SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE PROPOSTA PARA A ATENÇÃO HOSPITALAR NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ PROPOSTA PARA A ATENÇÃO HOSPITALAR NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ Apresentada e referendada pela Comissão Intergestores Bipartite em 24 de novembro de 2005 OBJETIVO Conhecer a dinâmica da assistência hospitalar da região do Alto Vale do Itajaí e construir um modelo que atenda a real demanda da população com qualidade e resolubilidade. CONSIDERAÇÕES Estudos realizados em 1999 e atualmente apontam as mesmas considerações: • Baixa resolução de hospitais de pequeno porte; • A lógica da produção utilizando-se do maior número de AIHs como forma de terem garantido o seu faturamento mensal; • O faturamento tendencioso para os procedimentos mais caros; • Falta de um sistema de controle, avaliação e auditoria eficaz; • Despreparo ou desinteresse do gestor municipal no efetivo controle das internações do seu município; • Inexistência de câmara de compensação e a falta de regulação e critérios para a autorização das internações. Diagnóstico 1) Populacional A população da Região do Alto Vale do Itajaí compreende as Secretarias Regionais de Desenvolvimento de Ibirama, Ituporanga e Rio do Sul, totalizando 32 municípios. Pouso Redondo, Rio do Campo, Rio do Oeste, Rio do Sul, Salete, Taió, Trombudo Central (sede em Rio do Sul); Agrolândia, Alfredo Wagner, Aurora, Imbuia, Ituporanga, Petrolândia, Vidal Ramos (sede em Ituporanga); Ascurra, Ibirama, José Boiteux, Presidente Getúlio, Vitor Meireles, Witmarsum (sede em Ibirama). O município mais populoso é o de Rio do Sul, com 54.070 habitantes e o menor é o de Presidente Nereu com 2.116 habitantes. Diagnóstico Pirâmide etária SDR de Rio do Sul, Ibirama e Ituporanga, 2004 80 anos e mais 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 10 a 14 5a9 0a4 -15000 -10000 -5000 0 Masculino 5000 10000 Feminino Faixas etárias mais sujeitas à internações por causas externas (acidentes). 15000 20000 Diagnóstico 2) Capacidade instalada: • Dos 32 municípios, 14 não possuem hospitais e 18 possuem, o que demonstra um número excessivo de hospitais para a região (57%) principalmente considerando que 81% dos municípios tem menos de 10.000 hab., o mínimo necessário para a proposição de uma Unidade Hospitalar seria 20.000 hab, a OMS sugere 80.000 hab. • Das 3 SDR, a de Rio do Sul é aquela que apresenta um maior número de hospitais 8, em seguida Ituporanga, com 7 e Ibirama com 4. • Na região foi apontada a indicação inicial de 06 hospitais para serem inseridos na Política de Hospitais de Pequeno Porte e temos mais 03 potenciais (47%), e só não temos quase todas as unidades inseridas nessa política em razão da sua natureza (privado). Diagnóstico • Considerando a população de 2003 de toda a região e o percapita de distribuição de AIHs atualmente praticado em Santa Catarina (7% da população) possibilita o total de 19.153 internações/ano. No primeiro semestre de 2005 foram internados 9.859 pacientes dessa região, desconsiderados os procedimentos estratégicos, (estes utilizam AIHs extra-teto), o que demonstra um percentual de 7,21% de internações. • Considerando as internações sem cobertura de AIHs de janeiro-junho apresentada pelos municípios, aponta um percentual de 8,36%. Diagnóstico •Considerando o parâmetro proposto por especialidade no tocante às internações em 2005, constatamos que a área cirúrgica está acima do preconizado, sendo este um bom indicativo; na pediatria temos uma diminuição das internações, confirmando uma tendência mundial, na obstetrícia as internações estão abaixo do parâmetro, e na clínica médica permanece acima do parâmetro. • O número de internações em psiquiatria na região, apesar da falta de leitos constantes no CNES, demonstra um excedente de internações comparando ao parâmetro, contrariando a tendência nacional de desospitalização do doente psiquiátrico . Diagnóstico • A relação de leitos/1000habitantes preconizada pela OMS é de 2,31 leitos por mil habitantes, a região apresenta uma necessidade 551 leitos, no CNES temos disponíveis para o SUS na região 730 leitos/SUS, com um excedente de 179 leitos, ou seja, 2,66 leitos/1000. •Com base no CNES, observa-se que em vários hospitais, os profissionais médicos desempenham vários papéis, apontando uma limitação quanto a resolutividade do próprio hospital; •Falta de equipamentos considerados essenciais, entre estes o desfibrilador, o eletrocardiógrafo e o raio-x, o que contradiz os principais motivos de internação, tais como DPOC e insuficiência cardíaca. Diagnóstico 3) Perfil de Morbidade •As principais causas de internação nos municípios da Região desmentem a hipótese de boa qualidade da atenção básica, já que doenças agravadas pela falta desta, especialmente as entero-infecções, pielonefrites, crise asmática, crise hipertensiva e pneumonias, configuram um percentual importante das internações hospitalares, estando em todos os municípios entre as primeiras 10 causas. •Os principais motivos de internação a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica –DPOC e Insuficiência Cardíaca não eram os esperados com a faixa etária apresentada na região . Diagnóstico 3) Perfil de Mortalidade •Ressalta-se o alto percentual de óbitos por causas mal definidas: 17,19% do total de óbitos em Ibirama, 23,64% em Ituporanga e 15,43% em Rio do Sul, este tipo de causa pode configurar, falta de acesso aos serviços de saúde, representando a morte sem assistência médica, o que causa estranheza considerando a quantidade de hospitais, pode também indicar baixa resolutividade da unidade hospitalar por carência de recursos tecnológicos e humanos. Propostas: Avaliando todas as informações e com base nas reuniões realizadas em 03 e 04 de novembro, constatamos que serão necessárias inúmeras ações para equacionarmos e construirmos uma proposta justa e válida. Apresentamos a seguir estas propostas: 1. Implantação de uma Comissão Autorizadora de todas as internações hospitalares da região, com o objetivo de estabelecer o mesmo padrão para todos os municípios, para que o “grau de qualidade das autorizações” seja o mesmo para todos. Propostas: Infraestrutura mínima: • Área física específica; Telefone, Fax, Computadores, Veículo, Internet e Impressora. •Recursos Humanos mínimo: •01 Médico Coordenador (contratado pela SES e de fora); •No mínimo 05 médicos autorizadores (médicos autorizadores dos municípios), são em média 1.600 internações/mês; •02 Médicos da SES/DIRE/REG •02 Técnicos administrativos; •01 Motorista. Propostas: Algumas ações proposta para a Comissão: Estabelecer critérios de autorização de internações hospitalares, fundamentados especialmente na capacidade técnica e humana dos hospitais da região,que assegurem a necessidade e a resolutibilidade da internação evitando-se desta forma internações desnecessárias (sociais) ou não resolutivas em determinados hospitais. A utilização destes critérios vai permitir a hierarquização dos hospitais da região de acordo com seu grau de resolução viabilizando a proposição de um modelo padronizado de autorização; Propostas: Algumas ações proposta para a Comissão: Propor fluxo de autorização com o estabelecimento de prazos (PT SAS/MS 113) e os meios de comunicação; Emitir relatório mensal dos municípios que não utilizaram sua cota de AIHs; Solicitar AIHs para os municípios que excederam sua cota, porém foram autorizadas pela Comissão; Auxiliar na qualificação dos médicos das emergências para melhorar a qualidade da indicação de internação; Auxiliar no processo de implantação da política de Hospitais de pequeno porte; Propostas: Algumas ações proposta para a Comissão: Auxiliar na definição das demandas da população e a capacidade resolutiva das Unidades Hospitalares; Auxiliar na consolidação das referências e contra-referências (controlar reinternações); Estabelecer conseqüentemente e em conjunto com os prestadores de serviços hospitalares protocolos clínicos para as urgências e emergências; E outras ações que se fizerem necessárias. Desenho do Fluxo: Outras estratégias concomitantes: • Implantar um incentivo a desospitalização para os municípios de duas formas: a) aos municípios que utilizem o limite 7% de internação /habitante/ ano, sem geração de laudos represados, destinar-se-á um valor percapita anual a ser aplicado na atenção básica; b) aos municípios que utilizarem todas as suas AIHs (abaixo de 7% de internação/ ano) além do incentivo anterior,receberão os recursos financeiros referentes ao número de AIHs não utilizadas tendo-se por referencia o custo médio do estado em média complexidade, para aplicação complexidade ambulatorial. em atenção básica ou média Outras estratégias concomitantes: Utilização da subvenção recebida pela FUSAVI para pagamento de todas as internações realizadas autorizadas pela Comissão, via Gestor Pleno Municipal. Implantar AIH/dia para procedimentos eletivos cirúrgicos em toda a região,excluindo-se da tabela SIH todos procedimentos tecnicamente possíveis de serem realizados na lógica do hospital dia.(Procedimento sem internação e sem emissão de AIH . Garantia aos prestadores de serviços hospitalares de recebimento do todas as AIHs autorizadas pela independentemente do teto financeiro. comissão autorizadora Outras estratégias concomitantes: Implantar a política de hospitais de pequeno porte. Implantar a autorização eletrônica, quando do retorno da autorização para os gestores. Garantia da Política Estadual de Assistência Hospitalar para os hospitais que já aderiram e aos que aderirem. Contratualização dos hospitais da região. A Diretoria de Regulação é a responsável pelo acompanhamento e avaliação deste Projeto e apresentará relatórios mensais. Data: 08/12/05