é secundado pelo TM-11, para o acompanhamento da execução das ações propostas pelo projeto TM-2 e atualização do diagnóstico de oferta x demanda de oficiais da Marinha Mercante. DEMANDA POR OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE Sem qualquer sombra de dúvida, o setor marítimo vive hoje um momento muito especial, em boa parte sob os efeitos do desenvolvimento da indústria de petróleo, e em particular da exploração e produção em alto-mar (offshore) onde o avanço da fronteira para a exploração dos recursos na camada pré-sal aumentará a demanda Página 25 de 87 Projeto NEMerc por tripulantes na mesma proporção em que forem sendo construídas as unidades para um apoio tão especializado. Nos anos recentes, a atividade de exploração e produção no mar experimentou um salto quantitativo e qualitativo importante. Com o desenvolvimento de tecnologia nacional para exploração e produção em águas profundas, e os excelentes prospectos de óleo e gás na zona de exploração econômica exclusiva, a fronteira geológica da atividade petrolífera se expandiu enormemente, surgindo províncias importantes capazes de levar o país à auto-suficiência em petróleo. A maior delas, localizada na Bacia de Campos, responde hoje por 72% da produção nacional. Outras áreas, também com excelentes prospectos, são a Bacia de Santos e, mais recentemente, a Bacia do Espírito Santo. A conseqüência direta do desenvolvimento dessas áreas foi o surgimento de uma demanda expressiva por plataformas de produção de grande porte, embarcações de apoio marítimo de maior potência e com características especiais, e navios aliviadores modernos e sofisticados com posicionamento dinâmico. Evidentemente, esses recursos não estavam disponíveis no país, exigindo, num primeiro momento, sua contratação no mercado internacional, mas ao mesmo tempo criando excelentes oportunidades para investimentos e desenvolvimento das empresas brasileiras que já atuavam no setor, seja na indústria de construção e montagem, seja no segmento de serviços. Assim, surgiu e vem crescendo uma série de empreendimentos na indústria de construção naval e nos segmentos de apoio marítimo e transporte de petróleo. Impulsionada por toda essa demanda, a indústria naval mostra sinais de recuperação, e busca responder às encomendas de plataformas de produção, embarcações de apoio marítimo de grande porte e navios petroleiros. Capitaneado pela Petrobras, foi elaborado um programa de contratação de 21 embarcações de apoio marítimo a serem construídas no país por empresas brasileiras. Hoje está em estudo uma nova rodada de contratações, que possivelmente suplantará o programa original. Paralelamente, o segmento de navegação de carga vem buscando viabilizar seu crescimento e renovação de sua frota. Nesse setor, cabe destacar o projeto de renovação da frota de navios da TRANSPETRO, compreendendo a construção de 22 navios até 2010. A análise das características da frota das empresas associadas ao SYNDARMA indica que existe a necessidade de renovação de parte significativa da frota, bem como a expansão de alguns segmentos, através da incorporação de novos navios. Um programa básico compreenderia a construção de 10 novos graneleiros, 6 novos navios químicos, 23 navios de carga geral e 20 embarcações de apoio marítimo, implicando em investimentos da ordem de US$ 1,5 bilhões, o que geraria, anualmente, receitas de frete de cerca de US$ 780 milhões, além de 1.300 novos empregos, apenas na tripulação dos navios incorporados. Servem de hipóteses para esse programa: • • • • A existência, hoje, de 21 navios com mais de 18 anos operando no setor de granéis sólidos. No transporte de produtos químicos a granel, a frota com idade superior a 18 anos é de 6 navios; É razoável dobrar a quantidade de carga geral transportada pela navegação de cabotagem brasileira, segmento que vem apresentando crescimento significativo nos últimos anos; Não será ambicioso demais pretender transportar, pelo menos, cerca de 15% de nossa carga geral internacional (hoje transportamos menos de 2%; no início da década de 1980 chegamos a levar e trazer com navios de registro brasileiro, até 26% deste comércio); É perfeitamente factível reproduzir o atual programa de contratações de embarcações para apoio das operações de petróleo no Brasil. O resultado final fará com que a participação das empresas brasileiras na receita anual do setor passe dos atuais 15% para cerca de 50%. Contudo, para dar partida a um programa como este, é necessário dotar o navio mercante brasileiro de condições de competição semelhantes aos das marinhas mercantes de outros países. Página 26 de 87 Projeto NEMerc Apesar das incertezas que cercam a retomada do setor de transporte marítimo, os prognósticos, como um todo, são animadores. E como conseqüência direta de programas de investimentos como aqueles ora mencionados, o segmento das empresas de navegação e de apoio marítimo irá, obrigatoriamente, demandar a contratação de profissionais mercantes, em adição àqueles já empregados nos seus quadros para a manutenção de suas atividades atuais. Assim, tem-se como certo a necessidade de crescimento da força de trabalho atuando no segmento marítimo. Todavia, cabe destacar a demanda por oficiais de náutica e de máquinas, tendo em vista serem categorias profissionais que demandam um longo período para a formação e montantes elevados de recursos financeiros para tal, e para os quais os recursos de ensino e capacitação apresentam restrições ao aumento brusco de demanda. Para tanto, é fundamental que haja um dimensionamento adequado da demanda por esses profissionais para o horizonte de estudo do PROMINP (2004-2010), e conseqüente adequação da oferta destes no mercado de trabalho nacional, sob pena de ocorrer um colapso da atividade marítima. O encaminhamento dado à questão do levantamento da demanda futura por oficiais mercantes pelo TM-2 tomou por base a manifestação dos principais atores do segmento, devidamente consubstanciada nas seguintes premissas: manutenção da frota existente e; projetos de investimentos em novas unidades. Nesse sentido, dados provenientes da Transpetro, da Petrobras, do SYNDARMA e da ABEAM, foram colhidos e apresentados de forma desagregada nas tabelas constantes do Anexo 1. Quanto ao contingente de profissionais brasileiros utilizados em embarcações estrangeiras, assumiu-se como hipótese que não haverá alteração, mantendo-se em equilíbrio, e conseqüentemente não pressionando o mercado de trabalho (oferta igual à demanda). LÂMINA D’ÁGUA 0 – 999 m 1.000 – 1.999 m 2.000 – 2.999 m ≥ 3.000 m Total INÍCIO EM 2009 - Olinda Star - Ocean Worker - Lone Star - Schahin III - Petrorig II - Sevan Driller - W. Taurus - W. Eminence - Dave Beard INÍCIO EM 2010 Petrobras XIV INÍCIO EM 2011 - INÍCIO EM 2012 - - - - - Gold Star - Schahin I - Norbe VI - Delba III - SSV Victoria - W. Orion - - Delba IV - Sevan Brasil - 9 7 2 Petrobras – Novas Plataformas contratadas até 2012 UNIDADE Navios de Grande Porte Barcos de Apoio Plataformas de Produção (FPSO / SS) Outros (Jaqueta, Jack-Up, TLWP) Totais LICITADOS / EM LICITAÇÃO 26 24 6 3 59 - Delba V - Delba VI - Scorpion (TBN) - Delba VII - Delba VIII - Norbe IX - Schahin (TBN 1) - Schahin (TBN 2) - Norbe VIII - Petroserv (TBN) - Etesco 8 11 A LICITAR 44 122 8 1 175 Página 27 de 87 Projeto NEMerc Demanda da Indústria do Petróleo Os gráficos a seguir apresentam os prognósticos de emprego de oficiais de náutica e de máquinas nos setores de navegação e apoio marítimo, identificando as entidades empregadoras que fizeram parte deste estudo. A Transpetro, no horizonte de estudo, figura isolada como a maior empregadora individual de oficiais. Sua demanda por mão de obra é moderadamente crescente, estimulada por um programa de renovação de frota que prevê a construção de 22 navios no período. Ainda, a empresa planeja a entrada no segmento de apoio marítimo e o crescimento de sua frota de navios aliviadores. Como resultado, prevê-se que a demanda por oficiais mercantes irá crescer aproximadamente 22%, conforme mostrado no gráfico abaixo. Em virtude das suas características operacionais, a necessidade de oficiais de náutica é igual à de oficiais de máquinas. DEMANDA Náutica Máquinas Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009 373 389 478 471 485 506 373 389 478 471 485 506 746 778 956 942 970 1.012 Demanda de Oficiais da Marinha Mercante na Transpetro 2010 457 457 914 DEMANDA Náutica Máquinas Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009 75 93 93 93 93 93 22 22 22 22 22 22 97 115 115 115 115 115 Demanda de Oficiais da Marinha Mercante na Petrobras 2010 93 22 115 DEMANDA Náutica Máquinas Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009 320 350 386 408 442 462 301 331 360 389 422 442 621 681 746 797 864 904 Demanda de Oficiais da Marinha Mercante no SYNDARMA 2010 480 465 945 Página 28 de 87 Projeto NEMerc DEMANDA 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Náutica 334 373 420 450 493 519 542 Máquinas 314 352 391 430 472 498 527 Total 648 725 811 880 965 1.017 1.069 Demanda de Oficiais da Marinha Mercante no SYNDARMA com Novos Investimentos DEMANDA Náutica Máquinas Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009 215 280 350 416 439 455 182 224 276 329 349 363 397 504 626 745 788 818 Demanda de Oficiais da Marinha Mercante na ABEAM 2010 472 375 847 DEMANDA Náutica Máquinas Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009 983 1.112 1.307 1.388 1.459 1.516 878 966 1.136 1.211 1.278 1.333 1.861 2.078 2.443 2.599 2.737 2.849 Demanda Total de Oficiais da Marinha Mercante – Sem Investimentos 2010 1.502 1.319 2.821 DEMANDA Náutica Máquinas Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009 997 1.135 1.341 1.430 1.510 1.573 891 987 1.167 1.252 1.328 1.389 1.888 2.122 2.508 2.682 2.838 2.962 Demanda Total de Oficiais da Marinha Mercante – Com Investimentos 2010 1.564 1.381 2.945 Também a Petrobras deverá registrar, no mesmo período, uma maior demanda por oficiais a serem empregados nas unidades de produção offshore. Todavia, trata-se de um crescimento mais discreto, e específico para a categoria de náutica, conforme exibido no gráfico abaixo. Contudo, indubitavelmente será na atividade de apoio marítimo que se espera registrar o maior crescimento do setor. Segundo estimativa das empresas associadas à ABEAM, a demanda por profissionais entre o início e o fim do período de análise deverá crescer 113%, impulsionada pelo crescimento e desenvolvimento da atividade offshore de exploração e produção de petróleo. Nesse setor, a categoria dominante é a de náutica. Outro aspecto relevante nesse horizonte é o aumento da presença dos armadores nacionais no segmento de embarcações mais sofisticadas e de maior potência. Para o conjunto das empresas analisadas, espera-se um crescimento da demanda por oficiais mercantes de 52%, o que é um valor expressivo seja qual for o setor da economia considerado, pois pressupõe um crescimento médio anual de 7,2%. Se computados os novos investimentos do SYNDARMA, o crescimento médio anual salta para 7,7%. Como já mencionado anteriormente, outros setores, como é o caso da pesca, do recreio e do turismo, dos estaleiros, das agências marítimas e do transporte fluvial, não foram considerados no cômputo da demanda do setor. A razão para a adoção dessa premissa foi o fato de que, embora possamos encontrar oficiais mercantes empregados nesses setores, não se trata de uma obrigação normativa, caracterizando, na verdade, um processo de evasão de carreira dos setores tradicionais onde o seu emprego é regulamentado e mandatório. Assim, há que se esperar que uma parcela dos profissionais formados para o atendimento da demanda das empresas marítimas nacionais, que trabalham com navios de bandeira brasileira, continue sendo capturada por essas atividades. Uma incerteza que vale a pena ser mencionada quanto ao comportamento da demanda, diz respeito à evolução da atividade de pesca oceânica no país. Dependendo da velocidade de desenvolvimento dessa atividade, pode surgir pressão na demanda por oficiais. Todavia, há o consenso na comunidade de que, no horizonte em tela, a probabilidade de que isso ocorra é remota. Ainda, considerando somente a atividade de apoio marítimo, existem hoje cerca de 400 oficiais brasileiros atuando em embarcações de bandeira estrangeira de tripulação mista, afretadas a empresas brasileiras. Como Página 29 de 87 Projeto NEMerc já mencionado, é premissa deste estudo que esse mercado não criará mais pressão na demanda por oficiais no setor. Todavia, essa é uma incerteza crítica, pois representa um enorme campo a ser explorado pela mão de obra nacional. Segundo informações fornecidas por entidades que compõem o TM-2, o déficit de oficiais no mercado internacional atinge, hoje, a marca de 16.000 profissionais. OFERTA DE OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE No contexto do TM-2, o levantamento da oferta de oficiais na marinha mercante foi conduzido em duas linhas, a saber: a partir de informações oferecidas pelas empresas, compreendendo aquelas associadas ao SYNDARMA e ABEAM, bem como os profissionais pertencentes aos quadros da Transpetro e da Petrobras; e a partir das informações constantes do cadastro da entidade de classe representativa desses profissionais – o SINDMAR. O cadastro de oficiais do SINDMAR é constituído a partir das seguintes fontes: a. Informações dos próprios associados; b. Dados contidos no imposto sindical; c. Informações fornecidas por algumas empresas. Assim, conforme ilustrado no quadro abaixo, em 2003 as empresas integrantes desta análise informaram que empregavam cerca de 1.662 oficiais, distribuídos de forma equilibrada entre as categorias de náutica e máquinas. FORÇA DE TRABALHO EM 2003 NÁUTICA MÁQUINAS TOTAL Transpetro 282 334 616 Petrobras 109 72 181 SYNDARMA 287 270 557 ABEAM 161 147 308 TOTAL 839 823 1.662 Oficiais da Marinha Mercante Contratados Outra informação extremamente relevante obtida a partir da análise do cadastro do SINDMAR é que em 2003 existiam cerca de 2.495 oficiais em atividades ligadas à marinha mercante (navegação, apoio marítimo, apoio portuário, fluvial, recreio e passageiros), sendo 1.332 de náutica e 1.163 de máquinas. Esse número é uma boa estimativa do tamanho da força de trabalho ativa naquele momento. Se considerarmos que nesse mesmo período as empresas estudadas apontavam para o emprego de 2.062 profissionais (1.662 mais 400 do apoio marítimo não associado à ABEAM), significa dizer que existe uma zona não alcançada por esta análise que corresponde aproximadamente 17% do mercado. Os dados levantados indicam, ainda, que existem cerca de 320 profissionais atuando em áreas afins, como associação de praticagem, agências, Centros de Instrução, etc., perfazendo um total de 2.815 profissionais com algum tipo de vinculo com a atividade marítima, embora não exercendo a profissão propriamente dita. Outra evidência importante é que a partir dos 51 anos o processo de aposentadoria ocorre de forma marcante. Assim, considerando que 30% do contingente têm idade entre 46 e 50 anos, é de se esperar que haja uma redução importante da força de trabalho atuando no mercado nos próximos 5 ou 6 anos. Essa mesma análise foi feita para cada um dos segmentos constantes deste estudo. Após um amplo debate, envolvendo as entidades participantes, estabeleceu-se a seguinte premissa quanto ao comportamento futuro do processo de aposentadorias nos setores analisados: a. Oficiais empregados na Transpetro e Petrobras, pelo fato dessas empresas disporem de planos de aposentadoria fechado, tendem a se aposentar a partir dos 53 anos; b. Oficiais empregados nas empresas associadas ao SYNDARMA ou ABEAM tendem a se aposentar a partir dos 56 anos. Página 30 de 87 Projeto NEMerc Perfil Etário dos Oficiais da Marinha Mercante em atividade DEMANDA Náutica Máquinas Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009 262 242 222 202 182 162 314 294 274 254 234 214 576 536 496 456 416 376 Oficiais da Marinha Mercante Contratados pela Transpetro 2010 142 194 336 DEMANDA Náutica Máquinas Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009 52 49 46 43 40 37 20 18 16 14 12 10 72 67 62 57 52 47 Oficiais da Marinha Mercante Contratados pela Petrobras 2010 34 8 42 DEMANDA Náutica Máquinas Total 2004 2005 2006 2007 2008 2009 260 251 241 232 222 205 254 247 240 233 226 206 514 498 481 465 448 411 Oficiais da Marinha Mercante Contratados pelo SYNDARMA 2010 188 186 374 DEMANDA Náutica Máquinas Total 2004 728 723 1.451 2010 487 489 976 2005 2006 2007 2008 2009 692 655 619 582 535 691 658 626 593 541 1.382 1.313 1.244 1.175 1.075 Oficiais da Marinha Mercante Contratados - Totais Oferta e Demanda de Oficiais da Marinha Mercante – Sem Investimentos SYNDARMA Página 31 de 87 Projeto NEMerc Oferta e Demanda de Oficiais da Marinha Mercante – Com Investimentos SYNDARMA FORMAÇÃO PARA ATENDIMENTO À DEMANDA DE OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE Conforme a programação informada pela DPC, caso não haja evasão ou desistências, o sistema de ensino deverá formar cerca de 1.806 oficiais de náutica e 1.434 oficiais de máquinas no período de análise 2004 – 2010, perfazendo um total de 3.240 oficiais. Sendo mais específico, esses valores representam uma previsão, com base na posição de 2003, das vagas que estarão ocupadas em cada ano, caso não ocorram desistências ou desligamentos. Se considerarmos que nesse mesmo período o déficit ajustado a ser atendido, tomando-se por base a alternativa de maior crescimento da necessidade, que pressupõe a consecução dos novos investimentos das empresas associadas ao SYNDARMA, concluiremos que as 2.310 vagas abertas serão preenchidas e o mercado estará devidamente abastecido ao final de 2010. Contudo, essa é uma interpretação equivocada. Há que se considerar, neste momento, um fenômeno característico da atividade de marinha mercante nos últimos 30 anos, observado tanto no contingente de alunos que ingressam nos Centros de Instrução, quanto nos profissionais já formados e nos primeiros anos da carreira do oficial mercante. Trata-se do problema da EVASÃO. No entendimento do SINDMAR, o principal motivo da evasão seria a falta de perspectiva de futuro profissional ocorrida a partir de meados dos anos 90. As dificuldades vividas pelas empresas do setor levaram um aviltamento das condições de trabalho, provocando a grande evasão. A percepção de algumas entidades participantes do TM-2 é de que o perfil dos jovens que adentram nas escolas também mudou. Em 1970, eram provenientes em sua maioria das classes média/baixa. Hoje os requisitos para a admissão, sendo mais restritivos, fazem com que os candidatos admitidos nos Centros de Instrução pertençam a uma classe social mais elevada, os quais têm outros projetos de vida profissional. Visto que o sistema de ensino oferece boas condições de educação na obtenção dos graus de bacharel em ciências náuticas e de máquinas, que além de gratuita também assegura alojamento, alimentação e ajuda de custo (soldo) pecuniária pela totalidade do período letivo, acaba sendo utilizado indevidamente como trampolim para outras profissões, e alimentando as estatísticas de evasão. A conseqüência óbvia da evasão é que, na prática, não se pode contar que o total de vagas sinalizadas pelos números da DPC irão se transformar, efetivamente, em novos profissionais no mercado de trabalho, e que aqueles que ingressarem no mercado estarão disponíveis para atender a demanda indicada pelas empresas no período de estudo. Os dados disponíveis são preocupantes, sendo o quadro mais grave o relativo à evasão na carreira. Página 32 de 87 Projeto NEMerc As informações fornecidas pela DPC indicam que, em média, 5% dos alunos que ingressam no CIABA e no CIAGA não concluem o curso. Dessa forma, essa estimativa foi empregada na composição dos valores constantes dos quadros, e utilizada nas projeções desenvolvidas neste estudo. Não se dispõe de números oficiais compilados por qualquer entidade quanto à evasão de profissionais ocorrida após ingressar na carreira. Contudo, a partir de uma análise criteriosa das informações de disponibilidade de mão-de-obra no mercado de trabalho, obtidas através do SINDMAR, e de dados acerca do contingente de profissionais formados pelos Centros de Instrução no horizonte de estudo fornecido pela DPC, é possível estabelecer, com uma razoável precisão, a ordem de grandeza dessa evasão. O método de cálculo adotado busca estabelecer uma correlação entre o perfil etário da força de trabalho ativa no mercado e o seu ano provável de ingresso na carreira. Com essa informação, foi possível estabelecer a relação entre o quantitativo de profissionais efetivamente atuando no setor e o quantitativo total que deveria estar atuando, caso todos os formados tivessem permanecido no exercício da profissão. Essa relação é uma medida com razoável precisão da evasão na carreira. Analisando-se os valores apresentados nos quadros, é possível estabelecer as seguintes conclusões: a. Qualquer que seja o período ou idade máxima da amostra considerada, a evasão observada é elevadíssima, sendo a menor estimativa igual a 59%; b. A evasão tem sido maior para as turmas mais recentes, correspondendo aos oficiais mais jovens (68% para oficiais com idade máxima de 35 anos), o que torna o quadro mais grave ainda. Com o objetivo de estabelecer um prognóstico da situação futura entre o déficit de oficiais e o ingresso de novos profissionais no mercado, adotou-se no estudo, como base de cálculo, o valor médio de 59% para evasão na carreira. A título de análise de sensibilidade, como resposta a tendência atual de melhoria nas condições de trabalho e de remuneração observadas nas empresas hoje, foi feito um exercício prospectivo considerando uma redução de 20% no nível de evasão na carreira. O quadro ilustra essa situação, na qual a evasão média esperada situa-se em torno de 47% do contingente formado. Por fim, resta ainda um último aspecto relativo ao problema da evasão na formação e na carreira a ser considerado, e sobre o qual não se dispõe de informações confiáveis para uma análise criteriosa. Trata-se da evasão específica no grupo de oficiais do sexo feminino, recém ingressos no mercado de trabalho. Nos últimos anos, o contingente de alunas que tem ingressado nas EFOMMS tem sido significativo, e em virtude de ser um fenômeno recente, o histórico de evasão nesse grupo ainda não permite estabelecer um prognóstico. Oferta e Demanda Totais de Oficiais da Marinha Mercante e Evasão de 47% Sem Investimentos do SYNDARMA Página 33 de 87 Projeto NEMerc Oferta e Demanda Totais de Oficiais da Marinha Mercante e Evasão de 47% Com Investimentos do SYNDARMA Página 34 de 87 Projeto NEMerc Meios MEIOS EM CONSTRUÇÃO ESTADO RJ SP PE CE RS SC ESTALEIRO TIPO DE NAVIO Plataforma SS – P-51 – Petrobras Brasfels – Angra dos Reis Plataforma SS – P-56 – Petrobras Navio Petroleiro – PDVSA Navio Petroleiro – Transpetro Navio Conteineiro – Log-In EISA – Rio de Janeiro Navio Graneleiro – Log-In Navio Graneleiro – Laurin Navio Supridor (PSV) – UP Offshore Mauá – Rio de Janeiro Navio Petroleiro – Transpetro STX Brasil Offshore Rebocador de Manuseio de Âncoras AH5 – DOF Rio de Janeiro Rebocador de Manuseio de Âncoras AH12 – DOF Navio Supridor (PSV) Multifuncional – CBO Aliança – Niterói Navio Supridor (PSV) – CBO Navio Supridor (PSV) – Saveiros Wilson & Sons – Guarujá Rebocador de Manuseio de Âncoras – Saveiros Navio Petroleiro Suezmax – Transpetro Navio Petroleiro Aframax – Transpetro Atlântico Sul – Suape Navio Petroleiro VLCC – Noroil FPSO – P-55 – Petrobras Navio Supridor (FSV) – DSND Consub Navio Supridor (FSV) – Marimar Inace – Fortaleza Navio Supridor (PSV) – Maré Alta Navio Supridor (FSV) – Maré Alta Rio Grande – Rio Grande Plataforma SS – Petrobras FPSO P-53 (entrega) – Petrobras Quip – Rio Grande FPSO P-55 (instalações) – Petrobras Rebocador de Apoio Portuário – Smit REBRAS Rebocador de Apoio Portuário – Starnav Detroit – Itajaí Rebocador de Apoio Portuário – Tranship Rebocador de Apoio Portuário – Camorim Rebocador de Apoio Portuário – Vale Itajaí – Itajaí Navio Gaseiro – Petrobras Navio Supridor (PSV) – Bram Offshore Navship – Itajaí Navio Supridor (PSV) – Edson Chouest Rebocador de Manuseio de Âncoras – Bram Offshore Construção Naval – Meios Contratados QUANTIDADE 01 01 10 04 05 02 02 01 04 01 02 08 20 08 05 10 05 02 01 04 05 04 02 08 01 01 08 07 01 04 12 03 05 10 03 Página 35 de 87 Projeto NEMerc Petrobras – Principais Projetos no Brasil: 2007 - 2012 Página 36 de 87 Projeto NEMerc Necessidade NAVIO-ESCOLA MERCANTE - NECESSIDADE De acordo com as informações compiladas neste Projeto, podemos afirmar que um novo Navio-Escola para a Marinha Mercante poderá trazer inúmeras vantagens. Entre estas vantagens podemos destacar: EXPERIÊNCIA O aluno, candidato a Oficial da Marinha Mercante na especialização de Náutica ou Máquinas, poderá conhecer a rotina no mar e o que a nova profissão irá lhe trazer de benefícios ou prejuízos. Após aprovação no concurso para a carreira na Marinha Mercante, o aluno será continuamente avaliado durante o período de embarque inicial (familiarização) por um grupo formado por psicólogo(s), médico(s) e por experientes Oficiais e guarnição da Marinha Mercante atuando como instrutores e orientadores. Este grupo irá traçar o primeiro perfil do candidato, informando se ele está apto ou não para seguir a carreira no mar. O Navio-Escola poderá servir também à formação de outros tripulantes. ECONOMIA O candidato com perfil inadequado à carreira ou que desista de continuar seu curso nas EFOMM’s, não será mais o destino para o alto investimento atualmente realizado pelos Centros de Instrução (CIAGA e CIABA) com verbas do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo - FDEPM. As despesas com uniforme, alimentação, professores, material didático, alojamento, entre outras, poderão ser mais bem aplicadas nos alunos que forem qualificados para a carreira no mar. MELHOR DESEMPENHO Ao passar por experiências que podem ser apenas vivenciadas a bordo de um navio, o aluno levará muitos “significados” para o curso teórico nos Centros de Instrução. A todo o momento um fato de bordo poderá ilustrar os exemplos em sala de aula. Os instrutores, tanto em terra quanto a bordo, poderão fazer uso de situações reais para ajudar na transferência de conhecimento. O interesse do aluno aumenta de acordo com a qualidade do corpo docente. ENSINO DE NÁUTICA Poder participar da rotina de bordo, respeitando a hierarquia e o colega de profissão, sabendo conviver com todos no ambiente confinado de um navio e tendo pessoas mais experientes a relatarem com freqüência os fatos vividos na Marinha Mercante é, sem sombra de dúvidas, uma oportunidade ímpar. Esta tem sido uma necessidade que os Centros de Instrução existentes não conseguem atender. Nada substitui a experiência do embarque. PRÁTICA O embarque do aluno em um Navio-Escola que permaneça no comércio propicia a oportunidade de conhecer as operações específicas do próprio navio. Apesar do Navio-Escola do Projeto ser dotado de simuladores de todos os tipos de carga, conhecer a operação do navio real é algo que não pode ser simulado. Tutores experientes irão Página 37 de 87 Projeto NEMerc enriquecer a formação acompanhada por material didático permeado por filmes, relatos e documentários das viagens. TECNOLOGIA Um Navio-Escola deverá possuir o que há de mais moderno em termos de equipamentos para formação do profissional que embarcará na moderna frota que se anuncia. O uso de simuladores poderá suprir esta necessidade, mas deverá também haver condições do aluno conhecer equipamentos reais e nem sempre tão modernos. Um Navio-Escola no tráfego comercial será este recurso, recebendo adaptações para o corpo de alunos, instrutores, simuladores, salas de aula, etc. Após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, a Organização Marítima Internacional adotou diversas medidas para aumentar a proteção das instalações portuárias e dos navios, entre elas a principal foi a adoção do ISPS Code. INFRA-ESTRUTURA EMBARCADA Para atender aos requisitos do Código STCW, instrumento da Convenção Internacional sobre Padrões de Formação, Certificação e Serviço de Quarto para Marítimos, 1978, emendas de 1995 e compilação de 2008, o projeto do Navio-Escola deve contemplar os seguintes recursos: Acomodações O Navio-Escola deverá possuir alojamentos suficientes para acomodar a tripulação, instrutores, alunos e o corpo de profissionais de apoio: psicólogo e médico ou enfermeiro. Tripulação A tripulação deverá ser formada pelos seguintes tripulantes: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 1 Comandante: Capitão de Longo Curso (CLC) com pelo menos 4 anos de embarque na função; 1 Imediato: Capitão de Cabotagem (CCB) com pelo menos 4 anos de embarque na função; 1 Encarregado de Navegação: Primeiro Oficial de Náutica (1ON) com pelo menos 4 anos de embarque na função; 2 Oficiais de Quarto de Navegação: Segundo Oficial de Náutica (2ON) com pelo menos 3 anos de embarque na função; 1 Contra-Mestre: Contra-Mestre (CTR) com pelo menos 4 anos de embarque na função; 1 Faroleiro: Marinheiro de Convés (MNC) com pelo menos 3 anos de embarque na função; 4 Marinheiros de Convés: Marinheiro de Convés (MNC) com pelo menos 2 anos de embarque na função; 1 Moço de Convés: Moço de Convés (MOC) com pelo menos 1 ano de embarque na função; 1 Enfermeiro: Enfermeiro (ENF) com pelo menos 3 anos de embarque na função; 1 Chefe de Máquinas: Oficial Superior de Máquinas com pelo menos 4 anos de embarque na função; 1 Sub-Chefe de Máquinas: Primeiro Oficial de Máquinas com pelo menos 4 anos de embarque na função; 2 Oficiais de Quarto de Máquinas: Segundo Oficial de Máquinas com pelo menos 3 anos de embarque na função; 1 Eletricista: Eletricista com pelo menos 4 anos de embarque na função; 1 Mecânico: Condutor de Máquinas com pelo menos 4 anos de embarque na função; 1 Paioleiro: Marinheiro de Máquinas com pelo menos 3 anos de embarque na função; 2 Marinheiros de Máquinas: Marinheiro de Máquinas (MNM) com pelo menos 2 anos de embarque na função; 1 Moço de Máquinas: Moço de Máquinas (MOM) com pelo menos 1 ano de embarque na função; 2 Cozinheiros: Cozinheiro (CZA) com pelo menos 3 anos de embarque na função; 5 Taifeiros: Taifeiro (TAA) com pelo menos 2 anos de embarque na função. Página 38 de 87 Projeto NEMerc Algumas funções acima, quando comparadas a uma tripulação atual, possuem uma maior quantidade de tripulantes. O motivo principal deste acréscimo é que o tripulante irá complementar o treinamento do Instrutor com alguns exemplos práticos, sem perder o foco no seu trabalho. A presença de muitos alunos pode distrair quem está trabalhando, bem como se transformar em importante colaboração quando há a participação do grupo. Um número maior de tripulantes na seção de convés irá propiciar a instrução sobre pintura e conservação do navio, uma excelente apresentação do mesmo e uma maior segurança nas operações de atracação e desatracação. Um número maior de tripulantes na seção de máquinas irá proporcionar um período maior de aulas práticas nos equipamentos do navio, favorecendo a conservação dos mesmos. Profissionais eletricistas com ampla experiência irão complementar o ensino de eletricidade, instrumentação e automação. Alunos Cerca de 100 alunos poderão embarcar simultaneamente, sendo 50 para a carreira de convés e 50 para a de máquinas. Esta quantidade de alunos exige um número maior de tripulantes para a limpeza, alimentação, lavanderia, entre outras atividades. Cada aluno receberá uma ajuda de custo mensal de cerca de R$ 700,00 (setecentos reais). Para alguns, isto pode se transformar no sustento da família, para outros, um dinheiro a ser gasto em boates, por exemplo. A equipe de apoio deverá analisar estas tendências e considerá-las ao traçar o perfil do aluno. Instrutores Este é um item de extrema importância para o objetivo deste Projeto. O Navio-Escola Mercante deve ser visto pelos Instrutores como um “prêmio” ou o reconhecimento profissional. Isto também se aplica à tripulação e profissionais de apoio. Por este motivo, fazer parte do corpo docente e/ou da tripulação do Navio-Escola Mercante deverá ser um estímulo a mais para os profissionais no mercado de trabalho. Muitos desejarão o reconhecimento e por isso irão apresentar um melhor desempenho profissional. Entre os principais requisitos para o corpo docente estão a didática, a capacidade de comunicação, a postura, os exemplos profissionais e o conhecimento. Dominar a informática não é exclusividade destes profissionais, hoje é uma exigência para todos, quer seja a bordo, quer seja em terra. O Instrutor só poderá desempenhar suas atividades com a devida competência se por trás dele existir uma estrutura administrativa organizada, material e recursos didáticos de qualidade e proventos compensadores. • • • • • 2 Instrutores de Náutica: Oficial de Náutica ou especialista em navegação estimada e costeira, navegação astronômica, navegação eletrônica, estabilidade, operações de carga, manobras do navio, arte naval, comunicações, códigos e convenções, equipamentos e sistemas de combate a incêndio, equipamentos e sistemas de salvatagem, cuidados médicos e primeiros socorros e prática de simulação; 2 Instrutores de Máquinas: Oficial de Máquinas ou especialista em máquinas e motores, termodinâmica, automação, instrumentação, eletricidade, refrigeração, operações de carga, equipamentos e sistemas de combate a incêndio, equipamentos e sistemas de salvatagem e prática de simulação; 1 Instrutor de Arte Naval: Contra-Mestre ou especialista em arte naval, marinharia, conservação e pintura do navio; 1 Instrutor de Eletricidade e Automação: Oficial de Máquinas, Eletricista ou especialista em automação, instrumentação, eletricidade e prática de simulação; 1 Instrutor de Informática: Oficial de Náutica ou especialista em redes, sistemas operacionais, configuração de PC, aplicativos de escritório, aplicativos marítimos, comunicações GMDSS, internet e prática de simulação; Página 39 de 87 Projeto NEMerc • 1 Instrutor de Inglês: Especialista para aulas de imersão no idioma inglês de todas as pessoas a bordo em simulador e na rotina normal. Cada Instrutor deverá receber salário compatível com a função de Imediato, no caso de oficiais e assemelhados, e compatível com a função de Contra-Mestre, no caso de subalternos e guarnição. Profissionais de Apoio Para auxiliar na avaliação dos alunos embarcados e traçar o perfil com ênfase na vocação para a carreira no mar, profissionais de psicologia deverão acompanhar a rotina de bordo e as aulas práticas, teóricas e nos simuladores. Deverá haver um profissional de nutrição responsável pela confecção dos cardápios e supervisão da confecção das alimentações, conservação dos alimentos e higiene. Cada profissional de apoio deverá receber salário compatível com a função de Encarregado de Navegação. Simuladores O Navio-Escola será um navio de carga convencional do tráfego e, por este motivo, deverá haver o recurso de simulação para complementar o ensino em outros tipos de carga. Se o Navio-Escola for um navio petroleiro, por exemplo, deverão ser instalados simuladores para operações de carga com contêineres, granel seco, produtos químicos e gás (GLP e GNL). Entre os simuladores que podem ser instalados, destacamos os seguintes: • • • • • • • Manobra do Navio: Podendo carregar qualquer tipo de navio, este simulador poderá ser usado para o treinamento de alunos na condução, manobra, comunicações, gerenciamento de passadiço, navegação eletrônica, Radar/ARPA, AIS, ISPS, entre outros. Deve ser composto por um passadiço de manobras Classe A (240º de horizonte de visualização) e certificado pela DNV utilizando pelas de plasma de 60” e estação de instrutor; e-Navigation: Simulador para o treinamento na navegação eletrônica, comunicações, Radar/ARPA, AIS, ECDIS (Sistema de Navegação e Informação em Cartas Eletrônicas) e GMDSS. Deve ser composto por uma sala com projetor multimídia, estação de instrutor e 6 estações de aluno; Operações com Cargas Líquidas: Simulador para operações com cargas a granel em navios petroleiros, quimiqueiros e gaseiros (GLP e GNL). Inclui operações de lastro, lavagem com óleo e sistemas de inertização. Deve ser composto por uma sala com projetor multimídia, estação de instrutor e 6 estações de aluno; Praça de Máquinas: Simulador para os diversos tipos de máquinas e sistemas auxiliares de navios petroleiros, porta-contêineres, carga geral, quimiqueiros, gaseiros, pesqueiros e rebocadores azimutais. Deve ser composto por uma sala com projetor multimídia, estação de instrutor e 6 estações de aluno; Planta de Refrigeração: Simulador para os equipamentos de uma planta de refrigeração e formação de gelo. Deve ser composto por uma sala com projetor multimídia, estação de instrutor e 6 estações de aluno; Sistema de Posicionamento Dinâmico: Simulador para o treinamento na operação de Sistemas DP nos diversos tipos de navios utilizados atualmente na indústria do petróleo. Deve ser composto por uma sala com projetor multimídia, estação de instrutor e 6 estações de aluno Simulador de Combate a Incêndio: Simulador para operações de combate a incêndio a bordo, com ênfase nos procedimentos corretos. Deve ser composto por uma sala com 3 telas de plasma de 60”, e estação de instrutor. Página 40 de 87 Projeto NEMerc Auditórios O Navio-Escola deverá possuir uma área capaz de receber todas as pessoas embarcadas no mesmo lugar, dotada de recursos multimídia, assentos e conforto térmico suficiente. Auditórios secundários poderão ser instalados. Salas de Estar e TV O Navio-Escola deverá possuir pelo menos 4 salas de estar e TV dotadas de assentos confortáveis, TV’s de LCD ou LED Full HD. Deverá haver um sistema de TV por satélite disponível 24 horas por dia, bem como o acesso à Internet compartilhado em PC’s dedicados à comunicação com os familiares e amigos. Estas salas poderão ser usadas para a apresentação de vídeos didáticos. Hotelaria Devido à quantidade de pessoas embarcadas, o Navio-Escola deverá ser dotado de lavanderia e cozinha capazes de atender à demanda diária. 3 dos 5 Taifeiros deverão trabalhar na lavanderia, 2 durante o dia e 1 durante a noite. A cozinha deverá funcionar em turnos com refeições nos horários a seguir: • • • • • • • 23:00 às 01:00 h – Lanche: Troca de serviço; 03:00 às 05:00 h – Lanche: Troca de serviço; 06:00 às 09:00 h – Lanche: Troca de serviço; 11:00 às 13:00 h – Almoço: Troca de serviço; 15:00 às 17:00 h – Lanche: Troca de serviço; 17:00 às 19:00 h – Jantar: Intervalo de aula; 19:00 às 21:00 h – Lanche: Troca de serviço; O sistema de atendimento será o “Self-Service”. O refeitório será provido de refresqueiras, sanduícheiras, máquina de café, de refrigerantes e de gelo. O Navio-Escola deverá ser dotado de grupo destilador com capacidade suficiente para atender ao consumo de água potável em regime de viagem. INFRA-ESTRUTURA EM TERRA Administração A administração do Navio-Escola ficará a cargo de uma entidade sem fins lucrativos, autônoma e regida pela legislação brasileira. Esta entidade, após assinatura de contrato, passará a ser responsável pela operação do Navio-Escola como Armador, em uma situação fiscal e tributária diferenciada a ser definida após reuniões com as Secretarias da Receita Federal e Estadual. Como Armador, esta entidade irá gerir os fundos obtidos por empréstimo para a reforma do Navio-Escola para a modernização, instalação de simuladores e equipamentos e alterações nos alojamentos e demais compartimentos. Para as despesas rotineiras tais como salários, materiais de consumo, combustível, alimentação, entre outros, a entidade responsável assinará contrato de afretamento do Navio-Escola para manutenção no tráfego e geração de receita. Todos os profissionais embarcados serão contratados com uso da receita mensal obtida através do afretamento da embarcação. Página 41 de 87 Projeto NEMerc A administração em terra será ainda responsável por coordenar a logística e despesas de terra tais como condução e restaurante, para passeios de visita a pontos de interesse, históricos ou não, usados na formação dos alunos. Página 42 de 87 Projeto NEMerc Petroleiro NAVIO-ESCOLA PETROLEIRO CONVENÇÃO MARPOL – CASCO DUPLO A Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios – MARPOL 73/78, Anexo I, possui as seguintes definições: 28.5 petroleiro entregue antes de 6 de julho de 1996 significa um petroleiro: .1 .2 .3 .4 28.5 para o qual o contrato de construção tenha sido assinado antes de 6 de julho de 1993; ou na ausência de um contrato de construção, cuja quilha tenha sido batida, ou que estivesse num estágio de construção semelhante, antes de 6 de janeiro de 1994; ou cuja entrega tenha sido feita antes de 6 de julho de 1996; ou que tenha sofrido uma conversão de vulto: .1 para a qual o contrato tenha sido assinado antes de 6 de julho de 1993; ou .2 na ausência de um contrato de construção, cujos trabalhos de construção tenham sido iniciados antes de 6 de janeiro de 1994; ou .3 que tenha sido concluído antes de 6 de julho de 1996. petroleiro entregue em 6 de julho de 1996 ou depois significa um petroleiro: .1 .2 .3 .4 para o qual o contrato de construção tenha sido assinado em 6 de julho de 1993 ou depois; ou na ausência de um contrato de construção, cuja quilha tenha sido batida, ou que estivesse num estágio de construção semelhante, em 6 de janeiro de 1994 ou depois; ou cuja entrega tenha sido feita em 6 de julho de 1996 ou depois; ou que tenha sofrido uma conversão de vulto: .1 para a qual o contrato tenha sido assinado em 6 de julho de 1993 ou depois; ou .2 na ausência de um contrato de construção, cujos trabalhos de construção tenham sido iniciados em 6 de janeiro de 1994 ou depois; ou .3 que tenha sido concluído em 6 de julho de 1996 ou depois. Além das outras disposições deste Anexo da Convenção MARPOL, chamamos a atenção para a seguinte Regra: Regra 19 Prescrições relativas ao casco duplo e ao fundo duplo para petroleiros entregues em 6 de julho de 1996 ou depois 1 Esta regra deverá se aplicar a petroleiros de 600 toneladas de porte bruto ou mais, entregues em 6 de julho de 1996 ou depois, como definido na Regra 1.26.6, da seguinte maneira: 2 Todo petroleiro de 5.000 toneladas de porte bruto ou mais deverá: .1 em lugar dos parágrafos 12 a 15 da Regra 18, como for aplicável, atender às exigências do parágrafo 3 desta regra, a menos que esteja sujeito ao disposto nos parágrafos 4 e 5 desta regra; e Página 43 de 87 Projeto NEMerc .2 atender, se for aplicável, às exigências da Regra 28.6. 3 Todo o comprimento dos tanques de carga deverá ser protegido por tanques ou espaços de lastro, que não tanques que transportam óleo, da seguinte maneira: .1 Tanques ou espaços laterais Os tanques ou espaços laterais deverão se estender por toda a profundidade do costado do navio ou da parte superior do fundo duplo até o convés mais elevado, não levando em consideração uma borda arredondada, onde houver. Eles deverão estar dispostos de tal modo que os tanques de carga fiquem localizados mais para o interior do navio em relação à linha moldada das chapas do costado, em nenhum local a uma distância menor do que w que, como mostrado na Figura 1, medida em qualquer seção transversal perpendicularmente às chapas do costado, como especificado abaixo: w = 0,5 + DW (m) , ou 20.000 w = 2,0 m, o que for menor. O valor mínimo de w = 1,0 m. .2 Tanques ou espaços de duplo fundo Em qualquer seção transversal, a profundidade de cada tanque ou espaço de fundo duplo deverá ser tal que a distância entre o fundo dos tanques de carga e a linha moldada das chapas do casco, medida perpendicularmente às chapas do fundo do casco, como mostrado na Figura 1, não seja menor do que a especificada abaixo: h = B/15 ou h = 2,0 m, a que for menor. O valor mínimo de h = 1,0 m. .3 Curvatura da área do porão, ou em locais sem uma curvatura do porão definida Quando as distâncias h e w forem diferentes, a distância w deverá ter preferência nos níveis que estiverem mais de 1,5 h acima da linha de base, como mostrado na Figura 1. .4 A capacidade reunida dos tanques de lastro Em petroleiros para óleo cru de 20.000 toneladas de porte bruto ou mais, e em petroleiros para produtos, de 30.000 toneladas de porte bruto ou mais, a capacidade reunida dos tanques laterais, dos tanques de fundo duplo, tanques de colisão de vante e tanques de colisão de ré não deverá ser inferior à capacidade dos tanques de lastro segregado necessária para atender às exigências da Regra 18 deste Anexo. Os tanques ou espaços de fundo duplo utilizados para atender às exigências da Regra 18 deverão estar localizados da maneira mais uniforme possível ao longo do comprimento dos tanques de carga. Uma capacidade adicional de lastro segregado, proporcionada para reduzir o esforço de flexão da longarina longitudinal do casco, o trim, etc., poderá estar localizada em qualquer local no navio. .5 Pocetos de aspiração nos tanques de carga Os pocetos de aspiração existentes nos tanques de carga podem projetar-se para o duplo fundo abaixo da linha limite definida pela distância h, desde que esses pocetos sejam tão pequenos quanto possível e que a distância entre o fundo do poceto e as chapas do fundo do casco não seja inferior a 0,5 h. .6 Redes de lastro e de carga Página 44 de 87 Projeto NEMerc As redes de lastro e outras redes, tais como tubos de sondagem e suspiros dos tanques de lastro, não deverão passar através de tanques de carga. As redes de carga e outras redes semelhantes que vão para os tanques de carga não deverão passar através de tanques de lastro. Poderão ser concedidas dispensas do cumprimento destas exigências para pequenos comprimentos de redes, desde que sejam completamente soldadas, ou unidas de maneira equivalente. Para os tanques ou espaços de fundo duplo aplica-se o seguinte: .1 Poderão ser dispensados os tanques ou espaços de fundo duplo, como exigido no parágrafo 3.2 desta regra, desde que o projeto do petroleiro seja tal que a pressão da carga e dos vapores exercida sobre as chapas do fundo do casco que formam uma única divisória entre a carga e o mar não ultrapasse a pressão hidrostática externa da água do mar, como expresso na seguinte fórmula: f x hc x ?c x g + p = dn x ?s x g onde: hc = altura da carga em contato com as chapas do fundo do casco, em metros ρc = densidade máxima da carga em kg/m3 dn = calado de operação mínimo em qualquer condição de carregamento esperada, em metros ρs = densidade da água do mar, em kg/m3 p = máxima regulagem de pressão acima da pressão atmosférica (pressão manométrica) da válvula de pressão/vácuo existente para o tanque de carga, em Pa f = fator de segurança = 1,1 g = aceleração normal da gravidade (9,81 m/s2). .2 Qualquer divisória que seja necessária para satisfazer às exigências acima deverá estar localizada a uma altura não inferior a B/6 ou 6 metros, a que for menor, mas não superior a 0,6 D acima da linha de base, onde D é o pontal moldado a meio navio. .3 A localização dos tanques ou espaços laterais deverá ser como a definida no parágrafo 3.1 desta regra, exceto que, abaixo de um nível de 1,5 h acima da linha de base, onde h é a medida definida no parágrafo 3.2 desta regra, a linha limite dos tanques de carga pode ser vertical até as chapas do fundo do casco, como mostrado na figura 2. 5 Outros métodos de projeto e de construção de petroleiros também podem ser aceitos como alternativas para as exigências estabelecidas no parágrafo 3, desta regra, desde que esses métodos assegurem pelo menos o mesmo nível de proteção contra a poluição por óleo em caso de colisão ou de encalhe e sejam aprovados, em princípio, pelo Comitê de Proteção ao Meio Ambiente Marinho, com base nas diretrizes elaboradas pela Organização. 6 Todo petroleiro de menos de 5.000 toneladas de porte bruto deverá cumprir o disposto nos parágrafos 3 e 4 desta regra, ou deverá: .1 ser dotado, pelo menos, de tanques ou espaços de fundo duplo que tenham uma profundidade tal que a distância h especificada no parágrafo 3.2 desta regra atenda ao seguinte: h = B/15 (m) com um valor mínimo de h = 0,76 m; na curvatura da área do porão e em locais em que não haja uma curvatura do porão claramente definida, a linha limite dos tanques de carga deverá correr paralelamente à linha de meio navio do fundo chato, como mostrado na figura 3; e Página 45 de 87 Projeto NEMerc .2 ser dotado de tanques de carga dispostos de tal maneira que a capacidade de cada um deles não ultrapasse 700 m3, a menos que os tanques ou espaços laterais estejam dispostos de acordo com o parágrafo 3.1 desta regra, obedecendo ao seguinte: w = 0, 4 + 2,4 ⋅ DW (m ) 20.000 com um valor mínimo de w = 0,76 m. 7 Não deverá ser transportado óleo em qualquer espaço que se estenda por ante a vante da antepara de colisão de vante, localizada de acordo com a Regra II-1/11 da Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar, 1974, como emendada. Um petroleiro do qual não seja exigido que tenha uma antepara de colisão de acordo com aquela regra não deverá levar óleo em qualquer espaço que se estenda por ante a vante do plano transversal perpendicular à linha de centro, que está localizada como se existisse uma antepara de colisão localizada de acordo com aquela regra. 8 Ao aprovar o projeto e a construção de petroleiros a serem construídos de acordo com as disposições desta regra, as Administrações deverão levar na devida consideração os aspectos gerais de segurança, inclusive a necessidade de se realizar manutenção e inspeções nos tanques e espaços laterais e de duplo fundo. Página 46 de 87 Projeto NEMerc Regra 20 Exigências relativas ao casco duplo e ao fundo duplo para petroleiros entregues antes de 6 de julho de 1996 1 2 3 A menos que expressamente disposto em contrário, esta regra: .1 deverá se aplicar a petroleiros de 5.000 toneladas de porte bruto ou mais, que tenham sido entregues antes de 6 de Julho de 1996, como definido na Regra 1.28.5 deste Anexo; e .2 não deverá se aplicar a petroleiros que cumpram a Regra 19 e a Regra 28 no que diz respeito ao parágrafo 28.6, que tenham sido entregues antes de 6 de Julho de 1996, como definido na Regra 1.28.5 deste Anexo; e .3 não deverá se aplicar aos petroleiros cobertos pelo subparágrafo 1 acima e que cumpram a Regra 19.3.1 e 19.3.2, ou 19.4 ou 19.5 deste Anexo, exceto que as exigências relativas às distâncias mínimas entre os limites dos tanques de carga e as chapas do costado e do fundo do navio não precisam ser atendidas em todos os aspectos. Neste caso, as distâncias de proteção lateral não deverão ser inferiores às especificadas no Código Internacional de Produtos Químicos a Granel para a localização de tanques de carga do tipo 2, e as distâncias de proteção do fundo na linha de centro deverão cumprir o disposto na Regra 18.15.2 deste Anexo. Para os efeitos desta regra: .1 “Óleo diesel pesado” significa o óleo diesel marítimo, que não os destilados, dos quais mais de 50% do volume destile a uma temperatura não superior a 340ºC quando testado pelo método aceitável para a Organização; .2 “Óleo combustível” significa os destilados pesados, os resíduos de óleo cru ou misturas daqueles materiais destinados à utilização como combustível para a produção de calor ou de energia, com uma qualidade equivalente à da especificação aceitável para a Organização. Para os efeitos desta regra, os petroleiros são divididos nas seguintes categorias: .1 “Petroleiro da Categoria 1” significa um petroleiro de 20.000 toneladas de porte bruto ou mais, que transporta óleo cru, óleo combustível, óleo diesel pesado ou óleo lubrificante como carga, e de 30.000 toneladas de porte bruto ou mais que transporta outros óleos que não os acima, que não atenda às exigências para petroleiros entregues depois de 1° de Junho de 1982, como definido na Regra 1.28.4 deste Anexo; .2 “Petroleiro da Categoria 2” significa um petroleiro de 20.000 toneladas de porte bruto ou mais, que transporta óleo cru, óleo combustível, óleo diesel pesado ou óleo lubrificante como carga, e de 30.000 toneladas de porte bruto ou mais que transporta outros óleos que não os acima, que atenda às exigências para petroleiros entregues depois de 1° de Junho de 1982, como definido na Regra 1.28.4 deste Anexo; .3 “Petroleiro da Categoria 3” significa um petroleiro de 5.000 toneladas de porte bruto ou mais, mas de menos do que o especificado no subparágrafo 1 ou 2 deste parágrafo. 4 Um petroleiro ao qual se aplique esta regra deverá atender às exigências dos parágrafos 2 a 5, 7 e 8 da Regra 19 e a Regra 28 no que diz respeito ao parágrafo 28.6 deste Anexo, no máximo até 5 de Abril de 2005, ou até o aniversário da data de entrega do navio, na data ou no ano especificado na tabela a seguir: Página 47 de 87 Projeto NEMerc 5 Apesar do disposto no parágrafo 4 desta regra, no caso de um petroleiro da Categoria 2 ou 3 dotado de fundos duplos ou de cascos duplos não utilizados para o transporte de óleo e que se estendam por todo o comprimento dos tanques de carga, ou de espaços de fundo duplo que não sejam utilizados para o transporte de óleo e que se estendam por todo o comprimento dos tanques de carga, mas que não atendam às condições necessárias para que sejam dispensados do disposto no parágrafo 1.3 deste regra, a Administração poderá permitir que ele continue operando além da data especificada no parágrafo 4 deste regra, desde que: .1 o navio estivesse em atividade em 1° de Julho de 2001; .2 a Administração esteja convencida, por meio de uma verificação feita nos registros oficiais, de que o navio atendeu às condições especificadas acima; .3 as condições do navio acima especificadas permaneçam inalteradas; e .4 este prolongamento das operações não vá além da data na qual o navio atinge 25 anos após a data da sua entrega. 6 Um petroleiro da Categoria 2 ou 3, com 15 anos ou mais depois da data da sua entrega, deverá atender ao Esquema de Avaliação das Condições adotado pelo Comitê de Proteção do Meio Ambiente Marinho através da Resolução MEPC.94(46), como emendada, desde que aquelas emendas sejam adotadas, postas em vigor e surtam efeito de acordo com o disposto no artigo 16 da presente Convenção, relativo aos procedimentos de emendas aplicáveis a um apêndice de um Anexo. 7 A Administração poderá permitir que um petroleiro da Categoria 2 ou 3 continue operando além da data especificada no parágrafo 4 desta regra, se os resultados satisfatórios obtidos no Esquema de Avaliação das Condições confirmarem que, na opinião da Administração, o navio está apto para continuar operando, desde que a operação não vá além do aniversário da data de entrega do navio em 2015, ou da data em que o navio atingir 25 anos depois da data da sua entrega, a que ocorrer antes. 8 .1 A Administração de uma Parte da presente Convenção que permitir a aplicação do parágrafo 5 desta regra, ou que permitir, suspender, retirar ou abrir mão da aplicação do parágrafo 7 deste regra para um navio autorizado a arvorar a sua bandeira deverá comunicar imediatamente à Organização, para divulgação às Partes da presente Convenção, os detalhes da sua medida, para a sua informação e medidas cabíveis, se houver alguma. .2 Uma Parte da presente Convenção terá o direito de negar a entrada em seus portos ou em seus terminais ao largo sob a sua jurisdição de petroleiros que estiverem operando de acordo com o disposto no: .1 parágrafo 5 desta regra, além do aniversário da data da entrega do navio em 2015; ou .2 parágrafo 7 desta regra. Nestes casos, aquela Parte deverá informar à Organização, para divulgação às Partes da Presente Convenção, os detalhes daquela negativa, para a sua informação. Página 48 de 87 Projeto NEMerc De acordo com as Convenções Internacionais SOLAS e MARPOL da IMO, alguns navios-tanque para o transporte de derivados de petróleo da Transpetro passarão, a partir de 2010, a não atender mais os requisitos para a permanência em tráfego comercial. A Autoridade Marítima brasileira poderá, de acordo com estas mesmas Convenções, emitir autorização para prorrogação do tráfego comercial, mas este mesmo tráfego poderá ser apenas em Águas Jurisdicionais Brasileiras – AJB. Esta restrição de tráfego coloca os navios na situação “sub-standard”, com a conseqüente redução de fretes e mercado. Em 2008, a IMO publicou a Resolução MSC.266(84), referente ao 2008 SPS Code (Código de Segurança para Navios de Propósito Especial) revisado. Adotado anteriormente pela Resolução A.534(13), este documento ratifica sua abrangência para navios de propósito especial com mais de 500 de arqueação bruta (AB) e que transportem mais de 12 pessoas especiais. Entre as pessoas especiais, destacam-se: • pessoal engajado no treinamento e parte prática marítima para o desenvolvimento de qualidades náuticas adequadas para a carreira profissional no mar. A conversão de um navio-tanque (N/T) em um navio-escola (N/E), recebendo todos os certificados emitidos pela Autoridade Marítima, irá propiciar a manutenção deste navio em tráfego nacional e internacional. FROTA DA TRANSPETRO ATUAL A frota da Transpetro tem capacidade de transportar 2,9 milhões de toneladas de produtos e é formada por 53 embarcações. • • • • • • • 9 navios aliviadores para escoamento da produção de petróleo em alto-mar; 10 navios para o transporte de petróleo e de produtos escuros (óleo combustível e bunker); 7 navios para produtos escuros e claros (óleo diesel e gasolina); 18 navios para produtos claros; 6 navios gaseiros, para transporte de gás liquefeito de petróleo (GLP); 1 unidade flutuante de transferência e estocagem de petróleo (FSO); 1 embarcação de apoio marítimo. A coordenação dos navios-petroleiros é feita pelas Gerências de Transporte Marítimo (GETRAMs). GETRAM 3 Está à frente dos navios de transporte de produtos escuros e derivados (óleo combustível em geral e óleo combustível marítimo) e os que estão operando no escoamento do óleo cru produzido em diversos pontos do País. Navios: CANDIOTA - CANTAGALO - CARANGOLA - CARAVELAS - CARIOCA - LOBATO - LONDRINA LORENA BR - REBOUÇAS - RODEIO. GETRAM 1 Ano de Construção Tipo País de Origem Tipo de Casco Prefixo Nº IMO Porte Bruto Tipo de Propulsão Arqueação Bruta Arqueação Líquida Potência (BHP) Calado (m) Comprimento Total (m) Comp. Entre Perp. (m) Boca (m) Pontal (m) CANDIOTA CANTAGALO CARANGOLA CARAVELAS CARIOCA 19/12/1990 Escuros Brasil Duplo* PPSA 8113451 18.799 MFO 13.322 5.344 6.400x150 8,40 160,90 155,00 26,00 11,90 31/07/1990 Escuros Brasil Duplo* PPRY 8113449 18.835 MFO 13.322 5.344 6.400x150 8,40 160,90 155,00 26,00 11,90 13/12/1989 Escuros Brasil Duplo* PPYA 8113437 18.823 MFO 13.322 5.344 6.400x150 8,40 160,90 155,00 26,00 11,90 04/04/1986 Escuros Brasil Duplo* PPYF 8200034 18.922 MFO 13.322 5.344 6.400x150 8,40 160,90 155,00 26,00 11,90 21/07/1986 Escuros Brasil Duplo* PPRC 8200046 18.997 MFO 39.716 5.344 6.400x150 8,40 160,90 155,00 26,00 11,90 *Mas não atende integralmente à Regra da MARPOL devido à altura inferior do Duplo Fundo. Página 49 de 87 Projeto NEMerc ORÇAMENTO Um correto planejamento orçamentário é crucial para o sucesso do Projeto. A planilha orçamentária encontra-se no Anexo 4. Página 50 de 87 Projeto NEMerc Anexos ANEXOS Página 51 de 87 Projeto NEMerc Anexo 1 ANEXO 1 Artigos da revista Scandinavian SHIPPING GAZETTE, publicada em 22 de fevereiro de 2008. Página 52 de 87 Projeto NEMerc Retrato Continuado da Dinamarca Marítima (página 28) A campanha Carreira Mundial na Dinamarca continua por mais um ano com uma apresentação intensa do conjunto marítimo na Dinamarca, levando pessoas jovens para a escola. A campanha foi garantida pela doação de mais um milhão de coroas dinamarquesas do Fundo Marítimo Dinamarquês (Fundação Marítimo) e por quatro outras fundações de companhias de navegação. O tamanho das doações é confidencial, mas elas irão cobrir os custos até o final de 2008. “Nós mantemos a confidencialidade por diversos motivos”, explica Dan Knudsen, o recentemente empossado chefe do escritório da campanha, o qual está situado na sede da Associação Dinamarquesa de Armadores em Amaliegade, no centro de Copenhagen. Ele assumiu no lugar de Michael P. Elwert, que agora está trabalhando no escritório da Bimco. “A campanha continua apesar do fato de que não podemos apresentar qualquer prova de que ela está funcionando. Nós não podemos medir nossos anúncios ou a presença nas feiras e exposições de educação. Estamos trabalhando com perspectivas de longa duração, com um horizonte estimado de cinco ou dez anos em termos de definição do perfil da Dinamarca marítima”, explica Dan Knudsen. O setor marítimo vem lutando contra muitos anos de negligência para ter novos candidatos a cada ano. Não houve a necessidade de qualquer promoção a fim de se conseguir obter um perfil completo da indústria marítima. A Dinamarca marítima foi conhecida da antiga e curvada geração “Carreira Mundial mikkelsen”, mas falhou em obter a atenção das pessoas mais jovens no sistema educacional. Página 53 de 87 Projeto NEMerc O escritório da campanha tem, contudo algum tipo de medição do resultado da publicidade intensa. Em 2007 todos os objetivos para preenchimento das vagas nas escolas foram alcançados. Cerca de 200 novos jovens iniciaram no programa para oficial de bordo para as licenças simples e/ou dupla. As escolas tecnológicas para a formação de maquinistas também estavam felizes por encontrarem alunos suficientes para completar suas capacidades. O mesmo acontece para as funções de terra das empresas de navegação. A A. P. Møller-Mærsk é líder nesta categoria com cerca de 20.000 candidatos (de todo os lugares do mundo) para cerca de 180 postos como aprendizes de navegação. A campanha Carreira Mundial não é uma campanha isolada, mas sim complementada pelas próprias campanhas das companhias de navegação. “A campanha Carreira Mundial é como um guarda-chuva sobre a Dinamarca Marítima, mas cada companhia tem suas próprias tarefas em busca de jovens candidatos. Elas precisam anunciar em busca dos seus próprios aprendizes em jornais ou estações de TV locais”, explica Dan Knudsen. Entretanto, é ainda possível encontrar anúncios de emprego a partir do site Carreira Mundial, com links para as páginas de emprego, as quais são partes da campanha. “Desta forma os mais jovens podem acessar as oportunidades de emprego”, comenta Dan Knudsen. Anúncios desesperados A indústria da publicidade está rapidamente crescendo atualmente. Cada um, seja na indústria da navegação ou nos seus escritórios em terra, na marinha ou no exército, está gastando cada vez mais com publicidade a fim de conseguir candidatos suficientes para os empregos futuros em determinada indústria. É fato que o valor das ofertas de emprego deve aumentar de um total de cerca de 800 milhões de coroas dinamarquesas em 2007 para aproximadamente 2 bilhões em 2008. “Uma enorme quantidade de dinheiro está sendo gasta a cada ano por todos os que estão desesperados em conseguir candidatos para as vagas”, diz Dan Knudsen. Nas estações de TV dinamarquesas, os anúncios das associações de fazendeiros são seguidas por um anúncio da marinha e por outro de um laboratório médico prometendo a qualquer candidato que este é o emprego mais interessante do mundo. “Diante disto, a nossa campanha tem ido bem, mas nós temos que continuar a fim de manter a atenção e o foco na Dinamarca Marítima”, diz Dan Knudsen. “Existe ainda o tema de ‘quem’ eu posso ser ao invés do ‘que' eu posso ser para os mais jovens, como antigamente. Isto é algo que tem um peso enorme para um jovem que escolhe uma carreira em 2008. Mas por outro lado, todos os jovens tem interesse no sistema educacional do setor marítimo”, afirma Dan Knudsen. Atividade em Marstal Na Marstal Navigationsskole, que possui o programa educacional de acordo com o velho esquema para se tornar um moço de convés, um marinheiro de convés e um oficial de náutica a partir desta formação, o nível de atividade está aumentando. “Estou um pouco surpreso com a quantidade de candidatos para a turma de agosto deste ano”, informa Søren Vestergaard, Diretor da Marstal Navigationsskole. “No momento possuímos 28 candidatos, o que já é de 10–12 a mais do que nos anos anteriores e esta é uma surpresa muito positiva para nós”, acrescenta. Página 54 de 87 Projeto NEMerc Além disso, a Marstal Navigationsskole tem tido sucesso com a educação a distância via computadores. Atualmente 43 pessoas estão realizando seus treinamentos de 2º Oficial de Náutica até Comandante desta maneira. Página 55 de 87 Projeto NEMerc Recrutamento Offshore: DEMANDA EXCEDE A OFERTA (página 30) Os operadores noruegueses de apoio marítimo se depararam com uma forte redução de pessoal e muitos armadores foram obrigados a tripular suas frotas com tripulações menos experientes do que as desejadas. O recrutamento atual está muito aquém do atendimento às necessidades e tem provado ser difícil reverter uma tendência muito negativa, a qual iniciou na metade da década de 80. Os esforços para recrutamento objetivam treinar o marítimo para o offshore e também para a marinha mercante norueguesa. Estaremos apenas nos referenciando ao offshore a seguir. A Associação Norueguesa de Armadores (NSA) e o Maritime Forum patrocinam o recrutamento de diversas formas, das quais uma é a campanha pela Internet no site www.ikkeforalle.no (ikke for alle = not for everyone). Entretanto, o que está faltando é uma melhor sincronização de todos os diferentes esforços. Após isso, mais de 10.000 novos marítimos – dos quais a metade para o offshore – devem ser encontrados. O mercado de trabalho norueguês está incrivelmente aberto e os marítimos estrangeiros são então recrutados, a maioria oriunda da Comunidade Européia a fim de ser preservado o sistema de salários líquidos. Todavia, alguns navios podem nunca ficar plenamente operacionais por falta de profissionais. Mais estrangeiros a bordo É óbvio que a Noruega não pode fornecer os cerca de 2.000 a 3.000 marítimos necessários para atender a forte demanda provocada pelos novos navios que entrarão em atividade nos próximos anos. Somente neste ano 52 novos navios supridores (PSV) e 39 rebocadores de manuseio de âncoras (AHTS) serão entregues a armadores noruegueses e um número maior de tripulantes virá da Suécia, Finlândia, Polônia, Latvia e Lituânia e de outros países para compor as quantidades exigidas. Mas não existem salas para treinamento a bordo dos navios em atividade na indústria offshore e as tripulações existentes têm trabalhado muito duro. Os marítimos dos países acima mencionados são bons profissionais, mas com certeza sem nenhuma tradição no ambiente offshore. Muitos dos novos navios são unidades sofisticadas, as quais exigem o embarque de especialistas. O receio é o de que poucas pessoas plenamente treinadas a bordo dos navios de apoio marítimo estejam tão sobrecarregadas que sua capacidade de julgamento seja prejudicada. Um caso em mente é o do AHTS Bourbon Dolphin, que virou e afundou em abril do último ano. Apesar da conclusão da investigação estar somente em Página 56 de 87 Projeto NEMerc abril, é seguro afirmar que os navios eram muito pequenos para o trabalho. O estresse e a pressão sobre o Comandante e a tripulação podem ter contribuído para o acidente no qual pessoas perderam suas vidas. A galinha tem que voltar para o poleiro De volta à metade da década de 80, os armadores de apoio marítimo – navios supridores e AHTS – não estavam realmente interessados em um recrutamento organizado e no treinamento. O fornecimento de pessoal qualificado era adequado, e poucos armadores foram capazes de prever o iminente “boom” da indústria offshore, deixando sua escalada ocorrer. Nos próximos dez anos até a metade da década de 90, encontramos as sementes dos problemas de recrutamento atuais. Nestes anos os salários pagos às tripulações eram baixos e os armadores usavam uma grande piscina de marítimos bem treinados para seu próprio benefício. Não havia nada errado nisto, mas isto desencorajou as pessoas mais jovens a escolher uma carreira na frota offshore e muitos dos marítimos bem treinados deixaram também a profissão. Recentemente houve algumas tentativas de trazê-los de volta. Treinamento teórico A Noruega tem quatro universidades que oferecem curso superior no treinamento marítimo. São elas: Høgskolen em Vestfold, Høgskolen em Ålesund, Høgskolen em Tromsø e Høgskolen Stord/Haugesund. Em um nível inferior, existem 21 escolas, as quais têm disciplinas marítimas a oferecer. Além disso, o país tem quatro centros regionais de treinamento marítimo. Das quatro universidades, apenas a Høgskolen em Vestfold e em Ålesund oferece curso superior em três ou mais disciplinas. A Høgskolen em Vestfold tem disciplinas do bacharelado em ciências náuticas para se tornar um Oficial de Náutica, um bacharel em navegação e logística e um bacharel operação técnica marítima para se tornar um Oficial de Máquinas. Ålesund tem os dois primeiros bacharelados, mas nenhum em máquinas. Ao invés disso, a universidade oferece um curso de três semestres em navegação e economia. Entretanto, não há número suficiente de alunos escolhendo as disciplinas marítimas em qualquer nível, e o recrutamento não alcança doze por cento do total. Treinamento a bordo O treinamento a bordo é menos freqüente ultimamente, e isto é mais necessário do que nunca por que os navios se tronam cada vez mais sofisticados e mais e mais especialistas são exigidos. Talvez seja irônico que algum conhecimento do especialista, os quais os armadores estão agora buscando, estão escassos justamente porque os treinamentos a bordo foram reduzidos ao mínimo. Contudo, os armadores que reclamam da falta de treinamento a bordo não irão investir em mais tripulações de especialistas. Os problemas ocorrem na mesma velocidade com que os navios deixam os estaleiros. Recentemente um Oficial de Náutica alertou publicamente ter evitado um desastre como resultado pela inexperiência da tripulação. Nós tivemos o acidente do Bourbon Dolphin, mas deverão ocorrer muitos mais, como pressão do trabalho sobre estas pessoas sem experiência. A fim de garantir oficiais especialistas e tripulações para a frota offshore no futuro, os armadores podem ter que prestar mais atenção às queixas dos comandantes. Página 57 de 87 Projeto NEMerc Navio-Escola Sueco Recebe seu Segundo Grupo (página 34) O Atlantic Cartier fez a sua primeira viagem como um navio-escola neste outono com um grupo de alunos da Kalmar Maritime Academy. Um novo grupo de alunos, desta vez da Chalmers Shipping and Marine Technology University, estão se preparando agora para a sua primeira viagem no mar. “Eles começaram o treinamento em 21 de janeiro e esperamos que possam embarcar em 25 de fevereiro, mas acabamos de saber que o navio está atrasado”, informa Ove Germundsson, responsável pelo curso na Chalmers. O curso de longa duração de 15 semanas é um ensino preparatório que garante aos alunos um lugar no programa de máquinas nas academias marítimas em Kalmar e Göteborg respectivamente. Mas o mais importante é que ele dá aos alunos a chance de conhecerem a vida no mar. “É muito melhor que os alunos desistam após este curso preparatório do que após um ano nas academias marítimas”, explica Staffan Strive no Transatlantic. Uma chance para ver Desta forma, a idéia do projeto do Navio-Escola sueco – patrocinado pela Sjöfartens arbetsgivareförbund (Associação Sueca de Armadores), Atlantic Container Line e Transatlantic – é encontrar pessoas jovens interessadas em uma carreira no mar e dar-lhes a chance de ver um navio mercante real em ação e conhecer como é a vida e o trabalho em tal navio. O Atlantic Cartier foi preparado para o projeto pela conversão do cinema em uma sala de aula e seis camarotes para 1 pessoa cada foram convertidos em camarotes para duas pessoas cada, o que determina o número Página 58 de 87 Projeto NEMerc máximo de alunos em 12. Neste outono os camarotes não ficaram cheios, somente nove alunos embarcaram no Atlantic Cartier. “Deste vez garantimos encontrar doze alunos, mas isto é somente o começo. Levará tempo para que o projeto se estabeleça e seja aceito pela indústria e pelas escolas”, diz Staffan Strive. “Acho que devemos esperar mais um ano e ver se mais alunos encontram este curso preparatório. Os doze alunos têm agora entre 20 e 40 anos de idade e eles são todos iniciantes nesta atividade, mesmo se algum deles já tenha tido anteriormente contato com os aspectos tecnológicos”, explica Ove Germundsson. Outras iniciativas Staffan Strive também espera que o projeto produza outras iniciativas de recrutamento. “Da primeira vez que pensei sobre este projeto, minha esperança era que isso também desse a outras pessoas idéias sobre como encontrar mais pessoas jovens interessadas em embarcar. Eventualmente, desejo que haja um Navio-Escola sueco apropriado onde a educação possa ser ministrada a bordo, hoje não há problemas para as soluções técnicas para isso.” Mas o curso preparatório já é um bom começo. Mesmo se não tivermos certeza, até que no outono se inicie o semestre na universidade, de que os alunos que fizeram sua primeira viagem no mar a bordo do Atlantic Cartier comecem realmente a cursar no programa de máquinas marítimas, os sinais já são muito bons. “Já sei que pelo menos dois alunos do grupo da Kalmar iniciarão a cursar neste outono, e eles não fariam isso se não tivessem tido a chance de ter este curso preparatório.” Projeto único O Navio-Escola é uma novidade no cenário do recrutamento sueco, mas ele não deverá ser a única forma de se ter as pessoas jovens desejando trabalhar no mar. Se um jovem estudante do ensino médio sem qualquer experiência te chama, devemos fazer o máximo para ajudá-lo. “O problema é sempre ter beliche disponível a bordo. Mas eu irei ajudá-lo a ter sua CIR (Caderneta de Inscrição e Registro), sua familiarização e então ele pode começar a trabalhar como um Moço de Convés”, explica Staffan Strive. Com certeza isto não dará qualquer garantia a Staffan Strive e seus colegas em outras companhias de navegação suecas de encontrar beliches disponíveis para atender às necessidades futuras para marinheiros e oficiais suecos, pois eles são raros ou não existem. Este é o motivo do porque as esperanças são grandes no projeto do Navio-Escola Atlantic Cartier. “Este projeto é único e excitante, mas não é a resposta para todos os nossos problemas. Até agora este é apenas o segundo grupo que estamos enviando, mas todos os envolvidos estão comprometidos em continuar com este projeto. Todos os investimentos já foram feitos.” Página 59 de 87 Projeto NEMerc Dinheiro é o Principal Motivo para Permanecer no Mar (página 36) O dinheiro é o principal motivador para manter os profissionais aquaviários no mar. Pelo menos isto é o que pensa cada um dos 229 marítimos que responderam à enquete do site Shiptalk’s Life at Sea. A enquete foi realizada no último outono entre os visitantes voluntários no site Shiptalk. 43% dos que responderam eram principalmente homens em posições de chefia, que começaram a trabalhar embarcados logo após saírem da escola com idades entre 16 e 21 anos. Quando perguntados por que eles permanecem no mar, 27,5 % responderam que é porque eles ganham um salário que receberiam em terra. Um alto nível de satisfação no trabalho é o motivo para outros 18 % e o objetivo de trabalhar como Comandante ou Chefe-de-Máquinas é o terceiro motivo mais importante. Quando os visitantes foram também perguntados quais os fatores da sua vida no mar são os mais importantes para eles, as respostas são as mesmas que ouvimos anteriormente. 31,5 % dizem que o salário é o fator mais importante, enquanto 20 % dizem que a satisfação no trabalho é o mais importante. 19 % definem o tempo de folga como o fator mais importante e a folga remunerada é o fator mais importante para 12 % dos marítimos que responderam ao questionário. Mesmo quando a idade e as condições do navio são o fator mais importante para os participantes da enquete do Shiptalk quando eles têm que decidir sobre determinado navio para embarque, a vida a bordo e as condições de trabalho são o segundo fator mais importante. O tipo do navio, a duração da viagem, o período do pagamento do salário e o índice de registro de acidentes da companhia estão no mesmo nível de importância. Internet como recurso mais importante No final da lista de fatores mais importantes para a escolha de um navio, encontramos “Rotação de tripulação garantindo a troca com mesma que volta da folga”. Os padrões geográficos do comércio e a nacionalidade da tripulação não são muito importantes neste contexto. Uma vez embarcado, acessar a Internet é de longe o recurso mais importante para contato com os parentes, seguido do telefone. A possibilidade de enviar e receber e-mails tem mais importância do que os equipamentos Página 60 de 87 Projeto NEMerc de ginástica, o que indica a pior parte da vida no mar de acordo com esta enquete, o longo tempo gasto longe dos familiares e parentes. Sendo o acesso à Internet o recurso mais importante para a tripulação, o longo tempo afastado de caso é a pior coisa relacionada ao trabalho. Houve uma surpresa com a segunda pior coisa na vida do marítimo: muito papel para ser preenchido. Página 61 de 87 Projeto NEMerc Para Onde Vai o Jovem Marinheiro do SPICA? (página 38) Quando conversamos sobre recrutamento, a pergunta é sempre a mesma: Como você mantém as pessoas jovens na linha de trabalho no futuro? Porque eles perdem a chance de se tornar parte da tripulação a bordo de um navio? E se não, o trabalho atendeu às expectativas desta pessoa em particular? Estas perguntas foram levantadas por quem escreve estas linhas junto com a foto de um jovem rapaz em seu primeiro embarque a bordo do navio de cabotagem SPICA, no seu porto de registro de Nørresundby. O seu nome é Johan Ellerman. A foto foi tirada em dezembro de 1996, quando ele iniciou sua carreira como marinheiro na cabotagem, que foi armado por Svend Flyvbjerg, ele mesmo Armador e Comandante. Svend Flyvbjerg e a sua frota de navios de cabotagem, atualmente em 2008 apenas com o denominado SAXO, tem sido a primeira etapa para muitas pessoas jovens com interesse na vida no mar. Svend Flyvbjerg define desta maneira: “Normalmente temos estas pessoas jovens por um período de seis a oito meses e logo em seguida elas vão para um outro navio ou diretamente para a escola e posteriormente no sistema educacional.” Ele comenta ainda que: “Tem sido sempre uma tarefa interessante a de se ensinar uma pessoa jovem como realizar o trabalho ou agir melhor do que outras pessoas em uma pequena comunidade tal como a cabotagem. Em realidade, tenho gasto muito do meu tempo explicando para os jovens que eles estão cursando na melhor escola do mundo. Existem apenas três alunos e dois professores e eles podem aprender tudo o que desejarem. Se ele deseja realmente Página 62 de 87 Projeto NEMerc trabalhar com motores, temos muito trabalho a ser feito, ou se ele deseja pilotar um bobcat no porão de carga, isto também não é um problema, ou se ele deseja cozinhar para cinco pessoas a bordo, isto também pode ser arranjado”, informa Svend Flyvbjerg. Vida no mar – apenas um sonho Após trabalhar como detetive, o escritor tentou encontrar Johan Ellerman no endereço da sua residência em Ulstrup em Mid Jylland, bem longe de qualquer água. Johan não trabalha mais no segmento marítimo, mas ainda tem sonhos sobre a vida no mar. Você se lembra da foto tirada a 11 anos atrás nas escotilhas do SPICA em Nørresundby? “Oh, sim, que era um dia muito frio, mas eu estava embarcado desde julho de 1996 e confiante em me transformar em um marinheiro.” Você está ainda navegando ou o que aconteceu contigo? “Bem, esta é uma longa história, mas não, eu não navego mais. Eu abandonei o mar em 2001 quando embarcava no navios-tanque GNL (LPG) da Danish Arrow, os quais foram desativados e vendidos.” Você perdeu interesse em ser empregado no mar? “Não, realmente, eu fui para a escola em Frederikshavn e fiz o curso de promoção de Moço de Convés (OS) para Marinheiro de Convés (AB), mas logo após a minha formatura, minha namorada ficou grávida. Tivemos uma conversa e tomamos algumas decisões sérias. Ela não aceitava que eu estivesse ausente por longos períodos, e eu não estava confortável em me afastar de casa com meu filho crescendo. Assim a minha – e a nossa – decisão foi a de que eu tinha que deixar de navegar e conseguir um trabalho em terra.” OK, então você conseguiu um trabalho em terra? “Sim, eu moro em Ulstrup, que fica muito perto de Grundfos, uma fábrica de bombas mundialmente famosa. Existem lá muitas oportunidades de trabalho para pessoas pouco qualificadas como eu. Um diploma como Marinheiro de Convés não serve para nada em terra.” Página 63 de 87 Projeto NEMerc A Grundfos não oferece educação para pessoas como você? “Sim, eles oferecem, mas eu tive o azar em ter que me afastar por motivos de saúde neste momento, pois tive problemas com a minha coluna, assim não posso trabalhar. Eu tenho que ficar deitado ou descansar em casa ficando entediado. A fábrica é muito boa e eles possuem esquemas para pessoas com poucas habilidades como eu.” Você está ainda sonhando ou desejando voltar para o mar quando a criança crescer e ficar uma pouco mais velha? “Eu ainda sonho com isso. Eu fui muito feliz com o meu trabalho e a vida no mar. Mas as minhas esperanças em retornar não são mais as mesmas. Além do problema nas minhas costas, eu também tive um acidente com alguns fogos nas comemorações de Ano Novo e perdi parte da visão em um olho. Isto significa que eu nunca mais irei passar no teste para serviço de quarto a bordo de um navio. Desta forma eu acredito que devo permanecer em terra e não olhar mais para os navios.” Boa sorte no futuro! “Obrigado. E por favor me envie uma cópia da revista. Eu ainda gosto muito de ler sobre navegação e navios.” Responsabilidade O Johan Ellerman não é um perfil comum de jovens nesta faixa etária (nascido em 1978), mas está na média. Svend Flyvbjerg, armador do SPICA e Diretor da Rederiforeningen for Mindre Skibe (Associação de Armadores de Pequenos Navios), diz: “Nós temos uma obrigação com as pessoas mais jovens de que elas freqüentem escolas de marinheiros na esperança de conseguirem um emprego como Moço de Convés a bordo de um navio na cabotagem. Algumas vezes é muito mais fácil contratar um Marinheiro de Convés polonês ou russo. Eles são educados e você espera que eles saibam como é o trabalho, enquanto um jovem iniciante pela primeira vez no mar precisa ter muitas coisas sendo explicadas pelo Comandante ou pelo Oficial de Náutica e normalmente mais de uma vez. Isto cria alguma pressão sobre os oficiais, mas eu tento encorajá-los a fazer isso ao invés de se pedir um marinheiro estrangeiro mais experiente. Nós precisamos dar uma chance aos iniciantes para embarcar no futuro”, informa Svend Flyvbjerg. O navio de cabotagem SPICA, um dos mais modernos da frota dinamarquesa em 1996, também já saiu do cenário Marítimo Dinamarquês. Ele foi vendido para a Nova Zelândia em fevereiro de 2004 e agora está navegando como SOUTHERN TIARA. Página 64 de 87 Projeto NEMerc A Arte de se Manter o Staff (página 40) A falta de oficiais tem provocado o aumento dos salários em todo o mundo. Mas existem outras maneiras do que simplesmente oferecer mais dinheiro. A sueca Wallenius Marine também utiliza outros meios para atrair oficiais e mantê-los na companhia. A falta de oficiais não é algo novo para a frota mercante mundial, incluindo o armador sueco especializado em transportes de carros, a Wallenius Lines. “Voltar somente um ano, à época em que a Wallenius podia ser comparada a um piano que toca sozinho. Mesmo quando a situação estava difícil, a companhia tinha candidatos suficientes para preencher as vagas. Hoje o número de candidatos caiu drasticamente, principalmente devido à dura competição”, explica Pieter Sprangers, Encarregado de Recursos Humanos na Wallenius Marine. De acordo com Pieter Sprangers, a falta de oficiais não é apenas um dilema de uma dimensão: “O problema tem pelo menos três ângulos. Um é o nível do salário no mundo que nos cerca. Outro é o nível de oficiais que se aposentam. E o terceiro ângulo: os oficiais não são mais leais à sua profissão e carreira como ocorria no passado. E hoje eles estão mais inclinados a buscar sempre a melhor opção em outras empresas. A conexão com uma companhia de navegação específica é atualmente muito baixa.” Reivindicações salariais Uma solução muito usada nos dias de hoje pelas companhias de navegação é aumentar os salários para atrair oficiais; os oficiais estão em uma situação muito boa para reivindicar salários. “É óbvio que o dinheiro é um tema muito importante. Mas nós não estamos em condições de oferecer os mesmos salários da indústria offshore norueguesa, por exemplo.” Página 65 de 87 Projeto NEMerc A frota da Wallenius Lines possui atualmente 22 navios PCTC e ro-ro com bandeira sueca e 13 com a de Cingapura. A Wallenius Marine é responsável por armar e guarnecer os navios. Um grande número de oficiais são cidadãos suecos e conforme o Acordo TAP, a Wallenius poderia reduzir o número de oficiais suecos e recrutar oficiais filipinos. Mas novamente, as reivindicações salariais seriam as mesmas. De acordo com Pieter Sprangers, a Wallenius tem, todavia, intensificado seu trabalho na oferta de benefícios objetivando manter a competência importante na organização e atrair novas competências. “Nós acreditamos que os benefícios sociais e os fatores de estímulo interno são muito competitivos com os altos níveis salariais.” Treinamento e promoção A companhia trabalha portanto com um grande número de chaves. Duas partes importantes são o programa de treinamento e o de promoção. Os oficiais mais novos na companhia são induzidos a diversas etapas de treinamento para poderem galgar as funções de chefia. O programa de treinamento consiste de diversos níveis de competência; eles variam de diferentes sistemas de manutenção a exercícios manuais nos simuladores de manobra. A Wallenius está trabalhando em um plano de carreira, apontado para a visualização de todas as oportunidades para o progresso pessoal dos seus empregados. Uma parte natural disto é o procedimento para a promoção para gerenciar realmente todas as competências na companhia. Neste processo, os oficiais que apresentam bons resultados e possuem qualidades importantes não são esquecidos. “Se os nossos oficiais não sentem que nós estamos cuidando deles, não há futuro para eles na companhia, eles irão procurar emprego em outro lugar.” Talentos pontuais Para manter ainda a competência na companhia, a Wallenius irá tentar manter atenção aos talentos com a devida antecedência. “Nós estamos trabalhando em um sistema para identificar futuros líderes mais facilmente. Isto poderá ser um programa de estágio, onde você identifica candidatos adequados e então os coloca em diferentes programas de treinamento para aumentar suas competências e experiências.” Além disso, a Wallenius oferece um sistema de troca de carreira. “Após três ou quatro anos, quando os novos oficiais estão assumindo funções de chefia, eles estão na idade de constituírem famílias. Outras prioridades passam a ser mais importantes na vida, neste caso como uma companhia, devemos oferecer alternativas para a vida no mar.” Em terra para a família Um oficial que se torna pai ou mãe pode, se ele ou ela desejar, cambar para a organização em terra e trabalhar, por exemplo, como um cargo planner. Desta forma a Wallenius pode manter a competência dentro da companhia e o oficial poderá sempre voltar para o mar quando for uma situação melhor em termos familiares, de acordo com Pieter Sprangers. No futuro, a Wallenius pretende intensificar seu envolvimento nas academias marítimas. Hoje a Wallenius já trabalha próxima das academias na Suécia e Finlândia. Página 66 de 87 Projeto NEMerc “Em um intervalo de tempo de longa duração, a Wallenius deseja ser a opção número um para os alunos formados nas academias marítimas suecas. Nós fizemos algumas mudanças na nossa estratégia de aproximação com as academias. Hoje utilizamos muitas formas de atração, tais como as campanhas na mídia e o envolvimento nas atividades estudantis. Quando tivermos identificado um candidato para emprego na Wallenius, um ovo de ouro, nós não deixaremos esta pessoa escapar das nossas mãos.” Projeto Filipinas Para aumentar ainda mais a base de recrutamento entre os alunos, a Wallenius e a companhia de navegação Transatlantic estão nos blocos iniciais de um excitante projeto nas Filipinas. As companhias irão iniciar um cooperação com o Mapua Institute of Technology em Manila. A universidade tem uma estrutura semelhante à da Chalmers University of Technology na Suécia. “Em Mapua estaremos treinando Oficiais de Máquinas, Comandantes e tripulantes e também realizando os cursos de ascenção com certificação de oficiais. A universidade estará também disponível para cambar mestres em engenharia mecânica em oficiais de máquinas. Este projeto terá um ‘toque sueco’ em termos de níveis de treinamento, consciência ambiental bem como o treinamento em liderança e estruturas sociais.” “O projeto objetiva garantir nossas próprias necessidades de tripulantes na região e também manter um padrão de alta qualidade. Nós também desejamos colocar a bandeira sueca no solo em um local próprio.” No final de janeiro as partes enviaram uma carta de intenções relativas a este projeto para a Commission of Higher Education nas Filipinas. Página 67 de 87 Projeto NEMerc Anexo 2 ANEXO 2 Relatório da ATA DE REUNIÃO do TCU (parte): GRUPO I CLASSE V - Plenário Página 68 de 87 Projeto NEMerc Relatório da ATA DE REUNIÃO do TCU (parte) GRUPO I CLASSE V - Plenário TC009.196/2001-6 (c/ 02 volumes) Natureza: Auditoria de Natureza Operacional Órgão: Secretaria de Transportes Aquaviários Interessado: Tribunal de Contas da União O CUSTO OPERACIONAL DA BANDEIRA BRASILEIRA PERMITE A COMPETITIVIDADE DO ARMADOR NACIONAL? Considerações iniciais Os instrumentos de política governamental aplicados no passado buscaram atrair os empresários para a navegação, por meio da adoção de medidas destinadas a aumentar a lucratividade do setor de marinha mercante. Acontece que essa política adotada, diante de vários fatores, entre eles a concessão de subsídios e reserva de cargas, sem a exigência de contrapartidas de eficiência por parte dos agentes envolvidos, não prosperou. Bandeiras de Conveniência Atualmente, as empresas de navegação sob a proteção da bandeira brasileira têm como um dos fatores de desequilíbrio na competição pelo mercado de fretes a utilização, por um grande número de navios, das chamadas bandeiras de conveniência, patrocinadas por países conhecidos como “paraísos fiscais”, por meio do que essas frotas obtêm a redução de parte dos seus custos operacionais. Desse modo, a empresa brasileira de marinha mercante, em geral, opera em condições de menor competitividade internacional e com perspectiva de retorno inferior dos investimentos realizados, quando comparada àquelas que utilizam a bandeira de conveniência. A mencionada política de custos é adotada pelos seus principais concorrentes, que são as empresas que operam sob bandeiras de conveniência - da Libéria, Bahamas, Chipre, Panamá e de outros paraísos fiscais cujas legislações permitem reduções nos custos de operação das embarcações em até 40%, especialmente com relação às despesas tributárias e encargos sociais. Essa política chega a promover diferenciais de até 60% a menor nas despesas com pessoal, em comparação com as empresas nacionais, dificultando o interesse num possível aumento da frota por parte do armador nacional, haja vista que as empresas de navegação, como qualquer outro negócio, em seu planejamento estratégico consideram como precípua a questão do retorno financeiro do investimento realizado, a par do significativo volume de recursos demandado pelo setor. Um dos itens de maior peso no custo operacional, mormente no que tange ao transporte de granéis, refere-se à tripulação, sendo uma preocupação mantê-lo em nível adequado para vários países que têm marinha mercante expressiva no quadro mundial. A Austrália, por exemplo, preocupada em fortalecer a sua frota própria, alega que os custos com a tripulação é 2,5 vezes superior ao registrado em bandeiras de conveniência, acreditando ser de vital importância buscar uma mudança no sistema de contrato de trabalho hoje existente, como forma de buscar um melhor equilíbrio. A principal diferença encontrada entre os custos das bandeiras não é relativa aos salários, mas sim aos encargos sociais. Numa empresa de primeira linha operando sob bandeira de conveniência, que espontaneamente oferece benefícios aos seus tripulantes, os custos equivalentes aos encargos sociais representam cerca de 60% do salário base (referência: Martin Stopford - Maritime Economics). No caso brasileiro, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, o valor dos encargos sociais (compulsórios) pode chegar a 141% do salário base. Foi apontada a flexibilização de contratos coletivos de trabalho como uma solução para minimizar esse efeito negativo, a qual encontra-se, presentemente, em discussão no Congresso Nacional. Página 69 de 87 Projeto NEMerc Isso faz com que os marítimos em bandeira de conveniência possam ser melhor remunerados e, portanto, tenham uma melhor qualificação, realizando tarefas mais complexas relacionadas à manutenção preventiva e corretiva a bordo da embarcação. Subsídios em Outros Países A título de comparação, segue a relação de países que praticam subsídios de custos operacionais: França - auxílio governamental às empresas de navegação, correspondente ao reembolso de FF 45 mil por ano, para cada membro de tripulação, para custear os benefícios da previdência social dos marítimos franceses (redução de custo de mão-de-obra marítima); Itália - subsídios operacionais são concedidos às empresas de navegação estatais para compensar prejuízos incorridos em serviços marítimos regulares considerados vitais para a economia do país; Coréia do Sul - o artigo 14 da Lei de Apoio à Marinha Mercante prevê a concessão de subsídios operacionais às empresas de navegação enquanto deficitárias. Esta previsão não tem sido aplicada em anos recentes; México - as frotas controladas por empresas petrolíferas e mineradoras sob controle estatal recebem subsídios; Portugal - subsídios para renovação, modernização, reparo e atualização tecnológica de navios de até 15% do valor das despesas com estas rubricas, limitados a um valor de US$ 1 milhão por navio/ano; Estados Unidos - subsídio para o Diferencial de Operação (ODS). O governo subsidia os navios de bandeira americana, tendo como base a diferença entre a média de custos operacionais de países estrangeiros e o custo sob bandeira americana. Tripulação - Formação Para o desenvolvimento de recursos humanos, nos termos do parágrafo único do art. 9° do Decreto n° 2.256, de 17.06.97, que regulamenta o Registro Especial Brasileiro (REB), são repassados para o Fundo do Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo (FDEPM) 1,5% do valor líquido efetivamente depositado na conta do FMM, como cota-parte do AFRMM arrecadado no exercício, a título de compensação da redução de que trata o art. 13 da Lei nº 9.432, de 1997, que isenta as embarcações inscritas no REB do recolhimento de taxa para manutenção do FDEPM. Tripulação - Encargos Trabalhistas e Previdenciários Cabe menção à promulgação da Lei nº 9.432, de 08.01.97, que, além de melhor ordenar o transporte aquaviário nacional, criou o Registro Especial Brasileiro (REB), que tem por objetivo estimular o incremento da frota própria, oferecendo benefícios para a concorrência com os navios estrangeiros, com ênfase na disputa de mercado com os de bandeira de conveniência, visando minimizar os efeitos acima relacionados. Segundo relatos colhidos, o REB teve abrangência limitada quanto à redução dos encargos trabalhistas e previdenciários, cujos resultados alcançados diferem daqueles obtidos pela Noruega quando da implantação de seu segundo registro [modalidade que permite a redução de custos, através de facilidades para o armador, sem mudar a bandeira dos navios de sua frota, mantendo o governo o controle sobre eles, evitando a remessa de divisas para o exterior] que funciona a contento. Esclareça-se que os custos operacionais (tripulação, lubrificantes, reparo/manutenção, suprimentos, seguro de casco/máquina e custo administrativo) não afetam a competitividade das empresas de navegação como fatores isolados. A competitividade das empresas é o resultado de uma equação dependente de fatores externos e internos, tais como: escala de operação, incidência de tributos, custo de capital e custos operacionais (tripulação, operação e manutenção). Página 70 de 87 Projeto NEMerc A título de exemplificação, inseriu-se adiante uma comparação entre os custos operacionais de um navio do tipo porta-contêiner, fornecido por empresa de navegação nacional, e os custos médios internacionais de um navio de porte análogo, tendo este como fonte uma publicação de reputação internacional, a Drewry Shipping Consultants Ltd. (UK), que divulgou um relatório especial sobre o assunto, denominado “Ship Costs, Issues, Developmments and Prospects to 2003”. ALEU - ALIANÇA EUROPA - Porta-Container de 1.850 TEU’s - Bandeira Brasileira (07 anos) FC 1.850 - Média de custos internacionais - Porta-Container de porte similar (Fonte: Drewry Consultants Ltd.) VALORES EM USD/DIA (CUSTOS OPERACIONAIS) Navio ALEU (brasileiro) FC - 1850 (estrangeiro) 1. Tripulação 2.327 1.460 2. ReM (*) 902 680 3. Docagem 269 237 4. Equipamento 257 183 5. Seguro 593 441 6. Outros 146 85 7. Óleo Lubrificante 322 320 8. Administração 996 610 TOTAL 5.812 4.016 VALORES EM USD/DIA Custos de Capital 7.972 (**) 11.918 Custo Total: (Oper. + 13.784 15.934 Cap.) (*) Reparo e Manutenção (**) considerando o efeito de reversão de AFRMM como auxílio ao pagamento de financiamento. Percebe-se do exemplo extraído acima que o custo operacional da empresa brasileira de navegação, superior em aproximadamente 40%, na realidade, está sendo patrocinado em parte pelas boas condições de financiamento (custo de capital), ofertadas pelo Governo Federal, e também, pela reversão do AFRMM, por meio de recursos da conta-vinculada utilizados no pagamento do financiamento, o que tornou bastante inferior o seu custo total. Segundo algumas empresas de navegação, as novas condições de financiamento introduzidas recentemente pelo Programa “Navega Brasil” - Resolução BACEN nº 2.787/00, de 01.11.00, de fato favorecem a redução do custo de capital; entretanto, não são medidas consideradas suficientes para atrair o interesse dos armadores da navegação de longo curso no segmento de carga “conteinerizadas” e de cabotagem, porque se limitam ao custo de capital, não tendo sido introduzidas, em paralelo, medidas adicionais que visem à redução do custo operacional. Recentemente, notícia veiculada na revista Fairplay, publicação inglesa de alcance mundial na área de navegação, dá conta de medida a ser tomada pela Noruega, que tem, inclusive, um segundo registro (sem impostos) com o intuito de igualar as condições tributárias praticadas naquele país às do restante da Europa, cujo intuito é remover uma substancial desvantagem de custo. A navegação da Noruega despende 40% a mais de impostos do que os demais países da Europa. Isso demonstra a importância de se reduzir o custo operacional decorrente de encargos trabalhistas e tributários, em busca de preços mais competitivos no mercado internacional de fretes. Empresas de Papel Outro motivo de comprometimento da competitividade das empresas de navegação brasileiras consiste na existência das “empresas de papel”, artifício empresarial que se traduz em firmas que operam no mercado valendo-se dos mesmos direitos e vantagens outorgados às empresas registradas no Brasil, porém sem atender a todos os requisitos estabelecidos por lei, necessários à segurança e regularidade das operações, configurando, na prática, uma situação de concorrência desleal. Página 71 de 87 Projeto NEMerc Nos termos do Art. 2° - Anexo, Portaria/MT n° 06, de 05.01.98, é competência do DMM a outorga e fiscalização da exploração dos serviços de transportes e apoio aquaviários; diante do exposto, é imperioso que o DMM proceda à revisão dos critérios para deferimento da solicitação de autorização de constituição de empresa de navegação, em conjunto com a fiscalização das empresas reportadas, de modo a eliminar essas práticas ilegítimas. Há a necessidade de estabelecimento de requisitos mínimos para o funcionamento de empresas brasileiras, que já existiram e foram abolidos na vigente Lei n° 9.432/97, que ordena o transporte aquaviário. A Portaria/MT n° 06, de 05.01.98, regula o funcionamento das empresas brasileiras de navegação, com exigências acerca de capital mínimo por segmento de transporte; propriedade ou contratação de pelo menos uma embarcação destinada ao tráfego ou serviço pretendido e adimplência fiscal em todos os níveis (federal, estadual e municipal) e outras. Estes requisitos são expressos na mencionada portaria que, freqüentemente, é contestada com sucesso na área judicial, sob a alegação de falta de amparo legal, por empresas sem ativos (empresas de papel), que abrem as portas para os poucos nichos de mercado não disponíveis para empresas estrangeiras, por meio de associações artificiais. Torna-se necessário fortalecer as empresas que investem em frota brasileira e protegê-las deste tipo de competição. Encargos Sociais O produto da arrecadação do AFRMM não tem parcela destinada a contribuir para a redução do custo da bandeira brasileira, e deveria ser direcionado parcialmente às empresas de navegação com o intuito de incidir diretamente na redução dos seus custos operacionais decorrentes do pagamento dos encargos trabalhistas dos marítimos, dado que a principal diferença encontrada entre os custos das bandeiras não é relativa aos salários, mas sim aos encargos sociais (no exterior, chega-se a um percentual de 60% sobre os salários, enquanto o Brasil tem algo em torno de 141%). Como ocorrido na França, uma solução seria o reembolso de parte dos encargos sociais da tripulação, conforme abordar-se-á no subitem 5.6. referente aos incentivos fiscais, em especial os encargos extras em comparação com a prática do mercado internacional, em substituição à permissão concedida aos armadores nacionais de utilização dos recursos vinculados, via AFRMM, para a manutenção ou modernização de embarcações de sua propriedade. Essa modalidade é de difícil controle e fiscalização no que tange à aplicação dentro da finalidade pretendida pelo Governo Federal. Outra alternativa vislumbrada foi a flexibilização, direcionada à marinha mercante, dos contratos coletivos de trabalho, devido às suas características peculiares, que reclamam rápidas mobilizações e desmobilizações de pessoal para atender a demandas específicas. Custos Portuários A redução parcial do chamado “Custo Brasil” após a privatização portuária, mormente no que diz respeito a carga geral e contêineres, tem sido geralmente neutralizada pela retenção da carga nos portos, durante vários dias, por força da limitação das disponibilidades da área fiscal, que limita suas atividades ao horário de expediente das repartições alfandegárias, diferentemente do praticado nos países mais desenvolvidos, estabelecendo mais um fator de constrição que reduz em muito a competitividade do serviço portuário nacional, afastando-o dos parâmetros internacionais, ao acrescentar maiores custos com atracação ou armazenagem desnecessárias. Página 72 de 87 Projeto NEMerc Anexo 3 ANEXO 3 Projeto de Conversão do N/T CARAVELAS no N/E CARAVELAS Página 73 de 87 Projeto NEMerc Projeto de Conversão do N/T CARAVELAS no N/E CARAVELAS N/T CARAVELAS atracado em Santos/SP N/T CARAVELAS, Praça de Máquinas De acordo com o estudo realizado, com consultas à legislação em vigor, a conversão do Navio-Tanque CARAVELAS em Navio-Escola CARAVELAS é viável pelos motivos já apresentados. N/T CARAVELAS – Vista do Perfil Atual Página 74 de 87 Projeto NEMerc SIMULADORES / SALAS DE AULA REFEITÓRIOS AL OJAMENTOS SIMULADORES BUNKER BUNKER BUNKER BUNKER SIMULADORES N/E CARAVELAS – Vista do Perfil Modificado Página 75 de 87 Projeto NEMerc Administração Proposta A Lei 9.790/99, mais conhecida como “a nova Lei do Terceiro Setor”, que cria a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, representa um importante passo na direção da reforma do marco legal que regula as relações entre Estado e Sociedade Civil, no Brasil. Desta forma, cria-se a figura da OSCIP como uma associação constituída como pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, que recebe tal qualificação pelo Ministério da Justiça por ter objetivos sociais e normas estatutárias que atendem a certos requisitos, finalidades e atividades. O sentido estratégico maior dessa reforma que regula as relações entre Estado e Sociedade Civil no Brasil é o empoderamento das populações, para aumentar as possibilidades e capacidade de influir nas decisões públicas e de aduzir e alavancar novos recursos ao processo de desenvolvimento do país, o que o IABS preconiza com a ampliação da Democracia Participativa. A Lei 9.790/99 visa, no geral, estimular o crescimento do Terceiro Setor. Este estímulo denota fortalecer a Sociedade Civil, que, por sua vez, significa investir mais no chamado Capital Social e Humano. Além de dar contorno aos amparos jurídicos que qualificam as OSCIP's, a referida lei também introduz uma nova concepção de esfera pública social, possibilitando firmar parcerias entre Estado e Sociedade Civil sobre bases mais condizentes com as atuais exigências de transparência dos atos públicos, subsidiaridade e flexibilidade e eficiência executiva do poder público. Por conseguinte, esta base legal possibilita construir um novo marco institucional que permite a progressiva mudança do desenho das políticas governamentais, de sorte a transformá-las em políticas públicas de parceria entre Estado e Sociedade Civil em todos os níveis, com a incorporação das organizações de cidadãos na sua elaboração, na sua execução, no seu monitoramento, na sua avaliação e na sua fiscalização. O INSTITUTO AMBIENTAL BRASIL SUSTENTÁVEL – IABS, entidade de direito privado, sem fins lucrativos, qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, conforme processo MJ no 08026000510/2003-51 e Despacho da Secretaria Nacional de Justiça, de 31 de outubro de 2003, publicado no Diário Oficial da União – D.O.U. de 12 de novembro de 2003, com fundamento no que dispõem a Lei no 9.790, de 23 de março de 1999, publicada no D.O.U. de 24 de março de 1999,o Decreto no 3.100, de 30 de junho de 1999, publicado no D.O.U. de 1º de julho de 1999, e a Portaria no 361, baixada pelo Ministro de Estado da Justiça em 27 de julho de 1999, publicada no D.O.U. de 29 de julho de 1999, com sede à SHIS QI 05 CCO Gilberto Salomão, Bloco E, Sobreloja 29, Sala 03, Brasília – DF, inscrita no CNPJ sob o nº 05.902038/0001-73, será representada por seu Diretor-Presidente da Diretoria Executiva, Luis Tadeu Assad, brasileiro, divorciado, residente e domiciliado na SHIS QI 29 Conj. 09 Casa 22 Lago Sul – Brasília – DF Cep: 71.675-290, Carteira de Identidade no 09008007-8, expedida pelo IFP/RJ, inscrito no CPF/MF sob o no 440.546.883-49. No ano de 2002, um grupo de pessoas provenientes de diversas áreas do conhecimento uniu-se para fundar uma entidade. O principal objetivo dessa entidade era traçar novos caminhos, desenvolver idéias, idealizar novos programas e conceber novos projetos que fossem de interesse da sociedade brasileira, e, por conseguinte, fossem estratégicos para o alcance dos objetivos institucionais ambientais e sociais, em prol de um modelo aperfeiçoado e mais evoluído de desenvolvimento, com maior equidade e sustentabilidade para a geração atual e futura. Naquela ocasião, poucas eram as entidades no mercado nacional que ostentavam este tipo de escopo institucional. Seus integrantes tinham como princípios - e continuam tendo - a justiça social e o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental, com especial ênfase na responsabilidade e na ética profissional e administrativa, tanto nas relações entre Instituições quanto nas relações interpessoais entre as diferentes áreas do conhecimento nacional. Fundamentando-se nestes alicerces básicos e estruturados, surgiu o IABS - Instituto Ambiental Brasil Sustentável, uma entidade sem fins lucrativos, congregando uma quantidade considerável de linhas de conduta institucionais, bem como procurando ordenar conjuntos de ações, arranjos e experiências em busca do imperativo da sustentabilidade. Após sua constituição formal, o IABS escolheu como sede a cidade de Brasília, considerando que os seus objetivos inovadores poderiam concretizar-se com maior rapidez caso a Instituição se organizasse o mais próximo possível da esfera em que são tomadas as decisões estratégicas para o País. Dando seqüência a sua linha de concepção, o IABS requereu e obteve em 12 de novembro de 2003, a qualificação, pelo Ministério da Justiça, como Organização da Página 76 de 87 Projeto NEMerc Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, iniciando sua ambiciosa proposta de passar a contribuir decisivamente para o desenvolvimento sustentável em diversas áreas no Brasil. Dentre seus diversos objetivos, rege no estatuto do IABS: “...contribuir para o fortalecimento institucional e o desenvolvimento sustentável do País, em níveis nacional, regional ou local, considerando a integridade e qualidade ambiental, a defesa do patrimônio natural e cultural, a melhoria da qualidade de vida e bem-estar social e econômico, e a garantia do acesso a tais benefícios às gerações presentes e futuras utilizando-se de ferramentas e processos educacionais, da formação cultural, da assistência social e da promoção de parcerias.” O IABS, de acordo com seu estatuto, poderá atuar nos seguintes setores e atividades de interesse para o desenvolvimento sustentável, dentro e fora dos limites do território brasileiro: • • • • • • Promoção da educação, saúde e segurança alimentar e nutricional, observando a forma complementar de participação das organizações; Defesa, preservação e conservação do meio ambiente, promoção do desenvolvimento sustentável e do voluntariado; Experimentação, sem fins lucrativos, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; Estudos e pesquisas, desenvolvimento e inovação de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades anteriormente mencionadas; e Elaboração de projetos e planos de manejo relacionados à conservação, utilização sustentável, repartição de benefícios da biodiversidade e de bioprospecção do patrimônio genético. Para o desempenho de suas atividades dentro dos setores do Desenvolvimento Sustentável nos quais possui maior vocação, o IABS, em conjunto com seus parceiros, possui uma estrutura física e técnica de referência, observando os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economia e eficiência e adotando práticas de gestão administrativa que coíbem a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais. Para tanto, o IABS instituiu um modelo de relacionamento profissional e decisório baseado em decisões participativas, mas ao mesmo tempo ágeis e construtivas. Seu organograma funcional é constituído de uma Assembléia Geral soberana, um Conselho Deliberativo de coordenação, um Conselho Fiscal, uma Diretoria Executiva e seis núcleos temáticos que expressam as maiores vocações do Instituto. Os Núcleos temáticos são: • • • • • • Núcleo de Desenvolvimento Humano e Voluntariado; Núcleo de Meio Ambiente e Desenvolvimento Local; Núcleo de Apoio à Pesca e à Aqüicultura; Núcleo de Tecnologia e Gestão de Informações; Núcleo de Turismo Sustentável; Núcleo de Agronegócio Sustentável. Adicionalmente, o IABS, com o intuito de ampliar qualitativa e quantitativamente seus objetivos e atividades, vem forjando parcerias estratégicas com renomadas organizações nacionais e internacionais. Com vasta experiência na área de apoio à pesca, o IABS possui em seu portafólio os seguintes projetos principais: Página 77 de 87 Projeto NEMerc • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Proyecto de Desarrollo de la Pesca Artesanal en el Área de Influencia del Parque Nacional Lençois Maranhenses- MA (AECI); Proyecto de Desarrollo de la Pesca en el Nordeste brasileño; Projeto "BARCO ESCOLA": Projeto Piloto de Transferência de Tecnologia e Capacitação de Pescadores Artesanais para a Pesca Oceânica de Pequena Escala, Icapuí CE; Projeto de Construção do Terminal Pesqueiro Artesanal do Município de Santa Cruz Cabrália - BA . Projeto de Implementação do Complexo de Beneficiamento e Aproveitamento Integral de Tilápia em Jaguaribara – CE; Proposta Metodológica do Plano de Desenvolvimento Setorial da Pesca em Itarema – CE; Projeto de Criação de Camarão Comunitário em Anajatuba - MA. Projeto de Implementação do Entreposto de Beneficiamento de Pescados em Barreirinhas – MA; Projeto de Reforma e Adequação do Terminal Pesqueiro Municipal “Mercado do Peixe”, Areia Branca – RN; Projeto de Implementação do Complexo de Beneficiamento e Aproveitamento Integral de Mariscos em Macau – RN; Projeto de Reforma e Adequação do Terminal Pesqueiro Municipal do Parajuru, Beberibe – CE; Proposta Metodológica do Projeto de Desenvolvimento Sustentável da Maricultura no Município de Itarema – CE; Proposta Metodológica do Projeto Demonstrativo de Desenvolvimento de Pescarias Alternativas, Capacitação de Pescadores Artesanais e Planejamento Participativo da Pesca em Beberibe – CE; Projeto do Entreposto Pesqueiro de Pindobal – MA; Proposta Metodológica do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Piscicultura Familiar em Tanques Rede no Município de Acarape – CE; Proposta Metodológica do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Piscicultura Familiar em Tanques Rede no Município de Tejuçuoca – CE; Proposta Metodológica do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Piscicultura Familiar em Tanques Rede no Município de Pentecoste – CE; Proposta Metodológica do Projeto de Desenvolvimento de Alternativas Sustentáveis à Pesca Artesanal em Santa Cruz Cabrália – BA; Proposta Metodológica do Projeto de Fortalecimento e Desenvolvimento da Pesca Artesanal em Conceição do Lago Açu – MA; Dessarollo de la Pesca en Ríos y Lagos en las Principais Zonas Productivas del Paraguai Projeto Pirarucu - Centro de Desenvolvimento Tecnológico e Difusão de Práticas Sustentáveis do Rio Araguaia - GO (FUNDATER); Estudo para Diagnóstico do Potencial Piauiense para Implantação de Empreendimentos Integrados de Aqüicultura (Etapas I, II e III). Programa de Desenvolvimento Sustentável da Maricultura no Município de Itarema - CE: Estudo das Potencialidades; Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável da Piscicultura na Região Central do Estado do Tocantins. Plano de Desenvolvimento Integrado da Piscicultura Familiar na Paraíba (IBRAES); Projeto Pirarucu (FNMA): Projeto de Elaboração do Plano de Gestão Participativa do Pirarucu na Região do Araguaia, em parceria com a FUNDATER-GO; “Projeto Pargo Vivo” (FNMA): Projeto de Elaboração do Plano de Gestão Participativa do Pargo na região Norte e Nordeste, em parceria com a UFRA-PA; Projeto OCB-Algas: Diagnóstico da Situação da Atividade, Elaboração de Soluções para a Consolidação da Produção e Demarcação de Áreas de Cultivo de Algas; Projeto de Apoio à Criação de Estrutura de Gestão do Setor Pesqueiro e Aqüícola Maranhense e Construção de Macro-estratégias de Desenvolvimento Sustentável (SEBRAE); Projeto do site de Pesca e Aqüicultura do SEBRAE Nacional Projeto SEBRAE- RO Palestra Piscicultura; Capacitação Gestores Pesca SEBRAE Nacional; Projeto AECID Instituto Politécnico Marítimo Pesqueiro BID Fumin Pesca AL; Projeto de Execução Caranguejo Uça (CODEVASF), Piauí; Projeto de Cartilha Tanque-Rede (CODEVASF). Página 78 de 87 Projeto NEMerc A Transpetro poderia ceder a embarcação para o IABS através de um CONTRATO DE COMODATO DE NAVIO POR PRAZO INDETERMINADO a ser firmado entre ambas as partes. A utilização da embarcação no transporte de combustível (bunker), podendo ser afretada pela própria Transpetro, manteria a tripulação em atividade constante e em visita aos portos nacionais onde houvesse tal demanda. Página 79 de 87 Projeto NEMerc Anexo 4 ANEXO 4 Planilha Orçamentária - NEMerc Página 80 de 87 Projeto NEMerc Planilha Orçamentária - NEMerc O custo estimado para as obras de conversão do N/T CARAVELAS em N/E CARAVELAS é apresentado na tabela abaixo: DESCRIÇÃO Área acrescida Estrutural (tons) Camarotes (m2) Tubulação Elétrica Cozinha, Salas de Estar, Refeitórios Simuladores e Laboratórios Oficinas Classificação Projeto Gerenciamento Obra de Reclassificação TOTAL QTD 3.600 550 875 verba verba verba verba verba verba verba verba verba CUSTO UNITÁRIO (R$) 18.000,00 2.000,00 - CUSTO TOTAL (R$) 9.900.000,00 1.750.000,00 1.600.000,00 2.600.000,00 2.300.000,00 8.550.000,00 1.350.000,00 300.000,00 1.500.000,00 800.000,00 2.000.000,00 32.650.000,00 Os recursos necessários às obras de conversão poderão ser obtidos junto ao BNDES / FINAME. O contrato de afretamento (operação) do navio pelo período de 5 (cinco) anos, renováveis por mais 5 (cinco) servirá de garantia para o financiamento. As taxas serão “sociais”. O tempo para as obras de conversão é estimado em 6 (seis) meses. O orçamento do Projeto, durante a rotina de operação em tráfego comercial, tem como base os valores praticados no mercado durante o quarto trimestre de 2009. O N/T CARAVELAS, propriedade da Petrobras S.A., está hoje paralisado pela Transpetro e pode ser por ela afretado ao custo de US$ 10.000,00 (dez mil dólares americanos) por dia. Este valor continuará sendo pago pela Administração do Projeto à Petrobras S.A. Pelo serviço de transporte de carga de derivados de petróleo (frete) e operações de fornecimento de bunker, a Transpetro pagará à Administração do Projeto a quantia diária de US$ 90.000,00 (noventa mil dólares americanos). O saldo apurado mensalmente, levando-se em conta todas as despesas previstas, será utilizado para o pagamento dos serviços de consultoria operacional, consultoria de projeto, engenharia financeira e amortização do financiamento com a carência de 1 (um) ano. Página 81 de 87 Projeto NEMerc PLANILHA ORÇAMENTÁRIA - 2010 Nome do Navio: NE CARAVELAS Preparado por: NAVSOFT Aprovado por: GT - NEMerc Total de Despesas do Navio: 41.188.470,18 Total de Receita: 51.596.400,00 Saldo: 10.407.929,82 Código Descrição Estimado (R$) Diária de USD 90.000.00 Confirmado % Observações 100 Salários - Tripulação 7.176.000,00 17,42 101 Encargos - Tripulação 4.305.600,00 10,45 102 Salários - Instrutores / Apoio 4.751.636,36 11,54 103 Encargos - Instrutores / Apoio 2.850.981,82 6,92 104 Uniformes/ EPI 229.950,00 0,56 105 Benefícios Funcionários 846.000,00 2,05 Código 106 Descrição Troca Tripulação/Exames Total Funcionários Estimado (R$) Confirmado % Observações 473.600,00 1,15 20.633.768,18 50,10 110 Sociedade Classificadora 201.150,00 0,49 111 Consumíveis - Convés 609.200,00 1,48 112 Consumíveis - Máquinas 626.700,00 1,52 113 Consumíveis - Filtros 61.080,00 0,15 114 Consumíveis - Rancho 115 Combustível e Lubrificante 116 Material p/ Carga 117 Salvatagem e Navegação 972.240,00 2,36 9.416.016,00 22,86 90.060,00 0,22 328.350,00 0,80 118 Agenciamento e Portos 60.600,00 0,15 119 Diversos 93.600,00 0,23 120 Operações Financeiras 18.000,00 0,04 12.476.996,00 30,29 Total Consumíveis e Div. 130 Manutenção do Casco 16.400,00 0,04 131 Reparo do Casco 26.000,00 0,06 132 Manutenção e Reparo do Hélice 8.000,00 0,02 133 Manutenção e Reparo do Leme 10.000,00 0,02 134 Manutenção e Reparo do Eixo 135 Cozinha e Rouparia 136 21.500,00 0,05 436.100,00 1,06 Manutenção do Sistema de Governo 24.300,00 0,06 137 Manutenção do Sistema de Alarme 29.560,00 0,07 138 Manutenção Elétrica 56.316,00 0,14 139 Manutenção do Sistema de Combate a Incêndio 937.490,00 2,28 140 Manutenção e Reparo dos Geradores 14.400,00 0,03 141 Manutenção e Reparo dos Motores Elétricos 17.250,00 0,04 142 Manutenção e Reparo das Bombas 5.020,00 0,01 Página 82 de 87 Projeto NEMerc 143 Manutenção e Reparo do Equipamento de Fundeio 144 6.470,00 0,02 Manutenção e Reparo dos Tanques de Carga 85.320,00 0,21 145 Manutenção e Reparo do Sistema de Ventilação e Exaustão 14.360,00 0,03 146 Manutenção e Reparo do Sistema de Ar Condicionado 24.140,00 0,06 147 Manutenção e Reparo do Sistema de Refrigeração 24.140,00 0,06 148 Manutenção e Reparo de Equipamentos Eletrônicos 47.680,00 0,12 149 Manutenção e Reparo do GMDSS 18.400,00 0,04 150 Manutenção e Reparo dos Guinchos 27.900,00 0,07 151 Manutenção dos Sistemas de Controle (Ar/Hidráulico/Vapor) 8.100,00 0,02 Código Descrição Estimado (R$) 152 Manutenção e Reparo dos Compressores 153 Manutenção Preventiva - Máquinas 154 155 Confirmado % Observações 30.360,00 5.489.150,00 13,33 Docagem 245.850,00 0,60 Docagem - Mobilização 381.500,00 0,93 8.005.706,00 19,36 Total Manutenção e Reparo 180 P & I - Deduções 181 Seguro 72.000,00 0,17 Total Seguro 72.000,00 0,17 Total Despesas do Navio: 41.188.470,18 100,00 Total de Receita: 51.596.400,00 Saldo: 10.407.929,82 Página 83 de 87 Projeto NEMerc Glossário GLOSSÁRIO AORE AORW AVR AWC BOD BTW CCTV CEN COR COSWP CPU CSWIP CTDS DC DDA DESIGN DGPS DOC DOP DP DPO DQI DRMS DSV DTW EGNOS EPIRB ERA ERP FM FMEA FPSO FRC FSVAD GLONASS GMDSS GPS HDG HDOP HF HiPAP HLO Atlantic Ocean Region East Atlantic Ocean Region West Automatic Voltage Regulator Automatic Wind Compensation Bearing Origin Destination Bearing to Waypoint Closed Circuit Television Comite Europeen de Normalisation (European Committee for Standardization) Centre of Rotation Code Of Safe Working Practice for seamen Central Processing Unit Certification Scheme for Welding & Inspection Personnel Conductivity Temperature Density Sensor Daughter Craft Defense Diversification Agency Diving Equipment System Inspection Guidance Note Differential Global Positioning System Document of Compliance Dilution of Precision Dynamic Positioning DP Operator Data Quality Indicator Distance Root Mean Square Diving Support Vessel Distance to Waypoint European Geostationary Navigation Overlay Service Emergency Position Indicating Radio Beacon Electronic Riser Angle Emergency Response Plan Frequency Modulation Failure Modes and Effect Analysis Floating Production Storage and Offloading Fast Rescue Craft Flag State Verification Acceptance Document Global Navigation Satellite System (Russian) Global Maritime Distress and Safety System Global Positioning System Heading Horizontal Dilution of Precision High Frequency High Precision Acoustic Position (Improved USBL) Helideck Landing Officer Página 84 de 87 Projeto NEMerc HPR HRL HSE I/O IADC IAGC IALA ICE ICS IHO ILO IMCA IMDG IMO INMARSAT IOPP IOR ISM IVCS JDP LBL LCD LED LSA MARPOL MCA MCP MDE MF MRU MSK MTSAT NMD NMEA NPD OPITO OSD OTF OWS PC PCB PCP PLC POS PPE PRC PRS PTW RCI RDF ROV RPM RTCM SART SBL SBV Hydro acoustic Position Reference Hyperbaric Rescue Lifeboat Health and Safety Executive Input / Output International Association of Drilling Contractors International Association of Geophysical contractors International Association of Lighthouse Authorities Institute of Civil Engineers International Chamber of Shipping International Hydrographic Office International Labor Organization International Marine Contractors Association International Maritime Dangerous Goods code International Maritime Organization International Maritime Satellite Organization International Oil Pollution Prevention certificate Indian Ocean Region Inmarsat satellite International Safety Management Integrated Vessel Control System Joystick/Dynamic Positioning Long Base Line Liquid Crystal Display Light Emitting Diode Life Saving Appliance International Convention for the Prevention of Pollution from Ships Maritime and Coastguard Agency (UK) Motor de Combustão Principal Marginally Detectable Errors Medium Frequency Motion Reference Unit - as VRU Minimum Shift Keying Multifunctional Transport Satellite System (Japan) Norwegian Maritime Directorate National Marine Electronic Association Norwegian Petroleum Directorate Offshore Petroleum Industry Training Organization (now merged into Cogent) Offshore Safety Division (UK HSE) On The Fly Oily Water Separator Personal Computer Printed Circuit Board Portable Control Panel Programmable Logic Controller Position Personal Protective Equipment Pseudo Range Correction Position Reference System Permit To Work Rated Capacity Indicator Radio Direction Finding Remotely Operated Vehicle Revolutions per Minute Radio Technical Commission for Maritime services Search and Rescue Transponder Short Base Line Stand By Vessel Página 85 de 87 Projeto NEMerc SL SMS SNR SOLAS SOPEP SPL SPOT SSBL STBD STCW TAL UDU UHF UKOOA UMS UPS USBL UTM VAC VBS VDC VRS VRU VSD XTE WAAS WOAD Source Level Safety Management System Signal to Noise Ratio International Convention for Safety of Life at Sea Shipboard Oil Pollution Emergency response Plan Sound Pressure Level Generic term for high power regional spot beam satellite service Super Short Base Line - como USBL Starboard International Convention on Standards of Training Certification and Watchkeeping Thruster Allocation Logic Universal Display Unit Ultra High Frequency United Kingdom Offshore Operators Association Unattended Machinery Space Uninterruptible Power Supply Ultra Short Base Line Universal Transverse Mercator Voltage AC Virtual Base Station Voltage DC Vertical Reference Sensor Vessel Reference Unit Variable Speed Drive X-Track Error Wide Area Augmentation System (USA, Canadá, Golfo do México) World Offshore Accident Data bank Página 86 de 87 Projeto NEMerc Bibliografia BIBLIOGRAFIA NIELSON, Rolf P. Scandinavian SHIPPING GAZETTE. Ed. eletrônica. Suécia: ShipGaz, 22/02/2008. UNIÃO, Tribunal de Contas da. Ata do Relatório do Grupo I, Classe V, Plenário. Ed. eletrônica. Brasil: TCU, 2001. BURLAMAQUI, Armando Cesar. A Marinha Mercante Brazileira. 1ª Ed. Brasil: Imprensa Nacional, 1918. SOUZA, Celso Luiz S. Pereira de. Relatório Final do Projeto TM-02. Ed. eletrônica. Brasil: PROMINP, 12/09/2004. LLOYD, Michael. A Training Ship for the British Merchant Navy. Ed. eletrônica. Inglaterra: Semanship International, 09/2007. BARBASSA, Almir Guilherme. Crescimento: Desafios e Oportunidades. Ed. eletrônica. Brasil: IBEF, 04/06/2008. SQUIRE, David. Alert! The International Maritime Human Element Bulletin. 19ª Ed. Inglaterra: Nautical Institute, 01/2009. ORGANIZATION, International Maritime. Resolution MSC.266(84) Code of Safety for Special Purpose Ships, 2008. Ed. eletrônica. Inglaterra: International Maritime Organization, 06/2008. MARINHA, Comando da. 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