www.autoresespiritasclassicos.com TEXTOS INTRODUTÓRIOS LÉON DENIS O ALÉM E A SOBREVIVÊNCIA DO SER EXTRAÍDOS DA OBRA HENRI REGNAULT - A MORTE NÃO EXISTE (Com base nas Obras de Léon Denis) “O Além e a Sobrevivência do Ser” é uma excelente brochura de propaganda, publicada em 1901, após a obra “No Invisível”. Nele, Léon Denis faz uma busca minuciosa das provas experimentais. Nessa obra encontram-se as razões pelas quais Denis se consagrou ao Espiritismo. “Consideramos como um dever, escreveu ele, difundir por toda à parte o conhecimento desses fatos, porque eles lançam uma nova luz, uma luz poderosa sobre nossa verdadeira natureza e sobre nosso futuro. É preciso, enfim, que o homem aprenda a se conhecer melhor, a tomar consciência das energias que nele dormitam. Adaptando-se a lei suprema, deve trabalhar com coragem e perseverança para crescer, engrandecer-se em dignidade em conhecimento, em sabedoria, em moralidade, porque ai reside todo o seu destino.” (44) (44) “O Além e a Sobrevivência do Ser”, Léon Denis, pág. 16. (Edição Francesa) Nesse livro há coisas bem interessantes; ele é muito condensado, muito resumido, mas basta, segundo creio, para conduzir os leitores que ignorem as questões espíritas, dando-lhes noções de que, verdadeiramente, o Espiritismo é uma realidade científica. 1 Nele se encontram, notadamente, algumas provas de aparições de vivos, aparições de mortos, materializações, casas malassombradas; toda a história das correspondências cruzadas, da escrita mediúnica e da escrita direta figura nessa brochura, que também apresenta uma resposta bem resumida para as diversas objeções opostas ao Espiritismo. Léon Denis nos indicará, em suas diferentes obras, como o Espiritismo é consolados; lendo-as, percebe-se que não há uma sequer onde não se encontre como sério motivo este pensamento o Espiritismo é o reconforto dos seres humanos. A esse propósito, ele escreve, ao concluir “O Além e a Sobrevivência do Ser”: “A vós, que percorreis estas páginas, direi, em conclusão: nos momentos difíceis de vossa vida, na hora das provações, quando perdeis um ser amado, ou se vossas esperanças afagadas por muito tempo terminam desmoronadas; quando vossa saúde declina; quando vossa vida acaba lentamente e que vedes aproximar-se a hora final; aquela em que é preciso deixar a Terra; sé, nesses momentos, a incerteza ou a angústia vos constrange o coração, então vos lembrai da voz que hoje vos diz: Sim, existe um Além! Sim, há outras vidas! Nada se perde de nossos sofrimentos, de nossas lutas, de nossas lágrimas. Nenhuma prova é inútil; nenhum labor é desperdiçado e nenhuma dor, sem compensação. Tende confiança em vós mesmos, confiança nas forças interiores ocultas em vós, confiança no futuro sem fim que vos está reservado. Tende a certeza de que há no Universo um Poder soberano e paternal, que tudo dispôs com ordem, justiça, sabedoria e amor. Isso vos inspirará mais segurança na vida, mais coragem nas provações, maior fé em vossos destinos. E marchareis com passo firme na rota infinita que se abre diante de vós.” Leitores incrédulos e também vós que, não conhecendo ainda o Espiritismo, adquiristes meu livro por curiosidade, lede essa brochura; nela encontrareis as provas reais da sobrevivência. Dentre outras, citarei uma: 2 “Em seu livro “A Sobrevivência Humana”, Sir Oliver Lodge refere-se, nesses termos, a um fato que não pode ser explicado por nenhuma das teorias usadas pelos adversários do Espiritismo: “O seguinte texto foi obtido por Stainton Moses, quando estava numa sessão, na biblioteca do Dr. Speer, e conversava, por meio de sua mão que escrevia automaticamente, com diversos supostos interlocutores: Stainton Moses: - Você pode ler? Resposta: - Não, amigo, não posso, mas, Zacarias Gray e Rector podem. Stainton Moses: - Há algum desses Espíritos aqui? Resposta: - Vou logo chamar um deles. Vou mandar... Rector está aqui. S. Moses: - Perguntei se você pode ler. E verdade? Pode ler um livro? Resposta: (A escrita muda) - Sim, amigo, mas com dificuldade. S. Moses: - Quer me escrever a última linha do “Primeiro Livro de Eneida”? Resposta: - Espere: Omnibus errantem terris et fluctibus oestas: (Era isso mesmo). S. Moses: - Está bem, mas é possível que eu já soubesse a frase. Você pode ir à biblioteca e ler o último parágrafo da página 94? Eu não sei qual é o livro e até ignoro o título. Após um curto lapso de tempo, obteve-se a seguinte, pela escrita automática: “Provarei por uma curta narrativa histórica que o Papado é uma novidade que, gradualmente, se elevou e cresceu, após os tempos primitivos do Cristianismo puro, não apenas após a idade apostólica, porém, até após a lamentável união da Igreja e do Estado por Constantino.” (O volume em questão era uma obra bizarra com o titulo Roger's Antipopriestian, an attempt to liberate and purify Christianity from Popery, Politikirkality and Priestrule”. O extrato apresentado era exato, exceto a palavra “narrative”, substituída por “account”. 3 S. Moles: - Como se explica que eu tenha escolhido uma frase tão bem apropriada? Resposta: - Não sei, meu amigo, é o efeito de uma coincidência. A palavra foi trocada por engano. Percebi só depois, mas não quis corrigir. S. Moles: - Como vote lê? Você escreve mais lentamente, por estacadas. Resposta: - Escrevia aquilo de que me lembrava e, em seguida, ia ler mais longe. E preciso fazer um esforço especial para ler. Isso só tem valor para comprovação. Seu amigo tinha razão, ontem à noite; nós podemos ler, mas somente quando as condições são muito boas. Nós vamos ler ainda uma vez, escreveremos e, em seguida, daremos a impressão do livro: Pope é o último grande escritor dessa escola poética, da poesia inteligente, ou melhor, da inteligência mesclada à imaginação. Isso está realmente escrito. Vá apanhar o 11º volume na mesma prateleira. (Apanhei um livro intitulado “Poesia, Romance e Retórica”.) Ele vai abrir para você na página pedida. Apanhe e leia, e reconheça nosso poder e a permissão que Deus, grande e bom, nos dá para lhe mostrar nosso poder sobre a matéria. Glória a ele. Amém. (O livro, aberto na página 145, mostrou que a citação estava perfeitamente certa. Eu nunca havia visto o volume anteriormente; é certo que eu não tinha qualquer idéia acerca do que ele continha. S. Moles.) Esses volumes se encontravam na biblioteca do Dr. Speer.” (45) (45) “O Além e a Sobrevivência do Ser”, Léon Denis, páginas. 62 a 64. (Edição Francesa) No apêndice de “O Além e a Sobrevivência do Ser”, figura um estudo sobre a reencarnação; Léon Denis indica a seus leitores o que acreditava ter sido no curso de suas existências anteriores. De minha parte, tenho estudado muito a reencarnação.(46) Não obstante meus numerosos ensaios de introspecção, não me recordo 4 de nada e jamais logrei encontrar médium que me possa falar sobre minhas existências passadas. Não levo em consideração as revelações fantasiosas do seguinte gênero: (46) “Tu Revivras”, Henri Regnault. Em 1925, eu era candidato ao Conselho Municipal de Paris. Entre o primeiro turno e o escrutínio da segunda votação, recebi uma carta de uma desconhecida, declarando desejar fazer revelações urgentes sobre minhas existências anteriores; muito ocupado na ocasião, carro acontece sempre no momento de um escrutínio de segunda votação, não compareci a esse convite. Talvez evitasse assim os raios do invisível, como já havia acontecido, me recusando a acreditar num médium que me levava, da parte de Deus, o remédio capaz de curar meus ferimentos de guerra! Após as eleições, atendi ao apelo de minha correspondente. “Estou encarregada, disse-me ela, de lhe lembrar que já foi Etienne Marcel, o célebre oficial dos mercadores de Paris.” Se eu tivesse sido candidato a deputado no lugar de concorrer ao Conselho Municipal, essa médium me teria declarado que, outrora, eu animara o corpo do primeiro deputado de Paris. Não levei a sério essa comunicação e me limitei a classificar isso como um caso divertido: os grotescos do Espiritismo. Quando eu preparava meu ensaio sobre as vidas sucessivas (47), eu havia perguntado Léon Denis se ele podia me dar algumas informações inéditas sobre suas existências anteriores; segundo sua resposta, ele escreveu em suas obras tudo o que era possível, o resto era muito íntimo para ser levado à publicidade. (47) Eu havia sido candidato a fim de defender as idéias de solidariedade que decorrem do Espiritismo e havia escolhido um bairro onde as concepções extremistas de ódio e de inveja reinavam desde muito tempo. Graças a uma campanha enérgica, obtive, no primeiro turno, uma grande maioria, mas, no segundo turno, por causa da coalizão dos extremistas, fui derrotado somente por 10 votos. Ele tem, a esse propósito, dado algumas explicações em “O Além e a Sobrevivência do Ser”: “Pelo que me concerne pessoalmente, escreveu ele, pude recolher algumas provas de minhas vidas anteriores. Consistem em 5 revelações que me foram feitas em lugares diferentes, por meio de médiuns que não se conheciam e que nunca tiveram qualquer relacionamento entre si. Essas revelações são concordantes e idênticas. Além disso, pude verificar sua exatidão pela introspecção, isto é, por um estudo analítico e atento de meu caráter e de minha natureza psíquica. Esse exame me fez encontrar, muito acentuados em mim, os dois principais tipos de homens que vivi, no decorrer dos tempos e que dominam todo o meu passado: o monge estudioso e o guerreiro. Poderia acrescentar inúmeras impressões e sensações que me permitem reconhecer, nesta vida, seres já encontrados anteriormente.” (48) (48) “O Além e a Sobrevivência do Set”, Léon Denis, 46° milheiro, pág. 75. (Edição francesa) 6