Pedro Luiz
Passos
CO-FUNDADOR
DA NATURA
EMPRESA DESTAQUE: USIFAB – EXCELÊNCIA EM USINAGEM
VENDA PROIBIDA
ANO II / NO 9
2014
Leitor
Editorial
demonstra a preocupação da SIMEC
O
em Revista para com questões de
variados níveis de complexidade tecnológica e elevado grau de automação, exige
interesse da indústria como um todo.
atualização contínua de conhecimentos, práticas e tecnologias.
setor eletrometalmecânico brasileiro não é um, são muitos. Senhor de
A matéria com o presidente da
CNI, Robson Braga de Andrade,
uma ampla e diversificada gama de empresas distribuídas ao longo de
sua múltipla cadeia produtiva, contempla infindos processos de pro-
dução, controle e gestão. Seu parque industrial, repleto de equipamentos com
Germano Maia
Em mercados globais, a incorporação sistemática de práticas que ampliem o
Tramix Textil
grau de inovação em produtos e processos, é condição sine qua non à manutenção
e fortalecimento da capacidade competitiva das empresas do setor.
Obrigado ao SIMEC pela
oportunidade que tem dado às
indústrias cearenses de mostrar nossos
diferenciais competitivos nas páginas
deste veículo que tanto nos valoriza.
Marcelo Vivacqua
NHJ do Brasil
No Ceará, apesar dos avanços alcançados, ainda há muito a fazer. É preciso
intensificar a relação entre empresas e instituições de ensino e pesquisa. Muito
pouco do que se pensa e produz no universo acadêmico, tem aplicação direta nas
práticas industriais locais. Ademais, a formação de recursos humanos para o setor
precisa avançar no mesmo ritmo de evolução das tecnologias, de modo a superar a
recorrente carência de pessoal qualificado em todos os níveis técnicos e de gestão.
Há também, que se fortalecer o nível de interação entre os diferentes atores da
Com a veiculação de “Histórias do
cadeia produtiva, aperfeiçoando os instrumentos de comunicação com as entida-
Setor”, a SIMEC em Revista permite
des de representação setorial. Uma eficiente troca de informação certamente irá
que conheçamos, a cada edição,
contribuir para a tomada de decisão compartilhada.
um pouco mais da vida empresarial
Em síntese, induzir o crescimento sustentável dessa indústria, torna-la compe-
cearense. Somos gratos pelo privilégio.
titiva, suscita o desenvolvimento de novas tecnologias em produtos, processos e
Píndaro Cardoso
serviços, novos modos de articulação entre os atores, investimentos sistemáticos
Carone/Ortofor
em pesquisa e desenvolvimento, formação de recursos humanos especializados e
incentivos à atualização tecnológica e à inovação.
A matéria sobre o Programa Apóstolos
O SIMEC se propõe a ser agente desta indução.
da Inovação amplia a disseminação de
Francílio Dourado Filho
uma ideia que promete revolucionar
a indústria cearense. Obrigado pela
oportunidade.
Davis Ananian
marketing/sistemafiec
Apóstolos da Inovação
Editor Chefe
Carta do Leitor
Como de costume a última edição da revista ficou muito boa em
todos os sentidos. A começar pela propriedade e assertividade expressa na Palavra do Presidente. Destaco em especial dois artigos:
“2014 – Ano das Incertezas”, por entender que o articulista Gilberto Barbosa mostrou com propriedade o cenário econômico do
Para dar sua opinião,
envie um e-mail para
[email protected] ou
nosso país, neste ano desafiador e preocupante; e “Território sem
@simecfiec
Lúcio Bessa
envie uma mensagem
85 4009.6300
[email protected]
www.sesi-ce.org.br
/sesiceara
/sesi_ceara
pelas redes sociais.
dono”, escrito com brilhantismo pelo Fernando Ximenes.
/simec.sindicato
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simec em revista - 3
Palavra do Presidente
Foto: CNI
Sumário
“Uma das características es-
05 | Palavra do Presidente
peciais da inteligência hu-
Ricard Pereira
mana é que ela é coletiva,
08 | Empresa Destaque
não individual.”
USIFAB: Excelência em Usinagem
A
frase em epígrafe é do jornalista britânico Matt Ridley, que em uma de suas
obras mais polêmicas, “O otimista racional”, defende a tese de que a maior
fonte de inovação humana não está na inspiração individual através da ra-
zão, mas na inteligência coletiva resultante da partilha de ideias por meio do intercâmbio e especialização. Conhecido por seus escritos sobre ciência, meio ambiente
e economia, Ridley acredita que o segredo da prosperidade está na possibilidade de
todo mundo poder trabalhar para todo mundo.
Em sintonia com este pensamento, nós que fazemos o SIMEC, temos defendido a
10 | Notícias
colaboração na geração e partilha de conhecimento como fator essencial à consoli-
• Beto Studart é o novo Presidente da FIEC
dação de uma cultura de inovação na indústria brasileira como um todo, e cearense
• Adequação às Normas NR10 e NR12
em particular. Tal qual o autor, entendemos que, para que a inovação se torne cumu-
• SIMEC tem marca registrada no INPI
lativa, as ideias precisam encontrar-se e acasalar-se.
• SIMEC apresenta seu Modelo de Gestão em
A vida sindical tem demonstrado que à medida que os mercados se diversificam e as
28 |Pedro Passos
Santa Catarina
• FIEC Entrega Comenda do Mérito Industrial
indústrias se especializam, a partilha de informações se torna ainda mais necessária
NATURA: UMA DAS 10 EMPRESAS MAIS
INOVADORAS DO MUNDO
para a consolidação da economia. E o que é melhor, quanto mais compartilhamos
conhecimentos e práticas, quanto mais dividimos esforços e talentos para o ganho
mútuo, mais bem sucedidos somos.
E é por assim entender que estamos empreendendo, em parceria com o SEBRAE e
35 | Inovação
Alpha Metalúrgica e Gram
Eollic ganham prêmio
FIEC
15 | Livre Pensar
Nível dos Reservatórios Hidroelétricos Brasileiros
17 | Responsabilidade Social
Responsabilidade Social Empresariado e Inclusão
Social
20 | Parceria
Companhia Siderúrgica do Pecém
com nova Gestão
24 | Histórias do Setor
• Linard - Uma Fábrica de Fábricas
• Esmaltec - Sucesso reconhecido mundialmente
4 - simec em revista
o IEL, um programa de fortalecimento do setor eletrometalmecanico no estado do
Inovação, Tecnologia e Qualidade de Vida
Ceará, que, pautado na metodologia do encadeamento produtivo, haverá de induzir
37 | Entrevista
processos verdadeiramente inovadores em nossas indústrias.
Competitividade e os Pequenos Negócios
Otimistas convictos, acreditamos que a economia cearense continuará a se expandir.
E, parafraseando Matt Ridley, vislumbramos o século XXI como um tempo magní-
41 | Economia
fico para se empreender e vencer.
Cenário Econômico para 2014-2015
Ricard Pereira
Presidente do SIMEC
44 | Opinião
Relacionamento Intersindical
48 | Regional Cariri
“A vida sindical tem demonstrado que à medida
que os mercados se diversificam e as indústrias se
especializam, a partilha de informações se torna
ainda mais necessária para a consolidação da
economia.”
II Fórum de Certificação de Panelas Metálicas
50 | Artigo
Os atuais riscos às Industrias Incentivadas do Ceará
52 | Mundo
54 | Eventos / Você sabia?
Foto: Arquivo SIMEC
13 | Matéria
simec em revista - 5
Foto: Arquivo SIMEC
DIRETORIA DO SIMEC QUADRIÊNIO 2011 - 2015
Diretoria Executiva
Diretores Setoriais
Conselho Fiscal
Representante junto à FIEC
Titulares
Titulares
Titulares
Titular
Diretor Presidente
Diretor Setor Metalúrgico
Ricard Pereira Silveira
Felipe Soares Gurgel
Helder Coelho Teixeira
Ricard Pereira Silveira
Diretor Vice-Presidente
Diretor Setor Mecânico
Raimundo Raumiro Maia
Suplentes
José Frederico Thomé
de Saboya e Silva
Fernando José L. Castro Alves
Eduardo Lima de C. Rocha
Carlos Prado
Diretor Financeiro
Cristiane Freitas Bezerra Lima
Suplentes
Fernando Cirino Gurgel
Diana Capistrano Passos
Delegado Cariri
Cícero Campos Alves
Diretor Administrativo
Diretor Setor Elétrico e Eletrônico
Suplentes
Píndaro Custódio Cardoso
Silvia Helena Lima Gurgel
Diretor de Inovação
e Sustentabilidade
João Aldenor Rodrigues
José Sampaio de Souza Filho
M
Ricardo Martiniano L. Barbosa
Francisco Odaci da Silva
Alberto José Barroso de Saboya
Suplentes
Suely Pereira Silveira
José Sérgio Cunha de Figueiredo
Adelaído de Alcântara Pontes
Y
CM
MY
Coordenadora Administrativa
Cariri
Veruska de Oliveira Peixoto
Delegado Jaguaribe
Ricardo Lopes de Castro Alves
Coordenador Administrativo
Jaguaribe
Francisco Odaci da Silva
Guilardo Góes Ferreira Gomes
Carlos Gil Alexandre Brasil
Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Estado do Ceará - SIMEC
Assessora Executiva da Presidência
Av. Barão de Studart, 1980 • 3º andar • Sala 309
Edifício Casa da Indústria – FIEC • [email protected]
www.simec.org.br • Fone/Fax: (85) 3224.6020 | (85) 3421.5455
Vanessa Pontes
Assistente Administrativa
Fernanda Paula
EXPEDIENTE
Projeto Gráfico e Editorial: E2 Estratégias Empresariais - www.e2solucoes.com • Coordenação Editorial: Francílio Dourado •
Direção de Arte: Keyla Américo • Diagramação: Keyla Américo • Tratamento de Imagens: Rodrigo Portillo • Jornalista: Vanessa
Lourenço (2571/CE) • Gráfica: Tiprogresso • Tiragem: 3.000 exemplares
é uma publicação do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Estado do Ceará - SIMEC, que detém os
direitos reservados. A publicação, idealizada e produzida pela E2 Estratégias Empresariais, se reserva ao direito de adequar os textos enviados por colaboradores.
As matérias divulgadas não expressam necessariamente a opinião da revista. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra, no entanto podem
ocorrer erros de digitação, impressão ou dúvida conceitual; em qualquer das hipotéses, solicitamos que entrem em contato.
6 - simec em revista
C
CY
CMY
K
Empresa Destaque
USIFAB: Excelência
em Usinagem
“Você planeja,
a USIFAB executa.”
O
slogan sintetiza a filosofia
de trabalho da Usinagem e
Fabricação de Peças Indus-
triais – USIFAB, empresa que já nas-
Atualmente a USIFAB está insta- tornou marca registrada da USIFAB,
ceu com o propósito de ser referência lada em uma área com mais de 3000 a empresa investe sistematicamente
em sua área de atuação, pela excelência m² e conta com quase cem colabora- na qualificação dos seus funcionários,
no atendimento e qualidade dos pro- dores. Oferece completo atendimen- oferecendo cursos de capacitação produtos que desenvolve.
to na fabricação de peças industriais, fissional, de modo a mantê-los atua-
Segundo Maria das Graças da Sil- usinagem, caldeiraria, montagem e lizados e em sintonia com as tendênva, desde a sua fundação, a USIFAB manutenção, além de prestar serviço cias de mercado.
procurou reunir uma equipe de profis- de mão-de-obra especializada para as
Sempre investindo em tecnologia
sionais altamente capacitados para ter empresas clientes. Seu foco está vol- e inovação, a USIFAB tem se difeo desenvolvimento de peças especiais, tado para indústrias que atuam nos renciado no segmento em que está
como forma de atender à demanda das segmentos: siderúrgico, alimentício, inserida, conquistando cada vez mais
mais exigentes indústrias.
de energia eólica, têxtil, petróleo e clientes. Sua carteira já contempla
“Nós já trabalhávamos com meta- gás, agroindústria, mineração, quími- indústrias como: Gerdau, Energia Pelurgia mesmo antes de formalizar a co, plástico e similares, metalúrgica e cém, MPX, Aço Cearense, Siemens,empresa. Quando iniciamos a USI- construção civil, dentre outros.
FAB, em 17 de outubro de 1985,
Wobben, Petrobrás, Solar Coca-Cola,
Sob a premissa de que os clientes ne- AmBev, Brasil Kirin, Cimento Apodi,
contávamos apenas com três máqui- cessitam de um atendimento flexível e M.Dias Branco, Esmaltec, Vicunha
nas usadas, instaladas numa pequena de qualidade, a USIFAB assume como Têxtil, Transnordestina, 3 Corações,
garagem. Foi muito trabalho, mas missão empresarial a prática da exce- Nufarm, Heineken e T&A Pré-FabriFotos: arquivo USIFAB
logo começamos a nos tornar conhe- lência em tudo o que faz.
cidos. Eu e o Antônio (Antônio Fa-
Sempre aberta a novos desafios, tem
cados.
Ciente da importância do associa-
biano da Silva) saíamos todos os dias como diferencial competitivo a dis- tivismo, Maria das Graças lembra
para visitar as empresas com potencial ponibilidade para um atendimento que o apoio do Sindicato tem sido
de serem nossas clientes, entregáva- emergencial. Para tanto, mantém uma muito importante. “Depois que nos
mos nosso portfólio e procurávamos equipe de plantão, composta por pro- filiamos ao SIMEC ganhamos inconvencer as pessoas de que nosso tra- fissionais altamente capacitados para formação, assessoria jurídica, além
“Depois que nos filiamos ao SIMEC ganhamos informação,
assessoria jurídica, além de uma série de outros benefícios que
têm ajudado a nortear as nossas ações e investimentos.”
balho era diferenciado, tínhamos qua- suprir e atender qualquer solicitação de uma série de outros benefícios
lidade superior. Não deu outra. Tudo dos clientes.
o que fazíamos era muito bem aceito;
que têm ajudado a nortear as nossas
Hoje, já sem a presença do compa- ações e investimentos”’ reforça a em-
não descuidávamos da qualidade e nheiro, Maria das Graças administra preendedora.
precisão de cada peça produzida. Em os negócios ao lado de um dos seus fi-
A USIFAB também demonstra seu
pouco tempo a gente já estava sendo lhos, Antônio Fabiano Agrela da Silva, compromisso com ações de responreconhecido e indicado para outros que responde pelo setor comercial.
trabalhos. Assim a empresa foi crescendo e chegando ao que é hoje.”
8 - simec em revista
sabilidade social, contribuindo com
Comprometida com a manutenção a sustentabilidade da Associação dos
de um padrão de qualidade que se Moradores do Pajuçara Parque.
simec em revista - 9
SIMEC tem Marca
Foto: arquivo SIMEC
Foto: J. Sobrinho
Notícias
Beto Studart é o Novo
Registrada no INPI
A
Presidente da FIEC
O
que comprova o registro no Instituto Nacional
da Propriedade Industrial – INPI, já foi devidamente
mes, Beto Studart, foi eleito presidente da
publicado na Revista da Propriedade Industrial – RPI.
Federação das Indústrias do Estado do Cea-
De acordo com a Lei da Propriedade Industrial - LPI
rá (FIEC) para o quinquênio 2014-2019. A Assembleia
(Art.133), a vigência da propriedade se estende até 10 de
Geral Eleitoral aconteceu no dia 14 de março de 2014,
maio de 2021, sendo prorrogável por iguais e sucessivos
na Casa da Indústria. Na ocasião, o presidente eleito, de-
períodos de dez anos. Para o Diretor de Inovação, Sam-
monstrando consciência dos desafios que terá pela frente,
paio Filho, “o registro da marca SIMEC contribui para
afirmou que “não medirá esforços para desenvolver um
fortalecer a imagem e a reputação do sindicato, criando
grande mandato”. Para o novo presidente, a união expres-
confiança junto aos associados e aumentando o valor intangível da instituição”
22-0016-13-Institucional rev. Simec 2.pdf 1 17/02/2014 14:11:03
Macêdo, na condução de sua gestão. “Irei trabalhar com responsabilidade e simplicidade, sempre em conjunto com os
22-0016-13-Institucional rev. Simec 2.pdf 1 17/02/2014 14:11:03
sindicatos e em sintonia com toda a diretoria, com o propósito de impactar positivamente no processo de desenvolvimento econômico e no fortalecimento da indústria do Ceará”, afirmou Beto Studart.
Foto: arquivo FIEC
um patrimônio do sindicato. O documento
empresário Jorge Alberto Vieira Studart Go-
sa pelos Sindicatos com a unanimidade em torno do seu nome, reflete a competência do atual presidente, Roberto
Adequação às Normas
NR 10 e NR 12
N
o início de maio, a diretoria do SIMEC, capita-
C
neada pelo presidente Ricard Pereira, promoveu
C
um café da manhã para os associados, com o ob-
M
jetivo de discutir as Normas Regulamentares NR 10 e NR
Y
M
Y
CM
12, que tratam, respectivamente, da segurança em instalações
MY
CM
e serviços em eletricidade e da segurança na operação de má-
CY
MY
quinas e equipamentos. O encontro aconteceu na FIEC, e
CMY
CY
possibilitou aos associados ter contato com algumas das solu-
K
CMY
ções disponíveis para a adequação das empresas às diretrizes
K
preconizadas nas referidas normas, além de conhecer equipamentos, processo de inovação e de acesso a linhas de crédito.
Também foram apresentados produtos e programas adequados às normas regulamentadoras.
10 - simec em revista
marca SIMEC agora é, de fato e de direito,
Fábrica da Inelsa
Fábrica da Inelsa
Matéria
SIMEC Apresenta seu Modelo
FIEC Entrega Comenda
de Gestão em Santa Catarina
do Mérito Industrial
O
A
presidente Ricard Pereira, vem sendo costumeiramente convidado pela coordenação do
Programa de Desenvolvimento Associativo
Fotos: arquivo FIEC
Foto: arquivo FIEC
Foto: arquivo SIMEC
Alpha Metalúrgica e Gram
Eollic Ganham Prêmio FIEC
Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), comemorou o Dia da Indústria
2014 com a entrega da Medalha do Mérito
(PDA), a falar sobre o modelo de gestão adotado pelo
Industrial, concedida a três personalidades que impul-
SIMEC ao longo de seu mandato, para gestores de sindi-
sionaram a economia do Ceará. Os agraciados com a
catos filiados a federações de outros estados brasileiros.
comenda foram: Cid Ferreira Gomes, Governador do
No dia 20 de Março, durante Mesa-Redonda promovida
Estado do Ceará; Valdelírio Pereira de Soares Filho,
pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Cata-
ex-presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas,
rina (FIESC), juntamente com Osni Verona, presiden-
Mecânicas e de Materiais Elétricos do Ceará e fundador
O
te do Sindicato da Indústria Madeireira e Moveleira do
Prêmio FIEC por Desem-
dia 10 de março de 2014, no Audi-
gramas de gerenciamento de resíduos
penho Ambiental, é uma
tório Luiz Esteves Neto, na Casa da
sólidos; melhoria da qualidade do ar;
iniciativa da Federação das
Indústria, duas empresas filiadas ao
gestão dos recursos hídricos; desen-
Indústrias do Estado do Ceará (FIEC),
SIMEC estavam entre as agraciadas:
volvimento de tecnologias de redução
da Microsol; e Francisco Demontiê Mendes Aragão, do
que visa reconhecer as empresas indus-
a Alpha Metalúrgica e a Gram Eollic.
de poluentes na fonte; e utilização de
Vale do Uruguai (SIMOVALE). Durante o evento, o
setor de pedras ornamentais. A solenidade comemora-
triais filiadas aos sindicatos, que tenham
A Alpha Metalúrgica, empresa es-
cearense destacou a importância de se aumentar a base
tiva aconteceu no dia 22 de maio, no La Maison Du-
se destacado na conservação do meio
pecializada em esquadrias de alumí-
Para o presidente da Alpha, em-
de filiados a partir da concretização de ações que benefi-
nas. Instituída pela FIEC em 1974, a comenda presta
ambiente e implementado atividades
nio, com foco especial em obras de
presário Sampaio Filho, a pre-
ciem diretamente as empresas. “O nível de avanços con-
homenagem a empresários e personalidades com atua-
que resultem na melhoria da qualidade
construção civil, ganhou prêmio na
miação amplia o compromisso da
quistados pelo SIMEC com o PDA, possibilitou que,
ção marcante no desenvolvimento econômico do Cea-
ambiental. Realizado pelo Núcleo de
modalidade “Produção Mais Limpa”,
empresa com a questão da susten-
hoje, as indústrias queiram ter a marca do sindicato as-
rá por meio de relevantes serviços prestados ao setor
Meio Ambiente (NUMA), o prêmio
que considera os seguintes aspectos:
tabilidade. “Desde o começo de
sociada às suas marcas”, afirmou Ricard Pereira.
industrial cearense.
considera os princípios do desenvolvi-
adoção de iniciativas direcionadas à
nossas atividades, temos tido o cui-
mento sustentável como argumentos
conservação e ao uso racional de ma-
dado de tocar nossos processo de
de seleção das empresas participantes.
térias primas, energia e água; projetos
produção de forma integrada com
Quando da solenidade de entrega
de reciclagem, interna e externa, de
os propósitos ambientais, reduzin-
da sua 10ª edição, fato ocorrido no
resíduos do processo produtivo; pro-
do os resíduos e as emissões que
12 - simec em revista
combustíveis alternativos.
simec em revista - 13
podemos ao processo.”
A comissão julgadora é formada por técnicos indica-
Livre Pensar
dos pelas instituições: Conselho de Políticas e Gestão
A Gram Eollic, empresa voltada para o desenvolvimento
do Meio Ambiente (Conpam), Secretaria Municipal de
de artefatos de metais e projetos ligados ao uso sustentável
Meio Ambiente e Controle Urbano de Fortaleza (Se-
das diferentes formas de energia, foi premiada na modalida-
mam), Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, Nú-
de “Integração com a Sociedade”, que avalia as iniciativas de
cleo de Tecnologias Limpas da Universidade Federal
indústrias que realizem projetos em parceria com organiza-
do Ceará (UFC), Banco do Nordeste do Brasil (BNB),
ções não governamentais, visando a melhoria da qualidade
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/
do meio ambiente, além de interações e/ou intervenções da
CE) e ONG Ambientalista. O julgamento considera os
empresa em junto a comunidades de sua área de influência
seguintes critérios: utilização de tecnologia adequada,
direta, com finalidades de caráter social (desenvolvimento
que garanta o controle da poluição; Sistema de Gestão
da comunidade, saúde, educação, treinamento etc.).
Ambiental (SGA); integração com entidades ambientais
Segundo Fernando Ximenes, cientista industrial e pre-
e comunidade de entorno; contribuição para a melhoria
sidente da Gram Eollic, a integração entre a empresa e a
do ecossistema e proteção da biodiversidade; desenvolvi-
sociedade é algo intrínseco à estratégia de sua empresa. “Em
mento adequado no tratamento de resíduos gerados no
suas operações, a Gram Eollic não apenas minora os efeitos
processo produtivo da empresa; comprovação da aceita-
de seus impactos, como cumpre os mais diversos requisitos
ção do produto final, a partir da melhora ambiental; mo-
impostos por diferentes normativos. E com isto beneficia-se
delo para outras empresas, tendo como base os processos
das questões sociais, gerando vantagem competitiva e, por
ambientais desenvolvidos; e originalidade ou medida que
consequência, ampliando sistematicamente os resultados.”
seja inovadora.
Nível dos Reservatórios
Hidroelétricos Brasileiros
Foto: Banco de Imagens
podem trazer periculosidade, reintegrando tudo o que
por Fernando Ximenes
Cientista Industrial
A
questão energética tem estado entre as principais de investimentos outras fontes de energia, como a eólica e
preocupações brasileiras. Preocupa de modo es- a solar, são cada vez mais notórios e frequentes. Do sistema
pecial, o nível dos reservatórios hidroelétricos, micro ao macro, dúvidas se estendem, especialmente nos
por conta das projeções feitas por especialistas e meteoro- aspectos relacionados à equalização de tempo operacional.
logistas, que advertem para a possibilidade de um raciona-
Um olhar mais detalhado sobre o baixo nível d’água dos
mento. A perspectiva de falta de energia e apagões, causam principais reservatórios das hidroelétricas brasileiras, reveum misto de insegurança e indignação para aqueles que lam situações realmente comprometedoras. Senão vejamos.
promovem a economia, ampliando riscos de investimentos
e trazendo de volta o fantasma da inflação.
No Sul, o reservatório G. B. Munhoz, no rio Iguaçu,
que responde por 30,39% do abastecimento energético
Sem garantia de efetividade da produção energética hí- da Região, está com apenas 20,04% de sua capacidade
drica, inquietações e questionamentos quanto à viabilidade d’água.
simec em revista - 15
No Nordeste, o reservatório de Três chuvoso terminou em Abril e não caiu leiro, que até então, tem sido gerada
Responsabilidade Social
Marias, no rio São Francisco, que é a água esperada. As projeções apontam pelas hidroelétricas, indagando: Como
responsável pelo abastecimento ener- para uma redução da participação da não existe mais a segurança da energia
gético de 31,02% de toda a Região, energia hídrica na matriz energética hídrica renovável? Como posso pro-
Empresariado e
Inclusão Social
comporta apenas 18% de sua capa- brasileira até Novembro de 2014, que duzir a minha própria energia elétrica?
cidade d’água. Ao mesmo tempo, os poderá chegar a 68% nominal e gera- Uma resposta possível seria: Consireservatórios de Sobradinho, Paulo ção até 38% no setor hídrico. O cená- derando legislativamente a resolução
Afonso e Itaparica, que, juntos, res- rio não é nada promissor. E isto tem 482 da ANEEL – Agência Nacional
pondem por 6,62% da energia nor- influência direta na economia do país.
de Energia Elétrica – de micro e mini
destina, acumulam 27,59% da água
geração, os sistemas de energia eólica
que podem comportar.
No Sudeste, 17,42% do abastecimento energético vem do reservatório de Furnas, que ora está com nada
mais que 28% de sua capacidade. Já
em Nova Ponte, no rio Paranaíba, que
responde por 11,39% do abastecimento energético da Região, concentra so-
“A constatação do
baixo nível d’água nos
reservatórios hidroelétricos
levantados, só confirma
a preocupação com o
abastecimento energético
brasileiro.”
e solar, e as linhas de financiamentos,
é tecnicamente possível qualquer pessoa física ou jurídica, gerar energia
elétrica em seu próprio espaço físico e
de modo economicamente viável.
Nessa perspectiva, o consumidor
de energia elétrica brasileiro pode
resolver o déficit do Sistema Inter-
mente 25,39% da água que comporta.
ligado Nacional de energia, com
Algo similar acontece em Itumbiara,
a sua própria produção de energia
onde o nível não supera os 23,4%.
A confirmar-se este cenário, o Brasil elétrica, a partir de outras fontes re-
as capacidades d’água dos reservató- Interligado Nacional (SIN). O vácuo dar suporte técnico ao seu consumo
rios não são 100% eficientes, a preo- causado pelas perdas dos reservatórios próprio e contribuir para o abastecicupação se amplia ainda mais. A bar- hidroelétricos precisará ser substituído mento energético dos setores socioeragem de Furnas, por exemplo, tem por outras fontes de energia no siste- conômicos.
apenas 3 metros de nível útil em seu ma, utilizando-se de outros produtovertedouro.
Mas não é nada fácil. Metaforica-
res e fornecedores de energia. E isto mente, o Brasil se encontra numa
Fotos: arquivo SIMEC
Se lembrarmos que, tecnicamente, necessitará injetar energia no Sistema nováveis (eólica e solar), e, com isto,
Mariana Albuquerque
o abastecimento energético brasileiro. tiva, solar e/ou eólica. O governo terá teorológicos, da equação operacio-
C
A tendência para os próximos 6 meses, que substituir a fonte hídrica, contra- nal, da inflação e das eleições. São
como missão “colaborar para a recuperação social do preso círculo vicioso da violência e a reincidência criminal.
é de seguidas perdas percentuais de tar e colocar em operação, algo em sete bolas, sete preocupações. A bus-
com vistas a melhorar sua condição de vida, por meio da
capacidade d’água nos reservatórios, torno de 15 GW médios, só para o ca por ações que possam equilibrar a
elevação do nível de sanidade física, moral, educacional, des que empregam e capacitam presos para o mercado de
com consequentes perdas na produção abastecimento de energia brasileira no balança entre a energia produzida e a
além da capacitação profissional e encaminhamento para trabalho. Para entender melhor o trabalho desenvolvido pela
energética nacional. A queda deve se- curto prazo de 6 meses.
oportunidades de trabalho remunerado”.
A constatação do baixo nível d’água é caro. Uma saída imediatista seria o sinuca de bico, entre as bolas da
nos reservatórios hidroelétricos levan- consumidor gerar sua própria energia gestão, da produção energética, da
tados, só confirma a preocupação com elétrica, a partir de uma fonte alterna- demanda energética, dos fatores me-
guir ritmos de 2% a 5% ao mês.
consumida no país, de modo a man-
Considerado todo o quadro aqui ter o nível de desenvolvimento em
É fato, o tempo passou. Nas cabecei- desenhado, é possível que se questione patamares economicamente viáveis,
riada por meio do Decreto nº 30.983, de 23 de cial, a capacitação profissional, o sistema educacional e o deagosto de 2012, a Coordenadoria de Inclusão So- senvolvimento laboral dos internos e apenados progredidos
cial do Preso e do Egresso (CISPE) da Secretaria em regime, com a finalidade de prepará-los para o retorno
da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará (SEJUS), tem a uma convivência social mais equilibrada, minimizando o
Atualmente, a CISPE se encontra desenvolvendo ativida-
CISPE, a SIMEC em Revista entrevistou a Secretária da Justi-
A implantação da CISPE vislumbra cumprir a função so- ça e Cidadania, Mariana Lobo Botelho Albuquerque.
cial da pena, incrementando condições mais harmônicas no
ras dos principais reservatórios brasilei- a possibilidade de falta de energia e a é responsabilidade de todos nós.
encarceramento de homens e mulheres que descumpriram Quais são os programas de inclusão social que vêm sen-
ros não choveu o suficiente. O período segurança do sistema energético brasi- Que não fiquemos quietos.
as leis, possibilitando além do custodiamento, o trabalho so- do desenvolvidos pela SEJUS? Como funcionam?
16 - simec em revista
simec em revista - 17
Projetos de
Ressocialização
A SEJUS tem uma série de programas de ressocialização
Como estes programas podem transformar a vida de pessoas que
desenvolvidos, tanto com pessoas que estão no cárcere,
precisam ser inseridas no mercado de trabalho? Há algum caso que
como com as que saíram do sistema penitenciário. Para
possa destacar?
isso, conta com uma Coordenadoria de Inclusão Social do
A política penitenciária de reinserção social da Sejus considera o detento
•Acordes para a vida: Aulas de violão para internos;
Preso e do Egresso, a CISPE, que desenvolve projetos volta-
durante e depois de cumprir sua pena, de modo a assegurar o respeito
•Arca das Letras: Produção de arcas que são doa-
dos para a integração entre os internos com intuito de ensi-
e a dignidade enquanto ser humano, além de trazê-lo de volta à socie-
nar um novo ofício. Cerca de 80% das pessoas que entram
dade que o responsabilizou por sua conduta ilícita. Entendemos que
no sistema penitenciário não tem uma profissão e dar este
podemos fazer isso ao ensinar um ofício e inserir os presos no mercado
incentivo dentro do cárcere é uma missão do Estado. Para
de trabalho. São oportunidades de trilhar um novo caminho ao sair da
•Brincar Vir Ver: Ações que buscam fomentar os
citar alguns, temos o “Maria Marias”, um projeto realiza-
unidade prisional. Nossa experiência tem provado que, com as parcerias
vínculos afetivos entre as mães presidiárias e seus
do com as internas do Presídio Feminino Desembargadora
firmadas, estamos conseguindo resgatar inúmeras pessoas da criminali-
filhos, de até 11 anos de idade;
Auri Moura Costa, que até o final deste ano irá ofertar mais
dade. Não são poucos os exemplos daqueles que, empregados em obras
•Cores da Liberdade: Parceria com empresa priva-
de 800 vagas em cursos na área de beleza, culinária, corte
públicas como a do Castelão, do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e até
da que capacita presos para trabalhar com pintura e
e costura, construção civil e informática; o “Lapidar”, que
mesmo em parcerias como os Correios ou Theatro José de Alencar, que
ainda harmoniza as unidades prisionais com cores;
emprega internos do Instituto Penal Professor Olavo Oli-
ao saírem desses trabalhos, acabaram sendo absorvidos pelas construto-
•Fabricando Oportunidades: Oportuniza o traba-
veira na produção de semijoias; o “Cores da Liberdade”,
ras em outras obras, sem qualquer intermediação do Estado.
das para serem utilizadas como bibliotecas;
•Batalhão Ambiental: Programa de limpeza dos
parques públicos;
lho de artesanato dentro das unidades. Inclui projetos de produção artesanal: patchwork, tenerife,
que está capacitando 200 internos em pintura predial, em
tapeçaria, mosaico e outros artesanatos;
parceria com a Hidracor, além de projetos que trabalham
Quais são as principais dificuldades enfrentadas pela Secretaria em
na revitalização de áreas públicas, como o “Plantando o
relação à execução dos projetos?
Amanhã” e o “Batalhão Ambiental”.
A maior dificuldade é do ponto de vista de planejamento e crescimento.
Temos percebido que o mercado da construção civil está
Temos uma população carcerária que cresce em progressão geométrica,
•Maria Marias: Oferta de cursos de integração so-
aquecido, por isso trabalhamos no fornecimento de mão de
em torno de 9% ao ano, e a capacidade de construção estatal, com suas
cial nas áreas de dança de salão, coral, ginástica
obra capacitada. O programa “Mãos que Constroem”, visa
licitações e cronogramas, não consegue alcançar este ritmo. Então temos
e teatro e de capacitação profissional nas áreas de
capacitar e empregar os egressos, tanto em obras públicas
um déficit de aproximadamente 3.500 vagas. Para se ter uma ideia, cons-
construção civil, corte e costura, artesanato, infor-
quanto privadas.
truímos 4.440 novas vagas em 7 anos, gastando 190 milhões de reais do
mática, jardinagem, cabeleireira, depiladora, ma-
Vale destacar ainda, que encerramos 2013 com 4.944 pre-
Estado em novas cadeias e presídios. Só que a população cresceu em 7 mil
nicure, culinária;
sos envolvidos em atividades laborativas em todo o Ceará,
pessoas neste período. Então, temos que parar e pensar: não adianta só
•Mãos que Constroem: Amplo projeto que capa-
sendo 1.104 pessoas trabalhando com atividades artesanais,
construir novas unidades e empenhar mais dinheiro público na manuten-
cita e emprega presos na construção civil de obras
589 em apoio às unidades e as demais em atividades com
ção destas pessoas, temos que ir além e trabalhar a inclusão social delas.
públicas estaduais, a exemplo do Arena Castelão,
ção de pedras;
obras de mobilidade urbana, além de programas
empresas parceiras. Isso significa o percentual de 25,8%
dos presos atuando em alguma atividade laborativa.
•Lapidar: Programa de fabricação de jóias e lapida-
Como a senhora vê o papel reservado à classe empresarial nesse processo?
Primeiro, procuro esclarecer que no Brasil não temos pena de morte
de habitação popular;
•Plantando o amanhã: Capacitação em jardinagem para cumpridores dos regimes aberto;
ou prisão perpétua e a pessoa que hoje está presa vai retornar. E precisa
•Oficina de Serigrafia: Fábrica e confecção de peças
retornar melhor. Deste modo, a sociedade e, em uma parcela especial,
com pintura feita a partir de técnicas de serigrafia;
a classe empresarial, tem um papel fundamental na ressocialização dos
•Vozes da Liberdade: Coral com turmas em uma
egressos do sistema penitenciário com a oferta de vagas. Também incentivamos a instalação de unidades fabris dentro de unidades prisionais,
onde o empresariado não conta com custos de espaço, deslocamento
e alimentação e remunera em 3/4 de um salário mínimo ao interno,
como prescreve a Lei de Execução Penal.
unidade masculina e na unidade feminina;
•Grafitart: Ensino de técnicas do grafite para internos;
•Pólo de Inclusão Social do Preso e do Egresso:
Projeto ligado a área agrícola.
simec em revista - 19
cipação. Porque não basta você cuidar bem enquanto cida- A influência oriental
Parceria
dãos aqui, mas sobretudo, assimilar um legado e transfor- Nos últimos anos da minha vida passei 16 deles fora
mar esse legado em algo de aprendizado. Portanto, o maior do Brasil, grande parte no Oriente. Aprendi a arte da
Companhia Siderúrgica do
Pecém com Nova Gestão
desafio são as pessoas.
paciência, a arte de tentar entender além das palavras.
Lidar com orientais exige, as vezes, atitudes diferentes
O relacionamento com o entorno
daquelas que estamos acostumados. O negócio com eles
Certamente os municípios circunvizinhos à CSP vão abrigar não é muito tecnológico, passa pelo relacionamento ingrande parte dos nossos funcionários, como cidades-residên- terpessoal. Por exemplo, passei cinco anos na China,
cia. E isto haverá de promover um fluxo muito grande de onde implantei a Vale. Saía com minha pasta com camassa salarial, de consumo, o que acabará desencadeando tálogos da empresa, andava 4 mil km por semana para
no fortalecimento dos provedores de serviço e de bens locais. vender. Aprendi que o seu cliente pode comprar se gosAdemais, estaremos movimentando empresas provedoras, tar de você, e, não necessariamente comprará se você
que certamente vão ter que se abrigar em um raio adequado, tiver um bom produto, e o gostar de você passa por uma
e raio adequado significa cidades vizinhas. Portanto, precisa- boa mesa.
mos manter um relacionamento produtivo e responsável com
nosso entorno. A responsabilidade é muito grande. Também O Problema de mão de obra
precisamos envolver o poder público em suas diferentes ins- A CSP deve empregar na sua fase de operações cerca de
tâncias. Estamos construindo essas relações. Mas não estamos 4 mil pessoas, de todos os níveis. Há trinta anos atrás,
sozinhos, temos corresponsabilidade, temos que nos dar as quando eu implantei a Companhia Siderúrgica de Tubamãos. E o SIMEC é um grande parceiro nesse processo todo. rões (ArcelorMittal), fui um dos quatro primeiros enge-
Foto: FIEC
Sérgio Leite
O
novo CEO da Compa- Expectativa com o novo desafio
magnitude suscita o fortalecimento de
nhia Siderúrgica do Pe- Se assumir a presidência de uma em- toda a cadeia produtiva do setor sidecém (CSP), o Engenheiro presa já é por si só um grande desafio, rúrgico no contexto local. Ademais,
metalurgista Sérgio Márcio de Freitas assumir uma empresa de siderurgia precisamos promover a inserção dos
Leite, trabalha na Vale desde 1994, é um desafio ainda maior. A CSP é nossos sócios estrangeiros. No procesjá ocupara a presidência do Conse- uma siderúrgica que tem aspectos re- so de construção da empresa, devemos
lho de Administração da CSP e vinha gionais e setoriais, então isso exige da chegar a ter uma população de quase
respondendo interinamente pela side- gente e da equipe que vamos formar 800 coreanos, atuando nas mais dirúrgica, após a saída de seu antecessor, uma agenda de trabalho cuidadosa, versas qualificações profissionais, seja
Marcos Chiorboli. Em visita à Federa- uma busca de profissionais altamente como supervisores ou assistentes esção das Indústrias do Estado do Ceará qualificados, e, sobretudo, um com- pecializados. E há que se cuidar deles
(FIEC), Sérgio Leite falou para a SI- promisso muito grande com o cenário como cidadãos, como profissionais e
MEC em Revista.
20 - simec em revista
local, com os stakeholders locais. Sua depois cuidar do legado de sua parti-
Sérgio Márcio
de Freitas Leite
tributária, por exemplo, o Estado – bens de serviços. No último, realizado qualificação das empresas. A Siderúre aqui falo Estado no sentido mais em Caucaia, nós tivemos 80 empresas gica, até por uma questão de atendiamplo – precisa armar uma equação
que viabilize projetos que beneficiem
•Nascido em Belo Horizonte - Minas
a região como um todo. Se abre uma
Gerais-MG, Brasil
agenda, onde você elenca suas neces-
•Foi presidente do Conselho de Admi-
sidades, você dá uma ideia de tempo
nistração da CSP e da Usina de Pelo-
e, por outro lado, você vê o que tem
tização da Vale, no Sultanato de Omã,
de oportunidades realmente eficazes,
na Península Arábica.
ou concretas, isso é parceria.
•De 2011 até 2013 foi diretor e cou-
Os Programas
ntry manager do projeto da Vale na
Nós temos hoje dois programas em
Argentina.
andamento; o Programa de Desenvol-
mento às normas, e mais que isto, pela
“A CSP é a única empresa
siderúrgica que está sendo
construída hoje no mundo.
Ao assumir a presidência
de uma companhia como
essa, tenho consciência
da dimensão do meu
compromisso, mas também
sei o quanto preciso induzir
parcerias, conquistar a
confiança de todos.”
qualidade da fabricação de seus produtos, ela tem que ter fornecedores qualificados e certificados. O objetivo do
Programa é ter uma cadeia de fornecedores locais focadas, mas certificadas
e qualificadas. O segundo programa é
o de Encaminhamento ao Trabalho,
que em sua primeira etapa tem foco
na qualificação da mão de obra para
a fase de construção. E aqui nós contamos com a liderança da FIEC e do
•De 2007 até 2011, atuou no Oriente
vimento Regional (PDR), que conta
Senai na qualificação da mão de obra,
Médio e Sudeste da Ásia como diretor
com a participação do SIMEC, e onde
chegamos a qualificar 3.000 pessoas
dos projetos da Vale na Malásia e em
nheiros que se ajuntaram aos japone- fornecimento do que construção.
nós já realizamos três encontros de ne- participando. Outro ponto importan- nesses últimos períodos, porque o em-
Omã.
ses para poder fazer a pré-operação da Ainda há muito o que fazer.
gócios. Nesses encontros são apresen- te que o PDR está trabalhando forte- prego tem, a mão de obra é que não
usina, depois operei a usina. Naquela
tadas as necessidades de demandas, de mente, é a questão da certificação e está qualificada.
•Em 2010 foi nomeado CEO da Vale
em Omã.
época, como é que nós povoamos a Relacionamento com o Estado
empresa? Apenas 25% desse contin- A CSP é a única empresa siderúr-
•Graduado em Engenharia Metalúrgi-
gente tinha experiência. Precisáva- gica que está sendo construída hoje
ca com pós-graduação em Psicologia,
mos de 1mil que soubessem o que é no mundo. Ao assumir a presidên-
Contabilidade e Finanças. Participou
siderurgia, outros 25% de gente que cia de uma companhia como essa,
de cursos tanto técnicos quanto ge-
sabia o que era uma indústria, e os tenho consciência da dimensão do
renciais em institutos como IRSID
demais 2 mil, de gente que ainda não meu compromisso, mas também sei
na França, Productivity Institute em
sabe nada sobre o assunto. Viabilizar o quanto preciso induzir parcerias,
Tokyo no Japão, MIT Sloan School
o funcionamento da CSP exige que conquistar a confiança de todos. A
of Management nos Estados Unidos e
batamos na porta das escolas técni- Siderúrgica precisa estabelecer par-
IMD na Suíça.
cas, das Faculdades e abrir um leque cerias sustentáveis, mas essas parce-
•Anteriormente, foi diretor de Planejamento, Mineração e do Departamento de Pelotização da Vale no Brasil e
também responsável pelo escritório da
Vale em Shanghai.
de oportunidades para estudantes rias também precisam ser desejadas,
do Ceará. Precisamos de talentos. a gente quer se sentir desejado. O
Temos que captar pelo menos 2 mil primeiro elo da parceria é sentir, por
talentos entre técnicos e engenheiros. exemplo, dessa casa, a Casa da IndúsÉ triste constatar que um brasileiro, tria, um desejo genuíno de ter esse
hoje, produz 1/3 do que um coreano; empreendimento aqui. Esse projeto é
•Sua experiência profissional inclui
metade do que um chileno. E olha apartidário, é um projeto do estado
mais de 25 anos na siderurgia em po-
que estamos com 30% do avanço de do Ceará, então, é preciso que se es-
sições gerenciais nas principais com-
obras, considerando a parte de for- tude com afinco, que negócios, que
panhias como Usiminas e ArcelorMit-
necimento de engenharia, devemos oportunidades, que serviços e que
tal Tubarão (antiga CST) no Brasil.
estar com 50% de avanço, tem mais dificuldades teremos. Na questão
22 - simec em revista
simec em revista - 23
HISTORIAS DO SETOR
Fotos: arquivo LINARD
LINARD – uma
fábrica de fábricas
por Maragton Linard
Presidente da LINARD
A
com inovação, qualidade técnica e responsabilidade ambiental”.
Também estamos comprometidos com a sustentabilidade. Logo na origem, Antônio Linard teve o
Antonio Linard Máquinas e
na para a demanda. Com o passar
dos anos 1990 vendeu para o
Construções Técnicas S/A,
do tempo foi criando novas linhas
Equador uma usina para fabricar
Durante esses 80 anos de trabalho, a fé, a união
cuidado de reservar uma área de mata virgem, no
nasceu de um sonho do meu pai,
de produção e aprimorando cada
açúcar cristal e mascavo. Ainda
da família e a responsabilidade diante de um traba-
terreno por trás da fábrica, pois entendia a necessi-
Antonio Linard, que era filho do
vez mais seus processos. Na dé-
se moldando as necessidades do
lho sério, sempre diminuíram o tamanho dos obs-
dade de ser responsável pelo meio ambiente. Cuida-
francês Estevão Serafim Linard.
cada de 1950 aconteceu um fato
mercado, mas ainda fabricando
táculos encontrados. Entendendo que o diferencial
va para que ninguém entrasse no terreno para caçar
Na década de 1930, seu conhe-
marcante. O Dr. Martinho de Luna
caldeiras, engenhos, alambiques e
está na satisfação do cliente, procurarmos ter foco
ou prender animais, especialmente os pássaros. Ain-
cimento prático sobre mecânica
Alencar, membro dos Diários As-
outros os equipamentos como fá-
na qualidade de tudo que fazemos. Atendemos espe-
da hoje a Linard mantém uma criação de pavões que
lhe permitiu se instalar num dis-
sociados, conhecendo de perto o
brica de doces e casas de farinha,
cialmente quem está instalando uma nova fábrica ou
voam livremente por toda área da empresa. Antonio
trito de Missão Velha, e assistir
know-how da Linard, se ofereceu
a indústria também desenvolveu e
ampliando a produção. Somos uma fábrica que cons-
Linard, costumava dizer: “Deus é a Natureza”.
aos engenhos de rapadura, que
“Acreditamos que o
fortalecimento da sociedade é importante para
o crescimento dos seus
negócios, o ser humano
é o bem mais precioso.
Por isto a Responsabilidade Social está presente em toda a nossa organização.”
fabricou usinas de Biodiesel, para
trói fábricas. Das grandes indústrias aos pequenos
Uma curiosidade: Antonio Linard, no ano de 1928
cidades do Ceará e Pernambuco.
produtores de rapadura. São clientes que adquirem
estava trabalhando embaixo de um pé de juá, quando
Após o falecimento de meu pai,
equipamentos para fábricas de doces, borracha, re-
foi procurado por um dos “cabras” de Lampião para
em 1983, assumi junto aos meus
frigerantes, biscoitos, renovadoras de pneus, hotéis,
consertar, lubrificar e montar todo o armamento do
irmãos: José Linard e Nilda.
hospitais, gipsita, óleos essenciais, entre outros.
bando. Ao terminar todo o trabalho, foi levado à pre-
Atualmente presido a empresa
Hoje temos também uma linha de produção destina-
sença de Lampião para entregar as armas, testá-las
e tenho ao meu lado três filhos e
da a estruturas metálicas e serviços na construção
e fazer a cobrança pelo serviço. Lampião, perguntou
uma equipe de funcionários que
de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT).
qual era o seu sonho, e o que iria fazer com o dinhei-
ta, e procurava sempre construir
possuíam maquinários de origem
estrangeira. Em 1933, montou
uma pequena oficina, onde iniciou
a construção de motores a vapor,
engenhos e caldeiras, dentre outros produtos. A marca Linard
logo se tornou conhecida em todo
já está na terceira geração. Meus
Acreditamos que o fortalecimento da sociedade
ro do pagamento. De prontidão respondeu que que-
filhos, Amélia Maria (Economis-
é importante para o crescimento dos seus negó-
ria comprar um torno mecânico, pois queria instalar
ta), Mona Alice (Engenheira de
cios, o ser humano é o bem mais precioso. Por isto
sua oficina, pois apesar de fazer apenas uma refeição
para vender nossas máquinas no
Produção Mecânica) e Alônion
a Responsabilidade Social está presente em toda a
ao dia com sua família, para economizar, ainda es-
equipamentos que viessem a faci-
exterior, contanto que não fosse
(Engenheiro
são
nossa organização. Apoiamos há mais de 30 anos
tava longe de juntar o valor necessário. Ao ouvir a
litar a vida das pessoas. Em 1936
mostrada a origem dos equipa-
responsáveis, respectivamente,
a Associação Pestalozzi de Missão Velha, institui-
resposta, Lampião tirou o chapéu, passou entre os
fabricou a primeira máquina a va-
mentos. Na honestidade que lhe
pelos setores Administrativo-Fi-
ção filantrópica que assiste crianças, adolescentes
cangaceiros e pediu que fossem generosos e por fim
por genuinamente brasileira, com
era peculiar, o meu pai não acei-
nanceiro, Processos e Produção.
e adultos com deficiências, prestando assistência
colocou um saco com um valor considerável. Apesar
mais perfeição, facilidade de ope-
tou. Já nos anos 1980 a empresa
A exemplo do nosso fundador,
social, educação e saúde. Sempre que possível le-
de todas as histórias de maldade, Lampião foi movi-
rar e consumindo menos combus-
foi convidada a ir à França para
adotamos como missão “desen-
vamos nossos clientes e amigos para conhecer o
do por um ato de justiça e bondade, que ajudou na
tível que as estrangeiras. A partir
construir esteiras rolantes para
volver e fabricar produtos e ser-
trabalho da associação, de modo a fortalecer o vín-
compra do primeiro torno, que ainda hoje funciona e
daí, a oferta da empresa foi peque-
transporte de concreto. No final
viços do setor metal mecânico
culo Empresa-Sociedade.
é visitado por muitos estudiosos do Cangaço.
o Nordeste.
O meu pai era um visionário,
um desbravador, um autodida-
24
Mecânico),
25 - simec em revista
ESMALTEC - 50 anos de
compromisso com a qualidade.
por Annette Reeves de Castro
Foto: arquivo ESMALTEC
HISTORIAS DO SETOR
Superintendente da Esmaltec
S
omos a única empresa 100%
Para entender os resultados
da, houve a exportação de fogões
des em âmbito nacional, decidiu investir em um novo
Edital já rendeu mais de 120 excelentes ideias. Des-
brasileira a produzir produ-
atuais da Esmaltec, é necessário
para Porto Rico e América Cen-
parque industrial para expandir e ser um player na-
tas, foram selecionadas 72 propostas que estão em
tos de linha branca e há seis anos
conhecer sua história, seus pro-
tral. Durante os anos 80, a Esmal-
cional de linha branca.
cumprindo a segunda etapa do Prêmio Esmaltec/Fiec
mantemos a liderança nacional de
jetos e objetivos. A empresa ini-
tec diversificou a atuação no âm-
No âmbito social, a Esmaltec é uma empresa que en-
de Inovação Aberta. Neste momento, cada idealiza-
vendas em fogões e bebedouros.
ciou suas atividades na década de
bito internacional, prezando por
tende que sua primeira obrigação é ser eficiente e gerar
dor recebe o suporte de um tutor. Isso acontece para
Crescemos ao ponto de nos desta-
1960, através da união de duas
relações comerciais duradouras,
resultados. Assim, cuida primeiramente dos funcioná-
que eles possam aprofundar seus conhecimentos so-
car em todo o território brasileiro,
empresas: a Tecnorte (Tecnome-
apesar das oscilações cambiais.
rios e de seus filhos. Desenvolve inúmeros trabalhos
bre a empresa e desenvolver com mais propriedade a
além dos mercados na América do
cânica Norte Ltda.), fundada em
Em 2008, chegou a exportar pro-
por meio de uma área estruturada denominada Quali-
questão da aplicabilidade de suas ideias ao nosso dia
dutos para mais de 50 países.
dade de Vida, que atua promovendo bem estar aos co-
a dia. Ao final desta fase, a mesma banca examinado-
A relação com nossos parceiros
laboradores com programas como: “Vida Leve”, para
ra escolherá os três melhores. Projetos selecionados
e consumidores é duradoura e de
redução de peso; “Gestação Saudável”, para futuras
receberão investimento para tornarem-se realidade.
confiança. Por isso, muitos clien-
mães; “Atletas do Futuro”, para 70 filhos de funcio-
É importante que todos sempre mantenham a visão
tes têm quase 30 anos de relacio-
nários, juntamente com SESI, entre outros. Promove
aberta para ideias e criatividade. O projeto ainda está
namento com a empresa. Essa é
pró ativamente várias modalidades esportivas, tendo
só no início e as pessoas estão começando a entender
Sul, América Central, no Caribe,
nos Estados Unidos, na Oceania e
no Oriente Médio.
Buscamos a melhoria contínua,
sustentada por um modelo de go-
“Buscamos a melhoria
contínua, sustentada por
um modelo de governança
abrangente e simples.”
vernança abrangente e simples,
com foco principal na gestão e
outubro de 1963, com o objetivo
uma das razões pelas quais lidera-
quase 15% da sua força de trabalho representando a
melhor seu alcance. Mas é possível garantir que a Es-
no
pes-
de produzir botijões de gás, e a Es-
mos a exportação brasileira de fo-
empresa regularmente no mundo esportivo.
maltec vai continuar investindo em criatividade e ino-
soas. Temos o objetivo de aten-
maltec (Estamparia e Esmaltação
gões há vários anos. Dessa forma,
Também incentivamos o repasse voluntário do
vação em todos os momentos de sua cadeia produtiva.
der ao público alvo com produtos
Nordeste S/A), fábrica de fogões
se houvesse uma política cambial
conhecimento através do Programa de Voluntários
Nossa relação com o SIMEC é de parceria e pró-a-
atrativos, que oferecem design
fundada em dezembro de 1963.
mais favorável para as exporta-
em projetos sociais, incluindo apoio a Junior Achiev-
tividade, com temas relevantes ao setor trabalhados
moderno e opcional funcional a
Nessa época de fusão, houve a mu-
ções brasileiras, haveria plenas
ment, fundação americana que mantém projetos em
de forma conjunta, por meio do diálogo que busca ser
preços acessíveis, sendo nosso
dança da base de cocção de lenha
condições de expandir este uni-
escolas locais. Temos ainda um projeto do Diário do
eficiente e justo para todos. O papel do SIMEC é funda-
diferencial competitivo. Investi-
para o gás limpo. Rapidamente a
verso de atuação. Porém, nos últi-
Nordeste, o “Jornal em Sala de Aula”, que incentiva a
mental para promover de forma eficiente a comuni-
mos continuamente em eficiência
empresa foi reconhecida no Nor-
mos anos, as oscilações cambiais
leitura regular de jornais. Adicionalmente, apoia vá-
cação entre as necessidades e desejos das indústrias
energética e praticidade (todos
deste como uma opção para pro-
juntamente com o aumento verti-
rios projetos na comunidade em seu entorno, que tra-
e os anseios do setor público. O leque é amplo e os de-
os produtos têm selo Procel A)
dutos bons e acessíveis.
ginoso do custo produtivo, causa-
balham em prol de melhores condições de vida para
safios constantes. Neste contexto, entendemos que as
ram uma redução da atuação no
as pessoas, apoiados por atividades de cidadania dos
perspectivas futuras positivas também serão fruto de
mercado internacional.
funcionários da empresa.
um trabalho no qual o SIMEC se posiciona cada vez
desenvolvimento
das
e tudo a um preço justo. E nossa
Não demorou muito para ocor-
atenção com os clientes se esten-
rer o investimento no mercado
de no pós-venda, garantindo um
internacional, que teve início com
No final da década de 90, a Es-
O investimento em inovação é contínuo, com des-
mais a favor do Ceará e de um crescimento sustentá-
atendimento que preza pelo bom
a exportação de botijões para a
maltec, ciente da qualidade de
taque para o Edital de Inovação Aberta, que pode ser
vel para todos os seus parceiros, sejam eles grandes
relacionamento.
África, ainda em 1965. Em segui-
seus produtos e das oportunida-
avaliado como muito positivo pelos bons resultados. O
ou pequenos.
26
27 - simec em revista
Foto: arquivo NATURA
Capa
NATURA: F
UMA DAS 10
EMPRESAS MAIS
INOVADORAS
DO MUNDO
“
undada em 1969, a Natura é a
maior fabricante brasileira de
cosméticos e produtos de hi-
giene e beleza e líder no setor de venda direta no Brasil, com receita líquida anual superior a R$ 6,3 bilhões. A
empresa conta com quase 7 mil colaboradores, que atuam nas operações
do Brasil, Argentina, Chile, México,
Peru, Colômbia e França. A paixão
pelas relações fez a companhia adotar
a venda direta como modelo de negócios e atualmente reúne mais de 1,5
milhão de consultoras, que disseminam a proposta de valor da empresa
aos consumidores.” Estas palavras
são do cofundador da Natura, e presidente do Instituto de Estudos para
o Desenvolvimento Industrial (Iedi),
Pedro Luiz Barreiros Passos, que em
recente visita a Fortaleza, concedeu
entrevista à SIMEC em Revista.
Qual a relação da Natura com as regiões Norte e Nordeste do Brasil?
Há 5 anos, a Natura instalou uma
sede regional em Salvador, Bahia, com
o propósito de estar mais próximo
do consumidor do Norte e Nordeste. Além de ter a atividade de venda
direta como grande oportunidade de
negócios, há investimentos dos mais
diversos na Região. Uma das principais bandeiras é a Educação. A linha
Pedro
Passos
COFUNDADOR DA NATURA E
PRESIDENTE DO INSTITUTO DE ESTUDOS
PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL
28 - simec em revista
“Crer Para Ver”, cujo lucro líquido
é revertido para projetos de melhoria da Educação Pública, arrecadou
R$ 7.202.666,00 só em 2013. Toda
a renda foi investida pelo Instituto
Natura beneficiando 11 projetos, que
abrangem 2045 municípios, 55187
simec em revista - 29
está perdendo padrão para competir
precisamos ter mais intercâmbio de
internacionalmente. Se você tem uma
talentos também, precisamos impor-
indústria menor, mas relevante, produ-
tar talentos, e outra visão da academia
zindo produtos com maior valor agre-
mais integrada à produção.
com mais inovação, você poderia estar
Como criar uma ambiência à inova-
participando e não ter o déficit que te-
ção e ter inserção maior no mercado
mos hoje em transações da indústria de
internacional?
transformação, que chega a 100 bilhões
Promover a inovação exige que se pro-
por ano.
mova a competição. A melhor maneira
Foto: arquivo NATURA
Foto: arquivo NATURA
gado, de maior sofisticação tecnológica,
de estimular o empresário para a inovaescolas e mais de 2 milhões de alunos. setorial. Desenvolve estudos voltados Quais os principais gargalos para a
ção é ele tendo uma competição, se ti- mão de resultados de curto prazo para realidade. Mas acho que a melhor sa-
Na Região Norte, o Plano Amazônia para ampliar a relevância da indústria indústria brasileira?
ver alguém mordendo o seu calcanhar, fazer investimentos inovadores, não só cada da empresa foi conversar com as
Natura (PAN) tem o objetivo de ser brasileira. Para tanto, procura fazer Nossa lista de gargalos é grande. Fal-
ele vai buscar as soluções, as inovações, financeiros, mas também de tempo, de comunidades que viviam nas florestas,
um vetor na criação de negócios sus- com bons diagnósticos, tentando en- ta infraestrutura e capacitação, temos
as parcerias internacionais, e isso é di- gestão, de buscar soluções alternativas e para saber como eles usavam os ingre-
tentáveis a partir de ciência, inova- tender qual é o papel real da indústria um nível baixo de investimentos que
fícil para o empresário porque ele quer enxergar alguma coisa que nos diferen- dientes, aquele conhecimento social
ção e empreendedorismo, com foco e quais poderiam servir de alavanca impede os negócios em geral e, espe-
resolver primeiro o problema para de- ciasse dos demais. Um pouco de sorte e não o técnico que encontramos na
na sociobiodiversidade e na valori- para o desenvolvimento do país. A in- cificamente, penaliza mais a indústria.
pois buscar a solução. Nós precisamos também nos ajudou.
academia. Esse foi um trabalho gosto-
zação do conhecimento tradicional dústria no Brasil, hoje, vem perdendo A política que adotamos hoje é pou-
ter um projeto de país que mire na
so, bonito, mas não sabíamos aonde
e cultura da região. Assim, temos o relevância. Os setores que mais se de- co voltada para o desenvolvimento
inserção internacional, compromisso Como transferir esse aprendizado iríamos chegar porque inovação tem
Núcleo de Inovação Natura na Ama- senvolvem no Brasil são o agronegócio da indústria. Saímos do ciclo da es-
pragmático, nós não vamos destruir para outros segmentos?
zônia, NINA, instalado em Manaus, e o de serviços. A indústria vem enco- tabilização no governo do Fernando
setores, vamos negociar. Ter o compro- Não tem uma fórmula. Inovação é jeito que tínhamos para nos diferen-
com iniciativas como o Edital Natu- lhendo não só de tamanho, mas tam- Henrique, depois veio o Lula que pro-
misso de fazer revisão tarifária, fazer um processo, exige determinação. ciar.
ra Campus para fomentar pesquisas bém na sua produtividade. O que nós moveu a inclusão social, e a indústria
homogeneização, legislação não tari- Lembro-me de quando nós decidimos
sobre a Amazônia, atuação com Ca- tentamos formular são alternativas.
se aproveitou daquele momento com
fária, precisamos de um compromis- investir na biodiversidade brasileira Como a Natura vê o potencial de
deias Produtivas Sustentáveis, além
o crescimento do mercado interno,
so de abertura para poder andar nessa como uma plataforma tecnológica. mercado do eixo Norte-Nordeste?
um componente de risco, mas era o
da construção do Ecoparque Ver a Como o instituto vê o processo de quando muitas indústrias cresceram
direção, ao mesmo tempo que isso vai Foi uma opção que não tinha todo o Falando da perspectiva de desenvol-
Vida, no Pará, um parque fabril com desindustrialização em curso no no país. Tivemos grande produtivida-
criando as condições de elegermos os racional, sabíamos que isso fazia parte vimento, o Nordeste como um todo
conceito de simbiose industrial, que País?
potenciais competidores, os setores que das nossas convicções; a preservação, se destacou na última década, pelo
de com o fim da inflação e o aumento
conecta empresas com necessidades Em primeiro lugar, convém destacar de mercado interno, só que esse ciclo
temos capacidade de competição.
o uso sustentável dos ingredientes na- crescimento bem superior ao restante
complementares, gerando maior efi- que a indústria já chegou a representar acabou. Hoje, temos que partir para o
turais que está no nome da empresa, do Brasil. A fase de inserção, o maior
ciência no uso dos recursos. O PAN 30% do Produto Interno Bruto (PIB) modelo de investimento e da inserção
A Natura é uma das empresas mais no seu conceito original, na sua filo- poder aquisitivo, maior acesso ao fi-
envolve atualmente 2.171 famílias. brasileiro. Hoje está na ordem de 12%, comercial, esse é o desafio. A nossa in-
inovadoras desse país, o que o se- sofia de trabalho. Nós achávamos que nanciamento permitiu o aumento do
Até 2018, o objetivo é triplicar esse e essa queda da participação é uma dústria, como todos os demais setores
nhor traz dessa experiência?
número. tendência mundial, não um problema da economia, deverão fazer parte tanto
Nós tínhamos um propósito, sonhá- essa riqueza brasileira. Como é que a aconteceu, tanto é que várias empresas
típico do Brasil. Há exceções como a do comércio local, quanto dos negó-
vamos em poder fazer uma empresa gente usa uma castanha, um cupuaçu, estão duplicando suas atividades in-
Qual o papel do Instituto de Estu- Ásia, que cresceu muito a sua indús- cios globais. Se nós não fizermos isso,
brasileira de padrão internacional. No enfim, e que benefícios tem isso? Será dustriais no Nordeste. No nosso setor
dos para o Desenvolvimento Indus- tria. Por outro lado, a Europa perdeu continuaremos encolhendo e perden-
mercado já existiam os maiores com- que tem estudos feitos? Fomos pes- a gente tem visto muitos investimentos
participação. O problema do Brasil é do produtividade. E como é que ca-
petidores, o nosso desafio era competir quisar nas Universidades brasileiras, na Bahia, em Pernambuco, no Pará, e
O IEDI é uma caixa de pensamentos a perda da produtividade e a perda da pacitamos mais a nossa mão de obra?
com grandes empresas, e só tinha um extrair do conhecimento já existente possivelmente no Ceará. Acho que o
sem propósito político, nem interesse competitividade. A indústria brasileira É tendo padrões internacionais. Nós
jeito: buscar inovação. Nós abríamos o que poderia ser adaptado para nossa Brasil está se desconcentrando, saindo
trial (IEDI)?
30 - simec em revista
poderíamos contribuir para revelar consumo. Foi impressionante o que
simec em revista - 31
há incentivos que teimam em permanecer. No Brasil, por exemplo, nós
criamos uma indústria automobilística
muito importante, que trouxe emprego, tecnologia, investimentos, e que
teve uma série de incentivos, inclusive, na época, por medidas de proteção
para importação de veículos estrangeiros, o que foi muito bom. Agora, será
que devemos continuar com o incentivo a esta indústria em detrimento
de alocação desse recursos em outros
setores, outras atividades?
Foto: J. Sobrinho
O Brasil se revela como um dos
maiores mercados consumidores de
cosméticos do mundo. Como a Natudo eixo Sul-Sudeste. Abrimos, recen- Mas temos estrutura para receber ra tem se posicionado nesse sentido?
temente, uma fábrica de sabonetes em grandes empreendimentos?
Duas coisas: uma histórica e outra do
Belém. É possível que as próximas uni- A demanda normalmente traz ques- momento atual. Historicamente, esse
dades industriais sejam no Nordeste, tões como capacitação de mão de obra. setor já nasceu no Brasil com certo
isso depende muito do desenvolvimen- Mas há uma questão mais premente nível de competição internacional.
to da empresa, do setor etc.. Mas pela que é a logística. Basta observar como Quando montamos a Natura as multigeografia do consumidor, hoje todas as o efeito do porto do Pecém pode bene- nacionais mais importantes já estavam
empresas de consumo estão com esse ficiar o escoamento e a atração de in- operando aqui, então nascemos no
olhar. Estamos vendo uma reconfigura- dústrias para a região. Os investimen- meio da competição. Sabe como cresção da indústria mundial. Com a au- tos já estão menos centralizados no Sul ceu esse mercado? Pela melhor oferta,
tomação e o acesso a processos novos, e Sudeste do país, com uma parcela por ter mais competição. É intereso custo unitário da mão de obra não é relevante vindo para outras regiões. A sante essa análise porque, às vezes, a
mais o fator de diferenciação. É muito questão dos incentivos ficais também gente pensa que o mercado vem antes
mais relevante se localizar próximo dos precisa ter mais clareza. Precisamos para depois vir a oferta, muitas vezes o
centros de consumo, e isso está valendo saber quanto eles custam, porque no mercado é criado pela oferta de novos
para todas as indústrias. Como o mer- fundo nós estamos alocando recursos competidores. Hoje o mercado é mais
cado está crescendo em toda a região, de outros setores, e o Brasil corre o ris- competitivo ainda, outros competidotemos uma grande possibilidade de co de sobrepor e eternizar incentivos res estão vindo. E como é que estamos
atrair novos investimentos. Essa evolu- mesmo quando eles não são mais ne- nos preparando para isso? Investindo
ção do mercado consumidor da região cessários. Eu não estou falando de in- mais em inovação, buscando mais
está dando uma nova dimensão para o centivo regional, que ainda acho que é aprimoramento nos nossos processos,
empresário brasileiro e internacional, necessário para equilibrar as diferenças investindo muito em gente que é, no
que está olhando para cá como uma regionais. Mas é importante ter clareza final das contas, o recurso mais escaspossibilidade de investimento.
32 - simec em revista
de quanto custa o incentivo. Ademais, so. Projetos a gente financia de algum
jeito, tecnologia acessamos de alguma nesse sentido, criar os mecanismos
forma, mas gente demora mais, é cul- de incentivo para que as pesquisas e
tura, formação. É isso que temos feito a formação seja mais voltada para o
e, também, por outro lado, buscando mundo empresarial. Precisamos esse envolver no mercado internacional. timular essa aproximação. Acredito,
Esta é uma visão que poderíamos es- ainda, que vamos precisar de mais
tender para outros setores, pois a em- Universidades e mais Instituições de
presa que não tem condições de com- Ensino no país. Veja por exemplo, o
petir no mercado internacional não número de doutores, de engenheiros
tem como segurar o mercado interno. que formamos, principalmente em
Inovação
“Quando montamos a
Natura as multinacionais
mais importantes já
estavam operando aqui,
então nascemos no meio
da competição. Sabe como
cresceu esse mercado? Pela
melhor oferta, por ter mais
competição.”
Inovação, Tecnologia e
Qualidade de Vida
Hoje, a Natura atua na América Lati- ciências como Matemática, é muito
investir muito na formação de líderes, no alinhamento com a cultura e
os propósitos da empresa. A Natura
é conhecida por ter princípios voltados para a sustentabilidade. É importante adequar líderes com esses
esse mesmo tipo de visão de mundo.
Nós temos um número de consultoras dos nossos produtos que supera
1,5 milhão de pessoas. Essas preo-
Foto: J. Sobrinho
mesmo tipos de compromisso, com
to. Precisamos gerar valor para essas
I
pessoas, não só financeiro, mas de
Edital SESI SENAI de Inovação 2014.
cupações estão no eixo da cultura da
Natura. O nosso maior desafio tem
sido fortalecer este verdadeiro exérci-
novar é fundamental para a competitividade da in-
Segundo Alysson Amorim, gerente da Unidade de Ino-
dústria brasileira. Partindo dessa premissa, o Serviço vação e Tecnologia do SENAI/CE, a meta é que “o edital
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o seja o principal mecanismo de captação de demandas de
Serviço Social da Indústria (SESI), se uniram para lançar o inovação e para a busca de fomento de projetos em redes
de inovação no Brasil em cinco anos”. Nesta edição, algu-
crescimento individual. E esse é um
A iniciativa visa incentivar a inovação tecnológica e a mas mudanças foram implementadas com o propósito de
na e temos projetos para ir um pouco baixo para os padrões internacionais. trabalho contínuo, de capacitação,
inovação em saúde, segurança, qualidade de vida e educa- potencializar o alcance dos benefícios oferecidos para quem
mais adiante. Nós imaginamos, tam- A universidade brasileira precisa ser de formação relevante e verdadeira,
ção, por meio do desenvolvimento de produtos, processos tem uma ideia, mas não sabe por onde começar.
bém, que alguns mercados maduros reformada no sentido de depender fazer a pessoa se sentir parte de um
e serviços inovadores em empresas do setor industrial, e,
como os da Europa, Estados Unidos, menos do investimento público, bus- grupo. Acredito que isso representa
por extensão, promover o aumento da competitividade e presas do setor industrial. As startups também serão con-
podem ser uma alternativa relevante.
car modelos de organizações promo- um pouco das razões do nosso suces-
da produtividade da indústria brasileira, por meio da pro- templadas e terão aporte de 5 milhões de reais do valor
vidos pela sociedade e pela empresa, so. O investimento na criação dessa
moção da qualidade de vida do trabalhador.
Como relacionar qualificação da que estimulam para um novo ensino rede que não é formal, é formada por
Podem concorrer micro, pequenas, médias e grandes em-
total. Outro grande destaque desta edição está nos ciclos
Este ano o SENAI e o SESI disponibilizarão até R$ 30,5 contínuos de inscrição. “O intuito é ampliar e melhorar os
mão de obra, com o modelo de edu- superior.
adesão das pessoas que querem estar
milhões para a cobertura dos projetos selecionados, sendo modos de participar, já que as empresas terão oportunida-
cação superior brasileiro?
junto da marca, que respeitam a filo-
R$ 20 milhões para projetos SENAI e R$ 7,5 milhões para des de submeter os projetos em vários períodos, com mais
Acho que tem duas coisas que pode- Como se dá o investimento em gente sofia da empresa. Isto é o nosso maior
projetos SESI, e 3 milhões de reais em bolsas de pesquisa chances de aprovação”, pondera Amorim.
riam ser aperfeiçoadas. A universidade que a Natura promove?
em Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (DTI) do
investimento ao longo da história e,
O modelo permite que as empresas inscrevam suas pro-
precisa se aproximar mais da deman- O investimento em gente vai além da talvez, uma das coisas que a gente te-
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec- postas a qualquer tempo, até 15 de fevereiro de 2015, com
da das empresas. Compete, também, capacitação técnica. Nós buscamos nha mais acertado.
nológico (CNPq).
34 - simec em revista
possibilidade de seleção em avaliações trimestrais. Haverão
simec em revista - 35
ciclos contínuos de inscrição. Porém, uma nova linha de produção ou um negócios da empresa. Os projetos do
há que se ressaltar que as empresas novo produto que foi responsável por Edital Senai Sesi estão voltados para o
precisam atuar em parceria com os alavancar vendas, ganhar novos mer- resultado, são propostas que, normal-
Entrevista
Departamentos Regionais do SENAI, cados. Temos vários casos desses de mente, nós temos um problema real
do SESI, do SENAI/Cetiqt ou com o
dentro da empresa, e a inovação pro-
“O edital tem como objetivo posta está associada diretamente com a
As alterações vieram para agilizar custear projetos de inovação solução para resolver esse problema. É
tecnológica”
os processos. Com isto, “quem sai
dentro dessa linha que os projetos são
CNPq.
ganhando são as empresas. O prazo
avaliados. É essa lógica que faz com
agora é maior. Assim, dentro desses empresas de pequeno porte. Temos que os empresários realmente apresenperíodos de avaliação, poderão sur- também projetos com grandes em- tem projetos que irão transformar suas
gir novas ideias e projetos que terão presas que, preveem a incorporação empresas, para melhor.”
mais chance de aprovação”, explica de tecnologias, que diminuem muito
O número de inscrições ao Edital
Jefferson Gomes, Gerente Executivo o custo operacional. Este, aliás, pare- cresce a cada ano. E percebendo que
de Inovação e Tecnologia do SENAI ce ser o grande foco de boa parte das uma das dificuldades expressas pelos
nacional.
grandes empresas que participam do empresários estava em saber colocar
Outra mudança que veio para be- Edital. Um bom exemplo vem de uma o projeto no papel, os idealizadores
neficiar as empresas é o fato de “o empresa que atua no campo da mine- passaram a fazer uso do modelo Canplano de negócio do projeto ser ela- ração, que, por meio de uma planta vas, uma ferramenta desenvolvida
borado somente após a aprovação piloto, desenvolveu um sub-processo pelo expert em Modelos de Negócios,
da ideia-base, o que torna o proces- que permitiu uma economia de R$ 3 Alexander Osterwalder, que tem sido
so bem mais simples”, complementa milhões por ano, com um projeto que utilizada mundialmente. De acordo
Jefferson.
exigiu investimento de apenas R$ 600 com Alysson, a intensão é facilitar a
O edital tem como objetivo cus- mil reais.”
tear projetos de inovação tecnológica
vida dos empresários, evitando que
No estado de Goiás, observa Jef- eles tenham o trabalho de desenvol-
que se estendam às áreas de saúde, ferson, “duas empresas contempladas ver um projeto longo, com dezenas de
segurança, qualidade de vida, educa- pelo Edital têm conquistado cada vez páginas, que pode não ser aprovado.
ção e cultura, por meio de produtos, mais espaço no mercado. Com apoio Antes de empregar todo esse esforço,
processos e serviços. Pode concorrer do SENAI, a indústria de alimentos o indicado é que a ideia seja analisada
qualquer empresa do setor industrial Musa, desenvolveu uma barra de fru- com o mínimo de informação possível
de micro, pequeno, médio e grande tas diferenciada que impulsionou o para que só então seja sinalizado que
portes. Nesta edição, as startups tam- faturamento da empresa. O mesmo trata-se de uma ideia pertinente, que
bém serão contempladas e terão apor- aconteceu com a indústria de água vale a pena ser redigida, para submetête de R$ 5 milhões do valor total.
e sucos Pura, que criou uma garrafa -la na íntegra.”
O gerente lembra ainda, que o Edi- d’água com a chamada tampa-copo,
Com o uso do Canvas, o empresário
tal Senai Sesi é nacional. “Nós temos que está fazendo sucesso com o públi- já começa a inovar no próprio procesa participação de empresas desde pe- co infantil.”
quenas até grandes. Já ouvimos mui-
so de desenho do Modelo de Negócio
Na opinião de Alysson, “são situa- que irá submeter ao Edital. Em uma
tos depoimentos de que o projeto ções desse tipo que partem, às vezes, única página, poderá dar um entendidesenvolvido mudou a realidade da de uma ideia simples, mas que são mento claro da proposta de valor do
empresa, no sentido de implantar suficientes para fazer a diferença nos seu projeto.
36 - simec em revista
Competitividade e os
Pequenos Negócios
O
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas então que o SEBRAE criou um campo metodológico de
Empresas (SEBRAE) é uma entidade privada atuação em que o foco é a pequena, mas a estratégia de gasem fins lucrativos, que atua como agente de ca- nho alcança a média e a grande. Para tanto, definimos, pri-
pacitação e de promoção do desenvolvimento. Criado para meiro, as cadeias produtivas prioritárias. Em quais a grande
dar apoio aos pequenos negócios, desde 1972, trabalha para ou media empresa tem um peso no encadeamento de ações
estimular o empreendedorismo e ampliar a competitivida- junto aos fornecedores, às cadeias logísticas de distribuição,
de dos empreendimentos de micro e pequeno porte. Com à prestadora de serviços, que conseguem irradiar oportuniatuação em todo o território nacional, conta com mais de 5 dades de negócios, capacidade de melhorias das empresas
mil colaboradores diretos e cerca de 8 mil consultores e ins- que estão em volta? E mais, o SEBRAE é capaz de oferecer
trutores credenciados. Diante das mudanças experimentados a essas empresas uma parceria, uma aliança estratégica? Enno mundo dos negócios, e entendendo que a competitivi- tão, o Brasil foi mapeado no tocante a essas oportunidades.
dade empresarial não se reduz à atuação da empresa indi- Iniciamos com o grupo Gerdau, há 15 anos, no trabalho
vidualmente, é o resultado da eficiência da cadeia de valor de capacitação dos fornecedores, que é apenas um elo do
ou aglomerado local no qual se estrutura um determinado encadeamento. Mas, recentemente, vimos que capacitar
segmento produtivo, o SEBRAE tem adotado a estratégia fornecedores não é suficiente para fortalecer o lado compede encadeamento produtivo, como forma de promover a in- titivo também da grande empresa. Ela precisa ter todos os
serção de pequenos negócios em cadeias de valor de grandes eixos fortalecidos, envolvendo o fornecedor, o distribuidor,
empresas. Para entender mais sobre esta questão, a SIMEC a logística, o prestador de serviços, aquele que interage de
em Revista entrevistou o Diretor Técnico do SEBRAE-CE, alguma forma para que o encadeamento, como um elo de
Alci Porto Gurgel Júnior.
fortalecimento da competitividade do setor como um todo.
Quais as estratégias do SEBRAE para a indústria?
O que levou o SEBRAE a tomar uma iniciativa de em-
Uma estratégia definida pelo Sistema SEBRAE foi focar preender ações de tanto impacto?
na questão da interação da média e grande indústria com a A missão do SEBRAE é o fortalecimento da micro e pepequena indústria. Para que pudéssemos definir esse rela- quena empresa, que é a base do nosso receituário de atendicionamento de uma maneira mais estratégica, onde todos mento. Mas o fortalecimento do empreendedorismo inclui
ganham, optamos por analisar de que maneira a pequena propensos empresários, aqueles que pela oportunidade emempresa, poderia atuar como indutora do desenvolvimen- preendem e, também, a consolidação da economia nacioto nacional, mas de forma atrelada, encadeada à media e nal. Isso se dá por quê? Porque os índices demonstram que
à grande, em um ambiente de mútuo favorecimento. Foi o Brasil já é impactado por cerca de 67% dos empregos
simec em revista - 37
oriundos das micro e pequenas em-
ará, só esse ano, vamos implementar só no Ceará. Além disso, nós estamos mento que origina o turismo, aí vem o
presas, então, é um fator estratégico
16 milhões. Com isso, queremos ter presentes, em todos os municípios do artesanato, a gastronomia e a cultura,
para o país. Do PIB nacional, 1/4 já
o braço do encadeamento auxiliado estado, seja com escritório, agência, elos abrangentes na economia da capi-
advém da micro e pequena empresa, o
pela linha da inovação em programas sala do empreendedor, ou com técnicos tal. Cada território precisa ter um trata-
que já é uma demonstração de força. E
ousados como o que estamos desen- das prefeitura treinados pelo SEBRAE. mento diferenciado.
este indicador que por anos não dava
volvendo junto ao SIMEC, aliado ao Nos bairros de Fortaleza, onde um per-
impacto na economia nacional, co-
braço da gestão, do qual o SEBRAE centual de empresas que chega a quase Como o SEBRAE pretende contri-
meçou a crescer. Cinco anos atrás era
tem a expertise, para que os empresá- a 67% do restante do estado, estamos buir com o desenvolvimento da in-
13%, agora está em 25%. Outro fator
rios aliem a inovação a conhecimento iniciando a instalação de agências re- dústria cearense?
importante é o número de empresas.
Alci Porto
em gestão, além da certificação, que é gionais em cada bairro que tem um A indústria se integra perfeitamente no
São mais de 99% de todo universo
outro fator fundamental para que, a aglomerado de empresas, fazendo um encadeamento produtivo. É a indústria
de empreendimentos do país. Então,
grande empresa possa tê-la no mesmo elo com o escritório regional que está que impacta em sua volta, com efeito
considerando que a pequena empresa
tem uma distribuição especial no país
inteiro, participação importante no
emprego e já consegue crescer na sua
A missão do SEBRAE é promover a competitividade e
o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios e
fomentar o empreendedorismo, para fortalecer a economia
nacional.
ambiente competitivo.
no Centro da cidade.
sobre a comunidade, porque o encadeamento de ações que ela gera, seja no
Que estratégias aproximam o SE- Quais são os segmentos mais atendi- fornecimento ou na prestação de serviço
BRAE das empresas?
dos pelo SEBRAE?
a ela, é muito forte. Nós estamos convo-
participação junto ao PIB, é de advir
Tem dois programas que foram criados 65% das empresas hoje no estado do cando as cadeias produtivas importantes.
que não adianta desenvolver o Brasil mesma competitividade que ela gera. Local de Inovação (ALI). Esse Agen-
no sentido de impulsionar a aproxima- Ceará são comércio e serviços. Natu- O setor eletrometalmecânico é um deles.
sem falar na micro e pequena empresa. Então, a empresa tem competitivida- te traduz a linguagem acadêmica para
ção do SEBRAE com as empresas. Um ralmente, tem um foco muito maior Mas precisamos entender qual a melhor
E mais, ela integra um conjunto de en- de no âmbito do seu quadro, mas com o entendimento da micro e pequena
é o Agente Local de Inovação, que vai no comércio varejista que é onde está forma de atuar junto aos aglomerados
cadeamentos que envolve a média e a quem lida com ela no fornecimento de empresa, tornando o conhecimento
às empresas e faz um diagnóstico da quase a metade, 48% das empresas, empresariais, fortalecendo as pequenas
grande empresa, o seu sucesso depen- serviços, de produtos, de suporte, não mais acessível ao empresário, para que
necessidade de inovação. O empresário e a diferença está na área de serviços empresas que estão neste encadeamento,
de, muita vezes, da média e a grande tem empresas aptas a lidar no mercado ele possa implementar nas empresas.
não precisa vir ao SEBRAE, o agente com cerca de 28%. Esses dois blocos ou fortalecendo os encadeamentos de pe-
estarem também numa competitivida- mundial. De um lado tem o esforço Ademais, entendemos que é preciso
vai à empresa. O outro é o Negócio a demandam do SEBRAE um esforço quenas empresas que lidam com a média
de que leve o país a ter ganhos. Quan- interno das empresas, mas uma apatia ter acesso a recursos para implementar
Negócio, um programa impulsionador muito grande. Há uma vocação dos e a grande desses setores produtivos. Em
to mais contratos para o Brasil, que a no envolvimento da micro e pequena. as inovações no seu negócio. Aí entra o
de aproximação do conhecimento de municípios cearenses pelo comércio va- breve nós estaremos lançando um proje-
média e a grande captam, mais desen- Então, o SEBRAE tem uma meta que, SEBRAETEC, que oferece a condição
gestão ao pequeno negócio da micro rejista, principalmente porque a ativi- to inovador, em parceria com o SIMEC
cadeiam serviços em ações com a pe- é tornar essas empresas que lidam com financeira que ele tenha acesso a este
empresa e do empreendedor individu- dade rural é instável e a atividade indus- e o IEL, que deverá contar com o suporte
quena e media que lidam no universo a média e a grande, competitivas, cer- conhecimento. Então, o ALI quebra
al. Esse programa visita os bairros, as trial não tem muita força nas cadeias do SEBRAE Nacional. Mas já estamos
do encadeamento produtivo com ela.
tificadas e preparadas para atuar. Um a barreira da linguagem, do enten-
comunidades, mapeia as empresas com produtivas. Onde tem cadeias produ- atuando fortemente com os setores quí-
dos eixos do programa do encadea- dimento e o SEBRAETEC quebra a
o apoio da Receita Federal. No ano de tivas com impacto na economia o SE- mico e cerâmico, modernizando cada
Qual a meta do SEBRAE para au- mento é tornar as pequenas e médias barreira da possibilidade financeira. O
2013 o SEBRAE realizou 28 mil aten- BRAE tem uma atuação ou em aliança segmento, tornando-os competitivos in-
mentar a competitividade das em- tão competitivas quanto as grandes. SEBRAE financia 80%, a fundo per-
dimentos só com o Negócio a Negócio com a grande empresa beneficiando a clusive no ambiente associativo. Temos,
Para tanto, trabalhamos para aproxi- dido, da necessidade que o pequeno
em todo o estado do Ceará. Em 2014 pequena, ou estimulando os pequenos também, um elo com o setor de TI que
presas brasileiras?
Um dos eixos foi essa questão do mar essas empresas do conhecimento empresário tem de implantar a ino-
deveremos atender 37 mil.
arranjos produtivos. Frecheirinha, por precisa de uma organização maior em
encadeamento, porque a média e a tecnológico e da inovação. E aí tem a vação ou melhoria tecnológica dentro
exemplo, tem um arranjo produtivo de forma de redes de empresa, e estamos
grande empresa, não consegue atin- primeira dificuldade: a relação com os da sua empresa. Para o Brasil inteiro,
O SEBRAE Ceará está preparado confecção muito forte. Lá o SEBRAE trabalhando com o setor de alimentos. O
gir elevados graus de competitividade, Centros Tecnológicos e as Universida- serão 240 milhões de reais que o Siste-
para tudo isso?
uma vez que em volta dela gravitam des ainda é muito precária, a lingua- ma SEBRAE fará somente para trans-
O SEBRAE tem uma carteira de cer- a inovação dos pequenos empreende- ção de fornecedores que envolve todos os
os fornecedores que, muitas vezes, não gem ainda não é entendível. Então, ferência de tecnologia e inovação para
ca de 1700 consultores credenciados dores. Fortaleza tem um polo turístico segmentos da indústria voltada a ativida-
têm o preparo adequado para gerar a o SEBRAE criou a figura do Agente micro e pequena empresa. E no Ce-
junto às diversas empresas credenciadas muito grande que desencadeia um seg- de e interação com a pequena empresa.
38 - simec em revista
profissionaliza a gestão, a capacitação e SEBRAE tem um programa de capacita-
simec em revista - 39
O que o nosso setor pode esperar desse projeto?
A grande expectativa é que possamos impactar o PIB do
Economia
Primeiro a disponibilização de todas as ferramentas de tec- estado do Ceará com a atividade dos pequenos negócios.
nologia, de gestão, de promoção comercial do SEBRAE Eu acho que, o pequeno negócio, traz algo fundamental
para que, cada segmento do setor eletrometalmecanico, que é a espacialidade, estar em todos os espaços do estado.
Cenário Econômico
para 2014 – 2015
possa ser inserido nos programas de competitividade e me- E por essa peculiaridade, ele leva o desenvolvimento aonde
lhorar sua atuação no mercado. Segundo, com aqueles que muitos grandes empresas não podem ir, ou não vão querer
lidam nas cadeias produtivas impactando os pequenos, nós ir porque quer estar em ambientes onde não consegue ser
vamos fazer alianças estratégicas para gerar programas de competitiva. O que fazer com esses territórios? A pequena
qualificação para fornecedores ou prestadores de serviços. empresa é a solução, é ela que vai gerar a oportunidade de
E terceiro, estruturar um programa em que nós possamos desenvolvimento desses espaços, a partir da vocação local.
promover o segmento eletrometalmecanico do estado do Mas é preciso que o governo possa dar estímulo para que
Ceará, seja em feiras nacionais ou internacionais, onde ela se desenvolva. Os fundos de desenvolvimento industrial
possamos mostrar, também lá fora, que existem empresas não devem ser só para os grandes, deve ser para o pequeno,
competitivas no Ceará, com níveis de qualidade exigidos porque quando ele está instalado em um pequeno municímundialmente, e que o SEBRAE possa, durante o período, pio ele se torna grande no local, ele é quem faz o papel estinão só qualificá-las, mas apresentá-las ao mundo comercial. mulador do desenvolvimento. E se nós levarmos em conta
que, o Brasil já tem 25% do PIB impactado pelas pequenas
Qual a expectativa do SEBRAE para o Ceará nos pró- empresas, quanto mais o Estado estimular, melhor teremos
a riqueza distribuída em todo o Ceará.
Foto: J. Sobrinho
ximos anos?
O
deputado estadual Mauro quer dizer que está tudo bem. Como o que hoje você não pode pagar, você
Benevides Filho, pós-doutor Ceará não é uma ilha, não pode estar terá habilidade para pagar em três,
em economia pela Universi- imune às oscilações da economia na- quatro anos”. Por conta dessa incon-
dade de Stanford, nos Estados Unidos, cional. Em 2008 o mundo experimen- sistência o primeiro impacto foi nos
e ex-secretário da Fazenda do Estado do tou uma crise do setor privado que Estados Unidos. Eles ainda criaram
Ceará, proferiu palestra sobre o cenário se iniciou com a bolha do mercado um título chamado “subprime” para
econômico nacional e local, durante en- imobiliário dos Estados Unidos. Com lastrear operações oriundas do mercacontro do SIMEC, na Casa da Indústria, excesso de liquidez, o sistema bancário do imobiliário, mas como o mercado
no dia 8 de abril de 2014. A SIMEC em americano escolheu o setor imobiliário estava ilíquido, já que as empresas não
Revista acompanhou o evento e mostra para fazer grande monta de suas apli- estavam pagando. Primeiro eles foram
trechos da palavra do deputado.
cações. Empréstimos foram feitos em à Europa vender esses títulos e boa
valores incompatíveis com a capacida- parte da Europa comprou esses títu-
Cenário
de de pagamento dos tomadores, sob los podres, não conseguiram resolver
Nos últimos três anos a economia ce- a alegativa de que “pegue o dinheiro e foram vender na Ásia, na China, no
arense cresceu a níveis bem superiores porque em quatro anos a economia Japão, na Coreia, ocorreu um contágio
ao crescimento da economia brasilei- cresce, suas vendas vão crescer, seu sa- da crise americana que acabou gerando
ra, quase 100% a mais, mas isso não lário vai crescer, portanto a prestação esse espasmo mundial. Para sorte do
40 - simec em revista
simec em revista - 41
sistema imobiliário brasileiro, nenhum Receita Federal me vê, se ela sabe das quiser emitir o cupom não tem pro-
Bolsa de Valores
banco local comprou “subprime”, pois minhas despesas médicas, despesas blema, não interessa, a SEFAZ vai sa-
Janeiro e Fevereiro foram muito bons,
não tinham na sua carteira títulos dessa com educação e isso sempre me inco- ber quanto foi vendido no fim do dia
não sei se vai continuar nesse mesmo
natureza. O Brasil foi afetado pela cri- modou. Quando assumi a Secretaria de todas as empresas do Ceará. O mol-
ritmo. Em 2013 quem justificou a ex-
se, mas diferentemente de outros países da Fazenda, resolvi fazer o seguinte: a dem custará R$ 800,00 e vai se dado,
pansão foi o investimento privado, ele
não teve impactos grandes.
SEFAZ tem 26 bases de informações, sem custos, para as micro e pequenas
foi responsável por ter recuperado de
uma entrada, uma saída, um cartão de empresas; para médias e grandes será
1.8 para 2.3. O desânimo dos empre-
crédito, várias bases, então eu cruzo dado um prazo para pagamento.
sários não está se reproduzindo para
Taxa de juros
2014, pelo contrário, é que as pessoas
do Sistema Especial de Liquidação e de valor sobre aquela empresa. Se ela 2015
estão divulgando na imprensa que o
Foto: J. Sobrinho
A razão para aumentar a taxa de juros informações para formar o meu juízo
de Custódia (SELIC) é aumentar o vendeu R$10 milhões e está dizendo O ano de 2015 será de ajustes, porque
influxo do capital no Brasil na tentati- que vendeu R$2 milhões, ou ela está todo processo eleitoral é um processo
va de diminuir o déficit decorrente da no estoque, ou ela sonegou. Por isso de expansão do gastos. O Governo Fe-
Brasil está endividado, não tem nenhum desses dados. O Banco Central
tem a previsão dele e tem a previsão que
balança de pagamentos, essa é a razão eu contratei um sistema, por R$14 deral vai acelerar o PAC, o que força,
que têm algumas empresas que ga- fizermos a FR. A dificuldade é de exe- eles chamam de Relatório Focus, que é
econômica da elevação da taxa de juros milhões, para lidar com linguagens consequentemente, a partir de outu-
nham procedimentos licitatórios; se- cução e desapropriação porque o esta- enviado para o setor privado e os dire-
brasileira. Hoje, as pessoas não estão diferentes, passamos três anos para bro, elevadas taxas de juros. O próximo
gundo, a questão da desapropriação, do não tem problema financeiro para tores econômicos e executivos de deter-
entendendo por que o valor do dólar desenvolver. Eu queria que as empre- presidente, independente da corrente
que em todo o Brasil é muito difícil. pagar. No caso do Anel Viário, é uma minadas empresas, dão a sua opinião.
caiu. Se aumentarmos o influxo o valor sas cearenses pudessem ver o que o política, tem que ser um presidente
Você tem 100 casas, negocia com 80 obra delegada do Governo Federal que Essas pessoas estão alimentadas, muitas
do dólar cai no Brasil. O nosso país tem fisco sabe sobre elas, seriam 81 cruza- de controle, isso significa que iremos
fica 20, vai para a justiça e demora o estado está fazendo, nós tivemos um vezes, por posições ideológicas, isso não
tido mudanças significativas no âmbito mentos, em um ambiente seguro que vislumbrar taxas de juros crescendo a
muito tempo para resolver. Para licitar problema com uma empresa, que é é bom, previsão econômica você tem
fiscal, mas não porque está gastando bi- está desenvolvido, e deverá começar a partir de outubro, eu não sei se já em
uma obra, hoje, o estado leva de nove o mesmo problema que nós tivemos que fazer a partir do que você acredi-
lhões no Bolsa Família, isso é uma falá- funcionar em 1º de agosto de 2014. janeiro, mas, pelo menos, fevereiro ou
meses a um ano. Por que? Porque de- com a duplicação para o Cariri; o tre- ta do sistema econômico. O problema
cia, essa é uma das menores despesas do O contador vai entrar em um am- março, o dólar sofrerá uma desvalori-
pois que você faz a estimativa de preço cho do meio já foi feito, o terceiro está maior é a corrupção, todo volume de
Governo Federal. O Governo tem pa- biente seguro, onde poderá corrigir o zação frente ao real, agora, não dá para
e lança o edital, aí você tem os recursos em andamento e o primeiro parado. investimento que é R$ 70 bilhões/ano,
gamento de pessoal, tem pagamento de problema antes de receber a fiscaliza- prever taxas porque é preciso ver como
administrativos (vai, volta,…), depois Se você comprar alguma coisa fora esse é o valor da corrupção do Brasil.
juros. O maior componente de gastos ção na sua casa. Isso ainda não existe ficará o processo inflacionário de outu-
de seis meses de recursos administra- daquele procedimento, você é logo ta-
é a dívida pública. Reforma Tributária em nenhum outro lugar, o Ceará é o bro para frente. O que eu temo é que
tivos, o cara, não satisfeito porque chado de ladrão. Eu aprendi que quan- O Brasil e o mundo
não sai por duas razões muito simples: primeiro a desenvolver tal projeto. A se o gasto for muito grande em 2014,
perdeu, vai para a justiça e manda do a Secretaria de Saúde compra uma O Brasil avançou internacionalmen-
primeiro porque reforma tributária Receita Federal se nega a fazer isso, é a taxa de juros vai subir tanto que o
suspender o procedimento licitatório, ressonância magnética, com 8 meses te no que diz respeito a regulação
para nós, pessoas físicas e jurídicas, uma conquista do empresariado cea- dólar pode superar a casa dos 2.0 em
caça liminar, é uma confusão. No ser- aquele tonner dá problema e para. Por do seu sistema financeiro, isso gerou
para quem está do lado de lá é man- rense. Às vezes, o empresário erra sem 2015. Os juros podem subir tanto que
viço público você empenha, liquida e isso, quando eu comprei scaners, tratei confiança de investidores. O que o
ter. Segundo a má distribuição entre os perceber e o sistema vai dizer que você o influxo de capital vai ser tão forte que
paga. Empenhar no serviço público é logo de comprar a operação e a ma- investidor reclama é do processo de
estados, São Paulo não aceita o princí- cometeu o erro por alguma razão. Pen- ele possa ser deprimido nessa relação e
registrar o compromisso de uma des- nutenção, então se meu scaner quebra, taxação de tributação desses ganhos
pio do destino, ponto. No caso local, o sando nisso, a SEFAZ contratou uma aí alguns segmentos industriais podem
pesa que você está se comprometendo; com 24h ele tem que estar pronto. O de capital, mas o Brasil aumentou
Estado do Ceará tem um baixo grau de empresa de São José dos Campos para sofrer um pouco porque vai interferir
liquidar é quando a empresa entrega Metrofor teve um problema durante muito a sua eficiência. O nosso país
endividamento.
desenvolver um moldem que acoplas- nas suas exportações.
a mercadoria; pagamento é o processo muitos anos, que o Tribunal de Contas precisa ser competitivo na venda de
se em qualquer computador, tirasse a
final. No Brasil, empenha-se, liquida da União questionava a possibilidade mercadorias. A China está traba-
máquina do cupom fiscal, para que, na Infraestrutura local
e paga. No Ceará, existe um proces- de superfaturamento, demorou mui- lhando dia e noite, eles não param
Transparência do Fisco
Eu sempre achei o fisco uma caixa pre- hora que ele fizer a venda, transmitir Os investimentos locais, especialmente
so que antecede o empenho que cha- to tempo para o Estado resolver essa de produzir, enquanto nós estamos
ta, você nunca sabe como o fisco está on-line para a SEFAZ, que já está pre- em infraestrutura, enfrentam dois tipos
ma-se Fixação de Recursos (FR). Um questão de desmistificar, provar que nos viciando a não produzir com
lhe vendo. Eu não sei como é que a parada para isso. Se o empresário não de problemas. Primeiro, a capacidade
secretário só empenha uma despesa se não era o caso.
42 - simec em revista
tantos feriados.
simec em revista - 43
Relacionamento
Intersindical
Opinião
SINDMÓVEIS
SINDSORVETES
SIFAVEC
SINDIALIMENTOS
SINDPESCA
SINDCALF
SINDPAN
SINDCALC
SINDREDES
E
m fevereiro de 2008, o presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo,
em uma das iniciativas mais marcantes de sua gestão, publicou o Decálogo
da Governança Sindical. Naquele momento, afirmava achar oportuno tra-
SINDSERRARIAS
SINDICAJU
SINDSAL
SINDÓLEO
zer para a vida associativa elementos do conceito de governança que estavam sendo
implantados nas empresas. “Percebi que nas nossas entidades, as boas práticas de
governança podem também agregar valor, aumentar a transparência e garantir a
sua sustentabilidade e perenidade. Chamei de Governança Sindical a gestão de
um sistema no qual as instituições são dirigidas e monitoradas, articulando e di-
SINDCAFÉ
SINDGRÁFICA
SINDROUPAS
SINDMASSAS
namizando todos os relacionamentos entre seus diversos públicos de interesse”,
observou o presidente.
Da palavra de Roberto Macêdo emergia um sentimento que provocava os sindicatos a mudar o modo de interagir com seus diferentes públicos. Temas como
SINDBRITA
SINDUSCON
representatividade, profissionalismo, ética, modernidade, inovação e integração,
passaram a fazer parte do cotidiano das instituições filiadas à federação. Entendendo que aqueles conceitos somente ganhariam corpo se os sindicatos pudessem
SINDVERDE
SINDLACTICÍNIOS
manter um relacionamento mais próximo. Os trechos a seguir revelam a opinião
SINDBEBIDAS
SINDQUÍMICA
trabalhar de forma conjunta, o SIMEC tomou a iniciativa de induzir seus pares a
de alguns presidentes sobre esta questão.
Sobre a Interação dos Sindicatos
SINDPNEUS
SINDALGODÃO
SINDIMEST
SINDITÊXTIL
André Siqueira (Sindialimentos)
A interação entre os sindicatos hoje é uma necessidade. São muitas as experiências que
SINDMINERAIS
SINDCONFECÇÕES
podem ser absorvidas através da integração de ações e troca de ideias entre os associados
SINDCAL
SINDTRIGO
de diferentes setores. As indústrias se fortalecem quando passam a compor um sindicato,
SINDINDÚSTRIA
SIMEC
SIMAGRAN
e isso ganha mais força quando as relações das empresas ocorrem de forma intersetorial.
As experiências vividas pelo Sindialimentos na participação de missões internacionais,
por exemplo, foram bastante exitosas, e não seria possível sem a parceria do SIMEC,
Sindiquimica e Sindienergia. Essas experiências fortalecem as relações pessoais e facili-
SINDICERÂMICA
SINDCARNAÚBA
SINDICOUROS
44 - simec em revista
tam a realização de outras ações em conjunto.
SINDIEMBALAGENS
simec em revista - 45
Júnior Osterno (Sindimóveis)
em função das relações trabalhistas, dentre outras. Não
droupas e ao Sindtextil, apoiamos eventos e aderimos a projetos
alguma afinidade, de uma forma ou de outra, com pra-
Só conseguiremos superar nossas dificuldades (financeira, fis-
é cabível pensar e agir de forma isolada, principalmente
e ações conjuntas. Acredito que a abertura seja essencial para
ticamente todos os sindicatos. Essa é uma bela iniciativa.
cal, trabalhista, de infraestrutura etc.) se nos fortalecermos. E
quando é preciso discutir sobre conjuntura sociopolítica e
o crescimento e fortalecimento da economia. Competimos com
a maneira mais fácil é através da união e do crescimento dos
os rumos da economia. O Sindialimentos está aberto para
outros mercados mais fortes e tradicionais, sem a união e aber-
sindicatos industriais.
construção de uma agenda propositiva para o Ceará, em
tura o nosso mercado não se tornará competitivo.
cooperação com os demais sindicatos que compõem a Fe-
Sobre as afinidades Sindicais
Agostinho Alcântara (Sindiserrarias)
Um dos grandes marcos da administração de Roberto Macêdo,
foi a preocupação com a integração intersindical. E todo reforço
no fomento a essa iniciativa é de grande importância e valia.
Eulálio Costa (Sindgráfica)
Vejo com bastante simpatia a ideia. Temos muitas demandas
em comum. A união faz com que sejamos mais fortes e possamos
trocar experiências exitosas que beneficiam a todos os associados.
Roberto Ramos (Sindiembalagens)
Essa iniciativa é altamente positiva, para podermos convergir
todos os nossos seguimentos. No nosso caso especifico, que somos
bem heterogêneos, temos empresas que fazem embalagens de
papel: caixas, guardanapos, tubos de papel, embalagens para
deração das Indústrias do Estado do Ceará e tem interesse
em participar dessas discussões.
Júnior Osterno (Sindimóveis)
Estamos a disposição para participarmos de uma agenda
acesso. Tudo que nos vem proposto, comunicamos aos
con, Sindquimica (tintas, vernizes e adesivos) e Sindverde.
outros sindicatos, com intuito de compartilhar iniciativas e benefícios.
Roberto Ramos (Sindiembalagens)
Temos maior afinidade operacional com o SIMEC, Sin-
Agostinho Alcântara (Sindiserrarias)
Temos maior afinidade com o Sindigráfica e o Sindiverde.
diquímica, Sindiverde e Sindienergia. Já os sindicatos
Não limitaria a abertura do Sindiserrarias para somar
Eulálio Costa (Sindgráfica)
com maior afinidade produtiva são: Sindilaticinios,
Nossa maior afinidade é com o Sindiembalagens, já que mui-
Sindipan, Sinditrigo, Sindibebidas, Sindicafé, Sindi-
tos de seus associados também são empresas gráficas, mas temos
sorvetes, Sindicaju, Sindmassas, Sindióleo e Sindfrios.
com outros sindicatos nesse propósito. Aliás, a interação e
união de esforços nesse propósito, sempre esteve em nossas
metas e objetivos.
a liberdade em falar em nome de toda a minha diretoria.
Seria muito bem vindo qualquer iniciativa nesse sentido.
Roberto Ramos (Sindiembalagens)
mudança devido a concorrência de outros Estados, com carga
O Sindiembalagens está aberto para se envolver com um
tributária inferior a nossa e ainda a desleal concorrência com
ou mais sindicatos, mas para isso devemos trabalhar para
os Importados. Corremos sério risco de perder mercado. Por isso,
vermos a necessidade de cada um, o que um sindicato pode
envolver todos os Elos da Cadeia Produtiva é de fundamental
ajudar o outro sindicato e aí sim, fazer uma agenda pro-
importância para que possamos ter mais competitividade e vol-
positiva para a economia do Ceará.
Marcus Vinícius (Sindconfecções)
Estamos totalmente abertos a qualquer iniciativa neste
sentido. Devemos sim, construir uma Agenda Propositiva
O envolvimento do Sindicato na construção de uma
Agenda Propositiva para o fortalecimento da Economia do Estado
com todos Sindicatos filiados à FIEC no sentido de via-
André Siqueira (Sindialimentos)
ma FIEC , que é o principal indutor do desenvolvimento
O propósito que move as empresas na constituição dos sindi-
industrial no Estado do Ceará. Realizar parcerias, trocar
catos é o mesmo para todos os setores, muito embora, cada se-
informações e compartilhar boas práticas com outros sin-
tor tenha suas especificidades, sejam elas de ordem tributária,
dicatos, neste sentido já estamos muito próximos ao Sin-
46 - simec em revista
dicatos projetos e propostas de parcerias aos quais temos
Temos maior afinidade com o Sindserraria, SIMEC, Sindus-
o SIMEC.
mento industrial. Nosso setor, em particular, está em constante
tuosas, passa a ser uma necessidade latente neste processo.
Júnior Osterno (Sindimóveis)
O Sindmoveis e o Sindverde são os principais.
O Sindgráfica está completamente aberto. Tomo inclusive
afins, troca de experiência e compartilhamento de práticas vir-
recíproca colaboração. Compartilhamos com outros sin-
nho uma ideia que estou desenvolvendo em conjunto com
essa integração é essencial.
tar a crescer de forma sustentável. A sinergia entre os Sindicatos
uma estreita parceria, participamos de muitas ações em
Agostinho Alcântara (Sindiserrarias)
Eulálio Costa (Sindgráfica)
Vejo como fundamental para o desenvolvimento e fortaleci-
Com o Sindroupas, com que, desde de 2012 mantemos
comum (os problemas são bem parecidos), inclusive já te-
alimentos, embalagens de plásticos para alimentos, vidros etc.,
Marcus Vinícius (Sindconfecções)
Marcus Vinícius (Sindconfecções)
bilizar o crescimento sustentável da economia do Ceará.
Através da adesão de projetos e ações propostos pelo siste-
André Siqueira (Sindialimentos)
que tange à espessura de cada Família
Regional Cariri
de panelas para certificação.
A última palestra do dia foi do engenheiro técnico da Welle Tecnologia
II Fórum de Certificação
de Panelas Metálicas
Laser, Andé Girelli, falou das vantagens de aplicação do laser para rastreabilidade. A Welle Laser é, atualmente,
líder nacional em vendas de máquinas
para marcação e gravação a laser.
Em seguida houve uma mesa redonda que permitiu aos participantes
esclarecer todas as suas dúvidas sobre
cada tema discutido.
O Delegado do SIMEC Cariri, Sr.
Adelaído Pontes, encerrou o fórum o setor metalmecânico local se fortaleceu Nós somos o 3º Polo de utensílios do
ressaltando a importância dos empre- muito. Iniciamos bem, mas precisamos Brasil, mais de 500 caminhões saem
sários se unirem através do Sindicato, melhorar mais. Com essa parceria, nos daqui para vender alumínio fora e nós
pois, “é possível fazer as ações para mantemos informados sobre o nosso setor não temos a atenção necessária do Poder
Foto: arquivo SIMEC
certificação conjuntamente, de ma- e melhoramos o relacionamento entre as Público. Eles não nos veem da maneira
neira que se reduzirá os custos”. Fez empresas. Temos a oportunidade de co- que nós somos. Se tivéssemos esse apoio
referências ao setor não apenas como nhecer outras empresas e saber como elas cresceríamos muito mais. O Distrito
O
Sindicato das Indústrias
gerador de emprego e renda, mas tam- estão se destacando no mercado.
Industrial do Cariri está abandonado,
bém como alavanca de divisas, “pois Nivaneide Dantas (Alumínio Prolar)
falta água, energia, infraestrutura, é
Na ocasião, o presidente do SIMEC,
preparar para atender as normas des-
nossas empresas vendem em todo Bra- O SIMEC veio fazer a diferença. Agora impossível construir indústrias lá. Preci-
Metalúrgicas, Mecânicas e Ricard Pereira, falou da necessidade de
tas portarias, principalmente por que
sil e, a cada mês saem centenas de ca- nós temos o apoio do Sindicato nas nego- samos nos unir em torno do nosso Sindi-
de Materiais Elétricos no inovação e planejamento das empre-
é uma exigência do consumidor, os
minhões com grande número de pes- ciações, contando com a presença de um cato para assim nos fortalecermos.
Ceará, por meio de sua Delegacia Re- sas. “Se o empresário não se atentar a
quais poderão se pronunciar sobre o
soas revendendo os produtos de porta advogado que facilita todo esse processo, Ricard Pereira (SIMEC)
gional no Cariri, realizou o II Fórum estas tendências fechará suas portas. É
assunto através de consulta pública,
em porta”.
de Certificação de Panelas Metálicas, relevante que sejam atendidas as con-
então não é somente a Lei que tem
que teve por objetivo discutir com os formidades e os critérios estabelecidos
que ser seguida, mas as exigências do
uma reunião ordinária da Delegacia O SIMEC veio para fortalecer o setor sional. Estamos procurando trazer al-
empresários as portarias Nº 398 e 419 no Regulamento Técnico da Qualida-
consumidor”.
local do Sindicato, onde alguns em- como um todo, trazendo informações gum tipo de informação, algum curso
do INMETRO, que tratam do Reque- de”, afirmou Ricard.
rimento de Avaliação de Conformida-
Outra Palestra que causou bastante
antes muito sofrido para todos nós.
Paralelamente ao evento, aconteceu Hans Kleber (Dular)
O que estamos visando é a formação do
empresário, capacitar de forma profis-
presários destacaram o papel do SI- precisas e essenciais para a nossa tomada que possa, a partir do nível que vocês
O Fórum contou com a apresenta-
impacto entre os presentes, foi proferi-
MEC na região.
de decisão. Além disso, trouxe inúmeros se encontram, fazer avançar cada vez
de (RAC) e do Regulamento Técnico ção de várias palestras. O diretor da
da pelo Gerente de Ensaios e Processos
José Batista (Aluminela)
projetos para a indústria local.
da Qualidade para Panelas Metáli- ABRACE - Avaliações Brasil da Con-
do Laboratório GLOBALLAB, sobre o
O SIMEC veio trazer melhorias para a Wilson Pedro da Silva (WP da Silva) que que tem sido uma dificuldade cons-
cas, as quais orientam os empresários formidade e Ensaios, com sede em São
tema: Ensaios Executados no Processo
nossa área, contribuindo para nossa orga- Tem sido fundamental para todos nós tante agregar, participar. Precisamos
quanto à certificação para utensílios de Paulo, Eduardo Rodrigues, abordou a
de Certificação. Com o uso de recur-
nização e ampliando nosso conhecimento a presença do Sindicato na região. Mas nos organizar para trazer treinamento
alumínio. O evento aconteceu no dia questão do Regulamento Técnico de
sos multimídia, o palestrante mostrou
sobre o setor metalomecânico como um precisamos de mais participação dos as- e capacitação para transformar o for-
29 de abril de 2014, no Palácio da Mi- Panelas Metálicas e a Portaria Inme-
exemplos de testes que comprovam a
todo.
croempresa do SEBRAE-Cariri, em tro 398 e 419/2012. De acordo com
veracidade das especificações explicita-
Neuza Ferreira Neves (Luminox) não teremos os resultados que queremos.
a produtividade, inovar, a proposta é
Juazeiro do Norte.
das pelos fabricantes, especialmente no
Com a vinda do SIMEC para a região Adelaído de Alcântara (Adenox)
essa.
48 - simec em revista
Eduardo, “as empresas precisam se
mais. O que percebemos no Cariri, é
sociados. Sem o envolvimento de todos, mato das nossas empresas, melhorar
simec em revista - 49
cambial, financiamento elásticos a ju-
Artigo
ros subsidiados pelo BNDES.
Não se pretende aqui julgar se tais
medidas, até aqui apontadas, foram
Os Atuais Riscos às
Indústrias Incentivadas
do Ceará
importantes, necessárias ou corretas
para o crescimento econômico do País,
mas apenas mostrar que na história
Foto: Arquivo Pessoal
A
ainda concede a remissão e anistia
aos valores relativos aos incentivos
fiscais gozados pelas empresas incentivadas.
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) propôs uma emenda ao projeto de Lúcia Vânia para que o quórum
econômica do Brasil, os Estados mais
de votação do Confaz seja reduzido
desenvolvidos assim cresceram por te-
Não obstante essa vitória Paulista no da unanimidade para três quintos dos
rem adotado ou se beneficiado de uma Senado, ainda está por vir algo muito Estados, com pelos menos a participaPolítica de Incentivo à Industrialização. mais devastador para os Estados menos ção de um terço dos Estados de cada
Então não nos parece legitimo o dis- desenvolvidos.
curso daqueles que se beneficiaram no
diminuição da desigualdade
“Podemos afirmar que existe
uma “Guerra dos Portos”
quando somente o Porto
de Santos é responsável
por quase 40% de todas as
importações brasileiras.”
O STF está na iminência de aprovar
região.
A boa notícia, diante deste cenário
passado, e com isso se desenvolveram e a Proposta de Súmula Vinculante n. desfavorável ao Ceará, é que neste peCitam como exemplo o Estado de
tornaram mais competitivo em relação 69, declarando inconstitucionais todos ríodo eleitoral, tem-se um consenso no
regional no Brasil é um dos São Paulo como o mais beneficiado ao
aos demais, agora adotem o discurso os incentivos fiscais estaduais concedi- Senado, no Ministério da Fazenda, no
principais objetivos constitu- longo da histórica econômica do Brasil.
de que os incentivos fiscais estaduais dos sem autorização dos demais Esta- CONFAZ e dos Estados sobre a neces-
por Alexandre Linhares
cionais, previsto no art. 3º da Consti-
Consultor Jurídico do SIMEC,
tuição Federal de 1988, competindo de 1929, houve uma queda vertigi-
Conselheiro Titular do
à União Federal elaborar e executar nosa das exportações do café Paulista,
CARF/MF.
os planos desenvolvimento econômi- obrigando o Governo Vargas em 1933
a aprovar a Resolução n. 13/2012, sob
co regionais, mediante a concessão de a instituir uma política de aquisição
argumento de que estaria pondo fim à STF, sem restrição dos efeitos da deci-
incentivos de tributos federais, dentre (com posterior destruição) dos esto-
denominada “Guerra dos Portos”, pro- são (modulação), as empresas incenti- plementar o Estado do Ceará estará
outras medidas (art. 21, IX).
tegendo à economia industrial Brasilei- vadas poderão ser obrigadas a devolver impedido cobrar os valores de ICMS
Após estourar a crise internacional
ques de café como forma de manuten-
Visando acelerar as desigualdades re- ção dos seus preços internos.
gionais, os Estados da Federação, des-
Não fora a isenção dos impostos e
no País.
de convênios firmados no âmbito do fiscais concedidos como forma de ga-
Em 2012 o Senado Federal foi levado CONFAZ.
ra da entrada frenética de importados.
rantir segurança jurídica às empresas
Com aprovação do PSV n. 69 pelo incentivadas.
Com a aprovação desta Lei Com-
todos os valores de ICMS que deixa- incentivados, mas também de conce-
Podemos afirmar que existe uma ram de pagar por causa dos incentivos. der novos incentivos fiscais.
tacadamente os menos desenvolvidos, tarifas de exportações e defesa do preço
“Guerra dos Portos” quando somente
passaram a conceder incentivos fiscais do café, bem como o perdão da dívida
o Porto de Santos é responsável por República já emitiu parecer favorável rão deste novo cenário? Simples: nem
como forma de atrair novas indústrias. interna Paulista pela União, certamen-
quase 40% de todas as importações ao inteiro teor do PSV, nos exatos ter- conseguiremos atrair novas indústrias
A essa a política tributária de conces- te, os fazendeiros paulistas quebra-
brasileiras, estando o segundo colocado mos propostos pelo STF, sem sequer e dificilmente conseguiremos manter
são de incentivos fiscal, basicamente do riam pela impossibilidade de resistir
ICMS, denominou-se de “Guerra Fis- aos efeitos da crise de 1929, e muito
com menos de 10% das importações?
Inclusive a Procuradoria Geral da
Quais consequências práticas advi-
recomendar a atribuição dos efeitos as já instaladas após o fim dos contra-
A consequência prática da Resolu- modulativos.
tos de incentivos.
cal” pelos Estados mais desenvolvidos, provavelmente a história econômica de
ção n.13/2012 não foi a diminuição
como forma de rotular as insatisfações São Paulo teria sido muito diferente.
das importações, mas apenas o re- buir efeitos modulativos, a senadora verno do Estado do Ceará renovar
pelas perdas de algumas indústrias para
Contudo foi no Governo de Jusce-
direcionamento e concentração das Lúcia Vânia (PSDB-GO) elaborou imediatamente todos os contratos de
lino Kubitschek que o Estado de São
importações para o já estrangulado um projeto de lei complementar no incentivos de forma automática, e ba-
Em resposta, os Estados das regiões Paulo se beneficiou pelo quase mo-
Porto de Santos, aumentando ainda Senado, o PLS-C n. 130/2014, que talhar para que seja aprovado um tex-
Norte, Nordeste e Centro-Oeste afir- nopólio de instalação de indústrias
mais a desigualdade regional, já que além, de convalidar todos os incenti- to convalidando todos os incentivos
mam que estão adotando a mesma po- automobilísticas. Para este setor foi
os incentivos fiscais concedidos pelos vos fiscais ou financeiros vinculados concedidos até a data de publicação
lítica de industrialização adotada anos assegurado isenção de impostos na im-
demais Estados foram neutralizados ao ICMS, concedidos sem aprovação da futura lei complementar que está
atrás pelos Estados mais desenvolvidos. portação, desnecessidade de cobertura
pela medida do Senado.
Estados menos desenvolvidos.
50 - simec em revista
estão acabando com a industrialização dos da Federação, manifestados através sidade de convalidação dos incentivos
Diante dos riscos do STF não atri-
Diante deste cenário resta do Go-
prévia do Confaz até maio deste ano, por vir.
simec em revista - 51
Mundo
Novo Revestimento para Motores de Aviões
Zotye Estreia no 28º Salão do Automóvel
Cientistas da Universidade do Oeste da Suécia desenvolveram um revestimento capaz
de estender a vida útil dos motores em 300%. O revestimento consiste em um pó
O Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, grande vitri-
composto por nanopartículas de cerâmica e de plástico, que é adicionado a um supor-
ne para os consumidores, lidera a maior feira automobilística da
te líquido. A inovação do novo revestimento é a elasticidade do revestimento; enquan-
América Latina e é palco de montadoras nacionais, estrangeiras e
to as partículas de cerâmica proporcionam isolamento térmico, o plástico permite que
empresas do ramo automobilístico. A 28º edição acontece de 30
pequenos poros se formem no interior do revestimento – o que é importante, já que o
de outubro a 9 de novembro de 2014, e uma das novidades é a
revestimento deve ser capaz de se expandir e contrair com o metal que está cobrindo.
estreia da montadora chinesa Zotye, que vai apresentar sua linha
De acordo com os cientistas, a nova estrutura do revestimento não só permite que
de produtos, entre eles o popular Z100. O hatch compacto, que
seja mais flexível e, portanto, menos propenso a trincas, mas também permite uma
é equipado com motor 1.0 de três cilindros e 68 CV, pretende brigar pelo título de carro mais barato do Brasil.
melhor aderência em superfícies irregulares. A previsão é que, a novidade tecnológica,
Diferentemente dos outros modelos chineses de entrada, o Z100 virá “pelado” (somente com freios ABS e airbag
chegue aos motores de avião e turbinas a gás nos próximos dois anos.
duplo, obrigatórios desde o início deste ano). Outro modelo exposto no salão será o utilitário esportivo subcompacto
Fonte: http://www.cimm.com.br/
T200.
Fonte: http://www.cimm.com.br/
Estudantes do MIT Lançam Turbina Éolica Flutuante
Arcelormittal Investe em Aço de Alta Resistência
A produtora de aço ArcelorMittal anunciou investimento de US$ 15 milhões na aquisição de equipamentos e adequações da linha de produção de
sua unidade ArcelorMittal Vega, em São Francisco do Sul, Santa Catarina.
De acordo com a empresa, o objetivo do investimento é iniciar a produção
do aço de alta resistência com aplicação na indústria automotiva, o Usibor®.
O valor integra um pacote de R$ 650 milhões destinados ao incremento de
produção da unidade catarinense nos próximos cinco anos. A previsão é de
aumento dos atuais 6% para 25% de utilização de aços de alta resistência
nos veículos brasileiros até 2025, acompanhando a tendência da indústria
automotiva global. O Usibor®, é um aço ao boro revestido de alumínio-silício,
Dois estudantes do MIT (Massachusetts Institute of Technology) lançaram um novo
conceito em turbina eólica, que usa um invólucro cheio de hélio para flutuar alto o
suficiente para capturar os ventos mais fortes. Eles já conseguiram os recursos necessários para fazer os primeiros testes da sua “turbina aérea flutuante” (ou BAT: Buoyant
Air Turbine) em uma área remota do Alasca. O protótipo possui uma concha inflável
circular de 35 metros de diâmetro, feita do mesmo tecido resistente usado em dirigíveis e velas náuticas. A turbina vai pairar a altitudes entre 300 e 600 metros, onde os
ventos sopram de 5 a 8 vezes mais forte do que ao nível do solo, além de serem mais
consistentes. Seu objetivo é levar a energia eólica para áreas remotas, fora da rede, onde
não é prático ou economicamente viável instalar torres.
Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/
foi desenvolvido pela companhia para estampagem a quente. Desde 2012 ele
vem sendo importado das plantas da ArcelorMittal na Europa.
Fotos: Divulgação
Fonte: http://exame.abril.com.br
52 - simec em revista
simec em revista - 53
Eventos
SIMEC em
Revista deixa você
por dentro dos
principais eventos
relacionados ao setor
metalmecânico
no Brasil.
21-25
Julho
69º Congresso ABM
Centro de Convenções
Frei Caneca - São Paulo - SP
www.abmbrasil.com.br/
?
Você
Sabia
Neste número damos continuidade à série relativa às as Sete Maravilhas do
Mundo Antigo, destacando os Jardins Suspensos da Babilônia e à Estátua de
Zeus, em Olímpia.
Fotos: National Geographic
Considerada a segunda maravilha do mundo
antigo, os “Jardins Suspensos da Babilônia”
cresceram em terraços cheios de terra. Com
seus muros de tijolo medindo 122 metros de
comprimento por sete de espessura, dos
quais saiam colunas de pedra sustentando
plataformas
22-25
Julho
Metalmecânica Corte e Conformação
Parque de Exposições Tancredo
Neves - Chapecó/ SC
www.eurofeiras.com.br/feira/
fmm-cc-2014/
de
madeira
cheias
de
árvores. Segundo relatos, os jardins foram
construídos pelo rei Nabucodonosor por
volta de 600 a.C, para sua esposa a rainha
Semíramis. Os jardins eram também admirados por seu engenhoso sistema de
irrigação acionado por escravos. Os jardins ainda floresciam quando Alexandre
22-25
Julho
Mec Show - 7º Feira da
Metalmecânica, Energia e
Automação
Parque de Exposições de
Carapina – Serra/ES
www.mecshow.com.br
o Grande conquistou a Babilônia, em 331 a.C.. Mas a cidade foi cedendo às
areias que a cercavam, e agora não se tem certeza nem mesmo de onde ficavam
os jardins suspensos. Um grande projeto do atual Iraque (antes da ocupação
americana), de reconstrução da Babilônia, inclui uma tentativa de fazer com que
os jardins, ou algo parecido, floresçam novamente.
12-13
Agosto
05-08
Agosto
25º Congresso
Brasileiro do Aço
Complexo WTC
São Paulo / SP
http://www.acobrasil.org.br/
congresso2014/
Manutenção - Feira
de Manutenção e
Equipamentos Industriais
Pavilhão Edmundo
Doubrawa - Joinville/SC
http://www.feiramanutencao.com.
br/edicoes/edicao-2014/
A terceira maravilha do mundo antigo é a “Estátua
de Zeus”, em Olímpia, com treze metros de altura
era revestida de placas de marfim cinzelado; a
túnica e o trono trabalhado em ouro, eram o coração
e símbolo de um complexo sagrado que incluía
templos, santuários e o primeiro estádio olímpico. O
seu construtor Fídias, já se notabilizara pelo trabalho
na Acrópole de Atenas, mas a majestosa Estátua de
Zeus, iniciada em 438 a.C., tornava-se imponente por
se refletir na superfície calma de um enorme reservatório cheio de azeite, que
24-27
EXPOMAC - 20º Feira da
Indústria Metal Mecânica
Expotrade Pinhais - Curitiba/PR
Setembro http://www.expomac.com.br/
54 - simec em revista
ao evaporar-se evitava que o revestimento de marfim estalasse. Em 426 d.C, o
imperador Teodósio II, mandou desmontar a estátua, enviando-a de barco para
Constantinopla, onde cinquenta anos depois foi destruída num incêndio.
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ED. 09 - Pedro Luiz Passos