Descobrir Marte: uma missão impossível?
Será que o nome de planeta vermelho tem alguma coisa a ver com a sua
constituição?
Esta foi a pergunta que coloquei a mim própria, quando li numa revista que fotografias
tiradas por uma sonda mostram grande parte da superfície de Marte branca, devido a sinais
de línguas de gelo e glaciares. Pois é!!! Se calhar devia chamar-se planeta branco!
Parti à descoberta e vi que grande parte da história deste planeta se escreveu no longínquo
século passado.
Desde o envio da sonda Mariner 4, sabe-se que a superfície de Marte está coberta com
crateras, o que nos leva a pensar que é mais parecida com a superfície lunar do que com a
superfície terrestre. A sua atmosfera é constituída essencialmente por dióxido de carbono
que por pouco não é puro. Algum tempo depois, através da sonda Mariner 9 descobriu-se
que em Marte não existe apenas gelo, dióxido de carbono e crateras, mas também vulcões
com o dobro do tamanho dos vulcões existentes na terra e desfiladeiros de profundidade
idêntica às maiores fossas abissais do nosso planeta. Esta sonda, em Novembro de 1971,
descobriu que o planeta sofria a maior tempestade até agora observada, que cobria quase
todo o planeta. Estas tempestades como a que ocorreu em Abril de 2001, durante 24 dias,
vão-se formando até envolver a maior parte do planeta, num manto de poeira sufocante. Os
espectómetros de emissões térmicas registam e apresentam a tempestade de poeira com
cores falsas, mostrando o pó em amarelo/cor-de-laranja e a zona mais espessa a vermelho.
As partículas levantadas pela tempestade são transportadas para outro lugar causando a
subida da temperatura.
Á semelhança do nosso planeta, Marte tem enormes glaciares nos pólos, mas
contudo não se localizam só aí, mas por todo o planeta. O facto das paisagens glaciares
existirem por todo o planeta não é novidade para os cientistas, pois ao longo dos últimos 30
anos geólogos esperarem encontrar solo gelado nas latitudes médias e elevadas. O gelo
move-se de um lado para o outro no planeta e, por vezes, pode produzir vestígios fugazes
de água no estado líquido.
Em 2002, graças à imagem da câmara orbital de Marte, a bordo da sonda MGS, os
geólogos tinham reparado naquilo que pareciam sulcos recentemente escavados. Malin e
Edgett avistaram estas marcas com um máximo de dois quilómetros de comprimento e
algumas dezenas de metros de largura sobre rebordos de crateras, encostas de
desfiladeiros e outros declives. Estes sulcos levaram o geólogo Malin a pensar que tinham
sido escavados por água corrente que terá corrido sobre a superfície do planeta num
passado muito recente.
Os sulcos na superfície eram algo que podia provar que outrora a água no estado líquido
correu sobre a superfície do planeta num passado muito recente. Estes factos deram origem
a duas teorias sobre a presença de água no estado líquido:
a) Outrora a atmosfera terá sido espessa, o que provocaria um efeito de estufa
intenso o que levaria a água a evaporar, deixando apenas pouca quantidade armazenada
sob a forma de gelo subterrâneo;
b) A água só consegue permanecer no estado líquido se a temperatura for
suficientemente quente e a pressão suficientemente elevada ou seja se a temperatura
descer a água congela, se a pressão cair ela evapora-se, o que leva a crer que Marte é um
planeta bastante frio e tem pressão muito baixa.
A NASA, cada vez mais interessada em Marte, enviou veículos de exploração para a
superfície marciana. Estes veículos são controlados à distância e chamam-se Spirit e
Opportunity. Iniciaram-se estudos geológicos de pequena escala em locais com possíveis
vestígios de água, com milhares de milhões de anos de idade, cujo objectivo principal é
"seguir a água” uma vez que onde haja água muito provavelmente também existirá vida. O
facto destes veículos trabalharem a energia solar e, por isso, terem de aterrar em locais que
se situem perto do equador marciano, limita o alcance destas missões. Além da aterragem
dos veículos, Marte está a ser "vigiado" por várias sondas que facilitam o estudo deste
planeta através do espaço; essa vigia é efectuada de dia e de noite através de luz visível e
infravermelha. Sensores instalados na Odissey detectam os raios gama e os neutrões
irradiados pelos minerais debaixo da superfície, revelando a abundância de vários
elementos tais como o hidrogénio e o ferro.
Podemos perguntar-nos se este será o habitat apropriado para um marciano?..
Ou será que Terra será o único planeta com capacidade para abrigar terráqueos ou até
quem sabe…marcianos?
Escola Secundária de Azambuja
Andreia Corgas, Nº 24, 10º B
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Trabalho 10