13 INTRODUÇÃO O PCP - Planejamento e Controle da Produção ou Planeamento e Controle da Produção é o setor da organização que admite a sequência dos procedimentos produtivos fabris. O PCP controla a atividade de determinar sobre a melhor maneira de aplicação dos recursos de produção, garantindo, portanto, o cumprimento do que foi previsto na quantidade e no tempo certo e com os recursos corretos e apropriados. Assim sendo, o PCP trata de informações de diferentes áreas, transforma-os em dados, acompanha a produção para que o produto possa ser entregue no prazo estipulado e na quantidade solicitada. O controle da produção é a função da administração que planeja, dirige e controla o suprimento de materiais e as atividades de processo de uma empresa, de modo que produtos específicos sejam produzidos por métodos específicos para atender um programa de vendas aprovado, sendo essas atividades realizadas de tal maneira que a mão de obra, os equipamentos e o capital disponíveis sejam empregados com o máximo aproveitamento. Entretanto, cabe ao PCP administrar os recursos disponíveis da empresa e aplicando de forma mais apropriada e econômica possível, porém, deve se atentar a estes requisitos: O que produzir? Quanto produzir? Onde produzir? Como produzir? Quando produzir? Com o que produzir? Com quem produzir? O propósito fundamental do Planejamento e Controle da Produção (PCP) é garantir que a produção elabore seus produtos e/ou serviços de forma hábil e eficiente, cumprindo a prazo às exigências e demanda dos clientes. Para isso é necessário que os recursos produtivos estejam disponíveis na quantidade necessária, no momento adequado e dentro dos parâmetros de qualidade especificados. No entanto, as atividades do PCP para alcançar a excelência dos seus objetivos são desempenhadas em três níveis hierárquicos de planejamento e controle das funções produtivas de um sistema de produção. Esses níveis são: Estratégico, Tático e Operacional. No nível estratégico, consiste em estabelecer um Plano de Produção para determinado período, de longo prazo, conforme as estimativas de vendas e a disponibilidade de recursos sejam financeiros ou 14 materiais. No nível tático, consiste em estabelecer os planos de médio prazo, aonde o PCP desenvolve o Plano-mestre de Produção (PMP) de produtos finais, conforme as previsões de vendas ou pedidos já confirmados de médio prazo, período a período, a partir do Plano de Produção, para que, com base no estabelecimento do PMP, o setor produtivo assuma compromissos de fabricação e montagem dos bens e serviços. No nível operacional, onde são preparados os programas de curto prazo de produção e o PCP prepara a programação da produção, realiza o acompanhamento, administra os estoques, sequenciando, emitindo e liberando as ordens de compras de materiais, fabricação e montagem. Entretanto, a manufatura já existia desde os tempos mais remotos, aonde consistia num processo usado unicamente pelas mãos e num sistema de fabricação em grande quantidade, de forma padronizada e em série. Porém, a industrialização ganhou força a partir do século XVIII estimulada pela Revolução Industrial, com o surgimento da máquina a vapor e as fábricas. A produção e aplicação de conhecimentos administrativos passaram a ser influenciados por uma nova personagem social: a empresa industrial. Nesse contexto, surgem estudiosos com aplicação de suas teorias, como por exemplo, o norte americano Frederick Winslow Taylor, com a teoria da Administração Científica, com foco na eficiência e eficácia e controles mecanicistas e inflexíveis elevando o desempenho das indústrias. O norte americano Henry Ford, fundador da Ford Motor Company e o primeiro empresário a aplicar a montagem em série de forma a produzir em massa automóveis em menos tempo e a um menor custo. E o francês Henry Fayol, fundador da teoria clássica da administração, contribuindo para o desenvolvimento administrativo moderno e a identificação das principais funções da administração que são: Planejamento, Organização, Comando, Coordenação e Controle (POCCC). A administração da produção, entretanto, consiste num sistema de informação para apoio à tomada de decisões táticas e operacionais, referente o que produzir, quanto produzir, quando produzir e com que recursos produzir para alcançar os desígnios estratégicos da empresa. Assim sendo, para alcançar a sua finalidade, os sistemas de produção exercem uma cadeia de funções operacionais, realizadas por pessoas de diversos níveis hierárquicos, que de forma geral, essas funções podem ser agrupadas em três funções básicas: Finanças, Produção e Marketing. Deste modo, sistema é um conjunto de partes ou elementos que interagem e funcionam no qual forma um todo unitário ou complexo, ou seja, 15 mantém relação ou interação das partes, portanto, pode ser representado interdependentemente em três partes: entradas (inputs), processo e saídas (outputs). Em resumo, a fábrica industrializa (modifica) as entradas como matériasprimas com auxílio de área funcional, transformando-os em produtos - as saídas. A problemática, no entanto, afrontada pelo PCP - Planejamento e Controle da Produção é não ser encarado pelos outros setores da empresa como departamento de apoio e suporte à tomada de decisão o qual está inserida, pois compete ao PCP decidir quanto, quando e como movimentar os produtos e, igualmente, onde comprá-los. Assim sendo, o PCP não trata de exclusivamente aplicar técnicas e gerar planos de produção para ao departamento funcional fabril da organização, deve ser visto muito mais que isso, pois o não cumprimento ou atraso dos planos produtivos ou subsídios imperfeitos originário da área laboral operacional acarretará enormes problemas à empresa, como por exemplo, atrasos na produção e consequentemente nas entregas, gerando prováveis devoluções e descontentamentos dos clientes, retrabalhos que muitas vezes serão até inutilizados e principalmente elevação dos custos funcionais desnecessários em toda uma cadeia. A resposta para isso, todavia, é que o PCP é responsável pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos de forma a atender da melhor forma possível aos planos estabelecidos em níveis estratégico, tático e operacional. Porém, uma eficiente gestão deve, portanto, coordenar essas decisões de programação com outras operações da empresa, principalmente com a produção. Justifica-se que o PCP - Planejamento e Controle da Produção é uma área de vital importância para uma organização, pois cabe desenvolver um conjunto de diretrizes para as decisões relativas ao sistema produtivo e manutenção dos materiais de uma empresa, se torna imprescindível para uma eficaz utilização e aplicação de recursos financeiros escassos, melhor fluidez na produção e acréscimo da segurança da área produtiva para alcançar metas através dessa ferramenta utilizada como subsídio à tomada de decisão, melhorando o seu sistema de planejamento e controle da produção e inovando os métodos gerenciais. Quanto à metodologia utilizada neste trabalho de curso, quanto às fontes de dados, teve-se um embasamento teórico, com fundamento no levantamento bibliográfico, cuja finalidade é promover o avanço do conhecimento, por meio da análise e reconstrução de teorias e realidades com respostas aos 16 problemas proferidos, conforme os métodos científicos, processos e técnicas aplicados. Segundo Metring (2009, p. 61) que a pesquisa teórica “Não tem como característica a intervenção na realidade, mas a criação de condições para que esta intervenção possa acontecer”. Conforme o autor, não se trata da elaboração de uma nova tese, mas sim de uma releitura e reconstrução de uma realidade ou teoria já discutida anteriormente. Com referência à abordagem metodológica, a pesquisa teve-se um embasamento qualitativo, cujo escopo é compreender que a pesquisa qualitativa visa interpretar de forma detalhada aspectos e as complexidades sobre o tema abordado. De acordo com Menga (apud Lakatos; Marconi, 2010, p. 269) o estudo qualitativo “é o que se desenvolve numa situação natural; é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada”. Corroborando com Morin e Le Moigne (2000, p. 147-148), caso não se possa “verificar pela experiência, verifica-se pela multiplicação das observações. A ciência é a aventura da razão humana que tenta dialogar com os dados e os fatos”. Para Triviños (1995, p. 37) afirma que o estudo científico inicia-se com um tipo especial de classificação, tendo em vista dois fatores: o estado de conhecimento do tema sob investigação e o enfoque que o pesquisador pretende dar ao estudo. No entanto, o trabalho de curso está estruturado em quatro capítulos: No primeiro capítulo a historia e evolução da produção após a Revolução Industrial, que marcou dois acontecimentos importantes: o aparecimento das fábricas e o invento da máquina a vapor utilizada no processo de produção provocando um salto na industrialização. Nesse contexto, surgem estudiosos com aplicação de suas teorias e práticas, se destacando Frederick Winslow Taylor com a teoria da Administração Científica mecanicista e inflexível. Henry Ford, associado à linha de montagem móvel e da produção em massa. E Henry Fayol, contribuindo com as cinco funções da administração: planejamento, organização, comando, coordenação e controle (POCCC). No segundo capítulo apresenta os sistemas de administração da produção que trabalha com a previsão, planejamento, organização, coordenação e controle. Em resumo, a administração da produção transforma matérias-primas em produtos acabados envolvidas com as funções de Finanças, Produção e Marketing. 17 Assim sendo, a produção refere-se ao uso de recursos para modificar o estado de qualquer coisa para produzir outputs, ou seja, o processo de fabricação abrange alguns recursos de input usado para modificar alguma coisa ou para ser transformado em outputs de bens e serviços. No terceiro capítulo explica o que é PCP - Planejamento e Controle da Produção, como sendo a função da administração que planeja, dirige e controla o suprimento de materiais e as atividades de processo, para que os produtos sejam fabricados por procedimentos específicos para atender um plano produtivo de vendas, empregando de forma eficiente e com o maior aproveitamento a mão de obra, o maquinário e os recursos disponíveis. Em síntese, o PCP é um departamento de tomar decisões com a finalidade de manter um sistema produtivo na direção de um objetivo, com base em informações para manter o padrão de qualidade e controle da avaliação do desempenho de todas as atividades. No quarto capítulo conclui o PCP como um departamento de planejamento em nível estratégico, tático e operacional. No nível estratégico são definidas como políticas de longo prazo, gerando um plano de produção. No nível tático são estabelecidos os planos de médio prazo para a produção, onde o PCP desenvolve o planejamento-mestre da produção, obtendo o plano-mestre de produção (PMP). No nível operacional, são preparados os programas de curto prazo de produção realizando e executando o acompanhamento e controle da produção. Por fim, são expostas as considerações finais, as referências bibliográficas embasadas para dar credibilidade, do qual o autor analisou e pesquisou para confirmar o assunto exposto e contundência dos fatos, um glossário com explicação de determinados pontos técnicos do planejamento e controle da produção com intuito de complementar e concluir a pesquisa científica. A realização da pesquisa a respeito do assunto acometido é ratificar aos gestores que o Planejamento e Controle da Produção (PCP) uma vez inserida de forma eficiente numa organização, com visão e comprometimento de todos da empresa como sendo uma área de apoio, suporte à produção como subsídio à administração da empresa, facilitando e solidificando as informações para uma eficaz tomada de decisão, consequentemente maior rentabilidade organizacional. 18 1 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO PÓS-REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 1.1 Antes da Revolução Industrial Segundo Martin (2011) antes da Revolução Industrial era utilizada a manufatura, que consistia num sistema de produção de grande quantidade de produtos de forma unificada e em série. Neste procedimento de fabricação eram usadas somente as mãos ou com a utilização de máquinas como passou a ocorrer após a Revolução Industrial. Ainda que a expressão manufatura surgisse relacionada ao trabalho operacional manual, hoje em dia se usa esta expressão "produto manufaturado" para se mencionar ao bem fabricado de forma industrial, ou seja, com o uso de máquinas. 1.2 Revolução Industrial De acordo com Maximiano (2006) no século XVIII, as tendências que o mercantilismo havia iniciado foram impulsionadas pela Revolução Industrial, que foi marco de dois eventos: o surgimento das fábricas e a invenção da máquina a vapor. Gomes (2005) diz que o aproveitamento da máquina a vapor no processo de fabricação provocou um enorme surto de industrialização, que se estendeu rapidamente em toda a Europa e Estados Unidos da América. 1.2.1 Fases da Revolução Industrial Assim sendo, Gomes (2005) define que a Revolução Industrial se desenvolveu em duas fases distintas: 19 A primeira fase de 1780 a 1860. Surge apenas na Inglaterra, é a revolução do carvão, como principal fonte de energia, e do ferro, como principal matéria-prima. A segunda fase de 1860 a 1914. A Revolução espalha-se por Europa, América e Ásia: Bélgica, França, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão, Rússia. É a revolução da eletricidade e derivados do petróleo, como as novas fontes de energia, e do aço, como a nova matériaprima. O transporte também se revoluciona, com a invenção da locomotiva e do barco a vapor. Maximiano (2006) diz que as condições de trabalho nas fábricas dessa época eram rudes. Os trabalhadores ficavam totalmente à disposição do industrial e capitalista. Não podiam reclamar dos salários, horários de trabalho, barulho e sujeira nas fábricas e em suas casas, aonde as crianças eram obrigadas a trabalhar 14 (catorze) horas por dia e nesse contexto, surgem os sindicatos. A partir do século XX, surgem estudiosos como o engenheiro norte americano Frederick Winslow Taylor (1856-1915), apresentando os princípios da Administração Cientifica, o empreendedor norte americano Henry Ford (1863-1947) contribuindo com a produção em massa e o engenheiro francês Henry Fayol (18411925), fundador da Teoria Clássica da Administração. 1.3 Frederick Winslow Taylor (1856-1915) De acordo com Maximiano (2006) o engenheiro norte americano Frederick Winslow Taylor (1856-1915) foi o criador e mais destacado do movimento da Administração Científica. Entre 1874-1878 Taylor trabalhou numa empresa fabricante de bombas hidráulicas, aonde observou o que considerava uma má administração, "corpo mole" dos funcionários e relações de má qualidade entre os funcionários e os gerentes. Conforme suas observações e experiências, Taylor começou desenvolver seu sistema de administração de tarefas, mais tarde conhecido como taylorismo e finalmente administração científica. 20 O movimento da Administração Científica desenvolveu-se em três momentos, conforme figura abaixo: Primeira Fase Ataque ao "problema dos salários". Estudo sistemático do tempo. Definição de tempos-padrão. Segunda Fase Ampliação de escopo, da tarefa para a administração. Definição de princípios de administração do trabalho Sistema de administração de tarefas. Terceira Fase Consolidação dos princípios. Proposição de divisão de autoridade e responsabilidade dentro da empresa. Distinção entre técnicas e princípios. Figura 1 – Três Momentos da Administração Científica Fonte: Maximiano (2006, p. 39) 1.3.1 Primeira Fase da Administração Científica (1895) De acordo com Maximiano (2006) o problema do qual a sociedade se ocupou foi o problema dos salários, estudo do tempo, definição de tempos-padrão, administração das tarefas. Os trabalhadores acreditavam que seu esforço, beneficiava somente o seu patrão, com isso eles não se empenhavam no trabalho; a forma de pagamento fazia com que eles acreditassem nisso. Esse sistema foi à base para o começo da administração de tarefas, foi com ele que começaram a selecionar trabalhadores, dando pagamentos de incentivo. Com a seleção de trabalhadores, estes eram postos nos setores adequados com os seus perfis; com isso permitia que a administração controlasse a produção, dispondo do trabalho padronizado, que era essencial para a eficiência. 21 1.3.2 Segunda Fase da Administração Científica (1903) De acordo com Maximiano (2006) Taylor apresenta o estudo Shop Management (Administração de operações fabris) ao trabalhador para aprimoramento dos métodos de trabalho, que propôs: seleção e treinamento de pessoal; salários altos e custos baixos de produção; identificação da melhor maneira de executar tarefas e cooperação entre administração e trabalhadores, conforme ilustrada figura abaixo: Princípios da Administração Científica Seleção e treinamento de pessoal Salários altos e custos baixos de produção Identificação da melhor maneira de executar tarefas Cooperação entre administração e trabalhadores Figura 2 – Princípios da Administração Científica Fonte: Maximiano (2006, p. 40) 1.3.3 Terceira Fase da Administração Científica (1911) Assim sendo, Maximiano (2006) diz que Taylor nesta fase resume a finalidade da administração científica que é desenvolver uma ciência para substituir o velho método empírico; selecionar, treinar, instruir e desenvolver o trabalhador, já que no passado eles escolhiam o próprio trabalho; cooperar com os trabalhadores garantindo que o trabalho seja feito de acordo com os princípios da ciência desenvolvida. No passado, quase todo o trabalho e a maior parte da responsabilidade recaíam sobre a mão de obra, onde nesta nova fase havia uma 22 divisão quase igual de trabalho e de responsabilidade a administração tem que estar mais bem preparada que o trabalhador, para não haver erro novamente. Taylor também acreditava no incentivo do trabalhador individual que significa ganho material, e estímulo pessoal. Nesta última fase a principal mudança foi à criação de um departamento de planejamento. Entretanto, Taylor tinha visão de controle inflexível e mecanicista, contudo, aumentou extraordinariamente a atuação das indústrias em que operou, porém, ao mesmo tempo provocou demissões e insatisfação para os subordinados. 1.4 Henry Ford (1863-1947) Para Maximiano (2006) o empreendedor norte americano Henry Ford (1863-1947) está associado à linha de montagem móvel, sendo responsável em elevar ao mais alto grau dos dois princípios da produção em massa, que é fabricação de produtos não diferenciados em grande quantidade: peças padronizadas e trabalhador especializado. A produção em massa faz uso de capital, ou seja, emprega um alto número de máquinas em relação ao número de trabalhadores, o produto é divido em partes e o processo de fabricação é divido em etapas. Cada etapa do processo produtivo corresponde à montagem de uma parte do produto e cada pessoa ou cada grupo de pessoas tem uma tarefa fixa dentro de uma etapa de um processo predefinido. 1.5 Henry Fayol (1841-1925) Segundo Maximiano (2006) o personagem mais importante que sistematizou e divulgou essas ideias foi o engenheiro francês Henry Fayol (18411925) um dos integrantes da Escola Clássica da Administração contribuindo para o desenvolvimento das empresas. Para Fayol, a administração é função distinta das demais funções da empresa, como finanças produção e distribuição. A 23 administração compreende cinco funções básicas: Planejamento, Organização, Comando, Coordenação e Controle (POCCC). 1.5.1 A Função Administrativa Conforme Maximiano (2006) Fayol criou e divulgou sua própria teoria da administração, a qual divide a empresa em seis atividades ou funções distintas, conforme figura abaixo: Função Comercial Função Financeira Planejamento Organização Função de Administração Comando Empresa Função de Segurança Função de Contabilidade Coordenação Controle Função Técnica Figura 3 – Funções da Empresa, segundo Fayol Fonte: Maximiano (2006, p. 50) 1. Técnica (produção, manufatura). 2. Comercial (compra, venda, troca). 3. Financeira (procura e utilização de capital). 4. Segurança (proteção da propriedade e das pessoas). 5. Contabilidade (registro de estoques, balanço, custos, estatísticas). 6. Administração (planejamento, organização, comando, coordenação e controle). 24 1.5.2 Conceitos de Administração De acordo com Chiavenato (2000), para Henry Fayol as funções administrativas envolvem os elementos da administração, isto é, as funções do administrador, conforme delineada abaixo: Planejar (prever): Visualizar o futuro e traçar o programa de ação. Organizar: Constituir o duplo organismo material e social da empresa. Comandar: Dirigir e orientar o pessoal. Coordenar: Ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos. Controlar: Verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas. “ seus colaboradores necessitam de ordens para saber o que fazer, suas ações precisam de coordenação e suas tarefas precisam de um controle gerencial. Esse é o papel dos gerentes na visão de Fayol. O trabalho do dirigente consiste em tomar decisões, estabelecer metas, definir diretrizes e atribuir responsabilidades aos integrantes da organização, de modo que as atividades de planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar estejam numa sequência lógica[...]” ( MAXIMIANO , 2006, p.51). Por fim, Maximiano (2006) diz que com referência a distinção entre a função administrativa e as atividades operacionais, Fayol ajudou a tornar mais nítido particularmente o papel dos executivos, ou seja, os administradores de nível mais alto na hierarquia da organização. A produção e aplicação de conhecimentos administrativos passaram a ser influenciados por uma nova personagem social: a empresa industrial. Martin (2011) diz que de 1900 até hoje surgem conglomerados industriais e multinacionais. A produção se automatiza; surge a produção em série; e explode a sociedade de consumo de massas, com a expansão dos meios de comunicação. Avança a indústria química e eletrônica, a engenharia genética e a robótica. 25 2 SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 2.1 Sistema de Informação De acordo com Corrêa; Gianesi; Caon (1999) genericamente chamado de sistemas de administração da produção os sistemas de informação para apoio à tomada de decisões, táticas e operacionais, referentes às seguintes questões logísticas básicas, para que sejam atingidos os objetivos estratégicos da organização, conforme quadro abaixo: O que produzir e comprar? Quanto produzir e comprar? Quando produzir e comprar? Com que recursos produzir? Quadro 1 – Questões Logísticas Básicas Fonte: Corrêa; Gianesi; Caon (1999, p. 17) 2.2 Administração da Produção De acordo com Marques (2010) a administração da produção é uma área da administração que trabalha com a previsão, planejamento, organização, coordenação e controle, mas a função principal dessa área é desenvolver o sistema produtivo da organização. A administração da produção transforma matérias-primas em produtos acabados, tendo como controle, análise de custo, análise de tempo, análise de pessoal, análise de qualidade. Corroborando com Tubino (2000) para atingir seus objetivos, os sistemas produtivos devem exercer uma série de funções operacionais, desempenhadas por pessoas que vão desde o projeto de produtos, controle de 26 estoques, distribuição dos produtos, etc. De forma geral, essas funções podem ser agrupadas em três funções básicas: Finanças, Produção e Marketing. 2.3 A Função da Produção Corroborando com Lima Júnior (1999, p. 394) a função produção representa a quantidade máxima de produto que se pode obter para uma dada combinação de fatores. “A função produção é central para a organização porque produz os bens e serviços que são a razão de sua existência, mas não é a única nem, necessariamente a mais importante. Todas as organizações possuem outras funções com suas responsabilidades específicas. Embora essas funções tenham sua parte a executar nas atividades da organização, são (ou devem ser) ligadas com a função produção, por objetivos organizacionais comuns[...]” ( SLACK et al, 1997, p.34) Para Marques (2010) a função produção produz bens e serviços, mas não é única e necessariamente, pois necessita de apoio para conseguir o êxito desejado. 2.3.1 Funções do Sistema e Produção As funções que colaboram diretamente com a produção são: A função de marketing; A função contábil-financeira; A função de recursos humanos; A função de compras; A função engenharia/suporte técnico. Segundo Tubino (2000) o sucesso de um sistema produtivo depende da forma como essas três funções se relacionam, Por exemplo, Marketing não pode promover a venda de bens ou serviços que a Produção não consiga executar, ou ainda, a Produção não pode ampliar sua capacidade produtiva sem o aval de Finanças para comprar equipamentos. Convencionalmente, as funções 27 desempenhadas dentro de um sistema produtivo limitam-se à esfera imediata de sua autoridade, conforme demonstra figura abaixo: Sistema de Produção Finanças Produção Marketing Figura 4 – Funções Básicas de um Sistema de Produção Fonte: Tubino (2000, p. 17) Ainda com Tubino (2000) as empresas sabem que as barreiras funcionais devem ser quebradas, o compartilhamento de informações nas tomadas de decisões é fundamental para o eficiente desempenho de todo o sistema. Assim, a estrutura funcional deve ceder espaço a uma estrutura operacional multilateral e aberta, como mostra a figura abaixo: Marketing Finanças Produção Figura 5 – Estrutura Operacional Fonte: Tubino (2000, p. 18) 2.3.2 Importância Estratégica do Sistema de Administração da Produção 28 Corrêa; Gianesi; Caon (1999) diz que os sistemas de administração da produção, para cumprirem seu papel de suporte ao atingimento dos objetivos estratégicos da organização, devem ser capazes de apoiar o tomador de decisões a: Planejar as necessidades futuras de capacidade produtiva da empresa; Planejar os materiais comprados; Planejar os níveis adequados de estoques de matérias-primas, semiacabados e produtos finais, nos pontos certos; Programar atividades de produção para garantir que os recursos produtivos envolvidos estejam sendo utilizados, em cada momento, nas coisas certas e prioritárias; Ser capaz de saber e informar corretamente a respeito da situação corrente dos recursos (pessoas, equipamentos, instalações, materiais) e das ordens (de compra e produção); Ser capaz de prometer os menores prazos possíveis aos clientes e depois fazer cumpri-los; Ser capaz de reagir eficazmente. 2.3.3 Produção A função produção consiste em todas as atividades diretamente estão relacionadas com a produção de bens ou serviços, como as operações de fabricação e montagens de bens e também as atividades de armazenagem, movimentação, entretenimento, aluguel, etc., quando estão voltadas para a área de serviços, conforme quadro abaixo, que apresenta alguns exemplos de operações produtivas e em quais sistemas produtivos elas ocorrem. 29 Tipos de Operações Sistemas Produtivos Produção de bens Manufaturas, construção civil, estaleiros, minerações Movimentação e armazenagem Correio, hotelaria, transportadora, aerolinhas Entretenimento e comunicação Estação de TV, rádio, clubes, jornais, telecomunicações Aluguel, permuta e empréstimos Banco, operadora de leasing, seguradoras, locadoras Quadro 2 – Exemplo de Operações Produtivas Fonte: Tubino (2000, p. 19) Entretanto, afirma Tubino (2000) que a função produção é o centro dos sistemas produtivos, sendo responsável por gerar bens ou serviços comercializados pela empresa. A função produção transforma insumos em bens ou serviços por meio de um ou mais processos de organizados de conversão, demonstrados conforme figura abaixo: INSUMOS CONVERSÃO SAÍDAS Capital Trabalho Materiais Cortar Alugar Transportar Bens Serviços Figura 6 – A Função da Produção Fonte: Tubino (2000, p. 19) A essência da função de produção consiste e adicionar valor aos bens ou serviços durante o processo de transformação. 2.4 Estrutura dos Sistemas De acordo Slack et al. (1997), qualquer operação produz bens ou serviços, ou um misto dos dois, e faz isso por um processo de transformação. Por transformação refere-se ao uso de recursos para mudar o estado ou condição de algo para produzir outputs. Em síntese, a produção envolve um conjunto de recursos 30 de input usado para transformar algo ou para ser transformado em outputs de bens e serviços, demonstrados conforme figura abaixo: Recursos transformados input Materiais Informações Consumidores Ambiente Ambiente PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO Input Instalações Pessoa Output Bens e Serviços Ambiente Ambiente Recursos de transformação input Figura 7 – Modelo de Transformação Fonte: Slack et al. (1997, p. 36) 2.4.1 Entradas (Inputs) De acordo com Maximiano (2006) as entradas (inputs) compreendem os elementos ou recursos físicos e abstratos de que o sistema é feito, incluindo todas as influências e recursos recebidos do meio ambiente. 2.4.2 Processos de Fabricação (Transformação) Conforme Moreira (2000), o processo de conversão, em manufatura, modifica o formato das matérias-primas ou transforma a composição e a forma dos recursos. Em serviços, não há propriamente transformação: o serviço é criado. Maximiano (2006, p. 219) diz que o processo transforma os elementos de entrada em resultados, sendo utilizados para esse fim, pessoas, recursos (financeiros ou materiais) e informação. 31 2.4.3 Saídas (Outputs) Por fim, Maximiano (2006) diz que as saídas (outputs) são os resultados do sistema, os objetivos que o sistema pretende atingir ou efetivamente atinge. Para uma empresa, considerada como sistema, as saídas compreendem os produtos e serviços para os clientes ou usuários, os salários e os impostos que paga, o lucro de seus acionistas, o aumento das qualificações de sua mão de obra e outros efeitos. Em resumo, as saídas (outputs) são os produtos ou serviços de uma organização. Por fim, conforme quadro abaixo será demonstrado esse procedimento de entradas de insumos (inputs), processos (conversões) e saídas (outputs). Insumos (inputs) Processo (Conversão) Saídas (outputs) Fábrica de eletrodomésticos Matérias-primas Conformação Liquidificadores Componentes Montagem Batedeiras Equipamentos Inspeção Torradeiras Instalações/Mão de obra Armazenagem/Expedição Multiprocessadores Transportadora de bens e valores Carros fortes Coleta de bens e valores Transporte de bens e Combustíveis Transporte dos bens valores Rastreadores Guarda dos bens Segurança dos bens Transportadora de bens e valores Instalações Recepção Equipamentos Exame Médicos, Enfermeiros Terapia Medicamentos Medicação Laboratórios Cirurgia Quadro 3 – Exemplos de Entradas, Conversões e Saídas Fonte: Tubino (2000, p. 20) Pacientes curados 32 3 PCP: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO 3.1 O que é PCP? De acordo com Zacarelli (1987) PCP é o Planejamento e Controle de Produção, ou seja, o departamento que permite a continuidade dos processos produtivos na indústria. Controla a atividade de decidir sobre o melhor emprego dos recursos de produção, assegurando, assim, a execução do que foi previsto no tempo e quantidade certa e com os recursos corretos. Deste modo, o PCP trata dados de diversas áreas, transforma-os em informações, suporta a produção para que o produto seja entregue na data e quantidade solicitada. Continuando com Zacarelli (1987), o controle da produção é a função da administração que planeja, dirige e controla o suprimento de materiais e as atividades de processo de uma empresa, de modo que produtos específicos sejam produzidos por métodos específicos para atender um programa de vendas aprovado, sendo essas atividades realizadas de tal maneira que a mão de obra, os equipamentos e o capital disponíveis sejam empregados com o máximo aproveitamento. 3.1.1 A Finalidade do PCP A finalidade do Planejamento e Controle da Produção (PCP), segundo Almeida (200), é garantir que a produção conceba seus produtos e/ou serviços de forma eficiente e eficaz, atendendo às exigências dos consumidores. Para isso é necessário que os recursos produtivos estejam disponíveis na quantidade necessária, no momento adequado e dentro dos parâmetros de qualidade especificados. Conforme Tubino (2000) em um sistema produtivo, ao serem definidas suas metas estratégicas, faz-se necessário reformular planos para atingilas, administrar os recursos humanos sobre os físicos e acompanhar esta ação, permitindo a correção de prováveis desvios. Assim sendo, cabe ao PCP definir sobre as formas de produção, conforme quadro abaixo: 33 PCP O que produzir? Quanto produzir? Onde produzir? Como produzir? Quando produzir? Com o que produzir? Com quem produzir? Quadro 4 – Funções do PCP Fonte: Adaptado pelo Autor, Tubino (2000, p. 23) Corroborando com Almeida (2007) o PCP deve certificar que o sistema fabril receba seus materiais de forma hábil e na qualidade exigida, para suprir às demandas dos clientes. Para isso, Marques (2010) diz que cabe ao PCP administrar os resultados da produção, a utilização de equipamentos, os custos associados com os departamentos e utilização de forma eficiente da mão de obra. Tubino (2000) diz que normalmente, as atividades de PCP são desenvolvidas por um departamento de apoio de produção, dentro da gerência industrial, como demonstra a figura abaixo, sendo responsável pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos de forma a atender da melhor maneira possível aos planos estabelecidos em níveis estratégicos, táticos e operacionais. Gerência PCP Finanças Marketing Figura 8 – PCP - Departamento de Apoio Fonte: o Autor Estoques Produção 34 De acordo com Tubino (2000) para atingir seus objetivos, o PCP administra informações vindas de diversas áreas do sistema produtivo. Da Engenharia do Produto são necessárias informações contidas nas listas de materiais e desenhos técnicos, da Engenharia do Processo os roteiros de fabricação e os lead times, no Marketing buscam-se os planos de vendas e pedidos firmes, a Manutenção fornece os planos de manutenção, Compras/Suprimentos informa as entradas e saídas dos materiais em estoque, dos Recursos Humanos são necessários os programas de treinamento, Finanças fornece o plano de investimento e o fluxo de caixa, entre outros relacionamentos. Como desempenha uma função de coordenação de apoio ao sistema produtivo, o PCP de forma direta, como as relações citadas dentro do parágrafo com os demais setores, ou de forma indireta, relaciona-se praticamente com todas as funções deste sistema. O fluxo de informações do PCP está detalhado conforme figura abaixo, como demonstra Tubino (2000), que diz que no conjunto de funções dos sistemas de produção aqui descritos, essas atividades são desenvolvidas e controladas pelo próprio PCP - Planejamento e Controle da Produção. Engenharia de Produtos Lista de materiais Desenhos Planejamento Estratégico da Produção Engenharia do Processo Roteiro de fabricação Lead times Planejamento-mestre da Produção Compras Entrada e saída de materiais Marketing Plano de vendas Pedidos firmes Finanças Plano de investimentos Fluxo de caixa Recursos Humanos Programa de treinamento Manutenção Plano de manutenção Figura 9 – Fluxos de Informações do PCP Fonte: Tubino (2000, p. 24) PCP Programação da Produção - Ordens de Compra - Ordens de Fabricação - Ordens de Montagem Acompanhamento da Produção 35 3.2 Conceito de Planejamento Planejamento, segundo Corrêa; Gianesi; Caon (1999) é o tempo que necessariamente tem de decorrer desde que se toma determinada decisão até que a decisão tome efeito. É necessário que se tenha algum tipo de "visão" a respeito do futuro para que se possa hoje tomar as decisões adequadas que produzam efeitos desejados no futuro, Em geral, a "visão" do futuro obtém-se com base em algum tipo de "previsão". Duas definições válidas podem auxiliar no entendimento, conforme quadro abaixo: Planejar é entender como a consideração conjunta da situação presente e da visão de futuro influencia as decisões tomadas no presente para que se atinjam determinados objetivos no futuro. Planejar é projetar um futuro que é diferente do passado, por causas sobre as quais se tem controle. Quadro 5 – Definições de Planejamento Fonte: Corrêa; Gianesi; Caon (1999, p. 33) 3.3 Planejamento De acordo com Maximiano (2006) o processo de planejamento é a ferramenta para administrar as relações com o futuro. É uma aplicação específica do processo decisório. As decisões que procuram, de alguma forma, influenciar o futuro, ou que serão colocadas em prática no futuro, são decisões de planejamento. Concordando com Sampaio (2008) planejamento é um processo contínuo e ativo que versa em um conjunto de ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente. Essas ações devem ser identificadas de modo a permitir que elas sejam executadas de forma adequada e considerando aspectos como o prazo, custos, qualidade, segurança e desempenho. 36 3.3.1 Processo de Planejamento Maximiano (2006) diz que o processo de planejamento compreende três etapas principais: Aquisição dos dados de entrada; Processo de Planejamento; Elaboração de Planos. Conforme figura abaixo, cada uma dessas etapas é um processo decisório em si, envolvendo análises, avaliação de alternativas e escolha de um curso de ação. Cada uma dessas decisões comporta erros e acertos, que dependem das competências do planejador e de outros fatores, como a disponibilidade de informações. (MAXIMIANO, 2000). Dados de entrada - Informações - Modelos e técnicas de planejamento - Ameaças e oportunidades - Projeções - Decisões que afetam o futuro - Etc. Figura 10 – Processo de Planejamento Fonte: Maximiano (2006, p. 55) Processo de planejamento Elaboração de planos - Análise e interpretação dos dados de entrada - Objetivos - Criação e análise de alternativas - Meios de controle - Decisões - Recursos 37 Referente ao processo de planejamento, Maximiano (2006) diz que: Aquisição dos dados de entrada: São informações sobre o presente, passado ou futuro do ambiente externo e dos sistemas internos da organização. Os dados de entrada mostram necessidades, ameaças, oportunidades ou uma situação com o qual o administrador deverá lidar. Exemplos: informação sobre satisfação ou insatisfação com a organização, encomendas, solicitações feitas por clientes e mudanças na legislação e na conjuntura social econômica. Processamento de dados de entrada: Processar os dados de entrada significa transformar informação para produzir novas informações e decisões. É o coração do processo de planejamento. Os dados de entrada são transformados por meio de: (a) interpretação do significado das informações, (b) Identificação de alternativas para lidar com as necessidades, ameaças, oportunidades ou situações previsíveis do futuro e (c) avaliação das alternativas e escolha de um curso de ação ou objetivo. Preparação de um plano: O resultado do processo de planejamento é a preparação de planos. Um plano é um guia para a ação no futuro, pois estabelece qual situação deverá ser alcançada, e o que precisa ser feito para alcançá-la e os recursos que serão aplicados nesse esforço. Os planos também devem incluir uma previsão dos meios de controle da ação e do consumo dos recursos, para assegurar a realização dos objetivos. Corroborando com Maximiano (2006), abaixo será demonstrado à figura dos três componentes de um plano, que consiste em: Objetivos; Recursos; Meios de controle. 38 Objetivos Recursos Meios de Controle Plano XYZ A forma e o conteúdo dos planos variam de uma organização para outra. Figura 11 – Três Componentes de um Plano Fonte: Maximiano (2006, p. 56) 3.3.2 Objetivos e Metas Os objetivos são resultados desejados, que segundo Maximiano (2006) orientam o intelecto e ação. São os fins, propósitos, intenções ou estados futuros que as pessoas e as organizações pretendem alcançar, por meio da aplicação de esforços e de recursos. Os objetivos são a parte mais importante dos planos, pois há quem afirme que, sem objetivos, não há uma administração. Segundo Pagnoncelli; Vasconcellos Filho (1992) os objetivos são resultados quantitativos e qualitativos que a empresa precisa alcançar em prazo determinado, no contexto de seu ambiente, para cumprir sua missão. 3.3.3 Tipos de Planos Maximiano (2006) diz que os planos podem ser classificados segundo diferentes critérios. Um dos critérios mais relevantes para os administradores é o da 39 permanência, que classifica os planos em temporários e permanentes, conforme detalhados abaixo: Planos temporários: Também chamados de planos de finalidade singular, extinguem-se quando os objetivos são realizados. São exemplos de planos temporários: o calendário de curso, o cronograma da construção de uma casa e o orçamento de uma campanha publicitária. Desta forma geral, os planos temporários contêm decisões não programadas. Planos permanentes: Contêm as decisões programadas, que devem ser usadas em situações predefinidas. Políticas, procedimentos e certos tipos de objetivos (como a definição do negócio ou missão da empresa, são planos permanentes. 3.4 Organização Para executar os planos, Maximiano (2006) diz que é necessário organizar os recursos. Organizar é o processo de dispor qualquer conjunto de recursos em uma estrutura que facilite a realização dos planos. Organizar é, como todas as funções da administração, um processo de tomar decisões, como dividir o trabalho, atribuir responsabilidades a pessoas e estabelecer mecanismos de comunicação e coordenação, conforme ilustrada figura abaixo: Definição de responsabilidades Análise dos objetivos Divisão do trabalho Desenho da estrutura organizacional Definição da autoridade Figura 12 – Principais Etapas ou Decisões do Processo de Organização Fonte: Maximiano (2006, p. 58) 3.4.1 Tipos de Organização 40 Peinado; Graeml (2007) diz que embora exista uma infinidade de exemplos de organizações, é possível identificá-la de acordo com sua atividade econômica, ou seja, esta classificação distingue em três setores fundamentais: 1. Setor Primário: organizações da área extrativista, agropecuária e pesca; 2. Setor Secundário: organizações da área manufatureira; 3. Setor Terciário: organizações da área de serviços. 3.4.2 O Ciclo da Administração A definição desse ciclo nada mais é que do a evolução da teoria de Fayol, cujo processo é planejar, organizar, dirigir e controlar (PODC), ilustrado conforme figura abaixo: Metas da Empresa Planejar Dirigir Controlar Organizar Figura 13 – Relacionamento das Quatro Funções da Administração Fonte: Peinado; Graeml (2007, p. 45) 41 De acordo com Francischini; Gurgel (2002) o quadro abaixo apresenta resumidamente os principais processos administrativos: Processo ou Função Descrição É o processo de definir objetivos, atividades e Planejamento recursos. É o processo de definir o trabalho a ser realizado e Organização as responsabilidades pela realização; é também o processo de distribuir os recursos disponíveis segundo algum critério. É o processo de realizar atividades e utilidades para atingir os objetivos. O processo de execução envolve Direção outros processos, especialmente o processo de direção, para acionar os recursos que realizam as atividades e os objetivos. Controle É o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a necessidade de modificá-los. Quadro 6 – Funções ou Processos do Processo Administrativo Fonte: Francischini; Gurgel (2002, p. 4) 3.5 Execução Maximiano (2006) diz que o processo de execução consiste em realizar atividades planejadas, envolvendo gasto de energia física e intelectual. Tudo depende do tipo de organização, dos objetivos, do que foi colocado nos planos, da competência das pessoas, da disponibilidade de recursos e de outros fatores. Sempre há um plano, explícito ou implícito, sustentando qualquer atividade que envolva gasto físico ou intelectual. O processo de execução não é distinto, dos outros processos de administração. Planejamento, organização e controle, por consumirem energia, envolvem processos de execução e, de forma geral, os quatro processos se inter-relacionam. 42 Maximiano (2006) apresenta exemplos de atividades de execução: Elaborar planos; Organizar uma equipe; Realizar uma tarefa operacional, como montar um automóvel ou preencher um formulário; Ministrar uma aula; Escrever este trabalho de curso; Maximiano (2006) diz que a execução baseia-se nos processos de planejamento e de organização, que são seus dados de entrada. Os resultados do processo de execução são produtos ou serviços como demonstra a figura abaixo: Planejamento e Organização Processo de execução Resultados - Aquisição e mobilização de recursos - Atividades realizadas - Realização de atividades - Fornecimento de produtos, serviços e ideias Figura 14 – Processo de Execução Fonte: Maximiano (2006, p. 64) Maximiano (2006) explica que, muitas vezes, planejamento e execução se sobrepõem. Os planos evoluem à medida que a execução avança, sendo detalhados e modificados, para incorporar novas decisões e para implementar ações corretivas. 43 3.6 Controle Maximiano (2006) afirma que o processo de controle está ligado à realização de objetivos. Para realizar objetivos, é preciso dispor de informações, sobre os próprios objetivos e sobre as atividades que procuram realizá-los. O processo de controle produz e usa informações para tomar decisões. As informações e decisões de controle permitem manter qualquer sistema orientado para o objetivo. O processo de controle: 1) Informam quais objetivos devem ser atingidos; 2) informa o sistema sobre seu desempenho em comparação com os objetivos; 3) informa ao sistema o que deve ser feito para assegurar a realização dos objetivos. Processo de planejamento - Objetivos - Padrões de Controle Ação corretiva ou de reforço Processo de execução RESULTADOS Processo de controle - Comparação de resultados com objetivos - Decisão Dados de entrada para controle - Informações sobre objetivos - Informações sobre resultados Figura 15 – O Processo de Controle (Planejamento e Execução) Fonte: Maximiano (2006, p. 65) Controlar, em essência, de acordo com Maximiano (2006) é um processo de tomar decisões que tem por finalidade manter um sistema na direção de um objetivo, com base em informações contínuas sobre as atividades do próprio sistema e sobre o objetivo. O objetivo torna-se o padrão de controle e avaliação do desempenho da atividade, conforme demonstrado na figura acima. 44 4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL De acordo com Tubino (2000) as atividades do PCP são exercidas por três níveis hierárquicos de planejamento e controle das atividades produtivas de um sistema de produção, sendo: Nível Estratégico: Planejamento Estratégico da Produção; Nível Tático: Planejamento-mestre da Produção; Nível Operacional: Programação da Produção e o Acompanhamento e Controle da Produção. Essas atividades mantêm um inter-relacionamento conforme abaixo: Previsão de vendas Previsão em carteira Planejamento-mestre da produção Plano-mestre de produção Programação da produção - Administração dos estoques Departamento de compras Pedido de Compra Fornecedores - Sequenciamento Ordens de Ordens de Ordens de compra fabricação montagem - Emissão e liberação de ordens Estoques Fabricação e montagem Clientes Figura 16 – Visão Geral do PCP Fonte: Tubino (2000, p. 185) Acompanhamento e controle da produção Plano de Produção Departamento de Marketing Avaliação de desempenho Planejamento estratégico da produção 45 4.1 Planejamento Estratégico da Produção De acordo com Tubino (2000) o planejamento estratégico busca maximizar os resultados das operações e minimizar os riscos nas tomadas de decisões das empresas. O impacto de suas decisões são de longo prazo e afetam a natureza e as características das empresas no sentido de garantir o atendimento de sua missão. E síntese, planejar estrategicamente consiste em gerar condições para que as empresas possam rapidamente perante as oportunidades e ameaças, otimizar suas vantagens competitivas em relação ao ambiente concorrencial onde atuam, garantindo sua perpetuação no tempo. “Planejamento estratégico é o processo de elaborar a estratégia - a relação pretendida da organização com seu ambiente. O processo de planejamento estratégico compreende a tomada de decisões sobre o padrão de comportamento (ou cursos de ação) que a organização pretende seguir: produtos e serviços que pretende oferecer e mercados e clientes que pretende atingir [...]” ( Maximiano 2006, p.231): Planejamento estratégico consiste em estruturar e esclarecer a visão dos caminhos que a organização deve seguir e os objetivos que deve alcançar, conforme demonstra a figura abaixo: Análise do ambiente Análise da situação estratégica Definição de objetivos e estratégias Estratégias funcionais e operacionais Execução e avaliação Análise de pontos fortes e fracos Figura 17 – Processo de Planejamento Estratégico Fonte: Maximiano (2006, p. 232) Corroborando com Tubino (2000) existem três níveis hierárquicos dentro de uma empresa onde se encontram estratégias de planejamento: 46 Nível Corporativo: define estratégias globais, a estratégia corporativas, ou seja, participando da organização e distribuição dos recursos para cada uma dessas áreas ao longo do tempo; Nível da Unidade de Negócios: é a subdivisão do nível corporativo, também chamada desempenho de esperado estratégia e as competitiva, estratégias que definindo deverão o ser conduzidas pelas áreas operacionais; Nível da Estratégia Funcional: estão associadas às políticas de operação das diversas áreas funcionais de uma empresa, consolidando as estratégias corporativa e competitiva da empresa. Esta relação de dependência pode ser visualizada na figura abaixo: Missão Estratégia Corporativa Estratégia Competitiva Estratégia Funcional Finanças Plano Financeiro Marketing Plano de Marketing Produção Plano de Produção Táticas Operações Financeiras Operações de Marketing Operações de Produção Figura 18 – Visão Geral do Planejamento Estratégico Fonte: Tubino (2000, p. 34) Tubino (2000) diz que o planejamento estratégico da produção consiste em estabelecer um Plano de Produção para determinado período (longo prazo) segundo as estimativas de vendas e a disponibilidade de recursos financeiros e produtivos. A capacidade de produção é o fator físico limitante do processo 47 produtivo, e pode ser incrementada ou reduzida, desde que planejada a tempo, pela adição de recursos financeiros. No planejamento estratégico da produção o plano de produção gerado é pouco detalhado, normalmente trabalha com famílias de produtos, tendo como finalidade possibilitar a adequação dos recursos produtivos à demanda esperada dos mesmos. 4.1.1 Filosofia JIT/TQC Segundo Tubino (2000) a filosofia JIT - Just in Time e TQC - Total Quality Control surgiu no Japão na década de 60, sendo aplicada inicialmente na indústria automobilística, em particular na Toyota Motors Company. O Japão passou a ser reconhecido como padrão de excelência, ou seja, o JIT é uma filosofia voltada para a otimização da produção, enquanto o TQC é uma filosofia voltada para identificação, análise e solução de problemas para resolução do problema e melhoria da qualidade. Seus conceitos e técnicas são resumidos conforme abaixo: Filosofia JIT/TQC Satisfazer às necessidade dos clientes Eliminar desperdícios Melhorar continuamente Envolver totalmente as pessoas Organização e visibilidade JIT TQC Produção focalizada Produção orientada pelo cliente Produção puxada Lucro pelo domínio da qualidade Nivelamento da produção Priorizar as ações Redução de lead times Agir com base em fatos Fabricação de pequenos lotes Controle do processo Redução de setups Responsabilidade na fonte Manutenção preventiva Controle a montante segundo o fluxo de produção Polivalência Operações a prova de falha Integração interna e externa Padronização Quadro 7 – Conceitos e Técnicas da Filosofia JIT/TQC Fonte: Tubino (2000, p. 44) 4.1.2 Plano de Produção De acordo com Tubino (2000) como resultado das decisões estratégicas no âmbito de produção, é elaborado um plano de longo prazo, que tem 48 por meta direcionar os recursos produtivos para as estratégias escolhidas. Esse plano servirá de base para equacionar os níveis de produção, estoques, recursos humanos, máquinas, instalações necessários para atender à demanda prevista de bens e serviços. O planejamento estratégico da produção e o plano de produção resultante, na realidade, são realizados em consonância com Finanças e Marketing, envolvendo negociações com relação aos recursos financeiros (plano financeiro) e esforços de marketing, (plano de marketing) necessários para implementá-lo. Os períodos de planejamento são de meses ou trimestres, abrangendo um, ou mais anos, à frente. Em nível tático, o plano de produção servirá de base para desenvolver o planejamento-mestre da produção, em que serão desmembradas, conforme demonstra a figura abaixo: Estratégias Funcionais Plano financeiro Plano de marketing Plano de produção Planejamento-mestre da produção Figura 19 – Origem do Planejamento-mestre da Produção Fonte: Tubino (2000, p. 49) 4.2 Planejamento-mestre da Produção Tubino (2000) diz que o planejamento-mestre consiste em estabelecer um plano-mestre de produção (PMP) de produtos finais, detalhado a médio prazo, período a período, a partir do plano de produção, com base nas previsões de vendas de médio prazo ou nos pedidos em carteira já confirmados. Onde o plano de produção considera famílias de produtos, o PMP especifica itens finais que fazem parte dessas famílias. Com base no estabelecimento do PMP, o sistema produtivo passa a assumir compromissos de fabricação e montagem nos bens ou serviços. Ao executar o planejamento-mestre da produção e gerar um PMP inicial, o PCP deve 49 analisá-lo quanto às necessidades de recursos produtivos com a finalidade de identificar possíveis gargalos que possam inviabilizar esse plano quando de sua execução de curto prazo. Identificado os potenciais problemas, e tomadas as medidas preventivas necessárias, o planejamento deve ser refeito até chegar-se a um PMP viável, conforme ilustra figura abaixo: Longo prazo Plano de Produção Planejamento-mestre da produção PMP inicial Médio prazo Não Viável Sim PMP final Programação da Produção Curto prazo Figura 20 – Hierarquização dos Planos Fonte: Tubino (2000, p. 89) O PMP diferencia-se do plano de produção sob dois aspectos: o nível de agregação de produtos e a unidade de tempo analisada. Onde o plano de produção estratégico tratava de famílias de produtos, o PMP, já voltado para a operacionalização da produção, tratará de produtos individuais. Da mesma forma, onde o plano de produção empregava meses, trimestres e anos, o PMP empregará 50 uma unidade de planejamento mais curta, normalmente semanas, ou no máximo meses para produtos com ciclos produtivos longos. “Na elaboração do planejamento-mestre da produção, estão envolvidas todas as áreas que tem um contato mais direto com a manufatura, tanto no sentido de fornecer subsídios para a tomada de decisões, como no sentido de usas as informações do PMP. A área de Finanças coordenará os gastos com estoques, horas extras, novos equipamentos, etc.; a área de Marketing passará seu plano de vendas e a previsão da demanda para os períodos analisados; a área de Engenharia fornecerá os padrões atuais de tempos e consumos de materiais para execução das tarefas; a área de produção colocará suas limitações de capacidade e instalações; a área de Compras informará suas necessidades referentes à logística de fornecimento externo; a área de Recursos Humanos apresentará seu plano de contratação e treinamento de pessoal etc. Para ser um processo interativo, ao final de sua elaboração PMP representará os anseios das diversas áreas da empresa quanto ao planejamento de médio prazo[...]” ( Tubino 2000, p. 89 ) Enfim, a produção terá seu PMP para programar suas atividades. 4.2.1 Elaboração do PMP - Plano-mestre de Produção De acordo com Tubino (2000), na preparação do PMP, algumas questões devem ser discutidas, dentre as quais a determinação de que itens devem fazer parte do PMP, qual o intervalo de tempo e que horizonte planejar, como tratar os produtos para estoque e os sob encomenda etc. O planejamento-mestre da produção está na fase intermediária do planejamento estratégico e as atividades operacionais, ou seja, desmembrar os planos produtivos estratégicos de longo prazo em planos específicos de produtos acabados (bens ou serviços) para o médio prazo, ou seja, para produtos acabados que serão remetidos aos clientes, afirma (TUBINO 2000). 4.2.2 Tempo no Plano-mestre de Produção Conforme (2000) o planejamento-mestre da produção trabalha com a variável tempo em duas dimensões: A determinação dos intervalos de tempo que compõem o PMP dependerá da velocidade de fabricação do produto incluído no plano e da possibilidade prática de alterar o plano. Normalmente trabalha-se com intervalos de semanas. Raramente trabalham-se dias. 51 Amplitude ou horizonte de planejamento-mestre da produção desmembra o PMP em dois níveis de horizontes de tempo, com objetivos diferenciados: um nível firme de horizonte curto onde o PMP serve de base para a programação da produção e ocupação dos recursos produtivos, direcionando as prioridades; o outro o nível sujeito a alterações com horizonte longo onde o PMP serve para planejamento da capacidade de produção e as negociações com os diversos setores envolvidos na elaboração do plano. 4.2.3 Análise da Capacidade de Produção do PMP Tubino (2000) diz que a sistemática de planejamento-mestre da produção consiste em gerar um PMP inicial que será testado frente as suas necessidades de capacidade produtiva para verificar sua viabilidade e autorizar seu prosseguimento. A análise da capacidade de produção para o plano de produção considerou a possibilidade de trabalhar variáveis de longo prazo, com alterações nas instalações físicas, compra de equipamento, definição dos turnos de trabalho, admissão e treinamento da mão de obra, negociações de fornecimento externo, etc. Já as decisões relativas ao PMP, envolvem a negociação de variáveis de médio prazo, por exemplo, a definição do tempo de ciclo para dar um ritmo ao sistema, a necessidade de horas extras, o remanejamento de funcionários, a necessidade de espaço na recepção e armazenagem dos itens, o ritmo de entrega dos itens, etc. Conforme Tubino (2000) a análise da capacidade produtiva do PMP é: Identificar os recursos a serem incluídos na análise; Obter padrão de consumo da variável que se pretende analisar (horasmáquinas/unidade, horas-homem/unidade, m³/unidade etc.,) de cada produto acabado incluído no PMP para cada recurso; Multiplicar o padrão de consumo de cada produto para cada recurso pela quantidade de produção em cada período prevista no PMP; Consolidar as necessidades de capacidade para cada recurso. 52 Sintetizando, o PMP dará suporte à elaboração da programação da produção no nível de curto prazo ou nível operacional. 4.3 Programação da Produção Com base no plano-mestre de produção e nos registros de controle de estoques, a programação da produção fica encarregada de definir quanto e quando comprar, fabricar ou montar cada item necessário para composição dos produtos acabados propostos pelo plano. Neste sentido, como resultado da programação da produção, são emitidas ordens de compra, ordens de fabricação e ordens de montagem dos produtos definidos pelo plano-mestre de produção. Dentro da hierarquia em que são distribuídas as funções do PCP, a programação da produção é a primeira dentro do nível operacional de curto prazo, fazendo com que as atividades produtivas sejam disparadas, complementa Tubino (2000). A programação da produção é divida em três atividades: Administração de estoques; Sequenciamento; Emissão de ordens. Conforme explica a figura abaixo será demonstrada uma hierarquia em que são difundidas as funções do PCP: 53 Plano de Produção Longo prazo Plano-mestre de Produção Médio prazo Curto prazo Programação da produção Administração de estoques Sequenciamento Emissão de ordens Ordens de compras Ordens de fabricação Ordens de montagem Figura 21 – Hierarquia das Funções do PCP Fonte: Tubino (2000, p. 104) De acordo com Tubino (2000) há um conceito muito importante para as atividades de curto prazo do PCP, que é o sistema de empurrar e puxar a produção. Sistema de empurrar a produção: são as atividades da programação da produção, no sentido de atender a um programa-mestre de produção, divida em três grupos: 1) A atividade de administração de estoques – está encarregada de planejar e controlar os estoques definindo tamanho dos lotes, a forma de reposição e os estoques de segurança do sistema. 2) A atividade de sequenciamento – que busca gerar um programa que utilize da melhor forma, os recursos disponíveis, promovendo produtos com qualidade e custos baixos. 3) A emissão e liberação de ordens – implementa o programa da produção, emitindo a documentação necessária para o início das operações (compra, fabricação e montagem) e liberando-a quando os recursos estiverem disponíveis. Sistema de puxar a produção: significa não produzir até que o cliente (interno ou externo) de seu processo solicite a produção de determinado item. Neste caso, a programação da produção usa as informações do PMP para emitir ordens apenas para o último estágio do processo produtivo, assim 54 como para dimensionar a quantidade de estoques em processo para os demais setores. À medida que o cliente do processo necessita de itens, recorre aos estoques do fornecedor para que os itens consumidos sejam fabricados e reponham os estoques. Esta é a ótica da filosofia Just in time e operacionalizada pelo sistema de programação via Kanbans. Programação da produção oc OF MP OF Processo Processo OM M Processo PA Empurrar a produção Programação da produção OM M MP Processo Processo Processo Puxar a produção Figura 22 – Empurrar e Puxar a Produção Fonte: Tubino (2000, p. 105) 4.3.1 Administração de Estoques De acordo com Tubino (2000) os estoques com são criados para: Garantir a independência entre as etapas produtivas; Permitir uma produção constante; Possibilitar o uso de lotes econômicos; Reduzir os lead times produtivos; Como fator de segurança; Para obter vantagens de preço. PA 55 Conforme Aumi (2011) os estoques são designações usadas para definir quantidades armazenadas ou em processo de produção de quaisquer recursos necessários para dar origem a um bem com a função principal de criar uma independência entre os vários estágios da cadeia produtiva. Tubino (2000) diz que a administração dos estoques tem um papel muito importante a cumprir. Ela é responsável pela definição do planejamento e controle dos níveis de estoques, equacionando os tamanhos dos lotes, a forma de reposição e os estoques de segurança do sistema. A administração dos estoques está encarregada de planejar e controlar os estoques definindo tamanhos de lotes, modelos de reposição e estoques de segurança do sistema. Escolhida a sistemática de administração dos estoques, serão geradas, de forma direta ou indireta, as necessidades de compras, fabricação e montagem dos itens para atender ao PMP. As ordens de compras, uma vez geradas, vão para o setor encarregado das compras e saem da esfera de ação do PCP. 4.3.1.1 Classificação ABC dos Estoques De acordo com Tubino (2000) a classificação ABC, ou curva de Pareto, é um método de diferenciação dos estoques segundo sua maior abrangência em relação a determinado fator, consistindo em separar os itens por classes de acordo com sua importância relativa. Segundo Passos (2005) verifica-se, portanto, que, uma vez obtida a sequência dos itens e sua classificação ABC, disso resulta imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativa, conforme a importância dos itens. A Curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, para definição de políticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a programação da produção e uma série de outros problemas usuais na empresa. Para Pereira (1999) após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as classes da Curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras: 56 Classe A: itens que possuem alto valor de demanda ou consumo anual; Classe B: itens que possuem um valor de demanda ou consumo anual intermediário; Classe C: itens que possuem um valor de demanda ou consumo anual baixo. Abaixo a figura demonstra a classificação, conforme sua ordem de importância: Percentual do valor de consumo anual C B A %do número de itens Figura 23 – Curva ABC dos Estoques Fonte: Pereira (1999) 4.3.2 Sequenciamento De acordo com Tubino (2000) as necessidades de fabricação e montagem normalmente precisam passar por um sistema produtivo com limitações de capacidade. A adequação do programa gerado aos recursos (máquinas, homens, instalações, etc.) é função do sequenciamento. Uma vez estabelecidas todas as 57 informações necessárias à execução do programa de produção, ou seja, a definição para cada ordem da especificação do item, o tamanho do lote, a data de início e conclusão das atividades e a sequência e o local onde as mesmas serão executadas, a programação da produção pode partir para a emissão e liberação do programa de produção. Emitido e liberado, este programa de produção passará para a esfera do acompanhamento da produção, a última etapa dentro das funções do PCP. Na figura abaixo um modelo hierárquico das funções da programação da produção: Programação da produção Administração de estoques Sequenciamento Emissão e liberação de ordens Ordens de compras Ordens de fabricação Ordens de montagem Figura 24 – Hierarquia das Funções da Programação da Produção Fonte: Tubino (2000, p. 147) Conforme Tubino (2000), os sistemas produtivos são classificados em dois grandes grupos: os processos contínuos e os processos discretos, sendo os discretos subdivididos em processos repetitivos em massa, processos repetitivos em lotes e processos por projeto. 1) Sequenciamento nos processos contínuos: são empregados para produtos que não podem ser identificados individualmente, com alta uniformidade na produção e demanda, onde os produtos e processos produtivos são totalmente dependentes. Esse processo se propõe à produção de poucos itens 58 e a preocupação no atendimento de uma programação da produção concentra-se no fluxo da chegada de matérias-primas e na instalação produtiva para que não pare a produção por qualquer problema. 2) Sequenciamento nos processos repetitivos em massa: são empregados na produção em grande escala de produtos altamente padronizados e identificáveis individualmente. Geralmente, a montagem de processos repetitivos em massa exige produtos com demandas grandes e estáveis, com poucas alterações de curto prazo nos seus projetos, permitindo a montagem de instalações altamente especializadas e pouco flexíveis. 3) Sequenciamento nos processos repetitivos em lote: caracterizam-se pela produção de um volume médio de itens padronizados em lotes. Estes sistemas produtivos são relativamente flexíveis, empregando equipamentos menos especializados, que permitem, em conjunto com funcionários polivalentes, atender a diferentes volumes e variedades de pedidos dos clientes. As regras se sequenciamento são heurísticas usadas para selecionar, a partir de informações sobre os lotes e/ou sobre o estado do sistema produtivo, qual dos lotes esperando na fila de um grupo de recursos terá prioridade de processamento, bem como, qual recurso deste grupo será carregado com esta ordem. De um modo geral, as regras de sequenciamento mais empregadas na prática estão apresentadas na figura abaixo. 4) Sequenciamento nos processos por projeto: buscam atender a demanda específica de um determinado cliente, que muito provavelmente não se repetirá nos próximos pedidos. Desta forma, os recursos produtivos são temporariamente alocados a este produto, e uma vez concluído, passam para a próxima tarefa, que pode ter características diferentes, sendo projetados com as necessidades dos clientes, dificultando a padronização das operações e das instalações e equipamentos. Algumas empresas só produzem após receber o pedido do cliente. 4.3.3 Emissão e Liberação das Ordens De acordo com Tubino (2000) a última atividade do PCP antes da produção, consiste na emissão e liberação das ordens de fabricação, montagem e compras, que permitirão aos diversos setores operacionais da empresa executar suas atividades de forma coordenada, no sentido de atender determinado PMP 59 projetado para o período em questão. Uma ordem de fabricação, montagem ou compras deve conter informações necessárias para que os setores responsáveis pela fabricação, montagem ou compras possam executar suas atividades. “Basicamente, estas ordens contêm a especificação do item, como tamanho do lote, a data de início e conclusão das atividades. Dependendo do tipo de produção, junto com as ordens de fabricação e montagem devem também seguir os desenhos e instruções técnicas que informarão aos operadores como proceder suas atividades[...]” (TUBINO, 2000, p. 179) Por fim, Tubino (2000) diz que convencionalmente os softwares emitem "ordens em papel", que são levadas aos setores operacionais ou enviadas pelo setor de produção através da intranet aos seus executores, ou seja, a esfera operacional do processo produtivo para cumprir os planos. Sendo assim, é conveniente que o PCP, antes de formalizar uma programação da produção, verifique todos os recursos necessários para o atendimento dessas ordens e que estejam disponíveis, evitando que essas ordens sejam emitidas e, por falta de recursos não sejam atendidas. Enfim, emitidas e liberadas as ordens, o sistema produtivo passará a etapa de execução do programa, e o PCP iniciará suas atividades de acompanhamento e controle da produção. 4.4 Acompanhamento e Controle da Produção De acordo com Tubino (2000) a função de acompanhamento e controle da produção dá suporte ao sistema produtivo no sentido de garantir que as atividades planejadas e programadas para o período sejam cumpridas. O objetivo do acompanhamento e controle da produção, segundo Tubino (2000) é fornecer uma ligação entre o planejamento e a execução das atividades operacionais, identificando os desvios, sua magnitude e fornecendo subsídios para que os responsáveis pelas ações corretivas possam agir. Entretanto, quanto mais rápido os problemas forem identificados, ou seja, quanto mais eficientes forem as ações do acompanhamento e controle da produção, maiores serão os desvios a corrigir, menor o tempo e as despesas com ações corretivas. Tubino economicamente, (2000) diz que já coletores de dados estão disponíveis, automatizados, que tecnológica e aceleram as 60 comunicações entre a produção e o PCP. Por outro lado, os sistemas puxados de produção, baseados na filosofia Just in Time, simplificam em muito a necessidade de acompanhamento da produção pelo PCP, visto que os mesmos são auto reguláveis e projetados para apontar de forma imediata quaisquer problemas que ocorram. A questão da velocidade com que se deve obter o feedback das informações está associada ao tipo de processo produtivo. Em processos contínuos, ou de produção em massa, o feedback, das informações deve ser rápido, com coleta de dados em tempo real e acompanhamento on line, pois em pouco tempo, devido a alta velocidade produtiva, os desvios serão grandes. No outro extremo, nos processos por projeto, o feedback das informações produtivas pode ser semanal ou maior, visto que os ritmos de alterações nas tarefas produtivas são desta magnitude. Entre estes dois extremos, tem os processos repetitivos em lotes, em que a frequência de coleta das informações deve ser compatível com a velocidade de produção dos lotes. Convencionalmente, com lotes grandes e dentro da lógica dos softwares baseados no MRPII (Manufacturing Resource Planning, em português Planejamento dos recursos de manufatura), os feedbacks são normalmente semanais, raramente diários. Já em sistemas mais modernos e automatizados, onde se busca flexibilidade e lotes pequenos, os softwares de planejamento fino, da produção, permitem acompanhamento em tempo real, apesar de geralmente não serem necessários. (TUBINO, 2000). 4.4.1 Funções do Acompanhamento e Controle da Produção Conforme Tubino (2000) existem três grupos de recursos necessários ao atendimento de um programa: máquinas, mão-de-obra e materiais. Conforme colocado anteriormente, pois o PCP através da programação, antes de liberar as ordens, verifica as disponibilidades destes recursos e identificada sua existência, libera as ordens para os setores produtivos e a partir deste ponto, o programa emitido é acompanhado e controlado pelo PCP através das seguintes funções: Coleta e registro de dados sobre o estágio das atividades programadas; Comparação entre o programado e o executado; 61 Identificação dos desvios; Busca de ações corretivas; Emissão de novas diretrizes com base nas ações corretivas; Fornecimento de informações produtivas aos demais setores da empresa; Preparação de relatórios de análise de desempenho do sistema produtivo. 4.4.2 Controle sob a ótica do TQC Conforme Tubino (2000), quanto sua administração aos processos produtivos, o Just in Time (JIT) é para questões estruturais de produção (produção enxuta) que segundo Arnold (1999), "a produção JIT é definida de várias formas, mas a mais popular delas é a eliminação de todo desperdício e a melhoria contínua de produtividade. O desperdício significa qualquer coisa além do mínimo de equipamento, peças, espaço, material e tempo de trabalho"; e o Total Quality Control (TQC) ou Controle da Qualidade Total, para identificação, análise e solução de problemas têm se mostrado como melhor caminho para o melhoramento contínuo das empresas. As ferramentas empregas pelo TQC devem ser empregas pelo pessoal do PCP nas suas atividades, principalmente na função de acompanhamento e controle do programa de produção. Ainda com Tubino (2000), o TQC define um processo como a reunião organizada de seis fatores, ou causas, conhecidos como os "6M" (matérias-primas, máquinas, mão de obra, métodos, medidas e meio ambiente), no sentido de gerar uma saída ou um efeito (produto). A representação deste processo é feita através do diagrama causa-efeito de Ishikawa, também conhecido como "espinha de peixe" devido sue formato, conforme ilustrado na figura abaixo: 62 Causas Máquina Mão de obra Efeito Medida Custo Qualidade Entrega Serviços Matéria-prima Método Meio ambiente Itens de Verificação Itens de Controle Processo Saída Figura 25 – Diagrama de Ishikawa Fonte: Tubino (2000, p. 188) Tubino (2000) diz que nesse diagrama os processos são representados por um conjunto de fatores quem quando acionados, resultam num efeito ou produto. O diagrama de Ishikawa permite que processos complexos sejam divididos em processos mais simples e, portanto, mais controláveis. Por exemplo, como demonstrado na figura abaixo, um produto, ao ser fabricado, é o resultado da ação de matérias-primas, máquinas, mão de obra, métodos, medidas e meio ambiente em um processo produtivo. 63 Processo de Fabricação Máquina Mão de obra Medida Custo Qualidade Entrega Serviços Programação da produção Matéria-prima Método Meio ambiente Processo de Programação da Produção Máquina Mão de obra Medida Custo Qualidade Entrega Serviços Matéria-prima Método Meio ambiente Figura 26 – Redução da Complexidade de um Processo Fonte: Tubino (2000, p. 189) Enfim, a lógica do TQC é justamente o que espera da função de acompanhamento e controle da produção realizada pelo PCP, ou seja, o PCP deve manter os itens de controle relacionados o desempenho do processo produtivo quando à qualidade, custo, entrega e serviço do programa de produção emitido, Sempre que ocorra um problema, ou seja, um item de controle fora do padrão, como, por exemplo, atraso no prazo de entrega de um lote, este poderá ser identificado e solucionado através da análise dos seus itens de verificação sobre o processo, como, por exemplo, prazo de entrega da matéria-prima ou tempo de setup da máquina, isolando assim suas causas fundamentais. 64 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho de curso teve por escopo demonstrar aos gestores e todos aqueles que tenham interesse pelo tema abordado de como são empregados e aplicados todos os procedimentos e as operações utilizadas pelo PCP Planejamento e Controle da Produção nas organizações, com a finalidade de comprovar que o PCP deve planejar, acompanhar e controlar continuamente todos os níveis da produção, estratégico, tático e operacional, com foco no alvo final, o cliente. É de suma importância observar que o PCP trata-se de um departamento imprescindível e vital para a empresa, em especial para os gestores como apoio e suporte na tomada de decisão. Assim sendo, conseguiu-se atingir os objetivos que foram propostos neste trabalho de conclusão de curso, visto que buscou-se explorar diversas fontes de pesquisa e várias abordagens sobre o tema. Através de um levantamento bibliográfico a respeito do tema acometido, comprovou-se que uma vez que o PCP inserido de forma ativa e sendo visto nas organizações como um departamento vital e fundamental à sobrevivência da gestão, consequentemente conseguirá atingir resultados notoriamente. O PCP deve ser visto como um departamento de extrema relavância, suprindo os gestores no auxílio e subsídio de informações, contribuindo para uma gestão eficaz e na diminuição dos custos e desperdícios operacionais. Além desses adjetivos, o PCP propicia uma produção eficiente, com produtos melhores e na qualidade demandada, atenderá os prazos estipulados pelos departamentos de vendas e marketing, concretizando com isso, a satisfação total de seus clientes, elevando a moral da empresa e todos os seus colaboradores, conseguindo maior lucratividade e se consagrando com esse empenho operacional de todos os envolvidos como um diferencial competitivo organizacional. Também foi possível concluir que os sistemas de administração da produção são imprescindíveis para o planejamento, organização, coordenação e controle de todo sistema produtivo da empresa. Embora já apresentado anteriormente, faz-se importante destacar que a responsabilidade do PCP é controlar as atividades fabris, definindo a melhor 65 empregabilidade dos recursos (financeiros e materiais), de modo a garantir o cumprimento do que foi previsto no tempo certo, na quantidade certa, e com os recursos disponíveis corretos, a modo de não desperdiçar. Contudo, cabe aos setores produtivos e de apoio manter o PCP atualizado com informações, para que caso seja necessário fazer uma correção ou alteração do planejado, para que atenda aos clientes na data correta, na quantidade requerida e com o menor custo possível. Outro ponto importante é que cabe ao PCP o planejamento e atendimento dos programas de vendas, alocarem de forma eficaz a mão de obra, os recursos disponíveis e os maquinários com a máxima e melhor aplicação. Este planejamento parte do principio que de o PCP deve assegurar que a área industrial receberá os materiais no tempo apto e na qualidade exigida para atender as demandas dos clientes, com intuito de administrar os recursos para cumprimento dos planos estabelecidos em níveis estratégicos, táticos e operacionais, conforme a pesquisa realizada. Neste contexto, sugere-se como futuras pesquisas um estudo aprofundado sobre a administração de materiais nas empresas secundárias e como suprem de forma eficaz às necessidades do PCP, no tempo certo, na quantidade solicitada, na qualidade exigida e no local certo à disposição as áreas fabris, para que não tenham faltas dos materiais que compõem o produto final e consequentemente paralisem a produção ou também excessos de materiais que elevem os custos produtivos sem necessidade. Nessa mesma linha de raciocínio, sugere-se outra pesquisa sobre a empregabilidade da logística integrada nos processos e na administração de materiais ou dos próprios produtos finais, para que cumpra os prazos e a disponibilidade do material ou produto no momento correto para a total satisfação do cliente e como um fator diferencial. Por fim, finaliza-se nessa pesquisa a grande importância dos processos e estratégias do PCP, pois visa se cumprimento para atendimento dos bens ou serviços no prazo de entrega, sendo este o diferencial e vital para uma organização, pois todo esforço dos profissionais do PCP é conseguir atender e agradar o seu cliente. Portanto, todas as rotinas funcionais do PCP baseiam-se no melhor aproveitamento dos recursos e principalmente no cumprimento dos prazos e a disponibilidade do produto no momento correto para atendimento das vendas e as entregas, pois cabe ao PCP a satisfação total do cliente em produzir bens de 66 qualidade a um custo razoável, que consequentemente aumentará a lucratividade organizacional, se distanciando e se diferenciando de seus concorrentes. 67 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, T. R. de. Desenvolvimento de uma política de decisões de ressuprimento para materiais de demanda dependente. 2007. 54 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração) - Universidade Federal De Juiz De Fora, Minas Gerais, Juiz de Fora, 2007. Disponível em: <www.ufjf.br/ep/files/2009/06/tcc_dez2007_tiagoalmeida.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2011. ARNOLD, J. R. T. Administração de produção. Tradução Celso Rimoli, Lennita R. Esteves. São Paulo: Atlas, 1999. AUMI, A. O que é estoque? Artigos. 2011. 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São Paulo: Atlas, 1997. TUBINO, D. F. Manual de planejamento e controle da produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. ZACARELLI, S. B. Programação e Controle da Produção. São Paulo: Pioneira, 1987. 70 GLOSSÁRIOS Aquisição: Ação de adquirir ou comprar, como propriedades, coisas ou materiais. Cliente: Organização ou pessoa que adquire um bem ou serviço. Empírico: Que se apóia exclusivamente na experiência e na observação, e não em uma teoria. Financeiro: É o controle e pagamentos, ordem de pagamentos, ordem de créditos e suprimento de fundos, observados os procedimentos administrativos. Em síntese, o setor financeiro de uma empresa é o responsável pela saúde da empresa. Inflexível: Que não se pode dobrar ou curvar. Que não cede, que não se deixa mover. Alguém com um ideal e não muda de opinião, acha que seu método é o mais correto e certo. Kanban: Foi desenvolvido a partir do conceito simples de aplicação da gestão visual no controle de produção e estoques ("Kanban" significa "cartão visual" em japonês) com a função primordial de viabilizar a produção "Just in Time". Manufatura: É igual a produzir produtos industrializados a partir da matéria-prima, ou seja, é igual a produzir produtos industrializados a partir da matéria-prima. Antes da Revolução Industrial esse processo era usado somente as mãos. Com a utilização de máquinas passou a ocorrer após a Revolução Industrial. Marketing: É o processo usado para determinar que bens ou serviços possam interessar aos consumidores, assim como a estratégia que se irá utilizar nas vendas, comunicações e no desenvolvimento do negócio. É toda ação de uma organização para satisfazer seu público alvo, ou seja, cliente. 71 Mecanicista: É predicado da Administração Científica. Aonde as empresas eram rígidas, a partir de um projeto operacional, buscando a máxima eficiência em seu funcionamento. O lado humano não era levado em consideração, pois segundo seu idealizador, Taylor, as pessoas eram preguiçosas e ineficientes e precisavam ser controladas e estimuladas financeiramente para cumprirem seus papéis funcionais. Mercantilismo: Foi um conjunto de praticas econômicas que se deslancharam na idade moderna com as grandes navegações, onde originou um conjunto de medidas econômicas variadas, de acordo com os estados. Mercantilismo não é um sistema econômico e sim uma doutrina, também conhecido como capitalismo comercial, ou seja, sua essência baseia-se no metalismo, que tinha a ideia de que quanto mais metal preciso tiver dentro do seu território nacional, mais rico será o país. MRP II: (Manufacturing Resource Planning) ou em português Planejamento dos recursos de manufatura. Permite que as empresas avaliem as implicações de demanda futura nas áreas financeira e de engenharia, assim como as necessidades de materiais. Produção: É também conhecido como setor secundário, ligada a atividade da cadeia de produção e consumo. Hoje em dia o processo industrial é realizado por empresas nacionais ou pelas multinacionais. Recursos: São denominados como financeiros ou materiais, sejam matérias-primas, produtos inacabados ou produtos acabados.