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Directora
Graça Franco
Terça-feira, 25-11-2014
Edição às 08h30
Editor
Carla Caixinha
Sócrates fica em prisão
preventiva
O que pensa Francisco, o Papa
do "outro lado do mundo",
sobre a Europa?
Portugal ainda não se
candidatou aos 300 mil
milhões do fundo Juncker
EUA. Tumultos voltam a
Ferguson após decisão sobre
polícia que matou Michael
Brown
Investidores
Deco pede retirada
acreditam que
de oito brinquedos
comissão BES pode das lojas
ajudar nas
indemnizações
Foco de brucelose
em Baião está
identificado e
controlado
Portugueses estão
"menos tolerantes "Champions é para Reguengos eleita
disputar até ao
Cidade Europeia
à violência
último minuto"
do Vinho
doméstica"
MARCO SILVA
ALENTEJO
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Terça-feira, 25-11-2014
Sócrates fica em
prisão preventiva
Ex-primeiro-ministro é suspeito de três
crimes: fraude fiscal qualificada, corrupção e
branqueamento de capitais, revelou o
tribunal.
Foto: Lusa
O ex-primeiro-ministro José Sócrates fica em prisão
preventiva, anunciou esta segunda-feira à noite o
advogado João Araújo e confirmou a escrivã do
Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).
José Sócrates é suspeito de três crimes: fraude fiscal
qualificada, corrupção e branqueamento de capitais, de
acordo com o TCIC.
"O senhor juiz de instrução decretou a prisão
preventiva do meu constituinte, o senhor engenheiro
José Sócrates", avançou João Araújo aos jornalistas,
pelas 22h22.
O advogado lamentou a decisão. "Quanto à decisão é, a
meu ver, profundamente injusta e injustificada e, a não
ser que o meu cliente dê ordens em contrário, irei
interpôr recurso", adiantou João Araújo.
É a primeira vez que é aplicada prisão preventiva a um
ex-primeiro-ministro em Portugal. Esta medida de
coacção só pode ser decretada quando o juiz
considerar que há perigo de fuga ou perigo de
perturbação do inquérito e, nomeadamente, perigo
para a aquisição, conservação ou veracidade da prova
ou perigo que os arguidos continuem a actividade
criminosa ou perturbem gravamente a ordem e
tranquilidade públicas, indica o artigo 204 do Código
Processo Penal.
José Sócrates pode ficar em prisão preventiva por um
prazo mais alargado do que é normal devido à
“excepcional complexidade” do caso invocada pelo juiz
Carlos Alexandre.
De acordo com a TVI 24, José Sócrates poderá ficar no
estabelecimento prisional de Évora, mas não há
qualquer informação oficial.
Prisão preventiva para amigo e motorista de Sócrates
Quanto aos outros três arguidos nesta “operação
Marquês”, a escrivã do Central de Instrução Criminal
anunciou que dois ficam em prisão preventiva e outro
com termo de identidade e residência.
O amigo pessoal de José Sócrates e empresário Carlos
Santos Silva vai aguardar o desenrolar do processo em
prisão preventiva. É suspeito dos crimes de fraude
fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de
capitais.
João Perna, motorista de José Sócrates, também fica
em prisão preventiva, por suspeita de fraude fiscal
qualificada, branqueamento de capitais e posse de
arma proibida.
O advogado Gonçalo Ferreira é suspeito de fraude fiscal
e branqueamento de capitais. Fica proibido de
contactar com os outros arguidos, não pode sair do
país e tem que se apresentar às autoridades duas vezes
por semana.
Durante o anúncio das medidas de coacção, que estava
inicialmente previsto para as 18h00 mas só aconteceu
pelas 22h30, a escrivã do TCIC salientou a "excepcional
complexidade" do processo.
Detido no aeroporto
O ex-primeiro-ministro José Sócrates foi detido na
sexta-feira à noite (dia 21), quando chegava ao
aeroporto de Lisboa proveniente de Paris, no âmbito de
um processo de suspeitas de crimes de fraude fiscal,
branqueamento de capitais e corrupção.
É a primeira vez na história da democracia portuguesa
que um ex-primeiro-ministro é detido para
interrogatório judicial e fica sujeito a prisão preventiva.
O ex-primeiro-ministro foi ouvido pelo juiz Carlos
Alexandre, no Tribunal Central de Instrução Criminal
(TCIC), e passou tês noites consecutivas detido no
Comando Metropolitano da PSP, em Moscavide.
No sábado à noite, após cerca de seis horas de
interrogatório, o advogado de José Sócrates, João
Araújo, disse aos jornalistas que o ex-primeiro-ministro
estava "óptimo".
No âmbito da operação "Marquês" foram detidas mais
três pessoas: o ex-administrador do grupo Lena e
amigo pessoal de José Sócrates, Carlos Santos Silva; o
advogado Gonçalo Ferreira; e o motorista do exprimeiro-ministro, João Perna.
[notícia actualizada às 23h46]
Tudo sobre a detenção de José Sócrates
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Terça-feira, 25-11-2014
O que pensa
Francisco, o Papa do
"outro lado do
mundo", sobre a
Europa?
Ainda não se sabe o que Francisco vai dizer
no Parlamento Europeu e no Conselho da
Europa, mas uma coisa parece certa: o
argentino dá menos importância à "Europa
cansada" do que os seus antecessores.
Foto: Fabio Frustaci/EPA
Por Filipe d'Avillez
Quando Francisco foi eleito, em Março de 2013, muito
se comentou o facto de ser o primeiro Papa há muitos
séculos a vir de fora da Europa e o primeiro da América
do Sul. “Foram-me buscar ao outro lado do mundo”,
afirmou então.
Francisco sucedeu a dois papas para quem a Europa, e
sobretudo a sua reevangelização, eram assuntos muito
próximos do coração. João Paulo II veio do lado de lá
da cortina de ferro para assumir as rédeas da Igreja
numa altura em que o “Velho Continente” estava
dividido e teve grande influência no fim dessa mesma
divisão.
Já Bento XVI foi buscar o seu nome a um dos copadroeiros da Europa e falou várias vezes da
importância de reavivar a fé e manter os valores
cristãos na praça pública de um continente cada vez
mais desconfiado da religião em geral.
Mas Francisco, a julgar pelos seus 20 meses de
pontificado até ao momento, parece ter outras
prioridades. São poucas as declarações públicas sobre a
Europa e as que fez não são propriamente muito
positivas.
A 15 de Junho de 2014, em visita à comunidade de
Santo Egídio, o Papa pediu orações por um continente
envelhecido. “A Europa está cansada. Temos de a
ajudar a rejuvenescer, a encontrar as suas raízes.
Renegou as suas raízes; temos de a ajudar a
reencontrá-las. O mundo sufoca sem diálogo. Mas o
diálogo só é possível a partir da própria identidade. Não
posso fazer de conta que tenho outra identidade para
dialogar, é preciso dialogar sem negociar a própria
identidade.”
Um outro exemplo de apelo directo à Europa surgiu em
Outubro, quando Francisco recebeu familiares das
vítimas do naufrágio de Lampedusa: “Peço a todos os
homens e mulheres da Europa que abram as portas do
seu coração! Quero dizer-vos que estamos convosco
[familiares das vítimas], rezo por vocês, rezo para que
as portas fechadas se possam abrir”, disse, numa
alusão que pode ser lida também como uma crítica ao
facto de as portas da Europa estarem demasiadas vezes
fechadas à imigração e a quem procura uma vida
melhor.
Novas prioridades, outros destinos
Com Francisco, a Europa parece ter passado para
segundo plano. Muito se comentou, em Fevereiro, o
facto de ter incluído muitos não-europeus na lista dos
primeiros 19 cardeais criados no seu pontificado. Oito
eram europeus, mas destes quatro eram membros da
cúria romana recentemente nomeados para cargos que
implicam uma nomeação cardinalícia e dois tinham já
mais de 80 anos, pelo que já não seriam eleitores.
A importância do “Velho Continente” nas palavras de
João Paulo II ou “Continente envelhecido”, nas de
Francisco, pode ser averiguada também pelas visitas
que o Papa já fez desde que foi eleito.
Francisco foi ao Brasil, à Terra Santa e à Coreia do Sul,
mas foi preciso esperar mais de um ano e meio desde a
sua eleição para a primeira visita europeia, fora de
Itália. Aí, o destino escolhido foi a Albânia,
curiosamente um dos únicos países europeus de
maioria islâmica e a viagem teve, por isso, sobretudo
uma carga inter-religiosa bem como a intenção de
mostrar que a Europa é mais do que a União Europeia e
que neste continente também há periferias. Por esta
mesma razão Francisco faz questão de falar não só ao
Parlamento Europeu, mas também ao Conselho da
Europa, que inclui representantes de todo o continente
A próxima visita do Papa, a seguir a esta que faz a
Estrasburgo, será à Turquia. Mesmo que se considere a
Turquia como parte da Europa, é mais uma visita a um
país islâmico.
Estrasburgo, em França, é território
predominantemente católico. Mas curiosamente o
Vaticano anunciou que o Papa não vai visitar a catedral
da cidade, que celebra agora o seu milésimo
aniversário, apesar de esta ficar apenas a dez minutos
de distância, de carro, do Parlamento. Esse facto
significa que esta será a primeira viagem oficial de
qualquer Papa a não incluir qualquer dimensão
litúrgica. Uma vez que Francisco vai permanecer em
território francês menos de quatro horas, nem uma
missa privada celebra.
Quanto à visita em si, todos esperam aquilo que o Papa
dirá nos seus dois discursos. Com base no seu
pontificado até agora, é natural que aborde temas
como a crise económica e o desemprego, sobretudo o
desemprego jovem, que outrora descreveu como um
dos piores flagelos da actualidade. Mas estes temas não
são novos, tendo sido referidos já por João Paulo II em
1988.
Francisco pode também falar da postura da Europa
diante da imigração, um assunto que lhe é muito
próximo e ao qual tem dedicado muito do seu
pontificado.
Será ainda interessante ver se o Papa fala de questões
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Terça-feira, 25-11-2014
mais polémicas como o valor da vida da concepção à
morte natural. Para muitos católicos, a Europa tem feito
pressão sobre vários países para permitir a interrupção
voluntária da gravidez, por exemplo.
No discurso no Conselho Europeu Francisco pode
muito bem referir a violência na Ucrânia, uma vez que
tanto esta como a Rússia, que não fazem parte da
União Europeia, estão representados no Conselho.
Estas e outras dúvidas serão dissipadas certamente na
terça-feira numa das mais curtas mas mais
significativas viagens do Papa desde que foi eleito, em
Março de 2013.
A Renascença V+ transmite em directo a visita do Papa
a Estrasburgo. Um simultâneo rádio e vídeo, a partir das
9h30, esta terça-feira. Ouça na rádio ou veja o directo
vídeo na Renascença V+.
Vera Jardim tem
"convicção de
inocência" de
Sócrates
Detenção do antigo primeiro-ministro
comentada no programa "Falar Claro" da
Renascença.
preocupação, receando haver alguma discrepância
entre os crimes investigados e o que poderiam vir a ser
os fundamentos da decisão relativa às medidas de
coacção.
Quanto à questão política, o antigo ministro da
Presidência afirmou que “o país está meio pasmo” e
considera que “fora do país” este caso tem “um efeito
demolidor dificilmente reversível”. Também Vera
Jardim reconheceu que a detenção do antigo chefe do
Governo “afecta grandemente o nome do país no
estrangeiro”.
"Embaraço" para o PS
Quanto aos efeitos no PS, Vera Jardim disse que “é
evidente que é um embaraço”, mas está convicto de
que a liderança “forte” de António Costa saberá lidar
com a situação da melhor forma e que tudo será feito
para tornar o congresso do próximo fim-de-semana “o
mais normal possível”.
Já Morais Sarmento afirmou que “os efeitos políticos
disto vão ser imensos para o PS e não só” a aconselha
cautela com qualquer tentativa de aproveitamento
político.
O antigo ministro social-democrata acaba mesmo por
reconhecer que o primeiro-ministro e líder do PSD,
Pedro Passos Coelho, foi “infeliz” ao dizer, este
domingo, na Guarda, que “os políticos não são todos
iguais”.
Tudo sobre a detenção de José Sócrates
Morais Sarmento não
vê "saída limpa desta
situação"
Comentadores do programa "Falar Claro" da
Renascença criticam actuação judicial no
caso Sócrates.
O histórico socialista José Vera Jardim reconhece o
impacto “enorme” da detenção de José Sócrates e o
“embaraço” que causa ao PS, mas afirma-se convicto
da inocência do antigo primeiro-ministro.
“A presunção de inocência no meu caso é convicção
de inocência”, afirmou o antigo ministro da Justiça e
dirigente do PS no programa “Falar Claro” da
Renascença, onde comentou pela primeira vez este
caso.
Já o outro comentador habitual do “Falar Claro”, Nuno
Morais Sarmento, recebeu a notícia da detenção de
José Sócrates com “enorme surpresa”, não faz qualquer
avaliação sobre a sua conduta, preferindo acentuar os
efeitos deste caso na imagem de Portugal no
estrangeiro e a pressão que coloca sobre o sistema
judicial.
O “Falar Claro” desta semana foi gravado antes de
serem conhecidas as medidas de coacção impostas
aos arguidos deste caso – José Sócrates ficou em
prisão preventiva. O anúncio demorou várias horas, o
que levou Morais Sarmento a manifestar alguma
“Não vejo saída limpa desta situação”, disse o socialdemocrata Morais Sarmento no programa “Falar Claro”
da Renascença desta segunda-feira. A situação é a
detenção de José Sócrates.
Morais Sarmento considera que a política ou a justiça,
ou ambas, podem não ter uma “saída limpa” deste caso.
E o socialista Vera Jardim concorda.
Os habituais comentadores do “Falar Claro” – que foi
gravando antes de serem conhecidas as medidas de
coacção - debateram a detenção e José Sócrates e
criticaram alguns aspectos da actuação judicial neste
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Terça-feira, 25-11-2014
caso.
“Isto coloca o sistema de justiça sob uma pressão
brutal”, afirmou Morais Sarmento, para quem o facto de
estar em causa um ex-primeiro-ministro exige uma
“indiciação mais forte” por parte das autoridades
policiais e judiciais.
E acrescenta: “Vamos ter uma fase difícil, complicada,
muito tensa. E ou chegamos a um resultado
rapidamente e o país pode ter uma leitura de que vale a
pena e as instituições funcionam ou isto começa a
arrastar-se, a embrulhar-se e a não desenvolver e não
sei se a complicação não é ainda maior por causa do
que isto representa para a justiça. Não vejo saída limpa
desta situação para a justiça ou para a política. Ou para
os dois.”
Vera Jardim concorda com esta leitura. Mas o antigo
ministro da Justiça tem ainda uma posição ainda mais
crítica do andamento deste caso. Condena as “claras,
flagrantes e graves violações de segredo de justiça” e
diz que a “justiça tem um problema comunicacional”,
que tem de resolver.
Fazendo uma leitura dos procedimentos levados a cabo
nos últimos grandes casos, como o de Sócrates, o caso
BES e o caso dos vistos dourados, o comentador
socialista diz que “pesa sobre os portugueses” uma
situação que “cria grande angústia” e “desconfiança
nas instituições”.
“Há aqui um método que me começa a desgostar, há
aqui coisas esquisitas no meio disto. A actuação não é
proporcional àquilo que se pretende”, acusa Vera
Jardim, referindo-se sobretudo às detenções para
inquirição e ao aparato policial que marcaram estes
casos.
Já o antigo ministro social-democrata Morais
Sarmento reconhece que o primeiro-ministro e líder do
PSD, Pedro Passos Coelho, foi “infeliz” ao dizer, este
domingo, na Guarda, que “os políticos não são todos
iguais”.
Sócrates pode ficar
preso um ano à
espera da acusação
Tribunal considera que o processo em que
está envolvido o ex-primeiro-ministro é de
"excepcional complexidade".
Foto Paulo Carriço/Lusa
José Sócrates pode ficar em prisão preventiva por um
prazo mais alargado do que é normal devido à
“excepcional complexidade” do caso, explica o
advogado António Jaime Martins.
O juiz Carlos Alexandre aplicou a medida de coacção
mais pesada ao ex-primeiro-ministro, que poderá ficar
um ano preso preventivamente à espera da acusação.
Para já, vai aguardar na prisão que o Ministério Público
deduza acusação e que o caso vá, eventualmente, a
julgamento num tribunal de primeira instância, explica
o advogado António Jaime Martins em declarações à
Renascença.
“Como o magistrado terá decretado a excepcional
complexidade do processo, os prazos para proferir a
acusação passam de seis meses para um ano, a
instrução de dez meses para um ano e quatro meses,
de um ano e meio para dois anos e meio [até à
condenação em primeiro instância] e a decisão
transitada em julgado tem três anos e quatro meses
para ser proferida, por ser um processo de especial
complexidade.”
O advogado António Jaime Martins explica que os
crimes de que está acusado José Sócrates enquadramse na medida de coacção de prisão preventiva, mas
acrescenta que outros factores terão pesado na decisão
do juiz.
“Quando o magistrado entende que as outras [medidas
de coacção] não são suficientes para evitar o perigo de
fuga, a destruição de provas, a perpetuação da
actividade criminosa ou a garantia da paz social,
portanto, estando em causa algum destes valores,
aplica a medida de coacção mais grave que é a prisão
preventiva, sendo certo que sejam determinados
crimes classificados pelo Código Penal e pelo Código
de Processo Penal de elevada gravidade que, se a
memória não me atraiçoa, é o caso do branqueamento
de capitais e da corrupção.”
O advogado António Jaime Martins acrescenta que
caso José Sócrates ou qualquer outro dos arguidos
decidam recorrer da medida de prisão preventiva, esse
recurso não irá suspender a medida de coacção. Só
uma decisão do Tribunal da Relação é que pode anular
a prisão preventiva.
Tudo sobre a detenção de José Sócrates
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Terça-feira, 25-11-2014
PEDRO LEAL
Uma espécie de
"golpe de estado" à
democracia
Os casos em investigação constituem uma
espécie de "golpe de estado" à democracia. Se
tudo se confirmar vivemos um simulacro de
realidade.
coragem da investigação. Esperemos que continue
cega.
Mas na sexta e na segunda-feira à noite o mundo
ganhou uma cor mais cinzenta. Há uma certa perda de
inocência, um novo estado de alma. Por contraste, não
resisto aqui a relembrar uma canção de Chico Buarque,
escrita na sequência do 25 de Abril. Uma canção, na
altura, censurada no Brasil e que tinha a seguinte letra:
Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim
Não é difícil adivinhar o misto de sentimentos que por
aí vai. Entre os que acham que Sócrates merecia isto e
muito mais, desde o dia em que foi eleito, e aqueles que
se inclinam para a tese da cabala, e que tudo lhe
desculpam, há um multiplicar de sentimentos que
falham o essencial.
O mundo mudou. Até esta segunda-feira tudo se
passava no campo dos rumores e das desconfianças. É
certo que devemos presumir a inocência até ao trânsito
em julgado, mas o impacto dos acontecimentos das
últimas 72 horas… vai muito além de Sócrates.
A onda de choque da detenção do ex-primeiroministro, e agora a prisão preventiva, ultrapassa o
próprio caso José Sócrates. O somatório de todos os
escândalos que vamos tendo conhecimento atinge o
nível e a qualidade do espaço público e coloca em
causa uma certa elite.
Se olharmos para a listagem de escândalos de que nos
últimos anos, meses, semanas, temos tido
conhecimento quase todos radicam numa ausência
extrema de valores que potenciam comportamentos
autistas em que o bem comum, o outro e o interesse
colectivo estão sempre ausentes. Este é o único
problema: falta de valores.
Que sociedade é esta? O que aconteceu com esta
geração? Que implicações no país político? E não me
refiro às eventuais consequências no espectro
partidário, refiro-me às consequências na qualidade da
própria democracia, nas instituições.
Os casos em investigação constituem uma espécie de
“golpe de estado” à democracia. Se tudo se confirmar
vivemos um simulacro de realidade.
Francisco Sarsfield Cabral tem razão quando escreve
que, “por mais dolorosa que seja, a verdade é preferível
ao desconhecimento dos males que devem ser
corrigidos, algo impossível se os ignorarmos”.
Pura verdade. E até agora as boas notícias chegam
apenas da actuação da justiça: no mínimo pela
Eram outros tempos em que, apesar do PREC, Portugal
inspirava poetas. Agora, cá, vamos estando doentes.
CRISTINA SÁ CARVALHO
São rosas, senhor
Na infância, a fome é um mal híperabrangente, porque não é “apenas” uma dor
do corpo e da alma, nem só a exclusão e a
marginalidade e todos os desastres a que
conduzem, mas a hipoteca permanente do
futuro.
Por Cristina Sá Carvalho
A dimensão das crises invoca uma necessidade
directamente proporcional de parcimónia nos
discursos. Entre o gaudio de uns e a consternação de
outros, a emaranhada teia de interesses sãos e
criminosos em que a nossa sociedade se enredou,
invoca o interesse de a ciência investigar a hipótese de
a política também ser operada em ciclos longos,
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Terça-feira, 25-11-2014
identificáveis por mecanismos naturais de autolimpeza dos regimes democráticos, acionados pelo seu
sistema imunitário e tendo como função a preservação
da homeostasia moral e, portanto, da sobrevivência
política dos Estados e seus legítimos interlocutores.
A ver vamos, diz o cego, em voz alta, num país
enredado em consanguinidades e endogamias e de
política mais genética e amigalhaça do que ética e
inteligente. Para mal dos nossos muitos pecados, não é
impossível termos de lidar com a descoberta final: o
super-juiz não está sobrecarregado com casos; tudo é o
«caso», com os seus polos de ação dispersos, mas
unidos numa única frente comum, como outrora as
esquerdas quando queriam ir a votos. Só que desta feita
as Internacionais são bancárias e acabaram por sair da
gaveta.
Entretanto, enquanto se trata de investigar os possíveis
crimes e re-orientar as estratégias eleitorais rosas e
laranjas, é preciso continuar a pensar no pão e
naqueles a quem ele escasseia, boa meta para políticos,
tal como certa santa soberana evidenciou. O imenso
distúrbio alimentar que é hoje o problema da fome e da
obesidade foi, a semana passada, alvo de alguma
mediatização por via das lúcidas e inteligentes
intervenções de Letizia Ortiz e do Papa Francisco na
reunião magna da FAO, em Roma.
A sensibilização social já estava feita pela imbecilidade
da pré-campanha do mais mediático dos desfiles de
roupa interior, as suas micromodelos alvo de ira e
chacota nas redes sociais, coadjuvado pelo marketing
grosseiro de uma marca de jeans “para todos os
corpos”, que não resistiu a apresentá-los infundados
por um enfermo padrão de IMC.
Ortiz, congruentemente vestida de rainha, chamou a
atenção para duas questões cruciais: o efeito nefasto
que tem sobre as decisões a tomar a falta de confiança
que as sociedades têm na investigação científica,
obrigada a achar resultados conformes ao financiador
e a descarada impassibilidade da indústria alimentar
quanto à sua responsabilidade objectiva na produção
de doenças associadas à nutrição. Também lembrou
que educar uma mulher é educar uma sociedade,
mostrando, por si mesma, a vantagem da mente sobre
a condição social.
Por sua vez, o Papa recuperou o essencial da «Caritas in
Veritate» de Bento XVI e, igualando a assertividade
esclarecida da consorte espanhola, lembrou os males
provocados pela financeirização dos bens alimentares,
especulados como um produto qualquer. Mas creio
que, num futuro, recordaremos a sua intervenção por
se fazer um porta-voz autorizado do pobre que reclama
dignidade e não esparsas fatias de pão-de-ló, naquela
deliciosa maneira americanizada de apontar os óbices
às leituras da realidade, alinhadas pelos poderes, como
certas e bem-comportadas.
Este debate de Roma também mostra a ociosidade, a
estupidez e a “venda” das políticas aos interesses das
grandes corporações anónimas, já que os Estados
afluentes e democráticos gastam, hoje, fortunas
incomensuráveis com doenças como a diabetes e a
obesidade mórbida, sempre a crescer, enquanto muitos
jovens morrem pela anorexia e, num mundo aqui ao
lado, milhões de crianças – nas nossas ruas, também –
passam fome e morrem desnutridas.
Na infância – e por isso, demos alguma atenção à
campanha animada pela Caritas – a fome é um mal
híper-abrangente, porque não é “apenas” uma dor do
corpo e da alma, nem só a exclusão e a marginalidade e
todos os desastres a que conduzem, mas a hipoteca
permanente do futuro daquela pequena e frágil pessoa,
já que o cérebro é o primeiro órgão a entrar em
regressão por falta de nutrientes. Se rosas e laranjas se
transformarem em pão talvez tudo o mais possa ser
recolocado no seu devido lugar.
Deco pede retirada
de oito brinquedos
das lojas
Peças pequenas que se soltam, acesso fácil a
pilhas e fraca resistência ao impacto são
algumas das falhas mais graves detectadas.
Por Cristina Branco
A um mês do Natal, a Deco volta a alertar para
brinquedos perigosos à venda no mercado e pede à
Autoridade de Segurança Alimentar e Eco​nómica
(ASAE) a retirada imediata destes produtos das lojas.
Peças pequenas que se soltam, acesso fácil a pilhas e
fraca resistência ao impacto são algumas das falhas
mais graves detectadas em 18 brinquedos que não
passaram no teste, entre 40 analisados.
A Deco pede a retirada imediata das lojas de oito desses
brinquedos por não cumprirem a legislação nacional.
Os restantes 10 apresentam falhas que não estão
contempladas na lei portuguesa, mas são considerados
perigosos pela associação.
Outro problema detectado: a marcação “CE” não é
garantia de segurança para as crianças, pois dos 18
produtos chumbados, 15 tinham esta marcação.
A Deco defende ainda que a Comissão de Segurança
de Serviços e Bens de Consumo, entidade oficial com
competência nesta matéria, avalie estes produtos e se
pronuncie sobre a sua perigosidade.
Consulte aqui a lista completa dos brinquedos que não
passaram o teste da Deco
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Terça-feira, 25-11-2014
Portugal ainda não
se candidatou aos
300 mil milhões do
fundo Juncker
A corrida a estes fundos já começou, mas
Lisboa parece ter ficado para trás. O
eurodeputado socialista Carlos Zorrinho
critica a "má vontade" e a falta "entusiasmo"
do Governo em todo este processo.
projectos de mudança e transição da nossa economia”.
O eurodeputado “sublinha a má vontade e a falta de
entusiasmo” com que o executivo encara esta
oportunidade de retorno da Europa a uma dinâmica de
crescimento.
Investidores
acreditam que
comissão BES pode
ajudar nas
indemnizações
Associação de Investidores e Analistas
Técnicos iliba o regulador da Bolsa em todo
este caso, mas não poupa as intervenções
públicas que foram feitas por membros do
Governo, pelo Presidente da República e pelo
Banco de Portugal.
Foto: Lusa
Portugal é o único país resgatado que ainda não
apresentou candidaturas públicas aos 300 mil milhões
do “fundo Juncker”.
O novo presidente da Comissão Europeia quer relançar
a economia da União, para isso vai disponibilizar 300
mil milhões de euros (entre dinheiro público e privado),
para investimento em várias áreas, entre 2015 e 2017.
A corrida a estes fundos já começou, mas Portugal
parece ter ficado para trás. Até sexta-feira, era um dos
três Estados-membros que ainda não tinha
apresentado uma única candidatura, acompanhado
apenas pela Alemanha e pela Holanda.
"A imagem que Portugal fez passar foi a de um país
interligado à Alemanha e à Holanda, como um
conjunto de países renitentes com esta verdadeira
oportunidade de recuperação de uma dinâmica
económica no contexto europeu", disse à Renascença
o eurodeputado socialista Carlos Zorrinho.
Citado pelo “Diário Económico”, o gabinete do
Ministério dos Negócios Estrangeiros garante que
foram, entretanto, entregues a Bruxelas cinco mil
milhões, em potenciais projectos privados, e estão em
análise candidaturas de projectos públicos.
Ainda não chega, diz Carlos Zorrinho, que critica a falta
de entusiasmo do Governo em todo este processo: “O
que está em jogo é demasiado importante para ser feito
no segredo dos gabinetes e com pequenos
comunicados no Ministério dos Negócios
Estrangeiros”.
“O ministério veio dizer que essa falta foi de alguma
maneira coberta, provavelmente com os projectos que
tinham sido anunciados já há alguns meses no âmbito
dos projectos de investimento prioritário. Mas a
verdade é que é preciso mobilizar o país para grandes
Foto: António Cotrim/Lusa
Por Sandra Afonso
A comissão de inquérito ao caso BES vai produzir
provas para pedidos de indemnização, acredita a
Associação de Investidores e Analistas Técnicos do
Mercado de Capitais (ATM) após a primeira semana de
audições no Parlamento.
Entrevistado pela Renascença, o presidente da
associação, Octávio Viana, faz um balanço positivo das
primeiras intervenções e iliba a Comissão do Mercado
de Valores Mobiliários (CMVM) em todo este caso, mas
não poupa as intervenções públicas que foram feitas
por membros do Governo, pelo Presidente da
República, Cavaco Silva, e pelo Banco de Portugal.
O governador Carlos Costa é, segundo os investidores,
um dos maiores responsáveis pelas perdas que
sofreram.
"Não se substitui uma administração sem causas fortes.
Havendo essas causas fortes, há logo aqui uma falha
do Banco de Portugal de deixar a anterior gestão a
governar o banco mais umas semanas. Não há poderes
para exonerar, mas há outro tipo de mecanismos que
permitem assegurar que o mercado está avisado para
esses riscos e que a própria administração se demita”,
argumenta Octávio Viana.
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Terça-feira, 25-11-2014
O presidente da ATM afirma que “as vendas com base
na informação privilegiada” antes da derrocada do BES
“prejudicaram muitos investidores”.
“O Banco de Portugal podia, pelo menos, ter informado
a CMVM e esta teria agido, certamente, com maior
celeridade, impedido estas vendas”, conclui Octávio
Viana.
Os trabalhos da comissão de inquérito ao caso BES
retomam esta terça-feira, com a audição do vicegovernador do Banco de Portugal e presidente da
comissão directiva do Fundo de Resolução, José
Berberan S. Ramalho.
Maioria dá "luz
verde" a sobretaxa de
IRS e descida do IRC
Medidas passaram com os votos a favor dos
deputados da maioria governamental.
Foto: Lusa
Os deputados do PSD e CDS aprovaram sozinhos, esta
segunda-feira, na especialidade, a manutenção da
sobretaxa de IRS e o crédito fiscal, que poderá devolver
parte do imposto pago, e também a redução da taxa do
IRC para os 21% em 2015.
Nas votações na especialidade da proposta de lei do
Orçamento do Estado (OE) para 2015, os deputados da
maioria governamental votaram a favor do artigo que
mantém a sobretaxa em sede de IRS e que introduz um
crédito fiscal, fazendo depender da evolução das
receitas de IRS e de IVA a devolução total ou parcial em
2016 do montante pago no próximo ano. Todos os
outros partidos votaram contra este artigo.
Na proposta de OE, o executivo mantém a sobretaxa de
3,5% em sede de IRS aplicada ao montante que exceda
salário mínimo nacional e introduz "um crédito fiscal
que permitirá desagravar, parcial ou totalmente, a
colecta da sobretaxa referente ao ano de 2015".
No entanto, este desagravamento está dependente das
receitas de IVA e de IRS, uma vez que a fórmula de
cálculo do crédito fiscal considera a diferença entre a
soma das receitas efectivamente cobradas nestes
impostos (e apuradas na síntese de execução
orçamental de Dezembro de 2015) e a soma da receita
agora estimada para o conjunto do ano. Isto quer
também dizer que só em 2016 é que o contribuinte vai
saber a sobretaxa paga ao longo do ano foi ou não
desagravada.
Na votação desta segunda-feira na especialidade, os
deputados do PSD e do CDS aprovaram também a
redução da taxa nominal do IRC, de 23% para 21%, a
aplicar a partir de Janeiro do próximo ano, um tema
que incendiou o debate durante a manhã. As bancadas
parlamentares do PS, do PCP e do BE votaram contra.
Quanto ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), foi
aprovada - com os votos a favor do PSD e do CDS, a
abstenção do PS e o voto contra do PCP e do BE - a
proposta de alteração apresentada pelo PSD e pelo CDS,
que remete para as autarquias a decisão de baixar ou
não o imposto para as famílias com mais dependentes.
O PS tinha apresentado uma proposta que pretendia
alterar a cláusula do IMI, "determinando que em cada
ano, incluindo em 2014, a liquidação do IMI não possa
ultrapassar o do ano anterior, adicionada de 75 euros
até ao valor patrimonial tributário apurado na
avaliação" do imóvel, segundo explicou o deputado
socialista Ramos Preto. A proposta foi chumbada.
Ainda nos impostos indirectos, foram também
aprovados na especialidade os aumentos do imposto
aplicado à cerveja e às bebidas alcoólicas, bem como o
alargamento do Imposto sobre o Tabaco (IT) ao rapé,
tabaco de mascar, tabaco aquecido e cigarros
electrónicos, passando também a tributar charutos e
cigarrilhas.
Os deputados aprovaram ainda na especialidade a
eliminação do aumento do incentivo fiscal, entre os
60% e os 80%, para quem importasse da União Europeia
carros usados com mais de seis anos.
Este alargamento do incentivo fiscal estava previsto
inicialmente na proposta do OE2015, mas os partidos
da maioria voltaram atrás na medida, propondo que
fosse eliminada do documento.
Portugueses estão
"menos tolerantes à
violência doméstica"
O ano ainda não acabou e já há registo de 37
mulheres assassinadas pelos companheiros,
ex-companheiros ou familiares. A APAV
lança esta terça-feira, Dia Internacional pela
Eliminação da Violência Contra as Mulheres,
uma nova campanha.
Por Inês Alberti
Em 2013, houve 40 homicídios conjugais, dos quais 30
foram de mulheres, revelou o Relatório Anual da
Segurança Interna de 2013. A UMAR (União de
Mulheres Alternativa e Resposta) contabiliza, só este
ano, 37 mulheres mortas pelos companheiros, excompanheiros e outros familiares.
Esta terça-feira assinala-se o Dia Internacional pela
Eliminação da Violência Contra as Mulheres e a
Associação de Apoio à Vítima (APAV) vai levar a cabo
uma acção de sensibilização nas redes sociais.
"Escolhemos o 'slogan' 'Basta que me batas uma vez'
para recordar às pessoas que a violência
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Terça-feira, 25-11-2014
doméstica é um crime continuado, mas que basta que
sejamos ameaçados uma vez, maltratados uma vez,
que nos humilhem uma vez que seja, que é o suficiente
para que possamos e devamos fazer a denúncia do
crime de violência doméstica", diz à Renascença Daniel
Cotrim, da APAV.
Denúncias que, por vezes, só são feitas "muitos anos de
relação depois". "Existem muitas pessoas que têm
medo de sair da relação abusiva pelas consequências
que isso pode acarretar", diz. "A mulher vítima de
violência doméstica tem receio de abandonar a casa
por si e pelos seus filhos e equaciona se vai arranjar
emprego ou novas condições de vida."
Até Junho as autoridades registaram cerca de 13 mil
participações de casos de violência doméstica,
avançou o jornal "i" na segunda-feira. São mais 291
queixas de violência doméstico do que no mesmo
período do ano passado, segundo um relatório da
Direcção-Geral da Administração Interna (DGAI).
Para Daniel Cotrim, o aumento do número de queixas é
fruto das várias campanhas realizadas nos últimos
anos que têm rotulado a violência doméstica como "um
crime cada vez mais censurável junto da sociedade".
Os cidadãos estão "menos tolerantes à violência
doméstica", diz o membro da APAV.
A acção de sensibilização "Basta que me batas uma vez"
passa pela partilha de fotos ("selfies") no Instagram e no
Facebook com a mensagem da campanha e a etiqueta
#25novembro.
Foco de brucelose em
Baião está
identificado e
controlado
Infecção foi provocada pela ingestão de
queijo fresco produzido de forma artesanal,
de acordo com as autoridades.
A Autoridade Local de Saúde de Baião já identificou e
controlou a origem dos 13 casos de brucelose
detectados naquele concelho do distrito do Porto.
"Está identificado e todas as entidades com
responsabilidade na área de saúde animal estão a tratar
do caso. Está tudo controlado", afirmou Gabriela
Saldanha, confirmando que a infecção foi provocada
pela ingestão de queijo fresco produzido de forma
artesanal.
Segundo a autoridade de saúde, o queijo foi vendido,
porta a porta, por um particular, entre Maio e Julho.
Gabriela Saldanha admite que novos casos possam ser
diagnosticados nos próximos dias, porque o período de
incubação da doença, provocada por uma bactéria
pode durar alguns meses.
Se houver sintomas como febre, dores de cabeça,
suores ou arrepios, que podem ser confundidos com
uma gripe, as pessoas devem recorrer a um médico de
família para fazer avaliação clínica e laboratorial,
recomendou.
Disse também que no concelho de Baião decorre uma
sensibilização "no sentido de ser feita uma vigilância
da saúde animal e evitar que as pessoas consumam
queijos e leite não pasteurizados e comprem produtos
certificados".
Sobre os 13 casos já identificados, Gabriela Saldanha
disse que "todas as situações estão a evoluir
favoravelmente", incluindo os quatro doentes
internados em dois hospitais do Porto.
"Estamos em articulação com os hospitais. Tudo
depende das pessoas, mas à partida pensa-se que em
breve terão alta", previu.
FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
Imigrantes contra
novos imigrantes
O braço de ferro entre Obama e os
Republicanos poderá levar a uma crise
política grave. Entretanto, o facto de se tratar
de um país de imigrantes não o torna mais
aberto a novos imigrantes.
Por Francisco Sarsfield Cabral
Calcula-se existirem perto de 12 milhões de imigrantes
ilegais nos EUA, quase sem direitos. O Presidente
George W. Bush tentou regularizar a situação de parte
deles, mas os congressistas do seu próprio partido, o
Republicano, não deixaram passar a medida.
Em 2012 o Presidente Obama impediu que fossem
deportados alguns milhões de jovens ilegalmente
trazidos pelos pais para solo americano. Agora Obama
desafia o Congresso e os Republicanos ao ir mais
longe, usando os seus poderes executivos, e assim
evitar a deportação de 5 milhões de imigrantes ilegais.
Alguns destes são crianças e adolescentes que fogem
da América Central e entram nos EUA
clandestinamente – onde são recebidos com agressiva
hostilidade por parte da população.
O braço de ferro entre Obama e os Republicanos
poderá levar a uma crise política grave. Entretanto, o
facto de se tratar de um país de imigrantes não o torna
mais aberto a novos imigrantes. Pelo contrário.
Também em França muitos portugueses ali imigrados
se contam entre os apoiantes de Marine Le Pen na sua
luta contra a imigração.
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EUA. Tumultos
voltam a Ferguson
após decisão sobre
polícia que matou
Michael Brown
Multidões saíram à rua, atiraram objectos
contra a esquadra de polícia. Há prédios e
carros incendiados, foram ouvidos tiros e
explosões e decorrem pilhagens.
a decisão cabia ao Grande Júri. Há americanos que
estão de acordo com ela, mas outros estão desiludidos
e mesmo zangados. É uma reacção compreensível.
Mas junto-me aos pais do Michael, para pedir que
aqueles que contestam a decisão o façam de forma
pacífica. Peço também às forças de segurança que
actuem com cuidado e contenção perante protestos
pacíficos”.
Entretanto, os advogados do agente da polícia
emitiram um comunicado, onde referem que Daren
Wilson cumpriu a lei e agradece a todos os que sempre
estiveram a seu lado.
A família de Brown, do jovem abatido a tiro, expressou
desilusão pela decisão tomada, apelando contudo à
calma.
Michael foi baleado, pelo menos, seis vezes pelo agente
Darren Wilson. Já foram realizadas pelo menos três
autópsias para tentar determinar o que aconteceu e em
que condições ocorreram os disparos.
O caso levantou em Agosto onda de indignação na
região, especialmente entre a comunidade negra. Os
confrontos duraram várias semanas.
Magalhães foi um
"fracasso" em
Matosinhos
Foto: Larry W. Smith/EPA
Por João Cunha
A decisão de não acusar o polícia Darren Wilson, que
em Agosto matou o jovem afro-americano Michael
Brown, provocou uma nova onda de violência e caos
em Ferguson, nos subúrbios de Saint Louis, no estado
norte-americano do Missouri.
Os protestos, ainda que pacíficos, começaram logo
após ter sido conhecida a decisão do grande júri, que
alegando falta de fundamentos, não deduziu acusação
o agente que atingiu o jovem de 18 anos, no início de
Agosto, com seis tiros.
A polícia respondeu com gás lacrimogénio para
dispersar os manifestantes revoltados com a decisão
anunciada esta madrugada pelo procurador do
condado de Saint Louis.
“Depois do exame exaustivo às provas, o Grande júri
deliberou durante dois dias e tomou uma decisão final.
Eles determinam que não existe qualquer causa
provável que possa levar à acusação do agente Wilson”,
comunicou o procurador.
Nas ruas da cidade assistiu-se a uma escalada da
violência. Multidões saíram à rua, atiraram objectos
contra a esquadra de polícia. Há prédios e carros
incendiados, foram ouvidos tiros e explosões e
decorrem pilhagens.
Um polícia ficou ferido esta noite depois de ter sido
atingido num braço.
Os protestos, entretanto, já alastraram a cidades como
Chicago, Seattle, Nova Iorque, Washington e Boston.
Apelos à calma
Antes dos incidentes desta madrugada, já o Presidente
Barack Obama, antevendo eventuais problemas,
apelava a uma reacção pacífica: “Temos de aceitar que
O computador introduzido no plano
tecnológico durante o governo de José
Sócrates "raramente foi utilizado nas salas de
aula", revela estudo da Universidade
Portucalense.
Foto: Lusa
O computador Magalhães foi um "fracasso" em
Matosinhos devido, essencialmente, "à sua fraca
integração nas actividades lectivas”, revela um estudo
da Universidade Portucalense (UPT).
O estudo - "Avaliação do impacto do portátil Magalhães
no 1º ciclo do ensino básico do concelho de
Matosinhos: factores de (de)motivação no contexto
educativo” - envolveu 400 alunos, 181 encarregados de
educação e 101 professores do 1º ciclo do ensino
básico do concelho de Matosinhos.
Concluiu que "não houve um retorno imediato por
parte das instituições escolares, que apenas utilizavam
esta ferramenta de forma esporádica dentro do
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Terça-feira, 25-11-2014
contexto de sala de aula".
Este computador de baixo custo foi introduzido no
plano tecnológico em 2008, durante o mandato de
José Sócrates, através do Ministério das Obras Públicas,
Transportes e Comunicações, o que levou a um
investimento superior a 50 milhões de euros.
"A primeira grande ilação que podemos retirar é de que
o portátil Magalhães serviu mais como um apoio
simples e não como um recurso central de inovação
pedagógica. Os resultados deste estudo permitem-nos
verificar que 89,1% dos professores, 84,5% dos
encarregados de educação e 86% dos alunos
consideram que nunca ou raramente o computador é
utilizado nas salas de aula", referiu, em comunicado o
autor do estudo, João Paulo da Silva Miguel.
"Os professores precisam de adquirir e desenvolver
competências para poderem utilizar o portátil
Magalhães", pode ler-se no comunicado enviado pela
UPT.
"A ideia da distribuição massiva dos Magalhães, com
finalidade de democratização do acesso às tecnologias
e sua implementação no quotidiano das salas de aula
para preparação do cidadão para o futuro, parece estar
votada ao fracasso. Existe um longo caminho a
percorrer para valorizar o esforço financeiro que foi
aplicado e permitir que as tecnologias sejam incluídas
de forma transversal nos currículos, surgindo nas
escolas do 1º ciclo de uma forma sistemática e
planeada, em vez de pontual e espontânea”, defende
João Paulo da Silva Miguel.
Revisão a submarino
português vai custar
5,5 milhões de euros
mais IVA
Os submarinos Tridente e Arpão, entregues à
Armada portuguesa em 2010 e 2011,
respectivamente, custaram até agora ao
Estado mais de mil milhões de euros.
ministro da Defesa, Aguiar-Branco.
"Autorizo a aquisição de serviços de manutenção
planeada para execução durante a Pequena Revisão
com Docagem do Navio da República Portuguesa
'Arpão', a concretizar durante o ano de 2015, através de
um procedimento por negociação sem publicação de
anúncio de concurso (...) e a atinente realização da
despesa, no montante máximo de 5.500.000 euros,
sem IVA incluído", estabelece o despacho do ministro,
datado de 17 de Novembro.
A decisão é justificada por o estaleiro da ThyssenKrupp
Marine Systems GmbH (TKMS), na qualidade de
construtor dos submarinos da Classe 'Tridente' ser "a
única entidade habilitada a realizar, em tempo útil, os
trabalhos de manutenção, face à complexa e elevada
carga tecnológica, bem como a proceder à aquisição
dos sobressalentes e outros meios necessários à sua
execução", uma vez que o consórcio germânico "é a
única entidade detentora de conhecimento exclusivo
em determinadas áreas tecnológicas dos submarinos".
A decisão final de aquisição dos submarinos aconteceu
em Setembro de 2003, com o Governo, liderado por
Durão Barroso e com a pasta da Defesa entregue a
Paulo Portas, a optar pela proposta alemã em vez da
concorrente francesa.
Os submarinos portugueses "Tridente" e "Arpão",
começados a construir na Alemanha em 2005 e
entregues à Armada portuguesa em 2010 e 2011,
respectivamente, custaram até agora ao Estado
português mais de mil milhões de euros, com a
previsão de 100% de contrapartidas de investimento em
Portugal, ainda por cumprir.
ALENTEJO
Reguengos eleita
Cidade Europeia do
Vinho
Autarca acredita que este pode ser um meio
de potenciar "o facto de Portugal não ser
apenas Sol e praia, mas claramente um país
de vinho e enoturismo”.
O submarino Arpão. Foto: DR
A revisão ao submarino Arpão, o segundo dos dois
aparelhos portugueses comprados à Alemanha, vai
custar 5,5 milhões de euros, lê-se esta segunda-feira no
"Diário da República", no documento de autorização do
Por Rosário Silva
Com honra e muito orgulho, é assim que Reguengos
de Monsaraz ostenta o título de Cidade Europeia do
Vinho para 2015. A decisão foi tomada esta
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Terça-feira, 25-11-2014
segunda-feira pelo júri reunido na assembleia-geral da
Rede Europeia das Cidades do Vinho (RECEVIN)
realizada esta segunda-feira em Jerez de La Frontera,
Espanha.
“Queremos promover os vinhos de Reguengos, mas
queremos também promover tudo o que é a cultura e o
património juntando, simbolicamente, duas cidades:
Évora e Elvas” disse à Renascença, o presidente da
Câmara de Reguengos de Monsaraz.
Para José Calixto, esta nomeação “pode significar um
palco que tem a ver com uma rede de cidades
europeias produtoras de vinhos com territórios que têm
a sua vida ligada à produção de vinho e ao
enoturismo”.
Por outro lado, sublinha o autarca, “pode ser, também, o
meio de potenciarmos aquilo que já hoje é
reconhecido mundialmente, que é o facto de Portugal
não ser apenas Sol e praia, mas claramente um país de
vinho e enoturismo”.
Para 2015, há já um conjunto de actividades inseridas
numa programação que quer chegar a todos.
“Vamos ter a preocupação durante a programação
deste ano que as pessoas possam conhecer o Alentejo
em toda a sua plenitude”, garante José Calixto.
O concurso Cidade Europeia de Vinho visa distinguir,
anualmente, uma cidade símbolo do desenvolvimento
vitivinícola europeu, tendo um carácter rotativo entre
os diversos países que fazem parte da rede. Segundo a
ordem estabelecida, o evento já passou por Portugal
(Palmela), Itália (Marsala) e Espanha (Jerez de la
Frontera).
Além de Reguengos de Monsaraz, existiam, este ano,
outras duas candidaturas portuguesas a esta distinção:
uma da Bairrada, envolvendo os municípios de
Cantanhede, Anadia, Mealhada, Águeda e Oliveira do
Bairro, e outra das câmaras de Monção e Melgaço.
Azeite e azeitona,
uma dupla de
sucesso para
saborear em Elvas
Até ao final do mês, dois dos melhores
produtos alentejanos ganham notoriedade
nos restaurantes do concelho, em mais uma
edição da Semana Gastronómica do Azeite e
da Azeitona.
Por Rosário Silva
A Semana Gastronómica do Azeite e da Azeitona
regressa a Elvas, para deliciar os apreciadores destes
dois ingredientes que o Alentejo produz em quantidade
e, sobretudo, em qualidade.
"Temos vários produtores e 52 restaurantes aderentes
que, durante oito dias, apresentam as mais variadas
receitas com azeite elvense e com a nossa azeitona",
diz à Renascença a vereadora da Câmara de Elvas,
entidade promotora, Vitória Branco.
O cartaz está escrito em português e espanhol. "Os
nossos vizinhos espanhóis gostam muito de vir
almoçar a Elvas. Temos uma boa gastronomia", diz.
Os elvenses também agradecem: "Aproveitam estas
ocasiões para provar pratos que nem sempre fazem em
casa".
São muitos os pratos confeccionados com estes dois
ingredientes. Vitória Branco realça um dos mais
simples e emblemáticos, a "tipicamente alentejana"
açorda (azeite, alho e coentros fazem a magia).
"Mas nos nossos pratos alentejanos todos sabemos que
o condimento principal é o azeite. Um azeite de
qualidade faz com que os sabores sejam realçados
traduzindo-se numa melhor qualidade desses pratos.
Uma boa açorda acompanhada com umas azeitonas
de Elvas é espectacular", garante.
A Semana Gastronómica do Azeite e da Azeitona
começou no sábado e dura até ao próximo dia 30.
RIBEIRO CRISTÓVÃO
Decisivo
O destino europeu do Sporting e do Benfica
pode ficar praticamente decidido nas
próximas vinte e quatro horas.
Por Ribeiro Cristóvão
A Liga dos Campeões regressa hoje com alguns jogos
decisivos, situação que se repete um dia depois na
conclusão da quinta e penúltima jornada da fase de
grupos.
Entre estes, temos a participação de duas equipas
portuguesas –Sporting e Benfica- cujo destino europeu
pode ficar praticamente decidido nas próximas vinte e
quatro horas.
O Sporting apresenta-se mais cedo defrontando hoje
os eslovenos do Maribor no estádio José Alvalade,
numa altura em que desfruta da vantagem de um ponto
em relação ao seu adversário de logo à noite.
Isto, só por si, significa que é fundamental uma vitória
dos leões para que assim possam alimentar a
esperança de ainda permanecerem por mais tempo na
Champions ou, em última análise, manterem-se no
comboio europeu, transitando mais tarde para a Liga
Europa.
Este jogo do Sporting tem ainda uma forte relação com
aquele que vai disputar-se em Gelsenkirschen, na
Alemanha, entre o Schalke 04 e o Chelsea, ambos
integrantes do grupo onde pontifica o vice-campeão
português, e cujo resultado pode tornar-se muito
influenciador da classificação final.
Por tudo isto, espera-se da equipa de Marco Silva um
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Terça-feira, 25-11-2014
comportamento que lhe permita cimentar a confiança
que parece estar a recuperar, ainda que de forma lenta
e por vezes até exasperante.
MARCO SILVA
"Champions é para
disputar até ao
último minuto"
Treinador do Sporting assume discurso
confiante, mas admite jogo de "pressão" para
os seus jogadores, em busca do apuramento
para os oitavos-de-final da Champions.
Marco Silva alerta para os perigos do
Maribor.
eslovenos encerram em si próprios.
"O Maribor é um adversário perigoso. Precisamos de ter
paciência. Empatou com o Chelsea em casa e só
perdeu com o Chelsea fora. Temos de estar
conscientes da nossa valia. A concentração tem de ser
total", pediu Marco Silva.
Confirmações só no onze oficialPaulo Oliveira,
Jefferson, Montero. Marco Silva foi questionado sobre
a provável titularidade do trio diante do Maribor, mas
fechou-se em copas.
O treinador deixou assim, em aberto, a presença dos
dois defesas e do avançado no figurino inicial.
O Sporting-Maribor, da quinta jornada do Grupo G da
Champions, arranca às 19h45 desta terça-feira, no
Estádio de Alvalade, com arbitragem do escocês Craig
Thomson. Jogo com relato na antena da Renascença e
acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em
bolabranca.rr.sapo.pt.
FC PORTO
Sem
"deslumbramentos".
"BATE Borisov é uma
boa equipa"
Julen Lopetegui focado na vitória e em não
facilitar diante dos campeões bielorrussos.
Primeiro lugar no Grupo H é o objectivo.
Marco Silva não embarca na onda de comentários que
rotulam a recepção do Sporting ao Maribor como
decisiva para as contas de apuramento dos leões para
os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, projectando
uma corrida pelo objectivo até ao último minuto da fase
de grupos.
"Acreditamos que temos grandes possibilidades de
disputar até ao último minuto a possibilidade de
continuarmos na Champions. Se vencermos o Maribor,
tudo ficará em aberto para a última jornada", afirmou, o
treinador do Sporting, esta segunda-feira, em
conferência de imprensa, admitindo, porém, que o
grupo que comanda entra pressionado para o jogo com
o Maribor.
Contudo, a importância de uma vitória para esse
objectivo guia os verde e brancos à motivação de
triunfar na primeira de duas "finais" rumo à
qualificação. Vencendo, o Sporting garante a eventual
repescagem para a Liga Europa. Mas o leão tem
ambições bem mais elevadas e vai entrar no desafio de
Alvalade com confiança e dinâmica de vitória.
"Não é amanhã [terça-feira] que irão terminar as contas
deste grupo. É um jogo em que só a vitória nos
interessa para continuarmos a alimentar a esperança
de passar a fase de grupos. A vitória garante o objectivo
de apuramento para a Liga Europa mas estamos
focados no principal objectivo, que é o apuramento
para os oitavos-de-final", prosseguiu.
"Não temos de esconder que é um jogo de pressão para
nós, mas temos de assumir o jogo e fazer tudo para o
vencer", salientou, alertando para os perigos que os
O FC Porto não vai desacelerar no ritmo impetuoso que
tem adoptado na Liga dos Campeões, prova na qual
garantiu já o apuramento para os oitavos-de-final. O
orgulho, o prestígio, os "prize-money" mas, sobretudo,
o objectivo de terminar a fase de grupos no primeiro
lugar da tabela sustentam a motivação dos dragões em
vencer o BATE Borisov, na Bielorrússia.
Mas do outro lado, porém, o técnico dos dragões espera
um adversário apostado em "esgotar" as ténues
possibilidades de passagem aos "oitavos". Daí que,
mesmo após a goleada aplicada aos campeões
bielorrussos, no Dragão (6-0), todo o cuidado seja
pouco.
"Teremos de ser capazes de superar uma boa equipa.
Não nos vamos deslumbrar porque tenho experiência
suficiente para saber que não podemos pensar no que
se passou no passado. O BATE venceu o Atlético de
Bilbau e, na última jornada do campeonato, poupando
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Terça-feira, 25-11-2014
alguns jogadores, venceu 4-0. Vai querer esgotar as
possibilidades de passar aos oitavos-de-final. Há
muitos factores que fazem deste um jogo importante
para eles, e o mesmo aplica-se a nós", afirmou Julen
Lopetegui, em conferência de imprensa, esta segundafeira.
Para a hora da partida são esperadas temperaturas a
rondar os 8ºC negativos. O treinador dos azuis e
brancos constata essa "realidade", mas relativiza-a no
que diz respeito ao rendimento dos seus jogadores.
"É uma realidade, as temperaturas são o que são.
Sabemos as condições que vamos enfrentar. É mais
uma dificuldade. No futebol há que saber superar as
condições. Creio que a única maneira de fazê-lo é
como uma equipa", argumentou.
O BATE Borisov-FC Porto arranca às 17h00 desta terçafeira, na Borisov Arena, em Borisov, com arbitragem do
romeno Ovidiu Hategan. Jogo com relato na antena da
Renascença e acompanhamento ao minuto em
rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt.
CHELSEA
Mourinho quer
evitar "jogo decisivo"
frente ao Sporting
se pudermos evitar um jogo decisivo na Liga dos
Campeões seria muito bom para nós", afirmou
Mourinho, em conferência.
Com oito pontos, o Chelsea lidera o Grupo G. Seguemse Schalke 04 (cinco), Sporting (quatro) e Maribor (três).
Na última jornada, os londrinos recebem a equipa
portuguesa, em Stamford Bridge.
LIGA DOS CAMPEÕES
Temperaturas
negativas acolhem
Benfica em São
Petersburgo
Viagem da comitiva encarnada até à Rússia
durou cinco horas. Terça-feira, há
conferência de imprensa e treino de
adaptação ao palco do encontro com o Zenit,
para a Liga dos Campeões.
Vencendo em Gelsenkirchen, o Chelsea
apura-se para os oitavos-de-final da Liga dos
Campeões.
José Mourinho já teve oportunidade de dizer que o
Chelsea precisa de concentração máxima para garantir
o apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos
Campeões, em virtude do equilíbrio que se tem
verificado no Grupo G.
Ora, esta segunda-feira, na véspera de um importante
desafio frente ao Schalke 04, o técnico português
deixou um elogio à qualidade do futebol praticado
pelos "blues". Até porque é necessário motivar as
"tropas" para uma partida que pode valer, em caso de
vitória, uma tranquilizante qualificação.
"A equipa está a jogar realmente bem em todos os
jogos. Nada é de graça, nada é resultado de apenas
sorte. Até nos empates que tivemos estivemos mais
perto de vencer do que perder. Estamos a conseguir
resultados porque a equipa está a jogar muito bem.
Obviamente que será melhor nós se nos qualificarmos
amanhã. Temos muitos jogos em Dezembro, por isso
A comitiva do Benfica foi brindada com temperaturas
negativas, esta segunda-feira, na chegada a São
Petersburgo, onde na quarta-feira defronta o Zenit,
para a quinta jornada do Grupo C da Liga dos
Campeões.
Após uma viagem de cerca de cinco horas, os
encarnados abandonaram o aeroporto e
confrontaram-se com temperaturas abaixo de zero,
com cerca de 3ºC negativos nos termómetros.
Amanhã, Jorge Jesus e um jogador projectam a partida
frente ao Zenit, em conferência de imprensa, a partir
das 16h30 locais [menos três horas em Portugal
Continental]. Após a conversa com os jornalistas, os
campeões nacionais realizam o treino de adaptação ao
relvado do Estádio Petrovsky.
O Zenit-Benfica arranca às 17h00 [hora de Portugal
Continental] de quarta-feira, com arbitragem do
italiano Nicola Rizzoli. Jogo com relato na antena da
Renascença e acompanhamento ao minuto em
rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt.
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Terça-feira, 25-11-2014
FÓRMULA 1
Ferrari. Nova época,
novo chefe
"Guru" do "marketing" contratado para render
Marco Mattiacci. Conheça o novo chefe da
escuderia de Fórmula 1 italiana.
O presidente da Ferrari anunciou, esta segunda-feira, o
despedimento do actual chefe da escuderia de Fórmula
1, Marco Mattiacci e a contratação de outro italiano,
Maurizio Arrivabene, para liderar a equipa no Mundial
de 2015.
"Neste momento importante para a escuderia e para a
Fórmula 1, precisamos de uma pessoa que compreenda
bem não apenas a Ferrari mas também os mecanismos
de gestão e os constrangimentos deste desporto",
explicou Sergio Marchionne.
Mattiacci acabou por ficar no cargo apenas sete meses,
durante os quais se confirmou mais uma época de
decepção para a histórica construtora transalpina no
"circo" da F1.
Arrivabene, por seu turno, trabalhava na Philip Morris,
parceira de longa data da Ferrari, desde 1997, tendo
uma vasta experiência no sector do "marketing" em
Itália e no estrangeiro. Em 2007, tornou-se vicepresidente da Marlboro, recebendo o pelouro da
comunicação daquela tabaqueira norte-americana em
todo o mundo.
"Por prazer", Loeb
está de volta
Piloto francês de 40 anos, nove vezes
campeão do mundo de WRC, estará em
acção no Rali de Monte Carlo, em finais de
Janeiro.
Sébastien Loeb anunciou, esta segunda-feira, que irá
participar no rali de Monte Carlo, primeira prova do
Mundial de WRC de 2015, entre 22 e 25 de Janeiro.
O piloto francês de 40 anos, nove vezes campeão do
mundo de ralis, adiantou que irá "correr por prazer", ao
volante de um Citroen DS3 WRC.
"O objectivo será fazer o melhor possível, sabendo que
não corro este tipo de provas há um ano e meio. Vou
correr por prazer, mas inevitavelmente entrarei com
ambições, pois sou um competidor", afirmou.
Loeb, recorde-se, retirou-se das pistas no final de 2012,
embora ainda tem competido em algumas provas do
Mundial de WRC de 2013. Este ano, esteve em acção no
conceituado Campeonato de Turismo (WTCC).
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