Forallpoints For point www.forpoint.pt Newsletter Amostras II Metodologia de Selecção Nº 16|Março - Abril | 2009 Editorial Na sequência do número anterior da Forallpoints, continuamos a explorar o tema amostras. Neste número descrevem-se vários métodos de selecção de amostras, explicitando vantagens e desvantagens de cada um deles. Ana Macedo Características de uma amostra Amostra Probabilística Considera-se uma amostra probabilística aquela em que cada indivíduo da população base tem a mesma probabilidade de ser seleccionado. E mais, esta probabilidade é conhecida à partida. Embora seja quase impossível estabelecer amostras probabilísticas se trabalharmos com uma população total, como por exemplo, a população portuguesa, a utilização de sample frames ou situações nas quais a população base seja pequena e esteja bem delimitada permitem este tipo de amostragem. Considere, a título de exemplo, que pretende avaliar a prevalência pontual de hipercolesterolémia na população de utentes de um Centro de Saúde. Tem duas opções: 1. Estuda a população no seu todo (já que neste caso isso é possível, pois trata-se de um grupo que embora grande é limitado e cujos elementos estão identificados); 2. Estabelece uma amostra representativa. O que torna a amostra representativa, além da sua dimensão (assunto que será abordado nas próximas newsletters), é o modo como os indivíduos são seleccionados. Se quisermos efectuar uma amostra probabilística (aleatória) podemos numerar os utentes do Centro de Saúde de forma sequencial e extrair “x” números de forma aleatória. Se a população de utentes for de 10.000 pessoas e a dimensão da amostra (x) for, por exemplo 1.000, cada utente tem uma probabilidade de ser seleccionado para a amostra de 1.000/ 10.000, ou seja, de 10%. Neste caso, todos os utentes têm igual probabilidade de ser seleccionados. Imaginemos agora que o nosso objectivo é estimar a percentagem de pessoas obesas num determinado bairro. Sabemos com exactidão quais as moradas (domicílios) que fazem parte do bairro. Podemos numera-las e da mesma forma que para os utentes do Centro de saúde, extrair “x” números de lares que serão a nossa amostra. Esta é igualmente uma amostra probabilística, já que dos 1.000 lares do bairro serão seleccionados 250, o que dá a cada lar uma probabilidade igual de ser seleccionado, probabilidade esta que é de 25%. Mas, existe uma segunda etapa para resolver. Em lares com 1 única pessoa, esta tem uma probabilidade de 25% de ser seleccionada. E nos lares com várias pessoas? Por exemplo naqueles com 2 pessoas cada uma delas só terá 12,5% de probabilidades de ser seleccionada. Num lar com 5 pessoas cada uma só terá 5% de probabilidades de fazer parte da amostra. Edifício Miraflores Premium - Al. 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Amostras sistemáticas Denominam-se sistemáticas as amostras em que os indivíduos são seleccionados segundo uma dada ordem, por exemplo de 10 em 10 nomes de uma lista, ou casas alternadas de uma rua. Os aspectos mais importantes a ter em consideração neste método que pode ser aplicado quer a amostras probabilisticas quer não probabilisticas, são a aleatoriedade do ponto de partida e a verificação que as listas não têm qualquer divisão regular que implique que ao seleccionar de “x” em “x” se esteja a privilegiar um dado tipo de indivíduos. Estratificado por região (NUTs II) - número de habitantes 37% Norte 24% Centro 27% Lisboa 8% Alentejo 4% Algarve Amostra não probabilistica Considera-se uma amostra não probabilística aquela em que os indivíduos são seleccionados de acordo com um método em que nem todos os indivíduos da população alvo têm a mesma probabilidade de ser seleccionados. A maioria das amostras com que se trabalha são, de facto, não probabilísticas. Por exemplo, amostras por inquérito efectuado na rua são não probabilisticas já que nem todas as pessoas têm a mesma probabilidade de ser “encontradas” na rua. Por exemplo pessoas com mobilidade reduzida, doentes ou acamadas não serão alvo deste inquérito, tal como não o serão pessoas que se movimentam preferencialmente (e quase exclusivamente) de automóvel, circulando entre a garagem de sua casa e a garagem do local de trabalho. As amostras, mesmo que não probabilisticas, devem ser obtidas em diferentes dias da semana e em diferentes horas do dia de modo a aumentarem a probabilidade de inclusão de diferentes tipos de pessoas. Um aspecto importante a ter em consideração é que uma amostra probabilística pode deixar de o ser se existirem muitos indivíduos que se recusem a participar e se o grupo de “não respondedores” for muito diferente do grupos de “respondedores” ou, se não for possível caraterizar esse grupo. Nesta situação, não se poderá garantir que o grupo que respondeu representa a população alvo em toda a sua extensão. Amostras de conveniência Denominam-se amostras de conveniência aquelas que são constituídas por um conjunto de elementos facilmente analisáveis e disponíveis, não sendo por definição representativa de uma população. Por exemplo, uma amostra efectuada numa estação de caminho de ferro num dado dia entre as 7 e as 10 horas. A amostra possível não é representativa da população, nem mesmo da população que utiliza o comboio como meio de transporte. Este tipo de amostras não devem ser usados para extrapolação de resultados embora possam ser úteis para testar questionários. 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