A REVELAÇÃO DA LESBIANIDADE AOS FAMILIARES Analisa Lorenzi; Claudia Mara Bosetto Cenci; [email protected]; [email protected]; Faculdade Meridional IMED Escola de Psicologia INTRODUÇÃO OBJETIVO Investigar o que muda na dinâmica familiar e conjugal com a revelação da homoafetividade feminina de um membro da família. A lesbianidade é uma temática que está muito em voga nos dias atuais. Tem sido discutida nos meios sociais, na mídia e também tem instigado a curiosidade em fazer estudos a cerca da revelação dessa condição aos familiares. No entanto, o que ocorre quando um membro feminino da família decide revelar aos familiares sua orientação sexual? A revelação da condição lésbica é uma questão delicada e que merece atenção, essa temática é pouco explorada no campo da psicologia, por isso o interesse em pesquisar a respeito. A psicologia por muito tempo ficou aprisionada apenas nas questões da constituição da homossexualidade e deixou de lado a importância de se pesquisar e refletir em como a revelação é algo significativo na família. Acredita-se que a família é entidade fundamental na constituição do sujeito seja ele heterossexual ou homoafetivo. Para alguns a aceitação da família pode ser fundamental, para outros a alternativa mais adequada é a não revelação. Buscar entender esse processo no campo da psicologia é muito válido tendo em vista que a liberdade é direito de todo ser humano. Ao longo da vida o ser humano busca incansavelmente o desejo de ser reconhecido e aceito pela sociedade, assim também com aqueles que buscam por parceiros do mesmo sexo. Segundo Mello; Grossi; Uziel, (2006) estudar e trazer a tona pesquisas sobre a lesbianidade é muito relevante, pois permite aprofundar em um tema que ainda é pouco pesquisado. Permite também seguir em uma linha de entendimento que perpassa por alguns questionamentos, como por exemplo, direito a constituição familiar e conjugal não se deve apenas para as pessoas que se intitulam como heteroxessuais, mas também para as lésbicas. Permite uma reflexão do ser “livre” e o do fazer-se “justiça”. METODOLOGIA A perspectiva metodológica da pesquisa é qualitativa e, estão sendo realizadas entrevistas semiestruturadas com seis lésbicas que já revelaram aos seus familiares sua orientação sexual. Os dados das entrevistas serão analisados a partir da análise do conteúdo proposta por Bauer (2002). Resultados e Análise dos resultados Os dados parciais analisados até o momento demonstram que a revelação da lesbianidade na maioria dos casos não acarretou em mudanças na dinâmica familiar. Em algumas histórias apareceu que depois da revelação os pais se aproximaram mais das filhas, se tornaram mais afetivos. As meninas referem que a decisão de contar, por mais que tenha demorado foi muito boa, elas esperam mudanças negativas e foi ao contrário. Em apenas um caso, houve rejeição da família. A maior preocupação dos pais não gira em torno da família, eles tem medo do que possa acontecer com elas por conta da exposição na sociedade. Muito trabalho se tem pela frente, até o presente momento, constatou-se que a melhor estratégia é a revelação, que embora demore para ser feita, ela é a mais adequada. REFERÊNCIAS BAUER, Martin W. Análise do conteúdo clássica: uma revisão. IN: BAUER, Martin W., GASKELL George (Ed.) Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som: manual prático. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. C GROSSI, Miriam P. MELLO, Luiz. UZIEL, Ana P. Conjugalidades e Parentalidades de Gays, Lésbicas e Transgêneros no Brasil. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 14 (2): 248, maio-agosto, 2006.