máxima de crescimento facial ocorre na mesma época ou discretamente após o ponto máximo de velocidade de crescimento em estatura, durante a adolescência. Por outro lado BAMBHA e VAN NATTA1 (1963) e BISHARA et al.4 (1981), mostraram que durante a adolescência, o aumento máximo, em determinadas dimensões faciais, é atingido na mesma época que o aumento máximo na estatura. BERGERSEN3 (1972) e MARTINS e SAKIMA31 (1977), também não observaram diferença na intensidade de crescimento entre a estatura e a face nos dois anos de duração do SCP, notando aumento significante no início do surto e, diminuição significante no crescimento da face e na estatura no final do surto, concordando com NANDA38 (1955). turidade fisiológica 13,46. Por isso, o conhecimento do crescimento, por parte do ortodontista, é muito favorável para auxiliar no diagnóstico e no plano de tratamento17, pois indivíduos que apresentam velocidade de maturação vagarosas ou aceleradas exibem comparável atraso ou avanço no crescimento em estatura ou da face1,12,43,45. Muitos pesquisadores procuraram estabelecer correlações significativas entre estágios de maturação óssea, identificado através de radiografias da mão e punho, crescimento em estatura e crescimento facial3,10,11,13,19,20, 21,26, 28,31,36,38,49,52 . Os estudos realizados por esses autores, geralmente compararam indicadores de estágios de maturação óssea com o período de crescimento adolescente, isto é, com o início, pico e fim do SCP. Contudo, o principal objetivo desses estudos tem sido determinar a época de velocidade máxima de crescimento. A contínua observação tem demonstrado que a taxa as das dimensões das medidas cefalométricas lineares, com o desvio padrão e, as medidas máximas e mínimas, da primeira e segunda radiografia dos grupos I e II para os indivíduos do sexo masculino e os do feminino. Com relação às dimensões da maxila e da mandíbula estudadas: comprimento da maxila (Co-A), altura do ramo mandibular (Co-Go), comprimento do corpo mandibular (Go-Gn) e, comprimento total da mandíbula (Co-Gn), verificamos que houve crescimento durante o período em estudo, como foi verificado em estudos longitudinais 1,3,4,21,28,29,30,34,36,38, 43, 44,47,49,50,51 . Comparamos as médias das medidas cefalométricas lineares: CoA, CoGo, GoGn e CoGn para a primeira e segunda radiografia, entre os indivíduos do sexo feminino e masculino, para os grupos I e II. Observando as representações gráficas nas figuras 7, 8, 9 e 10, evidencia-se que houve diferença Dimensões cefalométricas estudadas e seus incrementos Nas tabelas 2 e 3, repectivamente, observamos os valores das médiTABELA 2 Sexo masculino. Grupo I e Grupo II. Estatística descritiva das medidas cefalométricas lineares na primeira e segunda radiografia. Sexo Masculino Medidas Cefalométricas (mm) CoGo GoGn CoA CoGn Grupo I Grupo II Grupo I Grupo II Grupo I Grupo II Grupo I Grupo II n=21 n=9 n=21 n=9 n=21 n=9 n=21 n=9 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx Média DP 86 87,48 89,78 91,67 51,42 53,23 52,78 54,56 70,09 71,28 72,44 4,47 4,75 6,44 7,12 3,68 3,37 3,31 3,91 2,75 3,00 2,60 74 108,4 111,0 111,8 113,8 4,09 3,06 2,96 4,2 6,29 MMn 80,00 81,00 76,00 77,00 46,00 46,00 49,00 49,00 65,00 66,00 68,00 68,00 104,0 105,0 106,0 107,0 MMx 95,00 98,00 98,00 101,0 60,00 60,00 58,00 60,00 75,00 77,00 76,00 82,00 116,0 116,0 121,0 129,0 * DP= Desvio Padrão, MMn= Medida mínima, MMx=Medida máxima. TABELA 3 Sexo feminino. Grupo I e Grupo II. Estatística descritiva das medidas cefalométricas lineares na primeira e segunda radiografia. Sexo Feminino Medidas Cefalométricas (mm) CoA CoGo GoGn CoGn Grupo I Grupo II Grupo I Grupo II Grupo I Grupo II Grupo I Grupo II n=31 n=32 n=31 n=32 n=31 n=32 n=31 n=32 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx 1º Rx 2º Rx Média 81,48 83,54 83,75 85,50 48,35 50,41 49,50 51,00 67,45 69,35 69,28 70,87 103,4 106,6 105,6 108,0 DP 3,74 3,74 3,43 3,20 2,53 2,68 3,02 3,10 3,48 3,64 3,45 3,64 4,43 4,38 4,28 4,35 MMn 72,00 76,00 79,00 80,00 44,00 44,00 39,00 44,00 56,00 58,00 64,00 64,00 93,00 99,00 98,00 100,0 MMx 91,00 92,00 91,00 94,00 55,00 57,00 54,00 58,00 73,00 75,00 78,00 78,00 113,0 115,0 114,0 116,0 * DP= Desvio Padrão, MMn= Medida mínima, MMx=Medida máxima. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 4, p. 19-31, jul./ago. 2001 25 estatisticamente significante ao nível de 5% entre os indivíduos do sexo masculino e os do feminino para todas as dimensões das medidas cefalométricas lineares estudadas, para os grupos I e II, tanto para a primeira como para a segunda radiografia. Nossos achados concordaram com os de HARRIS 17 (1962), HUNTER 21 (1966), SAVARA e TRACY 44 (1967), INGERSLEV e SOLOW22 (1975), MITANI34 (1977), BISHARA et al.4 (1981), LEWIS et al. 28 (1982), McNAMARA Jr. 52 (1984), LEWIS et al. 29 (1985), PRATES et al.43 (1988), PINZAN et al.41 (1993), SIQUEIRA e PRATES47 (1995) e URSI53 (1996) que, comparando as medidas cefalométricas entre os indivíduos do sexo masculino e os do feminino, notaram haver diferença estatisticamente significante, sendo que o complexo crânio-facial foi menor nas mulheres do que nos homens, principalmente em relação aos comprimentos da maxila e mandíbula. TOFANI49 (1972) verificou que o crescimento da mandíbula continua depois da menarca, contudo a quantida- CoA - Grupo I e II CoGo - Grupo I e II mm 92 91 90 89 88 87 86 85 84 83 82 81 80 de de crescimento, na média, é maior antes do que após a menarca. NANDA38 (1955), BJÖRK e HELM5 (1963) e HUNTER21 (1966) observaram que o crescimento facial continuou até a terceira década de vida na maioria dos indivíduos do sexo masculino, mesmo depois que o crescimento em estatura tenha terminado, enquanto que para os do sexo feminino, o crescimento facial cessou na segunda década de vida. PRATES et al.43 (1988) atribuíram esta diferença entre os sexos ao fato dos meninos apresentarem um SCP, nas dimensões faciais, mais tar- mm 55 54 53 52 51 50 49 48 47 46 45 1º Rx-Gl 2º Rx-Gl Feminino 1º Rx-Gll 2º Rx-Gll 1º Rx-Gl Rx 2º Rx-Gl Feminino Masculino 1º Rx-Gll 2º Rx-Gll Rx Masculino FIGURA 7 - Representação gráfica das médias das dimensões da medida cefalométrica CoA no grupo I e II para a primeira e segunda radiografia, nos indivíduos do sexo feminino e masculino. FIGURA 8 - Representação gráfica das médias das dimensões da medida cefalométrica CoGo no grupo I e II para a primeira e segunda radiografia, nos indivíduos do sexo feminino e masculino. GoGn - Grupo I e II CoGn - Grupo I e II mm mm 114 114 112 112 110 110 108 108 106 106 104 104 102 102 100 Rx 1º Rx-Gl 2º Rx-Gl Feminino 1º Rx-Gll 2º Rx-Gll 100 Rx 1º Rx-Gl Masculino FIGURA 9 - Representação gráfica das médias das dimensões da medida cefalométrica GoGn no grupo I e II para a primeira e segunda radiografia, nos indivíduos do sexo feminino e masculino. 2º Rx-Gl Feminino 1º Rx-Gll 2º Rx-Gll Masculino FIGURA 10 - Representação gráfica das médias das dimensões da medida cefalométrica CoGn no grupo I e II para a primeira e segunda radiografia, nos indivíduos do sexo feminino e masculino. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 4, p. 19-31, jul./ago. 2001 26 dio e mais intenso. Apesar disso, diferenças na morfologia crânio-facial entre os sexos são poucas e pequenas16,22. Observando-se as tabelas 4 e 5, verifica-se que não houve diferença estatisticamente significante ao nível de 5% entre os grupos I e II para os incrementos de cada medida cefalométrica linear estudada (CoA, CoGo, GoGn, CoGn), tanto para os indivíduos do sexo masculino como para os do sexo feminino (Fig. 11 e 12). Os incrementos anuais observados no trabalho de TRACY e SAVARA50 (1966) para os indivíduos do sexo feminino variaram de 1,2 a 1,7mm entre os oito e 13 anos de idade para a altura do ramo (CoGo), de 1,6 a 1,8mm para o comprimento do corpo da mandíbula (GoPog) e 2,1 a 2,7mm para o comprimento total de mandíbula (CoPog), sendo relativamente menor do que no nosso estudo que teve aumento variando de 1,5 a 2,06mm entre os 9,13 e 10,7 anos para a altura do ramo (CoGo), 1,9 a 1,59mm para o comprimento do corpo da mandíbula (GoGn) e, 2,44 a 3,19mm para o comprimento total da mandíbula (CoGn). Esta mesma similaridade de crescimento anual durante o período estudado foi vista por MITANI35 (1981). Para os indivíduos do sexo masculino, os incrementos anuais observados no trabalho de SAVARA e TRACY44 (1967), variaram de 1,2 a 1,7mm entre os nove e 12anos TABELA 4 Sexo Masculino. Comparação entre os grupos I e II. Resultado do teste t(Student) e Intervalo de Confiança (IC) para o valor médio da diferença entre os incrementos médios das medidas cefalométricas lineares. Sexo Masculino Medidas Cefalométricas (mm) Grupos CoA CoGo GoGn CoGn I II I II I II I II n=21 n=9 n=21 n=9 n=21 n=9 n=21 n=9 Média 1,48 1,89 1,81 1,78 1,19 1,56 2,62 2,00 Desvio Padrão 1,25 1,83 1,91 1,48 1,29 2,30 2,20 2,45 t -0,72 0,04 -0,56 0,68 g1 28 28 28 28 p 0,48 0,97 0,58 0,50 IC (95%) -1,59 a 0,76 -1,44 a 1,50 -1,70 a 0,97 -1,24 a 2,48 TABELA 5 Sexo Feminino. Comparação entre os grupos I e II. Resultado do teste t(Student) e Intervalo de Confiança para o valor médio da diferença entre os incrementos médios das medidas cefalométricas lineares. Sexo Feminino Medidas Cefalométricas (mm) Grupos CoA CoGo CoGn I II I II I II I II n=31 n=32 n=31 n=32 n=31 n=32 n=31 n=32 Média 2,06 1,75 2,06 1,50 1,90 1,59 3,19 2,44 Desvio Padrão 1,86 1,46 1,55 1,61 1,16 1,68 2,12 1,85 t 0,75 1,42 0,85 1,51 g1 61 61 61 61 p 0,46 0,16 0,40 0,14 IC (95%) -0,53 a 1,16 -0,23 a 1,36 -0,42 a 1,04 -0,24 a 1,76 SEXO MASCULINO mm 3 mm 3,5 2,5 3 SEXO FEMININO 2,5 2 G I 1,5 G II 1 2 G I 1,5 G II 1 0,5 0 GoGn Med. CoA CoGo GoGn CoGn Cef. FIGURA 11 - Representação gráfica dos incrementos médios das medidas cefalométricas nos grupos I e II, nos indivíduos do sexo masculino. 0,5 0 Med. CoA CoGo GoGn CoGn Cef. FIGURA 12 - Representação gráfica dos incrementos médios das medidas cefalométricas nos grupos I e II, nos indivíduos do sexo feminino. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 4, p. 19-31, jul./ago. 2001 27 de idade para a altura do ramo (CoGo), de 1,3 a 1,6mm para o comprimento do corpo (GoPog) e por volta de 2,1mm para o comprimento total da mandíbula (CoPog), que apesar de similares aos encontrados em nosso trabalho, apresentam também valores menores para os respectivos incrementos como foi evidenciado para as meninas. BJÖRK5 (1963) encontrou diferença estatisticamente significante entre a quantida- de de crescimento no início (período pré-puberal – 1,5mm/ano) e o pico do surto (período puberal – 5,5mm/ano). No trabalho de PRATES et al.43 (1988), o crescimento mandibular apresentou maior aumento no período compreendido entre 12 e 14 anos de idade para os meninos e TOFANI49 (1972) verificou que o crescimento mandibular ocorre com maior magnitude na faixa etária entre 11 e 12 anos para as meni- nas. LASCALA e VAROLI27 (1993) evidenciaram maior crescimento da altura do ramo (CoGo) e do comprimento do corpo da mandíbula (GoMe) durante o segundo quinquênio (dez a 15 anos), enquanto que o comprimento total da mandíbula apresentou maior crescimento no terceiro quinquênio (15 aos vinte anos). TRACY et al.51 (1965) interrelacionaram algumas medidas cefalo- TABELA 6 Grupo I. Comparação entre os sexos feminino e masculino. Resultado do teste t(Student) e Intervalo de Confiança (IC) para o valor médio da diferença entre os incrementos médios das medidas cefalométricas lineares. Grupo I Medidas Cefalométricas (mm) Sexo CoA CoGo GoGn CoGn Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. n=31 n=21 n=31 n=21 n=31 cn=21 n=31 n=21 Média 2,06 1,48 2,06 1,81 1,90 1,19 3,19 2,62 Desvio Padrão 1,86 1,25 1,55 1,91 1,16 1,29 2,12 2,20 t 1,27 0,53 2,07 g1 50 50 50 50 p 0,21 0,60 0,043* 0,35 IC (95%) -0,34 a 1,52 -0,71 a 1,22 0,02 a 1,40 -0,65 a 1,80 0,94 *diferença estatisticamente significante ao nível de 5% TABELA 7 Grupo II. Comparação entre os sexos feminino e masculino. Resultado do teste t(Student) e Intervalo de Confiança (IC) para o valor médio da diferença entre os incrementos médios das medidas cefalométricas lineares. Grupo II Medidas Cefalométricas (mm) Sexo CoA CoGo GoGn CoGn Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. n=32 n=9 n=32 n=9 n=32 cn=9 n=32 n=9 Média 1,75 1,89 1,50 1,78 1,59 1,56 2,44 2,00 Desvio Padrão 1,46 1,83 1,61 1,48 1,68 2,30 1,85 2,45 t -0,24 -0,47 0,58 g1 39 39 39 39 p 0,81 0,64 0,96 0,56 IC (95%) -1,32 a 1,04 -1,48 a 0,93 -1,35 a 1,43 -1,08 a 1,95 GRUPO I mm 3,5 0,06 GRUPO II mm 3,5 3 3 2,5 2,5 2 Masc. 2 Masc. 1,5 Fem. 1,5 Fem. 1 1 0,5 0 Med. CoA CoGo GoGn CoGn Cef. FIGURA 13 - Representação gráfica dos incrementos das medidas cefalométricas no grupo I, nos indivíduos dos sexos feminino e masculino. 0,5 0 Med. CoA CoGo GoGn CoGn Cef. FIGURA 14 - Representação gráfica dos incrementos das medidas cefalométricas no grupo II, nos indivíduos dos sexos feminino e masculino. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 4, p. 19-31, jul./ago. 2001 28 métricas mandibulares em meninas, encontrando correlação entre o incremento do comprimento total da mandíbula com o da altura do ramo e com o do comprimento do corpo. LASCALA e VAROLI27 (1993) e URSI53 (1996) concordam com ODEGAARD39 (1970) e NAKANE- MATSUMOTO e TELLES37 (1988) que verificaram que a inclinação do plano mandibular e o ângulo goníaco diminuem com a idade, a altura do ramo e o comprimento do corpo da mandíbula tendem a aumentar durante o crescimento, concluindo que a diminuição do ângulo do plano mandibular com crescimento condilar e com aumento da altura do ramo mandibular, influencia beneficamente o tratamento ortodôntico. Nas Tabelas 6 e 7, relacionamos os indivíduos do sexo feminino com os do sexo masculino para os incrementos de cada medida cefalométrica linear (CoA, CoGo, GoGn, CoGn), nos diferentes grupos, verificando-se que somente o valor do incremento da medida cefalométrica linear GoGn do grupo I foi estatisticamente significante, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Nossos achados reforçaram os encontrados por MAJ e LUZI30 (1964), JOHNSTON et al.25 (1965), LEWIS et al.28 (1982) e LEWIS et al.29 (1985) que relatou haver similaridade dos incrementos médios nos dois sexos (Fig. 13 e 14). Enquanto que JAMISON et al.24 (1982), discordando, verificaram que as mudanças incrementais na altura e nos parâmetros faciais foram significantemente diferentes entre os sexos, além de apresentarem aumento maior no período de pico de crescimento puberal crementais nos parâmetros faciais entre os meninos e as meninas. Por último, unimos os incrementos de cada medida cefalométrica linear dos indivíduos do sexo masculino com os do sexo feminino, pois como visto anteriormente quase não houve diferença estatisticamente significante entre eles. Comparamos as médias dos incrementos para cada medida cefalométrica linear entre os grupos I e II, independente do sexo, obtendo os valores contidos na tabela 8 e representados na figura 15. Evidenciamos que não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos I e II para as médias dos incrementos das medidas cefalométricas lineares, quando da união dos indivíduos do sexo masculino e os do feminino, porque o correspondente valor de p foi maior do que 0,05. A explicação para não encontrarmos diferença estatisticamente significante entre os grupos I e II para ambos os sexos, está relacionada ao período para ambos os sexos. Apesar disso, MAJ e LUZI30 (1964) e JOHNSTON et al.25 (1965) observaram ainda maiores valores de incrementos para as meninas, concordando com os nossos resultados, onde a figura 13 mostra que no grupo I, os incrementos para o sexo feminino foram maiores do que para o sexo masculino, sendo que somente o incremento para o comprimento do corpo da mandíbula é estatisticamente diferente entre os sexos. NANDA38 (1955), HUNTER21 (1966), MITANI34 (1977) e BISHARA et al.4 (1981) encontraram maior aumento no crescimento total para os meninos do que para as meninas, tanto para altura do ramo e comprimento mandibular. SIQUEIRA e PRATES47 (1995) também afirmaram que a quantidade de crescimento para o comprimento da maxila e da mandíbula era maior para os meninos, concordando com JAMISON et al.24 (1982) que observaram diferença significante no perfil de crescimento das mudanças inFeminino + Masculino mm 3,5 3 2,5 2 G I 1,5 G II 1 0,5 Med. 0 CoA CoGo GoGn Cef. CoGn FIGURA 15 - Representação gráfica dos incrementos das medidas cefalométricas nos grupos I e II, independente do sexo. TABELA 8 Comparação entre os grupos I e II. Resultado do teste t(Student) e Intervalo de Confiança (IC) para o valor médio da diferença entre os incrementos médios das medidas cefalométricas lineares, independente do sexo. Medidas Cefalométricas (mm) CoA CoGo GoGn CoGn Grupos I II I II I II I II (Masculino + Feminino) n=52 n=41 n=52 n=41 n=52 cn=41 n=52 n=41 Média 1,83 1,78 1,96 1,56 1,62 1,59 2,96 2,34 Desvio Padrão 1,65 1,52 1,69 1,57 1,25 1,80 2,15 1,97 t 0,14 1,17 0,09 1,43 g1 91 91 91 91 p 0,89 0,24 0,92 0,16 IC (95%) -0,62 a 0,71 -0,28 a 1,08 -0,60 a 0,66 -0,24 a 1,48 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 4, p. 19-31, jul./ago. 2001 29 estudado compreender a fase de aceleração do SCP, na qual o crescimento tenderia a linearidade, ou seja, o indivíduo quando inicia o surto teria um incremento anual relativamente igual até atingir o pico do SCP. As faixas etárias estudadas se encontram dentro das descritas no trabalho de LEWIS et al.28 (1982) que mostrou que o SCP mandibular ocorre entre os dez a 17 anos de idade para os meninos e de oito a 15 anos de idade para as meninas, concordando com os achados de BISHARA et al.4 (1981) e JAMISON et al.24 (1982). Assim, SINGER46 (1980) sugeriu iniciar a terapia ortodôntica logo no início do surto para corrigir a maloclusão enquanto o paciente está crescendo, pois além do clínico poder deixar passar o pico de velocidade de crescimento devido a grande variação na época de ocorrência entre os indivíduos, o ortodontista teria mais tempo de crescimento individual do paciente para tratar do problema, conseguindo obter melhores resultados. O mesmo foi sugerido por BISHARA et al.4 (1981), URSI52 (1994) e VIAZIS54 (1995) que afirmaram não haver justificativa para o tratamento da discrepância ântero-posterior ser adiado, se o tratamento é indicado precocemente, uma vez que as mudanças nas relações mandibulares no início e pico do surto são de magnitudes clinicamente e estatisticamente similares e, o período de crescimento máximo pode não ser de magnitude suficiente para corrigir a discrepância. Além disso, URSI52 (1994) observou que o tratamento iniciado no período do SCP, teria o seu tempo reduzido e seria mais eficiente, concordando com VIAZIS54 (1995) que concluiu que o adiamento do tratamento poderia acarretar problemas funcionais ou estéticos mais severos. Abstract Orthodontics Discipline of the School of Dentistry in São José dos Campos – UNESP, from seven years and two months to 13 years and five months old. The hand-wrist radiographs with their lateral cephalometric radiographs from the same patient according to gender (male and female) and to period in which they were in the pubertal growth curve, in groups I and II, corresponding to the beginning and peak of the PGS, respectively. Using the t (Student) statistical test, it was concluded that there Growth; Hand-wrist radiography; Lateral cephalometric radiography; Mandibular growth; Maxillary growth; Pubertal growth Spurt. v. 42, no. 4, p. 319-338, Oct. 1972. 4 - BISHARA, S. E. et al. Longitudinal changes in standing height and mandibular parameters between the ages of 8 and 17 years. Am J Orthod, St. Louis, v. 80, no. 2, p.115-135, Aug. 1981. 5 - BJÖRK, A. Variations in the growth pattern of the human mandible: longitudinal radiographic study by the implant method. J Dent Res, Washington, v. 42, p. 400-411, 1963. 6 - BJÖRK, A.; HELM, S. Prediction of the age of maximum puberal growth in body height. Angle Orthod, Appleton, v.37, no. 2, p.134-143, Apr. 1967. 7 - BROADBENT, B. H. A new x-ray technique and its application to orthodontia. Angle Orthod, Appleton, v. 1, no. 2, p. 45-66, Apr. 1931. 8 - BRODIE, A. G. Cephalometric roentgenology: history, technics and uses. J Oral Surg, Chicago, v. 7, no.3, p. 185-198, July 1949. 9 - CRAVO, D. C.; MALTAGLIATI, A. M. A. Influência da consistência da dieta alimentar no crescimento e desenvolvimento da face. Rev Paul Odontol, São Paulo, v.14, n. 41, p.6-14, jul./ago. 1992. Individual knowledge of facial growth and development during pubertal growth spurt (PGS) is important as an adjunct for orthodontic diagnosis and treatment planning. In this study, we proposed to compare the maxillary and mandibular growth between the initial and peak phases of the PGS, also verifying if growth differences between males and females exists. We used 93 hand-wrist radiographs and 186 lateral cephalometric radiographs from the patients’ file of the REFERÊNCIAS 1 - BAMBHA, J.K.; VAN NATTA, P. Longitudinal study of facial growth in relation to skeletal maturation during adolescence. Am J Orthod, St. Louis, v. 49, no. 7, p.481-493, July 1963. 2 - BENEMANN, E. et al. Idade biológica: indicadores do surto de crescimento. Ortodontia Gaúcha, Porto Alegre, v. 1, n.1, p. 62-76, abr. 1997. 3 - BERGERSEN, E. O. The male adolescent facial growth spurt: its prediction and relation to skeletal maturation. Angle Orthod, Appleton, CONCLUSÕES Pelos resultados obtidos nesta pesquisa, chegamos às seguintes conclusões: a) o crescimento maxilar e mandibular na fase de aceleração do SCP tendeu a linearidade; R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 4, p. 19-31, jul./ago. 2001 b) houve aumento no tamanho de todas as dimensões cefalométricas estudadas, tanto para os indivíduos do sexo feminino como para os do masculino; c) houve diferença estatisticamente significante para todas as dimensões cefalométricas lineares estudadas (CoA, CoGo, GoGn, CoGn) entre os indivíduos do sexo masculino e do feminino, sendo que as medidas foram maiores para os meninos do que para as meninas; d) não houve diferença estatisticamente significante para os incrementos de cada medida cefalométrica linear estudada (CoA, CoGo, GoGn, CoGn) entre os grupos I e II, tanto para os meninos como para as meninas; e) houve similaridades dos incrementos médios nos dois sexos para a maioria das medidas estudadas; f) não houve diferença estatisticamente significante entre as médias dos incrementos de cada medida cefalométrica estudada entre os grupos I e II, independente do sexo. was no significant statistical difference for the increments of each linear cephalometric measurements studied between the groups I (beginning of the PGS) and II (peak of the PGS), either for boys or girls, suggesting a linear maxillo-mandibular growth during the acceleration phase of the PGS. 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Tendo em vista que a cada dia aumentam na Odontologia os tratamentos fundamentados em evidências, relatos sobre os efeitos (positivos e negativos) de diferentes opções de tratamento ortodôntico, têm surgido em números cada vez maiores. O objetivo deste artigo é resumir os resultados de investigações que descrevem o impacto estético do tratamento ortodôntico com e sem extração. INTRODUÇÃO É inegável e facilmente observável o fato de que o sol nasce no leste e se põe no oeste. Mesmo assim, muitos optarão por não acreditar em um fenômeno que parece tão óbvio. E, se a discussão envolver questões profissionais, muitos são fortemente inclinados a ignorar as evidências de seus sentidos, ocasionalmente deixam de lado a dúvida e acabam aceitando uma evidência curiosa ou relatos de casos como fatos. 1 Esta mesma situação ocorreu na virada do século XX, quando do surgimento da pseudociência, ocasião em que teorias foram sistematicamente apresentadas sem qualquer base.2 Esta revisão é um resumo da estética facial em termos de pesquisa, realidades ambientais e promoção pessoal. O Papel da Estética Facial na Ortodontia Nas atuais discussões sobre a estética facial, a Ortodontia normalmente é tomada como bode expiatório no circuito de conferências, na literatura e, ocasionalmente, nos tribunais. São muitos os que se autodeclaram especialistas em estética facial, muitos deles com interesses particulares. No entanto, há pouca sustentação até o momento para qualquer hipótese sobre estética em particular. Considerando o atual estado da arte neste novo Jay Bowman Palavras-chave: Estética facial; Extração x não extração; Perfil facial. O Dr. Bowman é diplomado pelo Conselho Americano de Ortodontistas, pela Sociedade Edward H. Angle de Ortodontistas e pelo Colégio Americano de Odontologia. É professor Adjunto Associado na Universidade de Saint Louis, desenvolveu e ministra o Curso “Straightwire” na Universidade de Michigan e mantém consultório particular em Portage, Michigan. 001-01 ART. Orthodontics: More Than Just Pretty Smiles Tradução: Maria Alexandra P. C. Grosso; Revisão Científica: Dra. Rosely Suguino; Diagramação: Valéria Vieira. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 4, p. 33-42, jul./ago. 2001 33