Comentários Em janeiro de 2015, a produção industrial nacional mostrou avanço de 2,0% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após registrar perdas de 1,1% em novembro e de 3,2% em dezembro. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou redução de 5,2% em janeiro de 2015, décima primeira taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, com o recuo de 3,5% em janeiro de 2015, manteve a trajetória descendente iniciada em março último (2,0%) e assinalou o resultado negativo mais intenso desde janeiro de 2010 (-4,8%). A expansão de 2,0% da atividade industrial na passagem de dezembro de 2014 para janeiro de 2015 mostrou resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas e em 13 dos 24 ramos pesquisados. Entre os setores, o principal impacto positivo foi registrado por produtos alimentícios, que avançou 3,9%, eliminando parte da perda de 4,5% acumulada nos meses de novembro e dezembro últimos. Outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram das atividades de máquinas e equipamentos (7,6%), metalurgia (5,4%), indústrias extrativas (2,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9,0%). Com os resultados desse mês, o primeiro interrompeu quatro meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 12,0%; o segundo recuperou perte da redução de 6,0% verificada entre outubro e dezembro últimos; o terceiro assinalou o segundo mês seguido de crescimento na produção, acumulando nesse período expansão de 3,0%; e o último eliminou parte do recuo de 9,8% registrado entre setembro e dezembro de 2014. Por outro lado, entre os onze ramos que importância derivados detergentes reduziram para do e a a produção média petróleo produtos e de global nesse foram mês, assinalados biocombustíveis limpeza os (-4,8%) (-5,8%), e desempenhos por de coque, perfumaria, confecção de maior produtos sabões, artigos do vestuário e acessórios (-5,8%). Vale ressaltar que, com exceção do primeiro setor que mostrou taxa negativa pelo terceiro mês seguido e acumulou perda de 9,7% nesse período, as demais atividades apontaram resultados positivos em dezembro último: 1,9% e 7,7%, respectivamente. Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital, ao avançar 9,1%, assinalou a expansão mais acentuada em janeiro de 2015, influenciada principalmente pela maior produção de caminhões, após a concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas no mês anterior. Vale destacar que esse crescimento foi o mais intenso desde julho de 2014 (14,7%) e recuperou parte da redução de 13,4% acumulada entre outubro e dezembro últimos. O segmento de bens intermediários (0,7%) também mostrou taxa positiva nesse mês e interrompeu o comportamento predominantemente negativo presente desde setembro de 2014, período em que acumulou perda de 2,6%. Por outro lado, os setores produtores de bens de consumo duráveis (-1,4%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,3%) registraram os resultados negativos em janeiro de 2015, com ambos apontando o quarto mês consecutivo de queda na produção e acumulando nesse período redução de 8,2% e de 4,3%, respectivamente. Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria apontou recuo de 0,8% no trimestre encerrado em janeiro de 2015 frente ao nível do mês anterior, após também assinalar queda em novembro (-0,5%) e dezembro (-1,4%). Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (-2,1%) mostrou a redução mais acentuada em janeiro e praticamente manteve o ritmo de queda verificado no mês anterior (-2,3%). Os segmentos de bens de capital (-1,3%), de bens de consumo semi e não duráveis (-1,1%) e de bens intermediários (-0,1%) também registraram taxas negativas nesse mês, com os dois primeiros permanecendo com a trajetória descendente iniciada em setembro de 2014; e o último mantendo o comportamento predominantemente negativo presente desde dezembro de 2013. Na mostrou comparação queda de com 5,2% igual em mês do ano anterior, janeiro de 2015, com o perfil setor industrial generalizado de resultados negativos, alcançando as quatro grandes categorias econômicas, 20 dos 26 ramos, 60 dos 79 grupos e 65,6% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que janeiro de 2015 (21 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (22). Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 18,2%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionada em grande parte pela redução na produção de aproximadamente 81% dos produtos investigados automóveis, no setor, caminhões, com destaque para caminhão-trator os para recuos reboques registrados e por semirreboques, carrocerias para caminhões, reboques e semirreboques e autopeças. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,1%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-23,2%), de máquinas e equipamentos (-10,9%), de outros produtos químicos (-7,1%), de produtos alimentícios (-2,7%), farmoquímicos vestuário e produtos, os e para produtos farmacêuticos acessórios impactos respectivamente, naftas de óleos de (-14,5%), (-14,3%) negativos e de e asfalto de (-10,2%), confecção metalurgia mais combustíveis, petroquímica metal de produtos artigos Em nesses diesel, petróleo; de (-4,0%). importantes óleo de termos ramos gasolina do de foram, automotiva, televisores, telefones celulares, computadores pessoais portáteis (laptops, notebooks, tablets e semelhantes), monitores de vídeo para computadores, placas de circuito impresso montadas para informática, peças e acessórios para máquinas de processamento de dados e gravador ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo (DVD, home theater e semelhantes); máquinas para colheita, motoniveladores, silos metálicos para cereais, válvulas, torneiras e registros, tratores agrícolas, partes e peças para máquinas de colheita e carregadoras- transportadoras; inseticidas para uso na agricultura, tintas e vernizes para impressão, silício, barras, construção herbicidas carnes de e e adubos bovinos para e usos em geral, fertilizantes; congeladas, frescas polipropileno bombons ou e (PP), chocolates refrigeradas, em açúcar cristal e carnes e miudezas de aves e de suínos congeladas; estruturas de ferro e aço, parafusos, ganchos, pinos ou porcas de ferro e aço, artefatos diversos de ferro e aço estampado, esquadrias de alumínio, torres e pórticos de ferro e aço, pontes e elementos de pontes de ferro e aço e latas de ferro e aço para embalagem; medicamentos; camisetas de malha, camisas, blusas e semelhantes de malha de uso feminino, calças compridas de uso feminino, conjuntos de malha de uso feminino, camisas de malha de uso masculino, semelhantes maiôs de e malha biquínis, de uso calças, feminino, bermudas, jardineiras, meia-calça de fibra shorts e sintética, vestidos de malha e cuecas de malha; e artefatos e peças diversas de ferro fundido, bobinas a frio de aços ao carbono, tubos, canos e perfis ocos de aço, vergalhões de aços ao carbono, bobinas ou chapas de aços zincadas, barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre, chapas, bobinas, fitas e tiras de aço relaminadas, fio-máquina de aços ao carbono, barras de aços ao carbono e ligas de alumínio em formas brutas. Por outro lado, ainda na comparação com janeiro de 2014, entre as seis atividades que aumentaram a produção, o principal impacto foi observado em indústrias extrativas (10,4%), impulsionado, em grande parte, pelos avanços nos itens minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo. Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Índice Mensal - Janeiro/2015 (Base: igual mês do ano anterior) 10,4 Indústrias extrat ivas 4,6 Impressão e reprodução de gravações 2,4 Couro, artigos de viagem e calçados 0,8 0,8 0,7 Bebidas Produt os diversos Celulose, papel e produ tos de papel -2,5 -2,7 -3,7 -4,0 -4,7 -4,8 -5,2 -6,1 -6,1 -6,4 -7,1 -7,2 -8,0 -8,4 -9,3 -10,2 -10,9 Máquinas, ap arelhos e materiais elétricos Produt os alimentícios Móveis Metalu rgia Produt os de b orracha e de mat erial plástico Produt os de minerais não-metálicos Indú stria geral Coque, prods. deriv. do petróleo e biocombust ível Manu t., reparação e instalação de máqs. e equips. Outros E quipamentos de Transporte Outros produtos químicos Perfumaria, sabões e produtos d e limpeza Produt os de madeira Produt os do fumo Produt os têxteis Produt os de metal Máquinas e equipamentos -14,3 -14,5 Confecção de artigos do vestuário e acessórios Produt os farmoquímicos e farmacêuticos -18,2 Veículos automotores, reboques e carrocerias Equips. de Informát ica, prods. eletrônicos e ópticos -23,2 -26,0 -19,5 -13,0 -6,5 % 0,0 6,5 13,0 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital (-16,4%) e bens de consumo duráveis (-13,9%) assinalaram, em janeiro de 2015, as reduções mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (-5,3%), com queda ligeiramente mais intensa do que a média nacional (-5,2%), e de bens intermediários (-2,4%) também apontaram resultados negativos nesse mês. Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Índice Mensal - Janeiro/2015 (Base: igual mês do ano anterior) 3,5 0,0 -2,4 % -3,5 -5,3 -5,2 -7,0 -10,5 -14,0 -17,5 -13,9 -16,4 Bens de Capital Bens de Consumo Duráveis Bens de Consumo Semi e NãoDuráveis Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria Indústria Geral Bens Intermediários O setor produtor de bens de capital mostrou queda de 16,4% no índice mensal de janeiro de 2015, décimo primeiro resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o mais intenso desde junho de 2014 (-21,5%). Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pelo recuo observado em todos os seus grupamentos, com claro destaque para a redução de 21,4% de bens de capital para equipamentos de transporte, pressionado, principalmente, pela menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias e reboques e semirreboques. As demais taxas negativas foram registradas por bens de capital agrícola (-28,0%), para construção (-27,9%), de uso misto (-9,3%), para fins industriais (-2,2%) e para energia elétrica (-7,8%). O segmento de bens de consumo duráveis, ao recuar 13,9% em janeiro de 2015, também assinalou a décima primeira taxa negativa consecutiva no índice mensal e apontou a queda mais elevada desde agosto de 2014 (-16,1%). Nesse mês, o setor foi particularmente pressionado pela menor fabricação de automóveis (-15,9%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (-30,4%), ambos ainda influenciados por reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Outros impactos negativos importantes vieram de motocicletas (-16,9%), de móveis (-4,6%) e de eletrodomésticos da “linha branca” (-0,5%). Por outro lado, a principal influência (2,5%), positiva impulsionado foi observada no principalmente grupo pelo de outros aumento na eletrodomésticos fabricação de eletroportáteis domésticos (aspirador de pó, liquidificador, espremedor de frutas, batedeira e semelhantes). A queda na produção de bens de consumo semi e não-duráveis (-5,3%) em janeiro de 2015 foi o quarto resultado negativo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior e o mais intenso desde abril de 2009 (-6,2%). O desempenho nesse mês foi explicado principalmente pelos recuos observados nos grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-4,1%), de semiduráveis (-8,6%) e de não-duráveis (-5,5%), pressionados especialmente pela menor produção de bombons e chocolates em barras, carnes de bovinos frescas, refrigeradas e congeladas, cervejas, chope, carnes e miudezas de aves frescas, refrigeradas e congeladas, sorvetes e picolés, no primeiro; de telefones celulares, camisetas de malha, camisas, blusas e semelhantes de malha de uso feminino, calçados de couro de uso feminino, calças compridas de uso feminino e discos de vídeo (DVD), no segundo; e de medicamentos, no último. Vale destacar também o resultado negativo assinalado pelo subsetor de carburantes (-5,0%), influenciado pelo recuo na fabricação de gasolina automotiva. Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, a produção de bens intermediários, com redução de 2,4% em janeiro de 2015, assinalou a décima primeira taxa negativa consecutiva e mostrou intensidade de queda maior do que a observada em dezembro último (-1,7%). O resultado desse mês foi explicado principalmente pelos recuos nos produtos associados às atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,4%), de produtos de metal (-14,0%), veículos automotores, de reboques outros e produtos carrocerias químicos (-11,0%), de (-7,4%), de metalurgia (-4,0%), de produtos de minerais não-metálicos (-5,0%), de produtos de borracha e de material plástico (-5,3%), de produtos têxteis (-8,1%) e de máquinas e equipamentos (-4,9%), enquanto as pressões positivas foram assinaladas por indústrias extrativas (10,4%), produtos alimentícios (1,9%) e celulose, papel e produtos de papel (1,4%). Ainda nessa categoria, vale citar também os resultados negativos observados nos grupamentos de insumos para construção civil (-8,8%), que marcou a décima primeira queda consecutiva nesse tipo de comparação, e de embalagens (-1,2%), que volta a recuar após avançar 1,6% em dezembro último. Em síntese, o setor industrial no início de 2015 volta a mostrar um quadro de maior ritmo produtivo, expresso especialmente na expansão de 2,0% na comparação janeiro de 2015/dezembro de 2014, que foi o avanço mais intenso desde junho de 2013 (3,5%). Mas vale destacar que, mesmo com o resultado desse mês, o total da indústria recuperou apenas parte da perda de 4,3% acumulada no período novembro-dezembro de 2014 e ainda encontra-se 8,9% abaixo do nível recorde alcançado em junho de 2013. Ainda na série com ajuste sazonal, permanecem os sinais de menor intensidade da atividade industrial que ficam evidenciados na evolução do índice de média móvel trimestral, que mesmo reduzindo o ritmo de queda entre dezembro de 2014 (-1,4%) e janeiro de 2015 (-0,8%), prossegue com a trajetória descendente iniciada em outubro do ano passado. Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Índice Mês/Mês Imediatamente Anterior - Indústria Geral - 2014-2015 (Base: mês imediatamente anterior) Série com Ajuste Sazonal 2,4 2,0 1,9 1,2 0,6 0,6 0,2 0,2 % 0,0 -0,8 -1,2 -0,6 -0,5 -0,8 -1,1 -1,4 -2,4 -3,2 -3,6 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria No confronto com igual mês do ano anterior, a produção industrial permaneceu em queda, com o índice mensal de janeiro de 2015 apontando o décimo primeiro resultado negativo consecutivo e com claro predomínio de taxas negativas entre as atividades e as grandes categorias econômicas. Os sinais de redução no ritmo produtivo também ficaram evidentes no confronto do último trimestre de 2014 (-4,2%) com o resultado do primeiro mês de 2015 (-5,2%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (de -9,1% para -13,9%) e bens de capital (de -11,8% para -16,4%) assinalaram as maiores reduções entre os dois períodos e prosseguiram no início desse ano com os recuos mais elevados. O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis (de -1,7% para -5,3%) também mostrou perda de ritmo entre o último trimestre do ano passado e o primeiro mês de 2015, enquanto o setor produtor de bens intermediários (de -3,5% para -2,4%), que permaneceu apontando recuo na produção nos dois períodos, registrou redução na intensidade de queda. Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Índices Trimestral x Índice Mensal (Base: igual período do ano anterior) 4,5 0,0 -1,7 -2,4 -4,5 -4,2 % -5,3 -5,2 -3,5 -9,0 -9,1 -13,5 -11,8 -13,9 -18,0 -16,4 Bens de Capital Bens de Consumo Duráveis Bens de Consumo Semi e NãoDuráveis 4º Trimestre/2014 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria Indústria Geral Janeiro/2015 Bens Intermediários