COMPARAÇÃO DO RESULTADO DO PÓS-PROCESSAMENTO DE DADOS GNSS COM DIFERENTES MÁSCARAS DE ELEVAÇÃO Bruno Zucuni Prina1 Luiz Felipe Díaz de Carvalho2 Romário Trentin³ 1 - Universidade Federal de Santa Maria - Colégio Politécnico da UFSM - ([email protected]) 2 - Universidade Federal de Santa Maria – Colégio Politécnico da UFSM - ([email protected]) 3 - Universidade Federal de Santa Maria – Departamento de Geociências - ([email protected]) RESUMO Nesse trabalho buscou-se comparar o resultado do pós-processamento para diferentes máscaras de elevação. Os pontos foram coletados no perímetro rural do município de Rosário do Sul-RS, no dia 25 de fevereiro de 2010. Após realizar o pósprocessamento no aplicativo Topcon Tools®, verificou-se que os menores resultados obtidos para o EMQ (Erro Médio Quadrado) foram obtidas para a máscara de elevação de 15°, se bem que os valores obtidos para as máscaras de 5° e 10° alcançaram EMQ muito próximo ao de 15°, com, inclusive, baixo desvio padrão. Palavra-chave: GNSS, máscara de elevação, pós-processamento. INTRODUÇÃO Tendo em vista a grande ascensão dos sistemas de navegação por satélites (GNSS Global Navigation Satellite System), buscar-se-á nesse trabalho realizar a análise de dados coletados pela referida tecnologia com diferentes máscaras de elevação usando a técnica do posicionamento estático rápido. Marini e Monico (2003) interferem que a máscara mais indicada para uso da tecnologia GNSS é a de 15°, a qual reduz os efeitos topográficos. Há de se destacar, que é de extrema importância a análise de situações discrepantes de máscara de elevação, pelo fato de que as mesmas devem ser tratadas para todos os trabalhos geodésicos, ou seja, em determinada situação o uso de uma máscara com menores ou maiores ângulos, pode ser que seja viável a fim de atingir uma melhor solução do ponto. Destaca-se que em muitos casos, há a necessidade de coletarem-se pontos em locais altamente acidentados (altas declividades), sendo, dessa forma, necessário procedermos de uma análise mais detalhada no pós-processamento, considerando uma máscara de elevação diferente da utilizada num padrão geral. O objetivo geral do trabalho é o de analisar os resultados do EMQ (Erro Médio Quadrado) de 58 pontos coletados com a tecnologia GNSS, numa fazenda localizada no perímetro rural da cidade de Rosário do Sul - RS, aplicando as máscaras de elevação de: 1°, 5°, 10°, 15°, 20°, 25° e 30°. Justifica-se com o referido trabalho em fornecer ao usuário padrão da tecnologia GNSS, uma amostra do comportamento da máscara de elevação para situações reais de trabalho. METODOLOGIA Enfatiza-se que para realizar o pós-processamento dos dados GNSS, utilizou-se o aplicativo Topcon Tools®, e para a análise estatística o Microsoft Office Excel®. Ressalta-se que os pontos foram coletados pelo receptor GNSS de dupla frequência (L1/L2), modelo Hiper da marca Topcon. Os procedimentos metodológicos ordenados cronologicamente estão destacados a seguir. Coleta dos pontos no município de Rosário do Sul-RS, no dia 25 de fevereiro de 2010; Transferência dos dados ao meio computacional, realizado através do aplicativo PCCDU (arquivo auxiliar ao Topcon Tools®); Realização do PPP (Posicionamento por Ponto Preciso) da base local, a qual obteve desvios-padrões na ordem dos milímetros, realizado no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); Configuração básica das informações no aplicativo Topcon Tools® (Sistema de referência SIRGAS 2000, distinção das máscaras de elevação, inserção das coordenadas e desvio-padrão para a base local obtida através da monografia do PPP); Realização do pós-processamento; Configuração do Relatório de Processamento, o qual foi constituído do EMQ dos pontos; Análise dos dados. RESULTADOS A partir dos dados do Relatório de Processamento, verificaram-se inúmeras situações as quais estão dispostas abaixo. Ao analisar as discrepâncias de cada ponto (diferença entre os valores extremos para todas as máscaras), o EMQ horizontal (Figura 1) e vertical (Figura 2) resultaram numa correlação de 0,796 (uso do Excel – função CORREL – correlação de Pearson), mostrando que os dados posicionais são altamente correlatos. Figura 1. EMQ horizontal. Figura 2. EMQ vertical. Ao realizar a média total do EMQ (Figura 3) para todos os pontos, verificou-se que a máscara de elevação de 15° apresentou os melhores resultados, obtendo um menor EMQ, sendo que na horizontal o valor foi de 0,0286 metros e na vertical de 0,0359 metros. Destaca-se que ao realizar o pós-processamento com a máscara de 25º, um ponto obteve solução do tipo “Failed, No Satellites, Not enough data”, já ao considerar uma máscara de 30° esse número subiu para 3. Esse erro é oriundo do fato de que houve uma redução no número de satélites, ocasionado pelo aumento da máscara de elevação. Avaliou-se, ainda, o desvio padrão (Figura 4) dos pontos para cada máscara de elevação, podendo, dessa forma, notificar se as referidas máscaras obtiveram ou não variação. Dessa forma, analisou-se que as máscaras de 5°, 10º e 15º foram as que atingiram os menores resultados, destacando, destarte, em máscaras com um alto grau de confiabilidade. Figura 3. EMQ médio para cada máscara de elevação analisada. Figura 4. Análise do desvio padrão médio para as máscaras analisadas. Por fim, analisou-se o desvio padrão do EMQ por ponto (Figura 5), ou seja, para notificar, dessa forma a variação dos dados perante as diferentes máscaras de elevação. Assim, notificou-se que 3 pontos na horizontal e 10 na vertical tiveram uma variação maior do que 10 centímetros. Figura 5. Análise individual dos desvios padrão do EMQ por ponto. CONCLUSÕES Concluísse que, conforme trabalhos já realizados, o uso da máscara de elevação de 15° mostra-se mais precisa. Destarte, é necessário verificar que dependendo a situação topográfica necessária para coletar-se uma determinada coordenada, far-se-á a necessidade de programar-se uma máscara de elevação diferente da do padrão. Em relação aos objetivos propostos, pode-se destacar que foram analisados os dados oriundos do pós-processamento de dados para diferentes máscaras de elevação, constatando que a máscara de 15° apresenta, conforme bibliografias já relatadas, uma maior precisão dos dados. Inerente a esse trabalho, pode-se notificar que ao elevar demais a máscara de elevação (25° e 30°, conforme aqui analisado), os dados poderão dispor de um número inferior de satélites do que o necessário para solucionar a ambiguidade. Concluísse, ainda, que as máscaras de elevação de 5° e 10°, juntamente com a de 15°, são as que proporcionaram um baixo EMQ e desvio-padrão (em relação ao EMQ), sendo as indicadas para realização de trabalhos geodésicos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBIERI, M. J.; FARRET, J. C.; MORAES, C. V de; FARRET, I. S. Correlação do ruído, multicaminho e ângulos de elevação nas medidas de fase das portadoras GPS. Disponível em: <http://www.ufpe.br/cgtg/ISIMGEO/CD/html/geodesia/Artigos/G035.pdf>. Acesso: 23 junho 2013. IBGE – Posicionamento por Ponto Preciso <http://www.ppp.ibge.gov.br/ppp.htm>. Acesso: 19 junho 2013. (PPP). Disponível em: MONICO, J. F. G. Posicionamento pelo GNSS – Descrição, fundamentos e aplicações. São Paulo: Editora UNESP, 2007.