XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
CONSUMO DE PRODUTOS DE HIGIENE
PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS: UMA
ANÁLISE DE CONSUMIDORES DO ESTADO DE
SANTA CATARINA
Jaqueline Taiz Zoz Becker (FAI)
[email protected]
Nathalia Berger Werlang (FAI)
[email protected]
Rosiane Oswald (FAI)
[email protected]
Fabiane Favretto (FAI)
[email protected]
O mercado brasileiro de cosméticos está passando por um período de grande
expansão, o qual passou a ser utilizado por consumidores de todas as classes
sociais, principalmente pelas mulheres, pois os produtos deixaram de ser
vistos como frívolos e passam a ser vistos como essenciais. Sendo assim, este
estudo tem como objetivo identificar o perfil e as motivações de compra dos
consumidores de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do
Estado de Santa Catarina. Esta pesquisa é de abordagem quantitativa e
descritiva e foi realizada por meio da técnica survey, com a aplicação de um
questionário de Likert 5 pontos. Os dados foram tabulados com o auxílio do
Google Drive e Microsoft Excel, e após foram analisados por meio da
estatística descritiva e univariada com auxílio do software IBM SPSS Statistics
21.0. A amostra final desta pesquisa foi de 338 questionários válidos. Como
principais resultados tem-se que os entrevistados possuem em média 26 anos
de idade, recebem aproximadamente dois salários por mês, e na sua maioria
trabalham no setor privado. Em relação ao consumo de produtos de higiene
pessoal, perfumaria e cosméticos, eles preferem colônias, sabonetes,
perfumes e desodorantes, sendo que a marca mais usufruída é a Natura,
seguida da Avon e Boticário. Os resultados indicam que gastam em média
até R$50,00 mensais nesse segmento e a frequência de compra destes
produtos é em sua maioria mensal. Para concluir, pode-se afirmar que os
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consumidores se consideram vaidosos e utilizam produtos de higiene pessoal,
perfumaria e cosméticos para aumentar sua autoestima e realização pessoal.
Palavras-chave: Consumo de cosméticos, Higiene pessoal, Perfumaria,
Marca, Realização pessoal.
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1. Introdução
O século XXI trouxe consigo o culto ao corpo e à beleza de uma forma relevante,
padrões de beleza são impostos por uma sociedade arbitrária que incentiva o consumo de
cosméticos e produtos de tratamento de beleza.
O Brasil atualmente é um grande consumidor de produtos de beleza no mundo,
ocupando a terceira posição no ranking mundial em produtos de HPPC (Higiene pessoal,
perfumaria e cosméticos). Este elevado crescimento está associado em grande parte com uma
expressiva elasticidade de renda da demanda pelos produtos cosméticos e elevada capacidade
de geração de empregos diretos e indiretos. (EUROMONITOR, 2011)
Quando se fala em beleza, não se refere mais apenas às mulheres, pois os homens
estão cada vez mais consumindo produtos de beleza, na busca do corpo perfeito, melhora da
autoestima e o bem estar psicológico e físico.
No âmbito de produtos de beleza existe uma relevante discussão no que abrange o
perfil dos consumidores de cosméticos, pois há diversas variáveis no comportamento do
consumidor que podem influenciá-lo na compra de um produto.
Sendo assim, define-se como objetivo geral desta pesquisa: identificar o perfil e as
motivações de compra dos consumidores de produtos de higiene pessoal, perfumaria e
cosméticos do Estado de Santa Catarina.
2. Fundamentação teórica
2.1 Perfil e comportamento do consumidor
A satisfação do consumidor conforme Kotler (1998) é um sentimento de prazer ou de
decepção do desempenho ou resultado do produto ou serviço em relação as suas expectativas.
Se o desempenho do produto estiver distante do que o consumidor quer ele estará insatisfeito,
se atender estará satisfeito.
A decisão de compra no setor de cosmética especificamente, leva em consideração o
momento da compra e os atributos tangíveis e intangíveis do produto. Desta forma, a compra
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dos produtos de beleza pode-se classificar como sendo de alto envolvimento do consumidor,
pois ele lida com a construção, reformulação e manutenção da sua imagem e também se
observa que a compra se dá na maior parte por impulso, em função de displays atraentes,
produtos baratos ou em promoção, lançamentos e facilidade de acesso, especialmente
produtos vistos em catálogos de amigas ou conhecidas, que estão próximas naquele momento.
(SEBRAE, 2008)
Por fim, pode-se afirmar que quando se trata de beleza, não se diz respeito só às
mulheres e sim também aos homens, que estão cada vez mais vaidosos, procurando o corpo
perfeito, autoestima, e o bem estar psicológico e físico. Resumindo, todos em busca de uma
melhor aparência. (CERQUEIRA, 2013).
2.2 Influências ambientais, sociais e culturais no consumo
O processo de decisão do consumidor em relação a compra do produto é composta
pelo reconhecimento do problema, busca de informações, avaliações de alternativas de
comprar, ato de comprar, consumo, avaliação pós a compra e o descarte do mesmo. Este
processo recebe influências como um todo de variáveis ambientais e características
individuais conforme. (LARENTIS, 2009)
Com isso, infere-se aqui que os consumidores de produtos de HPPC são influenciados
de modo geral pela cultura de cada um, motivação, capacidade intelectual, gostos, valores,
renda, indiferente da classe social todos consomem algum tipo de produto de higiene pessoal,
perfumaria e cosméticos.
2.3 Conceito e evolução dos produtos de beleza
O autor Palacios (2004) salienta que em tempos passados os cosméticos tinham como
objetivo disfarçar defeitos, sujeira e o mau- cheiro. Ainda de acordo com o autor, hoje os
cosméticos estão sendo utilizado pelas mulheres como uma exigência da sociedade. O
cosmético é de uso por toda a vida, um produto que deve ser usado mais de uma vez ao dia e
indispensável para o bem estar. Séculos atrás eram consumidos apenas pela ala nobre da
sociedade e utilizados pelos mais populares apenas em datas festivas, hoje passaram a ser
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consumidos diariamente por todas as classes, devido a fatores como o progresso científico, os
novos.
Witczak (2012) se refere à beleza como sendo uma característica de uma pessoa, lugar,
objeto que fornece uma ideia de prazer, sentido ou satisfação ao vê-lo. A beleza é parte da
estética, psicologia social e cultural. Beleza é uma cultura particular de perfeição e com o
passar do tempo as mulheres estão cada vez mais preocupadas em manterem-se bonitas.
Embora o envelhecimento faça parte do ciclo da vida, nada impede de utilizarem produtos que
tentem diminuir os sinais deixados pelos anos.
Conforme o Sebrae (2008), o cenário dos cosméticos atrai sempre novos investimentos
devido um faturamento em forte crescimento, gera grande competitividade, possibilitando aos
fabricantes a oferta de produtos variados para públicos diversos e com diferentes níveis de
poder aquisitivo estimulando ainda mais o consumo e a criação de novas empresas.
O faturamento em produtos de higiene pessoal no Brasil é de 56%, seguido com 28%
em cosméticos e 16% em perfumaria. Este aumento no consumo de produtos de
embelezamento se deve as pessoas querer melhorar sua aparência perante a sociedade,
passando para as pessoas o aspecto de elegância e bem vistas na sociedade brasileira.
(ABIHPEC, 2012).
Conforme dados do Sebrae (2011), 51% das mulheres no Brasil estão dispostas a
gastar com produtos de beleza, indicando a importância e o valor que os consumidores dão a
uma boa imagem e apresentação. Os homens também estão inseridos no mercado da beleza,
eles são responsáveis por 30% do faturamento de alguns salões de beleza. Este público possui
um comportamento bem específico quer privacidade, agilidade, estilo próprio, conforto e
normalmente possui um padrão de renda estável.
2.4 Pesquisas recentes sobre o tema consumo de produtos de beleza
Muitas pesquisas vêm sendo desenvolvidas referente ao consumo, satisfação dos
consumidores em relação aos produtos de beleza, perfil dos mesmos, formas de varejo de
preferência de compra destes produtos e os motivos que levam estes consumidores a
comprarem produtos de beleza.
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Os autores Francklin, Reis e Cassoli (2012), em seu trabalho buscaram identificar os
hábitos de consumo e os motivos que levam os consumidores universitários da Fundação de
Ensino Superior de Passos a consumir produtos de HPPC. A pesquisa de campo foi realizada
com 397 alunos dos cursos de graduação em Administração, Agronomia, Moda e Pedagogia,
com abordagem quantitativa. A maioria dos pesquisados 45,6% tem idade entre 17 e 21,
sendo 62,5% do sexo feminino, 28,5%, possui renda de até dois salários mínimos, sendo que
32,2% gastam entre R$ 31,00 a R$ 50,00, ou seja, gastam até 4 % da renda mensal, cujos
resultados confirmam sua preocupação com a aparência.
Witczak (2012) utilizou em sua pesquisa qualitativa métodos de grupo de foco e
observação, e uma pesquisa descritiva através de questionário aplicado pelo método survey,
que contou com participação de 10 mulheres com idades entre 60 e 80 anos. Na parte
quantitativa, a amostra contou com 75 respondentes. A pesquisa caracterizou beleza como
gostarem de si mesma, a um conjunto de cuidados com a pele, exercícios e uma boa
alimentação. Considera o uso de produtos um importante fator para ficarem bonitas e
sentirem-se bem. Dão extrema importância e valor a sua aparência e são satisfeitas com sua
beleza, porém, se pudessem, modificariam algum aspecto em seu corpo. Em relação à compra
o que mais influência é a qualidade, facilidade de encontrar e os preços. Cuidam-se e
comportam- se cada uma com sua maneira, e são pouco influenciadas pela mídia.
Cerqueira, Oliveira e Honorio (2013), desenvolveram uma pesquisa e tiveram como
objetivo analisar a percepção dos consumidores e vendedores sobre o processo de compra de
cosméticos utilizando abordagens quantitativas e qualitativas, sua coleta de dados contou com
216 questionários respondidos por consumidores de cosméticos e 13 entrevistas com
vendedoras. Cerca de 65% dos consumidores que responderam o questionário são do sexo
feminino, 74% compram produtos pelo menos uma vez por mês. Referente ao tipo de produto
54% xampu, 51% perfume e 39% hidratantes corporais. Com isso, concluiu-se que o
comportamento de compra dos consumidores devido a um processo de busca de informações
e benefícios encontrados com os produtos.
O estudo de Livramento, Hor-meyll e Pessôa (2013), teve como objetivo identificar
valores individuais que motivam mulheres de baixa renda a comprar produtos de beleza, que
poderiam ser considerados itens supérfluas, a pesquisa usou como amostra 17 mulheres de
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baixa renda residentes na cidade do Rio de Janeiro, os resultados obtidos trazem evidências de
que as mulheres de baixa renda consomem os produtos de beleza para elevar sua autoestima e
por meio da beleza obterem respeito de classes sociais superiores, já que a aparência é uma
maneira para diminuir a discriminação por serem pobres.
Ao analisar as pesquisas descritas acima, pode-se perceber que as mulheres utilizam
produtos de HPPC por motivação pessoal, autoestima, realização pessoal, benefícios que
trazem ao consumidor, satisfação, preço e qualidade. Já os homens veem a beleza como um
aspecto importante no que diz respeito às relações sociais, amorosas e no sucesso profissional
e inteligência.
3. Método de pesquisa
Esta pesquisa caracterizou-se pela abordagem quantitativa, de caráter descritiva, a qual
utilizou a técnica de levantamento ou survey para coleta de dados. O instrumento utilizado, foi
adaptado de Correa (2006), que foi constituído por 58 questões, de respostas objetivas e
questões fechadas de Likert de cinco pontos, de resposta 1 a 5, sendo 1 discordo totalmente, 2
discordo, 3 neutro, 4 concordo e 5 concordo totalmente.
O procedimento de coleta de dados foi realizado online, através do envio de um link
do questionário online do Google Drive por meio de contatos pessoais e profissionais da
pesquisadora.
Os participantes foram selecionados de forma aleatória, sendo que foram enviados
convites para responder ao questionário por meio de rede social da pesquisadora, contatos de
email e estudantes universitários pelos quais a pesquisadora teve acesso.
Desta forma, a pesquisa contou com um total de 341 questionários respondidos, sendo
que 3 destes tiveram que ser removidos por estarem com dados faltantes, o que limitariam a
interpretação à análise final dos resultados. Assim, 338 questionários foram considerados
válidos, o que pôde ser considerada a amostra final deste estudo.
A base de dados foi processada em uma planilha no Microsoft Excel® e após os dados
foram importados ao software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) 21.0, nos
quais se puderam realizar as análises estatísticas univariadas que apresentaram valores como:
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média, desvio padrão, valores mínimos e máximos observados, frequência e percentagem dos
resultados.
4. Discussão e análise os resultados
4.1 Perfis dos respondentes
Respondentes de 28 municípios participaram da pesquisa, sendo na sua maioria,
mulheres (87,3%). A pesquisa revela que a maior parte dos respondentes solteiros são os
homoafetivos com (100%) e homens (70,7%), e a maioria dos casados são as mulheres (42,7
%). A idade média dos participantes foi de 26 anos.
Aufere-se que a maior parte das mulheres (32,9%) recebe entre 2 a 4 salários mínimos,
enquanto apenas 24,4% dos homens recebem este mesmo valor. Porém, quando analisamos os
respondentes que ganham acima de 10 salários mínimos, os homens representam 22% do
total, em comparação a 11,5% das mulheres que recebem este valor. Já os homoafetivos, 50%
recebem de 4 a 6 salários e os outros 50%, de 6 a 8 salários.
Sobre a escolaridade, a maior parte dos homens ainda está em busca da graduação, ou
seja, estão cursando o ensino superior (65,3%) em comparação a 41,7% das mulheres. Porém,
quando analisamos os dados de ensino superior completo e pós-graduação, as mulheres estão
com um percentual acima dos homens, 18,6% e 22,7% respectivamente. E 100% dos
homoafetivos estão cursando o ensino superior.
No quesito tipos de produtos consumidos, a maior porcentagem em ambos os gêneros
foi sobre o consumo de perfumes/colônias/desodorantes. As mulheres com 82,2% e homens
90,1%; A seguir, apareceram os sabonetes, mulheres com 52,5% e homens com 51,1%. Já os
homoafetivos, 50% preferem perfumaria e os outros 50%, produtos para o cabelo. Cabe
destacar aqui que as mulheres, além de se preocupar com produtos como perfume, colônias,
desodorantes e sabonetes, preocupam-se muito com cremes de tratamento para a pele,
produtos para o cabelo e maquiagens, o que não acontece com os homens. Estes preferem
comprar produtos de barbear, e também as superaram no consumo de perfumes.
Em relação às marcas mais lembradas pelos consumidores, os homens afirmaram
preferir a Natura, com 73,2% dos respondentes, enquanto as mulheres preferem a Avon com
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75,7% das respostas, já os homoafetivos destacaram quatro marcas centrais (Natura, Avon,
Mary Kay e Boticário), todas ficaram respectivamente com (25%).
Dentre os produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos mais utilizados por
homens, mulheres e homoafetivos destacaram-se os perfumes/colônias/desodorantes. O canal
preferido de compra dos consumidores entre os gêneros é a venda direta realizada por
revendedoras, ou seja: porta a porta. Os respondentes afirmam que em média realizam uma
vez por mês suas compras, exceto pelos homoafetivos que afirmam comprarem de 1 a 3 vezes
por mês.
No que tange ao valor gasto em produtos, os homens gastam mais se comparados às
mulheres. Dos homens, 36,6% gastam de R$ 51,00 a R$ 100,00, já as mulheres 43,4% gastam
até R$ 50,00 por mês. Os resultados indicam que os homens investem mais a cada vez que
compram. Já os homoafetivos (na sua totalidade de respondentes) gastam entre R$ 101,00 a
R$ 150,00 com produtos de HPPC.
Por fim, buscou identificar as motivações de compra deste setor pelos catarinenses.
Sendo assim, podemos afirmar que os consumidores utilizam produtos de HPPC pelas
seguintes razões: para ficar mais bonita (o) para meu marido ou mulher, para ficar com
melhor aparência no meu trabalho, perante colegas, chefes e clientes, por vaidade, para se
sentirem melhor, mais de bem com a vida, com mais bem estar, autoestima e se realizarem
com si mesmas. Se comparada à pesquisa de Avelar; Veiga (2011), os autores complementam
que grande parte da receita da indústria da beleza provém de mulheres vaidosas.
4.2 Análise Univariada Dos Construtos
Por meio da análise univariada dos dados, buscou-se avaliar o padrão médio da
amostra para cada uma das variáveis dos construtos. Desta forma, analisaram-se as estatísticas
de média, desvio padrão, valores mínimos e máximos observados.
Antes de considerar os resultados efetivos, cabe ressaltar que para a mensuração das
variáveis observáveis, aplicou-se uma escala intervalar de Likert 5 pontos (1-5), sendo: 1 –
Discordo totalmente; 2 – Discordo; 3 – Neutro; 4 – Concordo; 5 – Concordo totalmente. E a
variável CON sendo consumo.
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A Tabela 1 apresenta o resumo da análise univariada do construto de consumo desta
pesquisa.
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Ao analisar o construto, percebe-se que na pergunta “CON3-Para me sentir melhor,
mais de bem com a vida, com mais bem estar” foi a assertiva que atingiu a média mais alta
(4,58), sendo muito próximo de 5, o valor máximo. Isso permite inferir que estes produtos
podem fazer com que as pessoas se sintam melhores ao consumi-los.
A segunda média mais alta nesta pesquisa foi alcançada pela afirmação “CON23-Por
que aumenta a autoestima” (4,34), ou seja, as pessoas utilizam os produtos de HCCP também
porque são vaidosas. A assertiva com a terceira média mais alta atingiu 4,02 e foi a “CON4Por vaidade, pois eu gosto de ficar bonita (o)”.
A afirmação “CON1-Para ficar com melhor aparência no meu trabalho, perante
colegas, chefes e clientes” atingiu a média de 3,81, o que permite inferir novamente que as
pessoas são vaidosas e buscam destacar-se pela sua beleza no trabalho.
As menores médias ficaram com as perguntas “CON12-Pois as pessoas bonitas
controlam as outras” com 1,82 e a pergunta “CON15-Porque é bom poder se exibir para os
outros” com 1,74. Estes resultados demonstram a preocupação dos consumidores em relação a
realização pessoal e autoestima em detrimento do que os outros dizem ou pensam sobre elas.
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A pergunta “CON36-Porque é higiênico” obteve mínimo 2, nenhuma pessoa marcou
a alternativa 1- Discordo Totalmente.
Com isso, todas as assertivas para o construto consumos de produtos de HCCP,
podemos dividi-las em algumas dimensões, a saber: vaidade, realização pessoal e no trabalho,
felicidade e autoestima, confiança da marca e qualidade do produto.
No quesito vaidade, os respondentes concordam que utilizam produtos para ficarem
mais bonitas para os seus parceiros, para ficar com melhor aparência no meu trabalho, perante
colegas, chefes e clientes, e que os produtos ajudam-nas a ficarem mais bonitas perante os
colegas de trabalho ou para si mesmos.
Em relação à dimensão realização pessoal e no trabalho, os respondentes utilizam
estes produtos para ter melhores oportunidades no trabalho, criar benefícios no ambiente de
trabalho, para se sentirem realizadas e se tornarem bonitas, porém, maioria das pessoas não
busca nos produtos de HCCP um meio para se igualar a outras pessoas.
Ao analisar as perguntas relacionadas à dimensão felicidade e autoestima, na
“CON23-Por que aumenta a autoestima”, “CON24-Para ser mais feliz” ficaram com médias
acima de 3,87. Os resultados demonstram que estes produtos são uma forma de tornar as
pessoas mais felizes.
Em relação à importância da marca, as perguntas: “CON29-Pois é a marca que tem as
modelos mais bonitas na propaganda”, “CON30-Pois a marca é cara (se é caro, então é
melhor)”, “CON40-Pois é uma marca que traz status” obtiveram médias abaixo de 2,11.
Assim, pode-se afirmar que o status da marca não possui influência significativa na hora da
compra. Porém, se analisado em relação à confiança da marca, “CON38-Por que é uma marca
que confio” a marca interfere apenas no quesito confiança, e não no seu status.
No que tange à qualidade do produto, quando questionados acerca da importância da
matéria prima na afirmação “CON41-Tem matéria prima de alta qualidade”, “CON42-Pois
traz um efeito rápido”, “CON43- Pois rendem muito (é econômico)”, “CON45-Ser de fácil
aplicação” os consumidores estão preocupados com a qualidade dos produtos que compram.
Além de estarem em busca de produtos que forneçam resultados rápidos e também que sejam
de fácil aplicação.
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5. Considerações Finais
O presente capítulo apresenta as considerações finais, baseadas no contexto do estudo
desta pesquisa. Serão mencionadas do mesmo modo, as limitações encontradas para a
realização deste estudo, bem como as recomendações para futuros estudos relacionadas a este
tema.
A fim de caracterizar o perfil dos consumidores dos produtos de higiene pessoal,
perfumaria e cosméticos no Estado de Santa Catarina, analisou-se as respostas de 338
participantes de 28 municípios distintos, sendo na sua maioria mulheres (87,3%). A idade
média dos participantes foi de 26 anos para os dois gêneros, a grande maioria foram
solteiros(as), que possuem renda mensal de 2 a 4 salários mínimos (máximo R$ 2.896,00) em
sua maioria.
Em relação a escolaridade, os homens que estão cursando o ensino superior atingiram
68,3% do total, já as mulheres cursando a graduação chegam a 41,7%. As mulheres com
alguma especialização correspondem a 22,7% do total, enquanto os homens 17,1%.
Os valores gastos neste segmento no Estado de Santa Catarina, é possível afirmar que
os homens gastam mais com produtos se comparado as mulheres. 36,6% dos homens gastam
de R$ 51,00 a R$ 100,00, já as mulheres (43,4%) gastam até R$ 50,00 por mês. Com isso
pode-se perceber que os homens investem mais a cada vez que compram.
As marcas mais lembradas pelos consumidores, neste sentido, os homens afirmaram
preferir a marca Natura, com 73,2% dos respondentes, enquanto as mulheres preferem a Avon
com 75,7% das respostas.
Os produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos mais utilizados por homens e
mulheres destacaram-se os perfumes/colônias/desodorantes. Em relação à compra destes
produtos, o canal preferido dos consumidores entre os dois gêneros é a venda direta, os quais
compram estes produtos em média a maior frequência de compra entre mulheres é 1 vez por
mês 51,9% já os homens 48,8% compram menos de uma vez por mês.
Por fim, em relação às motivações de compra deste setor pelos catarinenses podemos
afirmar que homens e as mulheres utilizam produtos de HPPC, para ficar mais bonita (o), para
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ficar com melhor aparência no meu trabalho, para se sentirem melhor, com mais bem estar e
autoestima.
Em relação a marca, os homens e mulheres não se preocupam muito, para eles o que
importa é a qualidade do produto e a confiança da marca, o que difere dos resultados da
pesquisa de Moraes, Strehlau e Figueiredo (2013), na qual o status da marca é levado em
consideração no momento da compra.
Verifica-se que o consumo de HPPC é mais intenso no gênero feminino se comparado
ao masculino. Elas utilizam esses produtos para ficarem com uma aparência mais jovem e
retardar o seu envelhecimento, já os homens utilizam apenas para sua satisfação pessoal.
Sob a análise dos fatores apurados por esta pesquisa, se faz necessária a avaliação de
alguns aspectos limitantes a sua execução. O método utilizado para a coleta de dados, survey,
pode apresentar limitações ao trabalho, uma vez que a aplicação de questionário online pode
apresentar dificuldades de compreensão das questões pelos respondentes, o que pode distorcer
os resultados.
Em relação ao aspecto geral da pesquisa, pode ser citada como fator limitante à sua
execução a quase inexistência de trabalhos desenvolvidos na área, o que não permite a
comparação dos resultados da pesquisa.
Como última limitação tem-se a composição da amostra, que compreendeu um
número restrito da amostra, concentrados principalmente em uma cidade do estado
catarinense.
Ao finalizar o trabalho percebe-se que é um tema de extrema importância na
atualidade, o que apresenta uma necessidade de desenvolvimento de outras pesquisas nessa
área a fim de compreender de uma maneira mais profunda o consumo de produtos de higiene
pessoal perfumaria e cosméticos.
Seria interessante abordar e realizar análises relacionando a vaidade com fatores como
envelhecimento, produtos, marcas, entre outros. Outro item que merece destaque por futuros
pesquisadores é um estudo mais específico com os consumidores do gênero masculino, uma
vez que nesta pesquisa os homens foram identificados como compradores potenciais de
produtos de HCCP.
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Referências
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consumo de produtos de higiene pessoal, perfumaria e