RELATÓRIO EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Programa Operacional Temático Valorização do Território Relatório Anual de Execução Objectivo: Convergência Zona Elegível: Portugal Período de Programação: 2007-2013 Número de Programa: CCI 2007 PT 16 U PO 001 2009 Data de aprovação pela Comissão de Acompanhamento: 24 de Junho de 2010 pedro.mendes [Escrever o nome da empresa] [Escolher a data] 2 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 3 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Sumário Executivo Programa O POVT é um instrumento do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), que constitui o enquadramento para a aplicação da política comunitária de coesão económica e social em Portugal no período 2007 – 2013, destinado à prossecução das prioridades contidas na Agenda da Valorização do Território, com incidência em todo o território do Continente e das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira (Fundo de Coesão) e nas Regiões do objectivo “Convergência” – Norte, Centro e Alentejo (FEDER). O POVT foi aprovado pela Decisão da Comissão Europeia C (2007) 5110, de 12 de Outubro de 2007, tendo-lhe sido atribuído o código CCI: 2007 PT 16 U PO 001. Foi oficialmente formalizada a sua assinatura pela Comissão Europeia e pelo Governo Português no dia 17 de Outubro de 2007. O Plano Financeiro do POVT foi aprovado nos seguintes moldes: 1. O montante máximo da intervenção do FEDER atribuído ao Programa foi fixado em 1.598.578.698 euros, calculado com base nas despesas públicas elegíveis e uma taxa máxima de co-financiamento de 70% nos Eixos VI a IX e de 85% no Eixo X; 2. O montante máximo da intervenção do Fundo de Coesão atribuído ao Programa foi fixado em 3.059.965.525 euros, calculado com base nas despesas públicas elegíveis e uma taxa máxima de co-financiamento de 70% nos Eixos I a V. 3. O financiamento comunitário global do Programa ascende a 4.658.544.223 euros, a que corresponde, nos termos da programação aprovada, o montante de despesa pública de 1.971.415.425 euros e um investimento total de 6.629.959.648 euros. Através da Decisão da Comissão, C (2009) 10068, de 9 de Dezembro, foi aprovada a alteração da Decisão C (2007) 5110, destinada a corrigir o Plano Financeiro do Programa, para incluir o financiamento privado como elegível em seis dos dez Eixos Prioritários, situação que, embora prevista no texto do Programa, não tinha sido quantificada na Decisão inicial. De acordo com a nova Decisão, o Plano Financeiro do POVT manteve os valores globais de Financiamento Nacional e Comunitário, tendo a Contrapartida Nacional sido desdobrada, com base numa repartição indicativa entre Despesa Pública e Privada, nos Eixos Prioritários I, II, III, VII e VIII e, nestes casos, a taxa de cofinanciamento passou a incidir sobre a despesa total elegível (pública e privada). Nos restantes Eixos (IV, V, VL e 4 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território X) manteve-se a previsão de Contrapartida Nacional Pública e a taxa de co-financiamento incide sobre o total das despesas públicas elegíveis. Em conformidade com o Anexo I da referida Decisão, o texto do Programa foi alterado da forma seguinte: (1) O primeiro parágrafo do capítulo 7.1 "Programação plurianual e por eixos prioritários", na página 101, é substituído pelo seguinte: "O financiamento comunitário global do PO ascende a 4.658.544.223 Euros (Fundo de Coesão 3.059,965.525 Euros e FEDER - 1.598.578.698 Euros), a que corresponde, nos termos da programação elaborada, o montante de despesa pública de 1.430.802.653 Euros e de despesa privada de 540.612.772 Euros (contrapartida nacional total de 1.971.415.425 Euros) e um investimento total (público e privado) de 6.629.959.648 Euros. (2) O quarto parágrafo do capítulo 7.1, na página 101, é substituído pelo seguinte: "Importa salientar que a taxa de co-financiamento é programada em função da despesa total elegível, nos termos da alínea a) do n° 1 do Artigo 53° do Regulamento (CE) n° 1083/2006, do Conselho, de 11 de Julho, excepto para os eixos prioritários IV, V, VI e X, em que é programada em função da despesa pública elegível, nos termos da alínea b) do mesmo Regulamento." (3) O plano de financiamento por Eixos Prioritários, do capítulo 7.1, nas páginas 104 e 105, é substituído pelo plano de financiamento do Anexo II da presente decisão. Quadro legal de governação, gestão e controlo Manteve-se o órgão de direcção política do POVT, que é a Comissão Ministerial (CMC) de Coordenação do Programa, constituída pelo Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (MOPTC), que preside, e pelo Ministro da Presidência (MP), Ministro da Administração Interna (MAI), Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAOT), Ministra da Educação (ME) e Ministra da Cultura (MC). A CMC é responsável pelo estabelecimento das orientações específicas sobre a gestão do Programa, designadamente a aprovação dos Regulamentos Específicos do Programa, a confirmação das decisões de financiamento das operações com Investimento Total superior aos limites fixados em regulamento interno da CMC, a aprovação do Plano de Avaliação do Programa e a apreciação das propostas de revisão e de reprogramação do PO. No ano de 2009, a principal actividade deste Órgão consistiu na aprovação de alterações aos Regulamentos Específicos do Programa e ao Plano de Avaliação do Programa, na aprovação da participação do POVT no 5 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território contrato de financiamento “Iniciativa JESSICA em Portugal” e na confirmação de propostas de Decisão Favorável de Financiamento de operações. Consta do Anexo XII - Legislação e outros actos normativos de 2009 uma síntese dos actos normativos e legais mais relevantes que ocorreram em 2009, nomeadamente ao nível da legislação comunitária sobre Regulamentação dos Fundos, legislação e outros actos normativos nacionais com relevância geral no QREN e no POVT, bem como deliberações da CMC do POVT e do QREN, e da Comissão Directiva que tiveram relevância na actividade deste Programa em 2009. É de assinalar que no ano de 2009 foi aprovada a Lei Orgânica do XVIII Governo Constitucional (Dec. Lei n.º 321/2009, de 11 de Dezembro), o qual teve relevância na composição da CMC do POVT e também da CMC do QREN, tendo sido atribuído ao Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, a competência relativa à definição das orientações, preparação, acompanhamento, avaliação e controlo global da execução dos investimentos financiados por fundos comunitários. Por outro lado, também ao nível comunitário, foram relevantes algumas alterações legislativas na Regulamentação dos Fundos, sendo de salientar a alteração do Regulamento (CE) n.º 1083/2006, realizada através do Regulamento 284/2009, de 7 de Abril, o qual veio permitir a elegibilidade de algumas despesas, como as contribuições em espécie e os custos de amortização, bem como a possibilidade de ser certificada despesa relativa a “Grandes Projectos” antes da sua aprovação pela Comissão Europeia. É ainda de assinalar a alteração do Regulamento (CE) n.º 1828/2006, aprovada pelo Reg. (CE) n.º 846/2009, de 1 de Setembro, que introduziu alterações em diversos modelos adoptados no âmbito do QREN, designadamente os modelos de Declaração de Despesas, Relatórios anuais e finais, Formulários de candidatura de “Grandes Projectos”, entre outros. A nível da regulamentação nacional do QREN é de assinalar a alteração do Regulamento Geral do FEDER e Fundo de Coesão, promovida pela Deliberação da CMC do QREN de 18 de Setembro de 2009, que visou essencialmente a simplificação de procedimentos e a identificação de novas formas de adiantamento aos beneficiários, bem com o Despacho n.º 10/2009, de 24 de Setembro, que definiu a tipologia de despesas não elegíveis a financiamento pelo FEDER e Fundo de Coesão. Foram realizadas em 2009 duas reuniões da Comissão de Acompanhamento (23 de Junho e 15 de Dezembro), nas quais foi incluída a apreciação e aprovação do Relatório Anual de Execução do Programa de 2008, o acompanhamento dos progressos realizados para atingir os objectivos do Programa e a apresentação do 6 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Estudo de Avaliação da Operacionalização do POVT, que teve início no final de 2009. Foi ainda objecto de apreciação na Comissão de Acompanhamento, a proposta de alteração do conteúdo do Plano de Financiamento do POVT constante da Decisão da Comissão relativa à aprovação do POVT, a qual, posteriormente, deu origem à Decisão da Comissão, C (2009) 10068, de 9 de Dezembro, já referida. Não se verificaram em 2009 quaisquer alterações na composição da Autoridade de Gestão (AG) do POVT, composta pela Comissão Directiva (CD) e pelo Secretariado Técnico (ST), a não ser o reforço da constituição técnica do ST, através do preenchimento de todos os lugares previstos no Anexo III da RCM n.º 25/2008, de 13 de Fevereiro, que fixou o número máximo de elementos em 72, incluindo 7 Secretários Técnicos, 53 Técnicos Superiores, 8 Assistentes Técnicos e 4 Assistentes Operacionais. Esta estrutura foi alterada em 2009, pela RCM n.º 74/2009, de 30 de Julho, a qual reduziu uma vaga no grupo de Assistentes Operacionais e autorizou o correspondente aumento de uma vaga no grupo de Técnicos Superiores, para fazer face às necessidades sentidas no Programa. A Comissão Directiva teve uma actividade plena em 2009, tendo realizado 45 reuniões, das quais foi lavrada acta, para apreciação dos assuntos que cabem a este órgão colegial, que abrangem todas as matérias mais relevantes para o POVT, desde as decisões de financiamento das candidaturas submetidas ao Programa, às decisões estratégias, à gestão de recursos humanos, aos sistemas de gestão e organização, entre outros. Não se verificaram alterações nas competências delegadas nos Organismos Intermédios (OI) do POVT, muito embora se tenham melhorado as articulações e os circuitos de comunicação com a Autoridade de Gestão, os quais beneficiaram da operacionalização do Sistema de Informação do POVT (SIPOVT) que passou a constituir a plataforma onde residem as principais fontes de informação da actividade operacional do POVT. Verificou-se no final de 2009 a substituição do encarregado de missão para a gestão técnica, administrativa e financeira da Estrutura de Missão para a Gestão dos Fundos Comunitários (EMGFC) do Ministério da Administração Interna, que é Organismo Intermédio do POVT para o Domínio de Intervenção “Prevenção e Gestão de Riscos” do Eixo III do POVT. Alterações decorrentes do contexto sócio-ecónomico A crise financeira e económica internacional que se tinha manifestado no 2.º semestre de 2008 continuou em 2009 a ter grande relevância em todos os domínios de intervenção, tendo tido consequências ao nível das medidas adoptadas no plano comunitário e nacional. 7 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território No que respeita aos domínios de intervenção do POVT, os fundos comunitários desempenham uma função de grande relevo na concretização da estratégia nacional de resposta à crise, através do apoio ao investimento público e privado, a cargo da administração central e local e do sector empresarial nacional e local, bem como de entidades privadas sem fins lucrativos. Para implementação da referida estratégia comunitária e nacional, foram definidas ainda em 2008 diversas medidas, cuja operacionalização veio a ser regulamentada já em 2009, destacando seguidamente aquelas que mais se prendem com o POVT: 1. Reforço do pré-financiamento dos Fundos Estruturais aos Estados Membros no âmbito dos Programas Operacionais da Política de Coesão, através do pagamento de uma fracção adicional em 2009 de 2,5% da participação do FEDER no POVT, o que foi concretizado; 2. Possibilidade de serem certificadas despesas relativas a Grandes Projectos ainda não aprovados pela Comissão Europeia, o que teve grande relevância no acréscimo da execução financeira do POVT em 2009; 3. Flexibilização do cumprimento do pacto de estabilidade e crescimento, justificada pelo contexto de crise, associada à aposta no reforço/aceleração do investimento público como elemento central de resposta à crise, permitindo maior margem de manobra para assegurar a contrapartida pública nacional para os investimentos públicos que contam com co-financiamento comunitário; 4. Alteração da legislação sobre contratação pública para permitir, em 2009 e 2010, a adopção de procedimentos acelerados (de 87 para 30 dias) para algumas tipologias de intervenção. Principais actividades e resultados obtidos em 2009 Foi concluída em 22 de Fevereiro de 2009 a última revisão da Descrição do Sistema de Gestão e Controlo do Programa (DSGC), a qual foi aprovada pela Comissão Europeia em 4 de Abril de 2009. É de salientar que com a aprovação da DSGC e a preparação do Sistema de Informação para a submissão de propostas de certificação de despesas ao IFDR, foram cridas as condições regulamentares e operacionais para ser apresentado o 1.º Pedido de Pagamento Intermédio do POVT, o que foi concretizado no início de Agosto de 2009 com a apresentação ao IFDR dos primeiros pedidos de certificação (FEDER e Fundo de Coesão) que incluiu toda a despesa validada pela Autoridade de Gestão até 31-Jul-2009. Após a fase de organização interna e de criação dos regulamentos e das normas e procedimentos em que assenta o sistema de gestão e controlo do POVT, que caracterizou as actividades essenciais realizadas no 2.º 8 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território semestre de 2007 e 2008, o ano de 2009 ficou marcado por um trabalho intenso e um enorme esforço da Autoridade de Gestão, no sentido de implementar um forte avanço da operacionalização do Programa, nomeadamente ao nível da apreciação das candidaturas recebidas e da validação das despesas apresentadas pelos beneficiários. Para o efeito, a Autoridade de Gestão continuou a privilegiar em 2009 a abertura do Programa para a recepção de candidaturas em todos os Eixos e Domínios de Intervenção, o que provocou um enorme fluxo de entrada de 465 novas candidaturas, a que correspondeu um financiamento comunitário solicitado na ordem dos 3.050 milhões de euros. Este volume significativo de candidaturas veio acrescer ao elevado número de candidaturas em análise que transitaram de 2008, cujo número total ascendeu a 256 e o financiamento comunitário solicitado elevou-se a 1.326 milhões de euros. Neste contexto, a Autoridade de Gestão do POVT colocou todos os recursos possíveis nas actividades operacionais relacionadas com a análise de candidaturas e com a verificação de pedidos de pagamento apresentados pelos beneficiários, esforço esse que se traduziu num forte acréscimo da taxa de compromisso com projectos aprovados, que passou de 10% (em 31-Dez-2008) para 39% (em 31-Dez-2009) e da taxa de execução financeira do Programa que era praticamente nula em 31-Dez-2008 e que no final de 2009 já ascendia a 5,1%, em resultado de um volume de despesa fundo validada em 2009 na ordem dos 230 Milhões de euros. Assim sendo, 2009 pode ser considerado como o primeiro ano de plena operacionalização do POVT, tendo-se concentrado todos os recursos e esforços possíveis no avanço da execução física e financeira e na obtenção de resultados. No entanto, a plena afectação de recursos às actividades operacionais do POVT não foi possível em 2009, pelo facto de decorrerem ainda naquele ano tarefas bastante exigentes, relacionadas com o encerramento dos quatro Programas do QCA III cuja responsabilidade está cometida à Autoridade de Gestão do POVT, designadamente o POAT, o POA, o POC e o PO Saúde, a que acrescem as tarefas de gestão sectorial do Fundo de Coesão II (Transportes e Ambiente). Assim, do total das 721 candidaturas transitadas de 2008 e recebidas em 2009 (256 transitadas de 2008 e 465 submetidas em 2009), 400 foram objecto de decisão durante o ano de 2009, o que representa cerca de 55% do total, encontrando-se as demais 321 em fase de análise à data de 31-Dez-2009. Estes valores resultaram, em grande medida, do elevado número de candidaturas apresentadas no final do ano de 2009, sendo de referir o Eixo II, com 111 candidaturas respeitantes ao 2.º Aviso, submetidas na grande maioria dos casos nos últimos 9 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território dias do prazo de candidatura, que terminou a 30-Dez-2009, e o Domínio “Prevenção e Gestão de Riscos” do Eixo III, com 58 candidaturas submetidas no âmbito do 3.º Aviso, cujo prazo de candidatura terminou a 28-Out2009. Das 400 candidaturas decididas em 2009, 196 tiveram decisão favorável de financiamento, o que representa 49% do total de candidaturas apreciadas, enquanto as restantes 204 foram não admitidas ou reprovadas, quer por incumprimento das condições de admissão do beneficiário ou da operações, quer pela avaliação negativa do seu mérito com base nos critérios de selecção aprovados. Um número tão elevado de candidaturas não aceites reflecte essencialmente a falta de enquadramento das mesmas e dos seus beneficiários, nas condições gerais e específicas previstas nos Regulamentos. Os tempos médios de decisão do POVT apurados em 2009 foram na maioria dos Eixos e Domínios de Intervenção, superiores ao previsto nos Avisos de Abertura. Com efeito, o tempo médio de decisão global apurado para a globalidade do POVT (163 dias) foi superior ao previsto e ao desejável por esta Autoridade de Gestão. No entanto, há que salientar que este tempo médio não corresponde efectiva e exclusivamente ao período de análise das candidaturas, uma vez que inclui os períodos de tempo concedidos aos beneficiários para completarem as candidaturas e para procederem à sua revisão, possibilidades estas que absorveram um longo período de tempo, o qual não se encontra deduzido ao período médio de decisão apurado, pelo que este indicador deverá ser considerado como integrando o tempo concedido aos beneficiários para completarem e aperfeiçoarem as suas candidaturas, o que se tem revelado muito positivo para a sua admissão e aprovação. O total das 276 candidaturas aprovadas até 31 de Dezembro de 2009 (80 em 2008 e 196 em 2009) absorve um montante global de Fundo superior a 1.802 Milhões de euros, dos quais 942 Milhões de euros de Fundo de Coesão e 860 Milhões de euros de FEDER. Considerada a programação financeira do POVT, estes montantes correspondem a uma taxa global de compromisso de fundos de 39%, desagregada em 31% no que respeita ao Fundo de Coesão e 54% relativa ao FEDER. É de salientar que os níveis de aprovação e de compromisso referidos, já incluem oito Grandes Projectos que à data de 31-Dez-2009 se encontravam com Decisão Favorável de Financiamento da Autoridade de Gestão, confirmada pela CMC do Programa, mas que não se encontravam ainda aprovados pela Comissão Europeia. À data de 31 de Dezembro de 2009, a taxa de execução financeira do POVT ascendia a 5,13% (despesa fundo validada/ financiamento total do Programa 2007-2013), a taxa de realização financeira dos projectos aprovados atingia os 13% (despesa fundo validada/ financiamento aprovado) e taxa de pagamento ascendia também a 10 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 13% (financiamento pago/ aprovado). Estes indicadores traduzem um grande avanço face ao ano anterior, mas evidenciam ainda uma fase pouco desenvolvida da execução física e financeira da generalidade dos projectos já aprovados. O facto da taxa de pagamento ser idêntica à taxa de realização evidencia que o volume de adiantamentos concedidos não tem uma grande expressão no POVT, assumindo fundamentalmente a modalidade de “Adiantamento à Factura” cuja regularização ocorre com regularidade (30 dias). O montante total de Fundo aprovado em operações que estão associadas aos temas prioritários que contribuem directamente para os objectivos e prioridades definidos na Estratégia de Lisboa (Earmarking) corresponde a 89% do Fundo aprovado no conjunto das candidaturas aprovadas até ao final de 2009. Para este resultado contribuem de forma significativa as operações relativas a “Investimentos em infra-estruturas sociais”, nomeadamente no tema “Infra-estruturas educativas”, bem como as operações que se integram no tema “Protecção do ambiente e prevenção de riscos”, “Gestão dos resíduos privados e industriais”, “AutoEstradas (RTE-T)” e “Gestão e distribuição da água (potável)”. Quanto à localização do investimento aprovado, sublinha-se a especial preponderância das Regiões Convergência (Norte, com 29%, Centro, com 20%, e Alentejo, com 36%), que absorvem 85% do total de contribuição comunitária aprovada até a 31 de Dezembro de 2009, o que resulta por um lado da aplicação do FEDER estar limitada a essas Regiões e, por outro, da relevância de alguns dos Grandes Projectos aprovados estarem aí localizados, designadamente na Região Alentejo (troço Poceirão-évora da Rede Ferroviária de Alta Velocidade; Variante de Alcácer da Rede Ferroviária convencional Sines-Elvas; Projectos da Rede Primária do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva), na Região Centro (Projecto de Tratamento, Valorização e Destino Final dos Resíduos Sólidos Urbanos do Litoral Centro e Modernização e Requalificação das Escolas com Ensino Secundário) e da Região Norte (Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento de Trás-os-Montes e Alto Douro; Modernização e Requalificação das Escolas com Ensino Secundário; e Construção e Equipamento das novas instalações do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto). A actividade da Autoridade de Gestão continuou a dar relevância à estratégia de comunicação realizada internamente e no âmbito mais geral do Grupo Comunicar. Foi realizada em 15-Dez-2009 a acção anual de divulgação dos resultados do Programa e dada continuidade às acções de informação e divulgação, essencialmente através de suportes online, como o site e a edição da Newsletter electrónica, bem como de publicações em Jornais e no Programa da TSF “Objectivo 2013”. Foi iniciado em Novembro de 2009 o exercício de avaliação de natureza iminentemente operacional do Programa, relativo ao período 2007-2009, designado por Avaliação da Operacionalização do POVT. 11 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 12 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Índice Geral Sumário Executivo 3 Programa 3 Quadro legal de governação, gestão e controlo 4 Alterações decorrentes do contexto sócio-ecónomico 6 Principais actividades e resultados obtidos em 2009 7 Índice Geral 12 Índice de Tabelas 15 Introdução 16 1. Apresentação do Programa Operacional 18 2. Execução do Programa Operacional 33 2.1 Realização e Análise dos Progressos 33 2.1.1 Realização física do Programa Operacional 33 2.1.2 Realização financeira do Programa Operacional 41 2.1.3 Informação sobre a repartição da utilização dos fundos 43 2.1.4 Informação sobre o apoio comunitário por grupos alvo 50 2.1.5 Apoio restituído ou reutilizado 51 2.1.6 Análise qualitativa 51 2.2 Informação sobre a conformidade com direito comunitário 56 2.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver 64 2.4 Mudanças no contexto da execução do Programa Operacional 71 2.5 Alteração substancial na acepção do artigo 57º do Regulamento (CE) nº 1083/2006 73 2.6 Complementaridade 74 2.6.1 Complementaridade com outros instrumentos 74 2.6.2 Instrumentos de engenheira financeira – JEREMIE E JESSICA 76 2.7 Acompanhamento e Avaliação 79 2.7.1 Autoridade de Gestão 79 2.7.2 Síntese das Acções de Acompanhamento e Controlo 83 13 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 3. 2.7.3 Comissão de Acompanhamento 93 2.7.4 Parcerias 94 2.7.5 Compliance Assessment 104 2.7.6 Sistema de Informação 108 2.7.7 Avaliação 110 2.7.8 Avaliação Ambiental Estratégica 111 I. Enquadramento II. Efeitos resultantes da implementação do PO com base nos indicadores de monitorização estratégica ambiental 118 III. 124 Análise complementar e mecanismos de participação Execução por Eixo Prioritário 3.1 112 Eixo Prioritário I 125 125 3.1.1 Cumprimento de metas e análise de progresso 125 3.1.2 Análise qualitativa 128 3.1.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver 130 3.2 Eixo Prioritário II 130 3.2.1 Cumprimento de metas e análise de progressos 130 3.2.2 Análise qualitativa 132 3.2.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver 134 3.3 Eixo Prioritário III 136 3.3.1 Cumprimento de metas e análise de progressos 136 3.3.2 Análise qualitativa 139 3.3.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver 144 3.4 Eixo Prioritário IV 145 3.4.1 Cumprimento de metas e análise de progressos 145 3.4.2 Análise qualitativa 146 3.4.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver 148 3.5 Eixo Prioritário V 149 3.5.1 Cumprimento de metas e análise de progressos 149 3.5.2 Análise qualitativa 152 3.5.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver 154 3.6 Eixo Prioritário VI 155 14 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 3.6.1 Cumprimento de metas e análise de progressos 155 3.6.2 Análise qualitativa 156 3.6.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver 158 3.7 Eixo Prioritário VII 159 3.7.1 Cumprimento de metas e análise de progressos 159 3.7.2 Análise qualitativa 161 3.7.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver 162 3.8 Eixo Prioritário VIII 163 3.8.1 Cumprimento de metas e análise de progressos 163 3.8.2 Análise qualitativa 164 3.8.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver 167 3.9 Eixo Prioritário IX 168 3.9.1 Cumprimento de metas e análise de progressos 168 3.9.2 Análise qualitativa 170 3.9.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver 178 3.10 Eixo Prioritário X 178 3.10.1 Cumprimento de metas e análise de progressos 178 3.10.2 Análise qualitativa 179 3.10.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver 180 4. Grandes Projectos 181 5. Assistência Técnica 191 6. Informação e Divulgação 193 7. Conclusões e Previsões para 2010 209 Anexos 218 15 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Índice de Tabelas Tabela 2.1. Realização Física 34 Tabela 2.2. Realização Financeira 42 Tabela 2.3: Repartição da contribuição comunitária por dimensão Formas de Financiamento 44 Tabela 2.4: Repartição da contribuição comunitária por dimensão Tipo de Território 45 Tabela 2.5: Repartição da contribuição comunitária por dimensão Actividade Económica 47 Tabela 2.7: Aprovações e execução por dimensão Tema Prioritário (contribuição comunitária) 52 Tabela 3.1: Realização Física do Eixo Prioritário I 125 Tabela 3.2: Realização Física do Eixo Prioritário II 131 Tabela 3.3: Realização Física do Eixo Prioritário III 136 Tabela 3.4: Realização Física do Eixo Prioritário IV 145 Tabela 3.5: Realização Física do Eixo Prioritário V 149 Tabela 3.6: Realização Física do Eixo Prioritário VI 155 Tabela 3.7: Realização Física do Eixo Prioritário VII 160 Tabela 3.8: Realização Física do Eixo Prioritário VIII 164 Tabela 3.9: Realização Física do Eixo Prioritário IX 168 Tabela 3.10: Realização Física do Eixo Prioritário X 179 16 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Introdução O Relatório Anual de Execução do Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT) relativo ao ano de 2009, apresenta-se em conformidade com as disposições regulamentares comunitárias, designadamente o artigo 67.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006, de 11 de Julho, e o Anexo XVIII do Regulamento (CE) n.º 1828/2006, de 8 de Dezembro, na versão alterada pelo Regulamento (CE) n.º 846/2009, de 1 de Setembro, bem como com as disposições nacionais aplicáveis, nomeadamente o Decreto Lei n.º 312/2007, de 17 de Setembro, com a redacção dada pelo Decreto Lei n.º 74/2008, de 22 de Abril. O presente Relatório obedece ainda às orientações recebidas da Comissão Europeia e da Comissão Técnica de Coordenação do QREN e visa dar cumprimento aos objectivos de informação previstos no Plano de Comunicação do Programa, reflectindo de forma fidedigna e clara a execução do Programa Operacional (PO) no ano em referência, em respeito pelo princípio da transparência assumido no referido Plano. O Relatório Anual de Execução do POVT, elaborado pela Autoridade de Gestão do POVT, é sujeito à apreciação da Comissão Ministerial de Coordenação (CMC) do POVT e à aprovação da Comissão de Acompanhamento deste Programa, após o que será enviado ao Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional (IFDR) para encaminhamento à Comissão Europeia (CE), pelo sistema SFC2007. A estrutura e os conteúdos do presente Relatório seguem a Norma n.º 1/2010 do IFDR, emitida em 27 de Abril de 2010, relativa às orientações a observar na sua elaboração, bem como dos quadros anexos de suporte à análise da execução do Programa em 2009. Foi ainda adoptada a metodologia de abordagem comum que foi definida pelo Observatório do QREN, para a abordagem das questões relativas à Avaliação Ambiental Estratégica. O presente relatório descreve as principais actividades desenvolvidas em 2009 no âmbito da gestão do Programa e os avanços verificados na execução do POVT e a sua elaboração envolveu a Unidade de Avaliação, Monitorização e Comunicação, bem como todas as demais Unidades Orgânicas do POVT. O Relatório Anual de Execução de 2009 foi aprovado pela Comissão Directiva da Autoridade de Gestão no dia 11 de Junho de 2010, teve apreciação favorável da Comissão Ministerial de Coordenação (CMC) deste Programa, através de um procedimento de consulta escrita desencadeado em 11 de Junho de 2010 e concluído em 18 de Junho de 2010, e foi aprovado pela Comissão de Acompanhamento, na sua 5.ª reunião, realizada em 24 de Junho de 2010. 17 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Neste ponto, é ainda de expressar um voto de agradecimento a todas as Autoridades Comunitárias e Nacionais que, ao longo de 2009, colaboraram de forma tão positiva e intensa com o POVT, o que em muito contribuiu para o cumprimento dos objectivos que nortearam a actividade da Autoridade de Gestão deste Programa, bem como para a elaboração do presente relatório, designadamente à DG-Regio pela sua estreita colaboração e apoio na resolução das questões colocadas, o Observatório do QREN, cuja colaboração é especialmente de relevar no que respeita à metodologia de apreciação e relato do ponto de situação sobre o cumprimento da Avaliação Ambiental Estratégia, aspecto este que constitui um avanço significativo do presente Relatório face aos dos anos anteriores, à Autoridade de Certificação – IFDR, pela colaboração e orientações técnicas transmitidas ao longo do ano, especialmente no que respeita à instrução dos Grandes Projectos para notificação à Comissão Europeia e à apresentação do 1.º Pedido de Pagamento Intermédio, o qual foi possível concretizar em 2009, no prazo regulamentar previsto. É ainda de agradecer à Autoridade de Auditoria Inspecção-Geral de Finanças o acompanhamento e as recomendações que nos têm sido transmitidas, o que contribuiu de forma muito positiva para a aprovação da Descrição do Sistema de Gestão e Controlo e para a melhoria dos procedimentos adoptados. É ainda de agradecer a colaboração dos Órgãos de governação política do POVT e do QREN, pela colaboração dada à execução do Programa, designadamente aos seus Ministros coordenadores – Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e Ministro da Economia e Inovação e Ministros das tutelas sectoriais – Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, Ministro da Presidência, Ministro da Administração Interna, Ministra da Educação e Ministra da Cultura, bem como aos membros dos respectivos Gabinetes que, de forma muito positiva, ajudaram a Autoridade de Gestão na definição das orientações estratégicas a adoptar. Por último, é ainda de agradecer a todos os colaboradores do POVT, incluindo os seus Secretários Técnicos, Técnicos e todos os elementos do Secretariado Técnico, pelo seu enorme esforço e dedicação, colocados ao serviço deste Programa, os quais foram os obreiros dos resultados atingidos pelo POVT em 2009, pelo que a Comissão Directiva expressa o seu voto de reconhecimento. 18 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 1. Apresentação do Programa Operacional O Programa Operacional Valorização do Território (POVT) é o instrumento temático do Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007–2013 (QREN), no âmbito da Agenda para a Valorização do Território, cujos objectivos estratégicos essenciais estão focados na superação dos défices estruturais que têm condicionado o desenvolvimento sustentável, visando essencialmente: o O reforço da conectividade territorial, da mobilidade e da acessibilidade, à escala Nacional, Ibérica e da União Europeia; o A protecção e valorização do ambiente e do património natural, bem como a qualificação dos serviços ambientais; o O reforço da prevenção, gestão e monitorização de riscos naturais e tecnológicos; o A promoção do desenvolvimento urbano policêntrico, o reforço da articulação das cidades com as respectivas áreas envolventes e a qualificação dos espaços urbanos – Política de Cidades; o Consolidação de redes, infra-estruturas e equipamentos relevantes para a estruturação do território nacional, ao serviço da competitividade e da coesão. O POVT conta com uma dotação global de fundos comunitários de 4 658 Milhões de euros (3 060 Milhões de euros do Fundo de Coesão e 1 599 Milhões de euros de FEDER) a que se associa uma comparticipação nacional de 1 971 Milhões de euros, alavancando um investimento total de 6 629 Milhões de euros, a realizar em todas as regiões do país (no caso do Fundo de Coesão) e nas regiões convergência (no caso do FEDER), no período que vai até ao final de 2015. O POVT foi aprovado pela Decisão da Comissão Europeia C (2007) 5110, de 12 de Outubro de 2007, tendo sido oficialmente formalizada a sua assinatura pela Comissão Europeia e pelo Governo Português no dia 17 de Outubro de 2007. Através da Decisão C(2009) 10068, de 9 de Dezembro, foi aprovada a alteração do Plano de Financiamento do Programa, que passou a prever a Despesa Elegível de natureza privada no Eixos I, II, III, VII e VIII. O Programa está organizado em dez Eixos Prioritários, cujas dotações financeiras (FEDER e Fundo de Coesão) se indicam seguidamente: 19 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Eixos I – Redes e Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional II – Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento III – Prevenção, Gestão e Monitorização de Riscos Naturais e Tecnológicos IV – Redes e Equipamentos Estruturantes da Região Autónoma dos Açores V - Redes e Equipamentos Estruturantes da Região Autónoma da Madeira VI – Investimentos Estruturantes do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva Financiamento Total (Milhares euros) Dotação Fundo FEDER e FC (Milhares euros) Dotação (%) associada a cada Eixo 2.218.523 1.552.965 33% 1.147.143 803.000 17% 762.857 534.000 11% 100.000 70.000 2% 142.857 100.000 2% 392.857 275.000 6% VII – Infra-estruturas para a Conectividade Regional 385.714 270.000 6% VIII – Infra-estruturas Nacionais para a Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos 221.429 155.000 3% 1.141.429 799.000 17% 117.151 99.579 2% TOTAL Fundo Coesão 4.371.380 1.598.579 34% TOTAL FEDER 2.258.580 3.059.965 66% TOTAL 6.629.960 4.658.544 100% IX – Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional X – Assistência Técnica Apresenta-se seguidamente uma síntese dos objectivos gerais e específicos de cada um dos Eixos e Domínios de Intervenção do POVT. Eixo I – Redes e Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional Os objectivos prioritários deste Eixo consistem no reforço da competitividade e da conectividade do território, à escala Nacional, Ibérica e Europeia, através do desenvolvimento de projectos estruturantes no domínio dos transportes que contribuam para “inserir Portugal nas redes transeuropeias de transportes, nas diferentes escalas nacional, ibérica e europeia. O reforço da conectividade internacional do país e da integração de Portugal na Rede Transeuropeia de Transportes será prosseguido através de um conjunto de operações estruturantes, visando alcançar os seguintes objectivos específicos: 20 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Construção de uma Rede Ferroviária de Alta Velocidade com ligação a Espanha e ao resto da Europa, interoperável com as outras redes nacionais integradas na Rede Transeuropeia de Transportes; Modernização e desenvolvimento da rede ferroviária convencional, incluindo uma ligação directa entre Sines e Elvas para transporte pesado de mercadorias, aumentando a atractividade e alargando o hinterland do Porto de Sines, e melhorando a sua articulação com os portos de Lisboa e Setúbal; Construção do Novo Aeroporto de Lisboa, eliminando-se o ponto de estrangulamento do tráfego aéreo que constitui o actual aeroporto, e conseguindo condições de operacionalidade idênticas aos dos principais hubs aeroportuários europeus. Completar a rede rodoviária principal da Área Metropolitana de Lisboa, com vista a melhorar a articulação modal e os padrões de mobilidade, com destaque para a conclusão da Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL) e da Circular Regional Interna da Península de Setúbal (CRIPS), enquanto elementos essenciais para garantir a coerência da rede rodoviária na Área Metropolitana de Lisboa e a conectividade com a Rede Transeuropeia de Transportes. Eixo II – Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento A estratégia para o Ciclo Urbano da Água, consagrada no PEAASAR II (2007 – 2013) e de que os objectivos específicos do Eixo II do POVT fazem eco, propõe medidas de optimização de gestão nas vertentes em alta e em baixa e de optimização do desempenho ambiental do sector, e clarifica o papel da iniciativa privada, criando espaços de afirmação e consolidação de um tecido empresarial sustentável, concorrencial e ajustado à realidade portuguesa, assumindo como princípio fundamental a criação de condições para a cobertura integral dos custos do serviço, de forma a garantir a sustentabilidade do sector enquanto obrigação imperiosa perante as gerações futuras, como contributo decisivo para o cumprimento da Directiva Quadro da Água. Aqueles objectivos devem ser compaginados com a redução das assimetrias regionais no respeitante aos níveis de atendimento das populações com estes serviços básicos, assim como com a minimização das ineficiências do processo numa perspectiva de racionalização dos custos a suportar pelas populações, estabelecendo os modelos de financiamento e as linhas de orientação da política tarifária e definindo a reformulação do enquadramento legal e do modelo regulatório necessário à sua maior eficácia. No âmbito do POVT, esses objectivos são contextualizados aos seguintes níveis: Universalidade, da continuidade e da qualidade do serviço: Servir cerca de 95% da população total do País com sistemas públicos de abastecimento de água e servir cerca de 90% da população total do País com sistemas públicos de saneamento de águas residuais 21 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território urbanas, sendo que em cada sistema integrado de saneamento, o nível de atendimento desejável deve ser de pelo menos 70% da população abrangida; Promover soluções adequadas de baixo custo em aglomerado de pequena dimensão ou habitats dispersos sempre que adequado em termos de critérios de custo-eficácia; Obter níveis adequados de qualidade do serviço, mensuráveis pela conformidade dos indicadores de qualidade do serviço definidos pela entidade reguladora, e Implementar as orientações do PEAASAR 2007 – 2013 relativas à definição das tarifas ao consumidor final, evoluindo tendencialmente para um intervalo razoável e compatível com a capacidade económica das populações. Sustentabilidade do sector: Garantir a recuperação integral dos custos incorridos na prestação destes serviços, Optimizar a gestão operacional e eliminar custos de ineficiência, e Contribuir para a dinamização do tecido empresarial privado nacional e local. Protecção dos valores ambientais: Cumprir os objectivos decorrentes do normativo nacional e comunitário, Garantir uma abordagem integrada na prevenção e no controlo da poluição provocada pela actividade humana e pelos sectores produtivos, e Aumentar a produtividade e a competitividade do sector através de soluções que promovam a ecoeficiência. Eixo III – Prevenção, Gestão e Monitorização de Riscos Naturais e Tecnológicos Os objectivos específicos do Eixo III encontram-se revistos em cada uma dos seus Domínios de Intervenção, a saber: Domínio: Combate à Erosão e Defesa Costeira Melhorar o conhecimento e a identificação das ameaças e potencialidades decorrentes do funcionamento da zona costeira, de forma a melhor definir as zonas sujeitas a riscos de erosão e/ou de cheias; Controlar e reduzir a ocorrência de ocupações em zonas de risco; 22 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Efectuar intervenções que assegurem a manutenção equilibrada da orla costeira particularmente ameaçadas pelo avanço e efeito das águas, como suporte a importantes funções do território (económicas, sociais e ambientais), numa óptica sustentável de valorização e de prevenção de riscos; Preparação para os desafios originados pelas alterações climáticas; Proteger e recuperar o património natural e cultural na zona costeira; Prevenir os diversos riscos associados às zonas costeiras, numa perspectiva de garantir a sua sustentabilidade ecológica, ambiental e social. Domínio: Recuperação do Passivo Ambiental Prevenção de riscos e a valorização ambiental e sócio-económica do território, proporcionando melhores condições para o uso futuro do solo, designadamente através da reabilitação de locais contaminados e de zonas mineiras onde estejam em risco aquíferos, ecossistemas ou a saúde humana e, simultaneamente, não seja viável a aplicação do princípio do poluidor pagador, o princípio da responsabilidade ou se comprove a falta de capacidade de internalização dos custos. Domínio: Prevenção e Gestão de Riscos Melhoria do sistema nacional de protecção civil e o aumento da sua resiliência, designadamente através do reforço das infra-estruturas, equipamentos, meios e instrumentos necessários a todas as fases do processo de protecção civil, com especial enfoque na prevenção e gestão de riscos naturais e tecnológicos, através das seguintes áreas de intervenção: o Identificação e correcção das vulnerabilidades do território; o Construção do Sistema Nacional de Gestão de Emergência; o Valorização das organizações e dos agentes de protecção e socorro; o Estruturação da Rede de Protecção Civil. Eixo IV – Redes e Equipamentos Estruturantes da Região Autónoma dos Açores A aplicação do Fundo de Coesão na Região Autónoma dos Açores (RAA) no período de programação 2007-2013 estrutura-se e combina duas grandes linhas de orientação: corresponder às áreas de intervenção definidas para este fundo comunitário e, principalmente, financiar projectos relevantes e complementares da intervenção operacional comparticipada pelo fundo estrutural FEDER, designadamente nos Eixos Prioritários relativos às redes de infra-estruturas de acessibilidades e à valorização e qualificação do sistema ambiental. Com estes pressupostos, e tendo em consideração que este instrumento financeiro tem o objectivo último de contribuir para o reforço da coesão económica e social, numa perspectiva de promoção do desenvolvimento 23 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território sustentável, para os Açores são fixados dois grandes objectivos estratégicos para a intervenção deste fundo: Melhorar os níveis de eficiência e de segurança do transporte marítimo no arquipélago; Aumentar os níveis de protecção ambiental no domínio dos recursos hídricos e dos resíduos e do desenvolvimento sustentável, pelo aproveitamento dos recursos renováveis na produção de energia eléctrica. Eixo V – Redes e Equipamentos Estruturantes da Região Autónoma da Madeira A aplicação do Fundo de Coesão na Região Autónoma da Madeira (RAM) no período de programação 20072013 estrutura-se e combina duas grandes linhas de orientação: corresponder às áreas de intervenção definidas para este fundo comunitário e, principalmente, financiar projectos relevantes e complementares da intervenção operacional comparticipada pelo fundo estrutural FEDER. Com estes pressupostos, e tendo em consideração que este instrumento financeiro tem o objectivo último de contribuir para o reforço da coesão económica e social, numa perspectiva de promoção do desenvolvimento sustentável, constituem-se como objectivos específicos do Eixo: Consolidar as estruturas de gestão ambiental de 1ª geração, completando o processo de infra-estruturas básico do território com especial incidência nos investimentos em “alta” no domínio do ciclo urbano da água (abastecimento de água, águas residuais e fins múltiplos); Contribuir para a diminuição das emissões CO2 e garantir reservas energéticas, apoiando a estratégia regional para o ambiente no domínio da gestão dos resíduos e no sector da energia, numa perspectiva de promoção do desenvolvimento sustentável; Melhorar os níveis de eficiência e de segurança do transporte terrestre e marítimo, por via da consolidação de infra-estruturas de transportes marítimos e terrestres. Eixo VI – Investimentos Estruturantes do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva O objectivo primordial das intervenções do Eixo prende-se com a conclusão do sistema primário de rega do EFMA, que permitirá a operacionalização de toda a rede secundária de rega e assegurará o abastecimento urbano e industrial, nomeadamente a Évora, Alvito, Cuba, Vidigueira, Portel, Viana do Alentejo, Ferreira do Alentejo, Beja, Aljustrel e Sines. As novas infra-estruturas da rede primária e secundária deverão garantir a sustentabilidade ambiental, desenvolvendo-se de forma integrada infra-estruturas de carácter mais eficiente, a preservação da paisagem, a 24 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território minimização dos impactes e a monitorização da qualidade da água e o seu consumo. Eixo VII – Infra-estruturas para a Conectividade Regional As operações a apoiar através do Eixo VII têm como finalidade alcançar os seguintes objectivos: Melhorar a conectividade interna e externa e aumentar a qualificação, ordenamento e coesão do território, visando: Reforçar a intermodalidade entre os diferentes modos de transporte (rodoviário, ferroviário e do sistema marítimo-portuário), promover a transferência modal e um desenvolvimento mais sustentável; Reforçar a estruturação e hierarquização do sistema urbano e a atractividade das cidades; Promover a competitividade regional e a capacidade para atrair e viabilizar a instalação de novas actividades; A redução da sinistralidade rodoviária; Redução de custos públicos por melhoria da eficiência do sistema de transportes; Promover a articulação entre diferentes redes e apoiar o desenvolvimento de modos e meios de transporte mais sustentáveis. Eixo VIII – Infra-estruturas Nacionais para a Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos Os objectivos do Eixo Prioritário VIII são a prossecução da estratégia preconizada no Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU II) em matéria de prevenção e valorização orgânica de resíduos, designadamente através da definição de um quadro estratégico de referência de âmbito nacional relativo à prevenção da produção de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) e do reforço das infra-estruturas nacionais de valorização orgânica de RSU numa lógica de maximização do valor dos “subprodutos” gerados: composto, reciclável e combustíveis derivados dos resíduos (CDR). Eixo IX – Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional Os objectivos específicos do Eixo IX encontram-se revistos em cada uma dos seus Domínios de Intervenção, a saber: Domínio: Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano Dinamização de soluções inovadoras de resposta às procuras e aos problemas urbanos, centradas, nomeadamente, na eficiência e reutilização das infra-estruturas e equipamentos existentes, na exploração das 25 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território oportunidades que as novas tecnologias oferecem, na capacitação das comunidades locais e no desenvolvimento de novas formas de parcerias público-privadas. Domínio: Rede de Escolas do Ensino Secundário Concretização do Programa de Modernização do Parque Escolar Destinado ao Ensino Secundário, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2007, de 3 de Janeiro, e do Plano Tecnológico da Educação (PTE), aprovado pela RCM n.º 137/2007, de 16 de Agosto, referente às escolas com ensino secundário, visando contribuir para a superação do atraso educativo português face aos padrões europeus, designadamente através da melhoria da eficácia física, funcional e tecnológica do parque escolar, como forma de promover a integração de todas as crianças e jovens na escola, proporcionando-lhes um ambiente de aprendizagem renovado, motivador, exigente e gratificante. Domínio: Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos Este domínio tem como objectivo intervir num número adequado de infra-estruturas e equipamentos desportivos de base e especializados que contribuam para o desenvolvimento do sistema urbano nacional e para os seguintes objectivos do sector: Promover o desenvolvimento e o equilíbrio entre a procura e a oferta desportivas; Corrigir a escassez de infra-estruturas ao generalizar a possibilidade de acesso das populações à prática desportiva; Minorar a falta de hábitos desportivos dos portugueses incentivando hábitos de prática e continuidade desportivas; Promover e desenvolver a actividade física e o desporto enquanto valor de melhoria da qualidade de vida das populações; Aumentar a quantidade e qualidade da oferta de condições de treino e formação desportivas; Aumentar o número de atletas federados; Promover o desenvolvimento do alto rendimento desportivo através da criação de algumas infraestruturas e equipamentos desportivos que assegurem a dotação indispensável de centros de excelência desportiva, localizados em áreas com potencial de desenvolvimento neste domínio e orientados para aumentar a competitividade desses territórios e para propiciar ganhos significativos em termos de coesão económica e social, nomeadamente através da atracção da juventude para a prática desportiva; Contribuir para o desenvolvimento da igualdade de oportunidades; Contribuir para a inclusão e a integração social, nomeadamente das minorias étnicas e dos grupos socialmente desfavorecidos. 26 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Domínio: Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional Este domínio tem como objectivo apoiar a construção ou requalificação de equipamentos especializados de elevada raridade ou dotados de grande área de influência, que contribuam para a estruturação e desenvolvimento do sistema urbano nacional, para a afirmação e diferenciação dos centros urbanos dos níveis superiores da hierarquia urbana e, no contexto global do país, para o reforço do policentrismo. Os equipamentos a apoiar deverão, designadamente, contribuir para: A prossecução dos objectivos estratégicos do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território, emparticular para o desenvolvimento policêntrico dos territórios e para o reforço da competitividade territorial; O reforço dos centros urbanos estruturantes das regiões; A criação de novas centralidades especializadas, com base em equipamentos de elevada raridade ou grande área de influência, que ultrapasse o âmbito sub-regional; A valorização de estratégias de desenvolvimento urbano, baseadas no conjunto de funções que a cidade oferece e na exploração dos seus recursos mais diferenciadores, inovadores, criativos e sustentáveis; A intensificação de dinâmicas de competitividade e de inovação nos centros urbanos e do seu potencial para se afirmarem (a si e às regiões onde se inserem) como espaços dinâmicos e atractivos; A estruturação, qualificação e racionalização de redes de equipamentos especializados que se justificam numa lógica de relevância nacional e que se revelem coerentes com programas estratégicos de desenvolvimento urbano. Domínio: Requalificação da Rede de Escolas do 2º e 3º ciclo do Ensino Básico Salienta-se que durante o ano de 2009 foi aprovado o Domínio de Intervenção “Requalificação da Rede de Escolas do 2º e 3º ciclo do Ensino Básico”, o qual tem como objectivo contribuir para uma melhor estruturação do sistema urbano nacional e para a superação do atraso educativo português face aos padrões europeus, designadamente através da melhoria da eficácia física, funcional e tecnológica do parque escolar, como forma de promover a integração de todas as crianças e jovens na escola, proporcionando-lhes um ambiente de aprendizagem renovado, motivador, exigente e gratificante. Eixo X – Assistência Técnica Este Eixo visa permitir a realização de todas as actividades que concorram para a preparação, gestão, controlo, acompanhamento, avaliação, informação e de disseminação do POVT, bem como as actividades destinadas a reforçar a capacidade administrativa e técnica necessária para a sua execução. Tem como objectivos 27 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território específicos associados a dinamização, gestão e implementação de forma eficaz e eficiente do Programa Operacional. Governação do Programa Operacional As bases do modelo de governação do Programa Operacional Temático Valorização do Território encontram-se fixadas no capítulo 8 do texto do Programa, bem como na Secção II e III do Decreto-Lei n.º 312/2007, de 17 de Setembro, na redacção dada pelo Decreto Lei n.º 74/2008, de 22 de Abril, os quais definem o modelo de governação do QREN e dos respectivos Programas Operacionais e estabelecem a estrutura orgânica relativa ao exercício das funções de gestão, monitorização, auditoria e controlo, certificação, aconselhamento estratégico, acompanhamento e avaliação, nos termos de Regulamento (CE) Nº 1083/2006 do Conselho, de 11 de Julho. Não se verificou em 2009 qualquer alteração do modelo de governação do POVT que compreende órgãos de direcção política, órgãos de gestão e órgãos de acompanhamento nos seguintes moldes: O órgão de direcção política é a Comissão Ministerial de Coordenação (CMC), que é composta pelo Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, que coordena, Ministro da Presidência, Ministro da Administração Interna, Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, Ministra da Educação e Ministra da Cultura; O órgão de gestão é a Autoridade de Gestão (AG), que é composta pela Comissão Directiva (CD) e Secretariado Técnico (ST), reportando às seguintes Autoridades Nacionais: Autoridade de Certificação – Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional, I.P. (IFDR); Autoridade de Auditoria – Inspecção-Geral de Finanças (IGF); Comissão Técnica de Coordenação do QREN, composta pelo coordenador do Observatório do QREN, que preside, e pelos presidentes dos conselhos directivos do IFDR, I.P., e do IGFSE, I.P., e pelo Inspector– Geral de Finanças, que assegura a coordenação e monitorização estratégica, operacional e financeira do QREN; O órgão de acompanhamento é a Comissão de Acompanhamento, a qual desempenha a missão essencial de assegurar a monitorização do Programa, em termos de eficácia e qualidade da sua execução e dos resultados face aos objectivos fixados. A Comissão de Acompanhamento assegura a participação das autoridades e entidades mais directamente envolvidas na monitorização do Programa, incluindo a Associação Nacional de Municípios Portugueses, a Associação Nacional de Freguesias, representantes dos parceiros económicos e sociais e as Autoridades Nacionais e Comunitárias responsáveis pela 28 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território execução do QREN, designadamente a Autoridade de Certificação (IFDR), a Autoridade de Auditoria (IGF) e a Comissão Europeia. A estrutura orgânica da Autoridade de Gestão do POVT foi aprovada por deliberação da Comissão Ministerial de Coordenação do QREN em 31 de Março de 2008, nos seguintes termos: São também intervenientes no sistema de gestão do POVT os Organismos Intermédios com os quais a Autoridade de Gestão celebrou contrato de delegação de competências, ao abrigo do disposto no Artigo. 61º, nº1, alínea b) do Decreto-Lei Nº312/2007, de 17 de Setembro, com a redacção que lhe foi dada pelo DecretoLei Nº74/2008, de 22 de Abril. As competências delegadas em 2008 nos Organismos Intermédios tiveram essencialmente por objectivo reforçar as valências técnicas de apreciação de candidaturas e de acompanhamento dos projectos (caso da intervenção do INAG no domínio do Ciclo Urbano da Água, da Estrutura de Missão para a Gestão dos Fundos Comunitários do MAI, para as intervenções do domínio “Prevenção e Gestão de Riscos” e da DGOTDU para as 29 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território intervenções do domínio “Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano”), bem como promover a proximidade territorial da gestão, no caso das intervenções do Fundo de Coesão na Região Autónoma dos Açores (DREPA) e da Madeira (IDR). Nos casos dos Organismos Intermédios DREPA e IDR, com competências delegadas em regime de Subvenção Global, para a gestão dos Eixos IV e V, respectivamente, a dotação financeira atribuída no âmbito dos contratos de delegação de competências é equivalente à dotação total do Fundo associado aos Eixos sobre os quais incidem as competências de gestão delegadas, ou seja, 70 Milhões de euros (Eixo IV) e 100 Milhões de euros (Eixo V). Relação com as Autoridades Nacionais e Comunitárias Relações entre a Autoridade de Gestão e a Comissão Europeia A Autoridade de Gestão do POVT é responsável por assegurar a apresentação à Comissão Europeia, através do Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional (IFDR) de toda a informação necessária para que esta possa apreciar as propostas para financiamento de Grandes Projectos. As propostas de financiamento para Grandes Projectos, na acepção que lhes foi conferida no artigo 39.º do Regulamento (CE) Nº1083/2006, de 11 de Julho, são seleccionadas pela Autoridade de Gestão e depois de submetidas à concordância da Comissão Ministerial de Coordenação, são apresentadas ao IFDR. O IFDR aprecia e confirma as propostas e transmite todas as informações à Comissão Europeia, nos termos regulamentares. O processo de candidatura é enviado, via Sistema de Informação da Comissão Europeia (SFC). A Comissão Europeia aprecia o processo, com base no conjunto de informação que lhe foi apresentada e emite a decisão de financiamento, comunicando-a via IFDR, que posteriormente informará a Autoridade de Gestão. No que respeita à certificação de despesa, cabe à Autoridade de Gestão apresentar, via IFDR, as Declarações de Despesa Certificada, visando a apresentação dos Pedidos de Pagamento Intermédios (PPI). Cabe ainda à Autoridade de Gestão apresentar, via IFDR, os Relatórios anuais e final de execução do Programa, o Plano de Comunicação, os Relatórios de avaliação e outros documentos previstos na regulamentação aplicável. 30 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Por último, a Autoridade de Gestão tem a responsabilidade de manter o seu Sistema de Informação actualizado, para que seja possível ao IFDR aceder à informação do POVT, bem como a ligação e articulação com o Sistema de Informação da Comissão Europeia (SFC), para transmissão de informações sobre o Programa. Relações entre a Autoridade de Gestão e a Autoridade de Certificação As funções da Autoridade de Certificação que, no âmbito do FEDER e Fundo de Coesão, são da responsabilidade do IFDR, assentam fundamentalmente na coordenação e centralização das interacções operacionais e financeiras da Autoridade de Gestão com a Comissão Europeia, conforme consta dos regulamentos. Como já foi referido, compete à Autoridade de Gestão fornecer ao IFDR a proposta de decisão para financiamento de Grandes Projectos, bem como todas as informações necessárias e os procedimentos de análise relevantes para apreciação da proposta e apresentação da mesma à CE, nos moldes descritos no ponto anterior. A Autoridade de Gestão tem ainda a responsabilidade do desenvolvimento e da manutenção do Sistema de Informação do Programa (SIPOVT) devidamente actualizado e que integre de uma forma consistente todas as informações de carácter financeiro, estatístico, de realização e de resultados, relativas às operações cofinanciadas e ao Programa, com base na informação disponibilizada pelos beneficiários, pelos Organismos Intermédios e outras entidades. A Autoridade de Gestão do POVT tem também de permitir ao IFDR o exercício da monitorização operacional e financeira das operações que são objecto de co-financiamento, mantendo-o permanentemente informado relativamente à realização física e financeira das operações. Cabe ainda à Autoridade de Gestão a apresentação ao IFDR de propostas de declarações de Despesa Certificada, com vista à apresentação de Pedidos de Pagamento Intermédios à Comissão Europeia. Por outro lado, a Autoridade de Gestão disponibiliza à Autoridade de Certificação, as previsões de execução de despesa ou outras situações relevantes, que permitam ao IFDR enviar à Comissão Europeia as previsões de pedidos de pagamento a apresentar (dando cumprimento ao disposto no nº 3 do artigo 76.º do Regulamento (CE) Nº1083/2006). 31 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Ao nível dos circuitos financeiros, cabe ao IFDR efectuar os pagamentos directos aos beneficiários, de acordo com as Autorizações de Pagamento emitidas pela Autoridade de Gestão, com base na validação das despesas e dos pedidos de pagamentos apresentados pelos beneficiários. Cabe ainda ao IFDR efectuar as transferências para os Organismos Intermédios autorizados a efectuar pagamentos directos aos beneficiários (DREPA e IDR). A Autoridade de Certificação é responsável pela gestão dos fluxos financeiros entre a Comissão Europeia, a Autoridade de Gestão, os Organismos Intermédios e os beneficiários. O IFDR dispõe de uma conta bancária específica para cada Fundo, em nome do POVT, para as quais são transferidas as contribuições comunitárias e de onde são efectuados os pagamentos aos beneficiários e as transferências para os Organismos Intermédios. Ao nível do Sistema de Informação, a Autoridade de Gestão tem a responsabilidade de garantir a permanente disponibilização ao IFDR dos dados integrados no sistema considerados relevantes para as funções da Autoridade de Certificação e disponibilizar permanentemente todas as informações sobre a gestão e acompanhamento do POVT, nos moldes definidos pelo IFDR, de modo a que este possa coordenar e divulgar, de uma forma rigorosa e actualizada, toda a informação de gestão e de acompanhamento do QREN. A Autoridade de Gestão e o IFDR asseguram os procedimentos necessários para compatibilização entre os respectivos Sistemas de Informação, de forma a garantir a recolha e apresentação dos dados financeiros, físicos e estatísticos sobre a execução do POVT, assim como garantir uma articulação eficaz com a Comissão Europeia. A Autoridade de Certificação e a Autoridade de Gestão são igualmente responsáveis por fornecer às entidades públicas responsáveis pelo acompanhamento do QREN, nomeadamente o Observatório do QREN, a informação adequada e em conformidade com o disposto no modelo de governação. Ao IFDR compete ainda a elaboração de normas e orientações técnicas que favoreçam o exercício das funções que cabem à Autoridade de Gestão. Relações entre a Autoridade de Gestão e a Autoridade de Auditoria As funções de Autoridade de Auditoria são exercidas pela IGF e são consistem são fundamentalmente a realização de acções de controlo e auditoria, que assentam em verificações administrativas, físicas e financeiras, quer ao nível da Autoridade de Gestão e dos Organismos Intermédios quer ao nível dos beneficiários. 32 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Na sequência das verificações efectuadas, a Autoridade de Auditoria elabora o relatório da acção de controlo/auditoria que, nos termos regulamentares previstos no Sistema de Controlo e Auditoria do QREN, será enviado à Autoridade de Gestão e ao beneficiário para o exercício do contraditório. A Autoridade de Gestão, no prazo pré-estabelecido, manifesta a sua posição sobre as alegações, conclusões e recomendações constantes dos Relatórios de auditoria, nos termos que decorrem dos normativos aplicáveis. Com base na resposta ao contraditório, a Autoridade de Auditoria analisa as alegações efectuadas e emite a versão final do relatório da acção de controlo/auditoria. No caso de terem sido detectadas irregularidades, estas são comunicadas à Autoridade de Gestão, que deverá tomar as medidas correctivas que sejam oportunas e adequadas ao caso em questão, e proceder à recuperação dos Fundos indevidamente pagos. A Autoridade de Auditoria terá de ser informada sobre as recuperações efectuadas, na medida em que lhe compete a coordenação e o tratamento da informação relativas às irregularidades detectadas. A Autoridade de Auditoria instituirá procedimentos específicos para o tratamento desta informação e procederá ao acompanhamento dos processos relativos às irregularidades detectadas, com vista a assegurar o cumprimento integral das obrigações decorrentes da regulamentação relativa à comunicação de irregularidades à Comissão Europeia. Por outro lado, o tratamento de irregularidades será efectuado de acordo com as normas emitidas pelo IFDR. Relações entre a Autoridade de Gestão e os Organismos Intermédios Os Organismos Intermédios nos quais foram delegadas competências pela Autoridade de Gestão, através de contratos celebrados de acordo com o previsto no Decreto-Lei Nº312/07, desempenham funções de gestão, as quais são variáveis consoante o tipo e a abrangência da delegação de competências que foi considerada adequada pela Autoridade de Gestão, tendo em conta os domínios de intervenção em causa e a especificidade técnica dos mesmas, bem como as competências desses Organismos. No caso de Organismos Intermédios com Subvenção Global, regime em que se enquadra o Instituto de Desenvolvimento Regional (IDR) da Região Autónoma da Madeira e a Direcção Regional de Estudos e 33 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Planeamento (DREPA) dos Açores, foram delegadas pela Autoridade de Gestão todas as competências delegáveis, nos termos do referido Decreto-Lei. Já nos demais Organismos Intermédios, as competências delegadas tiveram âmbitos diferentes consoante a situação em causa e a avaliação das condições que cada Organismos reunia para assegurar as funções de gestão com os requisitos técnicos e de eficiência exigidos. 2. Execução do Programa Operacional 2.1 Realização e Análise dos Progressos 2.1.1 Realização física do Programa Operacional O ano de 2009 ficou marcado por uma evolução muito significativa face ao ano anterior, essencialmente evidenciada nas taxas de compromisso de fundos com projectos aprovados em cada um dos Eixos e nos níveis de realização física que lhe estão associados. A este propósito deve ser referido que a análise que adiante se efectua assenta na bateria de indicadores comuns comunitários aplicáveis ao POVT, sendo a realização apurada em função do nível de contratação verificado, ou seja, com base nos indicadores associados aos projectos contratados. Acresce que para esta bateria de indicadores não estão, ainda, identificados quaisquer “valoresobjectivo” ou metas, cuja definição resultará do trabalho em curso realizado pelo Observatório do QREN e pelo IFDR, em colaboração com as Autoridades de Gestão. Recorde-se que em 2008 os níveis de compromisso tinham ainda pouca expressão: a taxa de compromisso global do Programa situava-se nos 5% e os Eixos I, II e IV não tinham ainda qualquer projecto aprovado. Até Dezembro de 2009 registou-se uma forte aceleração do nível de compromisso, que se elevou para 39% do Fundo total programado, ou para 31% e 54%, quando consideradas as aprovações por Fundo de Coesão e FEDER, respectivamente. Este avanço traduz-se, naturalmente, em resultados mensuráveis através da bateria de indicadores comuns comunitários, elencados e quantificados na tabela 2.1 a seguir apresentada. A análise global que a segue percorre os referidos indicadores, considerados em função das áreas temáticas em que se inserem e seguindo a ordem por que são apresentados na tabela. 34 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Tabela 2.1: Realização Física Código 1 2 3 13 14 15 16 17 18 Indicadores 2007 2008 2009 Indicadores Comuns Comunitários (core indicadores) Realização Empregos criados Contratada 2.650 (empregos directos criados, em equivalente Metas Valor de tempo inteiro) Referência Realização Contratada n.d. dos quais: homens dos quais: mulheres Nº de (Transportes) projectos Metas Valor de Referência Realização Contratada Metas Valor de Referência Realização Contratada Metas Valor de Referência Realização Contratada Nº de Km de novas Metas estradas Valor de Referência Realização Contratada Nº de Km de novas Metas estradas nas RTE Valor de Referência Realização Contratada Nº de Km de estradas Metas reconstruídas Valor de Referência Realização Contratada Nº de Km de novas Metas ferrovias Valor de Referência Realização Contratada Nº de Km de novas Metas ferrovias nas RTE (*) Valor de Referência 2010 2015 Total ------- n.d. ---- 2 9 ---- 1,5 7,92 ---- 1,5 1,5 ---- 2 2 ---- 29 ---- 29 ---- 35 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Realização Contratada 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 - Nº de Km de ferrovias Metas reconstruídas Valor de Referência Valor (em euros/ano) dos Realização ganhos nos tempo de Contratada percurso, gerado pelos Metas projectos de construção e reconstrução de estradas (mercadorias e Valor de passageiros) Referência Valor (em euros/ano) dos Realização ganhos nos tempo de Contratada percurso, gerado pelos Metas projectos de construção e reconstrução de ferrovias (mercadorias e Valor de passageiros) Referência Realização Acréscimo de população Contratada servida por intervenções de expansão de sistemas Metas Valor de de transporte urbanos Referência Realização Contratada Nº de projectos (energias Metas renováveis) Valor de Referência Realização Capacidade suplementar Contratada de produção de energia a partir de fontes Metas Valor de renováveis (em MWh) Referência Realização Acréscimo de população Contratada servida nos sistemas de abastecimento de água Metas Valor de intervencionados Referência Acréscimo de população Realização servida nos sistemas de Contratada drenagem e tratamento Metas de águas residuais Valor de intervencionados Referência Realização Contratada Nº de projectos de Metas Resíduos Sólidos Valor de Referência Nº de projectos visando Realização a melhoria da qualidade Contratada do ar Metas ---- n.d. --- -n.d. --- -240.182 ---- - ---- - ---- 70.393 ---- 1.069.457 ---- 2 4 ---- 5 --- 36 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 Valor de Referência Área reabilitada (em Realização km2) no âmbito de Contratada intervenções de Metas recuperação de passivos ambientais (áreas degradadas e Valor de contaminadas) Referência Realização Redução de emissões de Contratada gases com efeito de estufa (CO2 equivalentes, Metas Valor de kt) Referência Realização Contratada Nº de projectos Metas (Prevenção de riscos) Valor de Referência Realização População que beneficia Contratada de medidas de protecção contra cheias e Metas Valor de inundações Referência População que beneficia Realização de medidas de protecção Contratada contra incêndios e outros Metas riscos naturais e tecnológicos (excepto Valor de cheias e inundações) Referência Realização Contratada Nº de projectos Metas (Turismo) Valor de Referência Realização Nº de empregos criados Contratada (em equivalente tempo Metas inteiro) Valor de Referência Realização Contratada 36. Nº de projectos Metas (Educação) Valor de Referência Realização 37. Nº de alunos que Contratada beneficiam intervenções 38. Nº (Saúde) de das Metas Valor de Referência projectos Realização Contratada -n.d. --- -n.d. ---- 19 65 ---- 1.423.564 1.559.128 ---- 1.466.587 5.667.495 ---- 1 ---- 30 ---- 16 51 ---- 19.950 87.763 ---- n.a. -- 37 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 39 40 41 Metas Valor de Referência 39. Nº de projectos que Realização asseguram a Contratada sustentabilidade e Metas melhoram a Valor de atractividade das cidades Referência 40. Nº de projectos que Realização visam estimular a Contratada actividade empresarial, o Metas empreendedorismo e a utilização das novas Valor de tecnologias Referência 41. Nº de projectos Realização dirigidos aos jovens e às Contratada minorias, que visam Metas promover a oferta de serviços para a igualdade de oportunidades e a Valor de inclusão social Referência --44 135 ---- - - ---- 44 111 --- -- No sector dos Transportes, os valores registados resultam, da aprovação e contratação de duas das intervenções previstas no Programa, no âmbito do Eixo I – “Redes e Equipamentos Nacionais de Transportes”, concretizando a conclusão da Circular Regional Interior de Lisboa através do projecto CRIL – Buraca/Pontinha (4,42 km de novas estradas) e a Ligação Ferroviária Sines – Elvas (Espanha) I – Variante de Alcácer (2ª Fase), que concorre para o objectivo da modernização e desenvolvimento da rede ferroviária convencional (29 km de novas ferrovias construídas no âmbito das RTE). No Eixo VII – “Infraestruturas para a conectividade territorial”, foram contratados 3 projectos no âmbito das Auto-Estradas do Mar (a acrescer ao projecto já contratado em 2008), contribuindo com 1,5 km de novas estradas e 2 km de estradas reconstruídas. Também nas regiões autónomas se registaram progressos significativos no sector dos transportes, nomeadamente com o projecto de Requalificação e Reordenamento do Porto da Horta, enquadrada no Eixo IV – “Redes e Equipamentos Estruturantes da Região Autónoma dos Açores”, e com a requalificação das Infraestruturas do porto do Porto Santo, a acrescer à Ligação em Via Expresso ao Porto do Funchal (1,5 km de novas estradas RTE) já aprovada em 2008, no âmbito do Eixo V – “Redes e Equipamentos Estruturantes da Região Autónoma da Madeira”. Ainda no âmbito dos Transportes, deve ser assinalado o contributo de um conjunto de projectos aprovados no âmbito do domínio de intervenção “Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano” (Eixo IX) para o 38 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território acréscimo de população servida pela expansão de sistemas de transporte urbanos, estimada em cerca de 240 mil pessoas. No sector das Energias Renováveis não existiam ainda, no final de 2009, projectos aprovados, nomeadamente em relação às tipologias de intervenção relativas as este sector previstas no âmbito dos Eixos IV e V. As intervenções aprovadas e contratadas nos domínios do Ambiente, para as quais concorrem, especialmente, as que têm enquadramento no Eixos II – “Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento”, no domino de intervenção “Recuperação do Passivo Ambiental” do Eixo III – “Prevenção e Gestão de Riscos” e no Eixo VIII – “Infra-estruturas Nacionais para a Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos” contribuíram fortemente para a evolução dos níveis de compromisso atrás assinalados. Destaca-se, desde logo, a aprovação de 27 projectos (22 contratados) no Eixo II, visando especialmente o reforço da rede de sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais, que contribuíram para um acréscimo superior a 1 milhão de pessoas servidas por esses sistemas. A bateria de indicadores comuns nacionais, que constitui o Anexo I – Realização Física dos Indicadores Comuns Nacionais deste Relatório, completa a leitura destes resultados, registando-se como particularmente positivos os 1.538 km de colectores de drenagem de águas residuais e a construção de 138 Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). O contributo para o acréscimo da população servida por sistemas de abastecimento de água é, ainda, bastante modesto, até porque o indicador 25 apresentado na tabela 2.1 inclui também o contributo (equivalente a 68 mil pessoas) trazido pelas infra-estruturas criadas no âmbito das intervenções apoiadas no âmbito do Eixo VI – “Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva”. No domínio da valorização dos resíduos sólidos urbanos o número de projectos contratados ascendeu a 4, incluindo o Grande Projecto, aprovado pela comissão Europeia em Novembro de 2009 de Tratamento, Valorização e Destino Final dos Resíduos Sólidos Urbanos do Sistema Multimunicipal do Litoral Centro (ERSUC). No conjunto, os projectos aprovados contribuem para a instalação de uma capacidade de valorização orgânica de 174.099 ton/ano de Resíduos Urbanos Biodegradáveis (RUB). Não sendo possível, nesta fase, apresentar a área reabilitada no âmbito das intervenções de recuperação de 1 passivos ambientais , valerá a pena assinalar, neste domínio, a aprovação de 9 projectos (8 contratados até ao final de 2009). 1 Nesta fase da execução dos projectos contratados ainda não é possível apurar a superfície de terrenos degradados ou 39 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território No que respeita às intervenções apoiadas no âmbito do Eixo III, registou-se também um forte acréscimo ao nível dos indicadores comuns comunitários que lhe estão associados, quer seja pelo aumento do número de projectos com contrato celebrado, que passou de 19 para 65 entre 2008 e 2009 (embora já estivessem aprovados, até ao final do período a que reporta este Relatório, 79 projectos, apenas 65 estavam contratados), repartidos entre os domínios do “Combate à Erosão e Defesa Costeira” (de 6 para 17), “Prevenção e Gestão de Riscos” (de 13 para 40) e “Recuperação do Passivo Ambiental” (8), quer seja pela população que beneficia de medidas de protecção contra cheias e inundações e de medidas de protecção contra incêndios e outros riscos naturais e tecnológicos, atingindo um número superior a 1,5 e a 5,6 milhões de habitantes, respectivamente. Os números de população servida não levam, ainda assim, em consideração o facto de entre os projectos contratados figurarem 3 projectos cuja cobertura territorial abrange todo o território nacional continental, como é o caso do projecto de “Revisão do Plano Nacional de Emergência”, promovido pela Autoridade Nacional de Protecção Civil. Ainda no âmbito do combate à erosão e defesa costeira, deve salientar-se o contributo directo de 10 dos projectos contratados com 22,76 km de extensão de costa intervencionada para redução do risco associado à dinâmica costeira e com 9,75 km de costa intervencionada para a contenção ou diminuição da ocupação antrópica em área de risco (indicadores ICN-AAE-023 e ICN-AAE-024 constantes do Anexo I – Realização Física dos Indicadores Comuns Nacionais). As áreas da Educação, Reabilitação urbana e Inclusão Social concentram a quase totalidade do investimento previsto no Eixo IX – “Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional” e registam também valores que devem ser destacados. A requalificação das Redes de Escolas com Ensino Secundário e com 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico – esta última por via da inclusão no Eixo IX de um novo domínio de intervenção relativo à “Requalificação da Rede de Escolas do 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico”, cujo Regulamento Específico foi aprovado pela Comissão Ministerial de Coordenação do POVT, em 22 de Janeiro de 2009 – e os projectos de construção/ampliação/ requalificação de infra-estruturas do ensino superior apoiadas no âmbito do domínio de intervenção “Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional”, traduziram-se no aumento do número de projecto de educação (entendido pelo número de escolas intervencionadas) que passou de 16 para 51, considerando apenas os projectos contratados. Este último aspecto merece uma especial referência. A desagregação do indicador ICNTRI-015 apresentado no Anexo I – Realização Física dos Indicadores Comuns Nacionais permite perceber a distribuição dos projectos aprovados em cada um dos ciclos de ensino, bem com o número de alunos que 40 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território beneficiam. No total, são abrangidos pelas intervenções contratadas cerca de 87 mil alunos, o que representa um acréscimo significativo face aos resultados de 2008. Os resultados do Programa e o seu contributo para a reabilitação urbana e requalificação das cidades podem ser avaliados pelo número de projectos que asseguram a sustentabilidade e melhoram a atractividade das cidades. Este indicador inclui todos os projectos apoiados no Eixo IX, na medida em que tanto os já mencionados projectos de educação como os projectos com enquadramento nos domínios das “Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano” e das “Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos” concorrem, efectivamente, para o reforço das valências dos centros urbanos e, consequentemente, para a sua atractividade e sustentabilidade. Refira-se, ainda, que apesar de não prevista no texto do Programa a sua quantificação ao nível de indicadores comunitários, as tipologias de intervenção contempladas no âmbito dos “Equipamentos Estruturantes” permitiram enquadrar a aprovação de um projecto no âmbito do turismo, que encontra, assim, tradução nos indicadores reportados a 2009. Em sede de reprogramação do PO será proposto o ajustamento entre as tipologias de intervenção que já figuram no Programa e os respectivos indicadores de realização e resultado que melhores representem essas intervenções. No conjunto das intervenções nas várias áreas temáticas acima mencionadas, espere-se que a execução dos projectos já contratados permita a criação de 2.650 novos postos de trabalho (a repartição deste posto de trabalho em função do género ainda não está disponível), ou seja, empregos criados como resultado directo da exploração dos projectos apoiados. Para este número apresentam um destacado contributo as intervenções (contratadas) no âmbito dos novos “Equipamentos Estruturantes” e, entre esses, os que respeitam a novas infra-estruturas universitárias. Adicionalmente, sendo este um Programa especialmente vocacionado para investimento de cariz infraestrutural, devem ser assinalados os postos de trabalho criados na fase de implementação/execução dos projectos. De acordo com a informação recolhida junto dos beneficiários dos projectos em execução, tinham sido criados, até ao final de 2009, cerca de 9.300 postos de trabalho temporário (9 mil homens e 300 mulheres), 10 mil postos de trabalho, e 659 empregos permanentes (556 homens e 103 mulheres), com o particular contributo das intervenções associadas a sectores onde a construção/requalificação de infraestruturas é predominante, como os casos dos transportes e do ambiente, no que respeita às redes de saneamento de águas residuais (Eixo II) e de distribuição de água (Eixo VI), bem como dos equipamentos colectivos na área do ensino (Eixo IX). 41 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 2.1.2 Realização financeira do Programa Operacional Até ao final de 2008 não havia ainda sido apresentada à Comissão Europeia qualquer proposta de certificação de despesas e Pedido de Pagamento Intermédio (PPI), quer em termos de Fundo de Coesão quer em termos de FEDER, resumindo-se os fluxos financeiros entre a Comissão e o Programa, aos pré-financiamentos definidos regulamentarmente em 2007 e 2008 – 2% e 3% da dotação de Fundo de Coesão e FEDER, respectivamente – previstos no artigo 82.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006, de 11 de Julho. Já em 2009, foi efectuado o pagamento a última tranche de pré-financiamento do Fundo de Coesão (2,5%) e em resultado da alteração ao supracitado Regulamento por via do Regulamento (CE) n.º 284/2009, de 7 de Abril, foi reforçado em 2,5% o valor do pré-financiamento do FEDER, pelo que os montantes totais transferidos através deste mecanismo até 31-Dez-2009 ascenderam a 229,5 milhões de euros de Fundo de Coesão e a 119,9 milhões de euros de FEDER. A aceleração do ritmo de execução financeira do Programa permitiu à Autoridade de Gestão apresentar ao IFDR, enquanto Autoridade de Pagamento e Certificação do Fundo de Coesão e do FEDER, o primeiro pedido de pagamento intermédio, relativo a cada um dos Fundos, no final de Julho de 2009, concretizando-se os respectivos Certificados e Declaração de Despesas e Pedidos de Pagamento (CDDPP) em Outubro. CDDPP apresentados à CE Total das despesas Contribuição Montante do elegíveis pagas pública PP à CE pelos correspondente beneficiários N.º Data de envio do CDDPP à CE Data da despesa FEDER 1º/2009 19-10-2009 31-07-2009 11.976.792 11.976.792 8.825.942 Fundo de Coesão 1º/2009 21-10-2009 31-07-2009 95.668.598 95.668.596 66.968.012 Fundo Os montantes acumulados de transferências da Comissão Europeia no âmbito do POVT são adiante apresentados na tabela 2.2, onde figuram também, por Eixo Prioritário, as despesas pagas pelos beneficiários e a correspondentes comparticipações comunitárias pagas. Apresenta-se seguidamente a decomposição da totalidade das transferências da Comissão Europeia no âmbito do POVT, efectuadas até 31-Dez-2009 (Milhões de euros) 42 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Pré-Financiamento (7,5%) 1º PPI Totais FEDER 119,9 8,8 128,7 Fundo de Coesão 229,5 67,0 296,5 Totais 349,4 75,8 425,2 O Relatório Anual de Execução de 2008 apontava, como aspecto marcante da programação e execução do POVT, a preponderância dos grandes projectos nos resultados apresentados. A execução financeira registada no final de 2009 exemplifica bem esse efeito, fortemente impulsionada, ao nível do Fundo de Coesão, pela aprovação e início da execução dos projectos do Eixo I e do Eixo II, e pelo bom ritmo de execução dos projectos do Eixo V. Ao nível do FEDER, sublinha-se também o contributo da execução dos grandes projectos aprovados nos Eixos VI e VIII, assim como dos projectos relativos à requalificação da rede de escolas com ensino secundário, apoiados no âmbito do Eixo IX. O quadro apresentado no Anexo II – Programação financeira, aprovações e execução por Eixo Prioritário até 31.12.09 (valores acumulados) e a análise da implementação e execução do Programa, por Eixo, realizada com capítulo 3 detalham e justificam os valores apresentados na tabela 2.2. Tabela 2.2: Realização Financeira Eixo Prioritário Un:€ Despesas pagas pelos 1 beneficiários Contribuição pública correspondente Despesas pagas aos beneficiários Eixo Prioritário 1 Fundo de Coesão 135.930.261 135.930.261 92.147.053 33.070.823 33.070.823 18.094.531 17.540.367 17.512.387 14.272.589 6.123.340 6.123.340 5.204.839 41.120.672 41.120.672 33.023.918 22.356.601 22.356.601 17.021.779 12.892.668 12.892.668 9.024.868 11.280.683 11.280.683 2.814.249 Eixo Prioritário 2 Fundo de Coesão Eixo Prioritário 3 Fundo de Coesão Eixo Prioritário 4 Fundo de Coesão Eixo Prioritário 5 Fundo de Coesão Eixo Prioritário 6 FEDER Eixo Prioritário 7 FEDER Eixo Prioritário 8 FEDER Total dos pagamentos recebidos da Comissão 43 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Eixo Prioritário 9 FEDER 49.556.444 49.556.444 17.472.869 5.258.495 5.258.495 5.661.284 Total Fundo de Coesão 233.785.462 233.757.483 162.742.930 296.465.427 Total FEDER 101.344.890 101.344.890 51.995.048 128.719.344 335.130.352 335.102.373 214.737.978 425.184.771 0 0 0 0 335.130.352 335.102.373 214.737.978 425.184.771 n.a. n.a. n.a. n.a. Eixo Prioritário 10 FEDER Total PO Total das regiões que beneficiam de apoio transitório no total geral Total das regiões que não beneficiam de apoio transitório no total geral Total das despesas correspondentes à intervenção do FSE no total geral Em função da execução financeira, avaliada pelas despesas pagas pelos beneficiários e validadas pela Autoridade de Gestão, que acima se apresentaram, foram submetidas ao IFDR autorizações de pagamento no montante total de 176,5 milhões de euros dos quais 124,5 milhões de euros de Fundo de Coesão, e 52,0 milhões de euros para pagamentos de FEDER. Foram ainda autorizadas, no âmbito dos contratos de delegação de competências com subvenção global, transferências no valor 5,25 milhões de euros para o Organismo Intermédio responsável pelo Eixo IV e 39,5 milhões de euros para o Organismo Intermédio responsável pelo Eixo V, tendo este, por sua vez, efectuado pagamentos aos beneficiários daqueles Eixos na ordem dos 5,2 e 33 milhões de euros, respectivamente. Os fluxos financeiros atrás referidos resumem-se na tabela seguinte. Ressalva-se o facto dos valores apresentados corresponderem ao valor líquido após recuperações (ver ponto 2.1.5 deste Relatório). Unid: Euros Transferências submetidas ao IFDR Destinatários Beneficiários FEDER Total Pagamentos aos Beneficiários 124.514.173 176.509.221 OI – Eixo IV 5.250.000 5.250.000 OI – Eixo IV 5.204.839 OI – Eixo V 39.500.000 39.500.000 OI – Eixo V 33.023.918 169.264.173 221.259.221 Total 214.737.978 Total 2.1.3 51.995.048 Fundo de Coesão 51.995.048 IFDR 176.509.221 Informação sobre a repartição da utilização dos fundos A informação do apoio comunitário aprovado, por combinação das diferentes dimensões de categorização previstas no Regulamento 1828/2006, de 8 de Dezembro, é apresentada no Anexo IX – Repartição cumulativa 44 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território das dotações aprovadas da contribuição comunitária por combinação de dimensão de categorização. Complementarmente, apresenta-se de seguida a forma como esse apoio é ventilado por cada uma das seguintes categorias: Formas de Financiamento, Tipo de Território, e Actividade Económica e Localização. A análise da dimensão Temas Prioritários é realizada separadamente, no ponto 2.1.6. Formas de Financiamento A contribuição comunitária atribuída pelo POVT tem revestido sempre a forma de Ajuda não Reembolsável, como se pode constatar pela tabela seguinte: Tabela 2.3: Repartição da contribuição comunitária por dimensão Formas de Financiamento Fundo Código Aprovação Designação Nº Proj. 1 2 3 4 Ajuda não reembolsável Ajuda (empréstimo, bonificação de juros, garantias) Capital de risco (participação, fundo de capital de risco) Outras formas de financiamento 276 TOTAL 276 Execução Montante Montante € € 1.802.412.594 238.757.166 n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. 1.802.412.594 238.757.166 Tx EX/AP 13,25% 13,25% Tipo de Território A tabela 2.4 apresenta, para cada um dos Tipos de Território, a contribuição comunitária já aprovada e o respectivo nível de execução. Tabela 2.4: Repartição da contribuição comunitária por dimensão Tipo de Território Fundo Código Designação Aprovação Nº Proj. Execução Montante Montante € € Tx EX/AP 45 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 1 Aglomeração urbana 2 Zona de montanha 3 7 Ilhas Regiões de fraca e muito fraca densidade populacional Zonas rurais (que não montanhas, ilhas, ou zonas de fraca e muito fraca densidade populacional) Antigas fronteiras externas da UE (após 30.04.2004) Região ultraperiférica 8 Zona de cooperação transfronteiriça 9 Zona de cooperação transnacional 10 Zona de cooperação inter-regional 0 4 5 6 159 1.004.868.873 158.593.934 16% 56 149.165.475 17.948.000 12% 47 185.607.138 23.324.602 13% 4 85.081.404 33.989.310 40% Não aplicável 10 377.689.705 4.901.320 23% TOTAL 276 1.802.412.594 238.757.166 17% Ao nível do tipo e dimensão do território, prevalecem as intervenções, quer um número quer o valor de Fundo comprometido, aqueles que se realizam predominantemente em Aglomerações Urbanas, seguidas pelas Regiões de fraca e muito fraca densidade populacional e pelas Zonas Rurais. Sublinha-se, todavia, que embora representem um número reduzido de projectos aprovados, o valor de Fundo comprometido associado intervenções cuja tipologia de território não é aplicável é bastante significativo e fortemente influenciado pelo projecto Rede Ferroviária de Alta Velocidade em Portugal – Eixo Lisboa/Madrid: Sub-troço Poceirão/Évora (que atravessa, na Região do Alentejo, vários territórios de tipologias diversas e ao qual, por essa razão, esta classificação não se aplica). Localização No Anexo III a este Relatório – Aprovações e execução por NUT III até 31.12.09 (valores acumulados) – encontramos, de forma sistematizada, a distribuição, por NUT II e pelas correspondentes NUT III, do número de projectos aprovados, do financiamento comunitário que lhes está atribuído e do respectivo nível de execução. Ao nível das NUT II, a repartição da contribuição comunitária aprovada é aquela que se apresenta na figura seguinte. 46 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Fundo aprovado, por Região NUT II 2% 2% 0% 1% NORTE 1% 29% CENTRO LISBOA ALENTEJO ALGARVE RAA RAM 36% Multi-região Convergência 20% Não regionalizável 9% Tal como acontecia já em 2008, verifica-se uma forte concentração do financiamento aprovado nas regiões do objectivo convergência. Todavia, impulsionada pelo projecto Rede Ferroviária de Alta Velocidade em Portugal – Eixo Lisboa/Madrid: Sub-troço Poceirão/Évora e contando já com investimento avultados no domínio da “Rede de Escolas com Ensino Secundário”, do Eixo IX, bem como dos projectos do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (Eixo VI), passou a ser na região do Alentejo que se concentra a maior fatia de comparticipação aprovada (36%). Segue-se a Região Norte, onde são determinantes os investimentos do Eixo II, nomeadamente os grandes projectos de Abastecimento e Saneamento de Águas do Vale do Ave e do Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e Saneamento de Trás-os-Montes e Alto Douro, os projectos aprovados no âmbito da “Rede de Escolas com Ensino Secundário”, e a requalificação/ampliação de infra-estruturas universitárias, no domínio dos “Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional”, do Eixo IX. Na região Centro, sendo a que têm maior número de candidaturas aprovadas (95, contra 82 da região Norte e 48 na região Alentejo) assumem especial preponderância o grande projecto da ERSUC, no Eixo VIII, os projectos no domínio da “Rede de Escolas com Ensino Secundário”, do Eixo 9, e ainda os projectos de infra-estruturas universitárias, no domínio dos “Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional”, do Eixo X. Nas regiões do continente fora do Objectivo Convergência, elegíveis no âmbito do Fundo de Coesão, é em Lisboa que se concentra a maior parte dos projectos aprovados – número para o qual contribui o facto de, em função das regras de regionalização, serem aí contabilizados os investimentos de natureza imaterial promovido 47 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território por entidades públicas sediadas na capital – e o maior volume investimento, amplificado pelo grande projecto CRIL – Buraca/Pontinha, no Eixo I, e pelo projecto Sistemas Integrados de Saneamento em Alta da SIMARSUL: Barreiro/Moita e Seixal, no Eixo II. Nas regiões autónomas, e pese embora o número reduzido de projectos já aprovados, o peso da correspondente contribuição comunitária está em linha com o peso da dotação dos Eixos IV e V face ao conjunto do Programa. Actividade Económica Abaixo apresenta-se, na tabela 2.5, a repartição da contribuição comunitária de acordo com o tipo de actividade económica em que se enquadram os projectos aprovados pelo POVT. Fica evidente pelos dados apresentados que os projectos apoiados se encontram concentrados num número reduzido de actividades, essencialmente aquelas que estão mais em linha com o perfil de investimento público que caracteriza o Programa. Resulta também claro que a dimensão do investimento de alguns projectos, nomeadamente no sector dos transportes, que torna essa actividade económica preponderante em termos de financiamento comunitário aprovado, mesmo considerado o número reduzido de projectos que lhe estão associados. Tabela 2.5: Repartição da contribuição comunitária por dimensão Actividade Económica Fundo Código Aprovação Designação Nº Proj. Execução Montante Montante Tx € € EX/AP 1 Agricultura, caça e silvicultura - - - - 2 Pesca - - - - 3 Indústrias alimentares e das bebidas - - - - 4 Fabrico de têxteis e produtos têxteis - - - - 5 Construção de material de transporte - - - - 6 Indústrias transformadoras diversas - - - - 7 Extracção de produtos energéticos - - - - - - - - 8 Produção e distribuição de electricidade, gás, vapor e água quente 9 Captação, tratamento e distribuição de água 5 10 Correios e telecomunicações - 11 Transportes 11 86.568.020 - 15.649.621 - 629.572.614 137.709.294 18% 22% 48 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 12 Construção - - - - 13 Comércio por grosso e a retalho - - - - 14 Hotéis e restaurantes 1 15 Actividades financeiras - - - - - - - - 16 Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas 12.593.894 0 0% 17 Administração pública 137 124.422.468 20.799.869 17% 18 Educação 53 472.252.048 26.786.164 6% 19 Actividades de saúde humana 20 - Acção social e serviços colectivos, sociais e pessoais - - 8 83.091.066 0 0% 37.812.217 10% 21 Actividades associadas ao ambiente 60 393.298.936 22 Outros serviços não especificados 1 613.550 0 Não aplicável - - TOTAL - 276 0% - - 1.802.412.594 238.757.166 13% De forma a tornar mais claro o peso de cada actividade económica, em função da contribuição comunitária que lhe está atribuída, apresentam-se os dados da tabela anterior em forma de gráfico, e apenas para as actividades com financiamento aprovado. Repartição do Fundo aprovado, por Actividade Económica 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Captação, tratamento e distribuição de água Transportes Hotéis e restaurantes Administração pública Educação Acção social e serviços colectivos, sociais e pessoais Actividades associadas ao ambiente 49 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Destaca-se, de novo, o volume de financiamento associado à actividade Transportes, onde se concentram os grandes projectos aprovados no âmbito do Eixo I (veja-se, para a identificação completa dos projectos em questão, a lista apresentada no Anexo V – Operações aprovadas por Eixo Prioritário até 31.12.09 (valores acumulados)), assim como o projecto Requalificação e Reordenamento da Frente Marítima da Cidade da Horta, do Eixo IV, os dois projectos aprovado no Eixo V, e ainda os projectos do Eixo VII. Segue-se, em peso do financiamento total aprovado, a actividade Educação para a qual contribuem os projectos aprovados nos domínios da requalificação da “Rede de Escolas com Ensino Secundário”, e da “Rede de Escolas do 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico” e, ainda, os projectos relativos a infra-estruturas universitárias, no domínio dos “Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional”. Com um peso também significativo, em linha com a agenda do Programa, surgem as Actividades associadas ao Ambiente, a que estão associados a quase totalidade dos projectos aprovados no Eixo II, os projectos dos domínios do “Combate à Erosão e Defesa Costeira”e da “Recuperação do Passivo Ambiental”, do Eixo III, o projecto Requalificação Ambiental das Bacias Hidrográficas das Lagoas das Furnas e Sete Cidades, do Eixo IV e a totalidade dos projectos do Eixo VIII. A Captação, tratamento e distribuição de água inclui apenas 1 projecto do Eixo II – a maioria dos projectos aprovados até ao final de 2009 eram, como já se referiu antes neste Relatório, respeitantes a sistemas de recolha e tratamento de águas residuais, que se encontram contabilizados nas Actividades associadas ao Ambiente – e os quatro projectos do Eixo VI. Com menor expressão relativa, embora com o maior número de projectos que lhe são associados, aparece a actividade Administração Pública, onde se contam os projectos do domínio da “Prevenção e Gestão de Riscos”, a maioria dos projectos das “Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano” e a totalidado dos projectos de “Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos”, do Eixo IX, bem como o conjunto de projecto aprovados no âmbito da Assistência Técnica (Eixo IX). Associado à actividade Acção social e serviços colectivos, sociais e pessoais encontramos oito projectos aprovados no domínio “Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional”, mais especificamente aqueles relacionados com actividades culturais e de divulgação artística, actividades educacionais e actividades de prestação de cuidados de saúde. 50 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 2.1.4 Informação sobre o apoio comunitário por grupos alvo Na análise por grupos alvo, aqui entendida como relativa à repartição da contribuição comunitária aprovada, por categorias de beneficiário, deve ser destacado o facto de quase 70% dos fundos comprometidos estarem alocado a Empresas não financeiras públicas e participadas maioritariamente pelo sector público (embora correspondam apenas a 45 entre as 276 candidaturas aprovadas). Para este resultado contribui o facto de alguns do maiores projectos, em termos de volume de investimento, serem promovidos por empresas públicas, como sejam o caso dos Grandes Projectos dos Eixo I, II e VIII, todos os projectos no âmbito do Eixo VI e os projectos de Requalificação da Rede de Escolas do Ensino Secundário. Seguem-se, em termos de percentagem de fundos alocados, as entidades da Administração Local, com cerca de 14% do total de fundos comprometidos. Sublinha-se, todavia, que este é o conjunto de entidades responsável pelo maior número candidaturas aprovadas, muito por força das intervenções apoiadas no âmbito do Eixo IX (mas também no Eixo II). Devem ainda ser referidas as entidades da Administração Indirecta Serviços Personalizados, nomeadamente aquelas que se constituem como autoridades sectoriais (Instituto da Água e Autoridade Nacional de Protecção Civil), responsáveis por uma grande parte das intervenções no âmbito do Eixo III, e as Instituições Universitárias, no domínio dos “Equipamentos Estruturantes para o Desenvolvimento Urbano” do Eixo IX. Contribuição comunitária aprovada, por categorias de beneficiário (milhares de euros) Entidade Privada sem fins lucrativos Fundação Administração Autónoma Local Administração Autónoma Regional Empresas não financeiras públicas e participadas maioritariamente pelo sector público Administração Indirecta Serviços Personalizados Administração Directa Serviços Periféricos Administração Directa Serviços Centrais 0 400.000 800.000 1.200.000 51 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 2.1.5 Apoio restituído ou reutilizado Apesar de durante o ano de 2009 terem ocorrido situações de restituição de verbas, nenhuma das situações respeitaram a irregularidades mas sim a descativações de verbas uma vez que os beneficiários sem autonomia administrativa e financeira não utilizaram a totalidade dos montantes atribuídos para o ano de 2008, pelo que foram restituídos em 2009. No caso dos projectos POVT-06-0155-FEDER-000001 e POVT-06-0155-FEDER000002, a entidade beneficiária “EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, S.A.” renunciou os contratos de financiamento relativos a estas operações para obtenção de financiamento no QCAIII (PO Agro), tendo devolvido a comparticipação que lhe tinha sido atribuída pelo POVT. O quadro seguinte descrimina os valores restituídos. Código do projecto POVT-06-0155FEDER-000001 Designação Edia - Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, S.A. Edia - Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, S.A. Secretaria-Geral do Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações Data da constituição da dívida Montante da dívida (FUNDO) Montante da dívida recuperado (FUNDO) Data da restituição 01-06-2009 2.098.840,55 2.098.840,55 19-06-2009 01-06-2009 8.931.201,02 8.931.201,02 19-06-2009 13-04-2009 1.742.134,27 1.738.698,53 21-04-2009 POVT-10-0173FEDER-000003 Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano 31-12-2008 22.575,71 22.575,71 31-12-2008 POVT-03-0133FCOES-000004 Instituto da Água 11-03-2009 93.111,24 93.111,24 11-02-2009 POVT-03-0133FCOES-000005 Instituto da Água 11-03-2009 70.364,55 70.364,55 11-02-2009 POVT-06-0155FEDER-000002 POVT-10-0173FEDER-000001 2.1.6 Motivo da Restituição Estas devoluções referem-se a uma denúncia do contrato de financiamento por parte da entidade beneficiária Devolução da SG referente a verba não utilizada de um adiantamento Devolução da DGOTDU referente a verbas não utilizadas em 2008. Esta devolução é referente a um adiantamento Estas devolução são referentes a verbas não utilizadas em 2008 pelo Instituto da Água Análise qualitativa A intervenção do POVT no âmbito da Agenda Temática Valorização do Território incide em especial nos domínios do reforço da conectividade internacional do território nacional, do completamento da rede 52 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território estruturante de abastecimento de água e saneamento, da prevenção e gestão de riscos e no desenvolvimento 2 do sistema urbano nacional. A sua programação indicativa, por Tema Prioritário , vai ao encontro dessa agenda, garantindo ao mesmo tempo que os objectivos e prioridades da União Europeia em matéria de promoção da competitividade e da criação de emprego (Earmarking) vêm sendo prosseguidos de forma eficaz. Nesse sentido, apresentam-se na tabela 2.7 os montantes da dotação indicativa prevista no texto do Programa, a contribuição comunitária aprovada e a execução financeira do POVT verificada a 31 de Dezembro de 2009, ventilada em função dos temas prioritários a que os projectos estão associados. Destacam-se, a sombreado verde, os temas com contributo directo para os objectivos e prioridades definidos na Estratégia de Lisboa (Earmarking). Tabela 2.7: Aprovações e execução por dimensão Tema Prioritário (contribuição comunitária) Fundo Código Designação do Tema Prioritário Aprovação Programação indicativa Nº Proj. Sociedade da Informação Tecnologias da informação e da comunicação (acesso, segurança, 11 interoperabilidade, prevenção de riscos, investigação, inovação, ciberconteúdo, etc.) Serviços e aplicações para os cidadãos (cibersaúde, 13 ciberadministração, ciberaprendizagem, ciberinclusão, etc.) Transportes 16 Transporte ferroviário 17 Transporte ferroviário (RTE-T) 20 Auto-estradas 21 Auto-estradas (RTE-T) 22 Estradas nacionais 24 Ciclovias 25 Transportes urbanos Transportes multimodais (RTE-T) Sistemas de transporte inteligentes 27 28 2 0 Execução Montante Montante € € Tx EX/AP 3 1.978.052 0 0% 2 977.308 0 0% 1 1.000.744 0 0% 22% 1.927.965.525 17 634.399.067 137.709.294 1.210.500.000 2 437.109.624 39.798.480 9% 228.000.000 1 95.772.661 55.352.703 58% 1 22.195.398 16.846.180 76% 1 712.510 0 0% 10.000.000 2 1.192.509 0 0% 10.000.000 1 5.596.892 0 0% 10.000.000 3 2.921.434 0 0% 182.465.525 Temas Prioritários definidos de acordo com o disposto no n.º 3 de art.º 9º do Reg (CE) 1083/2009, de 11 de Julho 53 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 29 Aeroportos 170.000.000 30 Portos 107.000.000 6 68.898.039 25.711.931 37% 116 527.246.233 57.655.985 11% 165.000.000 4 102.496.327 7.896.478 8% 533.000.000 5 98.601.290 15.649.621 16% 555.000.000 25 207.921.303 21.375.563 10% 20.000.000 1 14.065.968 456.066 3% 1 520.866 0 0% 9 9.308.351 42.543 0% 70 92.526.130 12.235.714 13% 1 1.806.000 0 0% 1 12.593.894 0 0% 1 12.593.894 0 0% Energia 75.000.000 Energias renováveis: eólica Energias renováveis: 42 hidroeléctrica, geotérmica e outras Eficiência energética, co43 geração, gestão da energia Protecção do Ambiente e Prevenção de Riscos Gestão de resíduos 44 domésticos e industriais Gestão e distribuição de água 45 (água potável) Tratamento de água (águas 46 residuais) Prevenção e controlo 48 integrados da poluição Alterações climáticas: 49 atenuação e adaptação Reabilitação de instalações 50 industriais e terrenos contaminados Promoção de transportes 52 urbanos limpos Prevenção de riscos (incluindo a concepção e execução de 53 planos e medidas destinados a prevenir e gerir os riscos naturais e tecnológicos) Outras medidas de 54 preservação do ambiente e de prevenção de riscos 15.000.000 39 Turismo 56 10.000.000 50.000.000 1.817.000.000 115.000.000 10.000.000 419.000.000 0 Protecção e desenvolvimento do património natural Actividades Culturais Protecção e preservação do 58 património cultural Desenvolvimento de infra59 estruturas culturais 10.000.000 9 90.892.516 0 0% 10.000.000 2 16.640.458 0 0% 7 74.252.059 0 0% Reabilitação Urbana e Rural Projectos integrados de 61 reabilitação urbana e rural Investimento em Infra-estruturas Sociais 75 Infra-estruturas de ensino 10.000.000 4 4.225.183 0 0% 10.000.000 4 4.225.183 0 0% 699.000.000 118 518.640.546 38.922.167 8% 354.000.000 53 472.252.048 26.786.164 6% 1 1.658.604 0 0% 76 Infra-estruturas de saúde 79 Outras infra-estruturas sociais 345.000.000 64 44.729.894 12.136.002 27% Reforço das Capacidades Institucionais aos Níveis Nacional, Regional e Local 20.000.000 0 0 0 0% 54 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 81 Mecanismos para melhorar a concepção, o acompanhamento e a avaliação de políticas e programas aos níveis nacional, regional e local, reforço das capacidades de execução de políticas e programas Assistência Técnica Preparação, execução, 85 acompanhamento e inspecção Avaliação e estudos, 86 informação e comunicação 20.000.000 99.578.698 8 12.437.104 4.469.721 36% 69.578.698 8 12.437.104 4.469.721 36% 30.000.000 TOTAL Temas Prioritários 4.658.544.223 276 1.802.412.594 238.757.166 13% TOTAL Earmarking 3.856.500.000 178 1.612.494.379 221.652.834 14% Antes de uma análise mais detalhada por tema prioritário, deve ser desde logo assinalada a consolidação, face a 2008, do volume de investimento nas áreas de maior contributo para os objectivos da Estratégia de Lisboa, sendo que 89,5% do financiamento comunitário aprovado até ao final de 2009 (contra os 87,5% registados em 2008) estava associado a temas prioritários de Earmarking. Confirmando o alinhamento da programação do POVT com os objectivos da competitividade e emprego e prosseguindo o objectivo estratégico da melhoria da conectividade e integração da rede de transportes, assumem particular destaque no financiamento aprovado os temas ”Transporte ferroviário (RTE-T)”, cuja relevância assenta na aprovação dos projectos Ligação Ferroviária Sines / Elvas (Espanha I Variante de Alcácer (2ª fase) e Rede Ferroviária de Alta Velocidade em Portugal – Eixo Lisboa/Madrid: Sub-troço Poceirão/Évora, do Eixo I, “Auto-Estradas” e “Auto-Estradas (RTE-T)”, com os projectos CRIL – Buraca/Pontinha, do Eixo I e Ligação em Via Expresso ao Porto do Funchal, do Eixo V, e “Portos”, com os projectos Requalificação e Reordenamento da Frente Marítima da Cidade da Horta, do Eixo IV, Infra-estruturas do porto do Porto Santo, no Eixo V, e os projectos no âmbito das Auto-Estradas do Mar, no Eixo VII. Com um peso também significativo, e indo ao encontro dos objectivos específicos do Programa em matéria de qualificação dos serviços ambientais, garantindo a sua universalidade e sustentabilidade, destacam-se os investimentos associados aos temas prioritários “Tratamento de água (águas residuais)” e “Gestão e distribuição de água (água potável)”, para os quais contribuem directamente os projectos aprovados durante o ano de 2009 no âmbito do Eixo II (com particular concentração nos sistemas de recolha e tratamento de águas residuais, como se evidenciou na análise da realização física do programa, apresentada no ponto 2.1.1) e do Eixo 6 (no caso do segundo dos temas referidos). 55 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Concorrendo para o objectivo estratégico da preservação e valorização dos recursos naturais e concretizando a estratégia nacional definida para o sector, encontram tradução directa no tema “Gestão de resíduos domésticos e industriais” os projectos aprovados no âmbito do Eixo VIII. Ainda no contexto da protecção ambiental e da prevenção de riscos, assinalam-se como particularmente relevantes os projectos associados ao tema “Prevenção de riscos (incluindo a concepção e execução de planos e medidas destinados a prevenir e gerir os riscos naturais e tecnológicos)”, incluindo, para o efeito, grande parte das intervenções aprovadas nos domínios do “Combate à Erosão e Defesa Costeira” e “Prevenção e Gestão de Riscos” do Eixo III. Ainda que com menor expressão financeira, surgem também neste contexto os projectos associados ao tema “Reabilitação de instalações industriais e terrenos contaminados” aprovados no âmbito do domínio “Recuperação do Passivo Ambiental”. Com um contributo decisivo ao nível do reforço da competitividade (e empregabilidade) e da coesão territorial e social, sublinha-se o valor do financiamento já aprovado relativo a projectos associados ao tema prioritário “Infra-estruturas de Ensino”, fortemente assentes no Programa de Modernização do Parque Escolar Destinado ao Ensino Secundário, através do domínio “Rede de Escolas com Ensino Secundário” e nas intervenções no domínio “Requalificação Rede de Escolas do 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico”, assim como num conjunto de infra-estruturas universitárias apoiadas no domínio de intervenção “Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional” do Eixo IX. A figura seguinte resume os valores atrás apresentados na tabela 2.7, agora por grandes grupos de temas prioritários, evidenciando, novamente, a relevância e peso no financiamento comunitário aprovado dos projectos da área dos Transportes, da Protecção do Ambiente e Prevenção de Riscos e das Infra-estruturas Sociais (onde se incluem os investimentos em infra-estruturas de ensino). 56 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Contribuição comunitária aprovada, por áreas temáticas (milhares euros) Sociedade da Informação Transportes Protecção do Ambiente e Prevenção de Riscos Turismo Actividades Culturais Reabilitação Urbana e Rural Investimento em Infra-estruturas Sociais Assistência Técnica 0 150.000 300.000 450.000 600.000 2.2 Informação sobre a conformidade com direito comunitário A compatibilidade do Programa com o direito comunitário constitui uma das mais relevantes preocupações da Autoridade de Gestão, tendo para o efeito introduzido no seu quadro normativo (Manuais de Procedimentos) e no Sistema de Gestão e Controlo (Sistema de Informação, Pista de Controlo e Normas de acompanhamento e de auditoria) os mecanismos de suporte para assegurar a compatibilização das despesas co-financiadas pelo POVT com o direito comunitário. Passamos a referir seguidamente as medidas mais relevantes adoptadas pela Autoridade de Gestão deste Programa para garantir o respeito pelas políticas comunitárias, ao nível das regras de concorrência e da contratação pública, do ambiente, bem como da promoção da igualdade de oportunidades e não discriminação. Regras de Concorrência e da Contratação Pública A Autoridade de Gestão do POVT tem dado uma atenção especial à definição de normas que permitam assegurar a garantia de cumprimento das regras de concorrência e da contratação pública, bem como a adequada divulgação das mesmas junto dos beneficiários do Programa, para que estes adoptem boas práticas neste domínio, bem como junto dos dirigentes e técnicos do Secretariado Técnico e dos Organismos Intermédios. 57 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território No âmbito do POVT não está prevista a atribuição de Auxílios de Estado nem existem regimes de ajudas notificados, dado que o POVT tem uma intervenção destinada essencialmente a investimentos de natureza pública e equiparada a pública, destinados à construção de Infra-estruturas públicas, da qual resulta que os seus beneficiários sejam essencialmente entidades públicas. O leque de potenciais beneficiários do POVT inclui ainda entidades privadas que sejam responsáveis pela execução de investimentos e exploração de serviços no âmbito de concessões de serviços públicos nas áreas dos transportes e do ambiente e de parcerias público – privadas, bem como entidades privadas sem fins lucrativos. Não foram até ao final de 2009 identificadas situações que configurem auxílios individuais a notificar à Comissão Europeia. No que respeita à contratação pública, a Autoridade de Gestão deste Programa criou desde o seu início um conjunto de normas e procedimentos que visam assegurar o respeito pelo cumprimento das directivas comunitárias e pela legislação nacional aplicável. Para este efeito foram definidas Check-lists e normas de apoio para a análise da contratação pública, que são preenchidas pelos beneficiários e verificadas pelo Secretariado Técnico do POVT ou Organismos Intermédios. Estas Check-lists foram objecto de actualização e de completamento em 2009, para incluir as alterações do regime jurídico entretanto aprovadas e dos limiares comunitários. Foram ainda organizadas em 2009 duas acções de formação nesta matéria, destinadas aos responsáveis e técnicos do Secretariado Técnico do POVT, Organismos Intermédios e principais entidades beneficiárias deste Programa, tendo por objectivo alertar para os aspectos mais relevantes das directivas comunitárias e legislação nacional aplicável, bem como para as correcções financeiras associadas às situações em que se verifiquem as irregularidades previstas nas orientações da Comissão Europeia constantes do Documento COCOF 07/0037/03PT e da respectiva Tabela de Correcções Financeiras. A Autoridade de Gestão do POVT levou ainda a cabo em 2009 um trabalho de reflexão e de aprofundamento das situações previstas na referida Tabela de Correcções Financeiras, nas quais se prevê uma graduação da aplicação das correcções financeiras em função da gravidade, tendo sido definidos os elementos a considerar para determinar a graduação da gravidade nos casos em que está prevista na citada Tabela COCOF. Para o efeito foi elaborada a Ordem de Serviço n.º 7 destinada a garantir uma adequada harmonização de procedimentos a nível interno no Secretariado Técnico do POVT e Organismos Intermédios. 58 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Foi ainda iniciada no final de 2009 a elaboração do Manual da Contratação Pública interno do POVT, o qual tem por objectivo concentrar num documento único a referência a todas as normas legais comunitárias e nacionais relevantes para a regularidade dos contratos que são objecto de co-financiamento através do POVT, promovendo o seu conhecimento e facilitando a sua utilização e aplicação. Pretende-se que este Manual constitua um documento de fácil consulta que inclua a referência a todos os aspectos essenciais para a demonstração da regularidade dos procedimentos de contratação pública, desde os princípios fundamentais do Tratado, às Directivas Comunitárias e à Legislação Nacional que rege a celebração dos contratos públicos de obras, de fornecimentos e de serviços, bem como o quadro de referência das sanções aplicáveis às situações de incumprimento aplicáveis. Logo que concluído, este Manual será objecto de divulgação alargada através de novas acções de formação a realizar em 2010. É ainda de referir que o Sistema de Informação do POVT (SIPOVT) integra um mecanismo de controlo interno essencial para contribuir para a regularidade da contratação pública, uma vez que obriga ao registo e validação da regularidade de cada um dos procedimentos de contratação pública realizados pelos beneficiários, antes de poder ser apresentado qualquer Pedido de Pagamento com despesas desse contrato, o que significa que não pode ser validada despesa, cujo procedimento de contratação pública não tenha sido previamente verificado e validado pela Autoridade de Gestão ou Organismo Intermédio, de acordo com as Check-lists definidas para o efeito e que abrangem todas as situações de risco identificadas. Nestes termos, é também possível controlar que o montante total da despesa validada associada a cada procedimento e cada contrato não poderá ser ultrapassado. Promoção da igualdade de oportunidades e da não discriminação No que respeita à igualdade de oportunidades e de género, dado que o POVT tem uma intervenção destinada essencialmente a investimentos de natureza pública e equiparada a pública, destinados à construção de Infraestruturas públicas, da qual resulta que os seus beneficiários sejam essencialmente entidades públicas, considera-se que as operações financiadas contribuem para o cumprimento deste pilar da política europeia. No entanto, existe uma preocupação da Autoridade de Gestão do POVT em garantir que os projectos que este Programa co-financia não contribuem para causar algum constrangimento ou limitação à plena observação dos princípios da igualdade de oportunidades. Neste sentido, é exigido que nas candidaturas seja assumida pelo beneficiário o compromisso de observar os princípios da igualdade de oportunidades e de género. Paralelamente, existe um campo específico ao nível do 59 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território parecer técnico para referência a esta matéria e nas Check-lists utilizadas para efeitos de verificação no local, são garantidas evidências de observação desta política comunitária. Para além do referido, a Autoridade de Gestão preocupa-se também em garantir nas suas actividades de gestão o cumprimento dos princípios da igualdade de oportunidades e de não discriminação. No ano de 2009 esta questão foi da maior relevância no âmbito do processo de recrutamento de pessoal para o Secretariado Técnico do POVT, tendo sido assegurada a garantia da igualdade de oportunidades e inexistência de critérios discriminatórios no processo de recrutamento externo de recursos humanos para o POVT, do qual resultou a contratação de um total de 18 técnicos, dos quais 5 homens e 13 mulheres. Cumprimento das regras ambientais As questões a abordar neste ponto centram-se na descrição dos procedimentos implementados para salvaguarda da observação do cumprimento das regras ambientais nos projectos apoiados, constando do ponto 2.7 as questões relativas ao cumprimento dos requisitos em matéria da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) do Programa e à incorporação de critérios / ponderações ambientais em sede de regulamentos específicos e/ou avisos. Em primeiro lugar há que referir que as operações a co-financiar pelo Programa devem ser coerentes com os princípios e objectivos de desenvolvimento sustentável e de protecção do ambiente referidos no Tratado da União Europeia e reforçados na Estratégia de Lisboa renovada. Assim, a Autoridade de Gestão do POVT tem vindo a conferir relevância crescente à verificação de que as operações co-financiadas por este Programa evidenciam o cumprimento da legislação comunitária e nacional em matéria de ambiente e o respeito pela protecção dos sítios abrangidos pela Rede Natura 2000. Todos os aspectos referidos estão presentes nas actividades de gestão do POVT, desde logo na definição das condições de acesso das operações ao POVT e nos critérios de selecção dos diversos Eixos e Domínios de Intervenção deste Programa, bem como nos mecanismos de governação e de articulação com as Autoridades Nacionais com responsabilidades ao nível do Ambiente e do Ordenamento do Território – APA, INAG, Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e Administrações das Regiões Hidrográficas (ARH), Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) e Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU). 60 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Com efeito, o apoio técnico prestado ao POVT pelas Autoridades Nacionais em matéria de ambiente, quer na fase de definição das condições de acesso e dos critérios de selecção presentes nos Regulamentos Específicos, quer na fase de apreciação das candidaturas e do cumprimento da legislação ambiental pelos projectos aprovados, tem constituído um aspecto muito relevante para que este Programa possa assegurar o cumprimento das regras ambientais e a avaliação do contributo de cada projecto para o cumprimento dos objectivos e metas ambientais nos diversos Eixos Prioritários e Domínios de Intervenção deste Programa. Este envolvimento das Autoridades Ambientais tem sido particularmente significativo nos seguintes Eixos e Domínios do POVT: Eixo II, no qual tem grande relevância a actuação do INAG, na sua qualidade de Autoridade Nacional da Água, no quadro do contrato de delegação de competências que constituiu este Instituto como Organismo Intermédio do POVT; Eixo III – Recuperação de Passivos Ambientas/ Reabilitação de Sítios e Solos Descontaminados e Eixo VIII, nos quais tem grande relevância a intervenção da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), na sua qualidade de, respectivamente, entidade competente em matéria de solos contaminados e de Autoridade Nacional de Resíduos; Eixo III – Recuperação de Passivos Ambientas/ Reabilitação de Áreas Degradadas Afectas à Indústria Extractiva, no qual tem grande relevância a Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), no âmbito da sua missão de concepção, promoção e avaliação das políticas relativas aos recursos geológicos, com responsabilidades na autorização dos referidos projectos de reabilitação. Com a preocupação de estabelecer um quadro regular de cooperação com as referidas Autoridades Ambientais, o POVT celebrou os seguintes Protocolos de colaboração técnica: Com a APA, a 2 de Junho de 2008, de visando a prestação de apoio técnico ao POVT, no âmbito da análise e acompanhamento das candidaturas a financiamento do Eixo III – Recuperação do passivo Ambiental – reabilitação de solos descontaminados e do Eixo VIII, que tem por objectivo da verificação da conformidade dos projectos candidatos com o previsto na estratégia definida no Documento Enquadrador elaborado pelo Grupo Passivos Ambientais e na estratégia de valorização orgânica de resíduos urbanos biodegradáveis, contida no PERSU II, com vista à redução de matéria orgânica depositada em aterro, a proposta de atribuição de mérito às candidaturas, bem como o acompanhamento da boa execução dos projectos aprovados; Com a DGEG, a 6 de Julho de 2009, visando a prestação de apoio técnico ao POVT, no âmbito da análise e acompanhamento das candidaturas a financiamento do Eixo III – Recuperação do passivo Ambiental – reabilitação de áreas degradadas afectas à indústria extractiva mineira, que tem por objectivo a avaliação do enquadramento dos projectos candidatos e a proposta de atribuição de mérito às candidaturas, bem como o acompanhamento da boa execução dos projectos aprovados. 61 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Tendo por especial preocupação assegurar que os projectos co-financiados no âmbito do POVT garantem o cumprimento da legislação comunitária e nacional em matéria de ambiente e que a Autoridade de Gestão do POVT recolhe as necessárias evidências ao longo da sua realização, a Autoridade de Gestão deste Programa definiu normas a observar neste âmbito contidas no seu Manual de Procedimentos (Nota Metodológica n.º 4) e elaborou uma Check-list de verificação do cumprimento da legislação comunitária e nacional em matéria de ambiente, a aplicar aos projectos co-financiados por este Programa, de modo a sistematizar o quadro das exigências legais aplicáveis, evidenciando a verificação do seu cumprimento, na qual são registadas as verificações efectuadas sobre cada operação, tendo em conta, designadamente os seguintes aspectos: licenças ambientais obrigatórias ou autorizações prévias para a fase em que se encontra a operação; Declaração de Impacto Ambiental (DIA) ou Declaração da entidade licenciadora ou competente para autorizar a operação que confirme a não sujeição a este regime para os projectos referidos no Anexo I e II do Decreto-Lei n.º 69/2000, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 197/2005; Parecer da Autoridade responsável pela gestão da Rede Natura 2000. Cabe referir que o próprio Regulamento Geral FEDER e Fundo de Coesão estabelece para as operações, como condição geral de admissão, o dever de cumprirem as disposições legais, nacionais e comunitárias, em matéria de licenciamentos ou autorizações prévias, aplicáveis ao arranque da operação, e estabelece, como condição geral de aceitação, o dever de verificarem a conformidade com a legislação nacional e comunitária que lhes seja aplicável, incluindo a legislação ambiental. Nos Regulamentos Específicos dos seus Eixos e Domínios de intervenção do POVT está previsto que a demonstração do grau adequado de maturidade das operações é comprovada pela publicação de procedimento concursal. Este requisito prende-se com a necessidade de salvaguardar a celeridade que é imposta à execução das operações pelas regras comunitárias, mas também que os processos de licenciamento ou autorização dos projectos de natureza material se encontrem concluídos ou praticamente finalizados aquando da fase de candidatura. Daí decorre que a demonstração do cumprimento da legislação sobre Ambiente, já tenha sido devidamente verificada pelas autoridades competentes. Na candidatura exige-se a apresentação dos documentos comprovativos dos licenciamentos ou autorizações exigíveis para a fase em que se encontra a operação. Cabe ainda referir que a AG procedeu, em tempo, ao levantamento exaustivo dos objectivos de conformidade subjacente ao cumprimento da legislação ambiental aplicável, tendo como ponto de partida a identificação da legislação comunitária ambiental relevante e da correspondente legislação nacional, do qual resultou um modelo de verificação do cumprimento da legislação ambiental, em aplicação pela Autoridade de Gestão e Organismos Intermédios, suportado em Check-lists e uma análise exaustiva nos Pareceres Técnicos, que 62 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território evidenciam a confirmação dos pontos críticos de cada projecto, que conta com o envolvimento dos vários intervenientes na Gestão, bem como das Autoridades Ambientais, como já foi referido. Na sequência de uma auditoria da Comissão Europeia e da Inspecção-Geral de Finanças ao cumprimento da legislação ambiental no contexto do Fundo de Coesão II, foi realizado um trabalho conjunto que envolveu a IGF, o IFDR e a Autoridade de Gestão do POVT, no sentido de aprofundar os procedimentos de controlo interno já implementados e a implementar, de forma a dar cumprimento às recomendações da IGF. A revisão dos procedimentos que foi proposta pela AG ao IFDR em Outubro de 2009, assenta nos seguintes pressupostos: Adopção da “Ficha de acompanhamento do cumprimento das regras ambientais” proposta pelo IFDR, a qual deverá ser actualizada ao longo da execução dos projectos e até ao seu encerramento, tendo como anexos quadros com indicação das componentes abrangidas por cláusulas restritivas e medidas de minimização e documentação relevante, nomeadamente licenças e/ou autorizações emitidas no âmbito do projecto; Elaboração de um Modelo de Acompanhamento, o qual deverá ser actualizado ao longo da execução dos projectos e até ao seu encerramento, tendo como base quadros com indicação das componentes abrangidas por cláusulas restritivas e medidas de minimização e documentação relevante, nomeadamente, licenças e/ou autorizações emitidas no âmbito do projecto. Este modelo constitui assim uma lista de pontos de controlo adaptados à realidade de cada projecto, cujo instrumento de trabalho deverá ser desenvolvido a partir de uma base tipológica comum devidamente estruturada e a definir com as Autoridades Ambientais; Criação de um modelo de apoio à decisão, baseado essencialmente na informação produzida pelas Autoridades Ambientais que permita à AG verificar a legalidade e regularidade das operações em matéria de cumprimento das obrigações ambientais, completada por acções de acompanhamento físico dos projectos que pelas suas características específicas se considerem necessárias. A AG do POVT tenciona implementar estes novos procedimentos em 2010, tendo apresentado uma proposta ao Ministro Coordenador da CMC do POVT para a criação de uma Unidade de Acompanhamento das Matérias Ambientais, a qual deverá pôr em prática os procedimentos propostos. Passamos por último a referir seguidamente as matérias de natureza ambiental que têm assumido maior relevância no POVT e as principais medidas adoptadas para garantir o cumprimento da legislação ambiental: O interesse nacional e comunitário de que se reveste o instrumento de AIA e as questões de Conservação da Natureza têm justificado uma atenção especial a este aspecto por parte do POVT. Assim, para os projectos abrangidos pelo regime jurídico de AIA é exigida a apresentação da Declaração de Impacte Ambiental (DIA), sendo que na maior parte das situações o enquadramento neste regime é claro pela consulta da legislação. 63 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Sempre que existem dúvidas sobre a sujeição ao regime de AIA é solicitada a apreciação da situação pela entidade licenciadora ou competente para a autorização do projecto. É de salientar que as alterações a projectos abrangidos pelo regime de AIA, merecem uma verificação cuidadosa para prevenir a hipótese de se tratar de uma alteração significativa – o que obriga por si só à abertura de um novo procedimento de AIA. Assim, no caso de se tratar de uma alteração significativa terá de ser apresentada a respectiva DIA e, nos restantes casos, deverá ser apresentada uma Declaração da Autoridade de AIA (APA, CCDR ou Outras entidades) que confirme que não se trata de uma alteração significativa. No que se refere à afectação pelas operações dos sítios da Rede Natura, é necessária a apresentação de parecer do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade. A Lei da Água e legislação complementar constituem enquadramento de referência para as operações do Ciclo Urbano da Água passíveis de apoio ao abrigo do Eixo II, surgindo com particular interesse a legislação relativa à qualidade da água destinada a consumo humano, a legislação relativa ao tratamento de águas residuais urbanas e o regime de utilização dos recursos hídricos. Nas operações de Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos enquadráveis no Eixo VIII é requerido o respeito pelo regime jurídico de gestão de resíduos, não só em matéria de licenciamento mas também na compatibilização das operações candidatas com os instrumentos de planeamento vigentes, nomeadamente o PERSU II. No caso dos Eixos II e VIII é verificado se as operações se incluem numa instalação abrangida pelo regime da Prevenção e Controlo Integrados de Poluição (PCIP), sendo que para o Eixo II esta verificação dirige-se apenas de operações no âmbito da ENEAPAI – Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-Pecuários e Agro-Industriais. Também aqui tem de se acautelar a hipótese de se tratar de uma alteração substancial, que induza a revisão da licença ambiental. Assim, no caso de se tratar de uma alteração substancial terá de ser apresentada a respectiva Licença Ambiental e, nos restantes casos, deverá ser apresentada uma declaração da Agência Portuguesa do Ambiente que comprove não se tratar de uma alteração substancial. Sempre que o projecto preveja medidas de integração ambiental (como auditoria ambiental, gestão ambiental ou acompanhamento ambiental específico), é solicitada a sua indicação no processo de candidatura. A instrução dos processos de candidatura respeitantes a Grandes Projectos segue também estas regras conforme ponto F. do respectivo formulário, relativo à Analise de Impacte Ambiental. 64 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 2.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver O ano de 2009 constituiu para o POVT o segundo ano completo de actividade, no qual se intensificaram muito as actividades de gestão, designadamente ao nível da apresentação de candidaturas, da aprovação de projectos e da execução financeira dos projectos aprovados. A par dos grandes avanços conseguidos em 2009 no que respeita à operacionalização do Programa, foi ainda possível completar no mesmo ano o Secretariado Técnico e ter o Sistema de Informação do Programa (SIPOVT) já operacional para a recepção e análise de candidaturas e pedidos de pagamento. Podemos pois caracterizar o ano de 2009 como o de plena operacionalização do Programa. O referido no parágrafo anterior não significa que não tenha sido um ano de grandes dificuldades, que foram sendo superadas ao longo do ano como daremos conta seguidamente. Uma das dificuldades que se fizeram sentir com particular relevância em 2009 teve a ver com a sobreposição de responsabilidades e de tarefas com que esta Autoridade de Gestão e o seu Secretariado Técnico foram confrontados ao longo de 2009, resultantes da responsabilidade pela gestão dos quatro Programas do QCA III que transitaram para a Autoridade de Gestão do POVT (POAT, POA, POC e PO Saúde) e do Fundo de Coesão II, numa fase de grande intensidade da sua execução financeira e das tarefas preparatórias de encerramento dos Programas do QCA III, nomeadamente a elaboração dos Relatórios Finais e da Declaração Final de Despesa, realização e resposta a auditorias, regularizações de situações pendentes e de registos em atraso. A sobreposição referida no parágrafo anterior limitou de forma considerável a afectação a tarefas de gestão do POVT de técnicos que tinham transitado dos Programas do QCA III mas que, durante o ano de 2009 ainda tiveram que desempenhar funções no âmbito desses Programas. Os efeitos desta situação foram sendo reduzidos ao longo do ano, sobretudo no 2.º semestre, mas são muito significativos ao nível global do ano, tendo limitado e condicionado a capacidade de resposta da Autoridade de Gestão e do Secretariado Técnico do POVT à forte expansão da procura, o que contribuiu em certa medida para o aumento dos períodos de análise das candidaturas. Outra das dificuldades que se fez sentir em 2009 foi o facto do processo de recrutamento de técnicos para completar a dotação total do Secretariado Técnico do POVT só ter sido concluído no final do primeiro trimestre 65 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território do ano, pelo que o início de funções dos novos técnicos apenas ocorreu em Abril de 2009, ao qual se seguiu a fase de aprendizagem e adaptação. É ainda de referir que a actividade operacional do POVT foi logo de início condicionada pelo elevado número de candidaturas que tinham sido apresentadas no final de 2008 e cuja análise transitou para 2009, cujo número total ascende a 256, ao qual acresceu um elevado número de candidaturas submetidas ao POVT ao longo de todo o ano de 2009, num total de 465 candidaturas, ao qual esta Autoridade de Gestão teve dificuldade em fazer face de modo a concluir a análise com a celeridade desejável. Acresceu ainda à dificuldade referida no parágrafo anterior a deficiente preparação pelos beneficiários dos elementos incluídos nas candidaturas e, em muitas situações, a constatação do não enquadramento nas condições de elegibilidade e nas tipologias de investimento elegíveis ao POVT, conduzindo a sucessivos períodos de completamento e revisão das candidaturas concedido aos beneficiários, a elevadas taxas de não admissibilidades e a um acentuado peso na realização de tarefas associadas à realização de audiências prévias dos interessados e à apreciação jurídica e técnica das respostas dos beneficiários. O ano de 2009 ficou positivamente marcado pelo forte impulso da execução financeira dos projectos aprovados, mas é de referir que esta evolução exigiu uma significativa afectação de recursos técnicos à realização das tarefas de verificação da regularidade dos procedimentos de contratação pública que foram particularmente exigentes num ano em que ainda foi necessário estabilizar as metodologias e os suportes de análise. É também de referir que o ano de 2009 foi ainda caracterizado por um elevado esforço em tarefas de formação do pessoal do Secretariado Técnico e Organismos Intermédios e estabilização de metodologias e de circuitos de informação, designadamente nas matérias que se prendem com a verificação da contratação pública, a utilização do Sistema de Informação do Programa, a instrução de Grandes Projectos, a Análise Custo benefício, a verificação dos Estudos de Viabilidade Económico Financeira e tratamento dos projectos geradores de receitas. O início de 2009 foi ainda marcado pela necessidade de revisão da Descrição do Sistema de Gestão e Controlo, cuja versão final data de Fevereiro de 2009, a qual foi aprovada pela Comissão Europeia em Abril do mesmo ano, data em que os procedimentos ficaram estabilizados. O Secretariado Técnico do POVT teve dificuldades ao longo do ano em dar resposta ao grande acréscimo das exigências em matéria de gestão, o que obrigou à aquisição de serviços especializados e para reforço das 66 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território capacidades técnicas do Programa, designadamente nas seguintes matérias: carregamento do histórico das candidaturas submetidas ao POVT na fase anterior à operacionalização dos projectos e organização dos respectivos dossiers; realização de acções de acompanhamento no local aos projectos aprovados que evidenciavam um nível de execução mais elevado (19); análise da conformidade dos procedimentos relativos a Parcerias Público Privadas e Contratos de concessão e a sua compatibilidade com o co-financiamento comunitário POVT e definição da metodologia a adoptar. As medidas adoptadas pela Autoridade de Gestão do POVT procuraram minimizar os efeitos das situações descritas anteriormente o que, a par de um enorme esforço realizado pelos elementos da Comissão directiva, Secretários Técnicos e demais Técnicos e pessoal do Secretariado Técnico do POVT, permitiram assegurar as tarefas de gestão que cabem a esta Autoridade, bem como cumprir as obrigações e atingir de forma satisfatória os objectivos de gestão fixados para 2009, e os quais se concentraram nas actividades operacionais do Programa: apreciação de candidaturas e correspondente aumento da taxa de compromisso e da taxa de realização financeira dos projectos aprovados e de execução do próprio Programa. São de destacar as seguintes medidas adoptadas pela Autoridade de Gestão do POVT no ano de 2009 para resolver e minimizar as dificuldades identificadas anteriormente: Afectação criteriosa dos recursos humanos transitados dos Programas do QCA III às tarefas inerentes a estes Programas e ao POVT, com base numa programação mensal das actividades e das maiores exigências decorrentes dos picos de trabalho verificados em cada Programa; Recurso a prestações de serviços externos para colmatar as insuficiências de recursos humanos registadas; Realização de um intenso número de acções de formação dos técnicos e dirigentes do POVT e dos Organismos Intermédios em domínios essenciais (contratação pública, sistemas de informação, análise económico – financeira de projectos, gestão de recursos humanos, etc.); Conclusão do Quadro regulamentar, normativo e organizativo e dos sistemas de gestão e controlo do Programa e sistematização dos circuitos internos e de relação com os Organismos Intermédios. Deve também ser mencionado que a Inspecção-Geral de Finanças, enquanto Autoridade de Auditoria, apresentou à Comissão Europeia, em Dezembro de 2009, os relatórios e pareceres anuais de auditoria, a que se referem as subalíneas i) e ii) da alínea d) do n.º 1 do artigo 62.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006, de 11 de Julho, relativos ao Sistema comum composto pelo POVT e Assistência Técnica FEDER, cujas conclusões foram as seguintes: 67 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território “Os relatórios e pareceres anuais de auditoria apresentados pela Inspecção-Geral de Finanças à Comissão Europeia, em cumprimento das normas regulamentares aplicáveis (n.º 1, alínea d), subalínea (i) do artigo 62.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006, do Conselho, e do n.º 2 do artigo 18.º do Regulamento (CE) n.º 1828/2006, da Comissão), elaborados com base nos resultados das auditorias realizadas, conduziram à emissão de opiniões, sem reservas por desacordo, no sentido de que os respectivos sistemas de gestão e controlo funcionaram de forma eficaz, de modo a dar garantias razoáveis de que as declarações de despesas apresentadas à Comissão são correctas e, consequentemente, de que as transacções subjacentes respeitam a legalidade e a regularidade em todos os aspectos materialmente relevantes.” É ainda de referir que a análise interna entretanto efectuada pela Comissão Europeia sobre aqueles relatórios e pareceres conduziu à aceitação dos mesmos. A referida informação foi apresentada à Comissão de Acompanhamento do POVT na sua 4.ª reunião realizada a 15 de Dezembro de 2009. Adicionalmente, a IGF apresentou em Novembro de 2009 o seu Relatório Final sobre o Sistema de Gestão e Controlo do POVT, no qual mencionou diversas recomendações à Autoridade de Gestão, as quais têm vindo a ser objecto de esclarecimento pela AG com vista à sua satisfação. No decurso da análise anual dos Programas Operacionais FEDER e Fundo de Coesão, realizada no Encontro Anual realizado em Évora, em Novembro de 2009, a Comissão Europeia apresentou às autoridades nacionais um conjunto de observações que constam das conclusões da referida reunião, às quais foi dada resposta, nos termos do n.º 2 do artigo 68.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006, sendo de referir os seguintes aspectos com relevância para o POVT: 1. O pedido de informação complementar indicado na carta da CE, na qual comunicou a aceitação do Relatório Anual de Execução do POVT referente a 2008, foi respondido pela AG deste Programa, através de carta enviada à CE em Novembro de 2009, tendo sido referidos os seguintes aspectos: a) Explicitação de resultados de parcerias criadas no âmbito do Programa, e estratégia a desenvolver nesta matéria tendo em vista novas sinergias e complementaridade de acções Neste ponto foram referidas as diversas formas de articulação instituídas no sentido de potenciar as complementaridades e sinergias existentes ou potenciais entre as operações a co-financiar no âmbito do POVT e dos Programas Operacionais Regionais e do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), nomeadamente através da criação e funcionamento dos Grupos de Articulação Temática (GAT) e foram indicadas outras formas de articulação já instituídas e que se pretendem reforçar no futuro. 68 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Foi referido que a mais importante forma de parceria instituída no Programa foi a que foi estabelecida com os Organismos Intermédios, dado que alguns destes Organismos Intermédios, como é o caso do INAG, da DGOTDU, do IDR e da DREPA são responsáveis pela implementação de políticas sectoriais ou regionais (no caso das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores), assegurando deste modo as sinergias necessárias à concretização de operações que contribuam para a estratégia definida para um determinado sector, como é o caso do PEAASAR II e da Política de Cidades, ou para uma determinada região, no caso, as regiões autónomas, através do reforço das valências técnicas na apreciação de candidaturas e de acompanhamento de projectos. Foi também referido que o POVT continua a desenvolver os mecanismos de cooperação com outras entidades que actuam no domínio da coordenação e da regulação em áreas abrangidas pelo Programa, tendo celebrado um protocolo de colaboração técnica com a Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) e com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para apoio na apreciação da valia técnica das operações no domínio da Recuperação de Passivos Ambientais e Infra-estruturas de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos. O POVT tem ainda contado com a colaboração da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR) para efeitos de consolidação dos mecanismos de apreciação e fixação tarifária no âmbito de concessões no domínio dos Sistemas de Abastecimento de Água e de Tratamento de Águas Residuais. Foi ainda referida a realização de reuniões periódicas entre a Autoridade de Gestão do POVT e as Autoridades de Gestão dos Programas Operacionais Regionais e do PRODER no âmbito dos GAT, para apreciação do mérito de projectos apresentados ao POVT em domínios horizontais, e outras reuniões pontuais com as Autoridades de Gestão dos POR, por iniciativa de ambas as partes, nomeadamente para troca de informações sobre a possibilidade de enquadramento de candidaturas apresentadas e experiências relativas a outras matérias técnicas comuns. Foi indicada a intenção da AG do POVT vir a propor um modelo de articulação mais estruturado e regular com os Programas Operacionais Regionais (POR) e com a Autoridade de Gestão do PRODER. b) Complementaridade com outros instrumentos financeiros e programas da União Europeia, nomeadamente sobre a forma como a coordenação com o FEADER e o BEI é assegurada, visando a delimitação clara de competências e de âmbitos de intervenção 69 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território No caso do FEADER, esta articulação é garantida no âmbito do Eixo Prioritário VI – Investimentos Estruturantes do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva, na medida em que aquele Fundo financia a conclusão da rede secundária de rega. Tendo em conta as complementaridades existentes, um dos critérios de selecção das candidaturas do Eixo VI respeita à complementaridade entre acções co-financiadas pelo FEDER através do POVT e pelo FEADER, a apreciar em Grupo de Articulação Temática (GAT), que integra um representante da Autoridade de Gestão do PRODER. Foi referida a integração no Relatório Anual de Execução do POVT de 2009, de informação actualizada sobre a complementaridade existente entre os projectos financiados pelo POVT e pelo PRODER, para a conclusão do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva, o que consta do Ponto 2.6.1. e do capítulo 3.6. do presente Relatório. No que respeita aos projectos com financiamento do BEI, o POVT dispõe dessa informação nos processos de candidatura, prevendo-se também vir a estabelecer com o representante daquela entidade na Comissão de Acompanhamento deste Programa uma forma de articulação e de transmissão de informação mais próxima e directa. 2. Deverão os “valores-objectivo” dos indicadores comuns comunitários (core indicators) ser quantificados no mais breve prazo de tempo. Neste ponto o Observatório do QREN referiu ter assumido já o desenvolvimento dos trabalhos tendentes à quantificação dos referidos “valores-objectivo”, encontrando-se em curso a sua definição, o que está a ser concretizado no primeiro semestre de 2010. 3. No que diz respeito à avaliação, será necessário terminar, com a máxima brevidade, o exercício de balanço da aplicação sobre o terreno dos critérios de selecção, tal como foi acordado aquando das reuniões das Comissões de Acompanhamento. Neste ponto foi referido que a avaliação dos critérios de selecção está coberta pelas avaliações previstas no Plano de Avaliação do QREN e de cada PO, designadamente a que respeita aos Regulamentos Específicos dos diversos Programas do QREN e a que respeita à Avaliação da Operacionalização de cada Programa, as quais foram iniciadas em 2009 e estão em fase de conclusão até ao final do 1.º semestre de 2010 e cujos resultados serão apresentados nas Comissões de Acompanhamento dos Programas, a realizar em 2010. 70 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Foi ainda referido que, caso dos resultados das referidas avaliações resultem conclusões que tendam para a alteração dos critérios de selecção aprovados, a proposta que a Autoridade de Gestão entender de adoptar será apresentada para apreciação da Comissão de Acompanhamento. Por último é de referir que não foi mencionada no referido Encontro Anual mais nenhuma observação respeitante a matérias específicas que tenham relevância no POVT. 71 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 2.4 Mudanças no contexto da execução do Programa Operacional O ano de 2009 ficou marcado pelo contexto de crise financeira e económica internacional que se reflectiu em todos os domínios e sectores e à qual as Autoridades Comunitárias e Nacionais procuraram responder, identificando no QREN e nos Programas Operacionais o possível contributo e as medidas de resposta à crise, a implementar a nível comunitário e nacional, designadamente no âmbito da Política de Coesão, ainda que tendo em conta as suas limitações de impactes a curto, médio e longo prazo e a sua característica intrínseca de política estrutural. Neste contexto, no Conselho Europeu de Dezembro de 2008, para além das medidas destinadas ao restabelecimento do bom funcionamento do sistema financeiro, foi acordado um plano de relançamento da economia europeia, que incluiu um conjunto integrado de medidas de entre as quais se salientam as seguintes, pela sua maior relevância com o QREN/ POVT: Aumento de intervenções do BEI em 2009/ 2010; Simplificação dos procedimentos e aceleração da implementação dos programas financiados pelo Fundo de Coesão e pelos Fundos Estruturais, tendo em vista o reforço dos investimentos em matéria de infra-estruturas; Recurso, em 2009 e 2010, aos procedimentos acelerados previstos nas directivas relativas aos contratos públicos. A estratégia do governo português de combate à crise, espelhada na Iniciativa para o Investimento e o Emprego (IIE) que foi adoptada na sequência da aprovação da estratégia comunitária para o mesmo efeito, passou, nomeadamente, pela aposta na aceleração do investimento público e no apoio ao investimento privado. No que respeita aos domínios de intervenção do POVT, os fundos comunitários desempenham uma função de grande relevo na concretização desta estratégia nacional de resposta à crise, através do apoio ao investimento público e privado, a cargo da administração central e local e do sector empresarial nacional e local, bem como de entidades privadas sem fins lucrativos ou entidades privadas concessionárias de serviços públicos. Para a prossecução da referida estratégia, foram implementadas em 2009 diversas medidas, quer no plano comunitário quer no plano nacional, destacando seguidamente aquelas que mais se prendem com o POVT: 72 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território a) Reforço do pré-financiamento dos Fundos Estruturais aos Estados Membros no âmbito dos Programas Operacionais da Política de Coesão, através do pagamento de uma fracção adicional em 2009 de 2,5% da participação do FEDER no Programa; b) Possibilidade de serem certificadas despesas validadas pela Autoridade de Gestão relativas a Grandes Projectos ainda não aprovados pela Comissão Europeia, desde que os mesmos tenham sido objecto de notificação à CE; c) Flexibilização do cumprimento do pacto de estabilidade e crescimento, justificada pelo contexto de crise, associada à aposta no reforço/aceleração do investimento público, como elemento central de resposta à crise, permitindo maior margem de manobra para se assegurar a contrapartida pública nacional; d) Alteração da legislação sobre contratação pública para permitir, em 2009 e 2010, a adopção de procedimentos acelerados de contratação pública (de 87 para 30 dias) para algumas tipologias de intervenção; e) Intensificação do Programa de Modernização das Escolas com Ensino Secundário e o lançamento de um novo programa de recuperação e modernização das escolas do ensino básico, que passou a abranger as escolas com 2.º e 3.º ciclo, cujos projectos foram aprovados no âmbito do POVT. As referidas medidas tiveram um significativo impacte no POVT, sendo de referir os seguintes aspectos: A taxa de compromisso com projectos aprovados aumentou de forma muito significativa, em parte pelo efeito dos Grandes Projectos com decisão favorável de financiamento da Autoridade de Gestão e que passaram a ser considerados para o efeito, antes da aprovação pela Comissão Europeia; O Eixo IX do POVT registou um grande acréscimo na taxa de aprovação e de execução financeira em resultado da relevância acrescida às intervenções relativas ao Programa de Modernização do Parque Escolar e Programa de Modernização das Escolas do Ensino Básico (2.º e 3.º ciclo). Acresce que a sobreposição temporal verificada em 2009 com a fase final de execução dos projectos cofinanciados pelos Programas do QCA III e a intensificação da execução do Fundo de Coesão II, com reflexo nas áreas dos transportes e ambiente, tiveram, no contexto de limitações orçamentais que continuou a caracterizar o ano de 2009, um efeito limitativo no crescimento do nível de execução financeira dos projectos aprovados no POVT, o qual foi mais significativo nos Eixos II, III, VI e VIII. É ainda de referir a manutenção da necessidade de aprovar projectos com um baixo nível de maturidade, uma vez que essa aprovação é um requisito indispensável para a segurança da disponibilização de recursos orçamentais que permitam a viabilização da execução do projecto e a obtenção de visto do tribunal de Contas 73 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território (TC) nos respectivos contratos. É de salientar que a necessidade de aprovar projectos com baixo nível de maturidade tem uma consequência negativa no baixo nível de execução financeira dos projectos. Verificou-se ainda em 2009 um apelo crescente à disponibilização de adiantamentos de fundos comunitários às entidades beneficiárias, tendo sido incluídos na revisão do Regulamento Geral FEDER e Fundo de Coesão, aprovada pelo Ministro Coordenador da CMC do QREN, novos regimes de adiantamento às entidades beneficiárias, o qual teve por objectivo contribuir para uma maior aceleração dos níveis de realização financeira dos projectos aprovados no âmbito do QREN. No caso do POVT o aspecto referido no parágrafo anterior não teve grande relevância, tendo sido mantida a prevalência do regime de adiantamento contra a apresentação de facturas e posterior regularização pela apresentação de documentos de quitação, o qual se revelou adequado à disponibilização da necessária liquidez. Esta questão veio a ganhar acrescida nova relevância no final de 2009 e início de 2010, com a identificação de domínios para os quais foram solicitados pelos beneficiários novos regimes de adiantamento que contribuam para a aceleração da execução dos projectos, sobretudo no caso de entidades que têm um elevado programa de investimentos a realizar até 2015, como é o caso da EDIA (Eixo VI), da Parque Escolar (Eixo IX) e da REFER (Eixo I). 2.5 Alteração substancial na acepção do artigo 57º do Regulamento (CE) nº 1083/2006 Não foi verificada qualquer alteração substancial ocorrida ao nível das operações que tenha afectado a sua natureza ou as suas condições de execução ou tenha proporcionado uma vantagem indevida a uma empresa ou a um organismo público em resultado quer, de uma mudança na natureza da propriedade de uma infraestrutura, quer da cessação de uma actividade produtiva. 74 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 2.6 Complementaridade 2.6.1 Complementaridade com outros instrumentos A organização operacional do QREN em agendas temáticas visa, entre outros objectivos, reforçar a coerência e a complementaridade das intervenções co-financiadas no âmbito do POVT e os demais instrumentos de financiamento comunitário, designadamente os Programas Operacionais Regionais (POR) e o Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER). Assim, considerando as complementaridades externas existentes em diversos domínios do POVT, foram desenvolvidos trabalhos no âmbito dos respectivos Grupos de Articulação Temática (GAT) que se encontram previstos nos Regulamentos Específicos dos Eixos / Domínios de Intervenção onde essa complementaridade é mais relevante, no sentido de maximizar a apreciação das candidaturas, em termos da complementaridade e das sinergias existentes ou potenciais entre as operações a co-financiar no âmbito do POVT e dos referidos Programas, nos seguintes Domínios: Eixo III – Combate à Erosão e Defesa Costeira; Eixo III – Recuperação do Passivo Ambiental; Eixo VI – Investimentos Estruturantes do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva; Eixo IX – Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional – Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos. Cada um dos GAT integra representantes da Autoridade de Gestão do POVT e dos referidos Programas Operacionais, bem como das entidades que tutelam e coordenam os respectivos sectores. Passamos a apresentar seguidamente uma síntese das principais actividades desenvolvidas no âmbito dos referidos GAT em 2009. Combate à Erosão e Defesa Costeira No ano de 2009 não ocorreu nenhuma reunião neste domínio, tendo a apreciação das candidaturas sido realizada através de procedimentos de consulta escrita às entidades que constituem este GAT. Recuperação do Passivo Ambiental 75 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Foi aprovado o Regulamento Interno deste GAT na reunião ordinária do GAT realizada no dia 16 de Julho de 2009, entrando imediatamente em vigor. Nesta reunião, foram ainda temas a apreciação da complementaridade das candidaturas com acções co-financiadas por outros instrumentos financeiros e proposta de pontuação a considerar para efeito da determinação do mérito das candidaturas, bem como a discussão do calendário de abertura de próximos períodos de apresentação de candidaturas. Investimentos Estruturantes do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva No decurso do ano de 2009 foi realizada uma reunião deste GAT, com o objectivo de apreciação do critério de selecção a “complementaridade da operação com as intervenções realizadas ou a realizar com o apoio do FEADER”, de modo a permitir a interligação entre as redes primária e secundária e consequente operacionalização da rede secundária de rega, no âmbito da selecção das seguintes operações: Ligação Pisão – Roxo (Grande Projecto); Adutor Brinches-Enxoé (Grande Projecto); Adutor de Pedrógão e Reservatório da Orada – Margem Esquerda. O GAT pronunciou-se favoravelmente, tendo considerado que o contributo das referidas operações para a complementaridade entre a rede primária e a rede secundária é Extremamente Significativo, pelo que atribuiu a pontuação de 5 a cada uma das candidaturas. Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos Foi realizada em Maio de 2009 uma reunião do GAT relativo às Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos, que integra representantes das CCDR das Regiões Convergência e representante do Instituto do Desporto de Portugal, IP (IDP), para além do representante da Autoridade de Gestão do POVT. Nesta reunião foi apreciado o critério de selecção: “Evidenciar a boa articulação e complementaridade com os equipamentos e infra-estruturas existentes ou em fase de criação, nomeadamente com os que são financiados por outros instrumentos de financiamento, nacionais e comunitários”, relativamente às candidaturas submetidas ao POVT neste domínio. 76 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 2.6.2 Instrumentos de engenheira financeira – JEREMIE E JESSICA Foram dados em 2009 passos significativos para a implementação em Portugal da iniciativa JESSICA, com a conclusão das fases preparatórias que incluíram o estudo de avaliação e realização de diversas actividades promocionais e sessões de informação, foi assinado em 20 de Julho de 2009 o Protocolo com o Banco Europeu de Investimento (BEI), visando a constituição do Fundo de Participações JESSICA. A participação do POVT no Acordo de Financiamento (Funding Agreement), com uma contribuição de 30 Milhões de FEDER proveniente do Eixo IX – Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional, foi proposta pelo Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional e aprovada pela Autoridade de Gestão e confirmada pela CMC do POVT, através de deliberação tomada em de 19 de Julho de 2009. Esta participação do POVT no Fundo JESSICA encontra plena justificação e enquadramento nos diversos domínios do Eixo IX, o qual visa o Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional, designadamente no que se refere às “Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano” e aos “Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional”. Os aspectos mais relevantes a destacar do referido Acordo de Financiamento são os seguintes: a) Objecto: Constituição de um Fundo de Participações (Holding Fund) destinado à implementação da iniciativa JESSICA em Portugal e a ser gerido pelo BEI, com um financiamento global de 130 Milhões de euros, resultantes das contribuições das entidades participantes: POVT: 30 Milhões de euros (FEDER); POR Norte: 30 Milhões de euros (FEDER); POR Centro: 20 Milhões de euros (FEDER); POR Lisboa: 5 Milhões de euros (FEDER); POR Alentejo: 10 Milhões de euros (FEDER); POR Algarve: 5 Milhões de euros (FEDER); Direcção-Geral do Tesouro e Finanças: 30 Milhões de euros (Contrapartida Nacional). b) Estratégia de investimento: O Fundo de Participações JESSICA visa permitir o investimento em Fundos de Desenvolvimento Urbano, destinados a apoiar projectos que tenham por fim objectivos de regeneração e de desenvolvimento urbano e aumento da competitividade das cidades, que criem oportunidades para a criação de novas formas de parceria público privada e que contribuam para soluções inovadoras e sustentáveis para os problemas urbanos. 77 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território c) Áreas de intervenção dos investimentos: O Fundo de Participações JESSICA poderá investir em projectos integrados de renovação e desenvolvimento urbano que se inscrevam nos objectivos e prioridades da “Política de Cidades”, podendo incluir iniciativas em áreas urbanas que visem o desenvolvimento de infra-estruturas sociais e colectivas, estruturas de apoio ao empreendedorismo e desenvolvimento de indústrias criativas, melhoria da mobilidade, melhoria da gestão e eficiência energética, aumento dos uso de energias renováveis, reconversão de edifícios e de áreas industriais degradadas, melhoria da gestão de resíduos sólidos urbanos. d) Formas de investimento: O Fundo de Participações JESSICA poderá ser investido em diferentes Fundos de Desenvolvimento Urbano permitidos pelos Regulamentos comunitários, os quais podem assumir a forma de capital, empréstimos e garantias. e) Elegibilidade territorial: O Fundo de Participações JESSICA só poderá investir em operações localizadas no território continental, de acordo com a elegibilidade territorial de aplicação do respectivo Programa Operacional, o que exige a comprovação de que a participação de cada Programa Operacional foi efectivamente usada para operações na respectiva área territorial de intervenção e nas tipologias de intervenção elegíveis. No caso do POVT, as regiões elegíveis para o efeito são a Região Norte, Centro e Alentejo. f) Gestão do Fundo de Participações JESSICA: A gestão do Fundo cabe ao BEI, o que inclui as seguintes actividades principais: desenvolvimento da estratégia de investimento prevista no Acordo de Financiamento; definição de critérios e metodologias de selecção dos Fundos de Desenvolvimento Urbano (FDU) a constituir com o apoio do Fundo de participações; lançamento e realização dos processos de selecção dos FDU; Apresentação de propostas de selecção de FDU ao Comité de Investimento; Monitorização e controlo das operações e elaboração de Relatórios a apresentar ao Comité de Investimento. O Comité de Investimento da Iniciativa JESSICA em Portugal é constituído por sete membros, designados por cada uma das entidades participantes no Fundo de Investimento JESSICA (Presidentes da Comissão Directiva de cada um dos Programas Operacionais e representante nomeado pela DGTF). A primeira reunião deste Órgão teve lugar em 26 de Janeiro de 2010, tendo nela participado o Coordenador Nacional da Iniciativa (Presidente da CCDR – Centro) e todos os seus restantes membros, na qual foi eleito o Presidente deste Comité (Presidente da CCDR – Norte) e aprovadas as Regras Internas de Procedimentos e Código de Conduta. Para além da constituição do Fundo de Investimento JESSICA, foram ainda realizadas em 2009 diversas acções visando a plena operacionalização da iniciativa JESSICA em Portugal, designadamente reuniões de trabalho entre as entidades subscritoras nacionais do Fundo JESSICA e representantes do IFDR, do MAOTDR e do BEI, para discussão técnica de matérias relacionadas com a implementação da Iniciativa JESSICA em Portugal. 78 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Embora o calendário de entregas previsto no artigo 6.º do Acordo de Financiamento previsse duas entregas de Fundos ao BEI em 2009, as mesmas não foram realizadas, uma vez que não estão ainda reunidas as seguintes condições: 1. Elaboração e aprovação dos critérios de selecção dos Fundos de Desenvolvimento Urbano pela Comissão de Acompanhamento do respectivo PO, nos termos do artigo 56.º do Reg. (CE) n.º 1083/2006; 2. Elaboração de normas e procedimentos gerais a aplicar pelos diversos Programas do QREN para efeitos de aprovação, registo e monitorização de operações aprovadas neste domínio e validação / certificação da respectiva despesa; A intervenção do BEI na gestão do Fundo de Investimento JESSICA e na sua operacionalização, incluindo a divulgação deste instrumento financeiro, a selecção de Fundos de Desenvolvimento Urbano e o acompanhamento da execução das operações co-financiadas, está prevista no Acordo de Financiamento, devendo o BEI criar um Gabinete em Portugal específico para o efeito. Está ainda previsto que os serviços prestados pelo BEI neste âmbito sejam remunerados e todos os custos suportados por aquele Banco com as actividades de gestão do Fundo sejam cobertos por verbas do referido Fundo a título de “encargos de gestão”, cuja estimativa deverá constar de orçamento anual e o apuramento anual deverá constar de relatório de gestão a aprovar anualmente pelo Comité de Investimento, não podendo ultrapassar os limites fixados no Apêndice H do Acordo de Financiamento. O BEI apresentou já às autoridades participantes no Fundo JESSICA o Relatório de Progresso anual referente a 2009, no qual dá conta das actividades realizadas, dos problemas identificados e dos progressos realizados com a implementação da Iniciativa JESSICA em Portugal. Os encargos de gestão apurados pelo BEI relativos a 2009 ascendem a € 5.851.335,00, o qual não foi ainda ressarcido pelo facto de ainda não terem sido efectuadas entregas de fundos por nenhuma das entidades participantes, conforme já foi referido. No referido relatório de 2009 do BEI é indicada a previsão de lançamento do primeiro processo de selecção de Fundos de Desenvolvimento Urbano em 2010, com um montante de fundos de € 124,148.665,00 (resultante do montante total das contribuições dos Fundos: € 130.000.000,00, abatido dos encargos de gestão do BEI relativos a 2009). 79 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 2.7 Acompanhamento e Avaliação 2.7.1 Autoridade de Gestão Apresenta-se seguidamente a informação relativa aos principais aspectos da actividade desenvolvida pela Autoridade de Gestão do POVT em 2009. Sobre esta matéria inclui-se no Anexo XII deste Relatório a identificação das principais deliberações da Comissão Directiva. 1. Completamento do quadro regulamentar do Programa e revisão de algumas normas internas no sentido de implementar boas práticas de gestão, tendo em conta o elevado número de candidaturas recebidas e a necessidade de acelerar e tornar mais eficiente o processo de análise de candidaturas e de decisão, para permitir uma maior dinâmica na sua execução. Neste âmbito serão de referir as seguintes medidas adoptadas: a) Completamento e revisão das check-lists relativas à verificação da contratação pública, para adaptação às alterações legislativas entretanto aprovadas (Decreto Lei n.º 34/2009, 6 de Fev.) e adopção de um modelo de preenchimento flexível e gradual para os procedimentos ainda não concluídos na fase de candidatura, na qual apenas são verificados os aspectos essenciais do procedimento e só após a sua conclusão o referido check-list é completado, antes da submissão de pedidos de pagamento pelo beneficiário; b) Elaboração de orientações técnicas sobre matérias diversas divulgadas internamente e junto dos Organismos Intermédios, bem como a realização de reuniões técnicas e acções de formação destinadas ao bom exercício das funções delegadas, nomeadamente nos domínios da contratação pública e da aplicação das tabelas de correcção financeira às irregularidades detectadas, da utilização do sistema de informação, das nomenclaturas de categorização adoptadas, entre outros; c) Definição da possibilidade de abertura do Sistema de Informação do POVT (SIPOVT) para a introdução pelos beneficiários de correcções e completamentos das candidaturas submetidas, durante um determinado prazo e condições fixadas caso e a caso. d) Elaboração de documentos técnicos de orientação aos beneficiários do POVT sobre a apresentação das candidaturas e apuramento do co-financiamento que respeita ao Eixo II, na sequência do Despacho nº 5/2009 do MAOTDR. e) Elaboração de propostas de criação e de Regulamentos Específicos do POVT em que tal se verificou necessário. 80 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 2. Conclusão do processo de estruturação e de organização do Secretariado Técnico do POVT, que integrou as seguintes medidas: a) Conclusão do processo de recrutamento dos técnicos para ocupar as vagas existentes, num total de 18 técnicos superiores, os quais entraram ao serviço em Abril de 2009; alteração da estrutura do Secretariado Técnico do POVT, no sentido de aumentar a dotação máxima de técnicos superiores do Programa, passando de 53 para 54, tendo como contrapartida a redução de assistentes operacionais, que passaram de 4 para 3, através da aprovação de uma alteração ao Anexo III da RCM n.º 25/2008, de 13 de Fevereiro, aprovada pela RCM n.º 74/2009, de 30 de Julho; b) Definição de critérios de harmonização salarial do pessoal transitado dos Programas do QCA III e do Fundo de Coesão II para o POVT, tendo em conta a disparidade verificada no enquadramento da sua situação remuneratória nos contratos celebrados com os diversos gestores dos Programas do QCA III. Os referidos critérios foram propostos ao Ministro coordenador da CMC do POVT (MOPTC) e ao Ministro coordenador do QREN (MAOTDR) os quais concordaram com os mesmos e remeteram a decisão sobre a matéria para a Comissão Directiva do POVT, que deliberou de forma fundamentada e baseada em parecer Jurídico sobre a matéria, em 19 de Novembro de 2009. A referida harmonização salarial teve efeitos à data de transição do pessoal para o POVT (1-Janeiro-2009). c) Elaboração do Regulamento de Horário de Trabalho, o qual foi sujeito à apreciação das organizações sindicais; d) Adopção de um quadro evolutivo flexível e gradual de transição efectiva dos técnicos das Estruturas de Apoio Técnico dos Programas do QCA III para o Secretariado Técnico do POVT, ao longo do ano de 2009 e de acordo as possibilidades que a redução de tarefas de gestão dos PO do QCA III permitiram ao longo do ano; e) Implementação do Sistema de Gestão por objectivos definido pela CMC do QREN na sua deliberação de 17-Abril-2009, para todos os Programas do QREN, baseado num sistema de gestão por objectivos e avaliação de mérito, assente na celebração de Contrato de Gestão entre o Ministro Coordenador da CMC, do Programa e os membros da Comissão Directiva e na fixação de objectivos estabelecidos ao Secretariado Técnico de Unidade Orgânica do Programa. Este sistema global fixado para o QREN foi completado no POVT com a adopção do SIADAP 2 e 3 aos Chefes de equipa temporária e demais pessoal do POVT. No âmbito deste Sistema foi celebrado em 15-Out-2009 o Contrato de Gestão com os membros da Comissão Directiva do POVT, no qual foram estabelecidos objectivos e metas a atingir anualmente e até ao final do período de execução do Programa. Foram ainda estabelecidos objectivos para 2009 a cada um dos Secretários Técnicos do POVT, os quais foram propostos pela Comissão Directiva e aprovados pelo Ministro Coordenador da CMC. A Comissão Directiva deliberou ainda iniciar em 2009 a implementação do SIADAP 2 e 3 a todo o pessoal do POVT, nos termos da legislação em vigor. 81 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território f) Aprovação pela Gestora do Código de Conduta Profissional do POVT, o qual concretiza um conjunto de regras que devem estar subjacentes a um desempenho profissional ético dos trabalhados do POVT, tanto internamente como no contacto com as entidades com que se relacionam. g) Revisão do processo de decisão de financiamento aplicável aos Grandes Projectos (GP), em conformidade com o Regulamento (CE) n.º 284/2009, do Conselho, de 7 de Abril, que veio introduzir alterações ao Regulamento (CE) n.º 1083/2006, de 11 de Julho, passando a permitir a apresentação à Comissão Europeia de declaração de despesas relativas a Grandes Projectos (GP) ainda não adoptados pela Comissão Europeia, e em consonância com a Circular do IFDR n.º 4/2009, de 13 de Julho, na qual foi prevista a possibilidade de as despesas relativas a um GP ainda não aprovado pela Comissão Europeia, serem incluídas num pedido de certificação de despesas, desde que o mesmo tenha sido notificado à Comissão e formalizada a decisão de financiamento através de contrato escrito. Este novo enquadramento legal veio a ser muito relevante para o POVT, dado que passou a permitir que os GP com Decisão favorável de Financiamento pela AG e confirmação da CMC tenham passado a constar como projectos aprovados, podendo ser registada a sua execução financeira (validação de despesa), ficando no entanto a sua certificação à Comissão Europeia e pagamento aos beneficiários condicionada à notificação desses GP à Comissão Europeia3. Esta medida permitiu um grande impulso na taxa de compromisso com projectos aprovados e na taxa de execução financeira do POVT em 2009. 3. Adopção de um Plano de Acompanhamento de projectos a realizar em 2009 pela AG, que incluiu a realização de verificações no local a uma amostra de 19 operações aprovadas no âmbito deste Programa, nos termos do n.º 3 do artigo 103.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006. Para a selecção das operações a serem objecto de acompanhamento em 2009 foram adoptados os seguintes critérios: Grandes Projectos com Decisão Favorável de Financiamento adoptada pela AG e confirmada pela CMC, notificados à Comissão Europeia e já com execução financeira registada; Outras operações com execução financeira acumulada à data de 30-Set-2009 superior a 50% do financiamento comunitário total aprovado; Projectos de Assistência Técnica com execução financeira naquela data e concluídos ou em vias de conclusão em 2009. Estas acções de acompanhamento foram realizadas no final do ano de 2009 e início de 2010 por uma empresa externa de auditoria. Para além destas acções de acompanhamento, foram ainda realizadas acções de acompanhamento pelos Organismos Intermédios do POVT (IDR, DREPA, EMGFC-MAI, DGOTDU e INAG) nos termos dos respectivos contratos de delegação de competências. O número total de operações apoiadas pelo POVT que foram objecto de Acções de acompanhamento no local em 2009 ascendeu a 26%, o que é já 3 Já em 2010 foi alargada pela AG a possibilidade de efectuar pagamentos aos beneficiários antes da notificação à CE, mantendo-se a impossibilidade de certificação das despesas antes da referida notificação. 82 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território significativo, por ter sido o primeiro ano em que foram realizadas. Estão identificados no Anexo XIII as acções de acompanhamento realizadas em 2009; 4. Reunião técnica realizada com a Comissão Europeia em 22 de Junho de 2009, destinada à apresentação e discussão das seguintes matérias técnicas relevantes para este Programa: - Apresentação de estudos técnicos e uma proposta de metodologia a adoptar no que respeita às operações a realizar no modelo de Parceria Público Privada, para garantir a compatibilidade com os regulamentos comunitários e legislação nacional aplicáveis para efeitos de financiamento comunitário; - Ponto de situação da apresentação e apreciação das candidaturas relativas a Grandes Projectos já apresentados ao POVT e que se prevêem submeter à Comissão Europeia; - Indicação dos procedimentos adoptados pela AG do POVT para a avaliação da pertinência das candidaturas apresentadas ao domínio de intervenção “Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos” para o Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional, tendo por objectivo esclarecer o representante da Comissão Europeia face às dúvidas que tinham sido colocadas sobre esta matéria na 2.ª reunião da Comissão de Acompanhamento do POVT realizada em Junho de 2008. 5. Participação da AG do POVT em diversas reuniões globais de monitorização da implementação do QREN: ENCONTRO ESTRATÉGICO NACIONAL – QREN 2007-2013, realizado a 3 de Dezembro de 2009, em Sintra. Este encontro, de carácter iminentemente estratégico, teve como objectivo o estabelecimento de um palco de debate entre as Autoridades de Coordenação e de Gestão Nacionais e a Comissão Europeia, e realizou-se ao abrigo de disposições nacionais, designadamente inscritas no Regulamento da CTC QREN. Foram abordados os traços gerais do balanço do primeiro período de execução efectiva do QREN e efectuada uma apreciação de conjunto sobre a aplicação dos Fundos em Portugal. 6. Realização de acções de supervisão das tarefas delegadas nos Organismos Intermédios do POVT, realizadas pela Unidade de Auditoria Interna, com o objectivo de verificar e confirmar a boa execução das tarefas delegadas. A realização destas acções esteve desde o início prevista, tendo sido também objecto de recomendação da IGF no seu Relatório de Auditoria ao Sistema de Gestão e Controlo do POVT. Assim, tais acções de supervisão foram iniciadas em 2009, tendo abrangido a EMGFC do MAI e o IDR, prevendo-se concluir este processo em 2010. 83 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 2.7.2 I. Síntese das Acções de Acompanhamento e Controlo Acções de Controlo Interno Acções de Controlo de Supervisão aos Organismos Intermédios Visando confirmar a correcta implementação e a fiabilidade dos sistemas de gestão e controlo adoptados pelos Organismos Intermédios (OI) na análise das operações, conforme o modelo descrito no Anexo XII do Regulamento n.º 1828/2006, foi elaborado em Outubro de 2009, pela Unidade de Auditoria Interna, o plano de supervisão dos OI para 2009/2010. Como objectivo último destas auditorias pretendeu-se confirmar: 1 - O nível de confiança associado às actividades de gestão delegadas nos OI, verificando se estes estão a agir em conformidade com o sistema de gestão e controlo descrito, de modo a poder emitir uma opinião sobre a correcta implementação dos procedimentos. 2 - A realidade, regularidade e legalidade das operações co-financiadas, através de verificações físicas e financeiras realizadas junto dos beneficiários e comparar com o descrito nos processos de gestão implementados no OI, 3 - Contribuir para a monitorização do sistema de controlo interno, propondo procedimentos de salvaguarda da legalidade, regularidade e melhoria do desempenho do modelo de gestão, assim como desencadeando medidas correctivas sempre que se justifiquem. O planeamento da supervisão previa para 2009 a realização de auditorias de sistemas, temáticas e de operações incidentes nos processos desenvolvidos pelos OI, nomeadamente à Estrutura de Missão e Gestão de Fundos Comunitários do Ministério da Administração Interna (EMGFC), ao Instituto do Desenvolvimento Regional da Região Autónoma da Madeira (IDR) e ao Instituto Nacional da Água (INAG). Quanto à DirecçãoGeral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU) e Direcção Regional de Economia e Planeamento da Região Autónoma dos Açores (DREPA), equacionou-se a sua realização somente para 2010, após a apresentação de execução financeira por parte dos respectivos beneficiários de modo a que fosse possível percorrer todas as fases de análise das operações e da respectiva execução e confirmar a fiabilidade do SGC, bem como a correcta realização das operações. O planeamento de 2009 esteve demasiado exposto a factores externos sem que tivessem sido criados períodos de salvaguarda, pelo que após a realização da primeira acção de verificação na EMGFC, foi apresentado um novo planeamento que entrou em linha de conta com a experiência adquirida no âmbito da referida acção. 84 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Neste contexto em 2009, a Unidade de Auditoria procedeu apenas à supervisão do Organismo Intermédio, Estrutura de Missão e Gestão de Fundos Comunitários (EMGFC), tendo sido emitidos os seguintes relatórios: Relatório Descrição Inquérito ao Exercício de competências delegadas na EMGFC- Operação POVT- 01/2009 03-0335-FCOES-000009- Estudo do Risco Sísmico e Tsunami do Algarve – Autoridade Nacional Protecção Civil Inquérito ao Exercício de competências delegadas na EMGFC- Operação POVT- 02/2009 03-0335-FCOES-000020 - Reforço e qualificação da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Pontinha Inquérito ao Exercício de competências delegadas na EMGFC- Operação POVT- 03/2009 03-0335-FCOES-000010 - Estudo de avaliação das operações de ataque ampliado a incêndios florestais – Autoridade Nacional Protecção Civil Inquérito ao Exercício de competências delegadas na EMGFC- Operação POVT- 04/2009 03-0335-FCOES-000011 - Constituição da Reserva Nacional de Emergência e Equipamento Operacional de Protecção Civil – Autoridade Nacional Protecção Civil 05/2009 Inquérito ao Exercício de competências delegadas na EMGFC 06/2009 Auditoria Temática aos procedimentos de contratação na EMGFC No decorrer das acções de supervisão à EMGFC, foi realizada uma extensão de trabalhos que teve como objectivo identificar o alcance do condicionamento de despesa determinado pela Unidade de Certificação do IFDR à operação POVT-03-0335-FCOES-000011- “Constituição da Reserva Nacional de Emergência e Equipamento Operacional de Protecção Civil”, relativa ao eventual fraccionamento dos procedimentos de contratação pública detectado aquando da realização da acção de controlo prévia à certificação de despesa realizada. No âmbito das acções em apreço foram detectadas algumas fragilidades de procedimentos, nomeadamente em matéria de contratação pública (risco de fraccionamento e referência a marcas ou origens de produtos), inventariação de bens e rigor no preenchimento dos instrumentos de apoio à análise da candidatura e pedidos de pagamento. No entanto, é de sublinhar que as mencionadas qualificações não põem em causa uma opinião positiva relativamente à fiabilidade do sistema de controlo interno adoptado pela EMGFC. 85 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Acções de Verificação no local, no âmbito do cumprimento do art. 13º b) No âmbito da alínea b) do nº 2 do artigo 13º do Regulamento (CE) 1828/2006 relativo às verificações no local de operações, foram realizadas 26 acções de acompanhamento a operações co-financiadas pelo POVT, tendo sido verificado 26% da despesa total validada pelo Programa até 31 de Dezembro de 2009. (Ver identificação das operações no Anexo XIII “Acções de acompanhamento”). Destas 26 acções de acompanhamento, 19 foram realizadas por iniciativa da Autoridade de Gestão do POVT, com a colaboração do Organismo Intermédio INAG no caso dos três projectos do Eixo II, no âmbito do Plano de Acções de Acompanhamento de 2009. As restantes 7 acções de acompanhamento a projectos co-financiados pelo POVT, foram seleccionadas e realizadas pelos Organismos Intermédios, EMGFC, DREPA e IDR. De acordo com o definido no ponto 2.2.4 da Descrição do Sistema de Gestão e Controlo do POVT, o plano de acções de acompanhamento de 2009 deveria ter sido elaborado e aprovado no terceiro trimestre de 2008 e realizado ao longo do ano transacto. Contudo, tendo 2008 sido ainda um ano de estabilização de procedimentos internos do Programa e de abertura e recepção de candidaturas e aprovação das mesmas, em que a expressão da execução financeira das operações co-financiadas foi muito pouco relevante, foi adiada a elaboração do Plano de Acompanhamento de 2009 para o próprio ano de 2009. Verificou-se no inicio de 2009, que a taxa de execução financeira respeitante às operações aprovadas se apresentava ainda relativamente baixa ou mesmo nula, pelo que o Plano foi elaborado em final de Maio de 2009, não tendo sido aprovado de imediato dada a baixa taxa de execução evidenciada pela maioria das operações aprovadas. No final de Setembro de 2009 a taxa média global de realização financeira das operações aprovadas não ultrapassava os 9%, no entanto em cumprimento das referidas normas foi aprovado pela Comissão Directiva em Outubro de 2009 o Plano de acções de acompanhamento a realizar no ano transacto. Para a selecção das operações a serem objecto de acompanhamento em 2009 foram adoptados os seguintes critérios: - Grandes Projectos com Decisão Favorável de Financiamento adoptada pela AG e confirmada pela CMC, notificados à Comissão Europeia e já com execução financeira registada; - Outras operações com execução financeira acumulada à data de 30-Set-2009 superior a 50% do financiamento comunitário total aprovado; 86 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território - Projectos de Assistência Técnica com execução financeira naquela data e concluídos ou em vias de conclusão em 2009. Estas acções de acompanhamento abrangeram 19 operações e foram realizadas no final do ano de 2009 e inicio de 2010, por uma empresa externa de auditoria. No âmbito das verificações físicas in loco às operações do Eixo II e no que se refere à vertente técnica e física, esta foi efectuada pelo INAG complementarmente à verificação administrativa e financeira efectuada pela empresa de auditoria, conforme já referido. Os Relatórios das citadas acções de acompanhamento foram comunicados aos respectivos beneficiários e aprovados pela AG em Fevereiro de 2010. Para além destas acções de acompanhamento, foram ainda realizadas no decurso de 2009 pelos Organismos Intermédios do POVT acções de acompanhamento a sete projectos em execução nas respectivas áreas de intervenção, à excepção da DGOTDU uma vez que os projectos na respectiva área de intervenção não apresentavam despesa executada, pelo que não se justificava a realização de acções de acompanhamento. As principais recomendações no âmbito das acções de acompanhamento referem-se à organização dos dossiers de operação criados pelos beneficiários das operações. Foram ainda detectadas situações que darão origem a uma revisão final dos montantes elegíveis aquando do encerramento das operações, no caso da operação POVT-03-0133-FCOES-000004- “Defesa Aderente do Bairro de Silvade – Espinho” , no que respeita ao cálculo do montante definitivo referente à “Revisão de Preços”, e no caso da operação POVT-03-0133-FCOES-000005- “Requalificação Ambiental da Praia de Melides – Grândola”, no que respeita a uma parcela de custos gerais da obra respeitantes à componente considerada não elegível na decisão de financiamento. II. Acções de Controlo realizadas por Entidades Externas Autoridade de Auditoria Na sequência da aceitação formal da descrição do Sistema de Gestão e Controlo do POVT, por parte da Comissão Europeia, a Inspecção-Geral das Finanças (IGF) procedeu à realização de uma auditoria ao POVT, tendo em vista a verificação do eficaz funcionamento do mesmo, de modo a garantir que as declarações de 87 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território despesas apresentadas à Comissão Europeia são correctas e que as transacções subjacentes respeitam a legalidade e a regularidade, o que ocorreu previamente à apresentação da primeira proposta de certificação de despesas à Autoridade de Certificação. Neste âmbito, a referida auditoria incidiu sobre os procedimentos adoptados pela Autoridade de Gestão e respectivos OI e abrangeu ainda o teste a uma amostra de 13 operações, envolvendo um investimento total aprovado de 180.484 Milhares de euros. Consta do quadro seguinte a identificação das operações sobre as quais incidiu a referida auditoria da IGF: Código POVT-02-0146-FCOES-000008 Designação Beneficiário Sistema Multimunicipal de Saneamento SIMRIA, SA da Ria de Aveiro POVT-03-0133-FCOES-000001 Alimentação Artificial das Praias da INAG, IP Costa da Caparica e S. João da Caparica POVT-03-0335-FCOES-000003 Construção de Hangar e Placa de Município de Ponte de Sor Estacionamento dos Meios Aéreos POVT–03–0133–FCOES-000003 Reabilitação dos Esporões e das Defesas INAG, IP Aderentes de Esmoriz, Cortegaça e do Furadouro POVT-05-0158-FCOES-000001 POVT-06-0155-FEDER-000002 Ligação em Via Expresso ao Porto do RAMEDM - Estradas da Funchal Madeira, S.A Circuito Hidráulico de Adução da EDIA, SA Barragem de Odivelas POVT-07-0150-FEDER-000005 POVT-08-0159-FEDER-000002 Construção da 3ª fase da Via de Cintura APA - Administração do Portuária de Aveiro Porto de Aveiro, S.A. Construção e exploração de uma Ambilital, EIM unidade de tratamento mecânico e biológico por compostagem de resíduos POVT-09-0142-FEDER-000020 AIDU - Portalegre Reintegra POVT-09-0353-FEDER-000017 Centro de Alto Rendimento Município de Portalegre de Município de Anadia de Parque Escolar, E.P.E. Sangalhos - Velódromo Nacional POVT-09-0245-FEDER-000004 Modernização e Requalificação Escolas com Ensino Secundário – Região do Norte e Centro, Lote 4 88 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território POVT-10-0173-FEDER-000004 Assistência Técnica POVT – 2009 Secretaria-Geral Ministério Públicas das do Obras Transportes e Comunicações POVT-10-0173 –FEDER–000001 Assistência Técnica – 2007/2008 Secretaria-Geral Ministério Públicas das do Obras Transportes e Comunicações No relatório final de auditoria, emitido em Novembro de 2009, a IGF confirmou que: “ (…) os procedimentos desenvolvidos pela Autoridade de Gestão do programa POVT respeitam a descrição do sistema de gestão e controlo enviada oportunamente à CE, estando dessa forma salvaguardado o cumprimento dos requisitos aplicáveis por força dos artigos 58.º a 62.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2003 do Conselho e da Secção 3 do Regulamento (CE) n.º 1828/2006 da Comissão.”, não obstante as reservas assinaladas relativamente às seguintes questões: Conclusão Recomendação O SIPOVT encontra-se operacional, contudo, necessita de desenvolvimentos para poder, de forma definitiva, operar Prosseguir o desenvolvimento aplicacional e a também relativamente aos módulos que se encontram manutenção evolutiva do SIPOVT. salvaguardados por soluções de contingência. Os técnicos ao serviço do POVT ainda não apresentam a Regularizar a situação contratual dos técnicos sua situação contratual integralmente regularizada. ao serviço do POVT. O contrato de delegação de competências celebrado com o INAG (Organismo Intermédio para o Eixo II) não adere, Clarificar os termos do contrato de delegação completamente, à prática do exercício das funções da AG de competências celebrado com o INAG. e do INAG. À data da realização da presente auditoria, ainda não haviam sido efectuadas verificações pela AG, junto dos Organismos Intermédios. Iniciar as verificações junto dos Organismos Intermédios. A análise e decisão das candidaturas nem sempre ocorreu Estipular prazos para análise e decisão das com a celeridade desejada. candidaturas. 89 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Foram identificadas insuficiências na análise da admissibilidade das operações, nomeadamente ao nível da análise de toda a documentação existente sobre matéria ambiental. Não foram ainda iniciadas as verificações no local das operações. No âmbito do projecto POVT-09-0353-FEDER-000017, identificámos despesas irregulares por incumprimento das regras de contratação pública. Suprir as falhas evidenciadas na aplicação dos procedimentos de análise e admissibilidade das candidaturas. Iniciar, de forma célere, as verificações no local, tendo em vista o definido na descrição do SGC. Proceder à correcção financeira das despesas irregulares, tendo em consideração a tabela de correcções inclusa na Nota de orientações, da Comissão (COCOF 07/0037/03-PT). No âmbito do projecto da Assistência Técnica 2007/2008 os pagamentos efectuados ao organismo beneficiário Recuperar o montante de €3.435,74 superaram, em €1.742.134,27, a execução do projecto, referente à Assistência Técnica 2007/2008. carecendo de recuperação o montante de €3.435,74. É de referir que a Autoridade de Gestão deste Programa procedeu à adopção das correcções e recomendações formuladas pela IGF, o que foi sendo reportado à Autoridade de Auditoria, estando já assegurada resposta às reservas identificadas por esta Autoridade, nomeadamente no que respeita à operacionalização e desenvolvimento do Sistema de Informação do Programa Operacional Temático Valorização do Território (SIPOVT), à regularização da situação contratual dos técnicos ao serviço do POVT e à clarificação das competências delegadas no INAG no âmbito do Eixo 2. Foram ainda acautelados os procedimentos necessários à regularização da despesa não elegível e à recuperação do montante identificado em relação ao projecto “Assistência Técnica 2007/2008”. No que respeita ao projecto POVT-09-0353-FEDER-000017 - “Centro de Alto Rendimento de Sangalhos – Velódromo Nacional” e dada a complexidade da questão, procedemos à recolha junto do beneficiário de elementos informativos adicionais sobre o procedimento de contratação pública e à elaboração de parecer jurídico que foi enviado à IGF já em 2010, o qual se encontra em apreciação na Autoridade de Auditoria, pelo que não foi ainda efectuada a correcção financeira relativa à despesa validada no âmbito deste projecto. Por outro lado e conforme já referido, a Autoridade de Gestão do POVT deu início no segundo semestre de 2009 à verificação da qualidade e da fiabilidade dos sistemas de gestão e controlo dos Organismos Intermédios 90 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território e às acções de verificação no local aos projectos co-financiados por este Programa, no âmbito do Plano de Acções de Acompanhamento de 2009.. Autoridade de Certificação Em Agosto de 2009 e na sequência do envio das primeiras propostas de certificação de despesas apresentadas pela Autoridade de Gestão, relativas ao FEDER e Fundo de Coesão, entendeu o IFDR, enquanto Autoridade de Certificação, desencadear uma acção de controlo prévia ao envio das respectivas declarações de despesas e Pedido de Pagamento Intermédio à Comissão Europeia, tendo os trabalhos sido realizados pelo Núcleo de Controlo das Declarações de Despesa da Unidade de Certificação. Esta acção de controlo teve por objectivo dar uma garantia suplementar no que respeita à legalidade e regularidade das despesas a certificar. Assim, e com base numa amostra de projectos co-financiados pelo POVT, foram auditados os procedimentos implementados, em especial no que se refere à verificação da despesa. Esta verificação visava essencialmente assegurar que: - Os projectos são seleccionados de acordo com os critérios definidos e aprovados pela Comissão de Acompanhamento do Programa e que estão de acordo com as regras nacionais e comunitárias aplicáveis; - As despesas declaradas correspondem a despesa efectivamente paga pelos beneficiários, justificadas por facturas e recibos ou outros documentos contabilísticos de valor probatório equivalente e que ocorreram dentro do período de elegibilidade e ainda que as mesmas cumprem as regras nacionais e comunitárias aplicáveis à elegibilidade de despesas, à adjudicação de contratos público, ao ambiente e a publicidade; - Existe uma pista de auditoria adequada; - Os procedimentos estabelecidos no processo de gestão e controlo interno são eficazes na prevenção, detecção e correcção de eventuais irregularidades. Esta auditoria incidiu no pedido de certificação FEDER e Fundo de Coesão, tendo para cada um dos Fundos sido seleccionadas duas operações, seguidamente identificadas: Fundo Código projecto POVT-08-0159FEDER-000004 FEDER Designação Beneficiário Despesa PCD Projecto de Ampliação da Central Valorização Orgânica – Unidade VALNOR 2.692.888,61 de Compostagem POVT-09-0353- Remodelação e Requalificação CM FEDER-000035 Integrada do Campo de Futebol Barrancos 501.891,20 91 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Municipal de Barrancos POVT-03-0335Fundo coesão de FCOES-000011 POVT-01-0151FCOES-000001 Constituição da Reserva Nacional de Emergência e Equipamento ANPC 29.506,81 Operacional de Protecção Civil CRIL – Buraca/Pontinha EP 52.373.881,16 No relatório final destas verificações, produzido em Dezembro de 2009, o IFDR concluiu que os procedimentos desencadeados pela Autoridade de gestão, no âmbito da selecção das operações e da validação da despesa oferecem uma garantia razoável de que a as despesas declaradas no 1º pedido de certificação: - Respeitam a operações seleccionadas de acordo com as tipologias definidas e aprovadas para o Programa e que estão de acordo com as regras nacionais e comunitárias; - Respeitam a operações seleccionadas para financiamento em conformidade com os critérios de selecção aplicáveis e aprovados no âmbito do PO; - Os pedidos de pagamento apresentados pelos beneficiários apenas foram incluídos no pedido de certificação de despesas após conclusão da análise e validação da despesa e encontram-se registados no sistema de informação da AG (SIPOVT); - Não foram objecto de financiamento por outros regimes comunitários ou nacionais e noutros períodos de programação; - As despesas declaradas encontram-se justificadas por facturas pagas, ocorreram dentro do período de elegibilidade estabelecido para o projecto e cumprem as regras nacionais e comunitárias aplicáveis. Foi confirmado que a Autoridade de Gestão mantém no Sistema de Informação (SIPOVT) e complementarmente em dossiers da operação a documentação comprovativa necessária à manutenção de uma pista de auditoria adequada. O IFDR concluiu que a despesa apresentada pela AG, à excepção dos montantes identificados abaixo, satisfazia os requisitos necessários à certificação de despesa à Comissão Europeia, em conformidade com o disposto na alínea b) do artigo 61º do regulamento (CE) n.º1083/2006, de 11/07/06. Na sequência da referida auditoria, a Autoridade de Certificação suspendeu preventivamente a certificação à Comissão Europeia do montante de despesas € 1.028,28, a que corresponde uma comparticipação FEDER de 92 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 719,80€, e do montante de despesas de € 4.350.353,34, a que corresponde uma comparticipação Fundo de Coesão de 3.045.247,34€, com a justificação constante dos quadros seguintes. Quadro Despesas FEDER Deficiências Projecto Montantes apurados CT POVT-08-0159-FEDER-000004 O valor da Factura n.º22/2009 da Projecto de Ampliação da Central firma “Oliveiras” é superior ao Valorização Orgânica – Unidade valor do documento relativo à de Compostagem Situação Global dos Trabalhos FEDER 1.028,28 719,80 1.028,28 719,80 (Boletim n.º2), da “CONSULGAL” Total Quadro Despesas Fundo de Coesão Deficiências Montantes apurados Projecto CT Fundo de Coesão POVT-01-0151-FCOES-000001 Elegibilidade da despesa relativa CRIL – Buraca/Pontinha a revisão de preços face às regras estabelecidas nacional e na legislação comunitária 4.320.846,53 3.024.592,57 29.506,81 20.654,77 4.350.353,34 3.045.247,34 em matéria de contratação pública POVT-03-0335-FCOES-000011 Elegibilidade da despesa face às Constituição da Reserva Nacional regras estabelecidas na legislação de Emergência e Equipamento nacional Operacional de Protecção Civil matéria de contratação pública (eventual e comunitária fraccionamento em de despesa) Total No âmbito do processo de certificação de despesas, para além dos resultados das validações efectuadas pela Autoridade de Certificação, foram igualmente considerados pelo IFDR os resultados preliminares da Auditoria aos Sistemas de Gestão e Controlo do POVT realizada pela Inspecção-Geral de Finanças, entendendo, a título preventivo, não integrar na certificação de despesas à CE os montantes das correcções financeiras propostas pela IGF para além dos montantes atrás identificados. 93 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Assim não foi também considerada para efeitos de certificação no âmbito do FEDER um montante total de despesa de € 1.494.027,39, conforme discriminado no quadro abaixo. Código projecto Medida Preventiva_AC POVT-09-0353-FEDER-000017 Centro de Alto Rendimento de Sangalhos - Velódromo Nacional POVT-10-0173–FEDER–000001 Assistência Técnica 2007/2008 POVT-10-0173–FEDER–000004 Assistência Técnica 2009 Total 1.491.355,77 1.171,62 € 1.500,00 € 1.494.027,39 A Autoridade de Gestão procedeu à regularização das despesas nos casos já esclarecidos e às diligências necessárias ao cabal esclarecimento das dúvidas suscitadas pela Autoridade de Certificação e pela Autoridade de Auditoria. 2.7.3 Comissão de Acompanhamento Durante o ano de 2009, foram realizadas duas reuniões da Comissão de Acompanhamento (CA) – uma em 23 de Junho e outra a 15 de Dezembro, ambas em Lisboa. Em 23 de Junho de 2009, teve lugar a 3ª reunião da Comissão de Acompanhamento do Programa, cujas deliberações, com maior relevância, se indicam de seguida: Apreciação e aprovação, por unanimidade, do Relatório Anual de Execução de 2008 do Programa; Apreciação e aprovação, por unanimidade, da proposta de revisão do Plano financeiro do POVT. Esta reunião incluiu uma visita às obras de encerramento da CRIL, um Grande Projecto do POVT a cargo da Estradas de Portugal, SA. A 15 de Dezembro, realizou-se a 4ª Reunião da CA, de onde foram analisados os seguintes aspectos de maior relevância: Apreciação do ponto de situação do POVT a 30 de Novembro de 2009; Apreciação do ponto de situação dos Grandes Projectos do Programa. 94 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Em Fevereiro de 2009 decorreu uma consulta escrita à Comissão de Acompanhamento, onde foram aprovados os seguintes pontos: Revisão dos critérios de selecção das operações financiáveis pelo POVT para os domínios da “Requalificação da Rede de Escolas do 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico” e “Requalificação da Rede de Escolas com Ensino Secundário”; Modificação do Regulamento Interno da Comissão de Acompanhamento do POVT, onde: o Por indicação da Estrutura de Missão para a Gestão de Fundos Comunitários – MAI, foi incluída a menção à EMGFC, como Organismo Intermédio com o qual a Autoridade de Gestão estabeleceu um contrato de delegação de competências; o Por indicação do representante da Comissão Europeia foi alterada a redacção da alínea g) do nº 4 do art.º 2º, para “Outros representantes nomeados pelo Conselho Económico e Social (para além dos membros com direito de voto), representando, nomeadamente: União Geral dos Trabalhadores (UGT); Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP); Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP); Confederação da Indústria Portuguesa (CIP),” de modo a possibilitar a nomeação de representantes de outras entidades por parte do CES; o Por indicação do IFDR, IP – correcção na alínea d) do n.º 1 do artigo 3.º (página 5) da referência ao Regulamento (CE) n.º 1083/2006. 2.7.4 Parcerias O POVT conta com cinco Organismos Intermédios (OI) que realizam actividades delegadas pela Autoridade de Gestão em diversos Eixos e Domínios específicos, nos termos dos Contratos de Delegação de competências celebrados em 2008, conforme referido no capítulo 1. do presente Relatório. Apresentamos seguidamente uma síntese da actividade exercida por cada um dos Organismos Intermédios no ano de 2009: Direcção Regional de Estudos e Planeamento dos Açores – DREPA Este Organismo Intermédio tem um contrato de delegação de competências com Subvenção Global para a gestão do Eixo IV do POVT – Redes e Equipamentos Estruturantes na Região Autónoma dos Açores, o qual conta com uma dotação global de 70 Milhões de euros de Fundo de Coesão, destinados a melhorar os níveis de eficiência e de segurança do transporte marítimo no arquipélago dos Açores e aumentar os níveis de protecção 95 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território ambiental no domínio dos recursos hídricos e dos resíduos, assim como o aproveitamento dos recursos renováveis na produção de energia eléctrica. A intervenção deste OI no ano de 2009, complementar à que é exercida no âmbito da gestão do FEDER inscrito no Programa Regional PROCONVERGÊNCIA, enquadrou-se na actividade normal de gestão das operações cofinanciadas, de acompanhamento e acções de divulgação. Em 2009 foram apresentadas 2 candidaturas, ambas no domínio das infra-estruturas marítimas: Requalificação e reordenamento da frente marítima da Horta, com um investimento de 41,7 Milhões de euros e Reordenamento do Porto da Madalena no Pico, com um investimento de 13,7 Milhões de euros, tendo a primeira sido aprovada e a segunda desistida pelo promotor. Em 2009 foi também aprovada a candidatura que tinha sido submetida no último trimestre do ano anterior, relativa à Requalificação Ambiental das Bacias Hidrográficas das Lagoas das Furnas e Sete Cidades, intervenção incluída no domínio do ambiente e que corporiza uma das tipologias de investimento prevista no Regulamento Específico do Eixo. À data de 31-Dez-2009, o nível de compromisso de Fundo de Coesão com as duas candidaturas aprovadas era de 45 Milhões de euros, correspondendo a 64% do total do Eixo IV. O ano de 2009 constitui-se como o primeiro ano de execução financeira deste Eixo, com um montante total de Despesa validada fundo de 5,2 Milhões de euros, decorrente das duas candidaturas aprovadas, da qual se apura uma taxa de realização financeira (EX/AP) de 11,5% e uma taxa de execução financeira do Eixo (EX/PR) de 7,4%. É de salientar que, conforme Protocolo celebrado entre a Autoridade de Pagamento (IFDR), a Autoridade de Gestão e o Organismo Intermédio, o IFDR procedeu à transferência de fundos para a DREPA e esta procedeu aos pagamentos da comparticipação comunitária aos beneficiários, tendo a taxa de reembolso aos beneficiários (PG/EX) ascendido a 100%. Em 2009 os fluxos financeiros da Autoridade de Pagamento circunscreveram-se ao pagamento do préfinanciamento (7,5%) no total de 5,250 Milhões de euros, o que permitiu à DREPA efectuar pagamentos aos beneficiários no montante global de 5,205 Milhões de euros. 96 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território As actividades de acompanhamento das operações realizadas pela DREPA em 2009 basearam-se essencialmente na verificação exaustiva dos documentos de despesa submetidos através do Sistema de Informação do POVT (SIPOVT) para efeitos e validação da despesa. Foi ainda realizada em 2009 uma acção de acompanhamento ao projecto que visa a Requalificação e Reordenamento da Frente Marítima da Cidade da Horta. No que respeita às medidas adoptadas para assegurar a informação e publicidade, o OI privilegiou a divulgação via Website do PO CONVERGÊNCIA Açores, no qual foi criada uma área para o Eixo IV do POVT, assim como no Portal Açores uma página dedicada ao POVT, que contém informação relativa ao Programa, projectos aprovados, beneficiários, montantes e link para o website do POVT. A DREPA prestou ainda o apoio aos beneficiários e promoveu os esclarecimentos para garantir o cumprimento das suas responsabilidades, designadamente em matéria de cumprimento da legislação comunitária e nacional relativa à contratação pública, à promoção da igualdade de oportunidades e à protecção do ambiente. Instituto de Desenvolvimento Regional – IDR Este Organismo Intermédio tem um contrato de delegação de competências com Subvenção Global para a gestão do Eixo V do POVT – Redes e Equipamentos Estruturantes na Região Autónoma Da Madeira, o qual conta com uma dotação global de 100 Milhões de euros de Fundo de Coesão, destinados a consolidar as estruturas de gestão ambiental de 1ª geração, contribuir para a diminuição das emissões de CO2 e garantir reservas energéticas e melhorar os níveis e eficiência e de segurança do transporte terrestre e marítimo. A intervenção deste OI no ano de 2009, complementar à que é exercida no âmbito da gestão do FEDER inscrito no Programa Regional, enquadrou-se na actividade normal de gestão das operações co-financiadas no âmbito do Eixo V do POVT, acções de acompanhamento e acções de divulgação. Em 2009 foi apresentada e aprovada uma nova candidatura, visando a requalificação das infra-estruturas portuárias na Ilha do Porto Santo, envolvendo um financiamento Fundo de Coesão na ordem dos 17,8 Milhões de euros. Foi ainda aprovado em 2009 o reforço financeiro da comparticipação comunitária relativa ao projecto da Ligação em Via Expresso ao Porto do Funchal, o qual tinha sido aprovado em 2008 e registou uma reprogramação temporal e financeira. 97 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território À data de 31-Dez-2009, o nível de compromisso de Fundo de Coesão com as duas candidaturas aprovadas era de 40 Milhões de euros, correspondendo a 40% do total do Eixo V. O ano de 2009 constitui-se como o segundo ano de execução financeira deste Eixo, com um montante total acumulado de Despesa validada fundo de 28,785 Milhões de euros, decorrente das duas candidaturas aprovadas, da qual se apura uma taxa de realização financeira (EX/AP) de 71,9 % e uma taxa de execução financeira do Eixo (EX/PR) de 28,79%. É de salientar que, conforme Protocolo celebrado entre a Autoridade de Pagamento (IFDR), a Autoridade de Gestão e o Organismo Intermédio, o IFDR procedeu às transferências de fundos para o IDR e este procedeu aos pagamentos da comparticipação comunitária aos beneficiários, os quais ascenderam a 33,024 Milhões de euros, fazendo com que a taxa de reembolso aos beneficiários (PG/EX) sido de 114,72%, verificando-se um montante de 5,197 Milhões de euros de Fundo relativo a despesa paga pelos beneficiários mas ainda não validada pelo OI em 31-Dez-2009. Em 2009 o total dos fluxos financeiros da Autoridade de Pagamento para o IDR ascendeu a 34,5 Milhões de 4 euros , dos quais 2,5 Milhões respeita à última tranche do pré-financiamento e o restante a pagamentos intermédios reembolsados pelo IFDR. Neste ano verificou-se, pela primeira vez, a geração de juros na conta bancária específica, cujo montante total ascende a 19,6 mil euros, dos quais 2,72 mil euros respeitam a juros obtidos com base nos três pagamentos a título de pré-financiamento. As actividades de acompanhamento das operações realizadas pelo IDR em 2009 basearam-se essencialmente na verificação exaustiva dos documentos de despesa submetidos através do Sistema de Informação do POVT (SIPOVT) para efeitos e validação da despesa. Foi ainda realizada em 2009 uma acção de acompanhamento ao projecto que visa a Ligação em Via Expresso ao Porto do Funchal. No que respeita às medidas adoptadas para assegurar a informação e publicidade, o OI realizou um conjunto de acções de divulgação e sessões de esclarecimento, designadamente anúncios publicitários sobre os projectos aprovados em diversos Jornais de referência na Região Autónoma da Madeira. Foi também inserido artigo sobre o ponto de situação da execução do Eixo V e a apresentação dos projectos aprovados na 2.ª Edição da Revista Anual Temática – Espaço Global, da responsabilidade do IDR, a qual foi objecto de grande divulgação. 4 A este montante acresceu 5 milhões de euros transferidos em 2008 para o IDR, respeitantes às duas primeiras tranches do pré- financiamento, perfazendo um total de 39,5 milhões de euros transferidos para o IDR até 31-Dez-2009. 98 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território O IDR realizou ainda 23 sessões informativas em dezassete estabelecimentos de ensino da região, nas quais foram apresentados os projectos aprovados, bem como uma exposição de rua no Funchal, no âmbito a semana da Europa, onde apresentou um painel relativo ao Eixo V. Os dois projectos aprovados no âmbito do Eixo V foram ainda apresentados no âmbito do Programa da TSF, Objectivo 2013. O IDR prestou ainda o apoio aos beneficiários e promoveu os esclarecimentos para garantir o cumprimento das suas responsabilidades, designadamente em matéria de cumprimento da legislação comunitária e nacional relativa à contratação pública, à promoção da igualdade de oportunidades e à protecção do ambiente. Estrutura de Missão para a Gestão de Fundos Comunitários do Ministério da Administração Interna – EMGFC do MAI Este Organismo Intermédio tem um contrato de delegação de competências para a gestão do Domínio de Intervenção “Prevenção e Gestão de Riscos” do Eixo III do POVT – Prevenção, Gestão e Monitorização de Riscos Naturais e Tecnológicos, o qual conta com uma dotação global estimada de 175 Milhões de euros de Fundo de Coesão, destinados à melhoria do sistema nacional de protecção civil, aumentando a sua resiliência, designadamente através do reforço das infra-estruturas, equipamentos, meios e instrumentos necessários a todas as fases do processo de protecção civil, com um enfoque especial na prevenção e gestão de riscos naturais e tecnológicos. É de assinalar que a EMGFC registou no final de 2009 uma alteração muito significativa ao nível da dimensão máxima da Estrutura, que passou de 10 para 20 elementos, através da RCM n.º 110/2009, de 8 de Outubro, bem como dos responsáveis da Estrutura de Missão, dado que os responsáveis pela anterior equipa cessaram funções e foi nomeado um novo Encarregado de Missão, através da Resolução de Conselho de Ministros n.º 31/2009, de 16 de Dezembro, com efeitos a 7 de Dezembro, uma nova responsável pela Área Administrativa e Financeira, através do despacho n.º390/2010 de 7 de Janeiro, com efeitos a 22 de Dezembro de 2009, e uma nova responsável pela área de Programas e Projectos, através do despacho n.º 1719/2010, de 26 de Janeiro, com efeitos a 18 de Janeiro. A intervenção deste OI no ano de 2009 enquadrou-se na actividade normal de gestão das operações cofinanciadas no âmbito do referido Domínio de Intervenção, acções de acompanhamento e de divulgação. 99 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território A actividade operacional deste domínio de intervenção foi bastante intensa em 2009, ao nível da apresentação de candidaturas resultante da abertura de dois períodos de candidatura, na modalidade de concurso, dos quais resultou a apresentação de um total de 129 candidaturas, com um Investimento Total de 133,9 Milhões de euros e um co-financiamento comunitário solicitado de 92,2 Milhões de euros. A situação em 31-Dez-2009, resultante da análise das referidas candidaturas era a seguinte: (Unidade: Milhões de euros) Candidaturas apresentadas Períodos de abertura concursos 2009 Candidaturas aprovadas em 2009 N.º Fundo solicitado N.º Fundo solicitado 16-Dez-08 a 10-Mar-09 71 45,0 26 16,5 6-Jul09 a 26-Out-09 58 47,2 0 Totais 129 92,2 26 Candidaturas não aceites, desistidas e reprovadas em 2009 Fundo N.º solicitado 20 0 16,5 20 Candidaturas em análise em 31-Dez.2009 N.º Fundo solicitado 25 0 58 47,2 83 É de salientar o elevado número de candidaturas em análise no final de 2009, que ascendia a cerca de 35% do total de candidaturas do 1.º concurso realizado em 2009 e a totalidade das candidaturas apresentadas no âmbito do 2.º concurso, concluído em Outubro de 2009, o que se ficou a dever ao exíguo quadro de recursos humanos que a Estrutura de Missão dispunha à data para assegurar a área funcional de análise e selecção de candidaturas, situação esta que está a ser ultrapassado no 1.º semestre de 2010. É de salientar que das 26 candidaturas aprovadas, 23 foram submetidas por Associações Humanitárias de Bombeiros, visando a construção requalificação e reorganização da rede de infra-estruturas de protecção civil e equipamento operacional de protecção civil e veículos para operações de socorro de protecção civil. As restantes 3 candidaturas aprovadas em 2009 foram submetidas por Municípios, tendo como grandes objectivos a melhoria em infra-estruturas e sistema de informação. À data de 31-Dez-2009, o nível de compromisso de Fundo de Coesão com a totalidade de candidaturas aprovadas no presente domínio de intervenção era de 47,6 Milhões de euros, correspondendo a 27,2% da dotação total estimada para o mesmo (175 Milhões de euros). O ano de 2009 constitui-se como o primeiro ano de execução financeira deste Domínio de intervenção, dado que só no início de 2009 começaram a ser apresentados os primeiros pedidos de pagamento referentes às candidaturas aprovadas no âmbito do 1.º concurso realizado em 2008, cujo contrato foi celebrado no final desse ano. 100 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território O montante total acumulado de Despesa validada fundo em 2009 ascendeu a 4,194 Milhões de euros, da qual se apura uma taxa de realização financeira (EX/AP) de 8,8 % e uma taxa de execução financeira do Domínio (EX/PR) de 2,4%. O total de pagamentos aos beneficiários, realizados através da Autoridade de Pagamento (IFDR) ascendeu a 4,078 Milhões de euros. As actividades de acompanhamento das operações realizadas pela EMGFC em 2009 basearam-se essencialmente na verificação exaustiva dos documentos de despesa submetidos através do Sistema de Informação do POVT (SIPOVT) para efeitos de validação da despesa. Foram ainda realizadas por este OI em 2009 cinco acções de acompanhamento a projectos em execução, identificados no mapa que consta do Anexo XIII. No que respeita às medidas adoptadas para assegurar a informação e publicidade, o OI realizou duas acções de divulgação e sessões de esclarecimento junto dos potenciais beneficiários, visando assegurar a transmissão de orientações sobre as possibilidades de apresentação de candidaturas e as obrigações decorrentes do financiamento comunitário, para além de várias reuniões bilaterais. Foi ainda assegurada a manutenção actualizada do sítio Internet com informação ao público sobre o presente domínio de intervenção, em http://fundoscomunitarios.mai-gov.info. Direcção-Geral do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Urbano – DGOTDU A Autoridade de Gestão do POVT assinou em 17 de Maio de 2008 um Contrato de Delegação de Competências com a DGOTDU, no qual delegou neste este Organismo Intermédio algumas das suas competências relacionadas com a gestão do Domínio de Intervenção “Acções Inovadoras para o desenvolvimento Urbano” do Eixo IX do POVT, o qual tem por objectivo financiar projectos-piloto que traduzam a aplicação de soluções inovadoras susceptíveis de dar resposta aos problemas urbanos e às novas procuras urbanas, contribuindo para o desenvolvimento de comunidades urbanas sustentáveis. À DGOTDU cabe, na sua dupla qualidade de organismo técnico nacional responsável pela implementação da Política de Cidades POLIS XXI e de Organismo Intermédio de gestão deste Domínio de Intervenção do POVT, orientar a sua actuação no sentido de ampliar os benefícios deste Instrumento de Política e do investimento público que lhe está associado. As competências delegadas neste OI incluem, nomeadamente, a divulgação deste instrumento da Política de Cidades pelos potenciais beneficiários, apreciação das condições de admissão e do mérito das candidaturas 101 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território submetidas de acordo com os critérios definidos, bem como o acompanhamento da execução das operações aprovadas. Em 2009 foi concluído o processo de apreciação das candidaturas apresentadas no âmbito do 1.º Concurso lançado em 2008, que conduziu à aprovação e à celebração em 25 de Maio de contratos de financiamento relativos a 13 projectos, cujo co-financiamento comunitário (FEDER) ascendeu a 9,962 Milhões de euros. À data de 31-Dez-2009, o nível de compromisso de FEDER com os 13 projectos aprovados correspondia a 14% do total previsto para este Domínio de Intervenção. Foi ainda realizada em 2009 um conjunto de três acções de divulgação deste instrumento da política de cidades e das tipologias de investimento elegíveis nas regiões visadas – Norte, Centro e Alentejo, tendo como objectivo estimular a preparação de candidaturas e prestar os necessários esclarecimentos, tendo como público-alvo os potenciais beneficiários. Na sequência destas acções de divulgação, foi concretizada a abertura do 2.º Concurso para a apresentação de novas candidaturas, que decorreu entre 24 de Abril e 29 de Maio. É de destacar a introdução de algumas melhorias que se verificaram no processo de avaliação das candidaturas no 2.º concurso: clarificação da metodologia de apreciação do mérito na qual participaram, para além da equipa de selecção da DGOTDU, peritos contratados para o efeito, que emitiram pareceres especializados; fixação de limite de candidaturas por centro urbano e por tipologia de projectos; maior importância conferida à apresentação da Análise Custo benefício numa perspectiva social; publicitação prévia da lista de centros urbanos elegíveis; indicação prévia no Aviso de Abertura dos temas específicos associados a cada área temática No âmbito deste 2.º concurso foram apresentadas 40 candidaturas nas diversas áreas temáticas previstas no Regulamento Específico do POVT, tendo o OI proposto a exclusão de 30 candidaturas por não cumprirem as condições de aceitação e não revelarem suficiente mérito e a aprovação de 10 candidaturas, conforme se indica no quadro seguinte: Tipologias de Intervenção Acessibilidade e Mobilidade Urbana Segurança, Prevenção de Riscos e Combate à Criminalidade Gestão do Espaço Público e do Edificado Ambiente Urbano Governação Urbana com incremento da participação dos cidadãos e dos actores económicos e sociais Totais 10 Proposta de não aceitação e de não aprovação 8 5 4 1 6 11 5 6 1 5 8 7 1 40 30 10 Candidaturas apresentadas Proposta de aprovação 2 102 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Pode-se concluir que o processo de apreciação decorreu num clima de grande selectividade.As candidaturas que não mereceram proposta de decisão favorável justificam-se pelos seguintes motivos: 2 resultaram de desistências pelos próprios promotores, 21 não reuniram condições de admissão e 7 não tiveram uma avaliação positiva de mérito. Muito embora o OI tenha procedido à entrega à Autoridade de Gestão em Outubro de 2009, de 7 propostas de decisão desfavorável e de 10 propostas de Decisão favorável de Financiamento, que envolviam um cofinanciamento FEDER de 9,124 Milhões de euros, estas propostas suscitaram algumas questões à AG, que levaram à reformulação dos respectivos Pareceres Técnicos e Propostas de decisão, pelo que o processo de decisão não pôde ser concluído até 31-Dez-2009. É de assinalar que os 13 projectos aprovados e contratados em Maio de 2009 não registaram ainda em 2009 qualquer execução financeira, evidenciando algum atraso e dificuldade no arranque da realização das acções, mas também na apresentação dos documentos relativos aos procedimentos de contratação pública e das despesas realizadas, o que levou a DGOTDU a efectuar vários pedidos aos beneficiários no sentido da submissão de procedimentos contratuais e da apresentação da respectiva execução financeira, o que só em 2010 veio a concretizar-se. A DGOTDU procedeu ainda à realização de seis acções de acompanhamento, focadas no apoio aos beneficiários, com vista à consolidação dos procedimentos de arranque da execução das operações. No que respeita às medidas adoptadas para assegurar a informação e publicidade, o OI realizou, para além das três acções de divulgação já referidas, um trabalho sistemático que compreendeu a prestação de esclarecimentos e a realização de reuniões de trabalho com os beneficiários. No entanto, a DGOTDU continua a considerar que é necessário intensificar o apoio à preparação de futuras candidaturas, para obviar às dificuldades sentidas, para o que prevê a realização de acções de divulgação e de esclarecimento incidindo sobre as maiores dificuldades sentidas, bem como uma maior sistematização da informação a divulgar junto dos beneficiários, através do site da Política de Cidades. Instituto Nacional da Água, IP - INAG A Autoridade de Gestão do POVT assinou com o Instituto da Água, IP (INAG) um Contrato de Delegação de Competências no qual delegou neste Organismo Intermédio algumas das suas competências relacionadas com 103 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território a gestão do Eixo II – Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento, designadamente para efeitos da verificação do cumprimento dos requisitos técnicos de admissão e da legislação aplicável no domínio do ambiente, análise económico – financeira dos projectos e apreciação do mérito das candidaturas submetidas, assim como o acompanhamento físico das operações, no respeita aos aspectos técnicos da sua especialidade, enquanto Autoridade Nacional da Água, que tem por missão propor, acompanhar e assegurar a sua gestão sustentável, bem como garantir a efectiva aplicação da Lei da Água. O INAG assegura ainda a coordenação da Estrutura de Apoio e Coordenação criada para a apreciação e aprovação dos Documentos de Enquadramento Estratégico (DEE) que enquadram e justificam os investimentos a realizar nos sistemas de abastecimento de água e saneamento e a sua articulação com o PEAASAR 2007 – 2013, a qual integra também a Entidade Reguladora dos Sistemas de Abastecimento de Água (ERSAR) e as Administrações Regionais Hidrográficas (ARH). Em 2009 foi realizada uma parte significativa do processo de análise das candidaturas que haviam sido submetidas ao POVT em 2008 no âmbito do 1.º Aviso de abertura do Eixo II. Foi ainda publicado em Agosto de 2009 o 2.º Aviso de Abertura, o qual permitiu a apresentação de candidaturas até 30-Dez-2009. O ano de 2009 foi marcado por uma intensa actividade operacional, nomeadamente com a apreciação das candidaturas que haviam sido submetidas no 2.º semestre de 2008, no âmbito do 1.º Aviso, e com a preparação da abertura do 2.º Aviso que permitiu a apresentação de candidaturas até 30-Dez-2009. Apresenta-se seguidamente o quadro resumo da actividade de análise de candidaturas realizada em 2009 com a intervenção do INAG, no âmbito dos dois Avisos, em termos de N.º de candidaturas e Fundo de Coesão solicitado/decidido: (Unidade: Milhões de euros) Avisos 1.º Aviso (29-Ago-08) 2.º Aviso (30-Dez-09) Totais Candidaturas em análise 1-Jan-2009 N.º F.C. Candidaturas Recebidas N.º F.C. Candidaturas Decididas N.º F.C. Candidaturas em análise 31-Dez-2009 N.º F.C. 121 552,224 0 0 107 483,885 13 56,346 0 0 111 1.490,679 0 0 111 1490,679 121 552,224 111 1.490,679 107 483,885 124 1.547,025 É de salientar a complexidade que advém da grande dimensão média unitária das candidaturas submetidas sobretudo no 2.º Aviso (Investimento médio por candidatura superior a 20 Milhões de euros) e da sua complexidade técnica, o que provoca um elevado período decorrido entre a apresentação das candidaturas e a sua decisão, o que inclui não só o período de análise por parte do INAG e da Autoridade de Gestão do POVT 104 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território mas também o período concedido aos beneficiários para completarem as candidaturas e reverem os documentos apresentados, nomeadamente a Análise Custo Benefício e o Estudo de Viabilidade Económico Financeira, indispensável para comprovar a sustentabilidade dos projectos e também para permitir o cálculo do Défice de Financiamento, de acordo com o artigo 55.º do Reg. (CE) 1083/2009 e normas aplicáveis. Do total das 107 candidaturas decididas em 2009 com a intervenção do INAG, apenas 26 foram aprovadas, com um total de Fundo de Coesão atribuído de 220,769 Milhões de euros, enquanto 81 candidaturas foram não aceites, a que correspondeu um montante total de Fundo solicitado de 263,116 Milhões de euros, representando 49% do total das candidaturas submetidas. As principais razões que levaram à decisão final de não aceitação das candidaturas foram as seguintes: Falta de maturidade dos projectos; Falta de enquadramento do beneficiário da operação e/ou da operação nas tipologias previstas no Regulamento Específico. O INAG teve ainda intervenção em 2009 na realização de acções de acompanhamento da execução de três das operações aprovadas, através do acompanhamento técnico da realização física e elaboração dos respectivos Relatórios. Este acompanhamento realizado pelo INAG complementou as verificações no local realizadas pela Autoridade de gestão aos mesmos projectos. Durante o ano de 2009 o INAG realizou ainda três acções de divulgação no âmbito do Eixo II do POVT, nomeadamente sobre as temáticas da sustentabilidade económico - financeira do sector da água e do saneamento e sobre o estado do abastecimento de água e tratamento de águas residuais (INSAAR 2008). As medidas adoptadas para assegurar a informação e publicidade passam essencialmente pelo site criado para o efeito: http://oi.inag.pt. e interlocução com os beneficiários. O INAG deu ainda contributos e sugestões importantes para a revisão do Regulamento Específico do Eixo II, a qual foi aprovada em 8 de Junho de 2009, bem como para a definição das prioridades de intervenção fixadas no 2.º Aviso de abertura, publicado a 1 de Julho de 2009. 2.7.5 Compliance Assessment A versão definitiva da Descrição do Sistema de Gestão e Controlo (DSGC) submetida às Autoridades Nacionais e Comunitárias em 22 de Fevereiro de 2009, foi aprovada pela Comissão Europeia em 03 de Abril de 2009 e não registou quaisquer alterações significativas até ao final de 2009. 105 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Os principais marcos do processo de preparação e aprovação da DSGC do POVT podem ser sintetizados da seguinte forma: Datas Descrição 04-Ago-2008 Apresentação pela Autoridade de Gestão da primeira versão completa da DSGC 19-Set-2008 Apresentação de elementos adicionais aditados à versão anterior, na sequência da recepção do projecto de relatório da Inspecção-Geral de Finanças (IGF) recebido em 12-Set08 07-Out-2008 Envio à Comissão Europeia da DSGC do POVT 23-Out-2008 Recepção do Relatório emitido pela IGF sobre a DSGC do POVT, na qual a Autoridade de Auditoria concluiu que o sistema respeita os requisitos regulamentares aplicáveis, tendo emitido um Parecer sem reservas, ainda que com ênfase relativamente a elementos acessórios do sistema, que careciam de melhoria 5-Dez-2008 Apreciação da DSGC do POVT pela Comissão Europeia, a qual considerou que a mesma relevava insuficiências que impediam a sua aceitação, tendo solicitado a sua reformulação e posterior validação da IGF 22-Fev-2009 Apresentação da versão final revista e completada da DSGC à Comissão Europeia 3-Abril-2009 Aprovação da DSGC do POVT pela Comissão Europeia No âmbito da aprovação da DSGC do POVT, a Comissão Europeia emitiu a seguinte opinião: “Com base no seu exame, a Comissão considera que os documentos apresentados são aceitáveis, e está por conseguinte satisfeita que os sistemas de gestão e controlo criados para o programa cumprem o disposto nos artigos 59.º a 62.º do Regulamento (CE) 1083/2006. Deste modo, a condição para o primeiro pagamento intermédio estabelecido no artigo 85.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 está reunida.” Prevê-se que, na sequência da conclusão do estudo de avaliação da operacionalização do POVT e fruto da experiência acumulada da Autoridade de Gestão do Programa e dos desenvolvimentos do Sistema de Informação do POVT (SIPOVT), sejam identificadas necessidades de alteração da DSGC, no sentido de introduzir ajustamentos que concorram para uma maior simplificação de procedimentos, sem redução da qualidade do sistema de gestão e controlo. Os aperfeiçoamentos e actualizações a efectuar na DSGC decorrerão essencialmente dos seguintes três vectores fundamentais: 106 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 1- Transferência de procedimentos de controlo para o SIPOVT, numa tónica de simplificação, desmaterialização e co-responsabilização; 2- Concentração da verificação da contratação pública numa só unidade de análise para todo o processo; 3- Concentração das verificações ambientais numa unidade orgânica específica a criar para o efeito, dada a transversalidade e relevância desta matéria. A identificação e sistematização de todos os aperfeiçoamentos e actualizações a considerar no processo de revisão da DSGC e dos Manuais de procedimentos e Check-lists em vigor serão realizadas no 2.º semestre de 2010. Visando confirmar a correcta implementação e a fiabilidade dos sistemas de gestão e controlo adoptados pelos Organismos Intermédios (OI) na análise das operações, conforme o modelo descrito no Anexo XII do Regulamento n.º 1828/2006, foram iniciadas no último trimestre de 2009 auditorias de sistemas, temáticas e de operações, incidentes nos processos desenvolvidos pelos OI, de modo a contribuir para a identificação e gestão dos principais riscos decorrentes da delegação de funções. Em 2009 procedeu-se à supervisão do Organismo Intermédio – Estrutura de Missão e Gestão de Fundos Comunitários (EMGFC) do MAI, tendo sido emitidos os seguintes relatórios: Relatório Descrição 01/2009 Inquérito ao Exercício de competências delegadas na EMGFC- Operação POVT-03-0335FCOES-000009- Estudo do Risco Sísmico e Tsunami do Algarve – Autoridade Nacional Protecção Civil 02/2009 Inquérito ao Exercício de competências delegadas na EMGFC- Operação POVT-03-0335FCOES-000020 – Reforço e qualificação da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Pontinha 03/2009 Inquérito ao Exercício de competências delegadas na EMGFC- Operação POVT-03-0335FCOES-000010 – Estudo de avaliação das operações de ataque ampliado a incêndios florestais – Autoridade Nacional Protecção Civil 04/2009 Inquérito ao Exercício de competências delegadas na EMGFC- Operação POVT-03-0335FCOES-000011 – Constituição da Reserva Nacional de Emergência e Equipamento Operacional de Protecção Civil – Autoridade Nacional Protecção Civil 05/2009 Inquérito ao Exercício de competências delegadas na EMGFC 06/2009 Auditoria Temática aos procedimentos de contratação na EMGFC 107 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território No âmbito das acções em apreço foram detectadas algumas fragilidades de procedimentos, nomeadamente em matéria de contratação pública, inventariação de bens e preenchimento dos instrumentos de apoio à análise da candidatura e pedidos de pagamento. No entanto é de sublinhar que as mencionadas qualificações não põem em causa uma opinião positiva relativamente à fiabilidade do sistema de controlo interno adoptado pela EMGFC. A Inspecção-Geral das Finanças realizou em 2009 uma Auditoria ao Sistema de Gestão e Controlo do POVT, tendo concluído que “com excepção das questões a seguir apresentadas, os procedimentos desenvolvidos pela Autoridade de Gestão do programa POVT respeitam a descrição do sistema de gestão e controlo enviada oportunamente à CE, estando dessa forma salvaguardado o cumprimento dos requisitos aplicáveis por força dos artigos 58.º a 62.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2003 do Conselho e da Secção 3 do Regulamento (CE) n.º 1828/2006 da Comissão.” No âmbito desta auditoria, foi elaborado em Novembro de 2009, o Relatório Final (2009/1508), o qual aponta para as conclusões e recomendações seguidamente indicadas: Conclusão Recomendação O SIPOVT encontra-se operacional, contudo, necessita de desenvolvimentos para poder, de forma definitiva, operar também relativamente aos módulos que se encontram salvaguardados por soluções de contingência. Prosseguir o desenvolvimento aplicacional e a manutenção evolutiva do SIPOVT. Os técnicos ao serviço do POVT ainda não apresentam a sua situação contratual integralmente regularizada. Regularizar a situação contratual dos técnicos ao serviço do POVT. O contrato de delegação de competências celebrado com o INAG (Organismo Intermédio para o Eixo II) não adere, completamente, à prática do exercício das funções da AG e do INAG. Clarificar os termos do contrato de delegação de competências celebrado com o INAG. À data da realização da presente auditoria, ainda não haviam sido efectuadas verificações pela AG, junto dos Organismos Intermédios. Iniciar as verificações junto dos Organismos Intermédios. A análise e decisão das candidaturas nem sempre ocorreu com a celeridade desejada. Estipular prazos para análise e decisão das candidaturas. Foram identificadas insuficiências na análise da admissibilidade das operações, nomeadamente ao nível da análise de toda a documentação existente sobre matéria ambiental. Suprir as falhas evidenciadas na aplicação dos procedimentos de análise e admissibilidade das candidaturas. 108 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Não foram ainda iniciadas as verificações no local das operações. Iniciar, de forma célere, as verificações no local, tendo em vista o definido na descrição do SGC. No âmbito do projecto POVT-09-0353-FEDER-000017, identificámos despesas irregulares por incumprimento das regras de contratação pública. Proceder à correcção financeira das despesas irregulares, tendo em consideração a tabela de correcções inclusa na Nota de orientações, da Comissão (COCOF 07/0037/03-PT). No âmbito do projecto da Assistência Técnica 2007/2008 os pagamentos efectuados ao organismo beneficiário superaram, em €1.742.134,27, a execução do projecto, carecendo de recuperação o montante de €3.435,74. Recuperar o montante de €3.435,74 referente à Assistência Técnica 2007/2008. A Autoridade de Gestão do POVT tem vindo a enviar à Autoridade de Auditoria, os esclarecimentos e elementos informativos que vão no sentido de comprovar a implementação de todas as recomendações identificadas. 2.7.6 Sistema de Informação Dando cumprimento ao Regulamento (CE) Nº.1083/2006, do Conselho de 11 de Julho, que determina que os Programas Operacionais (PO) devem dispor de sistemas fiáveis e informatizados que permitam o registo de cada operação bem como uma recolha dos dados sobre a execução necessários para a gestão financeira, acompanhamento, verificações, auditorias e avaliação, a Autoridade de Gestão do POVT implementou o seu Sistema de Informação (SIPOVT) replicando o Sistema de Informação SIGMA desenvolvido no âmbito do QCAIII para o Instituto de Desenvolvimento Regional (IDR) da Região Autónoma da Madeira, ao abrigo de um protocolo de cedência assinado em 30 de Novembro de 2007 e adaptando-o às necessidades do POVT no contexto do QREN. Tal como já foi referido no relatório do ano transacto, este sistema, que contempla a gestão de operações do FEDER e do Fundo Coesão, subdivide-se em dois módulos: A. SIPOVT Front-Office – Módulo de Candidaturas para a apresentação das candidaturas, dos pedidos de pagamento e respectiva documentação ao POVT em formato electrónico, bem como a visualização dos alertas aos beneficiários; B. SIPOVT Back-Office – Módulo operacional destinado à análise das candidaturas recebidas, à verificação e acompanhamento da execução através da análise dos pedidos de pagamento, à emissão das autorizações de pagamento, registo de auditorias, etc. 109 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Com o desenvolvimento do SIPOVT foi possível dispor de um sistema de informação adaptado às necessidades básicas deste Programa, nomeadamente a apresentação de candidaturas, através da Bolsa de candidaturas “on line”, a submissão dos pedidos de pagamento, o registo das aprovações e da despesa validada através do Backoffice e a submissão de pedidos de Certificação de Despesas ao IFDR através de um automatismo de ligação à rede privada do IFDR feita entre de uma rede tipo Lan-to-Lan que existe entre os servidores do POVT e do IFDR. Salienta-se que o módulo da certificação entrou em produção em Maio de 2009 e em Agosto de 2009 o POVT submeteu através do SIPOVT o 1º pedido de Certificação de Despesas. Progresso da implementação do SIPOVT Dado que só a partir de Outubro de 2008 é que o Front-Office se encontrou em funcionamento, possibilitando assim os beneficiários submeterem as candidaturas através do SIPOVT, foi desenvolvido durante o ano de 2009 um plano de acção para a recuperação do histórico das 400 candidaturas apresentadas ao POVT até 31/12/2008, bem como de todos os pedidos de pagamento e pagamentos submetidos e analisados. Esta tarefa permitiu que o SIPOVT incorporasse todas as candidaturas e pedidos de pagamento apresentados ao Programa e possibilitou assim, em meados de 2009, a total operacionalização do Sistema de Informação do POVT, passando este a ser o único meio de submissão de candidaturas e de pedidos de pagamento. Faltando ainda a integração no SIPOVT de um conjunto de funcionalidades que se revelam indispensáveis para a Gestão do POVT, foi lançado em 2009 um concurso público internacional para o Desenvolvimento Aplicacional do Sistema de Informação do POVT, visando a manutenção evolutiva e correctiva do SIPOVT, a implementação de uma plataforma analítica de extracção de dados (Business Intelligence) do referido sistema de informação e a implementação de uma Solução de Gestão Documental. Sistema de Informação da Entidade Pagadora (SIEP) À semelhança dos anos anteriores os pagamentos aos beneficiários e as transferências para os Organismos Intermédios efectuadas pelo IFDR enquanto entidade pagadora, são operacionalizados através de um sistema de informação de contingência, designado SIEP (Sistema de Informação da Entidade Pagadora), e que futuramente será um módulo do Sistema de Informação FEDER/Fundo de Coesão. 110 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território É através deste sistema que a Autoridade de Gestão emite as autorizações de pagamento a favor dos beneficiários, depois de verificados todos os requisitos para ser autorizado o pagamento, através do preenchimento de diversos campos que posteriormente são validados pelo IFDR, sendo autorizada por esta entidade a transferência para a conta bancária do beneficiário cujo NIB é indicado. O mesmo procedimento é realizado no que respeita às transferências para os Organismos Intermédios com contratualização por subvenção global, depois da Autoridade de Gestão verificar que estão reunidas as condições definidas no Protocolo celebrado entre o IFDR, a Autoridade de Gestão do POVT e o Organismo Intermédio. 2.7.7 Avaliação O Plano de Avaliação do POVT, elaborado no seguimento dos trabalhos desenvolvidos no âmbito da Rede de Avaliação do QREN (2007-2013) – composta pelo Observatório do QREN, que a coordena, e por representantes dos Centros de Racionalidade Temática e dos Centros de Observação das Dinâmicas Regionais, do IFDR, do IGFSE e das Autoridades de Gestão dos Programas Operacionais – e tendo como base os documentos de orientação produzidos pelo Observatório e discutidos no seio daquela Rede, foi submetido à Comissão Ministerial de Coordenação deste Programa em 6 de Novembro de 2008 e aprovado por esta em 25 de Novembro de 2008. Já em 2009, foi sujeito a revisão, aprovada a 14 de Abril, com o intuito de ajustar o seu cronograma de realização ao calendário indicativo previsto no Plano Global de Avaliação do QREN, entretanto aprovado em 26 de Fevereiro. Do Plano de Avaliação fazem parte os seguintes exercícios da responsabilidade da Autoridade de Gestão do POVT: Avaliação da operacionalização do POVT (2007-2009) no contexto da estratégia do QREN, com o objectivo geral de avaliar o modo de operacionalização do POVT na prossecução das prioridades estratégicas do QREN; Avaliação Intercalar do POVT (2007-2010), com o objectivo de avaliar a performance e o impacte do POVT a meio do seu período de vigência, a realizar até ao final do 4º trimestre de 2011. O primeiro dos exercícios de avaliação acima referidos foi adjudicado em 16 de Setembro, na sequência de um concurso público lançado em Junho de 2009, em cujo processo de selecção participaram a Autoridade de Gestão, enquanto entidade responsável pelo lançamento do procedimento, e o Observatório do QREN e o IFDR, enquanto membros do Grupo de Acompanhamento constituído com o objectivo de acompanhar os 111 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território exercícios e estudos de avaliação, nomeadamente ao nível da implementação de um sistema de controlo de qualidade daqueles exercícios. A versão preliminar do Relatório Inicial apresentado pela Equipa de Avaliação responsável pelo estudo, contendo um aprofundamento metodológico face á proposta técnica que esteve na base da adjudicação e a explicitação dos métodos de recolha, tratamento e análise da informação, foi apresentada em 20 de Novembro de 2009, após uma primeira reunião de trabalho realizada em 30 de Setembro, entre a Equipa de Avaliação e o Grupo de Acompanhamento (GA). Na sequência da 2ª reunião do GA com a EA para discussão do Relatório Inicial, realizada no dia 9 de Dezembro, foi produzido e apresentado à EA o Parecer do GA sobre o Relatório Inicial, cujas recomendações foram globalmente aceites e vertidas para a versão final do Relatório, datado de 29 de Dezembro. Para além das questões de natureza metodológica, no Relatório inicial (re)apresentaram-se as Questões da Avaliação, detalhando-se o nível de aprofundamento de cada Questão em função da realidade do Programa à data a que a avaliação reportaria – foi alargado o período em análise até 31 de Dezembro de 2009, de modo a incorporar um conjunto mais vasto de dados relativos à implementação e execução do Programa – e dos principais resultados esperados do exercício de avaliação em curso. O Relatório Intercalar, numa versão de trabalho, viria a ser apresentado em Abril de 2010, sendo apresentada a versão final desse Relatório a 24 de Maio, após as recomendações resultantes do Parecer do GA, emitido a 10 de Maio na sequência de reunião entre o GA e a Equipa de Avaliação realizada a 3 de Maio. Refira-se que, embora o Relatório Intercalar inicialmente apresentado respeitasse a estrutura prevista no caderno de encargos, evidenciava algumas insuficiências de cariz metodológico e analítico que condicionaram a sua aprovação imediata. Não obstante, e, apesar das condicionantes subjacentes à aprovação do Relatório Intercalar, não ficou substancialmente comprometido o prazo de apresentação do Relatório Final – incorporando já as recomendações constantes do Parecer no âmbito do Grupo de Acompanhamento sobre o Relatório Intercalar – que se encontra, à data da produção deste Relatório, ainda em apreciação por parte da AG. Ainda assim, serão apresentados, em sede da Comissão de Acompanhamento do POVT, dos principais resultados, conclusões e recomendações provenientes da Avaliação da Operacionalização do POVT. 2.7.8 Avaliação Ambiental Estratégica 112 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território I. Enquadramento Da Programação à Execução A preparação do Programa Operacional Valorização do Território foi acompanhada de um processo de Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), que deu cumprimento às disposições da Directiva 2001/42/CE relativa aos efeitos de certos planos e programas no ambiente. Atendendo a que a realização desta primeira etapa do exercício da AAE foi anterior à transposição para legislação nacional da Directiva 2001/42/CE, as autoridades de programação nacionais aplicaram, assim, directamente os requisitos regulamentares, tendo-se concluído posteriormente, após a publicação do Decreto-lei n.º 232/2007, que veio estabelecer, no quadro jurídico nacional, o regime a que fica sujeita a avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente, que a etapa da AAE realizada correspondeu igualmente às exigências que foram consagradas, a posteriori, na legislação nacional. A AAE visa estabelecer um elevado nível de protecção do ambiente e contribuir para a integração das considerações ambientais na preparação e implementação do POVT, tendo acompanhado o processo de programação desde o seu início como forma de garantir o contributo do instrumento de programação para o desenvolvimento sustentável. A AAE foi realizada por uma equipa independente constituída por especialistas em ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Salienta-se que através do exercício ex-ante da AAE, que compreendeu um significativo processo de consulta pública, o PO foi influenciado positivamente, destacando-se o reforço da integração e da salvaguarda das questões ambientais. A metodologia adoptada para a componente de participação do público e envolvimento dos agentes no processo – constituídas por uma fase de consulta pública, pela submissão ao Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável para parecer e pela promoção de workshops públicos para debater os resultados da AAE de cada Programa Operacional – permitiu beneficiar de contributos diversificados e qualificados na fase de elaboração das Agendas Operacionais do QREN e dos Programas Operacionais. Mais se destaca que a opção prosseguida pelas autoridades nacionais de aplicar a AAE às Agendas Valorização do Território e Factores de Competitividade revelou-se muito adequada na medida em que as agendas determinaram o conteúdo operacional do QREN, tendo a AAE incidido sobre a matriz fundamental dos domínios de intervenção a acolher pelos Programas Operacionais, a sua influência precedeu a programação dos Programas Operacionais e, como tal, os Programas Operacionais, designadamente o POVT, usufruíram substancialmente deste exercício. 113 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território O cumprimento dos requisitos associados à AAE no que respeita ao POVT não se limita, porém, à AAE realizada na fase de preparação do instrumento de programação. O POVT assumiu, no âmbito das suas actividades de gestão, responsabilidades no que respeita ao controlo dos efeitos ambientais da sua execução e assegura, em articulação com o Observatório do QREN, uma efectiva monitorização ambiental e de sustentabilidade da sua implementação. No quadro da monitorização ambiental e de sustentabilidade, e de acordo com as medidas de controlo 5 previstas, denominadas no Relatório Ambiental de “Programa de Gestão e Monitorização Ambiental”, a Autoridade de Gestão do POVT procede, de forma contínua, à aferição dos efeitos significativos sobre o ambiente decorrentes da execução do POVT, numa perspectiva de avaliação de desempenho ambiental e, simultaneamente, avalia em que medida estão a ser consideradas as recomendações dirigidas ao POVT (inscritas no Relatório Ambiental da AAE). A AAE colocou particular ênfase na identificação de factores potenciadores das oportunidades/impactes positivos, identificando simultaneamente os riscos/impactes negativos que possam estar associados às propostas, de modo a poderem ser evitados ou mitigados ao nível dos próprios PO, ou da execução dos projectos associados. A integração do ambiente nas actividades de gestão e aferição dos efeitos no ambiente decorrentes da implementação do POVT A integração de considerações ambientais no POVT não se limitou à fase de programação, através da realização de uma avaliação ambiental estratégica pormenorizada. A autoridade de gestão do POVT colocou o ambiente no centro das suas actividades de gestão através do empenhamento na realização do processo de seguimento da avaliação ambiental estratégica e do recurso a variados mecanismos e ferramentas cujo principal objectivo é o de garantir um nível de protecção ambiental superior ao que teria sido alcançado na sua ausência. Estes mecanismos e ferramentas abrangem instrumentos sistematizadores para o adequado cumprimento do acervo comunitário e nacional em matéria de ambiente, um forte envolvimento das autoridades ambientais no 5 , Antunes, P., G. Lobo, N. Videira, R. Santos, S. Vaz, T. Fernandes, T. Ramos, (2007), Relatório Ambiental. Avaliação Ambiental Estratégica das Intervenções Estruturais Co-Financiadas pelo FEDER e/ou pelo Fundo de Coesão. Quadro de Referencia Estratégico Nacional 2007-2013. Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa. 114 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território processo de avaliação de aceitabilidade e de mérito de projectos submetidos no âmbito de áreas-chave da intervenção directa no ambiente e a incorporação de critérios/ponderações ambientais em sede de regulamentos específicos e/ou avisos. Trata-se de mecanismos e ferramentas ambiciosos em função dos quais podem ser avaliados os esforços de integração desenvolvidos até à data. Mecanismos de gestão com o envolvimento de autoridades ambientais A Autoridade de Gestão do POVT estabeleceu com as Autoridades Ambientais uma parceria alargada, em particular no que respeita aos eixos prioritários relativos à Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento, ao domínio referente à Recuperação do Passivo Ambiental do eixo prioritário dedicado à Prevenção, Gestão e Monitorização de Riscos naturais e Tecnológicos e ao eixo relativo às Infra-estruturas Nacionais para a Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos. A parceria com as Autoridades Ambientais encontra-se activa desde a fase de elaboração dos Regulamentos Específicos das Intervenções abrangidas pelos eixos prioritários e domínios referidos anteriormente. Salienta-se a este respeito, a participação das Autoridades Ambientais na determinação das condições e requisitos de elegibilidade e dos critérios de selecção de projectos, inscritos nos Regulamentos Específicos na fase da sua elaboração. A parceria com as Autoridades Ambientais assumiu uma acrescida formalização com o início da fase de implementação do POVT. A Autoridade de Gestão do POVT delegou contratualmente no Instituto Nacional da Água (INAG), enquanto Autoridade Nacional da Água, o exercício de competências e atribuições referentes à apreciação da admissibilidade e do mérito das candidaturas apresentadas ao Eixo II (Rede Estruturante de Abastecimento de Água e de Saneamento), competindo ainda ao INAG a apreciação e aprovação dos Documentos de Enquadramento Estratégico (DEE) elaborados pelas entidades gestoras proponentes de candidaturas. No quadro das intervenções destinadas à Recuperação do Passivo ambiental, designadamente aquelas que visam a reabilitação de solos contaminados, e das intervenções referentes às Infra-estruturas Nacionais para a Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos, a Autoridade de Gestão do POVT celebrou com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) um protocolo com vista à prestação de apoio técnico, por parte da Autoridade Ambiental, na análise e acompanhamento das candidaturas, nomeadamente no que respeita ao seu enquadramento nos planos sectoriais e na sua apreciação de mérito. 115 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Também no âmbito de intervenções destinadas à Recuperação do Passivo ambiental, foi já em Julho de 2009 celebrado um protocolo entre a Autoridade de Gestão e a Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) para, no exercício da respectiva área de conhecimento e competências, ser prestado apoio técnico ao POVT no âmbito da análise e acompanhamento das candidaturas, designadamente aquelas que visam a reabilitação de áreas degradadas afectas à indústria extractiva mineira, nomeadamente no que respeita ao seu enquadramento no documento enquadrador e na sua apreciação de mérito. Em síntese, as Autoridades Ambientais mencionadas anteriormente assumiram, através da delegação de competências e protocolos de colaboração promovidos pela Autoridade de Gestão do POVT, particulares responsabilidades na gestão de 23% do valor total programado pelo POVT, sendo que o seu contributo incide não apenas na apreciação e no acompanhamento dos projectos apoiados, como também no cumprimento do normativo ambiental – a Autoridade de Gestão do POVT tem ainda beneficiado do apoio da APA no acompanhamento dos processos de AIA a que a generalidade dos projectos submetidos para apoio ao POVT é necessariamente sujeita – e no cumprimento das metas e dos objectivos ambientais dos domínios de intervenção do POVT. A Autoridade de Gestão do POVT tenciona colocar um esforço significativo no alargamento da adopção pelos proponentes de candidaturas aos seus restantes domínios de intervenção de instrumentos e práticas ambientais voluntárias, designadamente da adopção de Sistemas de Gestão Ambiental e/ou métodos de Construção Sustentável, à semelhança do que acontece já no domínio da Recuperação do Passivo Ambiental, onde o uso de Melhores Técnicas Disponíveis é valorizado em sede de análise de mérito das candidaturas. Adicionalmente, as reuniões da Comissão de Acompanhamento do POVT oferecem também uma sede de envolvimento de parceiros sociais com responsabilidades no ambiente, atendendo a que as Organizações Não Governamentais de Ambiente têm assento naquela Comissão de Acompanhamento como membro efectivo com direito de voto, através da Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente (CPADA). Apresentação da incorporação de critérios/ponderações ambientais em sede de regulamentos específicos e/ou avisos A Autoridade de Gestão do POVT aplica um conjunto de mecanismos que incorporam, em diversas fases do ciclo da vida das operações, medidas que garantem o cumprimento da legislação de carácter ambiental, bem como medidas que elevam o nível de protecção ambiental das operações apoiadas pelo POVT. 116 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território No que respeita à fase de selecção das operações, e num nível mais abrangente, o Regulamento Geral FEDER e Fundo de Coesão prevê, como uma das obrigações dos beneficiários que concorrem aos Programas Operacionais do QREN, o cumprimento das normas comunitárias e nacionais em matéria de ambiente, de forma a salvaguardar de uma forma rigorosa e generalizada a observância das mesmas. Num nível mais particular, os Regulamentos específicos de cada área de intervenção em que o POVT intervém, incorporam um conjunto de critérios de carácter ambiental que visam constituir um enfoque mais reforçado por tipologia de operações, de ponderações ambientais mais restritivas. A um nível transversal, todos os Regulamentos do POVT assumem a exigência do cumprimento da legislação ambiental e de ordenamento do território, sob pena da não elegibilidade das despesas apresentadas numa determinada operação. Num nível mais específico, e entrando em linha de conta com cada área de intervenção em concreto, foram integradas nos Regulamentos específicos, ponderações mais limitativas de cariz ambiental, das quais se destacam as seguintes: Aplicação de critérios na selectividade das candidaturas: o Valorização do enquadramento em sede do Plano de Acção do Litoral 2007-2013 e das candidaturas que contribuem para a sustentabilidade ambiental (Combate à Erosão e Defesa Costeira); o Ponderação das que contribuem para o combate à desertificação e a utilização sustentável dos solos (Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva); o Demonstração de ganhos ambientais e de sustentabilidade (Mobilidade Territorial e Redes e Equipamentos Nacionais e de Transportes); o Integração de preocupações de reutilização, reciclagem e a optimização de recursos (Infraestruturas Nacionais para a Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos); o Contribuição para a redução de perdas associadas a calamidades (Prevenção e Gestão de Riscos); o Consideração das que evidenciem adequados graus de eficiência energética (Prevenção e Gestão de Riscos e Redes e Equipamentos Estruturantes na Região Autónoma dos Açores e de Madeira); o Promovam a reabilitação de sítios e solos contaminados ou áreas degradadas afectas à indústria extractiva (Recuperação do Passivo Ambiental); o Contribuição para o uso eficiente da água, quer pela optimização da gestão das disponibilidades quer pela sensibilização das populações (Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento). 117 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Apresentação de pareceres de entidades com responsabilidade em matérias ambientais: o DGEG (Recuperação do Passivo Ambiental - minas); o Autoridades Regionais de Avaliação de Impacte Ambiental (Redes e Equipamentos Estruturantes da Região Autónoma dos Açores e da Madeira); o Parecer de dois peritos externos, os quais são indicativos para a avaliação do mérito e atribuição das pontuações parciais e final pela DGOTDU (Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano); Demonstração de enquadramento específico e do cumprimento de normas específicas nacionais: o Documento de Enquadramento Estratégico (Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento); o Directivas da Água (Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento); o Enquadramento na política nacional de protecção civil (Prevenção e Gestão de Riscos); o Enquadramento no Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos e nos Planos de Acção aplicáveis (Infra-estruturas Nacionais para a Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos). Para além de critérios definidos ao nível dos Regulamentos específicos, são igualmente fonte de normas de carácter ambiental, o disposto ao nível dos avisos de abertura de concursos que, para além de enumerarem os critérios de selecção já apresentados nos Regulamentos a aplicar nas candidaturas, fornecem, conforme as tipologias de intervenção, diferentes ponderações a que os mesmos são sujeitos para a sua classificação final. Neste contexto, e com o intuito de aplicação na fase de análise das candidaturas, foi elaborada pela Autoridade de Gestão do POVT, uma check-list, constante do Manual de Procedimentos, que permite uma sistematização robusta de todas as verificações necessárias efectuar para salvaguardar o cumprimento da legislação comunitária e nacional em matéria do ambiente na qual são verificadas, para além de aspectos já referidos, a apresentação dos seguintes documentos: Declaração de Impacto Ambiental Declaração da entidade licenciadora ou competente para autorizar a operação que confirme a não sujeição a este regime para os projectos referidos no Anexo I e II do Decreto-Lei n.º 69/2000, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 197/2005; Parecer da Autoridade responsável pela gestão da Rede Natura 2000; Apresentação dos documentos que comprovem os licenciamentos e autorizações ambientais necessários no que respeita à fase em que se encontra a candidatura, sendo que a montante o cumprimento da legislação em matéria ambiental se encontra salvaguardado pelas autoridades competentes no decorrer da preparação da candidatura ao Programa. 118 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Em termos de acompanhamento das operações, e além da monitorização do cumprimento das condicionantes que hajam sido estabelecidas em sede de aprovação, nomeadamente no que respeita aos licenciamentos e outros requisitos legais necessários à entrada em exploração, a Autoridade de Gestão do POVT pretende desenvolver mecanismos mais robustos de monitorização da execução das operações, ajustados em função das tipologias de intervenção, assim como a constituição de um dossier ambiental por cada intervenção aprovada. II. Efeitos resultantes da implementação do PO com base nos indicadores de monitorização estratégica ambiental A análise que a seguir se apresenta pretende reflectir duas dimensões fundamentais do processo de “followup” da AAE: a aferição do desempenho ambiental e de sustentabilidade do POVT e a aferição do grau de cumprimento das recomendações da AAE nas quais o POVT é implicado. Este exercício, na sua componente de aferição de desempenho ambiental e de sustentabilidade, pressupôs que fossem associados aos objectivos estratégicos definidos em AAE os regulamentos e as tipologias de intervenção que para aqueles contribuíam, bem como uma adequada selecção de indicadores (comuns nacionais e/ou comuns comunitários) para a mensurabilidade do efeito produzido pelo POVT nos mencionados objectivos estratégicos. Junta-se em Anexo XIV a árvore de imputação que constitui a base lógica do exercício realizado. Aferição do Desempenho Ambiental e de Sustentabilidade do POVT O desempenho ambiental e de sustentabilidade do POVT é melhor percepcionado através de um conjunto de indicadores nacionais e comunitários com contributo directo para os objectivos estratégicos definidos no âmbito da AAE. De seguida apresentam-se os resultados mais significativos ao nível do contributo da implementação e execução do POVT face a esses objectivos, sendo que os indicadores adiante apresentados poderão ser também consultados, de forma mais sistematizada, no Anexo XI - Indicadores de Monitorização Estratégica Ambiental e de Sustentabilidade deste Relatório. O contributo do POVT para o Objectivo Estratégico “Garantir a Universalidade no acesso a cuidados de saúde, valorizando os cuidados de saúde primários e a resposta aos grupos mais vulneráveis”, deve ser avaliado tendo em conta que esta não constitui uma área prioritária de intervenção deste PO. Ainda assim, e pese embora não haver, a 31 de Dezembro de 2009, qualquer candidatura com contrato de financiamento celebrado nesta área 119 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território de intervenção do domínio dos “Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional”, o indicador “população servida pelas unidades de saúde apoiadas” manter-se-á sob monitorização do Programa, até porque existe uma candidatura que já foi objecto de decisão favorável de financiamento. A prossecução do Objectivo Estratégico “Garantir a Universalidade no Acesso e Melhorar as Condições do Ensino”, constitui um dos domínios de particular responsabilidade do POVT, que com os seus apoios, contribuiu para que 87.763 alunos fossem abrangidos por intervenções de requalificação e modernização de 36 escolas com ensino básico (2 º e 3º ciclo) e ensino secundário e por 15 infra-estruturas universitárias (estas últimas intervencionadas no âmbito do domínio dos “Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional”). As mencionadas intervenções e os resultados produzidos contribuem igualmente para a “Redução da Pobreza e Promoção da Equidade, Igualdade de Oportunidades e da Coesão Social”, Objectivo Estratégico para o qual é também relevante o contributo do POVT em matéria de Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos, perfazendo um total de 111 projectos. O indicador “população beneficiada por intervenções de regeneração urbana ou requalificação urbana” traduz, de forma bastante imediata, o contributo das intervenções do POVT, neste caso no âmbito da Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano, e o respectivo resultado ascende a 2.030.201 de pessoas. Conexo com o Objectivo Estratégico, o Objectivo de “Promover a Mobilidade Urbana Sustentável”, é prosseguido pelo POVT e aferido pelo indicador “Acréscimo de população servida por intervenções de expansão de sistemas de transporte urbanos”, para o qual se apurou, no âmbito das operações relativas às Acções Inovadoras, um resultado 240.188 pessoas. Os objectivos estratégicos “Limitar o Crescimento das emissões de GEE”, “Diminuir a intensidade energética do produto / aumentar a eficiência energética” e “Aumentar a quota de produção de energia a partir de fontes renováveis” são também visados pelo POVT, em especial num conjunto de intervenções em infra-estruturas do sistema electroprodutor a partir de recursos renováveis, no âmbito das Redes e Equipamentos Estruturantes na R.A. dos Açores e das Redes e Equipamentos Estruturantes na R.A. da Madeira. Não foram concretizadas em 2009, todavia, quaisquer candidaturas nestas áreas. Também as candidaturas do Eixo I, nomeadamente as que se enquadram nas tipologias associadas à construção de uma Rede Ferroviária de Alta Velocidade, apresentarão um importante contributo para o primeiro daqueles objectivos. Os eixos II e VIII do POVT consubstanciam um financiamento muito significativo no domínio do abastecimento de água, saneamento de águas residuais e tratamento de resíduos sólidos urbanos, constituindo assim um 120 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território motor crucial para o cumprimento do acervo comunitário e nacional nestas matérias e igualmente das metas assumidas nos documentos estratégicos nacionais PEAASAR II e PERSU II. “Servir 95% da população com sistemas públicos de abastecimento de água” constitui um objectivo estratégico para o qual a intervenção do POVT é prioritária, sendo este objectivo avaliado através do indicador do nº de pessoas servidas por sistemas de abastecimento de água em resultado dos projectos apoiados. Até ao final de 2009, as operações contratadas pelo POVT relativas a projectos de abastecimento de água (no âmbito das intervenções apoiadas no Eixo II) permitirão um acréscimo de 1.834 na população servida. Mais significativo, em função das tipologias de operações contratadas no âmbito do Eixo II, é o contributo do POVT, no quadro do QREN, para o objectivo estratégico “Servir 90% da população com sistemas públicos de drenagem e tratamento de águas residuais urbanas”, destacando-se neste caso em particular um acréscimo de 1.069.457 de pessoas que serão servidas em resultado dos projectos apoiados. O “Cumprimento das Metas de Redução da Deposição de Resíduos Urbanos Biodegradáveis (RUB) em Aterro” é avaliado através dos indicadores relativos à quantidade total de RUB valorizada organicamente nos projectos apoiados e ao desvio de RUB de aterro. Com base nos referidos indicadores, confirma-se a relevância dos projectos apoiados pelo POVT que irão contribuir com 174.099 ton./ano para a Quantidade de RUB valorizada organicamente, o que é relevante para o cumprimento das metas inscritas no PERSU II. A “Redução do Risco de Erosão Costeira” constitui, à semelhança da anterior área de intervenção ambiental, uma prioridade para o POVT, traduzida, no âmbito das operações já contratadas, em 22,76 kms de extensão total de costa intervencionada para redução do risco associado à dinâmica costeira e em 9,75 kms de extensão total de costa intervencionada para contenção ou diminuição da ocupação antrópica em área de risco. No âmbito da Prevenção, Gestão e monitorização de Riscos Naturais, destaca-se também o contributo do POVT para o objectivo estratégico “Minimizar os Danos Decorrentes de Eventos Extremos Climáticos”, medido através do indicador “População abrangida pelos planos de emergência de protecção civil”, o que nos projectos apoiados pelo POVT – ver, a este propósito, o ponto 3.3.2. deste Relatório – se traduz na totalidade dos residentes em território nacional. De igual modo, também o contributo do POVT para o objectivo estratégico “Garantir a Cobertura do País por Sistemas de Protecção de Riscos” se traduz em 100 % de cobertura do território por planos de emergência. Aferição do grau de cumprimento das recomendações da AAE com base nos indicadores de monitorização das recomendações da AAE 121 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território No âmbito da Avaliação Ambiental Estratégica foi proposto um conjunto de recomendações, as quais mereceram um aprofundado estudo levado a cabo pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, coordenado pelo Observatório do QREN, com o objectivo de identificar um sistema que permita avaliar o seu cumprimento, através de um conjunto de indicadores que vertessem as preocupações constantes nas referidas recomendações. No que respeita às recomendações de carácter geral que constam da Agenda da Valorização do Território, a Autoridade de Gestão do POVT demonstra uma atenção particular dada a esta matéria, evidenciada pela informação recolhida no âmbito das candidaturas apresentadas (quando aplicável) e das operações aprovadas e contratadas até final de Dezembro de 2009. Recomendações Gerais Recomendação (R1): Deverão ser considerados critérios de natureza ambiental nos processos de avaliação da viabilidade de financiamento dos projectos Se é certo, como se afirmou anteriormente, que os aspectos centrais e os requisitos legais e processuais de índole ambiental estão presentes em todos os Regulamentos Específicos do POVT enquanto condições de acesso ao co-financiamento comunitário através deste Programa, deve ser sublinhado que a Autoridade de Gestão do POVT leva as preocupações ambientais além desse primeiro crivo de selecção de candidaturas, incluindo na grande maioria dos Regulamentos e/ou em Avisos de Abertura um conjuntos de critérios, subcritérios e parâmetros de selecção, que permitem valorizar factores ambientais em sede de avaliação do mérito das candidaturas. Esta preocupação da Autoridade de Gestão fica claramente evidenciada pelo indicador “Rácio de integração de critérios ambientais na avaliação de candidaturas”, que no POVT regista um nível de 87%. Recomendação (R2): Devem privilegiar-se as intervenções de natureza imaterial (e.g. requalificação e aproveitamento de infra-estruturas e equipamentos existentes, sistemas de informação, …) em detrimento da construção de novas infra-estruturas e equipamentos O POVT tem, por definição do seu conteúdo programático, uma componente essencialmente infra-estrutural no investimento colocado ao serviço da valorização dos territórios. Ainda assim, alguns dos Eixos e Domínios de 122 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território intervenção do Programa – com especial destaque para a Prevenção e Gestão de Riscos Naturais e Tecnológicos – enquadram um conjunto significativo de acções de sensibilização, desenvolvimentos de planos de acção de âmbito nacional ou estudos e projectos de monitorização ambiental, cujo peso em relação ao total de candidaturas do Programa é de 8% (25% se consideramos apenas as operações contratadas nos domínios do Eixo III). Recomendação (R7): Deve ser promovida a adopção de práticas de construção sustentável e de gestão ambiental na construção e operação das infra-estruturas A construção sustentável e a gestão ambiental pressupõem a adopção de práticas que visam a integração de processos como a incorporação de materiais reciclados, preocupações decorrentes da melhoria e eficiência energética ou de protecção e preservação de biodiversidade urbana. Por forma a aferir o cumprimento desta recomendação, é intenção da Autoridade de Gestão do POVT recolher, junto dos beneficiários, informação sobre adopção de tais práticas, quer nas operações em curso quer nas operações que sejam apresentadas em candidatura. Recomendação (R8): As acções de protecção e valorização do ambiente devem ser acompanhadas da promoção de acções de sensibilização da população para a poupança de recursos, nomeadamente consumos de água e energia, bem como para a redução da produção de resíduos e reciclagem Os dois indicadores que sustentam esta recomendação visam quantificar por um lado, todas as operações que promovem em exclusivo acções destinadas à divulgação, comunicação e formação ambiental que foram apoiadas pelo Programa, e por outro lado, a totalidade dos cidadãos que beneficiaram das mesmas. Desta forma, e apesar de apenas duas candidaturas contratadas corresponderem em exclusivo a acções desta natureza – um número significativo de operações de natureza material incorporam, também, uma forte (mas não financeiramente preponderante) componente de divulgação e sensibilização das populações abrangidas pelos seus impactos – são beneficiários dessas acções cerca de 3,4 milhões de habitantes do continente. Recomendação (R9): Devem ser privilegiadas intervenções de natureza preventiva e proactiva na resolução dos problemas ambientais, em detrimento da implementação de soluções de “fim-de-linha” ou de medidas de natureza exclusivamente curativa Sem prejuízo do reconhecimento da importância crescente a atribuir a medidas de carácter preventivo e proactivo na resolução (por antecipação) dos problemas ambientais, que se encontra espelhada na programação dos Eixos Prioritários II, III e VIII, é também incontornável que um número muito significativo de 123 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território intervenções com impacte directo no ambiente e na resolução de problemas associados aos riscos naturais e tecnológicos assumiram carácter imperativo e mereceram, por isso, especial atenção em fase de programação – em função dos diagnósticos realizados e em articulação directa com as orientações e prioridades definidas em sede dos respectivos planos sectoriais – e na execução do Programa. Especial relevo, neste âmbito, deverá ser dada às intervenções prioritárias em matéria de alargamento da rede de saneamento de águas residuais, que absorveu, até ao final de 2009, grande parte dos esforços de investimento enquadráveis no Eixo II, bem como às intervenções respeitantes à Recuperação de Passivos Ambientais ou, ainda, às acções proactivas de Combate à Erosão e Defesa Costeira. Ainda assim, verifica-se no âmbito deste conjunto de intervenções um número significativo de operações de cariz essencialmente preventivo, traduzido num Rácio de projectos visando a implementação de medidas preventivas e proactivas de protecção ambiental de 7% (no conjunto de projectos de protecção e valorização do ambiente). Recomendação (R10): Nas intervenções de reforço do sistema urbano, bem como nas redes, infra-estruturas e equipamentos para a coesão territorial e social, deve privilegiar-se a requalificação de construções e infraestruturas em detrimento de construções novas Nas intervenções de reforço do sistema urbano a executar no âmbito do POVT, assumem particular destaque a acções de requalificação das redes de Escolas dos 2º e 3º ciclo do Ensino Básico e de Escolas com Ensino Secundário, assim como de um conjunto de Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional. Em ambos os casos, mas com particular incidência nas infra-estruturas de ensino, o esforço de investimento tem sido centrado na requalificação desses equipamentos, mediante intervenções (em muitos casos profundas) de beneficiação/reabilitação/reconversão de construções existentes, em detrimento de construções novas. Esta aposta vai assim ao encontro da Recomendação da AAE e traduz-se num rácio de projectos de regeneração/requalificação de construções e infra-estruturas face ao total de projectos infra-estruturais do sistema urbano na ordem dos 57%. Indicadores de monitorização das recomendações da AAE (aplicáveis ao POVT) De seguida apresentam-se, sistematizados, os indicadores de monitorização das recomendações anteriormente explicitadas, reportado à execução do Programa até ao final de 2009. 124 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Recomendação AAE Resultado a 31.12.09 R1 I1. Rácio de integração de critérios ambientais na avaliação de candidaturas 87% R2 I2. Rácio de intervenções de natureza imaterial 8% R2 I3. Rácio de investimento em intervenções de natureza imaterial 1% R7 I12. Projectos e infra-estruturas que contemplam práticas de concepção, construção e gestão sustentável n.d. R8 I13. Operações de acções de divulgação, comunicação e formação ambiental 5 R8 R9 R10 III. Designação do indicador I14. Pessoas beneficiadas por acções de divulgação, comunicação e formação ambiental I15. Rácio de projectos que visam a implementação de medidas preventivas e/ou proactivas de protecção ambiental I16. Rácio de projectos de regeneração/requalificação de construções e infraestruturas 3.345.949 7% 57% Análise complementar e mecanismos de participação A análise apresentada no presente capítulo 2.2.7 será complementada em sede de reporte anual de conjunto sobre a avaliação e controlo dos efeitos significativos no ambiente decorrentes da aplicação dos apoios do QREN no quadro das intervenções co-financiadas pelo FEDER e Fundo de Coesão. O Observatório do QREN, responsável pelo Relatório referido anteriormente, será igualmente responsável pela divulgação pública dos resultados do exercício de avaliação e controlo, bem como de fomentar e promover o envolvimento do público em geral e de entidades relevantes no acompanhamento do processo de implementação da AAE do QREN e dos PO. 125 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 3. Execução por Eixo Prioritário 3.1 Eixo Prioritário I 3.1.1 Cumprimento de metas e análise de progresso Os Indicadores de Eixo, definidos no próprio texto do POVT, e as respectivas metas, reflectem, em boa medida, os objectivos específicos que estiveram subjacentes na programação do Eixo I – “Redes e Equipamentos Nacionais de Transportes”. A tabela seguinte apresenta, com base no conjunto de Indicadores de Eixo e ainda 6 de Indicadores Comuns Comunitários aplicáveis , os principais resultados alcançado até ao final de 2009. Tabela 3.1: Realização Física do Eixo Prioritário I Indicadores 2007 2008 2009 2010 2015 Total Indicadores Eixo (alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 Realização -- Executada Realização 1. Lisboa – Porto -- Contratada Metas Valor -de -- Referência Realização -- Executada 2. Tempo de percurso em AV Lisboa – Madrid Lisboa – Porto Porto – Vigo Realização -- Contratada Metas Valor -de -- Referência Realização 3. Linha ferroviária construída -- Executada Realização Contratada 29 -- 6 Veja-se também a análise global da realização física do Programa levada a cabo no capítulo 2, bem como a informação constante dos Anexos I, IV.A) e IV.B) a este Relatório. 126 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Metas Valor 40 190 de --- Referência Realização -- Executada Realização 4. Linha ferroviária electrificada Contratada 29 Metas Valor -75 75 de -- Referência Realização -- Executada Realização 5. Mercadorias transportadas Contratada 1.200.000 -- Metas Valor 1.200.000 -de -- Referência Realização -- Executada 6. Expropriações e relocalização da rede de serviços afectados Realização Contratada 6,5% Metas Valor -100% -- de -- Referência Realização -- Executada 7. Plataforma do construída (lado ar) Aeroporto Realização -- Contratada Metas Valor 100% de Realização -- Executada 8. Via construída e em operação Realização Contratada Metas Valor 4,42 -3 de --- Referência (CRIL e CRIPS) -- 25 --- 127 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Referência Indicadores Comuns Comunitários (core indicators) Realização Contratada Transportes 13. Nº de projectos Valor 2 de -- Referência Realização Transportes 14. Nº de Km de Contratada novas estradas Valor 4,42 de Transportes 17. Nº de Km de Contratada novas ferrovias Valor 29 de Transportes novas ferrovias nas RTE (*) Contratada Valor 29 de Transportes ferrovias euros/ano) Contratada Valor reconstruídas Valor Realização - de dos Contratada -- -- Referência (em Realização -- -- Referência 19. Nº de Km de 20. Realização -- -- Referência 18.Nº de Km de -- -- Referência Realização -- n.d. -- ganhos nos tempo de percurso, gerado Transportes pelos projectos de construção reconstrução e Valor de -- de Referência estradas (mercadorias e passageiros) 21. Valor euros/ano) (em Realização dos Contratada Transportes ganhos nos tempo de percurso, gerado pelos projectos de Valor de Referência n.d. -- -- 128 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território construção reconstrução e de ferrovias (mercadorias e passageiros) 30. Alterações Climáticas Redução n.d. emissões de gases Contratada com efeito de estufa (CO2 kt) 3.1.2 de Realização equivalentes, Valor -- de -- Referência Análise qualitativa Face aos objectivos específicos do Eixo Prioritário I – Redes e Equipamentos Nacionais de Transportes, linearmente concretizados no seu conteúdo programático, justificou-se a abertura, logo em Dezembro de 2007, de um período de candidaturas em contínuo, com um financiamento comunitário disponível equivalente à dotação total do Eixo, ou seja, cerca de 1.522 milhões de euros, conforme indicado no Anexo VII – Processo 7 de selecção por Eixo Prioritário até 31.12.09 (valores acumulados) deste Relatório. Desde a abertura até ao final de 2009 foram apresentadas quatro candidaturas, que concorrem directamente para os objectivos específicos do Eixo, nomeadamente no que respeita a “completar a rede rodoviária principal da Área Metropolitana de Lisboa …”, com o projecto CRIL – Buraca/Pontinha, e à “Modernização e desenvolvimento da rede ferroviária convencional …”, com os projectos Ligação Ferroviária Sines – Elvas (Espanha) I – Variante de Alcácer (2ª Fase) e Ligação Ferroviária Sines/Elvas (Espanha) II: Estação da Raquete em Sines. No âmbito do objectivo “Construção de uma Rede Ferroviária de Alta Velocidade com ligação a Espanha e ao resto da Europa…”, surgiu também a primeira candidatura, relativa ao Sub-troço Poceirão/Évora do Eixo Lisboa-Madrid. Com a excepção do projecto da Estação da Raquete, ainda em análise, as restantes candidaturas, que configuram Grandes Projectos, foram objecto de decisões favoráveis de financiamento por parte da Autoridade 8 de Gestão – cujo prazo médio de decisão, em dias de calendário, se situou nos 171 dias – e confirmação dessas 7 O Anexo VII sumaria os processos abertura de períodos de candidatura e de decisão de cada Eixo e Domínio de Intervenção do Programa. 8 O prazo médio de decisão, para efeito da monitorização do QREN, é calculado com base no período que medeia entre o encerramento do Aviso e a data de decisão do Aviso, que se considera decidido quando 75% das candidaturas apresentadas 129 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território decisões, em consonância com as disposições regulamentares, por parte da Comissão Ministerial de Coordenação do POVT, antes de iniciado o processo de instrução das candidaturas junto do IFDR para notificação da respectiva notificação junto da Comissão Europeia (CE). No caso dos projectos CRIL e Variante Alcácer (2ª fase), a submissão ao IFDR e a notificação à CE ocorreu ainda durante o ano de 2009. O volume de investimento total associado às candidaturas apresentadas ascendia a 1.083 milhões de euros e correspondia, por sua vez, a um co-financiamento solicitado superior a 609 milhões de euros (cerca de 39% da dotação do Eixo). No final do 2009 estavam comprometidos, em função das aprovações acima referidas, cerca de 533 milhões de euros, representando um nível de compromisso de 34% face à dotação do Eixo, e contratualizados com os beneficiários 181 milhões de euros de comparticipação comunitária, relativos aos projectos CRIL e Variante Alcácer (2ª fase). Neste quadro, e com a alteração do regulamento (CE) n.º 1083/2006, de 11 de Julho, produzida pelo Regulamento (CE) n.º 284/2009, de 7 de Abril, bem como a deliberação da Comissão Directiva do POVT de 26 de Novembro de 2009 (veja-se, a este propósito, o referido no ponto 2.7 deste relatório) foi possível iniciar a execução financeira destes projectos, com a validação de mais de 95 milhões de euros de Fundo e o pagamento aos beneficiários de um montante superior a 92 milhões de euros. unid: euros Candidaturas Eixo I 21-Dez-07 Dotação do Eixo (Fundo) 1.552.965.525 nº 4 Fundo 609.314.947 Aprovações nº 3 Fundo 532.882.285 Execução EX 95.151.183 Indicadores Financeiros PG 92.147.053 Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso 34% 6% 18% Os níveis de compromisso acima referidos encontram reflexo na bateria de indicadores ao nível da realização contratada, acima apresentados na tabela 3.1. Aí sublinha-se que as realizações em termos de km de linha ferroviária construída/electrificada incluíram apenas o projecto da Ligação Ferroviária Sines – Elvas (Espanha) I – Variante de Alcácer (2ª Fase), ficando a aproximação às metas de 2010 condicionada à contratualização durante este ano do sub-troço da ligação de Alta Velocidade Lisboa-Madrid já aprovado. Em todo o caso, existe já uma correspondência entre a meta da capacidade de transporte de mercadorias e aquela que resultará da ligação Sines-Elvas. Deve também assinalar-se o cumprimento expectável da meta 2010 para as vias construídas e em operação (CRIL e CRIPS), em função dos níveis de realização física e financeira do projecto CRIL – Buraca/Pontinha. tiver sido objecto da primeira decisão. Nos prazos médios de decisão aqui apresentados não se descontam os períodos de esclarecimentos e completamento das candidaturas muitas vezes necessários solicitar junto dos proponentes/beneficiários. 130 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território A ausência de resultados nos demais indicadores, incluindo a fraca expressão das “Expropriações e relocalização da rede de serviços afectados”, espelha a inexistência de candidaturas relativas aos projectos que para eles concorrem mais directamente ou, com já se referiu a propósito do troço da ligação de Alta Velocidade Lisboa-Madrid, ao facto de ainda não estar contratualizado entre a Autoridade de Gestão e o beneficiário/promotor. 3.1.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver As dificuldades sentidas no âmbito da apreciação das candidaturas apresentadas e na sua execução resultaram, em grande medida, do facto de todas corresponderem a grandes projectos, cujo processo de submissão e aprovação, quer pela documentação necessária à sua instrução, quer pelo conjunto de intervenientes no processo (Autoridade de Gestão, IFDR e Comissão Europeia), é relativamente mais complexo. Para obviar essas dificuldades, a Autoridade de Gestão adoptou medidas de ajustamento dos formulários em função das alterações produzidas pelo Regulamento (CE) nº 846/2009, de 1 de Setembro e das orientações, a esse respeito, apresentadas pelo IFDR, e do processo de submissão dos mesmos através da plataforma electrónica (SIPOVT). Adicionalmente, a já referida revisão do processo de decisão de financiamento aplicável aos Grandes Projectos (GP), em conformidade com o Regulamento (CE) n.º 284/2009, do Conselho, de 7 de Abril, que veio introduzir alterações ao Regulamento (CE) n.º 1083/2006, de 11 de Julho, veio permitir que os Grandes Projectos com Decisão favorável de Financiamento pela Autoridade de Gestão e confirmação da CMC tenham passado a constar como projectos aprovados, podendo ser registada a sua execução financeira (validação de despesa), ficando no entanto a sua certificação à Comissão Europeia e pagamento aos beneficiários condicionada à notificação desses GP à Comissão Europeia. Esta medida permitiu um grande impulso na taxa de compromisso com projectos aprovados e na taxa de execução financeira do POVT em 2009, permitindo também que os pagamentos, após notificação à Comissão Europeia, se desencadeiem de forma mais célere. 3.2 Eixo Prioritário II 3.2.1 Cumprimento de metas e análise de progressos 131 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território A tabela seguinte apresenta, com base no conjunto de Indicadores de Eixo Prioritário definidos no Programa e nos Indicadores Comuns Comunitários aplicáveis, os principais resultados alcançado até ao final de 2009 no âmbito da Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento. Tabela 3.2: Realização Física do Eixo Prioritário II Indicadores 2007 2008 2009 2010 2015 Total Indicadores Eixo (alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 Realização Executada 9. Caudal potencial de água susceptível de fornecimento nos pontos de entrega para distribuição em baixa -- Realização Contratada 29 Metas Valor -677 685 -- de Referência -- Realização Executada 10. Caudal potencial de água residual susceptível de drenagem e tratamento a partir dos pontos de recolha em baixa -- Realização Contratada 10 Metas Valor -306 340 -- de Referência -- Realização Executada -- 11. Estações de tratamento de Realização águas residuais urbanas Contratada construídas 138 Metas Valor -30 -- de Referência -- Realização Executada 12. População sistemas servida públicos abastecimento de água -- com Realização de Contratada Metas Valor 4.487 -95% -- de Referência -- 132 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Realização Executada 13. População sistemas servida com públicos saneamento de de águas residuais urbanas -- Realização Contratada 1.579.090 Metas Valor -90% -- de Referência -- Realização 14. Sistemas públicos de Executada -- saneamento de águas residuais Realização urbanas que garantem um nível Contratada -- de atendimento superior a 70% Metas da população Valor 100% -- de Referência -- Indicadores Comuns Comunitários (core indicators) 25. Acréscimo população Ambiente nos de Realização servida Contratada sistemas de abastecimento de água Valor intervencionados Referência 26. Acréscimo população nos Ambiente drenagem -- de -- de Realização servida Contratada sistemas 1.834 1.069.457 -- de e tratamento de águas 3.2.2 residuais Valor de intervencionados Referência -- Análise qualitativa O Eixo II do POVT – no âmbito do qual a Autoridade de Gestão delegou no INAG, enquanto Organismo Intermédio, competências relativas a alguns aspectos de natureza técnica e especializada do processo de selecção e acompanhamento dos projectos apoiados – é caracterizado por um elevado grau de complexidade, resultante da própria complexidade das intervenções que acolhe e, principalmente, pelo vasto enquadramento em sede da regulamentação nacional e comunitária aplicável. Este facto tinha já sido avançado no Relatório de 133 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Execução de 2008, enquanto condicionante principal ao processo de análise de aprovação das candidaturas até então apresentada, na sequência do Aviso de Abertura a candidaturas publicado em Abril de 2008. Assim, apenas durante o ano de 2009 foi possível concluir o processo de decisão da grande maioria das 121 9 candidaturas apresentadas, ficando o Aviso decidido no final de Julho, o que penalizou o tempo médio de decisão associado ao Aviso. A sublinhar a complexidade acima referida e as dificuldades evidenciadas pelos proponentes das candidaturas, registou-se, neste primeiro Aviso, uma taxa efectiva de admissibilidade anormalmente baixa, na ordem dos 26% (quando consideradas apenas as candidaturas para as quais essa análise estava concluída), em resultado da não admissão de 81 candidaturas. Este baixo nível de admissões resultou, resumidamente, dos seguintes aspectos: o Falta de maturidade das candidaturas; o Falta de enquadramento do beneficiário e/ou da operação face às respectivas tipologias previstas no Regulamento Específico do Eixo; o Falta de apresentação do Documento de Enquadramento Estratégico; o Investimento total inferior a 1 milhão de euros (note-se que, de acordo com o Regulamento Específico do Eixo que se encontra em vigor, o custo total de uma operação não podia, em princípio, ser inferior a 1 milhão de euros, exceptuando-se os investimentos de natureza imaterial relacionados com o Uso Eficiente da Água ou que demonstrassem relevância para o cumprimento da Directiva Quadro da Água e aquelas que, a título excepcional e de forma fundamentada e aceite pela Autoridade de Gestão, demonstrassem o seu carácter prioritário nos termos definidos nos Avisos de Abertura para apresentação de candidaturas. Deve ser notado, todavia, que as dificuldades registadas em fase de admissibilidade não encontram reflexo na avaliação do mérito das candidaturas admitidas, conforme se atesta pela taxa efectiva de aprovação líquida próxima dos 100% (quando consideradas apenas as candidaturas aprovadas face ao total de candidaturas com análise de mérito concluída. Já em 2010, viriam a ser confirmadas duas reprovações, colocando esta taxa em 93%). O segundo Aviso, publicado em Julho de 2009, colocou a concurso 520 milhões de euros (dotação disponível em função do valor comprometido no primeiro Aviso) e recebeu, até ao final do ano (que coincidiu com o 9 O Aviso encontra-se decidido quando 75% das candidaturas apresentadas são objecto de decisão por parte da Autoridade de Gestão (ou pelo Organismo com essa competência delegada). 134 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território encerramento do Aviso), 111 candidaturas, a que correspondia um volume total de Fundo solicitado superior a 1.490 milhões de euros. unid: euros Eixo II 1º Aviso: 1-Abr-08 2º Aviso: 1-Jul-09 Total Dotação do Aviso/Eixo (Fundo) Candidaturas nº Fundo 803.000.000 121 554.030.358 520.000.000 111 1.490.679.229 803.000.000 232 2.044.709.587 Aprovações nº Fundo Execução EX Indicadores Financeiros PG 27 222.574.908 21.375.563 21.375.563 27 222.574.908 21.375.563 21.375.563 Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso 10% 28% 3% 10% As 27 candidaturas aprovadas no âmbito do primeiro Aviso, elencadas no Anexo V – Operações aprovadas por Eixo Prioritário até 31.12.09 (valores acumulados) – totalizavam uma comparticipação comunitária de 222 milhões de euros, alavancando um investimento total superior a 370 milhões de euros, particularmente centrado (24 candidaturas) em infra-estruturas de saneamento de águas residuais, associadas quer à designada vertente em “alta” quer a “modelo verticalizado”, e localizadas maioritariamente em regiões convergência (com excepção de um projecto de natureza imaterial, cujo promotor está sediado em Lisboa, e do grande projecto Sistemas Integrados de Saneamento em Alta da SIMARSUL: Barreiro/Moita e Seixal, localizado na Península de Setúbal. A execução financeira dos projectos aprovados e contratados reflecte, em parte, as dificuldades sentidas no processo de decisão do primeiro Aviso, situando-se ligeiramente abaixo da média do Programa e aquém do peso relativo da dotação do Eixo na programação financeira do Programa. Ao nível da realização física, e considerando que, nesta fase de implementação do Programa os projectos se encontram ainda em execução – sem, portanto, existirem indicadores de realização executada (relativas a projectos concluídos) – os valores a apresentados na tabela 3.2 traduzem os resultados esperados para os projectos contratados até ao final de 2009. Em termos da população servida, os acréscimos decorrentes das intervenções apoiadas são especialmente significativos ao nível dos sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais, com mais de 1 milhão de habitantes, em consequência do já referido perfil das candidaturas aprovadas no primeiro Aviso. Por essa mesma razão, o número de estações de tratamento de águas residuais é particularmente elevado, superando largamente a meta que estava definida no Programa. 3.2.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver 135 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Como foi acima referido, algumas das dificuldades encontradas no decurso do processo de decisão sobre as candidaturas do primeiro Aviso resultaram da complexidade do quadro regulamentar nacional e comunitário que molda o Eixo II, das dificuldades apresentadas pelos promotores no ajustamento a esse quadro – com reflexo particular nas insuficiências ao nível da instrução das candidaturas – e do próprio número de candidaturas apresentadas. Adiante apresentam-se, de forma sistematizada, os principais problemas encontrados e as medidas adoptadas pela Autoridade de Gestão e pelo INAG, enquanto Organismo Intermédio para o Eixo II, para os suplantar. Principais dificuldades encontradas Medidas específicas adoptadas Complexidade inerente à análise dos DEE e das candidaturas do Eixo II e ao elevado nº de DEE/candidaturas apresentados – focalização dos recursos humanos internos do INAG para estas matérias em detrimento de outras com objectivos contratualizados Reforço da afectação de recursos humanos do OI à análise da candidaturas Dificuldade na estabilização e interpretação de conceitos: Modelo Verticalizado – dificuldades na interpretação deste conceito por parte das Entidades Gestoras; Regime de excepção de apresentação do DEE pelas Entidades Gestoras; Vertente “Alta” e “Baixa” – para abastecimento de água e para saneamento; Várias interlocuções com os Deficiente instrução das candidaturas quer na beneficiários (reuniões, fase de submissão quer após pedido de emails, telefonemas) com vista esclarecimentos, mais concretamente no que diz a colmatar estas lacunas e respeito a: insuficiências; Publicação e divulgação de Memória Descritiva; notas de clarificação de Documentos justificativos dos custos conceitos apresentados. Os valores referenciados nestes documentos justificativos por vezes não são coerentes com os apresentados nos restantes elementos da candidatura; Cronogramas de execução física e financeira adequados; Coerência entre os elementos da candidatura; Documentos de Licenciamento e enquadramento ambiental; Medidas gerais adoptadas 136 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Estudo de Viabilidade Económica e Financeira – ausência ou deficiente elaboração do EVEF do investimento objecto da candidatura, que inclua uma estimativa fundamentada das receitas geradas durante o período em análise, por forma a dar cumprimento ao Artº 55º do Regulamento (CE) 1083/2006, de 11 de Julho e de acordo com a nota metodológica nº2 do Manual de Procedimentos do Beneficiário. Publicação no site do POVT e do OI (oi.inag.pt) de notas de esclarecimentos sobre conceitos e resposta a questões mais frequentes Definição de procedimentos internos no OI para análise das candidaturas Reuniões com as Entidades Gestoras, para as questões mais complexas, essencialmente relacionadas com a reformulação dos EVEF e elaboração dos DEE, documento essencial para o enquadramento das candidaturas Reuniões entre a Autoridade de Gestão e o OI de forma a definir prioridades e metodologias de análise 3.3 Eixo Prioritário III 3.3.1 Cumprimento de metas e análise de progressos A tabela seguinte apresenta, com base no conjunto de Indicadores de Eixo Prioritário definidos no Programa e nos Indicadores Comuns Comunitários aplicáveis, os principais resultados alcançados até ao final de 2009 no âmbito dos domínios de intervenção do Eixo III. Tabela 3.3: Realização Física do Eixo Prioritário III Indicadores 2007 2008 2009 2010 2015 Total Indicadores Eixo (alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 15. Grau de Cobertura do País Realização -- 137 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território por Planos de Emergência de 2ª Executada geração Realização Contratada 60% Metas Valor -80% -- de Referência -- Realização Executada 16. Grau de Cobertura do País pelo Sistema Prevenção, Nacional Gestão de e Monitorização de Riscos -- Realização Contratada 25% Metas Valor -40% -- de Referência -- Realização Executada 17. Grau de Cobertura do País pelo Sistema Nacional de Gestão de Emergências -- Realização Contratada 20% Metas Valor -60% -- de Referência -- Realização Executada -- 18. Grau de Cobertura do País Realização por Redes de Comunicação de Contratada Emergência 80% Metas Valor -90% -- de Referência -- Realização Executada -- 19. Grau de Cobertura do País Realização pelo Sistema de Gestão de Contratada Meios de Protecção e Socorro Metas Valor 65% -80% -- de Referência -- 20. Extensão de costa onde as Realização intervenções reduziram o risco Executada -- 138 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território associado à dinâmica costeira Realização Contratada 22,76 Metas Valor -50 90 -- de Referência -- Realização Executada 21. Extensão de costa intervencionada para contenção ou diminuição da ocupação antrópica em área de risco -- Realização Contratada 9,75 Metas Valor -15 50 -- de Referência -- Realização Executada 22. N.º de recuperação projectos de -- de Realização áreas Contratada contaminadas 4 Metas Valor -4 5 -- de Referência -- Realização Executada 23. N.º de projectos -- de Realização reabilitação de áreas mineiras Contratada degradadas 4 Metas Valor -15 20 -- de Referência -- Indicadores Comuns Comunitários (core indicators) 29. Área reabilitada Realização (em km2) no âmbito Contratada Prevenção de Riscos n.d -- de intervenções de recuperação de passivos ambientais (áreas degradadas e Valor de -- Referência contaminadas) Prevenção de Riscos 31. Nº de projectos Realização (Prevenção riscos) de Contratada Valor de 65 --- 139 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Referência 32. População que Realização Prevenção de Riscos beneficia de Contratada medidas de protecção contra Valor 1.559.128 -- de cheias e inundações Referência -- 33. População que Realização Prevenção de Riscos beneficia de Contratada medidas de protecção -- contra incêndios e outros riscos 5.667.495 naturais e tecnológicos Valor de Referência -- (excepto cheias e inundações) 3.3.2 Análise qualitativa As intervenções apoiadas no Eixo III agrupam-se em torno de 3 domínios, respeitantes ao Combate à Erosão e Defesa Costeira, à Recuperação do Passivo Ambiental e à Prevenção e Gestão de Riscos. Combate à Erosão e Defesa Costeira No domínio da Defesa Costeira, apenas o primeiro Aviso se encontrava decidido no início do ano de 2009. O segundo Aviso, publicado ainda em 2008, ficou decidido no final de Março de 2009, sendo que apenas o terceiro Aviso, publicado em Maio e encerrado em Setembro de 2009 estava por decidir. Exceptuando, o primeiro, particularmente dedicado a intervenções de defesa activa do litoral, os restantes Avisos de abertura a candidaturas cobriam todas as tipologias previstas em sede de Regulamento Específico (veja-se, a este propósito, a informação apresentada no Anexo VI – Regulamentação Específica/Calendário de concursos por Eixo Prioritário). Neste contexto, foram apresentadas 40 candidaturas, correspondendo a uma procura de Fundo próxima dos 95 milhões de euros, sendo que apenas no último Aviso se registou uma procura de Fundo superior à dotação colocada a concurso, o que poderá ser justificado pelos insuficientes níveis de maturidade necessários para apresentação de candidatura, que poderá ser resultado das dificuldades sentidas para a completa instalação 140 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território das Administrações das Regiões Hidrográficas, as quais receberam importantes competências nesta matéria de acordo com a nova lei da água. Releva-se ainda que neste domínio os beneficiários são entidades públicas, do MAOT e do MOPTC, com responsabilidades em matéria de Defesa Costeira, podendo outras entidades apresentar candidaturas, desde que tenham por missão desenvolver operações de requalificação do litoral e que tenham estabelecido protocolo ou outra fomra de contratualização com as entidades do MAOT para o desenvolvimento específico da operação candidata. Neste sentido, este factor contribui também para que as candidaturas apresentadas tenham forte alinhamento 10 com os objectivos do Eixo, evidenciada por uma taxa efectiva de admissibilidade superior 86%, e apreciações de mérito positivas, exemplificadas por uma taxa efectiva de aprovação líquida de 95% e pela relação entre o investimento elegível aprovado e o custo total de investimento na ordem dos 89% (superior à média do Programa, que se situa nos 87%). unid: euros Eixo III Defesa Costeira 1º Aviso: 28-Dez-07 2º Aviso: 16-Jun-08 3º Aviso: 11-Mai-09 Total Dotação do Aviso/Eixo (Fundo) Candidaturas Aprovações Execução Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso nº Fundo nº Fundo 9 19.665.985 6 18.554.473 7.545.657 9.903.894 41% 60.000.000 13 30.565.890 11 24.319.999 495.910 514.279 2% 30.000.000 18 44.577.523 2 2.066.670 0 0 0% 279.000.000 40 94.809.398 19 44.941.142 8.041.567 10.418.173 25.000.000 EX Indicadores Financeiros PG 16% 3% 18% Recuperação do Passivo Ambiental No domínio da Recuperação do Passivo Ambiental, o período de apresentação de candidaturas no âmbito do primeiro Aviso, publicado em Março de 2008 e alterado em Agosto do mesmo ano, estendeu-se até 25 de Dezembro 2008, tendo a maioria das 11 candidaturas apresentadas sido submetidas à Autoridade de Gestão entre Outubro e Dezembro (apenas 3 candidaturas foram apresentadas em Agosto e 2 em Setembro). O Aviso ficou decidido em Agosto de 2009, o que levou a um prazo médio de decisão de 259 dias, superior portanto à média do Programa. 10 As taxas de admissibilidade e de aprovação aqui apresentadas diferem das taxas indicadas no Anexo VII deste Relatório, na medida que as primeiras são calculadas em função do universo de candidaturas cujo processo de admissão (para a taxa de admissibilidade) e de avaliação de mérito (para a taxa de aprovação) está concluído. Por essa razão se definem aqui como taxas efectivas. 141 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Como já foi referido anteriormente, este prazo não inclui apenas a análise da Autoridade de Gestão, mas também os períodos concedidos aos beneficiários para reverem e completarem as suas candidaturas, o qual foi relevante, tendo em conta que as candidaturas apresentavam inúmeras insuficiências que foram colmatadas durante o período de análise, resultantes de aspectos relacionadso com a complexidade técnica das candidaturas, com a clarificação da área de competência relativa aos passivos de minas e, designadamente dos com componentes radioactivas, bem como com a necessidade de pareceres quanto aos objectivos das candidaturas e elegibilidade de componentes. Contribuiu, também, para o prazo de análise das candidaturas a necessidade de confirmação das questões ambientais a serem verificadas no âmbito da análise das candidaturas, nomeadamente, a aplicabilidade do regime de Avaliação de Impacte Ambiental. Por outro lado, verificou-se a necessidade de envolver na análise das candidaturas de requalificação das áreas mineiras degradadas a Direcção-Geral de Energia e Geologia (protocolo firmado em 06 de Julho de 2009), de modo a verificar a sua conformidade com os objectivos que estiveram subjacentes à elaboração do documento enquadrador. O prazo médio de decisão deste Aviso foi ainda condicionado pela escassez dos recursos humanos do Secretariado Técnico do POVT que no início estiveram afectos a este Eixo/Domínio de Intervenção. Destaca-se, em matéria de selecção dos projectos, as elevadas taxas efectivas de admissibilidade e de aprovação líquida, em torno dos 90% e 100%, respectivamente, em consequência de apenas uma candidatura não cumprir os requisitos de admissibilidade e de, entre as candidaturas admitidas, todas apresentarem mérito absoluto suficiente à aprovação – nos termos do Aviso e no contexto de um período de apresentação de candidaturas pré-determinado, seriam aprovadas as candidaturas com uma classificação superior a 2,5 pontos (numa escala *0 … 5+) ou, acima da dotação base do Aviso, com classificação superior a 3,5 pontos – resultando na decisão favorável de financiamento de 9 projectos. Em matéria de execução financeira, o facto da contratualização com os beneficiários das candidaturas aprovadas ter ocorrido apenas no final de Setembro, mas sobretudo as dificuldades que os beneficiários tiveram em concluir os procedimentos de contratação pública incluídos nas candidaturas aprovadas explica os baixos valores verificados a 31 de Dezembro de 2009. O segundo Aviso, publicado em Agosto de 2009, foi também objecto de revisão em Novembro, alargando o prazo de apresentação de candidaturas até 26 de Fevereiro de 2010. Este alargamento verificou-se pertinente, 142 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território na medida em que as 9 candidaturas apresentadas ao abrigo do segundo Aviso surgiram já em Fevereiro de 2010. unid: euros Eixo III Passivo Am biental 1º Aviso: 17-Mar-08 2º Aviso: 5-Ago-09 Total Dotação do Aviso/Eixo (Fundo) Candidaturas nº 95.000.000 11 Aprovações Fundo Execução EX Indicadores Financeiros Fundo nº PG 18.695.624 9 9.308.351 42.543 42.543 18.695.624 9 9.308.351 42.543 42.543 Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso 0,5% 78.000.000 105.000.000 11 9% 0% 0,5% Prevenção e Gestão de Riscos No domínio da Prevenção e Gestão de Riscos – para o qual, recorde-se, estão delegadas competências de análise, selecção e acompanhamento físico e financeiro das candidaturas na Estrutura de Missão para a Gestão dos Fundos Comunitários (EMGFC) – o ano de 2009 ficou marcado pela decisão do segundo Aviso, que havia sido publicado no final de 2008, e pela publicação de um terceiro Aviso, além da revisão do Regulamento Específico, onde se introduziu o Instituto Geográfico Português no leque de beneficiários, em função de ser essa a entidade que irá levar a cabo a intervenção cadastral nos municípios seleccionados para intervenção prioritária no âmbito do SiNErGIC (Sistema Nacional de Exploração e Gestão de Informação Cadastral), projecto enquadrável na tipologia de operação já prevista na alínea a) do mesmo Regulamento. No conjunto dos Avisos publicados, o número de candidaturas apresentadas elevou-se para 162 e o Fundo solicitado suplantou, com excepção do último Aviso, a dotação prevista em cada um dos concursos. Em face das dificuldades inerentes à reestruturação daquela entidade levada a cabo no último trimestre de 2009 – este aspecto será retomado no ponto 3.3.3 deste Relatório – reforçadas pelo volume de candidaturas apresentadas, verificou-se uma deterioração do prazo médio de decisão entre o primeiro (123 dias) e o segundo Aviso (296 dias). Ainda assim, encontravam-se decididas, no final de 2009, 88 candidaturas relativas aos primeiro e segundo Avisos. As candidaturas do terceiro Aviso foram submetidas, na esmagadora maioria, em datas muito próximas ou coincidentes com o final do período, que ocorreu a 26 de Outubro de 2009 – embora com um elevado nível de exclusão por falta de cumprimento das condições de admissão, nomeadamente aquelas que se relacionam com a maturidade dos projectos ou a ausência de Parecer ou Parecer desfavorável por parte da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), espelhado por uma taxa efectiva de admissibilidade de 63%. 143 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Entre os 51 projectos aprovados destacam-se, em número, os 33 projectos relativos à requalificação e reorganização da rede de infra-estruturas de protecção civil (com excepção dos Centros Municipais de Protecção Civil), promovidos por Associações Humanitárias de Bombeiros, embora a sua expressão financeira, em termos de Fundo aprovado, seja bastante inferior (representando 39% da comparticipação comunitária aprovada neste domínio). Os demais projectos aprovados repartem-se, maioritariamente, entre as seguintes tipologias: “Equipamento operacional de protecção civil e veículos para operações de socorro de protecção civil”, onde se destaca, pelo volume de investimento superior a 11,6 milhões de euros, o projecto Constituição da Reserva Nacional de Emergência e Equipamento Operacional de Protecção Civil, promovido pela ANPC; “Reforço da arquitectura e desenvolvimento do sistema de informação de protecção civil nacional, incluindo as vertentes de comunicações, alerta, monitorização e localização”, onde se realça, com um investimento superior 19,6 milhões de euros, o projecto Equipamentos Terminais de Comunicação de Tecnologia Digital TETRA do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança Pública (SIRESP), promovido pela Direcção-Geral de Infra-estruturas e Equipamentos; “Equipamento operacional de protecção civil e veículos para operações de socorro de protecção civil”, onde os projectos aprovados representam um investimento na ordem dos 14 milhões de euros; e “Elaboração de planos de emergência de protecção civil”, com o projecto Revisão do Plano Nacional de Emergência. unid: euros Eixo III Prevenção Gestão Riscos 1º Aviso: 01-Abr-08 2º Aviso: 16-Dez-08 3º Aviso: 6-Jul-09 Total Dotação do Aviso/Eixo (Fundo) Candidaturas nº Aprovações Execução EX Indicadores Financeiros Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso Fundo nº Fundo PG 35.000.000 33 47.264.908 14 31.131.645 4.194.147 4.420.215 13% 40.000.000 71 45.006.197 37 16.453.343 0 0 0% 50.000.000 58 47.217.103 175.000.000 162 139.488.207 51 47.584.988 4.194.147 4.420.215 27% 2% 9% Face ao exposto em matéria de processos de selecção e de execução dos projectos aprovados no âmbito dos diferentes domínios de intervenção do Eixo III, os valores apresentados na tabela 3.3 traduzem, em boa parte, os resultados (esperados, na medida em que correspondem ainda a realização contratada) das intervenções apoiadas. 144 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Sublinham-se, desde logo, no domínio da “Prevenção e Gestão de Riscos” – com base em informação sectorial disponibilizada pela Autoridade Nacional de Protecção Civil – a aproximação às metas de 2010 verificadas ao nível do Grau de Cobertura do País por Planos de Emergência, Redes de Comunicação e Emergência e Sistemas de Gestão e Meios de Protecção e Socorro, bem com o número de população servida por medidas de protecção contra cheias e inundações e contra incêndios e outros riscos naturais e tecnológicos, com um forte contributo dos projectos associados às tipologias “Reforço da arquitectura e desenvolvimento do sistema de informação de protecção civil nacional, incluindo as vertentes de comunicações, alerta, monitorização e localização” e “Equipamento operacional de protecção civil e veículos para operações de socorro de protecção civil”, além dos projectos de âmbito nacional (ex: Revisão do Plano Nacional de Emergência. No domínio da Defesa Costeira, A extensão de costa intervencionada para redução do risco associado à dinâmica costeira, correspondente a 22,76 km, é ainda limitada face à meta de 50 km, embora deva ser referido que com os projectos entretanto aprovados já em 2010 a extensão de costa intervencionada passe para 43 km, enquanto que a extensão de costa intervencionada para contenção ou diminuição da ocupação antrópica em áreas de risco corresponde a 9,75 km, face a uma meta de 15 km. No domínio da “Recuperação do Passivo Ambiental”, o menor dinamismo evidenciado pelo ritmo de submissão de candidaturas já descrito anteriormente traduz-se, directamente, nos resultados associados aos respectivos indicadores “N.º de projectos de recuperação de áreas contaminadas” e N.º de projectos de reabilitação de áreas mineiras degradadas. 3.3.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver No âmbito do domínio de intervenção “Prevenção e Gestão de Riscos” foi acima referido o facto da reestruturação da EMGFC, enquanto Organismo Intermédio para a gestão daquele domínio, constituiu um factor adicional de dificuldade na celeridade da apreciação das candidaturas. Refira-se que o quadro de recursos humanos daquela Estrutura de Missão foi substancialmente reformulado, quer pela nomeação, já próxima do final de 2009, de um novo Encarregado de Missão e de novas responsáveis pela Área de Programa e Projectos (com competências específicas relativas ao ciclo de análise e decisão) e pela Área Administrativa e Financeira (com competências específicas relativas ao ciclo de execução e acompanhamento), quer pelo reforço da estrutura de apoio técnico de 10 para 20 elementos. 145 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 3.4 Eixo Prioritário IV 3.4.1 Cumprimento de metas e análise de progressos A tabela seguinte apresenta, com base no conjunto de Indicadores de Eixo Prioritário definidos no Programa e nos Indicadores Comuns Comunitários aplicáveis, os principais resultados alcançado até ao final de 2009 no âmbito do Eixo IV. Tabela 3.4: Realização Física do Eixo Prioritário IV Indicadores 2007 2008 2009 2010 2015 Total Indicadores Eixo (alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 Realização Executada 24. N.º de -- de Realização Projectos Reordenamento e Requalificação Contratada de Portos Comerciais 1 Metas Valor -1 3 -- de Referência -- Realização Executada -- 25. Movimentos beneficiados de Realização mercadorias Contratada (carregadas+descarregadas) Metas Valor -95000 290000 -- de Referência -- Realização Executada -- 26. Movimentos beneficiados de Realização passageiros Contratada (embarcados+desembarcados) Metas Valor 400000 270000 Qualidade das águas superficiais – estado eutrófico das lagoas 800000 -- de Referência 27. -- -- Realização Executada -- Realização Contratada 0-10% -- 146 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Metas Valor 0-10% -- de Referência -- Realização Executada 28. Redução de emissão CO2 – substituição da produção de electricidade nas centrais térmicas por produção renovável -- Realização Contratada -- Metas -- Valor de Referência -- Indicadores Comuns Comunitários (core indicators) Realização Transportes 13. Nº de projectos Contratada Valor 1 de Referência 23. Nº de projectos Energia (energias 24. Contratada - -- de Referência -- Capacidade Realização suplementar Energia -- Realização Valor renováveis) -- de Contratada - -- produção de energia a partir de fontes renováveis (em Valor MWh) de Referência -- Realização Ambiente 27. Nº de projectos Contratada de Resíduos Sólidos Valor -- de Referência 3.4.2 - -- Análise qualitativa Face aos objectivos específicos do Eixo Prioritário IV – Redes e Equipamentos Estruturantes na Região Autónoma dos Açores, previstos no seu conteúdo programático, justificou-se a abertura em Março de 2008 de um período de candidaturas em contínuo, com um financiamento comunitário disponível equivalente à 147 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território dotação total do Eixo, ou seja, 70 milhões de euros, conforme indicado no Anexo VII – Processo de selecção por 11 Eixo Prioritário até 31.12.09 (valores acumulados) deste Relatório. Desde a abertura até ao final de 2009 foram apresentadas três candidaturas, que concorrem directamente para os objectivos específicos do Eixo, nomeadamente para o reordenamento e requalificação dos portos da Região Autónoma dos Açores, através dos projectos “Requalificação e Reordenamento da Frente Marítima da Cidade da Horta” e “Reordenamento do Porto da Madalena (1.ª fase)”, bem como para a melhoria da qualidade das águas superficiais das lagoas, através do projecto “Requalificação ambiental das bacias hidrográficas das Lagoas das Furnas e das Sete Cidades”. É de referir que a situação do Eixo IV em 31-Dez-2009 era bastante equilibrada, com dois projectos de grande relevância para os objectivos do Programa aprovados, sendo um na área dos transportes e outro na área do ambiente. É de referir que ainda não foram apresentados projectos no domínio da produção de energia por fontes renováveis nem no domínio do tratamento de resíduos sólidos urbanos, os quais se encontram em preparação. À data de 31-Dez-2009, encontravam-se aprovadas e em execução duas das referidas candidaturas: “Requalificação e Reordenamento da Frente Marítima da Cidade da Horta” e “Requalificação ambiental das bacias hidrográficas das Lagoas das Furnas e das Sete Cidades”, encontrando-se a candidatura relativa ao projecto “Reordenamento do Porto da Madalena (1.ª fase)” em análise. Em relação a esta última candidatura, a respectiva entidade executora (Administração dos Portos do triângulo e do Grupo Ocidental, SA” solicitou posteriormente (em 19-Fev-2010) a sua desistência devida à impossibilidade de assegurar o início da sua execução nos prazos regulamentares, pela necessidade de reiniciar os procedimentos de contratação pública devidos. Verificou-se, assim, em 2009, uma evolução bastante positiva ao nível do cumprimento do objectivo “Reordenamento e Requalificação dos Portos Comerciais da Região Autónoma dos Açores” previsto no Eixo IV do POVT, com um projecto aprovado que vai beneficiar o movimento de passageiros no Porto em 400.000, o que constituiu um contributo muito relevante para a meta global fixada no POVT. Também no que respeita ao objectivo “Qualidade das Águas Superficiais das Lagoas” se verificou um avanço significativo para a concretização das metas fixadas no Eixo IV, em resultado da aprovação do projecto 11 O Anexo VII sumaria os processos abertura de períodos de candidatura e de decisão de cada Eixo e Domínio de Intervenção do Programa. 148 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território “Requalificação ambiental das bacias hidrográficas das Lagoas das Furnas e das Sete Cidades”, o qual vai permitir o cumprimento da meta global fixada: estado eutrófico das lagoas entre 0-10%uma vez que o projecto dado que já a Madeira” uma evolução O volume de investimento total associado às candidaturas apresentadas ascendia a 72 milhões de euros e correspondia a um co-financiamento solicitado superior a 56 milhões de euros (cerca de 81% da dotação do Eixo). No final do 2009 estavam comprometidos e contratualizados com os beneficiários, em função das aprovações atrás referidas, cerca de 45 milhões de euros de Fundo de Coesão, representando um nível de compromisso de 64% face à dotação global do Eixo. Os dois projectos aprovados registavam já execução física e financeira à data de 31-Dez-2009, com uma taxa de realização de 12%, fazendo com que a taxa global de execução financeira do Eixo IV no final de 2009 seja de 7,4%, sendo superior à taxa média de execução do POVT àquela data (5,1%). Apresenta-se no quadro seguinte a síntese dos indicadores de compromisso e de execução do Eixo IV à data de 31-Dez-2009. unid: euros Candidaturas Eixo IV 31-Mar-08 3.4.3 Dotação do Eixo (Fundo) 70.000.000 Aprovações nº Fundo nº Fundo 3 56.743.957 2 45.068.622 Execução EX 5.204.839 Indicadores Financeiros PG 5.204.839 Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso 64% 7% 12% Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver Em 2009 acentuaram-se os efeitos da crise internacional a que a Região Autónoma dos Açores não escapou: quebras da procura, em paralelo com dificuldades de acesso ao crédito por parte dos agentes económicos em geral, e das empresas em particular, marcaram a conjuntura. No que concerne ao Eixo IV, tratando-se de uma componente do Programa pré-determinada e conteúdo, baseada em investimentos de natureza exclusivamente pública, as questões relativas à crise económica e financeira tiveram naturalmente algum impacte, mas não tão significativo que pudesse pôr em causa o desenvolvimento normal do Programa, vincando-se mais os aspectos de natureza processual e administrativa pela sua complexidade e morosidade. 149 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território A gestão do Eixo IV do POVT está delegada na Direcção Regional de Estudos e Planeamento (DREPA), ao abrigo de um contrato de delegação de competência, em regime de subvenção global, assinado em 2008. A actividade desde Organismo Intermédio, realizada em 2009, está sinteticamente referida no ponto 2.7 do presente Relatório. Os níveis de compromisso e de realização dos projectos revelam-se normais para a fase de execução do Programa e permitem antever o cumprimento das metas fixadas, havendo apenas que ter em atenção a necessidade de implementar futuramente os projectos nos domínios ambiental e energético, cujas candidaturas ainda não foram apresentadas. 3.5 Eixo Prioritário V 3.5.1 Cumprimento de metas e análise de progressos A tabela seguinte apresenta, com base no conjunto de Indicadores de Eixo Prioritário definidos no Programa e nos Indicadores Comuns Comunitários aplicáveis, os principais resultados alcançado até ao final de 2009 no âmbito do Eixo V. Tabela 3.5: Realização Física do Eixo Prioritário V Indicadores 2007 2008 2009 2010 2015 Total Indicadores Eixo (alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 Realização Executada -- 29. Nº de projectos de infra- Realização estruturas ambientais Contratada intervencionadas Metas Valor 1 estruturas ambientais (águas e saneamento) 2 -- de Referência 30. População servida por infra- -- -- Realização Executada -- Realização Contratada -- 150 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Metas Valor 70% 78% -- de Referência -- Realização Executada 31. N.º de terminais de Gás Natural instalados (UAG) -- Realização Contratada -- Metas Valor 1 1 -- de Referência -- Realização Executada -- Realização 32. Emissão de CO2 Contratada -- Metas Valor 530 490 -- de Referência -- Realização Executada 33. Nº de infra-estruturas de transporte intervencionadas -- Realização Contratada 2 Metas Valor -1 2 -- de Referência -- Realização Executada 34. Capacidade de acolhimento de passageiros de cruzeiros -- Realização Contratada -- Metas Valor 50.000 60.000 -- de Referência -- Realização Executada -- 35. Redução do tempo de viagem, Realização decorrente de projectos apoiados Contratada Metas Valor 61% -61% de 61% --- 151 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Referência Indicadores Comuns Comunitários (core indicators) Realização Contratada Transportes 13. Nº de projectos Valor 2 -- de Referência -- Realização Transportes 14. Nº de Km de Contratada novas estradas Valor 1,5 de Referência 15. Nº de Km de Transportes novas estradas nas RTE (*) Energias (energias Energias Realização Contratada Valor 1.,5 -- de -- Realização Contratada Valor renováveis) 24. -- Referência 23. Nº de projectos -- - -- de Referência -- Capacidade Realização suplementar de Contratada produção de - -- energia a partir de fontes renováveis Valor (em MWh) de Referência -- 25. Acréscimo de Realização população Ambiente nos servida Contratada sistemas de abastecimento de água Valor intervencionados Referência - -- de -- 26. Acréscimo de Realização população nos Ambiente servida Contratada sistemas e tratamento de residuais Valor intervencionados -- de drenagem águas - de Referência -- 152 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Realização Ambiente 27. Nº de projectos Contratada de Resíduos Sólidos Valor - de Referência 28. Nº de projectos Ambiente visando a melhoria da qualidade do ar 3.5.2 -- -- Realização Contratada Valor - -- de Referência -- Análise qualitativa Face aos objectivos específicos do Eixo Prioritário V – Redes e Equipamentos Estruturantes na Região Autónoma da Madeira, previstos no seu conteúdo programático, justificou-se a abertura em Março de 2008 de um período de candidaturas em contínuo, com um financiamento comunitário disponível equivalente à dotação total do Eixo, ou seja, 100 milhões de euros, conforme indicado no Anexo VII – Processo de selecção 12 por Eixo Prioritário até 31.12.09 (valores acumulados) deste Relatório. Desde a abertura até ao final de 2009 foram apresentadas duas candidaturas relativas a projectos previstos no Eixo V do POVT e que concorrem directamente para os objectivos específicos do Eixo na área dos transportes: “Ligação em Via Expresso ao Porto do Funchal” e “Infra-estruturas do Porto de Porto Santo”, esta última apresentada e aprovada no ano em análise. Os dois projectos aprovados na área dos transportes deram já um grande contributo para a prossecução de um dos vectores da estratégia de desenvolvimento regional, que consiste na consolidação de infra-estruturas de transporte marítimo e terrestre e melhoria dos níveis de eficiência e de segurança dessas infra-estruturas, e asseguram já o cumprimento das metas do Eixo V relativas à construção de 1,5 km. De novas estradas – RTE e redução do tempo de viagem decorrente de projectos apoiados (61%) e de acolhimento de passageiros nos portos. É de referir que a situação do Eixo V em 31-Dez-2009 era bastante positiva em matéria de transportes, com dois projectos de grande relevância para os objectivos do Programa aprovados e em fase adiantada de execução. 12 O Anexo VII sumaria os processos abertura de períodos de candidatura e de decisão de cada Eixo e Domínio de Intervenção do Programa. 153 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território É de assinalar que o projecto “Ligação em Via Expresso ao Porto do Funchal” já se encontrava com uma execução financeira próxima dos 100% e fisicamente concluído e operacional no final de 2009, sendo de destacar que esta nova ligação rodoviária veio reduzir substancialmente o tempo de viagem entre o nó de acesso à Via Rápida e o Porto do Funchal, cujo percurso pode agora ser feito em apenas 2,2 minutos. O projecto “Infra-estruturas do porto do Porto Santo”, aprovado no final de Junho de 2009, visa dotar a ilha de melhores condições de recepção de navios e a separação do tráfego de passageiros, mercadorias e de lazer, inclui a grande reparação do molhe principal do porto, a qual registava no final do ano transacto uma taxa de realização financeira de 69%. O grande avanço verificado nos dois projectos candidatos e aprovados, contrasta com a falta de apresentação de candidaturas relativas a projectos no domínio das infra-estruturas ambientais (sistemas de abastecimento de água, saneamento de águas residuais e tratamento de resíduos sólidos urbanos) e da produção de energia por fontes renováveis. Também não foi ainda apresentada até 31-Dez-2009 qualquer candidatura relativa à construção de um Terminal de Gás Natural na Região da Madeira, cuja meta está prevista no Programa até 2010. A situação descrita no parágrafo anterior, verificada no final do ano transacto e agravada em Fevereiro do corrente ano com a intempérie que assolou a Ilha da Madeira, pode dificultar o cumprimento das metas fixadas no Eixo V do POVT para 2010, ao nível da realização e dos resultados das infra-estruturas ambientais e energéticas, com consequências menos favoráveis ao nível dos níveis de atendimento da população e da redução dos níveis de emissão de CO2. À data de 31-Dez-2009, encontravam-se aprovados e em execução os dois projectos relativos às candidaturas já mencionadas, com um volume de investimento total próximo de 60 Milhões de euros e um co-financiamento comunitário de 40 milhões de euro. No final do 2009 estavam comprometidos e contratualizados com os beneficiários, em função das aprovações atrás referidas, cerca de 40% da dotação global do Eixo. Os dois projectos aprovados registavam já uma execução física e financeira bastante avançada à data de 31Dez-2009, com uma taxa de realização de 72%, fazendo com que a taxa global de execução financeira do Eixo V no final de 2009 seja de 29%, bastante superior à taxa média de execução do POVT àquela data (5,1%). Apresenta-se no quadro seguinte a síntese dos indicadores de compromisso e de execução do Eixo V à data de 31-Dez-2009. 154 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território unid: euros Candidaturas Eixo V 31-Mar-08 3.5.3 Dotação do Eixo (Fundo) 100.000.000 Aprovações nº Fundo nº Fundo 2 39.191.317 2 40.012.782 Execução EX 28.784.470 Indicadores Financeiros PG Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso 33.023.918 40% 29% 72% Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver Em 2009 acentuaram-se os efeitos da crise internacional a que a Região Autónoma da Madeira não escapou: quebras da procura, em paralelo com dificuldades de acesso ao crédito por parte dos agentes económicos em geral, e das empresas em particular, marcaram a conjuntura. No que concerne ao Eixo V, tratando-se de uma componente do Programa pré-determinada e conteúdo, baseada em investimentos de natureza exclusivamente pública, as questões relativas à crise económica e financeira tiveram naturalmente algum impacte, mas não tão significativo que pudesse pôr em causa o desenvolvimento normal do Programa, vincando-se mais os aspectos de natureza processual e administrativa pela sua complexidade e morosidade. A gestão do Eixo V do POVT está delegada no Instituto de Desenvolvimento Regional (IDR), ao abrigo de um contrato de delegação de competência, em regime de subvenção global, assinado em 2008. A actividade desde Organismo Intermédio, realizada em 2009, está sinteticamente referida no ponto 2.7 do presente Relatório. Ao nível da governação autónoma da Região, quer no âmbito do executivo, quer no âmbito do legislativo, não se registaram alterações susceptíveis de influenciar a execução do Programa, assim como não se observaram questões ao nível dos beneficiários. Os níveis de compromisso e de realização dos projectos revelam-se normais para a fase de execução do Programa. No entanto, o facto de ainda não terem sido apresentadas até 31-Dez-2009 as candidaturas relativas às infra-estruturas ambientais e energéticas previstas no Eixo V, a que acrescem as novas necessidades de investimento decorrentes da intempérie que se abateu sobre a Madeira em Fevereiro de 2010, permitem antever algumas dificuldades no cumprimento das metas intercalares fixadas para 2010. 155 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 3.6 Eixo Prioritário VI 3.6.1 Cumprimento de metas e análise de progressos A tabela seguinte apresenta, com base no conjunto de Indicadores de Eixo Prioritário definidos no Programa e nos Indicadores Comuns Comunitários aplicáveis, os principais resultados alcançado até ao final de 2009 no âmbito do Eixo VI. Tabela 3.6: Realização Física do Eixo Prioritário VI Indicadores 2007 2008 2009 2010 2015 Total Indicadores Eixo (alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 Realização Executada 36. N.º Barragens da Rede Primária construídas -- Realização Contratada -- Metas Valor 3 7 -- de Referência -- Realização Executada 37. Extensão da Rede Primária construída -- Realização Contratada 53,7 Metas Valor -80 181 -- de Referência -- Realização Executada 38. Acréscimo de -- População Realização servida com sistemas públicos de Contratada abastecimento de água 68.559 Metas Valor --- de Referência -- Indicadores Comuns Comunitários (core indicators) Ambiente 25. Acréscimo de Realização população servida nos Contratada 68.559 -- 156 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 3.6.2 sistemas de abastecimento de água Valor de intervencionados Referência -- Análise qualitativa Face aos objectivos específicos do Eixo Prioritário VI – Investimentos Estruturantes do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, justificou-se a abertura em Dezembro de 2007 de um período de candidaturas em contínuo, com um financiamento comunitário disponível equivalente à dotação total do Eixo, ou seja, 275 Milhões de euros de FEDER, conforme indicado no Anexo VII – Processo de selecção por Eixo Prioritário até 13 31.12.09 (valores acumulados) deste Relatório. Desde a abertura até ao final de 2009 foram apresentadas oito candidaturas com um Investimento Total próximo dos 200 Milhões de euros e um Financiamento Comunitário solicitado de 125 Milhões de euros (45% da dotação total), relativas a projectos relativos às tipologias de investimento previstas no Eixo VI e que concorrem directamente para os objectivos específicos previstos neste Eixo. Relativamente às candidaturas submetidas ao POVT, a situação em 31 de Dezembro de 2009 era a seguinte: Quatro candidaturas aprovadas em 2009 e em execução: (Unidade: Milhões de euros) Aprovação Investimento FEDER Total Designação dos projectos Execução Investimento FEDER Total Ligação Pisão – Roxo 65,2 41,2 17,0 11,9 Adutor Brinches – Enxoé 47,6 29,4 0,0 0,0 14,5 9,6 5,4 3,7 16,9 5,5 0,0 0,0 144,2 85,7 22,4 15,6 Adutor do Pedrogão e Reservatório da Orada Construção e equipamento da Elevatória do Pedrogão – 2.ª Fase Totais Estação 13 O Anexo VII sumaria os processos abertura de períodos de candidatura e de decisão de cada Eixo e Domínio de Intervenção do Programa. 157 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Duas candidaturas canceladas e contrato de financiamento do POVT rescindido em 2009, cujo financiamento comunitário FEDER ascende a 13,3 Milhões de euros. Estes projectos tinham sido aprovados e celebrado o contrato de financiamento no âmbito do POVT no 1.º semestre de 2008, tendo sido solicitado pela entidade executora – EDIA, SA, o seu cancelamento, para obtenção de cofinanciamento através do Programa Agro (QCA III) das despesas elegíveis no âmbito deste Programa (despesas suportadas até 30-Jun-2010). Os referidos projectos cancelados, identificados seguidamente, tinham já registado execução financeira e pagamentos de FEDER no âmbito do POVT nos anos de 2008 e 2009, os quais foram anulados e devolvida pelo beneficiário a totalidade do FEDER que havia recebido para o efeito, no montante total de 11 milhões de euros: (Unidade: Milhões de euros) Designação dos projectos Construção do circuito de segregação de caudais da Albufeira do Alvito Aprovação Investimento FEDER Total 3,9 2,7 Circuito Hidrográfico de Adução da barragem de Odivelas 22,8 15,7 Totais 26,7 18,4 Uma candidatura desistida pela EDIA, SA, para obtenção de co-financiamento através do Programa Agro (QCA III) das despesas elegíveis no âmbito deste Programa (despesas relativas à 1.ª fase, suportadas até 30-Jun-2010). Apresenta-se seguidamente a informação relativa à candidatura desistida: (Unidade: Milhões de euros) Aprovação Designação do projecto Construção e equipamento da Estação Elevatória do Pedrógão Investimento Total 15,9 FEDER 11,1 É de salientar que a necessidade de assegurar a plena absorção das verbas previstas no Programa Agro do QCA III e a extensão da elegibilidade temporal das despesas suportadas por este Programa até 30Jun-2010, ao motivar o cancelamento e a desistência das candidaturas mencionadas contribuiu, de forma significativa, para a redução da taxa de compromisso e de execução financeira do Eixo VI em 31Dez-2010. 158 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Uma candidatura em análise em 31-Dez-2009, que havia sido apresentada em 9-Dez-2009, relativa ao seguinte projecto: (Unidade: Milhões de euros) Aprovação Investimento FEDER Total Designação do projecto Construção da Estação Elevatória da Torre do Lóbio, Adutor de Serpa e Reservatório de Serpa Norte 9,4 6,4 É de salientar que dois dos quatro projectos que se encontravam aprovados no âmbito do Eixo VI do POVT são grandes projectos previstos na lista indicativa do POVT e foram objecto de notificação à Comissão Europeia (projecto “Ligação Pisão – Roxo” foi notificado à Comissão Europeia em 18-Dez-2009; projecto “Adutor Brinxes – Enxoé foi notificado à CE em 05-Fev-2010), aguardando-se a sua apreciação e aprovação. Os quatro projectos aprovados dão um contributo muito relevante para os objectivos do Eixo VI, designadamente para a Extensão da Rede Primária Construída, com 53,5 km. De rede primária construída, bem como para o Acréscimo de População Servida com Sistemas Públicos de Abastecimento de Água, com 68.559. É de salientar que os quatro projectos aprovados não contribuem para a meta do indicador “N.º de Barragens Construídas” dado que consistem basicamente na construção de adutores de ligação e estações elevatórias. É de referir que em resultado do descomprometimento de FEDER registado em 2009, em resultado das candidaturas canceladas pela EDIA, a situação global do Eixo VI em 31-Dez-2009, em termos de taxa de compromisso, era relativamente baixa (31%) e inferior à média do POVT (39%). Apesar deste aspecto, a taxa de execução financeira do Eixo VI registada no final de 2009 (6%) era ligeiramente superior à taxa média do POVT. Apresenta-se no quadro seguinte a síntese dos indicadores de compromisso e de execução do Eixo VI à data de 31-Dez-2009. unid: euros Candidaturas Eixo VI 21-Dez-07 3.6.3 Dotação do Eixo (Fundo) 275.000.000 Aprovações nº Fundo nº Fundo 5 97.051.182 4 85.753.684 Execução EX 15.649.621 Indicadores Financeiros PG 23.174.527 Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso 31% 6% 18% Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver O aspecto que perturbou mais o avanço da execução do Eixo VI do POVT teve a ver com a situação já referida de cancelamento / desistência de 3 candidaturas submetidas ao POVT e que no primeiro semestre de 2009 159 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território originaram um forte decréscimo dos montantes aprovados e executados, o que só foi possível compensar no final do 2.º semestre de 2009, com novas aprovações de projectos e respectiva execução financeira. Acresce referir a dificuldade e morosidade decorrente de quatro dos projectos aprovados serem constituírem Grandes Projectos, cuja instrução foi bastante morosa, tanto mais que se trataram dos primeiros apresentados pela EDIA no âmbito do QREN. As dificuldades identificadas só foram colmatadas pelo grande dinamismo da entidade executora, EDIA, SA, apostada em cumprir o prazo fixado para a conclusão do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva, nas suas duas componentes: Rede Primária (co-financiada pelo POVT) e Rede Secundária (co-financiada pelo Programa de Desenvolvimento Rural – PRODER). Outro problema que dificultou a execução do Eixo VI foi a escassez de liquidez da EDIA para fazer face ao elevado volume de investimento que tem a seu cargo. Esta dificuldade foi superada pela concessão de adiantamentos de FEDER, baseados na apresentação de Facturas e Autos de Mediação. Esta situação é evidenciada pela taxa de reembolso apurada em 31-Dez-2009 e que era de 148%, evidenciando a situação verificada àquela data de um volume de pagamentos superior à despesa validada. 3.7 Eixo Prioritário VII 3.7.1 Cumprimento de metas e análise de progressos A tabela seguinte apresenta, com base no conjunto de Indicadores de Eixo Prioritário definidos no Programa e nos Indicadores Comuns Comunitários aplicáveis, os principais resultados alcançado até ao final de 2009 no âmbito do Eixo VII. Tabela 3.7: Realização Física do Eixo Prioritário VII Indicadores 2007 2008 2009 2010 2015 Total Indicadores Eixo (alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 39. Construção / requalificação de itinerários principais (IP4) Realização Executada -- Realização -- 160 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Contratada Metas Valor 45 90 -- de Referência -- Realização Executada 40. Ganhos em tempo de percurso nos troços intervencionados (IP4) -- Realização Contratada -- Metas Valor 39 -- de Referência -- Realização Executada -- 41. N.º de projectos apoiados Realização inscritos no âmbito das Contratada “Autoestradas do Mar” 4 Metas Valor -2 3 -- de Referência -- Indicadores Comuns Comunitários (core indicators) Realização Transportes 13. Nº de projectos Contratada Valor 4 -- de Referência -- Realização Transportes 14. Nº de Km de Contratada novas estradas Valor 2 de Referência 15. Nº de Km de Transportes novas estradas nas RTE (*) Transportes estradas reconstruídas Transportes 20. -- Realização Contratada Valor - Valor euros/ano) -- de Referência 16. Nº de Km de -- -- Realização Contratada Valor 2 -- de Referência -- (em Realização dos Contratada - -- 161 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território ganhos nos tempo de percurso, gerado pelos projectos de construção reconstrução e Valor de -- de Referência estradas (mercadorias e passageiros) 3.7.2 Análise qualitativa Face aos objectivos específicos do Eixo Prioritário VII – Infra-estruturas para a Conectividade Territorial, previstos no seu conteúdo programático, justificou-se a abertura em Dezembro de 2007 de um período de candidaturas em contínuo, com um financiamento comunitário disponível equivalente à dotação total do Eixo, ou seja, 270 milhões de euros, conforme indicado no Anexo VII – Processo de selecção por Eixo Prioritário até 14 31.12.09 (valores acumulados) deste Relatório. Desde a abertura até ao final de 2009 foram apresentadas dez candidaturas que envolvem um Investimento Total de 555 Milhões de euros e um Financiamento FEDER solicitado de 360 Milhões de euros, das quais 5 foram aprovadas, 3 não aceites e duas encontravam-se em análise à data de 31-Dez-2009. As cinco candidaturas aprovadas inscrevem-se na sua totalidade na tipologia de operações que visam o desenvolvimento das “Auto-Estradas do Mar” previsto no Eixo VII do POVT e que contribuem para os objectivos específicos do Eixo do domínio da “Mobilidade Territorial”. Apresenta-se seguidamente o quadro – resumo dessas candidaturas: (Unidade: Milhões de euros) Designação dos projectos Integração do Porto de Leixões nas AutoEstradas do Mar Prolongamento do Molhe Norte do Porto da Figueira da Foz Sistemas Operacionais de Supervisão e Segurança no Porto de Sines Construção da 3.ª Fase da Cintura Portuária Aprovação Investimento FEDER Total Execução Investimento FEDER Total 8,0 5,6 0,0 0,0 15,2 10,6 9,3 6,5 2,1 0,8 0,0 0,0 8,4 5,9 3,6 2,5 14 O Anexo VII sumaria os processos abertura de períodos de candidatura e de decisão de cada Eixo e Domínio de Intervenção do Programa. 162 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território de Aveiro Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Aveiro Totais 4,0 2,8 0,0 0,0 37,7 25,7 12,9 9,0 As candidaturas aprovadas deram um contributo relevante para o indicador “N.º de projectos apoiados, inscritos no âmbito das Auto-estradas do Mar” (4), ultrapassando a meta fixada para 2010 (2) e também para o indicador comum comunitário “N.º de projectos de transportes”. As três candidaturas não aceites resultaram da falta de enquadramento dos projectos nas tipologias elegíveis ao POVT e nas regiões elegíveis (convergência), bem como de incumprimento da legislação comunitária e nacional em matéria de contratação pública. À data de 31-Dez-2009 encontravam-se em análise duas candidaturas, uma das quais merece destaque, dado que consiste num Grande Projecto identificado no POVT. Trata-se da candidatura que visa a construção da Auto – estrada Transmontana, para a conclusão do IP4, Bragança – Vila Real, cujo Investimento Total ascende a 509 Milhões de euros e solicita um Financiamento Comunitário FEDER de 331 Milhões de euros, o qual é superior ao saldo disponível no Eixo VII do POVT para a aprovação de novos projectos (244,3 Milhões de euros). É de referir que a situação do Eixo VII em 31-Dez-2009 evidenciava algum atraso na sua implementação, dado que a taxa de compromisso registava um nível bastante reduzido (10%), assim como a taxa de execução financeira (3%), para a qual só contribuíam dois projectos. Todavia, a possível aprovação da candidatura relativa ao IP4 em 2010 vai permitir uma substancial alteração da performance do Eixo VII. Apresenta-se no quadro seguinte a síntese dos indicadores de compromisso e de execução do Eixo VII. unid: euros Candidaturas Eixo VII 21-Dez-07 3.7.3 Dotação do Eixo (Fundo) nº 270.000.000 10 Fundo 360.280.588 Aprovações nº Fundo 5 25.674.892 Execução EX 9.024.868 Indicadores Financeiros PG 9.024.868 Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso 10% 3% 35% Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver O maior problema que se fez sentir no Eixo VII foi a dificuldade da avaliação do enquadramento estratégico dos projectos nas Auto – Estradas do Mar, dada a inexistência de critérios objectivos definidos para o efeito. Assim e face à tipologia de projectos que nos foram apresentados neste domínio e que visavam essencialmente a 163 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território melhoria das acessibilidades terrestres e marítimas aos principais portos nacionais (Leixões, Figueira da Foz, Aveiro e Sines) foram considerados para o efeito os impactes positivos desses investimentos na capacidade operacional e na melhoria da eficiência dos portos, sabendo que a sua melhoria nestes aspectos tem um impacte relevante na sua capacidade de atracção de novos operadores e rotas e alargamento do seu hinterland. Para aprofundar o enquadramento estratégico da questão e identificar as alterações a introduzir no regulamento específico do Eixo VII nesta matéria, a realizar em 2010, a Autoridade de gestão do POVT solicitou a elaboração de estudo técnico sobre a matéria realizado por consultor especializado, o qual foi concluído no final de 2009. Outro problema que se verificou em 2009 foi o facto da candidatura relativa à conclusão do IP 4 – Auto-estrada Transmontana ultrapassar o saldo disponível no Eixo VII. Sabendo que este IP se enquadra na Rede Transeuropeia de Transportes e que por isso poderá ser elegível ao Fundo de Coesão, foi ponderada a possibilidade do financiamento deste projecto e dos outros IP (2 e 8) previstos no Eixo VII, passarem a ter enquadramento no Eixo I do POVT. Esta possibilidade deverá ser aprofundada e decidida no contexto de uma futura reprogramação do POVT. 3.8 Eixo Prioritário VIII 3.8.1 Cumprimento de metas e análise de progressos A tabela seguinte apresenta, com base no conjunto de Indicadores de Eixo Prioritário definidos no Programa e nos Indicadores Comuns Comunitários aplicáveis, os principais resultados alcançado até ao final de 2009 no âmbito do Eixo VIII. Tabela 3.8: Realização Física do Eixo Prioritário VIII Indicadores 2007 2008 2009 2010 2015 Total Indicadores Eixo (alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 Realização 42. Quantidade de RUB Executada -- valorizada organicamente Realização 174 -- 164 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Contratada Metas Valor 722 940 -- de Referência -- Realização Executada -- 43. RUB depositados em aterro Realização em % da quantidade total Contratada -- produzida em 1995 -- Metas Valor de Referência -- Indicadores Comuns Comunitários (core indicators) Realização Ambiente 27. Nº de projectos Contratada de Resíduos Sólidos Valor -- de Referência 3.8.2 4 -- Análise qualitativa O Eixo Prioritário VIII – Infra-estruturas para a Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos, conta com uma dotação global de FEDER de 155 Milhões de euros, correspondente a um volume de Investimento Total de 221 Milhões de euros, conforme indicado no Anexo VII deste Relatório, destinados à prossecução dos objectivos estratégicos constantes do Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU II), em matéria de prevenção e valorização orgânica de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) e do reforço das infra-estruturas nacionais de valorização orgânica de RSU numa lógica de maximização do valor dos “subprodutos” gerados: composto, recicláveis e combustíveis derivados dos resíduos (CDR). Em Maio de 2009 foi aprovado pela CMC a alteração do Regulamento Específico de modo a clarificar as tipologias de operação elegíveis no âmbito deste domínio de intervenção. O Regulamento Específico deste Eixo prevê a aceitação de candidaturas na modalidade de Concurso ou em Período pré-determinado. Até ao final de 2009 foram lançados dois concursos, o primeiro entre 28-Dez-2007 e 30-Abril-2008 e o segundo entre 1-Jun-2009 e 15-Set-2009, com uma dotação de financiamento comunitário de 120 milhões de euros e de 20 milhões de euros, respectivamente, podendo o último permitir aprovações até 40 milhões de euros, no caso de existirem candidaturas com especial relevância para o cumprimento das metas 165 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território de desvio da matéria orgância de aterro, e que estejam em conformdade com o estabelecido no Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos II.. O Aviso relativo à abertura do 1.º concurso permitiu a apresentação de candidaturas de projectos com enquadramento nas seguintes tipologias previstas no artigo 4.º do Regulamento Específico do Eixo VIII (de acordo com a revisão do RE aprovada em Maio de 2009): “b) Instalação, remodelação ou ampliação de unidades de tratamento mecânico e biológico para separação da fracção orgânica e respectiva valorização por digestão anaeróbia e/ou compostagem; c) Instalação, remodelação ou ampliação de unidades de tratamento biológico para valorização por digestão anaeróbia e/ou compostagem; Poderão ainda ser apresentadas candidaturas que, para além da tipologia da alínea a), incluam infra-estruturas complementares de TMB, designadamente, unidades de compostagem de verdes, estações de transferência, unidades de valorização de biogás de digestão anaeróbia e unidades de valorização material das fracções de refugo, excluindo para a produção de CDR.” No âmbito deste primeiro concurso foram submetidas oito candidaturas, com um Investimento Total de 239 Milhões de euros e um financiamento comunitário FEDER solicitado de 149 Milhões de euros, das quais quatro foram aprovadas (duas em 2008 e duas em 2009), com um Investimento Total de 148 Milhões de euros e um Financiamento Comunitário de 103 Milhões de euros, e as restantes quatro não aceites por não evidenciarem ter enquadramento nas tipologias de investimento elegíveis ou não cumprirem as condições de admissibilidade e aceitabilidade, de acordo com o Regulamento Específico e Aviso de Abertura do concurso. As quatro candidaturas aprovadas inscrevem-se na sua totalidade na tipologia de operações prevista na alínea a) do artigo 4.º do respectivo Regulamento Específico. Apresenta-se seguidamente o quadro – resumo dessas candidaturas e a sua execução até 31-Dez-2009: (Unidade: Milhões de euros) Designação dos projectos Tratamento, Valorização e Destino Final de Resíduos Sólidos Urbanos do Sistema Multimaterial do Litoral Centro Construção de TMB por Compostagem de Resíduos Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico por Digestão Anaeróbia Ampliação da Central de Valorização Orgânica – Aprovação Investimento FEDER Total Execução Investimento FEDER Total 114,7 80,3 8,6 6,0 4,4 3,1 0,0 0,0 23,9 16,7 0,0 0,0 3,4 2,4 2,7 1,9 166 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Unidade de Compostagem na Valnor Totais 146,4 102,5 11,3 7,9 As quatro candidaturas aprovadas e contratualizadas com os beneficiários, deram já um contributo relevante para o indicador comum comunitário “Número de projectos de Resíduos Sólidos”, que conta já com 4 projectos, e para o indicador de Eixo “Quantidade de RUB valorizada organicamente”, com 174 mil ton./ano, muito embora ainda afastado da meta fixada no POVT para 2010, que aponta para 722 mil ton./ano. Relativamente a este indicador é de relevar que a meta prevista de 722 mil toneladas/ano de RUB se refere à meta prevista no PERSU II para 2010 e que considera todos os sistemas e operadores de resíduos com relevância para esta matéria. Neste sentido, resulta que, existindo já um conjunto de infra-estruturas construídas e outro em construção nomeadamente financiado no âmbito do Fundo de Coesão II que contribuem para este indicador, resulta que a meta a cosndierar para o POVT deverá ser de cerca de 300 mil 15 toneladas/ano . O Aviso relativo à abertura do 2.º concurso, aberto no período que decorreu entre 1 de Junho e 15 de Setembro de 2009, permitiu a apresentação de candidaturas relativas a projectos com uma abrangência bastante mais alargada do que o concurso de 2008, permitindo o enquadramento em todas as tipologias de intervenções previstas no artigo 4.º do Regulamento Específico do Eixo VIII: “a) Instalação, remodelação ou ampliação de unidades de tratamento mecânico associado ao tratamento biológico, para separação da fracção orgânica; b) Instalação, remodelação ou ampliação de unidades de tratamento mecânico e biológico para separação da fracção orgânica e respectiva valorização por digestão anaeróbia e/ou compostagem; c) Instalação, remodelação ou ampliação de unidades de tratamento biológico para valorização por digestão anaeróbia e/ou compostagem; Poderão ainda ser apresentadas candidaturas que, para além da tipologia da alínea a), b) ou c), incluam infraestruturas complementares de TMB, designadamente, unidades de compostagem de verdes, estações de transferência, unidades de valorização de biogás de digestão anaeróbia.” À data de 31-Dez-2009 encontravam-se em análise as oito candidaturas submetidas no âmbito do 2.º concurso. É de referir que a situação do Eixo VIII em 31-Dez-2009 evidenciava uma taxa de compromisso de FEDER com os projectos aprovados (66%) já elevada, sobretudo se tivermos em conta que tal se refere apenas a quatro 15 O ajustamento da meta em função apenas do contributo do POVT deverá ocorrer em sede de reprogramação do Programa. 167 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território projectos aprovados, um dos quais “Tratamento, Valorização e Destino Final de Resíduos Sólidos Urbanos do Sistema Multimaterial do Litoral Centro” absorve só por si 51,8% da totalidade do FEDER do Eixo VIII. Por outro lado, a realização financeira dos projectos do Eixo VIII era ainda relativamente baixa em 31-Dez-2009 (8%), contribuindo para uma taxa média de execução financeira de 5%, o qual está em linha com a taxa média do POVT (5%). Apresenta-se no quadro seguinte a síntese dos indicadores de compromisso e de execução do Eixo VIII. unid: euros Eixo VIII 1º Aviso: 28-Dez-07 2º Aviso: 1-Jun-09 Total 3.8.3 Dotação do Aviso/Eixo (Fundo) Candidaturas nº Fundo 120.000.000 8 148.907.106 20.000.000 8 62.643.065 155.000.000 16 211.550.172 Aprovações nº Fundo Execução EX Indicadores Financeiros PG 4 102.496.327 7.896.478 7.960.986 4 102.496.327 7.896.478 7.960.986 Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso 7,7% 66% 5% 7,7% Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver Os problemas mais significativos que se verificaram em 2009 na gestão do Eixo VIII prendem-se, sobretudo, com a grande selectividade exigida na apreciação das candidaturas do 1.º Concurso, tendo em conta as tipologias de intervenção previstas no Regulamento Específico, e também com as dificuldades de instrução e de resposta à Comissão Europeia para efeitos de aprovação do Grande Projecto “Tratamento, Valorização e Destino Final de Resíduos Sólidos Urbanos do Sistema Multimaterial do Litoral Centro” o qual constituiu o primeiro deste Programa a ser notificado à Comissão Europeia (em Janeiro de 2009) e aprovado pela CE, através de Decisão de 30-Nov-2009. Outra dificuldade que se regista neste Eixo é a complexidade técnica subjacente à análise das candidaturas, designadamente no que respeita à coerência das operações candidatas com o PERSU II e ao contributo de cada operação para o cumprimento das suas metas, bem como a adequada articulação da operação com os respectivos Planos de Acção multimunicipais, intermunicipais e municipais aprovados. As medidas adoptadas passaram pela celebração de protocolo de colaboração técnica com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), no qual esta Autoridade assumiu a tarefa de emissão de Parecer sobre a conformidade das acções previstas em cada candidatura com o Plano de Acção elaborado para o sistema de gestão de resíduos em causa, bem como sobre o mérito das candidaturas, à luz dos critérios de selecção fixados. 168 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território É ainda de referir a dificuldade sentida nos projectos do Eixo VIII com a aplicação do método do “Défice de financiamento” previsto no artigo 55.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006, tendo em conta as dúvidas existentes no arranque do Programa sobre determinados aspectos específicos da nova metodologia e a validação dos pressupostos dos Estudos de Viabilidade Económica e Financeira (EVEF). Estes aspectos foram sendo objecto de clarificação ao longo do tempo, mas obrigaram à revisão dos Estudos de Viabilidade Económico Financeira. 3.9 Eixo Prioritário IX 3.9.1 Cumprimento de metas e análise de progressos A tabela seguinte apresenta, com base no conjunto de Indicadores de Eixo Prioritário definidos no Programa e nos Indicadores Comuns Comunitários aplicáveis, os principais resultados alcançado até ao final de 2009 no âmbito do Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional. Tabela 3.9: Realização Física do Eixo Prioritário IX Indicadores 2007 2008 2009 2010 2015 Total Indicadores Eixo (alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 Realização Executada 44. N.º Escolas intervencionadas ao abrigo do Programa de Modernização do Parque Escolar destinado ao Ensino Secundário -- Realização Contratada 16 Metas Valor -110 234 -- de Referência -- Realização 45. Alunos servidos por escolas Executada -- intervencionadas ao abrigo do Realização Programa de Modernização do Contratada Parque Escolar Ensino Secundário destinado ao Metas Valor 19.950 -90.000 187.500 -- de Referência -- 46. N.º de projectos de soluções Realização inovadoras Executada -- 169 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Realização Contratada 13 -- Metas Valor 50 75 -- de Referência -- Realização Executada 47. População -- directamente Realização abrangida pelos resultados dos Contratada projectos de soluções inovadoras 1.875.201 Metas Valor -1.000.000 1.500.000 -- de Referência -- Realização Executada 48. Replicações por projecto de soluções inovadoras apoiado -- Realização Contratada 2 Metas Valor -2 3 -- de Referência -- Indicadores Comuns Comunitários (core indicators) 22. Acréscimo de Realização população Transportes servida Contratada 240.182 -- por intervenções de expansão de sistemas de Valor transporte urbanos de Referência -- Realização 36. Nº de projectos Contratada (Educação) Valor 51 de Referência 37. Nº de alunos Educação que beneficiam das intervenções -- -- Realização Contratada Valor 87.763 -- de Referência -- Realização Saúde 38. Nº de projectos Contratada Valor de - --- 170 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Referência 39. Nº de projectos Realização que asseguram a Contratada Reabilitação sustentabilidade urbana melhoram atractividade 135 -- e a das Valor cidades de Referência -- 41. Nº de projectos Realização dirigidos aos jovens Contratada 111 -- e às minorias, que Inclusão visam promover a Social oferta de serviços para a igualdade de oportunidades e a Valor inclusão social 3.9.2 de Referência -- Análise qualitativa O Eixo IX é caracterizado pela heterogeneidade de intervenções que contribuem para o desenvolvimento do sistema urbano em diferentes dimensões, sendo a sua programação definida em torno de 5 domínios de intervenção. A análise da implementação e execução de cada um desses domínios, bem como dos respectivos resultados, apresenta-se, por isso, de forma individualizada. Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano No domínio das “Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano” a Autoridade de Gestão delegou um conjunto de competências na Direcção Geral do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Urbano (DGOTDU) relativas à apreciação técnica e acompanhamento das candidaturas, sendo aquela entidade também responsável pelo lançamento dos concursos. No âmbito do primeiro Aviso, lançado em 2008, foram colocados a concurso 15 milhões de euros, para o apoio de intervenções enquadráveis nas áreas temáticas “Acessibilidade e mobilidade urbana”, “Segurança, prevenção de riscos e combate à criminalidade” e “Gestão do espaço público e do edificado”. 171 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território O concurso ficou decidido no início de 2009, com a aprovação de 13 candidaturas e a atribuição de um financiamento comunitário de 9,6 milhões de euros. O processo de selecção conduziu à não admissão de 10 candidaturas, por falta de enquadramento e incumprimento das condições de admissão e aceitação, designadamente a ultrapassagem dos limites de financiamento fixados no Aviso e a falta de elegibilidade territorial, e à exclusão, por falta de mérito (em função dos critérios de selecção definidos no Regulamento Específico e parametrizados em sede do Aviso) de 6 candidaturas. A maioria dos projectos aprovados tem enquadramento na tipologia “Acessibilidade e mobilidade urbana”, representando 63% do financiamento atribuído, seguida da “Gestão do espaço público e do edificado”, com 27% e da “Segurança, prevenção de riscos e combate à criminalidade”, com os restantes 10%, tendo quase sempre como beneficiários os Municípios ou entidades da sua esfera de intervenção (Comunidades Urbanas e Comunidades Intermunicipais), sendo que apenas um é promovido por uma entidade privada sem fins lucrativos. Uma vez que os primeiros pedidos de pagamento apresentados pelos beneficiários das candidaturas aprovadas (e contratadas em Maio de 2009) surgiram apenas no final de Novembro e denotavam, de forma geral, algumas lacunas na sua instrução, não houve lugar a validação de despesa ou ao pagamento de qualquer montante de contribuição comunitária até ao final do período a que reporta este Relatório. O segundo procedimento concursal, lançado em Abril de 2009, alargou as áreas temáticas de intervenção ao “Ambiente Urbano” e à “Governação Urbana com incremento da participação dos cidadãos e dos actores económicos e sociais”, tendo sido apresentadas um total de 40 candidaturas. No final de 2009, o concurso estava ainda por decidir, embora o processo de selecção, nomeadamente a fase de verificação das condições de admissão e aceitação estivesse concluída – foram excluídas 21 candidaturas por incapacidade de demonstrar o cumprimento daquelas condições – e estavam em reformulação, após uma primeira proposta apresentada pela DGOTDU à Autoridade de Gestão, as propostas de decisão sobre as restantes candidaturas (10 favoráveis e 7 desfavoráveis). As restantes duas candidaturas viriam a ser desistidas, já no decorrer de 2010, por parte dos seus promotores. Este registo do processo de selecção, adicionado aos resultados do primeiro concurso, contribui para que este domínio registe uma taxa efectiva de admissibilidade de 38%, e uma taxa efectiva de aprovação líquida de 68%. 172 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território unid: euros Eixo IX Acções Inovadoras 1º Aviso: 10-Mar-08 2º Aviso: 24-Abr-09 Total Dotação do Aviso/Dom ínio (Fundo) Candidaturas nº Aprovações Fundo Execução EX Indicadores Financeiros Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso Fundo nº PG 15.000.000 29 24.730.817 13 9.962.914 0 0 25.000.000 40 29.924.343 70.000.000 69 54.655.160 13 9.962.914 0 0 0% 14% 0% 0% Os valores apresentados na tabela 3.9 relativos aos indicadores de Eixo e indicadores comuns comunitários aplicáveis ao domínio das Acções Inovadoras espelham bem os níveis de compromisso acima descritos, se considerada a relação entre o número de projectos de soluções inovadoras aprovados/contratados e a respectiva meta está em linha com a taxa de compromisso do domínio. Destacam-se ainda os níveis de replicação das soluções inovadoras apoiadas, coincidentes com a meta de 2010 e o acréscimo de população servida por intervenções de expansão de sistemas de transportes urbanos, que reflecte a predominância entre os projectos aprovados daqueles que se enquadram na área temática “Acessibilidade e mobilidade urbana”. Rede de Escolas com Ensino Secundário O domínio da requalificação da “Rede de Escolas com Ensino Secundário” encontra-se entre aqueles que apresentam, no conjunto de áreas de intervenção do POVT, um nível de compromisso (e, ainda que com menor 16 distância face à média, de execução financeira) mais elevado, na ordem dos 91% face à respectiva dotação , em resultado da aprovação de 16 candidaturas e da atribuição de uma comparticipação comunitária superior a 322 milhões de euros. A sublinhar a relevância deste domínio no contexto da execução do Programa, deve referir-se que o seu contributo para o nível global de compromisso é de 17%, superior portanto ao peso que a respectiva dotação representa na programação financeira total, que se situa nos 8%. Para esse registo contribui o facto de ser ter verificado, quer em sede do primeiro Aviso, já decidido em 2008, quer em sede do segundo Aviso, publicado em Maio de 2009 e decidido em Novembro, um elevada aderência entre as candidaturas apresentadas e os objectivos do domínio, evidenciada pelas elevadas taxas efectivas de admissibilidade e de aprovação líquida (94% e 100%, respectivamente) e encontrando também tradução no prazo médio de decisão dos Avisos de 113 dias, inferior à média do Programa. 16 Veja-se, para melhor ilustrar a afirmação, os valores apresentados no Anexo II deste Relatório. 173 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Ao nível da execução financeira, tinham sido validados perto de 24 milhões de euros relativos a 3 dos 4 projectos aprovados no âmbito do primeiro Aviso, e os respectivos pagamentos viriam a ocorrer no início de 2010, ano em que ser registou uma forte aceleração do ritmo de execução destes projectos. unid: euros Eixo IX Escolas Ensino Secundário 1º Aviso: 4-Jan-08 2º Aviso: 4-Mai-09 Total Candidaturas Dotação do Aviso/Dom ínio (Fundo) nº 100.000.000 5 Fundo Aprovações Execução EX Indicadores Financeiros Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso nº Fundo PG 104.499.545 4 87.939.972 23.985.051 0 27% 240.000.000 13 250.790.216 12 234.172.666 0 0 0% 354.000.000 18 355.289.761 16 322.112.638 23.985.051 0 91% 7% 7% Os resultados, traduzidos pelos indicadores de Eixo aplicáveis ao domínio apresentados na tabela 3.9, não traduzem, completamente, os níveis de compromisso acima referidos, visto que se referem apenas as operações contratadas até ao final do ano de 2009, ou seja, a 4 das 16 operações aprovadas. Assim, considerando que as restantes operações foram contratadas no início de 2010 e que, adicionalmente, foi aprovado também neste período o projecto Kit Tecnológico nas Escolas Secundárias, que visa dotar as escolas intervencionadas com a infra-estrutura informática que serve de base ao execução do “Plano Tecnológico da Educação”, o número de escolas intervencionadas ao abrigo do Programa de Modernização do Parque Escolar do Ensino Secundário ascende a 293, servindo cerca de 121 mil alunos. Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos No domínio das “Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos”, as orientações estratégicas nacionais (expressas pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013 e pelo Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território), Planos Regionais de Ordenamento do Território e políticas sectoriais relevantes definidas a nível nacional justificaram o dinamismo registado ao nível da abertura de novos Avisos de candidatura em 2009, o terceiro vocacionado para os Equipamentos de Base e o quarto para equipamento que se possam constituir como Centros de Apoio ao Desporto de Alto Rendimento, juntando-se aos dois Avisos já encerrados em 2008 (que abarcavam quer os equipamentos de base quer os equipamentos especializados) Ao nível da procura de Fundo, registaram-se, neste contexto, valores expressivos, tendo as candidaturas apresentadas em cada um dos Avisos superado (com excepção do primeiro) a dotação disponível. Deve ser referido, no entanto, que muitas dessas candidaturas tiveram dificuldade em cumprir com os requisitos de admissão, pelo que os valores das candidaturas aprovadas nos dois primeiros Avisos (os restantes não se 174 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território encontravam ainda decididos no final de 2009) não absorveram a totalidade do Fundo disponibilizado. As dificuldades sentidas pelos beneficiários na instrução das candidaturas – algumas insuperáveis – e o elevado número de candidaturas apresentadas contribuíram para que a decisão dos Avisos ocorresse num prazo médio de 170 dias (para os dois primeiros Avisos) e para que a taxa efectiva de admissibilidade se situasse ligeiramente abaixo dos 58%. Deve ainda ser assinalado que, entre os 63 projectos aprovados, figuram os seguintes Centros de Alto Rendimento construídos ou beneficiados, com um investimento total de 34,6 milhões de euros, alavancados por uma comparticipação comunitária de 19,9 milhões de euros (45% do fundo aprovado neste domínio de intervenção): Centro de Alto rendimento de Sangalhos-Velódromo Nacional; Centro de Alto Rendimento de Surf de Peniche; Centro de Excelência e Alto Rendimento para o Badminton; Centro de Alto Rendimento de Surf da Nazaré; Centro de Alto Rendimento de Gaia; Centro de Alto Rendimento de Lamego. unid: euros Eixo IX Dotação do Equipam entos Aviso/Dom ínio Desportivos (Fundo) 1º Aviso: 13-Mai-08 2º Aviso: 15-Set-08 3º Aviso: 4-Mai-09 4º Aviso: 7-Set-09 Total Candidaturas Execução Fundo 50.000.000 68 47.916.013 44 24.265.886 10.985.301 12.224.721 45% 30.000.000 31 55.814.645 19 19.519.072 1.150.701 1.872.897 6% 15.000.000 70 107.860.162 63 43.784.958 12.136.002 14.097.618 79.900.000 177 PG Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso nº 8 EX Indicadores Financeiros Fundo 6.000.000 nº Aprovações 25.432.172 237.022.992 55% 15% 28% Sem expressão ao nível dos indicadores de Eixo, os resultados das intervenções apoiadas no âmbito do domínio das “Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos” ficam patentes através do seu contributo ao nível do indicador comunitário “Nº de projecto dirigidos aos jovens e às minorias…” (nos 111 projectos contabilizados na tabela 3.9 incluem-se os 63 projectos aprovados neste domínio) e pelo indicador comum nacional ICNAnual-032 (que se apresenta no Anexo I – Realização Física dos Indicadores Comuns Nacionais), relativo à população abrangida por equipamentos desportivos, que regista um número superior a 441 mil pessoas (sem contabilizar os Centros de Alto Rendimento). 175 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional No domínio dos “Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional” a modalidade de concurso adoptada no Aviso publicado ainda em 2008, com uma dotação de 225 milhões de euros extensível (em função da qualidade da procura) à totalidade da dotação disponível do domínio, mostrou-se ajustada face ao número e volume de investimento das candidaturas apresentadas. Ao todo foram apresentadas 114 candidaturas, somando uma procura de Fundo próxima dos 458 milhões de euros. Embora o prazo de apresentação de candidaturas tenha sido encerrado no final de Agosto de 2008, apenas em Março de 2009 foi possível dar o concurso como decidido, o que elevou o prazo médio de decisão do mesmo para 214 dias. A contribuir para este facto estiveram o (já referido) elevado número de candidaturas, as lacunas existentes na sua instrução (que obrigaram a pedidos adicionais de esclarecimentos) e a necessidade de recolha de pareceres de entidades externas. Estas condicionantes, em especial a ausência de pareceres exigidos, o não enquadramento no âmbito geográfico de intervenção previsto no Regulamento ou a integração mais adequada no âmbito dos Programas Operacionais Regionais, influenciaram grandemente os níveis de admissão, traduzidos numa taxa de admissibilidade pouco acima dos 31%. Melhor registo apresentou a taxa de aprovação líquida, com 83% das candidaturas admitidas a merecerem decisão de financiamento favorável, o que corresponde à aprovação de mais 208 milhões de euros de contribuição comunitária. Sobre as 30 candidaturas aprovadas, merece referência o facto de 16 corresponderem a investimentos na construção/ampliação/requalificação de infra-estruturas universitárias, absorvendo 56% do valor total comprometido. Também os equipamentos culturais assumem especial relevo, com a aprovação de 7 projectos estruturantes do tecido urbano em que se inserem a representar 35% do Fundo comprometido. Os níveis de execução financeira, por seu lado, evidenciam alguma dificuldade, por parte dos executores – maioritariamente constituídos por Universidades e Autarquias Locais – na fase de arranque dos seus projectos. unid: euros Eixo IX Dotação do Equipam entos Aviso/Dom ínio Estruturantes (Fundo) Candidaturas nº Fundo Aprovações nº Fundo Execução EX Indicadores Financeiros PG 1º Aviso: 12-Mai-08 225.000.000 114 457.902.138 30 208.457.364 2.564.302 3.709.052 Total 245.740.365 114 457.902.138 30 208.457.364 2.564.302 3.709.052 Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso 1% 85% 1% 1% 176 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Os resultados esperados dos projectos já contratados não encontram, à semelhança do domínio das “Infraestruturas e Equipamentos Desportivos”, reflexo ao nível dos indicadores de Eixo, mas são evidentes ao nível dos indicadores comuns comunitários apresentados na tabela 3.9 e no Anexo I – Realização Física dos Indicadores Comuns Nacionais, nomeadamente no que respeita aos indicadores ICN-Tri-014, ICN – Anual-032, ICN-Tri-015 e ICN – Anual-033. Neste sentido, registam-se como particularmente relevantes o número de projectos na área da educação (15) e a população estudantil servida por essas intervenções (48.394 alunos), bem como os 5 projectos contratados relativos a equipamentos culturais e a respectiva população alvo, que ascende a 4,8 milhões de pessoas. Requalificação da Rede de Escolas do 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico Um dos objectivos centrais do Eixo IX do POVT assenta no desenvolvimento das redes nacionais de equipamentos urbanos, tendo em conta uma opção voluntarista do Estado para o reforço da procura no que respeita às infra-estruturas do ensino e uma visão prospectiva do desenvolvimento do sistema urbano, onde se inclui a “expansão e intensa alteração da estrutura da procura social dos serviços colectivos e de interesse geral, pelo efeito conjugado de mudança demográficas, económicas e culturais” e o “desajustamento da distribuição territorial e da qualidade da oferta de infra-estruturas colectivas e dos serviços de interesse geral face a essa expansão e alteração estrutural das procuras sociais”. Uma das redes nacionais onde existe a referida aposta no aumento da procura é a Rede de Escolas do 2º e 3º ciclo do Ensino Básico, que face ao diagnóstico realizado, se encontra em elevado estado de degradação. Algumas dessas escolas estão a funcionar em edifícios cuja edificação se processou há cerca de trinta anos. Esta construção foi pautada essencialmente pelo objectivo de dotar o País, num curto espaço de tempo, de uma rede de escolas que permitisse viabilizar o alargamento da escolaridade obrigatória para nove anos, tendo nalguns casos ultrapassado já o seu período de vida útil. Nesse sentido, a requalificação da Rede de Escolas do 2º e 3º ciclo do Ensino Básico articula-se com os objectivos de reforço do sistema urbano, redução das assimetrias regionais e aumento da competitividade do território preconizado no Eixo IX do POVT, reforçando a estruturação e hierarquização do sistema urbano e do desenvolvimento urbano policêntrico, como factor de atractividade urbana. Adicionalmente, as intervenções a realizar visam assegurar, em todo o território, o acesso da população estudantil a serviços qualificantes, integrando estes equipamentos uma rede nacional articulada e complementar, promovendo níveis de qualificação profissional mais diversificados que se traduzirão em ganhos de capital intelectual consistentes com as ofertas do tecido empresarial. 177 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Por essa razão, entendeu-se autonomizar e agregar num único Regulamento Específico no âmbito do Eixo IX do POVT, as intervenções relativas à “Requalificação da Rede de Escolas do 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico”, dado que o Regulamento Específico já existente relativo à “Requalificação da Rede de Escolas com Ensino Secundário”, traduz a concretização de um programa específico – Programa de Modernização do Parque Escolar Destinado ao Ensino Secundário, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2007, de 3 de Janeiro. O novo Regulamento Específico foi aprovado em Janeiro de 2009, prevendo como tipologias de intervenção a requalificação e modernização / ampliação / construção de edifícios escolares e como beneficiários os organismos do Ministério da Educação (administração pública central) e as Autarquias Locais que tenham celebrado um acordo de colaboração com o Ministério da Educação para a intervenção. O âmbito geográfico da intervenção foi definido, naturalmente, em função da limitação da elegibilidade das intervenções FEDER às regiões do Objectivo Convergência: Norte, Centro e Alentejo. Foi aberto um único Aviso, em Fevereiro, no âmbito do qual foram apresentadas 23 candidaturas. O Aviso foi decidido logo em Março, com a aprovação de 20 projectos, aos quais se atribuiu um total de 49 milhões de euros financiamento comunitário. O (muito) curto prazo de decisão prendeu-se, essencialmente, com o facto de 18 das candidaturas apresentadas terem sido inicialmente submetidas e analisadas (e, no caso de 9 candidaturas, aprovadas) no âmbito do domínio “Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional”. Por essa razão, também, é o valor comprometido com as 20 candidaturas aprovadas neste domínio superior à dotação do Aviso – às 9 candidaturas que se encontravam aprovadas nos “Equipamentos Estruturantes” e que transitaram, por melhor enquadramento, para o novo domínio, corresponde uma contribuição comunitária de superior a 24 milhões de euros. unid: euros Eixo IX Dotação do Escolas 2º e 3º Aviso/Dom ínio Ciclo (Fundo) Candidaturas nº Aprovações Execução Indicadores Financeiros Fundo nº Fundo EX PG 1º Aviso: 16-Fev-09 20.000.000 23 53.901.139 20 49.359.635 236.811 442.783 Total 49.359.635 23 53.901.139 20 49.359.635 236.811 442.783 Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso 0,5% 100% 0% 0,5% Uma vez que este domínio foi criado em 2009, o texto do Programa não prevê indicadores de Eixo associados às intervenções aqui apoiadas. Os projectos encontram, no entanto, expressão ao nível dos indicadores comuns comunitários, quer ao nível do número de projectos de educação apoiados, para o qual contribui com 178 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 20 projectos, quer ao nível do número de aluno que beneficiam das intervenções, que se eleva acima dos 19,4 mil. 3.9.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver Um dos problemas mais significativos neste domínio é o facto de as candidaturas apresentadas pelas Câmaras Municipais, que irão realizar as intervenções nas escolas, terem sido baseadas em projectos de execução e protocolos celebrados com as Direcções Regionais de Educação, verificando-se em muitas situações atrasos no arranque dos projectos por necessidade de revisão dos referidos documentos, situação que está a levar a muitos pedidos de reprogramação temporal e financeira dos projectos, o que deverá originar em 2010 à reafectação de verbas pelos diversos domínios do Eixo IX. 3.10 Eixo Prioritário X 3.10.1 Cumprimento de metas e análise de progressos A tabela seguinte apresenta, com base no conjunto de Indicadores de Eixo Prioritário definidos no Programa, os principais resultados alcançado até ao final de 2009 no âmbito do Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional. Tabela 3.10: Realização Física do Eixo Prioritário X Indicadores 2007 2008 2009 2010 2015 Total Indicadores Eixo (alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 Realização Executada 49. Taxa de execução da Despesa Fundo (n-3) -- Realização Contratada Metas Valor -100% -- de Referência -- Realização 50. Taxa de execução da Despesa Executada Fundo (n-2) -- Realização Contratada -- 179 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Metas Valor 100% -- de Referência -- Realização Executada 51. Tempo médio de apreciação de candidatura 117,2 163 -- Realização Contratada -- Metas Valor 90 90 -- de Referência -- Realização Executada 0 -- 52. Nível de desmaterialização Realização de processos associados a fluxos Contratada financeiros 75% 100% Metas Valor -100% 100% -- de Referência -- Realização Executada 53. Nível de desmaterialização de processos associados programação a e acompanhamento -- Realização Contratada Metas Valor 50% 70% -80% 100% -- de Referência 3.10.2 12,5% -- Análise qualitativa O Eixo X – Assistência Técnica do POVT reveste-se de especiais características, na medida em que se destina ao financiamento da criação e do funcionamento das estruturas de apoio técnico da Autoridade de Gestão e dos Organismos Intermédios e o respectivo apoio logístico. As candidaturas têm um carácter anual, correspondendo aos exercícios orçamentais da Autoridade de Gestão e dos Organismos Intermédios em cada ano de implementação do Programa. Este é, portanto, o aspecto que preside à abertura dos períodos de candidatura, e por essa razão foram publicados, até ao final de 2009, 4 Avisos. 180 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território unid: euros Eixo X 1º Aviso: 21-Dez-07 2º Aviso: 2-Mai-08 3º Aviso: 16-Mar-09 4º Aviso: 7-Set-09 Total Dotação do Aviso/Eixo (Fundo) Candidaturas nº Fundo Aprovações nº Fundo Execução EX Indicadores Financeiros Taxa Taxa Taxa Com prom i Execução Realização sso PG 20.000.000 2 5.080.147 2 4.965.326 1.413.648 1.413.193 28% 15.000.000 5 7.446.354 5 7.304.411 3.056.073 4.375.646 42% 500.000 1 167.806 1 167.367 0 0 0% 10.000.000 6 8.822.096 99.578.698 14 21.516.403 8 12.437.104 4.469.721 5.788.839 12% 4% 36% Todas as candidaturas apresentadas ao abrigo dos três primeiros Avisos estavam já aprovadas no final de 2009, estando apenas as candidaturas do 4º Aviso ainda em análise. Os valores das candidaturas apresentadas têm ficado, regra geral, abaixo da dotação dos Avisos, assim como a própria execução financeira, que no caso particular do primeiro Aviso se pautou bastante abaixo dos valores aprovados, dado que estes se basearam numa estimativa média global de execução do Eixo X do POVT que não estava ajustada à estrutura de encargos deste Programa nos seus primeiros anos de actividades (2007-2008). Ao nível dos resultados, destacam-se os níveis de total desmaterialização de processos associados aos fluxos financeiros e a aproximação à meta relativa a desmaterialização de processos associados à programação e acompanhamento. 3.10.3 Problemas significativos encontrados e medidas tomadas para os resolver Os problemas mais significativos nesta área prendem-se essencialmente com a complexidade das regras de execução orçamental e com a repartição das tarefas com a Secretaria-Geral do MOPTC na qual está inscrito o orçamento da Assistência do POVT. Também tem constituído uma dificuldade nesta área o carácter bastante pulverizado da despesa, com valores unitários muito baixos, o que não se revela muito ajustado aos procedimentos de verificação adoptados, os quais estão concebidos essencialmente para projectos infra-estruturais, com contratos de montante significativo. 181 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 4. Grandes Projectos A Agenda Temática Valorização do Território, na qual o POVT se insere, tem um forte pendor infra-estrutural, sendo que em domínios como o reforço da conectividade internacional, a melhoria das acessibilidades e da mobilidade territorial ou a protecção e valorização do ambiente, pelo que o investimento previsto num elevado número de operações assume uma dimensão que obriga ao seu enquadramento no regime dos “Grandes Projectos”. O ano de 2009 ficou marcado por um grande avanço ao nível da apresentação de Grandes Projectos ao POVT, cujo número total de candidaturas submetidas ascendeu a 24, o que, a acrescer às 9 candidaturas submetidas em 2008, perfaz um total de 33 candidaturas de Grandes Projectos submetidas ao POVT até 31-Dez-2009. Ao nível das decisões nacionais proferidas sobre essas candidaturas até 31-Dez-2009, duas foram não aceites e uma revista em baixa para incluir apenas as fases preparatórias, tendo deixado de constituir Grande Projecto. Das restantes 30 candidaturas, nove encontravam-se decididas favoravelmente pelas Autoridades Nacionais (Decisão Favorável de Financiamento da Autoridade de Gestão e Confirmação da Comissão Ministerial de Coordenação), enquanto as restantes 21 se encontravam em análise, uma vez que tinham sido submetidas no 2.º semestre de 2009. É de salientar que foi aprovado pela Comissão Europeia em 2009 o primeiro Grande Projecto do POVT, relativo ao projecto do Eixo VIII – “Tratamento, Valorização e Destino Final dos Resíduos Sólidos Urbanos do Sistema Multimunicipal do Litoral Centro”, conforme Decisão C (2009) 9604, de 30 de Novembro. Tendo em conta o carácter iminentemente infra-estrutural do POVT, o texto deste Programa inclui, no seu capítulo 7.4., uma lista indicativa dos Grandes Projectos a realizar no seu âmbito e respectivos montantes de Custo Total previsto. Dos projectos constantes da referida lista indicativa, tinham sido apresentados ao POVT e decididas favoravelmente pelas Autoridades Nacionais (Decisão da Autoridade e Gestão e confirmação da Comissão Ministerial de Coordenação), até 31 de Dezembro de 2009, um total de sete candidaturas relativas a Grandes Projectos, das quais apenas uma se encontrava aprovada pela Comissão Europeia àquele data, conforme já foi referido, estando três candidaturas em análise na CE, duas com a análise suspensa por motivo de solicitação de elementos, e uma candidatura em fase de instrução para envio à CE. Apresenta-se seguidamente o quadro das referidas candidaturas: 182 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Unidade: Milhões de euros. Eixo Código CCI 2009PT161PR001 2009PT161PR004 I 2009PT161PR010 II 2009PT161PR002 Designação do Projecto Entidade Custo Total (M€)* Montante Decisão (M€)* Ponto de situação em 31-Dez-2009 CRIL – Buraca/Pontinha EP – Estradas de Portugal 187,4 136,8 Em análise na CE Em execução (57,8%) Ligação Ferroviária Sines – Elvas (Espanha) I – Variante de Alcácer (2ª Fase) Rede Ferroviária Alta Velocidade – Eixo Ferroviário Lisboa / Madrid: Sub – Troço Poceirão /Évora Sistema Multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Vale do Ave – Alargamento do Sistema de Saneamento REFER 124,2 122,2 REFER 632,8 502,2 Águas do Ave 123,6 118,5 2009PT161PR009 Ligação Pisão – Roxo Edia, SA 65,2 58,9 2009PT161PR011 Adutor Brinches – Enxoé Edia, SA 47,6 42,0 VI Decisão Favorável Nacional em Out.2008 Suspensa a análise pela CE em Nov. 2009 por solicitação de elementos Em execução (46,5%) Decisão Favorável Nacional em Dez.2009 Em preparação da notificação à CE Previsão início de execução em 2010 Decisão Favorável Nacional em Mar.2009 Suspensa a análise pela CE em Set. 2009 por solicitação de elementos Em execução (7,1%) Decisão Favorável Nacional em Out.2009 Em análise na CE Em execução (28,9%) Decisão Favorável Nacional em Dez.2009 Em análise na CE Em fase de início de execução Projecto de Tratamento, Valorização e Decisão Favorável Destino Final dos Nacional em Nov.2008 VIII 2008PT161PR004 Resíduos Sólidos ERSUC, SA. 115,3 116,6 Aprovado pela CE em Urbanos do Nov.2009 Sistema Em execução (7,5%) Multimunicipal do Litoral Centro * Indicados os montantes aprovados pela CE ou constantes da Decisão Favorável de Financiamento das Autoridades Nacionais, nos casos em que a candidatura ainda não foi aprovada pela CE. Foram ainda apresentadas ao POVT e decididas favoravelmente pelas Autoridades Nacionais (Decisão da Autoridade e Gestão e confirmação da Comissão Ministerial de Coordenação), até 31 de Dezembro de 2009, as candidaturas relativas aos seguintes dois Grandes Projectos, os quais não constam da lista indicativa do 183 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Programa. À data de 31-Dez-2009, um desses projectos encontrava-se já em análise na CE, enquanto o outro se encontrava ainda em fase de preparação da notificação, como se pode constatar no Quadro seguinte: Unidade: Milhões de euros Eixo Código CCI Designação do Projecto Entidade Custo Total (M€)* Montante Decisão (M€)* Ponto de situação em 31-Dez-2009 Sistema Integrado Decisão Favorável de Abastecimento Nacional em 2009PT162PR001 em Alta da Simarsul, SA 51,5 28,1 Abr.2009 Simarsul: Em análise na CE Barreiro/Moita e Em execução (37,8%) Seixal Sistema II Multimunicipal de Decisão Favorável Águas de 2009PT161PR007 Abastecimento de Nacional em Trás-osÁgua e Saneamento Mai.2009 Montes e 40,3 39,7 de Trás-os-Montes Em preparação da Alto Douro e Alto Douro – notificação à CE S.A. Saneamento do Em execução (8,3%) Douro 7ª Fase * Indicados os montantes aprovados pela CE ou constantes da Decisão Favorável de Financiamento das Autoridades Nacionais, nos casos em que a candidatura ainda não foi aprovada pela CE. Constam do Anexo VIII as Fichas de “Grande Projecto” relativas a cada um dos nove projectos com Decisão favorável de Financiamento das Autoridades Nacionais, à data de 31-Dez-2009, onde consta a respectiva informação actualizada àquela data, na qual não se registavam ainda quaisquer alterações ou reprogramações, face ao previsto no formulário de Grande Projecto submetido às CE, quer no que respeita ao calendário previsto para a execução das diferentes fases (Ponto D.1.) quer no que respeita às fontes de financiamento previstas (ponto H.2.2.). Dos nove Grandes Projectos referidos, quatro registaram significativos níveis de execução financeira em 2009, que muito contribuíram para o acréscimo dos níveis de execução financeira do próprio POVT, pelo facto de se tratar de projectos com elevados níveis de realização física e também pelo facto de a alteração regulamentar decorrente do Reg. (CE) n.º 284/2009, do Conselho, de 7 de Abril, ter passado a permitir a validação de despesas com Grandes Projectos, antes da Decisão de aprovação comunitária. Caso esta alteração regulamentar não tivesse sido aprovada, só o projecto “Tratamento, Valorização e Destino Final dos Resíduos Sólidos Urbanos do Sistema Multimunicipal do Litoral Centro” teria contribuído para a execução financeira do POVT. 184 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Com efeito, podemos ver no quadro seguinte os montantes de despesa validada pela Autoridade de Gestão acumulada em 31-Dez-2009 dos Grandes Projectos que registaram execução financeira em 2009 e o seu contributo para o POVT: Unidade: Milhões de euros Código CCI 2009PT161PR001 2009PT161PR004 2009PT161PR002 2009PT161PR009 2008PT161PR004 2009PT162PR001 2009PT161PR007 Totais Designação do Projecto Despesa elegível validada Fundo validado CRIL – Buraca/Pontinha 79,1 55,4 56,9 39,8 8,5 5,9 17,0 11,9 8,6 6,0 10,6 5,7 3,3 2,3 184,0 127,0 Ligação Ferroviária Sines – Elvas (Espanha) I – Variante de Alcácer (2ª Fase) Sistema Multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Vale do Ave – Alargamento do Sistema de Saneamento Ligação Pisão – Roxo Projecto de Tratamento, Valorização e Destino Final dos Resíduos Sólidos Urbanos do Sistema Multimunicipal do Litoral Centro Sistema Integrado de Abastecimento em Alta da Simarsul: Barreiro/Moita e Seixal Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e Saneamento de Trás-osMontes e Alto Douro – Saneamento do Douro 7ª Fase O total de despesa elegível fundo, validada pela Autoridade de Gestão em 2009, resultante da execução financeira dos referidos Grandes Projectos, representa 53% da despesa elegível fundo total validada pelo POVT até 31-Dez-2009, o que reflecte bem a sua importância para os resultados deste Programa. Os Grandes Projectos previstos e aprovados no POVT são projectos que envolvem grande complexidade desde logo na sua fase de concepção, quer ao nível das especialidades técnicas associadas à elaboração dos estudos e projectos de execução, quer ao nível dos estudos necessários ao cumprimento da legislação ambiental (Estudos de Impacte Ambiental e Outros), quer ao nível da preparação e realização dos procedimentos concursais para a aquisição de serviços e adjudicação de obras (Concursos Públicos Internacionais de grande envergadura 185 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território financeira e complexidade técnica e jurídica), bem como no que respeita à montagem das operações de financiamento. Esta complexidade está também presente no arranque dos referidos Grandes Projectos, devido essencialmente à complexidade e morosidade associada à aquisição e disponibilização de terrenos para a realização das intervenções, realizadas geralmente com base no regime legal das expropriações. Estas dificuldades e constrangimentos têm vindo a ser ultrapassadas pelas entidades beneficiárias, contribuindo muito positivamente para o efeito a sua longa experiência na realização de projectos desta dimensão com financiamento comunitário. Apresenta-se de seguida uma descrição dos objectivos gerais de cada um dos Grandes Projectos apresentados ao POVT em 2009 e que, à data de 31-Dez-2009, já se encontravam com Decisão Favorável de Financiamento das Autoridades Nacionais, remetendo para a informação adicional de cada projecto constante do Anexo VIII – Fichas dos Grandes Projectos. Rede Ferroviária de Alta Velocidade em Portugal – Eixo Lisboa / Madrid: Sub-troço Poceirão / Évora A operação consiste no desenvolvimento da infra-estrutura ferroviária de Alta velocidade referente ao subtroço Poceirão/Évora, parte integrante do Eixo Ferroviário de Alta Velocidade Lisboa/Madrid (Projecto Global), que está inserido no Projecto Prioritário nº 3 da Rede Transeuropeia de Transportes – Eixo Ferroviário de Alta Velocidade do Sudoeste Europeu. O sub-troço Poceirão/Évora terá uma extensão total de cerca de 85 Km e a infra-estrutura ferroviária de Altavelocidade associada será construída em via dupla, em bitola (distância entre carris) standard europeia (UIC), e foi concebida de modo a permitir a circulação de comboios de passageiros (velocidade de projecto de 350Km/h) e de mercadorias (velocidade mínima de 120Km/h). A implementação do eixo ferroviário Lisboa/Madrid permitirá alterar radicalmente a oferta de serviços neste eixo, oferecendo diversas soluções para a mobilidade existente, tanto para as deslocações de longo curso como para as deslocações intermédias. Tem como objectivos fundamentais: reforço da ligação entre Portugal e Espanha e contributo para o desenvolvimento harmonioso da União Europeia; reforço da interoperabilidade da rede ferroviária europeia; melhoria dos níveis de acessibilidade, reforçando a integração geográfica e fomentando um aumento da 186 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território competitividade das cidades portuguesas, a coesão e o desenvolvimento regional; melhoria da sustentabilidade do sistema de transportes, oferecendo um serviço de qualidade, competitivo e com reduzidos impactos ambientais em termos de consumo energético; contribuição para níveis elevados de segurança e conforto nas deslocações; impacto positivo sobre os índices de sinistralidade; menor ocupação da superfície do território comparativamente com o modo rodoviário; dinamização do crescimento económico e estimulação do sistema científico e tecnológico aproveitando o incremento dos níveis de actividade nos diversos sectores directa ou indirectamente envolvidos, fomentando a elevação dos padrões de actuação nas cadeias de valor em que se inserem e o crescimento e qualificação do emprego. Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento do Vale do Ave – Alargamento do Sistema de Saneamento A operação diz respeito a um projecto integrado que constitui a fase de investimento em infra-estruturas relativa ao alargamento do sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Vale do Ave, na componente de saneamento de águas residuais, na sequência do previsto no Estudo Técnico relativo ao alargamento do sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Vale do Ave, com incidência sobre doze municípios. Esta operação visa sobretudo o aumento da cobertura do tratamento de águas residuais, a construção de infraestruturas de transporte de ligação entre as redes em baixa e os pontos de recolha em alta, tendo por principal objectivo o ajustamento da eficiência do tratamento às actuais exigências em termos de preservação ambiental, de forma a solucionar de forma integrada os problemas na área geográfica dos municípios em causa. O projecto integrado nesta operação compreende intervenções em 30subsistemas de recolha e tratamento de águas residuais que se caracterizam pela construção/remodelação de 26 ETAR, assim como a construção de cerca de 422 Km de Interceptores, 33,6Km de condutas elevatórias e 44 estações elevatórias que serão construídas. Ligação Pisão – Roxo Esta operação constitui mais uma fase do projecto global subsistema de Alqueva (SSA), um dos três subsistemas de rega do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), integrando-se na rede primária de abastecimento de água do EFMA, correspondendo a um dos troços do SSA, que irá permitir a ligação da 187 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território albufeira do Pisão à albufeira do Roxo. A operação desenvolve-se no distrito de Beja, abrangendo os concelhos de Ferreira do Alentejo, Beja e Aljustrel e é constituído essencialmente pelas infra-estruturas: Troço de ligação Pisão-Ferreira, responsável pelo transporte de água entre a derivação para a barragem do Pisão e a derivação para o reservatório de Ferreira, assegurando a conexão ao canal Alvito-Pisão, com uma extensão total de 10,8 Km; Troço de ligação Ferreira-Penedrão, responsável pelo transporte de água entre a derivação para o resevatório de Ferreira e a barragem do Penedrão, com uma extensão de 8,05Km; Troço de Ligação Penedrão-Roxo, responsável pelo transporte de água entre as barragens do Penedrão e do Roxo, numa extensão de cerca de 4,4 KM em conduta gravítica; Construção da Barragem do Penedrão e da Central mini-hídrica do Roxo.A concretização desta operação permitirá a adução de água a uma área de 22.318ha, abrangendo as áreas geográficas de Valbom, Ferreira, Figueirinha, Erdivel, Roxo-Sado e o reforço de perímetros existentes – Roxo e Campilhas e Alto Sado. Assume uma importância fundamental o seu contributo para o abastecimento urbano dos concelhos de Aljustrel e Beja, efectuado a partir da albufeira do Roxo. Adutor Brinches – Enxoé A operação Adutor Brinches- Enxoé, constitui mais uma fase do projecto global subsistema do Ardila (SSArdila), um dos três subsistemas de rega do Emprendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA). Integra-se assim na rede primária de abastecimento de água do EFMA, correspondendo à fase subsequente do lançamento da Estação Elevatória de Pedrógão-ME (EE Pedrogão) e do Adutor de Pedrógão, que liga esta Estação Elevatória à albufeira de Brinches, onse se inicia esta operação. Constitui mais um troço do subsistema de rega do Ardila, que irá permitir o transporte de água da albufeira de Brinches a três outras albufeiras – Albufeira de Serpa, Albufeira de Lage e Albufeira de Enxoé. Desenvolve-se no concelho de Serpa, abrangendo as freguesias de Brinches, Serpa-Santa Maria e SerpaSalvador e integra fundamentalmente as seguintes infra-estruturas: Circuito hidráulico gravítico de alimentação das albufeiras de Serpa, Lage e Enxoé; Estação elevatória de Brinches e respectiva Conduta elevatória; Reservatório de Brinches-Sul; central Hidroeléctrica de Serpa e Barragem de Lage. 188 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território A concretização desta operação permitirá a adução directa de água a uma área de 7.621 ha localizada próxima de Serpa. Assume uma importância muito relevante na garantia de abastecimento público de água, designadamente aos concelhos de Serpa e Mértola, que é efectuado a partir da albufeira de do Enxoé. Sistema Integrado de Abastecimento em Alta da Simarsul: Barreiro, Moita e Seixal A operação é constituída por um conjunto de acções que visam dotar as áreas abrangidas pelos Subsistemas do Barreiro/Moita e do Seixal das infra-estruturas de saneamento (recolha “em Alta” e tratamento), permitindo garantira descarga das águas residuais urbanas em conformidade com a qualidade necessária face ao meio receptor (Estuário do Tejo), corrigindo a situação de incumprimento da Directiva nº 91/271/CEE, do Conselho, de 21 de Maio de 1991 relativa às águas residuais, transporta pelo DL nº 152/97, de19 de Junho, seguando a qual os aglomerados populacionais em causa deveriam possuir sistemas de recolha, drenagem e tratamento secundário até 31 de Dezembro de 2000. Ambos os sub-sistemas – Seixal e Barreiro/Moita – se encontram na lista de prioridades identificadas pelo INAG no que respeita ao tratamento de águas residuais e no Concelho do Barreiro não existe qualquer sistema de tratamento, embora o concelho esteja dotado de sistemas de drenagem “em alta” e “em baixa” que actualmente descarregam no Estuário do Tejo e seus esteiros. Em termos globais, a operação inclui a construção de 2 ETAR’S, construção/reabilitação de 17 estações elevatórias e implantação de 35,3Km de emissários, interceptores e condutas elevatórias. Constituem ainda objectivos desta operação: contribuir para o cumprimento dos objectivos estratégicos do PEAASAR 2007-2013; servir 90% da população total do país com sistemas públicos de drenagem e tratamento de águas residuais urbanas, sendo que em cada sistema integrado o nível de atendimento desejável deve ser de pelo menos 70% da população servida; cumprir os objectivos decorrentes do normativo nacional e comunitário; potenciar economias de escala e de gama e mais-valias ambientais através de uma maior integração territorial de sistemas plurimunicipais vizinhos; obter níveis adequados de qualidade do serviço. Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento de Trás-os-Montes e Alto Douro – Saneamento do Douro 7.ª Fase. 189 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Esta operação constitui a 7ª fase da implementação do Subsistema de Abastecimento de Água e de Saneamento de Trás-os-Montes e Alto-Douro, prevendo a construção e remodelação de infra-estruturas de drenagem e tratamento de águas residuais na vertente “em alta” de 48 subsistemas de águas residuais (SAR), localizados em 17 municípios. A operação integra globalmente a construção/remodelação de 51 Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), 134 Km de emissários e condutas elevatórias e 49 estações elevatórias. A concretização deste projecto tem como principais objectivos: garantir o cumprimento das metas de serviço previstas no PEAASAR 2007-2013; Obter níveis adequados de qualidade de serviço, mensuráveis pela conformidade dos indicadores de qualidade do serviço definidos; promover soluçõesadequadas com critérios de custo-eficácia e implementação das orientações relativas à definição das tarifas; promover a sustentabilidade do sector, do ponto de vista económico, financeiro e ambiental, de forma a garantir a recuperação integral dos custos incorridos na prestação destes serviços, optimizar a gestão operacional e eliminar os custos de ineficiência, contribuindo para a dinamização do tecido empresarial privado nacional e local; proteger os valores ambientais, garantindo o cumprimento do normativo nacional e comunitário; contribuir para a despoluição das bacias hidrográficas do rio Douro, afluentes e Cávado e garantir a qualidade da água adequada aos vários usos previstos no Planos da Bacia do rio Douro, afluentes e Cávado; assegurar a gestão integrada e correcta dos recursos hídricos disponíveis na região de modo a garantir uma maior eficiência na exploração do sistema; permitir a redução das assimetrias regionais no respeitante aos níveis de atendimento das populações; concluir e expandir os sistemas de drenagem de águas residuais “em alta”previstos e sua coordenação com os sistemas em “baixa”; Até à presente data não foi efectuada qualquer alteração na lista indicativa de Grandes Projectos constante do texto inicial do programa Operacional. É de salientar que até à data de 31-Dez-2009 já tinham sido apresentadas à Autoridade de Gestão do POVT uma parte significativa dos projectos previstos na referida lista, respeitantes ao Eixo I, II, VI, VII e VIII, muito embora em nalguns casos as candidaturas apresentadas visem apenas uma parte da intervenção global prevista na lista indicativa, com relevância para os projectos do Eixo I ao POVT, como é caso da candidatura relativa ao Eixo da Rede Ferroviária de Alta Velocidade (Linha Lisboa – Madrid) que deu origem já à apresentação e aprovação do Grande Projecto relativo ao Sub-troço Poceirão / Évora da referida Linha Lisboa – Madrid, sendo de admitir a apresentação da candidatura relativa a outro(s) Sub-troços da mesma Linha. 190 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território É da salientar a este propósito que a referida lista indicativa foi elaborada numa lógica de agregação de grandes áreas sectoriais e territoriais de intervenção, que não correspondem em algumas situações ao conceito de operação que preside à apresentação de candidaturas ao POVT, pelo que alguns dos Grandes Projectos indicados na lista não correspondem directamente a candidaturas com o mesmo objectivo global. É ainda exemplo desta situação os projectos constantes da lista indicativa respeitantes ao Eixo III, que correspondem a agregações temáticas e regionais e não a operações com a mesma designação e âmbito de intervenção. Em face do exposto, entendemos que a lista indicativa de Grandes Projectos constante do capítulo 7.4. do texto do POVT deverá ser objecto de revisão com vista à sua actualização, logo que venha a existir a oportunidade de reprogramação do POVT, tendo por objectivo aproximar mais a referida lista indicativa ao conceito de “operação” fixado regulamentarmente. 191 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 5. Assistência Técnica A dotação global de FEDER prevista no Eixo X do POVT – Assistência Técnica ascende a 99.579 Milhares de euros, correspondendo a 2,1% do Financiamento Comunitário Total do Programa (FEDER e Fundo de Coesão), a qual está dentro do limite fixado na alínea a) do n.º 1 do Artigo 46.º do Regulamento (CE) n.º 1083/2006, de 11 de Julho. Durante o ano de 2009 foram aprovadas 4 candidaturas no âmbito do Eixo X – Assistência Técnica do POVT, perfazendo um total de 8 candidaturas aprovadas em 31 Dezembro num montante FEDER de 12.437 mil euros. Deste conjunto destacam-se 2 candidaturas apresentadas pela Secretaria-Geral do MOPTC (relativas às despesas da Autoridade de Gestão) e as restantes apresentadas pelos Organismos Intermédios de acordo com o estabelecido nos contratos de delegação de competências. (Unidade: Mil euros) Operações POVT-10-0173-FEDER-000001 Designação Assistência Técnica ao POVT 2007/2008 Entidades beneficiárias Secretaria-Geral do MOPTC Assistência Técnica da SGSecretaria-Geral do POVT-10-0173-FEDER-000002 MAI/Estrutura de Missão Programa MAI/EMGFC SOLID (EMGFC) Aprovado Elegível FEDER 5.750.000 4.887.500 236.913 201.376 Assistência Técnica às "Acções Inovadoras para o POVT-10-0173-FEDER-000003 Desenvolvimento Urbano", Eixo Prioritário IX do POVT Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano 91.560 77.826 POVT-10-0173-FEDER-000004 Assistência Técnica POVT - 2009 Secretaria-Geral do MOPTC 7.166.665 6.091.665 Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano 388.289 330.045 Instituto da Água, IP 718.867 611.037 82.691 70.287 196.902 167.367 14.631.886 12.437.104 Assistência Técnica às “Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano” E.P. IX do POVT - 2009 Assistência Técnica - Organismo POVT-10-0173-FEDER-000006 Intermédio – INAG, I.P. Assistência Técnica POVT - Eixo V POVT-10-0173-FEDER-000007 2007-2008 Assistência Técnica_POVT - Eixo POVT-10-0173-FEDER-000008 V - 2009 Total POVT-10-0173-FEDER-000005 Instituto de Desenvolvimento Regional Instituto de Desenvolvimento Regional 192 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território A situação relativa à execução financeira do Eixo X face ao programado e aprovado à data de 31 de Dezembro de 2009 evidenciava um baixo nível de compromisso e de execução, como pode ser constatado no quadro seguinte: (Unidade: Milhares de euros) Total acumulado 31-Dez-2009 Dotação FEDER programada (a) 41.026 Dotação FEDER comprometida com projectos aprovados 12.437 Total de pagamentos de FEDER efectuados aos beneficiários 5.661 Despesa FEDER validada em 31-Dez-2010 4.470 (a)De acordo com o Plano Financeiro Plurianual do FEDER previsto no ponto 7.1. do POVT, anualizado para o período 2007-2009. 193 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 6. Informação e Divulgação No decorrer do ano de 2009 foram publicados diversos Avisos relativos à Abertura de períodos para a apresentação de candidaturas. Os suportes para a divulgação dos Avisos foram escolhidos tendo em conta o teor dos respectivos avisos e os potenciais beneficiários. No quadro seguinte apresentam-se os Avisos publicados e os respectivos suportes de divulgação, promovidos pela Autoridade de Gestão do POVT e pelos Organismos Intermédios: Data Eixos Prioritários/Domínios de Intervenção 16 de Fevereiro de 2009 Eixo Prioritário IX – Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional – Requalificação da Rede de Escolas do 2º e 3º Ciclo do Ensino Secundário Site do POVT e OI; Eixo Prioritário X – Assistência Técnica Site do POVT; Eixo Prioritário IX – Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional – Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano Site do POVT; 16 de Março de 2009 24 de Abril de 2009 4 de Maio de 2009 4 de Maio de 2009 Eixo Prioritário IX – Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional – Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos Eixo Prioritário IX – Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional – Requalificação de Escolas com Ensino Secundário Suporte Site do POVT; Site do POVT; 11 de Maio de 2009 Eixo Prioritário III – Prevenção, Gestão e Monitorização de Riscos Naturais e Tecnológicos – Combate à Erosão e Defesa Costeira Site do POVT; Jornal Diário de Notícias de 13/05/2009; Jornal Público de 13/05/2009; 1 de Junho de 2009 Eixo Prioritário VIII – Infra-Estruturas Nacionais para a Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos Site do POVT; Jornal Diário de Notícias de 12/06/2009; Jornal Jornal de Notícias de 11/06/2009; 1 de Julho de 2009 Eixo Prioritário II – Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento Site do POVT e OI; Jornal Diário de Notícias de 9/07/2009; Jornal Público de 10/07/2009; 6 de Julho de 2009 5 de Agosto de 2009 7 de Setembro de 2009 Eixo Prioritário III – Prevenção, Gestão e Monitorização de Riscos Naturais e Tecnológicos – Prevenção e Gestão de Riscos Eixo Prioritário III – Prevenção, Gestão e Monitorização de Riscos Naturais e Tecnológicos – Recuperação do Passivo Ambiental Eixo Prioritário IX – Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional – Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos Site do POVT Site do POVT; Site do POVT 194 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 7 de Setembro de 2009 Eixo Prioritário X – Assistência Técnica Site do POVT Em regra, os Avisos de Abertura para Apresentação de Candidaturas contêm as seguintes informações, consideradas relevantes para os potenciais beneficiários: Objectivos do Domínio de Intervenção Tipologia de Operações Modo de Apresentação das candidaturas Período para apresentação de candidaturas Dotação financeira Âmbito Geográfico Selecção das Operações Apuramento do Mérito do Projecto Data prevista para a Comunicação da Decisão ao Beneficiário Documentos a apresentar com a candidatura Linha de atendimento – Esta linha telefónica de atendimento destina-se a conferir um serviço de apoio especializado e de qualidade ao utente para efeitos de apresentação de candidaturas, centralizado no Secretariado Técnico do POVT ou nos Organismos Intermédios com responsabilidades delegadas, no que respeita a informações a prestar no âmbito dos Domínios de Intervenção da sua responsabilidade. 195 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Balanço da implementação do Plano de Comunicação do POVT no ano de 2009 Uma das primeiras iniciativas da Autoridade de Gestão deste Programa foi a criação de um sítio na Internet para servir de veículo de comunicação do Programa com todas as entidades que se relacionam com o POVT, desde os potenciais beneficiários às entidades que colaboram com o POVT na execução e no acompanhamento do Programa e ao público em geral. Este site, criado em meados de Outubro de 2007, tem vindo a ser completado e revisto numa base regular, de forma a manter uma permanente actualidade e frescura de conteúdos. Em 2009 continuou a dar-se grande relevância à actualização do site no que toca ao seu conteúdo, de forma a torná-lo um instrumento de verdadeira ajuda aos beneficiários e público em geral. No final do ano o site registou um número de visitantes na ordem dos 950.000. Um dos principais objectivos do site é usá-lo como meio privilegiado na publicitação da publicação dos anúncios de novos avisos, alterações e prorrogações dos prazos dos mesmos, informações úteis sobre concursos e orientações técnicas, apresentação de novos conteúdos online e a apresentação de candidaturas 17 online . No decorrer do ano de 2009, foram publicadas 56 notícias online, sendo que a maioria diz respeito à publicação de novos períodos de recepção de candidaturas e a eventos em que o POVT participou e contribuiu de forma directa. 17 http://si.povt.qren.pt/ 196 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Estava prevista uma reestruturação do sítio web do POVT no decorrer do primeiro trimestre de 2009, mas a Autoridade de Gestão do POVT optou por manter a mesma imagem, tendo havido a criação de condições para a inserção de novos conteúdos, nomeadamente com áreas para a apresentação de resultados do Programa. O site é e continuará a ser o veículo de excelência na divulgação junto dos potenciais beneficiários e do público em geral para que constitua um dos meios privilegiados de divulgação do POVT e de informação sobre os seus Eixos Prioritários e Domínios de Intervenção, Regulamentos Específicos, Legislação Aplicável, Avisos de Abertura, Formulários e Instrução de candidaturas e outros assuntos de interesse. Acções de divulgação promovidas pelos Organismos Intermédios Os Organismos Intermédios dispõem de áreas de identificação POVT e conteúdos relativos a este Programa nos seus sítios na Internet: Instituto da Água, IP; Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano; Instituto de Desenvolvimento Regional; Direcção Regional de Estudos e Planeamento (DREPA) dos Açores, através do site do PROConvergência; 197 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Estrutura de Missão para a Gestão da Estrutura de Missão para a Gestão de Fundos Comunitários 2007-2013 (Ministério da Administração Interna) através do site http://fundoscomunitarios.maigov.info. Em 2009, a Autoridade de Gestão introduziu melhorias significativas nos mecanismos de recolha de informação relativa às acções de informação, comunicação e publicidade, através de orientações vertidas pelo Secretariado Técnico do POVT e pelos Organismos Intermédios com competências delegadas, nomeadamente: Definição de modelos de recolha de informação para as várias iniciativas de divulgação/informação realizadas e/ou onde se verificar a participação do Secretariado Técnico do POVT e dos Organismos Intermédios; Definição de regras relativas à publicitação dos Avisos de Abertura no site; Obrigações de publicitação da Lista de Beneficiários nos sites (POVT e Organismos Intermédios, nos Domínios de Intervenção em relação aos quais têm competências delegadas); Identificação clara da marca QREN e da imagem do POVT nas áreas nos sites dos Organismos Intermédios de divulgação do POVT. Foram também realizadas pelos Organismos Intermédios algumas sessões de esclarecimento relativas à abertura à apresentação de candidaturas dos seguintes Domínios de Intervenção: Eixo Prioritário III – Domínio de Intervenção Protecção e Gestão de Riscos Organização: Organismo Intermédio – Estrutura de Missão para a Gestão de Fundos Comunitários 2007-2013 (Ministério da Administração Interna) Local Datas Participantes (Beneficiários) 22.07.09 Aveiro, Braga, Bragança, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Viseu e Vila Real (118 participantes) Estrutura de Missão para a Gestão de Fundos Comunitários 23.07.09 Beja, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal (144 participantes) Temas Destinatários Sessões de esclarecimentos/ sensibilização relativas ao Domínio de Intervenção “Protecção e Gestão de Riscos” com a Secretaria de Estado da Protecção Civil e Associação Nacional de Protecção Civil Câmaras Municipais e Associações de Bombeiros A EMGFC assegurou ainda, ao longo do ano de 2009, reuniões parcelares com diversas Associações Humanitárias de Bombeiros, o envio de ofícios informativos à Liga dos Bombeiros Portugueses, solicitando a 198 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território sua ulterior divulgação pelas Associações de Bombeiros, várias reuniões bilaterais com a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e a Direcção Geral de Infra-Estruturas (DGIE). Também assumiu a permanente actualização do sítio Internet com informação ao público em http://fundoscomunitários.mai-gov.info. Eixo Prioritário IV – Redes e Equipamentos Estruturantes na Região Autónoma dos Açores Organização: Organismo Intermédio – DREPA No decorrer do ano de 2009, foi criado um link no site do PO Convergência direccionando para o aviso de candidaturas do Eixo IV do POVT. Paralelamente, no Portal dos Açores, mais especificamente na Direcção Regional do Planeamento e Fundos Estruturais, foi criada uma página dedicada ao POVT onde consta informação relativa ao Programa, projectos aprovados, bem como um link para o site do POVT. Eixo Prioritário V – Redes e Equipamentos Estruturantes na Região Autónoma da Madeira Organização: Organismo Intermédio – Instituto de Desenvolvimento Regional (IDR) No ano de 2009, o IDR levou a cabo as acções de divulgação que garantiram a publicitação e informação junto dos beneficiários e público em geral das acções da sua responsabilidade. Em termos de Comunicação Social, e apesar de estarem previstos 6 anúncios publicitários e 4 artigos sobre os projectos, foram efectivamente inseridos um total de 3 anúncios em jornais com a descrição dos projectos: Foram realizadas ainda 23 sessões informativas sobre os Programas Operacionais, em 17 estabelecimentos de ensino da Região, tendo sido abordado o Eixo V do POVT com a respectiva apresentação dos projectos aprovados. Estas sessões contaram com uma adesão de 1158 alunos e 80 docentes. Para além das sessões de esclarecimento, o IDR organizou ainda uma exposição de rua na semana da Europa (9 a 15 de Maio), onde foi feita a divulgação do tipo de acções que o POVT financia, bem como os respectivos projectos em execução pela Região Autónoma da Madeira. Eixo Prioritário IX – Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional – Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano 199 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Organização: Organismo Intermédio – Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, com a participação da Autoridade de Gestão do POVT Este organismo assumiu a realização de sessões de divulgação que decorreram nos dias 13,14 e 19 de Maio de 2009, respectivamente nas regiões Alentejo, Norte e Centro. Com base numa apresentação em power-point (que ficou disponível no site da DGOTDU), foram abordados, entre outros aspectos, os objectivos do domínio de intervenção AIDU, as áreas temáticas objecto do concurso, as condições de enquadramento, admissibilidade e aceitabilidade e a instrução das candidaturas. No que concerne às obrigações dos Organismos Intermédios para efeitos de Informação e Publicidade, as mesmas estão vertidas nas Cláusulas dos Contratos de Delegação de Competências – Cláusula relativa à Informação e Publicidade, que refere que cabe ao Organismo Intermédio, em articulação com a Autoridade de Gestão do POVT, implementar as acções previstas no Plano de Comunicação deste Programa, no que respeita ao Domínio de Intervenção contratualizado. Acções em que o POVT participou, promovidas por iniciativa de outras entidades Em Janeiro de 2009, a Gestora do POVT esteve na no Encontro Debate da APDA, intitulado de “O Sector da Água e Saneamento – Sustentabilidade Económica e Financeira”. Este Programa participou na cerimónia de assinatura de contratos do 1º procedimento concursal, organizada pela DGOTDU – Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, que decorreu no Oceanário de Lisboa, em Maio de 2009. 200 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território A Gestão do POVT esteve presente ainda em outras cerimónias de assinatura de contratos, como por exemplo: Assinatura do Contrato de Financiamento da Unidade Mecânico e Biológico por Digestão Anaeróbica do Nordeste Transmontano, em Fevereiro, em Bragança; Assinatura de contratos de financiamento para a construção e instalação de equipamentos desportivos de base, em Évora e Coimbra, respectivamente em Fevereiro e Março; 201 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Em Junho de 2009, o POVT fez-se representar, pela pessoa da sua Gestora, no painel de convidados para a “Apresentação Nacional sobre o Estado do Abastecimento de Água e do Saneamento de Águas Residuais em Portugal”, organizado pelo Instituto da Água. Ainda em Junho, nos dias 15 e 16, a Comissão Europeia organizou a 3ª reunião entre os participantes do grupo Inform – Community network of Regional Policy communication officers, no sentido de partilhar experiências, objectivos e boas práticas na área da comunicação. Portugal foi representado, no período das apresentações, com uma apresentação a cargo do Observatório do QREN, entidade coordenadora do Grupo de Comunicação do QREN. Foi assinado a 20 de Julho o contrato com o Banco Europeu de Investimento (BEI) que atribui àquela entidade a gestão de um montante de 130 milhões de euros para a constituição do Fundo de Participações JESSICA (Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas), com o objectivo de estimular o desenvolvimento urbano em Portugal. O Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT) tem uma participação financeira de 30 milhões de euros, canalizados a partir do Eixo IX – Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional. 202 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Principais meios de divulgação criados e desenvolvidos Pela altura da 3ª Reunião da Comissão de Acompanhamento do POVT, realizada em Junho de 2009, foi lançada uma versão inglesa da brochura do POVT: Brochura em inglês 203 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Desde Maio de 2008, que é assegurada a publicação electrónica no site do POVT na Internet da lista actualizada dos beneficiários do Programa e dos financiamentos comunitários aprovados para cada operação co-financiada no âmbito do POVT, bem como dos pagamentos efectuados. Esta listagem é actualizada trimestralmente. Com as acções realizadas, o POVT investiu um total de cerca de 108 mil euros do seu orçamento, o que traduz um nível de dispêndio inferior ao previsto, como pode ser constatado no quadro seguinte. Acções físicas Investimento Previsto Investimento Realizado Site Internet 5.000 0 Brochura de Informação 10.000 1.760 Anúncios Imprensa 50.000 15.703 Candidaturas Site Internet 10.000 0 Linha telefónica 5.000 0 5.000 0 20.000 46.146 Direct mail Conferências / (Grande evento) Colóquios Newsletter Electrónica 5.000 0 Reuniões da CA 20.000 44.504 130.000 108.113 204 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Na manutenção do site actual do POVT não é feito nenhum investimento financeiro, dado que os meios técnicos usados pertencem à Secretaria-geral do Ministério das Obras Públicas, Planeamento, Transportes e Comunicações, que também são responsáveis pela actualização do mesmo em back office. Também não foram investidos recursos financeiros na realização de desdobráveis, dado que a dimensão e dinâmica de abertura de avisos recepção de candidaturas é intensa e iria implicar uma grande despesa em recursos não reutilizáveis. Assim, a aposta recaiu para a divulgação no site e no uso da imprensa para a publicação dos referidos avisos, bem como das especificidades das intervenções. No ano de 2009, foi realizada a Acção Anual de divulgação dos resultados do Programa, que ocorreu no Museu do Oriente a 15 de Dezembro de 2009. Este foi o Grande Evento do Programa realizado neste ano, o qual contribuiu para a divulgação da política comunitária no que toca aos objectivos e resultados dos fundos, no que respeita ao POVT. Nesse evento, no qual participaram o senhor Secretário de Estado dos Transportes, o representante da Comissão Europeia – DG Regio e responsáveis por algumas das áreas de intervenção mais importantes do Programa, foram apresentados os resultados globais e perspectivas futuras do POVT, bem com os objectivos e projectos com enquadramento no Programa, no domínio dos transportes (rede Ferroviária de Alta Velocidade), 205 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território do ambiente (Combate à Erosão e Defesa Costeira) e do desenvolvimento urbano (Programa de Modernização das Escolas com Ensino Secundário). Associada ao evento, foi elaborada uma pequena publicação com a apresentação sinóptica de alguns dos projectos mais emblemáticos no âmbito da programação aprovada do POVT. Os conteúdos dessa publicação serviram também de base à exposição que decorreu no Museu do Oriente ao longo do dia do Grande Evento. 206 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território No final de 2009 foi apresentada a primeira edição da newsletter electrónica, cuja edição é semestral. Esta primeira edição foi enviada para uma mailing-list de beneficiários, organismos intermédios e público em geral que se inscreveu na mailing-list através do site. 207 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Ao contrário do que estava previsto no Plano de Comunicação do POVT não foram realizados os encontros com quadros técnicos e seminários da responsabilidade directa do POVT. O Dia da Europa foi assinalado com o hastear da bandeira da CE e de Portugal no edifício onde se encontra instalado o POVT. Dando continuidade ao definido no Plano de Comunicação, estão ainda agendadas outras acções para 2010, a realizar durante o 2.º semestre de 2010: Acção Objectivo Grande Evento Anual de divulgação e Apresentação de Resultados do POVT Acção com impacto nacional que terá por objectivo divulgar os resultados apurados na execução do Programa, bem como apresentar os resultados do desempenho do POVT. Grande Evento de divulgação do QREN Acção de impacto nacional com o envolvimento de todos os Programas Operacionais sectoriais e regionais abrangidos no período de programação do QREN. Síntese da participação no Grupo de Comunicação do QREN e em outras iniciativas Em 2009 foi dada continuidade à participação no Grupo de Trabalho Comunicar. Este grupo reúne os representantes da área da Divulgação e Informação de todos os Programas Operacionais no âmbito do QREN. Este Grupo é responsável, desde o início, pela definição Estratégia Global de Comunicação e Plano de Comunicação da Marca QREN, bem como da criação e estruturação de todos os Planos de Comunicação do PO’s. Desta forma, e neste trabalho conjunto, fica garantida a premissa da transparência das actividades não só do QREN mas de todos os Programas Operacionais e da clarificação, nomeadamente por parte do POVT, de objectivos na área da Comunicação (seja ela externa, interna ou para os beneficiários) que têm como base uma linguagem comum. No decorrer do ano de 2009, este grupo reuniu-se em diversas ocasiões no sentido de consolidar a estratégia de parceria e partilha de experiências e boas práticas, no sentido de melhor implementar as orientações comunitárias e nacionais na área da comunicação. Em 2009 foram implementadas diversas acções conjuntas, das quais o POVT participou, nomeadamente: o Término da recolha de imagens para o Banco de Imagens QREN; 208 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território o Reunião nos Açores para visita a projectos que representam “boas práticas” na aplicação dos fundos comunitários, bem como em matéria de comunicação e informação; o Início da participação no Especial QRENOje, suplemento editado trimestralmente pelo Observatório do QREN, que conta com a participação de todos os PO’s e Fundos; o Início da participação no Objectivo 2013, que é um programa radiofónico emitido pela TSF e que está integrado no Plano de Comunicação do QREN, da responsabilidade e coordenado pelo Observatório do QREN. O POVT participa directamente nesta iniciativa que se prolonga até Agosto de 2010. O POVT apresentou os seguintes programas: 26 Outubro CRIL – Buraca/Pontinha Eng. José Luís Faleiro – Estradas de Portugal 27 Outubro Reabilitação/Requalificação do Palácio de Cristal / Pavilhão Rosa Mota Gonçalo Gonçalves – Porto Lazer 28 Outubro Ligação em Via Expresso ao Porto do Funchal Bruno Freitas – RAMEDM – Estradas da Madeira, S.A 29 Outubro Estudo do Risco Sísmico e Tsunami do Algarve Patrícia Pires – Autoridade Nacional de Protecção Civil 30 Outubro Velódromo Nacional – Centro de Alto Rendimento de Sangalhos Litério Augusto Marques – Câmara Municipal Anadia Todas as emissões podem ser acedidas através do seguinte endereço: http://tsf.sapo.pt/Programas/progama.aspx?content_id=1355095&audio_id=1355178 209 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 7. Conclusões e Previsões para 2010 A grande conclusão que é possível retirar do ano de 2009 é que ele constituiu um ano de forte aceleração da actividade operacional, com um aumento significativo de todos os seus indicadores, desde as candidaturas apresentadas, que continuaram a evidenciar um elevado nível de procura, aos ritmos de decisão das candidaturas que foram acelerados, aos índices de realização física e financeira dos projectos aprovados que foram claramente incrementados. Apesar da melhoria de performance do Programa verificada em 2009, continuaram a ser sentidas algumas dificuldades da gestão em fazer face a uma tão elevada expressão da procura que já se tinha feito sentir em 2008 e que se intensificou ainda mais em 2009, sendo superior ao ritmo de análise e de capacidade de decisão da gestão, o que provocou que o número e volume de fundos abrangido por candidaturas em análise no final de 2009 tinha ultrapassado o volume de candidaturas em análise no início do ano, apesar da forte aceleração dos níveis de decisão. Para esta situação contribuiu também muito o facto de o calendário de abertura para a presentação de candidaturas em 2009 ter previsto nalguns Eixos a sua apresentação até ao final do ano transacto, o que não permitiu que a sua análise e conclusão do processo de decisão ter ocorrido no ano transacto, tendo naturalmente transitado para o corrente ano. É de salientar que os acentuados níveis da procura foram tão significativos em 2009 que, nalguns Eixos, os Fundos solicitados já ultrapassavam no final de 2009, a dotação global disponível de Fundos para todo o período de programação (2007-2015). Podemos ver no quadro seguinte, uma síntese da actividade operacional do POVT em termos de candidaturas submetidas e analisadas. Eixos Em análise em 31-Dez2008 N.º Candidaturas Eixo I Eixo II Eixo III Eixo IV Eixo V Eixo VI Eixo VII Eixo VIII Eixo IX Eixo X Totais 2 106 21 1 0 1 2 1 119 3 256 Fundo (Milhões euros) 226 527 81 14 0 10 13 81 373 1 1.326 Entradas em 2009 N.º Candidaturas 2 112 147 2 1 5 5 8 176 7 465 Fundo (Milhões euros) 383 1.489 100 43 18 97 335 63 513 9 3.050 Decididas em 2009 Em análise em 31-Dez-2009 N.º Candidaturas Fundo (Milhões euros) N.º Candidatura s Fundo (Milhões euros) 3 94 78 2 1 5 5 1 207 4 400 598 470 63 45 18 101 17 81 730 1 2.124 1 124 90 1 0 1 2 8 88 9 321 11 1546 118 12 0 6 331 63 156 9 2.252 210 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território O avanço do POVT em 2009 foi muto relevante ao nível da taxa de compromisso de Fundos com projectos aprovados, tendo passado de apenas 10% em 31-Dez-2008 para 39% em 31-Dez-2009. Para este resultado contribuiu de forma muito significativa o dinamismo da procura e a capacidade de resposta da Autoridade de Gestão e dos Organismos Intermédios para análise de um tão elevado número de candidaturas submetidas ao programa, bem como o facto de terem passado a ser considerados no universo das candidaturas aprovadas os Grandes Projectos, logo após a Decisão Favorável de Financiamento da Autoridade de Gestão e a sua confirmação pela Comissão Ministerial de Coordenação do Programa e ainda antes da sua aprovação pela Comissão Europeia. Este aspecto foi muito determinante para o POVT que assim pôde passar a evidenciar níveis de aprovação de projectos bastante mais relevantes. Podemos ver no quadro seguinte, o avanço verificado no POVT em 2009 ao nível do compromisso de Fundos programados, quer em termos globais quer em cada um dos seus Eixos: Fundos comprometidos com projectos aprovados (unidade: euros) Eixos Prioritários 2008 Acumulado em 31Dez-2009 2009 Eixo I 0 532.882.285 532.882.285 Eixo II 0 222.574.908 222.574.908 Eixo III 54.195.646 47.638.834 101.834.480 Eixo IV 0 45.068.622 45.068.622 Eixo V 21.373.933 18.638.850 40.012.783 Eixo VI 13.299.027 72.454.657 85.753.684 Eixo VII 12.268.311 13.406.581 25.674.892 Eixo VIII 22.245.760 80.250.567 102.496.327 Eixo IX 119.173.593 514.503.916 633.677.509 Eixo X 11.459.822 977.282 12.437.104 Total 254.016.092 1.548.396.502 1.802.412.594 75.569.579 866.803.499 942.373.078 178.446.513 681.593.003 860.039.516 Fundo Coesão FEDER O gráfico seguinte permite-nos ter uma ideia da forte aceleração verificada em 2009 ao nível da aprovação de projectos, quando comparada com o ano de 2008: 211 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 2.000.000.000 1.800.000.000 1.600.000.000 1.400.000.000 1.200.000.000 1.000.000.000 800.000.000 2009 600.000.000 2008 400.000.000 200.000.000 0 Também a taxa de realização dos projectos aprovados registou um aumento muito significativo, tendo passado de uns inexpressivos 1%, correspondentes a 9 Milhões de euros de despesa fundo validada em 31-Dez-2008 para 13% em 31-Dez-2009, correspondentes a 239 Milhões de euros de despesa fundo validada. Podemos ver no quadro seguinte os montantes globais anuais de despesa validada por Fundo e por Eixo: (Unidade: euros) Eixos Prioritários 2008 2009 Acumulado em 31-Dez2009 Eixo I 0 95.151.183 95.151.183 Eixo II 0 21.375.563 21.375.563 Eixo III 581.321 11.696.936 12.278.257 Eixo IV 0 5.204.839 5.204.839 Eixo V 2.922.340 25.862.130 28.784.470 Eixo VI 3.061.671 12.587.950 15.649.621 Eixo VII 0 9.024.868 9.024.868 Eixo VIII 0 7.896.478 7.896.478 Eixo IX 1.944.690 36.977.477 38.922.167 Eixo X 556.858 3.912.863 4.469.721 Total 9.066.880 229.690.287 238.757.167 Fundo Coesão 3.503.661 159.290.651 162.794.312 FEDER 5.563.219 70.399.636 75.962.855 212 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Esta evolução muito positiva pode ser constatada, por Eixo e por Fundo, no gráfico seguinte: 300.000.000 250.000.000 200.000.000 150.000.000 2009 100.000.000 2008 50.000.000 0 Em resultado deste avanço, a taxa de execução financeira global do POVT, que era praticamente nula no final de 2008, atingiu o nível de 5,13% no final de 2009, o que revela uma tendência muito positiva do POVT no ano transacto e evidencia uma tendência bastante favorável para 2010. Cabe aqui salientar que o grande avanço verificado no nível de execução financeira do Programa permitiu ao POVT apresentar em 31-Jul-2009 os seus primeiros Pedidos de Pagamento Intermédios (PPI), com a despesa total Fundo validada e certificada à Comissão Europeia, nos montantes indicados no quadro seguinte: (Unidade: euros) PPI apresentado em 2009 1.º PPI – reportado a 31-Jul-2009 Fundo Coesão Despesa 95.668.596 Fundo 66.968.012 FEDER Totais Despesa Fundo 11.976.792 8.825.941 Despesa Fundo 107.645.568 75.793.953 Os primeiros PPI relativos ao POVT, com os montantes indicados no quadro anterior, foram submetidos à Comissão Europeia, via SFC 2007, em Outubro de 2009, tendo sido reembolsados no ano transacto. O volume de fundos incluído em Pedidos de Pagamento Intermédio (PPI) à Comissão Europeia ficou em 2009 abaixo do previsto em cada um dos Fundos e no seu total, muito embora o total dos Fundos validados no final do ano transacto tivesse permitido cumprir integralmente a previsão, o que só não sucedeu porque o grande 213 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território acréscimo de validação de despesas verificado em Dezembro do ano transacto não era compatível com a submissão de 2.º PPI ainda no ano de 2009. De uma forma geral, podemos concluir que todos os grandes objectivos fixados para 2009 e constantes do Capítulo 6.3. do Relatório anual de execução do POVT de 2008 foram cumpridos no ano transacto, sendo de destacar os seguintes: 1. Conclusão do processo de apreciação das candidaturas em análise que tinham transitado de 2008 e aprovação pela Comissão Europeia dos dois Grandes Projectos que tinham sido objecto e notificação no final de 2008 e início de 2009. Com efeito, o grande acréscimo verificado nas taxas de compromisso com projectos e as Decisões comunitárias de aprovação dos Projectos “Tratamento, Valorização r Destino Final dos Resíduos Sólidos Urbanos do Sistema Multimunicipal do Litoral Centro” e “CRIL – Buraca / Pontinha” atestam o cumprimento destes objectivos; 2. Continuidade da abertura do Programa à apresentação de novas candidaturas em todos os Eixos e Domínio de intervenção do POVT. O elevado número de Avisos de abertura publicados em 2009 e o significativo número de candidaturas submetido, num total de 465 projectos que envolveram um volume global de fundos solicitados de 3.050 Milhões de euros, comprova também que este objectivo foi plenamente atingido; 3. A aprovação da Descrição do Sistema de Gestão e Controlo do POVT, em 3 de Abril de 2009, bem como a conclusão da operacionalização do Sistema de Informação do POVT (SIPOVT), associadas a um elevado volume de execução financeira do Programa, permitiram a apresentação do 1.º PPI do Programa, reportada a 31-Jul-2009, a qual foi enviada à Comissão Europeia em Outubro de 2009, assegurando assim o cumprimento do prazo regulamentar para o efeito; 4. Definição e implementação do primeiro Plano de Acompanhamento das operações aprovadas, que abrangeu as 19 operações que registavam níveis de execução financeira mais elevada; 5. Reforço dos Recursos Humanos do Secretariado Técnico do POVT, através da conclusão do processo de recrutamento de técnicos iniciado em 2008, tendo entrado ao serviço em Março e Abril de 2009, um total de 16 Técnicos, nas áreas económico-financeiras, jurídicas e outras relevantes para o POVT, bem como da transição para o exercício de funções neste Programa dos técnicos que ainda se encontravam afectos ao exercício de tarefas de encerramento dos Programas do QCA III de responsabilidade da Autoridade de Gestão do POVT; 6. Início do Estudo de Avaliação da Operacionalização do POVT, previsto no Plano de Avaliação que se encontra aprovado. No âmbito deste Estudo, foi apresentado em 2009 o primeiro Relatório, que contempla as principais questões metodológicas do Estudo, o qual foi aprovado; 7. Realização das acções previstas no Plano de Comunicação do POVT, designadamente a realização de uma grande acção de divulgação do Programa, a qual foi concretizada em 15-Dez-2009 e a criação de 214 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território uma Newsletter electrónica, cuja primeira edição foi divulgada no final do ano transacto. Foi mantida a actualização dos conteúdos no site do POVT, mas não foi possível proceder à recvisão integral do site, objectivo este que transitou para 2010. As grandes perspectivas para 2010 são dar continuidade à tendência de avanço nos níveis de execução do Programa e na concretização das metas fixadas em cada um dos seus Eixos e Domínios de Intervenção. Assim, os principais objectivos que se prevêem alcançar no final de 2010 são os seguintes: 1. Concluir o processo de análise das candidaturas que transitaram de 2009, cujo total ascende a 321 projectos com um volume total de Fundos comunitários associado de 2.252 Milhões de euros. Destaca-se aqui, pela sua dimensão e especial complexidade a conclusão do processo de decisão relativo ao Eixo II, que regista 124 candidaturas em análise, ao Domínio de Intervenção “Prevenção e Gestão de Riscos” do Eixo III, que regista 73 candidaturas em análise, e aos Domínio de Intervenção do Eixo IX “ Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano” e “Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos” que regista um total de 67 candidaturas em análise. Prevê-se que no final de 2010, a taxa de compromisso com projectos aprovados atinja os 55% da dotação global de fundos programada no POVT; 2. Permitir um adequado nível de abertura do Programa à apresentação de novas candidaturas, através da manutenção em aberto dos Eixos que prevêem a apresentação de candidaturas em contínuo. Para além destes, prevê-se a abertura de novos períodos para apresentação de candidaturas nos três domínio do Eixo III, no Eixo VIII e em três domínios do Eixo IX e no Eixo X. Não se prevê a abertura dos Eixos Prioritários e Domínios de Intervenção relativamente aos quais se prevê esgotar a verba programada com a provação das candidaturas em análise, como é o caso do Eixo II, do domínio “Infraestruturas e Equipamentos Desportivos” e do domínio “Requalificação da Rede de Escolas do 2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico” do Eixo IX; 3. Manter um ritmo dinâmico de realização financeira dos projectos aprovados, próximo dos níveis que caracterizaram o final de 2009, que possa permitir o aumento da execução financeira do Programa e o cumprimento da regra N+3 em cada um dos Fundos do POVT. Com efeito, prevê-se que a taxa de execução financeira do Programa passe dos 5,1% em 31-Dez-2009 para os 13,8% no final de 2010. A previsão de PPI a apresentar em 2010 pelo POVT aponta para os seguintes montantes anuais e acumulados em 31-Dez-2010: 215 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território (Unidade: euros) Fundo Coesão FEDER Totais 2009 (1.º PPI) Custo Total/ Despesa Fundo Pública Previsão 2010 Custo Total/ Despesa Fundo Pública 95.668.598 11.976.792 107.645.390 342.167.402 385.627.226 727.794.628 66.968.012 8.825.942 75.793.954 Acumulado em 31-Dez-2010 Custo Total/ Despesa Fundo Pública 239.517.181 270.603.842 510.121.023 437.836.000 397.604.018 835.440.018 306.485.193 279.429.784 585.914.977 É de referir que no corrente ano de 2010 já foram apresentados à Autoridade de Certificação duas propostas de PPI (2.º e 3.º), nos seguintes montantes, o que já constitui uma base bastante sólida (57%) da total da previsão apresentada para 2010, como se pode verificar no quadro seguinte: 2.º PPI (26-Abr-2010) Custo Total/ Despesa Pública Fundo Coesão FEDER Totais 150.902.631 114.290.114 264.992.745 Total de Despesa certificada em 2010 (2.º e 3.º PPI) Custo Total/ Despesa Fundo Pública 3.º PPI (*) Fundo Custo Total/ Despesa Pública Fundo 105.631.834 80.371.519 186.003.353 73.178.221 80.836.259 154.014.480 50.669.741 56.585.381 107.255.122 224.080.852 195.126.373 419.007.225 156.301.575 136.956.900 293.258.475 (*) Apresentado pela Autoridade de Gestão à Autoridade de Certificação em 18-Maio-2010 A despesa já incluída em propostas de certificação apresentadas ao IFDR até 18 de Maio de 2010, permite já assegurar o cumprimento da Regra N+3 em ambos os Fundos, com uma margem confortável de ultrapassagem, conforme se apresenta no quadro e figura seguintes: Cumprimento da Regra N+3 em 2010 Programação 2007 Préfinanciamentos (7,5%) Regra N+3 em 31-Dez-2010 PPI apresentados (1.º, 2.º e 3.º) % cumprimento Regra N+3 (1) (2) (3) = (1) – (2) (4) (5) = (4) / (3) Fundo Coesão 411.601.948 229.497.414 182.104.534 223.269.587 122,6% FEDER 215.027.948 119.893.402 95.134.546 145.782.842 153,2% Total 626.629.896 349.390.817 277.239.079 369.052.429 133,1% 216 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território 250.000.000 200.000.000 Fundo a executar para o cumprimento da Regra N+3 150.000.000 Execução acumalada em função dos PPI já apresentados 100.000.000 50.000.000 0 Fundo Coesão 4. FEDER Concluir o Estudo relativo à avaliação do POVT e identificar as principais alterações a introduzir nos mecanismos de governação e de operacionalização do Programa, visando aumentar a eficácia e a eficiência da sua actuação, nomeadamente através da introdução de medidas de simplificação que contribuam para a aceleração da execução do Programa e cumprimento das suas metas. Para este efeito serão relevantes as conclusões relativas aos Regulamentos Específicos e aos Critérios de Selecção das operações, aspectos que são abrangidos por este Estudo e pelo Estudos específico que está a ser realizado pelo IFDR; 5. Elaborar os documentos de referência para o lançamento do concurso com vista à adjudicação do Estudo de Avaliação Intercalar do POVT (2007-2010), destinado a avaliar a performance e impacto do PO a meio do seu período de vigência, tendo em vista identificar eventuais necessidades de reprogramação; 6. Proceder à revisão dos Regulamentos Específicos do POVT, em conformidade com as conclusões do estudo levado a efeito pelo IFDR e visando a harmonização com o Regulamento Geral FEDER e Fundo de Coesão e a introdução de melhorias e normas de simplificação, ditadas pelas experiência; 7. Desenvolver os Sistemas de Gestão e Controlo do POVT, baseados essencialmente no Sistema de Informação do Programa (SIPOVT), no âmbito da manutenção evolutiva e também da adopção de um Módulo de Gestão Documental e de extracção de dados (business inteligence) e na melhoria dos procedimentos de acompanhamento dos projectos. 217 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Julgamos que os principais constrangimentos com que a Autoridade de Gestão poderá ser confrontada em 2010 se prendem com as alterações que possam resultar das medidas previstas no Pacto de Estabilidade e Crescimento aprovado em 2010 e medidas de contenção orçamental associadas, o que poderá provocar dificuldades no avanço e na execução financeira de projectos já aprovados e de outros Grandes Projectos previstos no POVT, o que poderá justificar uma avaliação específica para o efeito. 218 RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2009 Programa Operacional Temático Valorização do Território Anexos Anexo I Realização Física dos Indicadores Comuns Nacionais Anexo II Programação financeira, aprovações e execução por Eixo Prioritário até 31.12.09 (valores acumulados) Anexo III Aprovações e execução por NUT III até 31.12.09 (valores acumulados) Anexo IV.A) Resumo Implementação Física – Indicadores de Eixo – Anexo VI do Regulamento (CE) n.º 846/2009 Anexo IV.B) Resumo Implementação Física – Indicadores Comuns Comunitários – Anexo VI do Regulamento (CE) n.º 846/2009 Anexo V Operações aprovadas por Eixo Prioritário até 31.12.09 (valores acumulados) Anexo VI Regulamentação Específica/Calendário de concursos por Eixo Prioritário Anexo VII Processo de selecção por Eixo Prioritário até 31.12.09 (valores acumulados) Anexo VIII Fichas dos Grandes Projectos Anexo IX Repartição cumulativa das dotações aprovadas da contribuição comunitária por combinação de dimensão de categorização Anexo X Tabela NUT Anexo XI Indicadores de Monitorização Estratégica Ambiental e de Sustentabilidade Anexo XII Legislação e outros actos normativos de 2009 Anexo XIII Acções de Acompanhamento no Local Anexo XIV Árvore de imputação entre regulamentos e indicadores