Capturabilidade de pequenos mamíferos em uma área de mangue
na Baía de Guaratuba, sul do Brasil.
Vanessa Ketlenn Zavadzki Santos
Programa de Capacitação em Taxonomia / PROTAX
Liliani Marília Tiepolo
Introdução/Objetivos
Resultados/Discussão
As regiões neotropicais comportam a maior riqueza de espécies de
pequenos mamíferos, e, portanto os inventários deste grupo são de
extrema importância para a compreensão da biodiversidade atual,
representando 41% das espécies do território nacional (Reis et al.,
2006). São considerados pequenos mamíferos as espécies das ordens
Didelphimorphis, Chiroptera e Rodentia, cujo massa corporal seja
inferior a 1 kg. Para capturá-los utilizam-se uma grande variedade de
armadilhas e iscas para atração. Porém nas regiões de floresta
ombrófila densa são pouco conhecidos estudos sobre a eficácia de
iscas e tipos de armadilhas. Por tais motivos, este trabalho objetiva
analisar estes métodos para qualificar as expectativas de capturas de
pequenos mamíferos, correlacionando tamanho, tipo da armadilha e tipo
de iscas, avaliando a variedade de espécies capturadas, buscando
compreender se há preferência entre os táxons e assim aprimorar as
técnicas de captura na área avaliada.
Durante a amostragem foram realizadas cinco capturas do gambá-de-orelha-preta
(Didelphis aurita), sendo que três foram capturados em armadilhas do tipo
Tomahawk média e isca de goiaba triturada com queijo parmesão ralado (Figura
2); um capturado em armadilha do tipo Tomahawk média com isca de pequenos
crustáceos e peixes; e um capturado em armadilha do tipo Sherman grande com
isca de banana e sardinha.
Tabela 1: Resultado das capturas de Didelphis aurita,
segundo iscas, modelo e tamanho de armadilhas.
De acordo com os resultados, a porcentagem de
preferência por armadilha do tipo Tomahawk média para
D. aurita é 80%; Para armadilhas do tipo Sherman grande
20%. Já para preferência em isca de goiaba e queijo 60%,
para banana e sardinha 20%, e pequenos crustáceos e
peixes 20%.
Correlacionando as duas variáveis, a preferência por Tomahawk média e isca de
goiaba e queijo é 60%, por Tomahawk média e isca de pequenos crustáceos e
peixes 20%, e por Sherman grande e isca de banana e sardinha 20%.
Imagem 2: Didelphis
aurita em armadilha do
tipo Tomahawk média
Método
Para este trabalho estamos analisando três ambientes diferentes de um e isca de goiaba
e
queijo
manguezal localizado na Baía de Guaratuba, na localidade conhecida triturada
parmesão ralado
como Cabaraquara. Até o momento fizemos apenas uma campanha de
campo utilizando 90 armadilhas, distribuídas em intervalos de 10 m, ao
longo de três eixos longitudinais divididos em 6 linhas cada, utilizando
armadilhas do tipo Tomahawk (18 pequena: 30 x 9 x 9 cm, 18 média: 30
x 17,5 x 15,5 cm, 9 grande: 45 x 17,5 x 15 cm) e Sherman (9 pequena: Conclusões
25 x 8 x 9 cm, 18 média: 31 x 8 x 9 cm, 18 grande: 43 x 12,5 x 14,5 cm).
Nossos resultados ainda são muito preliminares, tendo em vista que esta foi a
O período amostral foi de cinco dias, em cada local
primeira etapa de campo entre seis. Desta forma ainda não temos subsídios para
distribui-se 5 tipos de iscas sendo elas: mel e pasta de
tratar de riqueza de espécies, pois com o esforço empreendido, só obtivemos uma
amendoim; goiaba triturada e queijo parmesão ralado;
espécie de marsupial. Porém, as capturas desta espécie apresentaram diferenças
banana e sardinha; ovo cozido moído; e pequenos
em relação ao tipo de armadilha e isca, sendo que as armadilhas Tomahawk média
crustáceos e peixes, sendo que em todas as iscas utilizou. com iscas de goiaba triturada e queijo parmesão ralado obtiveram a maior
se farinha de milho, conforme ilustra a Figura 1, na
preferência para Didelphis aurita. Esperamos que com o avanço das amostragens,
preparação
das
iscas.
Para
esta
campanha,
nossos resultados possam evidenciar dados mais consistentes em relação a
estabelecemos um nível de significância entre as iscas Imagem 1:
capturabilidade, comprovando a ideia de que há diferenças nas taxas de captura
utilizadas com as espécies encontradas, observando Preparação
em relação ao tipo, tamanho e iscas utilizados
das iscas
também a preferência do tamanho e tipo de armadilha.
Desta forma foi possível aferir estatisticamente a preferência de cada Referências
espécie, além das iscas e das armadilhas que obtém maior sucesso de Reis, N. R.; Peracchi, A. L.; Pedro, W. A. & Lima, I. P. (Eds.) 2006. Mamíferos do
captura em determinado ambiente.
Brasil. Londrina: Nelio R. dos Reis.
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