Marte, futuro habitat?
Há mais de 40 anos que o sonho de explorar Marte se materializou numa sonda que
pesquisasse o planeta vermelho. Contudo, cada missão demonstrou que há sempre um ponto
mais a acrescentar.
No início da exploração espacial, esperava-se encontrar um planeta "gémeo" da Terra, coberto
de água, elemento essencial à existência de vida.
Tudo começou em 1960, mais especificamente a 10 de Outubro, com a União Soviética a
tentar enviar uma sonda a Marte, a MarsniK , cujo lançamento foi falhado. O primeiro voo bem
sucedido de aproximação a Marte foi feito pela sonda norte americana Mariner 4, em 1965 e
permitiu determinar a composição da atmosfera bem como obter fotos da superfície do planeta.
Em 1975 foi lançada pelos EUA uma sonda de nome Viking 1 que chegou ao seu destino em
Junho de 1976. Carl Sagan foi um dos cientistas envolvidos nesta missão. A sonda tirou
fotografias da superfície de Marte e o módulo de aterragem enviou imagens e analisou o solo.
As sondas norte americanas Mars Global Surveyor e Mars Pathfinder, lançadas no final de
1996, chegaram a Marte em 1997. A Pathfinder chegou a 4 de Julho com o maior aparato
mediático de sempre. O veículo percorreu o solo marciano recolhendo centenas de imagens e
tendo efectuado o estudo da primeira rocha. Na altura identificou-se a presença de andesito, tipo
de lava muito comum na Terra, e os cientistas colocaram a hipótese da disposição das rochas e
o formato das pedras (provavelmente gastas pela erosão) na região conhecida com o nome de
Ares Valles indiciar a existência de um rio há biliões de anos. Um dos objectivos desta sonda
foi recolher materiais que comprovassem a origem marciana do meteorito (ALH84001) de 3,6
biliões de anos encontrado na Antárctida em 1984. Em Agosto de 1996, uma equipa de nove
cientistas da NASA admite, após trinta meses de estudo, a presença de microfósseis de bactérias
no interior da rocha. Segundo os cientistas, o meteorito terá iniciado a jornada pelo Espaço há
15 000 000 de anos e caído na Terra há cerca de 13 mil anos atrás. Apesar dos estudos
efectuados não confirmarem a semelhança entre o meteorito e o solo de Marte, os
pesquisadores não descartam essa possibilidade porque o seu interior apresenta um material
cristalizado que contém o mesmo gás da atmosfera de Marte. A Global Surveyor fez o mapa do
planeta, revelando a existência de violentas tempestades. Em 1998 (11 de Dezembro) foi
lançada a Mars Climate Orbiter, dos EUA, que infelizmente foi destruída por terem sido usadas
medidas diferentes nas coordenadas enviadas em milhas e em quilómetros. No dia 7 de Abril de
2001 a Mars Odissey, dos EUA, partiu com a missão de detectar água e gelo no solo marciano.
Deveria também funcionar como plataforma de comunicação com futuras sondas.
Finalmente a 2 de Junho de 2003, foi lançada a Mars Express. Esta é a primeira missão
totalmente europeia dedicada à exploração de um planeta. Com a sonda partiu um veículo
robotizado de nome Beagle 2 que pousou no solo marciano a 25 de Dezembro de 2003, não
tendo contudo estabelecido contacto com a Terra. Sensivelmente no mesmo período, a NASA
também enviou dois robôs, o Spirit e o Opportunity. O primeiro pousou no princípio do mês de
Janeiro, perto da cratera Gusev e prepara-se para analisar amostras do solo marciano enquanto a
Opportunity deverá pousar a 25 de Janeiro de 2004 numa planície chamada Meridiani Planum.
Estes locais foram escolhidos por se pensar que poderão ter possuído água há milhares de anos.
Com uma temperatura média de 60º negativos, tempestades constantes e ciclones de uma
dimensão nunca vista na Terra, Marte não será de todo um planeta aprazível para viver. Mas,
embora não possa ter vida tal como a conhecemos na Terra, Marte tem uma impressionante
geologia que atrai os cientistas.
É em Marte que existe a maior cadeia montanhosa do sistema solar e desfiladeiros com um
comprimento tal que, se existissem na Terra, ocupariam uma extensão ligeiramente inferior à de
Portugal, de norte a sul do país. A força de gravidade, bem como a pressão atmosférica, são
inferiores às da Terra, contudo, apesar destas diferenças, de todo o sistema solar, Marte é o
planeta mais parecido com o nosso.
Alunos do 7ºC - Colégio José Álvaro Vidal- ALVERCA
desafio 3 Marte cebi 3[1].doc
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