EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco Terça-feira, 25-11-2014 Edição às 08h30 Editor Carla Caixinha Sócrates fica em prisão preventiva O que pensa Francisco, o Papa do "outro lado do mundo", sobre a Europa? Portugal ainda não se candidatou aos 300 mil milhões do fundo Juncker EUA. Tumultos voltam a Ferguson após decisão sobre polícia que matou Michael Brown Investidores Deco pede retirada acreditam que de oito brinquedos comissão BES pode das lojas ajudar nas indemnizações Foco de brucelose em Baião está identificado e controlado Portugueses estão "menos tolerantes "Champions é para Reguengos eleita disputar até ao Cidade Europeia à violência último minuto" do Vinho doméstica" MARCO SILVA ALENTEJO 2 Terça-feira, 25-11-2014 Sócrates fica em prisão preventiva Ex-primeiro-ministro é suspeito de três crimes: fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais, revelou o tribunal. Foto: Lusa O ex-primeiro-ministro José Sócrates fica em prisão preventiva, anunciou esta segunda-feira à noite o advogado João Araújo e confirmou a escrivã do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC). José Sócrates é suspeito de três crimes: fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais, de acordo com o TCIC. "O senhor juiz de instrução decretou a prisão preventiva do meu constituinte, o senhor engenheiro José Sócrates", avançou João Araújo aos jornalistas, pelas 22h22. O advogado lamentou a decisão. "Quanto à decisão é, a meu ver, profundamente injusta e injustificada e, a não ser que o meu cliente dê ordens em contrário, irei interpôr recurso", adiantou João Araújo. É a primeira vez que é aplicada prisão preventiva a um ex-primeiro-ministro em Portugal. Esta medida de coacção só pode ser decretada quando o juiz considerar que há perigo de fuga ou perigo de perturbação do inquérito e, nomeadamente, perigo para a aquisição, conservação ou veracidade da prova ou perigo que os arguidos continuem a actividade criminosa ou perturbem gravamente a ordem e tranquilidade públicas, indica o artigo 204 do Código Processo Penal. José Sócrates pode ficar em prisão preventiva por um prazo mais alargado do que é normal devido à “excepcional complexidade” do caso invocada pelo juiz Carlos Alexandre. De acordo com a TVI 24, José Sócrates poderá ficar no estabelecimento prisional de Évora, mas não há qualquer informação oficial. Prisão preventiva para amigo e motorista de Sócrates Quanto aos outros três arguidos nesta “operação Marquês”, a escrivã do Central de Instrução Criminal anunciou que dois ficam em prisão preventiva e outro com termo de identidade e residência. O amigo pessoal de José Sócrates e empresário Carlos Santos Silva vai aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva. É suspeito dos crimes de fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais. João Perna, motorista de José Sócrates, também fica em prisão preventiva, por suspeita de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e posse de arma proibida. O advogado Gonçalo Ferreira é suspeito de fraude fiscal e branqueamento de capitais. Fica proibido de contactar com os outros arguidos, não pode sair do país e tem que se apresentar às autoridades duas vezes por semana. Durante o anúncio das medidas de coacção, que estava inicialmente previsto para as 18h00 mas só aconteceu pelas 22h30, a escrivã do TCIC salientou a "excepcional complexidade" do processo. Detido no aeroporto O ex-primeiro-ministro José Sócrates foi detido na sexta-feira à noite (dia 21), quando chegava ao aeroporto de Lisboa proveniente de Paris, no âmbito de um processo de suspeitas de crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção. É a primeira vez na história da democracia portuguesa que um ex-primeiro-ministro é detido para interrogatório judicial e fica sujeito a prisão preventiva. O ex-primeiro-ministro foi ouvido pelo juiz Carlos Alexandre, no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), e passou tês noites consecutivas detido no Comando Metropolitano da PSP, em Moscavide. No sábado à noite, após cerca de seis horas de interrogatório, o advogado de José Sócrates, João Araújo, disse aos jornalistas que o ex-primeiro-ministro estava "óptimo". No âmbito da operação "Marquês" foram detidas mais três pessoas: o ex-administrador do grupo Lena e amigo pessoal de José Sócrates, Carlos Santos Silva; o advogado Gonçalo Ferreira; e o motorista do exprimeiro-ministro, João Perna. [notícia actualizada às 23h46] Tudo sobre a detenção de José Sócrates 3 Terça-feira, 25-11-2014 O que pensa Francisco, o Papa do "outro lado do mundo", sobre a Europa? Ainda não se sabe o que Francisco vai dizer no Parlamento Europeu e no Conselho da Europa, mas uma coisa parece certa: o argentino dá menos importância à "Europa cansada" do que os seus antecessores. Foto: Fabio Frustaci/EPA Por Filipe d'Avillez Quando Francisco foi eleito, em Março de 2013, muito se comentou o facto de ser o primeiro Papa há muitos séculos a vir de fora da Europa e o primeiro da América do Sul. “Foram-me buscar ao outro lado do mundo”, afirmou então. Francisco sucedeu a dois papas para quem a Europa, e sobretudo a sua reevangelização, eram assuntos muito próximos do coração. João Paulo II veio do lado de lá da cortina de ferro para assumir as rédeas da Igreja numa altura em que o “Velho Continente” estava dividido e teve grande influência no fim dessa mesma divisão. Já Bento XVI foi buscar o seu nome a um dos copadroeiros da Europa e falou várias vezes da importância de reavivar a fé e manter os valores cristãos na praça pública de um continente cada vez mais desconfiado da religião em geral. Mas Francisco, a julgar pelos seus 20 meses de pontificado até ao momento, parece ter outras prioridades. São poucas as declarações públicas sobre a Europa e as que fez não são propriamente muito positivas. A 15 de Junho de 2014, em visita à comunidade de Santo Egídio, o Papa pediu orações por um continente envelhecido. “A Europa está cansada. Temos de a ajudar a rejuvenescer, a encontrar as suas raízes. Renegou as suas raízes; temos de a ajudar a reencontrá-las. O mundo sufoca sem diálogo. Mas o diálogo só é possível a partir da própria identidade. Não posso fazer de conta que tenho outra identidade para dialogar, é preciso dialogar sem negociar a própria identidade.” Um outro exemplo de apelo directo à Europa surgiu em Outubro, quando Francisco recebeu familiares das vítimas do naufrágio de Lampedusa: “Peço a todos os homens e mulheres da Europa que abram as portas do seu coração! Quero dizer-vos que estamos convosco [familiares das vítimas], rezo por vocês, rezo para que as portas fechadas se possam abrir”, disse, numa alusão que pode ser lida também como uma crítica ao facto de as portas da Europa estarem demasiadas vezes fechadas à imigração e a quem procura uma vida melhor. Novas prioridades, outros destinos Com Francisco, a Europa parece ter passado para segundo plano. Muito se comentou, em Fevereiro, o facto de ter incluído muitos não-europeus na lista dos primeiros 19 cardeais criados no seu pontificado. Oito eram europeus, mas destes quatro eram membros da cúria romana recentemente nomeados para cargos que implicam uma nomeação cardinalícia e dois tinham já mais de 80 anos, pelo que já não seriam eleitores. A importância do “Velho Continente” nas palavras de João Paulo II ou “Continente envelhecido”, nas de Francisco, pode ser averiguada também pelas visitas que o Papa já fez desde que foi eleito. Francisco foi ao Brasil, à Terra Santa e à Coreia do Sul, mas foi preciso esperar mais de um ano e meio desde a sua eleição para a primeira visita europeia, fora de Itália. Aí, o destino escolhido foi a Albânia, curiosamente um dos únicos países europeus de maioria islâmica e a viagem teve, por isso, sobretudo uma carga inter-religiosa bem como a intenção de mostrar que a Europa é mais do que a União Europeia e que neste continente também há periferias. Por esta mesma razão Francisco faz questão de falar não só ao Parlamento Europeu, mas também ao Conselho da Europa, que inclui representantes de todo o continente A próxima visita do Papa, a seguir a esta que faz a Estrasburgo, será à Turquia. Mesmo que se considere a Turquia como parte da Europa, é mais uma visita a um país islâmico. Estrasburgo, em França, é território predominantemente católico. Mas curiosamente o Vaticano anunciou que o Papa não vai visitar a catedral da cidade, que celebra agora o seu milésimo aniversário, apesar de esta ficar apenas a dez minutos de distância, de carro, do Parlamento. Esse facto significa que esta será a primeira viagem oficial de qualquer Papa a não incluir qualquer dimensão litúrgica. Uma vez que Francisco vai permanecer em território francês menos de quatro horas, nem uma missa privada celebra. Quanto à visita em si, todos esperam aquilo que o Papa dirá nos seus dois discursos. Com base no seu pontificado até agora, é natural que aborde temas como a crise económica e o desemprego, sobretudo o desemprego jovem, que outrora descreveu como um dos piores flagelos da actualidade. Mas estes temas não são novos, tendo sido referidos já por João Paulo II em 1988. Francisco pode também falar da postura da Europa diante da imigração, um assunto que lhe é muito próximo e ao qual tem dedicado muito do seu pontificado. Será ainda interessante ver se o Papa fala de questões 4 Terça-feira, 25-11-2014 mais polémicas como o valor da vida da concepção à morte natural. Para muitos católicos, a Europa tem feito pressão sobre vários países para permitir a interrupção voluntária da gravidez, por exemplo. No discurso no Conselho Europeu Francisco pode muito bem referir a violência na Ucrânia, uma vez que tanto esta como a Rússia, que não fazem parte da União Europeia, estão representados no Conselho. Estas e outras dúvidas serão dissipadas certamente na terça-feira numa das mais curtas mas mais significativas viagens do Papa desde que foi eleito, em Março de 2013. A Renascença V+ transmite em directo a visita do Papa a Estrasburgo. Um simultâneo rádio e vídeo, a partir das 9h30, esta terça-feira. Ouça na rádio ou veja o directo vídeo na Renascença V+. Vera Jardim tem "convicção de inocência" de Sócrates Detenção do antigo primeiro-ministro comentada no programa "Falar Claro" da Renascença. preocupação, receando haver alguma discrepância entre os crimes investigados e o que poderiam vir a ser os fundamentos da decisão relativa às medidas de coacção. Quanto à questão política, o antigo ministro da Presidência afirmou que “o país está meio pasmo” e considera que “fora do país” este caso tem “um efeito demolidor dificilmente reversível”. Também Vera Jardim reconheceu que a detenção do antigo chefe do Governo “afecta grandemente o nome do país no estrangeiro”. "Embaraço" para o PS Quanto aos efeitos no PS, Vera Jardim disse que “é evidente que é um embaraço”, mas está convicto de que a liderança “forte” de António Costa saberá lidar com a situação da melhor forma e que tudo será feito para tornar o congresso do próximo fim-de-semana “o mais normal possível”. Já Morais Sarmento afirmou que “os efeitos políticos disto vão ser imensos para o PS e não só” a aconselha cautela com qualquer tentativa de aproveitamento político. O antigo ministro social-democrata acaba mesmo por reconhecer que o primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, foi “infeliz” ao dizer, este domingo, na Guarda, que “os políticos não são todos iguais”. Tudo sobre a detenção de José Sócrates Morais Sarmento não vê "saída limpa desta situação" Comentadores do programa "Falar Claro" da Renascença criticam actuação judicial no caso Sócrates. O histórico socialista José Vera Jardim reconhece o impacto “enorme” da detenção de José Sócrates e o “embaraço” que causa ao PS, mas afirma-se convicto da inocência do antigo primeiro-ministro. “A presunção de inocência no meu caso é convicção de inocência”, afirmou o antigo ministro da Justiça e dirigente do PS no programa “Falar Claro” da Renascença, onde comentou pela primeira vez este caso. Já o outro comentador habitual do “Falar Claro”, Nuno Morais Sarmento, recebeu a notícia da detenção de José Sócrates com “enorme surpresa”, não faz qualquer avaliação sobre a sua conduta, preferindo acentuar os efeitos deste caso na imagem de Portugal no estrangeiro e a pressão que coloca sobre o sistema judicial. O “Falar Claro” desta semana foi gravado antes de serem conhecidas as medidas de coacção impostas aos arguidos deste caso – José Sócrates ficou em prisão preventiva. O anúncio demorou várias horas, o que levou Morais Sarmento a manifestar alguma “Não vejo saída limpa desta situação”, disse o socialdemocrata Morais Sarmento no programa “Falar Claro” da Renascença desta segunda-feira. A situação é a detenção de José Sócrates. Morais Sarmento considera que a política ou a justiça, ou ambas, podem não ter uma “saída limpa” deste caso. E o socialista Vera Jardim concorda. Os habituais comentadores do “Falar Claro” – que foi gravando antes de serem conhecidas as medidas de coacção - debateram a detenção e José Sócrates e criticaram alguns aspectos da actuação judicial neste 5 Terça-feira, 25-11-2014 caso. “Isto coloca o sistema de justiça sob uma pressão brutal”, afirmou Morais Sarmento, para quem o facto de estar em causa um ex-primeiro-ministro exige uma “indiciação mais forte” por parte das autoridades policiais e judiciais. E acrescenta: “Vamos ter uma fase difícil, complicada, muito tensa. E ou chegamos a um resultado rapidamente e o país pode ter uma leitura de que vale a pena e as instituições funcionam ou isto começa a arrastar-se, a embrulhar-se e a não desenvolver e não sei se a complicação não é ainda maior por causa do que isto representa para a justiça. Não vejo saída limpa desta situação para a justiça ou para a política. Ou para os dois.” Vera Jardim concorda com esta leitura. Mas o antigo ministro da Justiça tem ainda uma posição ainda mais crítica do andamento deste caso. Condena as “claras, flagrantes e graves violações de segredo de justiça” e diz que a “justiça tem um problema comunicacional”, que tem de resolver. Fazendo uma leitura dos procedimentos levados a cabo nos últimos grandes casos, como o de Sócrates, o caso BES e o caso dos vistos dourados, o comentador socialista diz que “pesa sobre os portugueses” uma situação que “cria grande angústia” e “desconfiança nas instituições”. “Há aqui um método que me começa a desgostar, há aqui coisas esquisitas no meio disto. A actuação não é proporcional àquilo que se pretende”, acusa Vera Jardim, referindo-se sobretudo às detenções para inquirição e ao aparato policial que marcaram estes casos. Já o antigo ministro social-democrata Morais Sarmento reconhece que o primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, foi “infeliz” ao dizer, este domingo, na Guarda, que “os políticos não são todos iguais”. Sócrates pode ficar preso um ano à espera da acusação Tribunal considera que o processo em que está envolvido o ex-primeiro-ministro é de "excepcional complexidade". Foto Paulo Carriço/Lusa José Sócrates pode ficar em prisão preventiva por um prazo mais alargado do que é normal devido à “excepcional complexidade” do caso, explica o advogado António Jaime Martins. O juiz Carlos Alexandre aplicou a medida de coacção mais pesada ao ex-primeiro-ministro, que poderá ficar um ano preso preventivamente à espera da acusação. Para já, vai aguardar na prisão que o Ministério Público deduza acusação e que o caso vá, eventualmente, a julgamento num tribunal de primeira instância, explica o advogado António Jaime Martins em declarações à Renascença. “Como o magistrado terá decretado a excepcional complexidade do processo, os prazos para proferir a acusação passam de seis meses para um ano, a instrução de dez meses para um ano e quatro meses, de um ano e meio para dois anos e meio [até à condenação em primeiro instância] e a decisão transitada em julgado tem três anos e quatro meses para ser proferida, por ser um processo de especial complexidade.” O advogado António Jaime Martins explica que os crimes de que está acusado José Sócrates enquadramse na medida de coacção de prisão preventiva, mas acrescenta que outros factores terão pesado na decisão do juiz. “Quando o magistrado entende que as outras [medidas de coacção] não são suficientes para evitar o perigo de fuga, a destruição de provas, a perpetuação da actividade criminosa ou a garantia da paz social, portanto, estando em causa algum destes valores, aplica a medida de coacção mais grave que é a prisão preventiva, sendo certo que sejam determinados crimes classificados pelo Código Penal e pelo Código de Processo Penal de elevada gravidade que, se a memória não me atraiçoa, é o caso do branqueamento de capitais e da corrupção.” O advogado António Jaime Martins acrescenta que caso José Sócrates ou qualquer outro dos arguidos decidam recorrer da medida de prisão preventiva, esse recurso não irá suspender a medida de coacção. Só uma decisão do Tribunal da Relação é que pode anular a prisão preventiva. Tudo sobre a detenção de José Sócrates 6 Terça-feira, 25-11-2014 PEDRO LEAL Uma espécie de "golpe de estado" à democracia Os casos em investigação constituem uma espécie de "golpe de estado" à democracia. Se tudo se confirmar vivemos um simulacro de realidade. coragem da investigação. Esperemos que continue cega. Mas na sexta e na segunda-feira à noite o mundo ganhou uma cor mais cinzenta. Há uma certa perda de inocência, um novo estado de alma. Por contraste, não resisto aqui a relembrar uma canção de Chico Buarque, escrita na sequência do 25 de Abril. Uma canção, na altura, censurada no Brasil e que tinha a seguinte letra: Sei que estás em festa, pá Fico contente E enquanto estou ausente Guarda um cravo para mim Eu queria estar na festa, pá Com a tua gente E colher pessoalmente Uma flor do teu jardim Sei que há léguas a nos separar Tanto mar, tanto mar Sei também quanto é preciso, pá Navegar, navegar Lá faz primavera, pá Cá estou doente Manda urgentemente Algum cheirinho de alecrim Não é difícil adivinhar o misto de sentimentos que por aí vai. Entre os que acham que Sócrates merecia isto e muito mais, desde o dia em que foi eleito, e aqueles que se inclinam para a tese da cabala, e que tudo lhe desculpam, há um multiplicar de sentimentos que falham o essencial. O mundo mudou. Até esta segunda-feira tudo se passava no campo dos rumores e das desconfianças. É certo que devemos presumir a inocência até ao trânsito em julgado, mas o impacto dos acontecimentos das últimas 72 horas… vai muito além de Sócrates. A onda de choque da detenção do ex-primeiroministro, e agora a prisão preventiva, ultrapassa o próprio caso José Sócrates. O somatório de todos os escândalos que vamos tendo conhecimento atinge o nível e a qualidade do espaço público e coloca em causa uma certa elite. Se olharmos para a listagem de escândalos de que nos últimos anos, meses, semanas, temos tido conhecimento quase todos radicam numa ausência extrema de valores que potenciam comportamentos autistas em que o bem comum, o outro e o interesse colectivo estão sempre ausentes. Este é o único problema: falta de valores. Que sociedade é esta? O que aconteceu com esta geração? Que implicações no país político? E não me refiro às eventuais consequências no espectro partidário, refiro-me às consequências na qualidade da própria democracia, nas instituições. Os casos em investigação constituem uma espécie de “golpe de estado” à democracia. Se tudo se confirmar vivemos um simulacro de realidade. Francisco Sarsfield Cabral tem razão quando escreve que, “por mais dolorosa que seja, a verdade é preferível ao desconhecimento dos males que devem ser corrigidos, algo impossível se os ignorarmos”. Pura verdade. E até agora as boas notícias chegam apenas da actuação da justiça: no mínimo pela Eram outros tempos em que, apesar do PREC, Portugal inspirava poetas. Agora, cá, vamos estando doentes. CRISTINA SÁ CARVALHO São rosas, senhor Na infância, a fome é um mal híperabrangente, porque não é “apenas” uma dor do corpo e da alma, nem só a exclusão e a marginalidade e todos os desastres a que conduzem, mas a hipoteca permanente do futuro. Por Cristina Sá Carvalho A dimensão das crises invoca uma necessidade directamente proporcional de parcimónia nos discursos. Entre o gaudio de uns e a consternação de outros, a emaranhada teia de interesses sãos e criminosos em que a nossa sociedade se enredou, invoca o interesse de a ciência investigar a hipótese de a política também ser operada em ciclos longos, 7 Terça-feira, 25-11-2014 identificáveis por mecanismos naturais de autolimpeza dos regimes democráticos, acionados pelo seu sistema imunitário e tendo como função a preservação da homeostasia moral e, portanto, da sobrevivência política dos Estados e seus legítimos interlocutores. A ver vamos, diz o cego, em voz alta, num país enredado em consanguinidades e endogamias e de política mais genética e amigalhaça do que ética e inteligente. Para mal dos nossos muitos pecados, não é impossível termos de lidar com a descoberta final: o super-juiz não está sobrecarregado com casos; tudo é o «caso», com os seus polos de ação dispersos, mas unidos numa única frente comum, como outrora as esquerdas quando queriam ir a votos. Só que desta feita as Internacionais são bancárias e acabaram por sair da gaveta. Entretanto, enquanto se trata de investigar os possíveis crimes e re-orientar as estratégias eleitorais rosas e laranjas, é preciso continuar a pensar no pão e naqueles a quem ele escasseia, boa meta para políticos, tal como certa santa soberana evidenciou. O imenso distúrbio alimentar que é hoje o problema da fome e da obesidade foi, a semana passada, alvo de alguma mediatização por via das lúcidas e inteligentes intervenções de Letizia Ortiz e do Papa Francisco na reunião magna da FAO, em Roma. A sensibilização social já estava feita pela imbecilidade da pré-campanha do mais mediático dos desfiles de roupa interior, as suas micromodelos alvo de ira e chacota nas redes sociais, coadjuvado pelo marketing grosseiro de uma marca de jeans “para todos os corpos”, que não resistiu a apresentá-los infundados por um enfermo padrão de IMC. Ortiz, congruentemente vestida de rainha, chamou a atenção para duas questões cruciais: o efeito nefasto que tem sobre as decisões a tomar a falta de confiança que as sociedades têm na investigação científica, obrigada a achar resultados conformes ao financiador e a descarada impassibilidade da indústria alimentar quanto à sua responsabilidade objectiva na produção de doenças associadas à nutrição. Também lembrou que educar uma mulher é educar uma sociedade, mostrando, por si mesma, a vantagem da mente sobre a condição social. Por sua vez, o Papa recuperou o essencial da «Caritas in Veritate» de Bento XVI e, igualando a assertividade esclarecida da consorte espanhola, lembrou os males provocados pela financeirização dos bens alimentares, especulados como um produto qualquer. Mas creio que, num futuro, recordaremos a sua intervenção por se fazer um porta-voz autorizado do pobre que reclama dignidade e não esparsas fatias de pão-de-ló, naquela deliciosa maneira americanizada de apontar os óbices às leituras da realidade, alinhadas pelos poderes, como certas e bem-comportadas. Este debate de Roma também mostra a ociosidade, a estupidez e a “venda” das políticas aos interesses das grandes corporações anónimas, já que os Estados afluentes e democráticos gastam, hoje, fortunas incomensuráveis com doenças como a diabetes e a obesidade mórbida, sempre a crescer, enquanto muitos jovens morrem pela anorexia e, num mundo aqui ao lado, milhões de crianças – nas nossas ruas, também – passam fome e morrem desnutridas. Na infância – e por isso, demos alguma atenção à campanha animada pela Caritas – a fome é um mal híper-abrangente, porque não é “apenas” uma dor do corpo e da alma, nem só a exclusão e a marginalidade e todos os desastres a que conduzem, mas a hipoteca permanente do futuro daquela pequena e frágil pessoa, já que o cérebro é o primeiro órgão a entrar em regressão por falta de nutrientes. Se rosas e laranjas se transformarem em pão talvez tudo o mais possa ser recolocado no seu devido lugar. Deco pede retirada de oito brinquedos das lojas Peças pequenas que se soltam, acesso fácil a pilhas e fraca resistência ao impacto são algumas das falhas mais graves detectadas. Por Cristina Branco A um mês do Natal, a Deco volta a alertar para brinquedos perigosos à venda no mercado e pede à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a retirada imediata destes produtos das lojas. Peças pequenas que se soltam, acesso fácil a pilhas e fraca resistência ao impacto são algumas das falhas mais graves detectadas em 18 brinquedos que não passaram no teste, entre 40 analisados. A Deco pede a retirada imediata das lojas de oito desses brinquedos por não cumprirem a legislação nacional. Os restantes 10 apresentam falhas que não estão contempladas na lei portuguesa, mas são considerados perigosos pela associação. Outro problema detectado: a marcação “CE” não é garantia de segurança para as crianças, pois dos 18 produtos chumbados, 15 tinham esta marcação. A Deco defende ainda que a Comissão de Segurança de Serviços e Bens de Consumo, entidade oficial com competência nesta matéria, avalie estes produtos e se pronuncie sobre a sua perigosidade. Consulte aqui a lista completa dos brinquedos que não passaram o teste da Deco 8 Terça-feira, 25-11-2014 Portugal ainda não se candidatou aos 300 mil milhões do fundo Juncker A corrida a estes fundos já começou, mas Lisboa parece ter ficado para trás. O eurodeputado socialista Carlos Zorrinho critica a "má vontade" e a falta "entusiasmo" do Governo em todo este processo. projectos de mudança e transição da nossa economia”. O eurodeputado “sublinha a má vontade e a falta de entusiasmo” com que o executivo encara esta oportunidade de retorno da Europa a uma dinâmica de crescimento. Investidores acreditam que comissão BES pode ajudar nas indemnizações Associação de Investidores e Analistas Técnicos iliba o regulador da Bolsa em todo este caso, mas não poupa as intervenções públicas que foram feitas por membros do Governo, pelo Presidente da República e pelo Banco de Portugal. Foto: Lusa Portugal é o único país resgatado que ainda não apresentou candidaturas públicas aos 300 mil milhões do “fundo Juncker”. O novo presidente da Comissão Europeia quer relançar a economia da União, para isso vai disponibilizar 300 mil milhões de euros (entre dinheiro público e privado), para investimento em várias áreas, entre 2015 e 2017. A corrida a estes fundos já começou, mas Portugal parece ter ficado para trás. Até sexta-feira, era um dos três Estados-membros que ainda não tinha apresentado uma única candidatura, acompanhado apenas pela Alemanha e pela Holanda. "A imagem que Portugal fez passar foi a de um país interligado à Alemanha e à Holanda, como um conjunto de países renitentes com esta verdadeira oportunidade de recuperação de uma dinâmica económica no contexto europeu", disse à Renascença o eurodeputado socialista Carlos Zorrinho. Citado pelo “Diário Económico”, o gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros garante que foram, entretanto, entregues a Bruxelas cinco mil milhões, em potenciais projectos privados, e estão em análise candidaturas de projectos públicos. Ainda não chega, diz Carlos Zorrinho, que critica a falta de entusiasmo do Governo em todo este processo: “O que está em jogo é demasiado importante para ser feito no segredo dos gabinetes e com pequenos comunicados no Ministério dos Negócios Estrangeiros”. “O ministério veio dizer que essa falta foi de alguma maneira coberta, provavelmente com os projectos que tinham sido anunciados já há alguns meses no âmbito dos projectos de investimento prioritário. Mas a verdade é que é preciso mobilizar o país para grandes Foto: António Cotrim/Lusa Por Sandra Afonso A comissão de inquérito ao caso BES vai produzir provas para pedidos de indemnização, acredita a Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM) após a primeira semana de audições no Parlamento. Entrevistado pela Renascença, o presidente da associação, Octávio Viana, faz um balanço positivo das primeiras intervenções e iliba a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em todo este caso, mas não poupa as intervenções públicas que foram feitas por membros do Governo, pelo Presidente da República, Cavaco Silva, e pelo Banco de Portugal. O governador Carlos Costa é, segundo os investidores, um dos maiores responsáveis pelas perdas que sofreram. "Não se substitui uma administração sem causas fortes. Havendo essas causas fortes, há logo aqui uma falha do Banco de Portugal de deixar a anterior gestão a governar o banco mais umas semanas. Não há poderes para exonerar, mas há outro tipo de mecanismos que permitem assegurar que o mercado está avisado para esses riscos e que a própria administração se demita”, argumenta Octávio Viana. 9 Terça-feira, 25-11-2014 O presidente da ATM afirma que “as vendas com base na informação privilegiada” antes da derrocada do BES “prejudicaram muitos investidores”. “O Banco de Portugal podia, pelo menos, ter informado a CMVM e esta teria agido, certamente, com maior celeridade, impedido estas vendas”, conclui Octávio Viana. Os trabalhos da comissão de inquérito ao caso BES retomam esta terça-feira, com a audição do vicegovernador do Banco de Portugal e presidente da comissão directiva do Fundo de Resolução, José Berberan S. Ramalho. Maioria dá "luz verde" a sobretaxa de IRS e descida do IRC Medidas passaram com os votos a favor dos deputados da maioria governamental. Foto: Lusa Os deputados do PSD e CDS aprovaram sozinhos, esta segunda-feira, na especialidade, a manutenção da sobretaxa de IRS e o crédito fiscal, que poderá devolver parte do imposto pago, e também a redução da taxa do IRC para os 21% em 2015. Nas votações na especialidade da proposta de lei do Orçamento do Estado (OE) para 2015, os deputados da maioria governamental votaram a favor do artigo que mantém a sobretaxa em sede de IRS e que introduz um crédito fiscal, fazendo depender da evolução das receitas de IRS e de IVA a devolução total ou parcial em 2016 do montante pago no próximo ano. Todos os outros partidos votaram contra este artigo. Na proposta de OE, o executivo mantém a sobretaxa de 3,5% em sede de IRS aplicada ao montante que exceda salário mínimo nacional e introduz "um crédito fiscal que permitirá desagravar, parcial ou totalmente, a colecta da sobretaxa referente ao ano de 2015". No entanto, este desagravamento está dependente das receitas de IVA e de IRS, uma vez que a fórmula de cálculo do crédito fiscal considera a diferença entre a soma das receitas efectivamente cobradas nestes impostos (e apuradas na síntese de execução orçamental de Dezembro de 2015) e a soma da receita agora estimada para o conjunto do ano. Isto quer também dizer que só em 2016 é que o contribuinte vai saber a sobretaxa paga ao longo do ano foi ou não desagravada. Na votação desta segunda-feira na especialidade, os deputados do PSD e do CDS aprovaram também a redução da taxa nominal do IRC, de 23% para 21%, a aplicar a partir de Janeiro do próximo ano, um tema que incendiou o debate durante a manhã. As bancadas parlamentares do PS, do PCP e do BE votaram contra. Quanto ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), foi aprovada - com os votos a favor do PSD e do CDS, a abstenção do PS e o voto contra do PCP e do BE - a proposta de alteração apresentada pelo PSD e pelo CDS, que remete para as autarquias a decisão de baixar ou não o imposto para as famílias com mais dependentes. O PS tinha apresentado uma proposta que pretendia alterar a cláusula do IMI, "determinando que em cada ano, incluindo em 2014, a liquidação do IMI não possa ultrapassar o do ano anterior, adicionada de 75 euros até ao valor patrimonial tributário apurado na avaliação" do imóvel, segundo explicou o deputado socialista Ramos Preto. A proposta foi chumbada. Ainda nos impostos indirectos, foram também aprovados na especialidade os aumentos do imposto aplicado à cerveja e às bebidas alcoólicas, bem como o alargamento do Imposto sobre o Tabaco (IT) ao rapé, tabaco de mascar, tabaco aquecido e cigarros electrónicos, passando também a tributar charutos e cigarrilhas. Os deputados aprovaram ainda na especialidade a eliminação do aumento do incentivo fiscal, entre os 60% e os 80%, para quem importasse da União Europeia carros usados com mais de seis anos. Este alargamento do incentivo fiscal estava previsto inicialmente na proposta do OE2015, mas os partidos da maioria voltaram atrás na medida, propondo que fosse eliminada do documento. Portugueses estão "menos tolerantes à violência doméstica" O ano ainda não acabou e já há registo de 37 mulheres assassinadas pelos companheiros, ex-companheiros ou familiares. A APAV lança esta terça-feira, Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, uma nova campanha. Por Inês Alberti Em 2013, houve 40 homicídios conjugais, dos quais 30 foram de mulheres, revelou o Relatório Anual da Segurança Interna de 2013. A UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) contabiliza, só este ano, 37 mulheres mortas pelos companheiros, excompanheiros e outros familiares. Esta terça-feira assinala-se o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres e a Associação de Apoio à Vítima (APAV) vai levar a cabo uma acção de sensibilização nas redes sociais. "Escolhemos o 'slogan' 'Basta que me batas uma vez' para recordar às pessoas que a violência 10 Terça-feira, 25-11-2014 doméstica é um crime continuado, mas que basta que sejamos ameaçados uma vez, maltratados uma vez, que nos humilhem uma vez que seja, que é o suficiente para que possamos e devamos fazer a denúncia do crime de violência doméstica", diz à Renascença Daniel Cotrim, da APAV. Denúncias que, por vezes, só são feitas "muitos anos de relação depois". "Existem muitas pessoas que têm medo de sair da relação abusiva pelas consequências que isso pode acarretar", diz. "A mulher vítima de violência doméstica tem receio de abandonar a casa por si e pelos seus filhos e equaciona se vai arranjar emprego ou novas condições de vida." Até Junho as autoridades registaram cerca de 13 mil participações de casos de violência doméstica, avançou o jornal "i" na segunda-feira. São mais 291 queixas de violência doméstico do que no mesmo período do ano passado, segundo um relatório da Direcção-Geral da Administração Interna (DGAI). Para Daniel Cotrim, o aumento do número de queixas é fruto das várias campanhas realizadas nos últimos anos que têm rotulado a violência doméstica como "um crime cada vez mais censurável junto da sociedade". Os cidadãos estão "menos tolerantes à violência doméstica", diz o membro da APAV. A acção de sensibilização "Basta que me batas uma vez" passa pela partilha de fotos ("selfies") no Instagram e no Facebook com a mensagem da campanha e a etiqueta #25novembro. Foco de brucelose em Baião está identificado e controlado Infecção foi provocada pela ingestão de queijo fresco produzido de forma artesanal, de acordo com as autoridades. A Autoridade Local de Saúde de Baião já identificou e controlou a origem dos 13 casos de brucelose detectados naquele concelho do distrito do Porto. "Está identificado e todas as entidades com responsabilidade na área de saúde animal estão a tratar do caso. Está tudo controlado", afirmou Gabriela Saldanha, confirmando que a infecção foi provocada pela ingestão de queijo fresco produzido de forma artesanal. Segundo a autoridade de saúde, o queijo foi vendido, porta a porta, por um particular, entre Maio e Julho. Gabriela Saldanha admite que novos casos possam ser diagnosticados nos próximos dias, porque o período de incubação da doença, provocada por uma bactéria pode durar alguns meses. Se houver sintomas como febre, dores de cabeça, suores ou arrepios, que podem ser confundidos com uma gripe, as pessoas devem recorrer a um médico de família para fazer avaliação clínica e laboratorial, recomendou. Disse também que no concelho de Baião decorre uma sensibilização "no sentido de ser feita uma vigilância da saúde animal e evitar que as pessoas consumam queijos e leite não pasteurizados e comprem produtos certificados". Sobre os 13 casos já identificados, Gabriela Saldanha disse que "todas as situações estão a evoluir favoravelmente", incluindo os quatro doentes internados em dois hospitais do Porto. "Estamos em articulação com os hospitais. Tudo depende das pessoas, mas à partida pensa-se que em breve terão alta", previu. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL Imigrantes contra novos imigrantes O braço de ferro entre Obama e os Republicanos poderá levar a uma crise política grave. Entretanto, o facto de se tratar de um país de imigrantes não o torna mais aberto a novos imigrantes. Por Francisco Sarsfield Cabral Calcula-se existirem perto de 12 milhões de imigrantes ilegais nos EUA, quase sem direitos. O Presidente George W. Bush tentou regularizar a situação de parte deles, mas os congressistas do seu próprio partido, o Republicano, não deixaram passar a medida. Em 2012 o Presidente Obama impediu que fossem deportados alguns milhões de jovens ilegalmente trazidos pelos pais para solo americano. Agora Obama desafia o Congresso e os Republicanos ao ir mais longe, usando os seus poderes executivos, e assim evitar a deportação de 5 milhões de imigrantes ilegais. Alguns destes são crianças e adolescentes que fogem da América Central e entram nos EUA clandestinamente – onde são recebidos com agressiva hostilidade por parte da população. O braço de ferro entre Obama e os Republicanos poderá levar a uma crise política grave. Entretanto, o facto de se tratar de um país de imigrantes não o torna mais aberto a novos imigrantes. Pelo contrário. Também em França muitos portugueses ali imigrados se contam entre os apoiantes de Marine Le Pen na sua luta contra a imigração. 11 Terça-feira, 25-11-2014 EUA. Tumultos voltam a Ferguson após decisão sobre polícia que matou Michael Brown Multidões saíram à rua, atiraram objectos contra a esquadra de polícia. Há prédios e carros incendiados, foram ouvidos tiros e explosões e decorrem pilhagens. a decisão cabia ao Grande Júri. Há americanos que estão de acordo com ela, mas outros estão desiludidos e mesmo zangados. É uma reacção compreensível. Mas junto-me aos pais do Michael, para pedir que aqueles que contestam a decisão o façam de forma pacífica. Peço também às forças de segurança que actuem com cuidado e contenção perante protestos pacíficos”. Entretanto, os advogados do agente da polícia emitiram um comunicado, onde referem que Daren Wilson cumpriu a lei e agradece a todos os que sempre estiveram a seu lado. A família de Brown, do jovem abatido a tiro, expressou desilusão pela decisão tomada, apelando contudo à calma. Michael foi baleado, pelo menos, seis vezes pelo agente Darren Wilson. Já foram realizadas pelo menos três autópsias para tentar determinar o que aconteceu e em que condições ocorreram os disparos. O caso levantou em Agosto onda de indignação na região, especialmente entre a comunidade negra. Os confrontos duraram várias semanas. Magalhães foi um "fracasso" em Matosinhos Foto: Larry W. Smith/EPA Por João Cunha A decisão de não acusar o polícia Darren Wilson, que em Agosto matou o jovem afro-americano Michael Brown, provocou uma nova onda de violência e caos em Ferguson, nos subúrbios de Saint Louis, no estado norte-americano do Missouri. Os protestos, ainda que pacíficos, começaram logo após ter sido conhecida a decisão do grande júri, que alegando falta de fundamentos, não deduziu acusação o agente que atingiu o jovem de 18 anos, no início de Agosto, com seis tiros. A polícia respondeu com gás lacrimogénio para dispersar os manifestantes revoltados com a decisão anunciada esta madrugada pelo procurador do condado de Saint Louis. “Depois do exame exaustivo às provas, o Grande júri deliberou durante dois dias e tomou uma decisão final. Eles determinam que não existe qualquer causa provável que possa levar à acusação do agente Wilson”, comunicou o procurador. Nas ruas da cidade assistiu-se a uma escalada da violência. Multidões saíram à rua, atiraram objectos contra a esquadra de polícia. Há prédios e carros incendiados, foram ouvidos tiros e explosões e decorrem pilhagens. Um polícia ficou ferido esta noite depois de ter sido atingido num braço. Os protestos, entretanto, já alastraram a cidades como Chicago, Seattle, Nova Iorque, Washington e Boston. Apelos à calma Antes dos incidentes desta madrugada, já o Presidente Barack Obama, antevendo eventuais problemas, apelava a uma reacção pacífica: “Temos de aceitar que O computador introduzido no plano tecnológico durante o governo de José Sócrates "raramente foi utilizado nas salas de aula", revela estudo da Universidade Portucalense. Foto: Lusa O computador Magalhães foi um "fracasso" em Matosinhos devido, essencialmente, "à sua fraca integração nas actividades lectivas”, revela um estudo da Universidade Portucalense (UPT). O estudo - "Avaliação do impacto do portátil Magalhães no 1º ciclo do ensino básico do concelho de Matosinhos: factores de (de)motivação no contexto educativo” - envolveu 400 alunos, 181 encarregados de educação e 101 professores do 1º ciclo do ensino básico do concelho de Matosinhos. Concluiu que "não houve um retorno imediato por parte das instituições escolares, que apenas utilizavam esta ferramenta de forma esporádica dentro do 12 Terça-feira, 25-11-2014 contexto de sala de aula". Este computador de baixo custo foi introduzido no plano tecnológico em 2008, durante o mandato de José Sócrates, através do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, o que levou a um investimento superior a 50 milhões de euros. "A primeira grande ilação que podemos retirar é de que o portátil Magalhães serviu mais como um apoio simples e não como um recurso central de inovação pedagógica. Os resultados deste estudo permitem-nos verificar que 89,1% dos professores, 84,5% dos encarregados de educação e 86% dos alunos consideram que nunca ou raramente o computador é utilizado nas salas de aula", referiu, em comunicado o autor do estudo, João Paulo da Silva Miguel. "Os professores precisam de adquirir e desenvolver competências para poderem utilizar o portátil Magalhães", pode ler-se no comunicado enviado pela UPT. "A ideia da distribuição massiva dos Magalhães, com finalidade de democratização do acesso às tecnologias e sua implementação no quotidiano das salas de aula para preparação do cidadão para o futuro, parece estar votada ao fracasso. Existe um longo caminho a percorrer para valorizar o esforço financeiro que foi aplicado e permitir que as tecnologias sejam incluídas de forma transversal nos currículos, surgindo nas escolas do 1º ciclo de uma forma sistemática e planeada, em vez de pontual e espontânea”, defende João Paulo da Silva Miguel. Revisão a submarino português vai custar 5,5 milhões de euros mais IVA Os submarinos Tridente e Arpão, entregues à Armada portuguesa em 2010 e 2011, respectivamente, custaram até agora ao Estado mais de mil milhões de euros. ministro da Defesa, Aguiar-Branco. "Autorizo a aquisição de serviços de manutenção planeada para execução durante a Pequena Revisão com Docagem do Navio da República Portuguesa 'Arpão', a concretizar durante o ano de 2015, através de um procedimento por negociação sem publicação de anúncio de concurso (...) e a atinente realização da despesa, no montante máximo de 5.500.000 euros, sem IVA incluído", estabelece o despacho do ministro, datado de 17 de Novembro. A decisão é justificada por o estaleiro da ThyssenKrupp Marine Systems GmbH (TKMS), na qualidade de construtor dos submarinos da Classe 'Tridente' ser "a única entidade habilitada a realizar, em tempo útil, os trabalhos de manutenção, face à complexa e elevada carga tecnológica, bem como a proceder à aquisição dos sobressalentes e outros meios necessários à sua execução", uma vez que o consórcio germânico "é a única entidade detentora de conhecimento exclusivo em determinadas áreas tecnológicas dos submarinos". A decisão final de aquisição dos submarinos aconteceu em Setembro de 2003, com o Governo, liderado por Durão Barroso e com a pasta da Defesa entregue a Paulo Portas, a optar pela proposta alemã em vez da concorrente francesa. Os submarinos portugueses "Tridente" e "Arpão", começados a construir na Alemanha em 2005 e entregues à Armada portuguesa em 2010 e 2011, respectivamente, custaram até agora ao Estado português mais de mil milhões de euros, com a previsão de 100% de contrapartidas de investimento em Portugal, ainda por cumprir. ALENTEJO Reguengos eleita Cidade Europeia do Vinho Autarca acredita que este pode ser um meio de potenciar "o facto de Portugal não ser apenas Sol e praia, mas claramente um país de vinho e enoturismo”. O submarino Arpão. Foto: DR A revisão ao submarino Arpão, o segundo dos dois aparelhos portugueses comprados à Alemanha, vai custar 5,5 milhões de euros, lê-se esta segunda-feira no "Diário da República", no documento de autorização do Por Rosário Silva Com honra e muito orgulho, é assim que Reguengos de Monsaraz ostenta o título de Cidade Europeia do Vinho para 2015. A decisão foi tomada esta 13 Terça-feira, 25-11-2014 segunda-feira pelo júri reunido na assembleia-geral da Rede Europeia das Cidades do Vinho (RECEVIN) realizada esta segunda-feira em Jerez de La Frontera, Espanha. “Queremos promover os vinhos de Reguengos, mas queremos também promover tudo o que é a cultura e o património juntando, simbolicamente, duas cidades: Évora e Elvas” disse à Renascença, o presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz. Para José Calixto, esta nomeação “pode significar um palco que tem a ver com uma rede de cidades europeias produtoras de vinhos com territórios que têm a sua vida ligada à produção de vinho e ao enoturismo”. Por outro lado, sublinha o autarca, “pode ser, também, o meio de potenciarmos aquilo que já hoje é reconhecido mundialmente, que é o facto de Portugal não ser apenas Sol e praia, mas claramente um país de vinho e enoturismo”. Para 2015, há já um conjunto de actividades inseridas numa programação que quer chegar a todos. “Vamos ter a preocupação durante a programação deste ano que as pessoas possam conhecer o Alentejo em toda a sua plenitude”, garante José Calixto. O concurso Cidade Europeia de Vinho visa distinguir, anualmente, uma cidade símbolo do desenvolvimento vitivinícola europeu, tendo um carácter rotativo entre os diversos países que fazem parte da rede. Segundo a ordem estabelecida, o evento já passou por Portugal (Palmela), Itália (Marsala) e Espanha (Jerez de la Frontera). Além de Reguengos de Monsaraz, existiam, este ano, outras duas candidaturas portuguesas a esta distinção: uma da Bairrada, envolvendo os municípios de Cantanhede, Anadia, Mealhada, Águeda e Oliveira do Bairro, e outra das câmaras de Monção e Melgaço. Azeite e azeitona, uma dupla de sucesso para saborear em Elvas Até ao final do mês, dois dos melhores produtos alentejanos ganham notoriedade nos restaurantes do concelho, em mais uma edição da Semana Gastronómica do Azeite e da Azeitona. Por Rosário Silva A Semana Gastronómica do Azeite e da Azeitona regressa a Elvas, para deliciar os apreciadores destes dois ingredientes que o Alentejo produz em quantidade e, sobretudo, em qualidade. "Temos vários produtores e 52 restaurantes aderentes que, durante oito dias, apresentam as mais variadas receitas com azeite elvense e com a nossa azeitona", diz à Renascença a vereadora da Câmara de Elvas, entidade promotora, Vitória Branco. O cartaz está escrito em português e espanhol. "Os nossos vizinhos espanhóis gostam muito de vir almoçar a Elvas. Temos uma boa gastronomia", diz. Os elvenses também agradecem: "Aproveitam estas ocasiões para provar pratos que nem sempre fazem em casa". São muitos os pratos confeccionados com estes dois ingredientes. Vitória Branco realça um dos mais simples e emblemáticos, a "tipicamente alentejana" açorda (azeite, alho e coentros fazem a magia). "Mas nos nossos pratos alentejanos todos sabemos que o condimento principal é o azeite. Um azeite de qualidade faz com que os sabores sejam realçados traduzindo-se numa melhor qualidade desses pratos. Uma boa açorda acompanhada com umas azeitonas de Elvas é espectacular", garante. A Semana Gastronómica do Azeite e da Azeitona começou no sábado e dura até ao próximo dia 30. RIBEIRO CRISTÓVÃO Decisivo O destino europeu do Sporting e do Benfica pode ficar praticamente decidido nas próximas vinte e quatro horas. Por Ribeiro Cristóvão A Liga dos Campeões regressa hoje com alguns jogos decisivos, situação que se repete um dia depois na conclusão da quinta e penúltima jornada da fase de grupos. Entre estes, temos a participação de duas equipas portuguesas –Sporting e Benfica- cujo destino europeu pode ficar praticamente decidido nas próximas vinte e quatro horas. O Sporting apresenta-se mais cedo defrontando hoje os eslovenos do Maribor no estádio José Alvalade, numa altura em que desfruta da vantagem de um ponto em relação ao seu adversário de logo à noite. Isto, só por si, significa que é fundamental uma vitória dos leões para que assim possam alimentar a esperança de ainda permanecerem por mais tempo na Champions ou, em última análise, manterem-se no comboio europeu, transitando mais tarde para a Liga Europa. Este jogo do Sporting tem ainda uma forte relação com aquele que vai disputar-se em Gelsenkirschen, na Alemanha, entre o Schalke 04 e o Chelsea, ambos integrantes do grupo onde pontifica o vice-campeão português, e cujo resultado pode tornar-se muito influenciador da classificação final. Por tudo isto, espera-se da equipa de Marco Silva um 14 Terça-feira, 25-11-2014 comportamento que lhe permita cimentar a confiança que parece estar a recuperar, ainda que de forma lenta e por vezes até exasperante. MARCO SILVA "Champions é para disputar até ao último minuto" Treinador do Sporting assume discurso confiante, mas admite jogo de "pressão" para os seus jogadores, em busca do apuramento para os oitavos-de-final da Champions. Marco Silva alerta para os perigos do Maribor. eslovenos encerram em si próprios. "O Maribor é um adversário perigoso. Precisamos de ter paciência. Empatou com o Chelsea em casa e só perdeu com o Chelsea fora. Temos de estar conscientes da nossa valia. A concentração tem de ser total", pediu Marco Silva. Confirmações só no onze oficialPaulo Oliveira, Jefferson, Montero. Marco Silva foi questionado sobre a provável titularidade do trio diante do Maribor, mas fechou-se em copas. O treinador deixou assim, em aberto, a presença dos dois defesas e do avançado no figurino inicial. O Sporting-Maribor, da quinta jornada do Grupo G da Champions, arranca às 19h45 desta terça-feira, no Estádio de Alvalade, com arbitragem do escocês Craig Thomson. Jogo com relato na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt. FC PORTO Sem "deslumbramentos". "BATE Borisov é uma boa equipa" Julen Lopetegui focado na vitória e em não facilitar diante dos campeões bielorrussos. Primeiro lugar no Grupo H é o objectivo. Marco Silva não embarca na onda de comentários que rotulam a recepção do Sporting ao Maribor como decisiva para as contas de apuramento dos leões para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, projectando uma corrida pelo objectivo até ao último minuto da fase de grupos. "Acreditamos que temos grandes possibilidades de disputar até ao último minuto a possibilidade de continuarmos na Champions. Se vencermos o Maribor, tudo ficará em aberto para a última jornada", afirmou, o treinador do Sporting, esta segunda-feira, em conferência de imprensa, admitindo, porém, que o grupo que comanda entra pressionado para o jogo com o Maribor. Contudo, a importância de uma vitória para esse objectivo guia os verde e brancos à motivação de triunfar na primeira de duas "finais" rumo à qualificação. Vencendo, o Sporting garante a eventual repescagem para a Liga Europa. Mas o leão tem ambições bem mais elevadas e vai entrar no desafio de Alvalade com confiança e dinâmica de vitória. "Não é amanhã [terça-feira] que irão terminar as contas deste grupo. É um jogo em que só a vitória nos interessa para continuarmos a alimentar a esperança de passar a fase de grupos. A vitória garante o objectivo de apuramento para a Liga Europa mas estamos focados no principal objectivo, que é o apuramento para os oitavos-de-final", prosseguiu. "Não temos de esconder que é um jogo de pressão para nós, mas temos de assumir o jogo e fazer tudo para o vencer", salientou, alertando para os perigos que os O FC Porto não vai desacelerar no ritmo impetuoso que tem adoptado na Liga dos Campeões, prova na qual garantiu já o apuramento para os oitavos-de-final. O orgulho, o prestígio, os "prize-money" mas, sobretudo, o objectivo de terminar a fase de grupos no primeiro lugar da tabela sustentam a motivação dos dragões em vencer o BATE Borisov, na Bielorrússia. Mas do outro lado, porém, o técnico dos dragões espera um adversário apostado em "esgotar" as ténues possibilidades de passagem aos "oitavos". Daí que, mesmo após a goleada aplicada aos campeões bielorrussos, no Dragão (6-0), todo o cuidado seja pouco. "Teremos de ser capazes de superar uma boa equipa. Não nos vamos deslumbrar porque tenho experiência suficiente para saber que não podemos pensar no que se passou no passado. O BATE venceu o Atlético de Bilbau e, na última jornada do campeonato, poupando 15 Terça-feira, 25-11-2014 alguns jogadores, venceu 4-0. Vai querer esgotar as possibilidades de passar aos oitavos-de-final. Há muitos factores que fazem deste um jogo importante para eles, e o mesmo aplica-se a nós", afirmou Julen Lopetegui, em conferência de imprensa, esta segundafeira. Para a hora da partida são esperadas temperaturas a rondar os 8ºC negativos. O treinador dos azuis e brancos constata essa "realidade", mas relativiza-a no que diz respeito ao rendimento dos seus jogadores. "É uma realidade, as temperaturas são o que são. Sabemos as condições que vamos enfrentar. É mais uma dificuldade. No futebol há que saber superar as condições. Creio que a única maneira de fazê-lo é como uma equipa", argumentou. O BATE Borisov-FC Porto arranca às 17h00 desta terçafeira, na Borisov Arena, em Borisov, com arbitragem do romeno Ovidiu Hategan. Jogo com relato na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt. CHELSEA Mourinho quer evitar "jogo decisivo" frente ao Sporting se pudermos evitar um jogo decisivo na Liga dos Campeões seria muito bom para nós", afirmou Mourinho, em conferência. Com oito pontos, o Chelsea lidera o Grupo G. Seguemse Schalke 04 (cinco), Sporting (quatro) e Maribor (três). Na última jornada, os londrinos recebem a equipa portuguesa, em Stamford Bridge. LIGA DOS CAMPEÕES Temperaturas negativas acolhem Benfica em São Petersburgo Viagem da comitiva encarnada até à Rússia durou cinco horas. Terça-feira, há conferência de imprensa e treino de adaptação ao palco do encontro com o Zenit, para a Liga dos Campeões. Vencendo em Gelsenkirchen, o Chelsea apura-se para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. José Mourinho já teve oportunidade de dizer que o Chelsea precisa de concentração máxima para garantir o apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, em virtude do equilíbrio que se tem verificado no Grupo G. Ora, esta segunda-feira, na véspera de um importante desafio frente ao Schalke 04, o técnico português deixou um elogio à qualidade do futebol praticado pelos "blues". Até porque é necessário motivar as "tropas" para uma partida que pode valer, em caso de vitória, uma tranquilizante qualificação. "A equipa está a jogar realmente bem em todos os jogos. Nada é de graça, nada é resultado de apenas sorte. Até nos empates que tivemos estivemos mais perto de vencer do que perder. Estamos a conseguir resultados porque a equipa está a jogar muito bem. Obviamente que será melhor nós se nos qualificarmos amanhã. Temos muitos jogos em Dezembro, por isso A comitiva do Benfica foi brindada com temperaturas negativas, esta segunda-feira, na chegada a São Petersburgo, onde na quarta-feira defronta o Zenit, para a quinta jornada do Grupo C da Liga dos Campeões. Após uma viagem de cerca de cinco horas, os encarnados abandonaram o aeroporto e confrontaram-se com temperaturas abaixo de zero, com cerca de 3ºC negativos nos termómetros. Amanhã, Jorge Jesus e um jogador projectam a partida frente ao Zenit, em conferência de imprensa, a partir das 16h30 locais [menos três horas em Portugal Continental]. Após a conversa com os jornalistas, os campeões nacionais realizam o treino de adaptação ao relvado do Estádio Petrovsky. O Zenit-Benfica arranca às 17h00 [hora de Portugal Continental] de quarta-feira, com arbitragem do italiano Nicola Rizzoli. Jogo com relato na antena da Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt. 16 Terça-feira, 25-11-2014 FÓRMULA 1 Ferrari. Nova época, novo chefe "Guru" do "marketing" contratado para render Marco Mattiacci. Conheça o novo chefe da escuderia de Fórmula 1 italiana. O presidente da Ferrari anunciou, esta segunda-feira, o despedimento do actual chefe da escuderia de Fórmula 1, Marco Mattiacci e a contratação de outro italiano, Maurizio Arrivabene, para liderar a equipa no Mundial de 2015. "Neste momento importante para a escuderia e para a Fórmula 1, precisamos de uma pessoa que compreenda bem não apenas a Ferrari mas também os mecanismos de gestão e os constrangimentos deste desporto", explicou Sergio Marchionne. Mattiacci acabou por ficar no cargo apenas sete meses, durante os quais se confirmou mais uma época de decepção para a histórica construtora transalpina no "circo" da F1. Arrivabene, por seu turno, trabalhava na Philip Morris, parceira de longa data da Ferrari, desde 1997, tendo uma vasta experiência no sector do "marketing" em Itália e no estrangeiro. Em 2007, tornou-se vicepresidente da Marlboro, recebendo o pelouro da comunicação daquela tabaqueira norte-americana em todo o mundo. "Por prazer", Loeb está de volta Piloto francês de 40 anos, nove vezes campeão do mundo de WRC, estará em acção no Rali de Monte Carlo, em finais de Janeiro. Sébastien Loeb anunciou, esta segunda-feira, que irá participar no rali de Monte Carlo, primeira prova do Mundial de WRC de 2015, entre 22 e 25 de Janeiro. O piloto francês de 40 anos, nove vezes campeão do mundo de ralis, adiantou que irá "correr por prazer", ao volante de um Citroen DS3 WRC. "O objectivo será fazer o melhor possível, sabendo que não corro este tipo de provas há um ano e meio. Vou correr por prazer, mas inevitavelmente entrarei com ambições, pois sou um competidor", afirmou. Loeb, recorde-se, retirou-se das pistas no final de 2012, embora ainda tem competido em algumas provas do Mundial de WRC de 2013. Este ano, esteve em acção no conceituado Campeonato de Turismo (WTCC). Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.