ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO PARALELA – 2º Trimestre 1º ano DISCIPLINA: LITERATURA Observações: 1- Antes de responder às atividades, releia o material entregue sobre Sugestão de Como Estudar. 2 - Os exercícios devem ser resolvidos em folha timbrada e entregues para sua professora na aula do dia 29/09/15. CONTEÚDO: Humanismo –Características da obra de Gil Vicente; Classicismo – Camões Épico (os Lusíadas) e Lírico (características de sua poesia) Quinhentismo. EXERCICIOS: Texto para as questões 1 a 4 (Unicamp 2012) Os excertos abaixo foram extraídos do Auto da barca do inferno, de Gil Vicente. (...) FIDALGO: Que leixo na outra vida e o rabo caberá quem reze sempre por mi. e todo vosso senhorio. DIABO: (...) E tu viveste a teu prazer, Vós irês mais espaçoso cuidando cá guarecer com fumosa senhoria, por que rezem lá por ti!...(...) cuidando na tirania ANJO: Que querês? do pobre povo queixoso; FIDALGO: Que me digais, e porque, de generoso, pois parti tão sem aviso, desprezastes os pequenos, se a barca do paraíso achar-vos-eis tanto menos é esta em que navegais. quanto mais fostes fumoso. (…) ANJO: Esta é; que me demandais? FIDALGO: Que me leixês embarcar. SAPATEIRO: (...) E pera onde é a viagem? sô fidalgo de solar, DIABO: Pera o lago dos danados. é bem que me recolhais. SAPATEIRO: Os que morrem confessados, ANJO: Não se embarca tirania onde têm sua passagem? neste batel divinal. DIABO: Nom cures de mais linguagem! FIDALGO: Não sei por que haveis por mal Esta é a tua barca, esta! Que entr’a minha senhoria. (...) E tu morreste excomungado: não o quiseste dizer. ANJO: Pera vossa fantesia Esperavas de viver, mui estreita é esta barca. calaste dous mil enganos... FIDALGO: Pera senhor de tal marca tu roubaste bem trint'anos nom há aqui mais cortesia? (...) o povo com teu mester. (...) ANJO: Não vindes vós de maneira SAPATEIRO: Pois digo-te que não quero! pera ir neste navio. DIABO: Que te pês, hás-de ir, si, si! Essoutro vai mais vazio: SAPATEIRO: Quantas missas eu ouvi, a cadeira entrará não me hão elas de prestar? 1 DIABO: Ouvir missa, então roubar, é caminho per'aqui. Vocabulário: Fidalgo: Indivíduo com título de nobreza; nobre, aristocrata Leixo: Deixo Excomungado: Amaldiçoado (Gil Vicente, Auto da barca do inferno, em Cleonice Berardinelli (org.), Antologia do teatro de Gil Vicente. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Brasília: INL, 1984, p. 57-59 e 68-69.) 1. Escreva, com suas palavras, por que razão específica o fidalgo é condenado a seguir na barca do inferno? E o sapateiro? 2. Quanto à estrutura do texto, ou seja, ele está escrito em prosa ou em verso? Justifique sua resposta. 3. Aprendemos em sala de aula que Gil Vicente escreve texto de teatro de formato Alegórico e Narrativo. Escreva, com suas palavras, a diferença entre eles. 4. A peça Auto da barca do inferno pode ser considerada Alegórica ou Narrativa? Justifique sua resposta. Texto para as questões 05 e 06 Quando da bela vista e doce riso, tomando estão meus olhos mantimento,1 tão enlevado sinto o pensamento que me faz ver na terra o Paraíso. Tanto do bem humano estou diviso,2 que qualquer outro bem julgo por vento; assi, que em caso tal, segundo sento,3 assaz de pouco faz quem perde o siso. Em vos louvar, Senhora, não me fundo,4 porque quem vossas cousas claro sente, sentirá que não pode merecê-las. Que de tanta estranheza sois ao mundo, que não é d'estranhar, Dama excelente, que quem vos fez, fizesse Céu e estrelas. (Camões, ed. A.J. da Costa Pimpão) 1 Tomando mantimento - tomando consciência. 2 Estou diviso - estou separado, apartado. 3 Sento - sinto. 4 Não me fundo - não me empenho. 5. Caracterize brevemente a concepção de mulher que este soneto apresenta. 6. Escreva duas características desse soneto que o filiam ao Classicismo, explicando-as sucintamente. 7. Luís de Camões foi o principal poeta português do Classicismo. Ele registrou poesias em formatos de sonetos, redondilhas e também escreveu um importante épico. Qual o nome deste épico e a respeito do que ele contava? Texto de Luís de Camões para as questões 8 e 9: Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; 2 é dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; é solitário andar por entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? 8. Por que a estrutura do texto pode ser considerada clássica? Justifique sua resposta. 9. Explique, com suas próprias palavras, o sentido do primeiro terceto. 10. Escreva duas características desse soneto que o filiam ao Classicismo, explicando-as sucintamente. 11. Identifique a alternativa que não contenha ideais clássicos de arte: a) Universalismo e racionalismo. b) Formalismo e perfeccionismo. c) Obediência às regras e modelos e contenção do lirismo. d) Valorização do homem (do aventureiro, do soldado, do sábio e do amante) e verossimilhança (imitação da verdade e da natureza). e) Liberdade de criação e predomínio dos impulsos pessoais. 12. (FUVEST-SP) Na Lírica de Camões: a) o verso usado para a composição dos sonetos é o redondilha maior; b) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos; c) cantar a pátria é o centro das preocupações; d) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX; e) a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade. 13. (FESL-SP) Em Os Lusíadas, Camões: a) narra a viagem de Vasco da Gama às Índias. b) tem por objetivo criticar a ambição dos navegantes portugueses que abandonam a pátria à mercê dos inimigos para buscar ouro e glória em terras distantes. c) afasta-se dos modelos clássicos, criando a epopeia lusitana, um gênero inteiramente original na época. d) lamenta que, apesar de ter domado os mares e descoberto novas terras, Portugal acabe subjugado pela Espanha. e) tem como objetivo elogiar a bravura dos portugueses e o faz através da narração dos episódios mais valorosos da colonização brasileira. 3