COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE TOMATE ITALIANO (SALADETE) EM CULTIVO CONVENCIONAL EM GUARAPUAVA-PR Patrícia Gonçalves (PIBIC/CNPq-UNICENTRO), Marcos Faria Ventura (Orientador), e-mail: [email protected] Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências Agrárias e Ambientais Palavras-chave: Solanum lycopersicon, produtividade, híbridos F 1 . Resumo Foram avaliados oito híbridos de tomate do tipo saladete sob cultivo convencional em Guarapuava-PR, quanto à produtividade média e o peso médio de frutos. As cultivares Supera e Mariana apresentaram maior massa de frutos. As maiores produtividades foi apresentada pelos híbridos Fabiana, Giuliana e Rio Brazil. A expressão do potencial produtivo dos híbridos avaliados foi severamente prejudicada pela ocorrência de granizo sobre as plantas na fase de florescimento/frutificação. Introdução O tomate (Solanum lycopersicon Mill) é uma das hortaliças mais cultivadas no mundo (Naika et al., 2006). Segundo a FAO (2009) é a hortaliça mais consumida no Brasil, superando a batata. Nos últimos anos, vem crescendo a área plantada com tomate em Guarapuava, em função das condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento dessa cultura no período do verão. O grupo de tomate saladete, também chamado de tomate italiano, é o mais novo no mercado, apresentando dupla aptidão, podendo possuir hábito de crescimento indeterminado ou determinado, sendo recomendado tanto para consumo in natura quanto para processamento na indústria. Os frutos são alongados, biloculares, de polpa espessa, coloração vermelha intensa, firmes e saborosos (Filgueira, 2000; Alvarenga, 2004). No Brasil, as cultivares de polinização aberta foram rapidamente substituídas por híbridos, uma vez que estes apresentam muitas vantagens, como rendimentos mais altos, amadurecimento uniforme, frutos de melhor qualidade e com maior resistência a doenças. Devido a todas estas vantagens são muitos os agricultores que preferem utilizar sementes híbridas, apesar dos seus custos mais altos (Naika et al., 2006). O ciclo da maioria das cultivares geralmente varia de 95 a 125 dias. Entretanto, o período de cultivo é dependente das condições climáticas, da fertilidade do solo, da intensidade de irrigação, do ataque de pragas e da época de plantio (Embrapa, 2003). Dessa forma é de fundamental importância o conhecimento do comportamento produtivo das diversas cultivares disponíveis no mercado para atender demanda que vem surgindo na região de Guarapuava. Anais do XVIII EAIC – 30 de setembro a 2 de outubro de 2009 O objetivo do presente trabalho foi avaliar a produtividade média e o peso médio de frutos de oito cultivares de tomate italiano em cultivo convencional nas condições de Guarapuava. Materiais e Métodos As atividades de campo foram realizadas na área experimental do Centro Politécnico da Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO, em Guarapuava, PR, localizada a 25°21` de latitude Sul, 51°30` de longitude Oeste e a 1100m de altitude. O clima é temperado, classificado como Cfb, segundo Köppen, com temperatura média anual de 18,2ºC. Foram avaliados os híbridos Fabiana, Mariana, Giuliana, Rio Brazil, Andréa, Tyna, Supera e TPC 07722, recomendados para as regiões produtoras brasileira. A semeadura foi realizada em outubro de 2008, em bandejas plásticas contendo substrato comercial e após a germinação as plântulas foram repicadas para bandejas de isopor de 128 células contendo substrato comercial, onde permaneceram até a época de transplantio (30 dias após a semeadura). O transplantio das mudas foi realizado em canteiros, segundo o delineamento em blocos casualizados com três repetições. Cada parcela foi composta por dez plantas, dispostas em fileiras duplas, com espaçamento de 0.8 m entre as fileiras duplas, 0,7 m entre as linhas de cada fileira dupla e 0,5 m entre plantas. As plantas foram tutoradas com estacas de bambu. O manejo de controle de plantas daninhas, pragas e doenças foi realizado conforme recomendações técnicas para a cultura (Filgueira, 2000). A irrigação foi feita inicialmente por aspersão, sendo substituída posteriormente por gotejamento, para evitar a maior incidência de doenças na cultura. A adubação foi realizada na profundidade de 7 a 12 cm com 500 kg ha-1 da formulação 4-30-10 em pré-plantio e uma mistura de 500 kg ha-1 de 4-30-10 com 250 kg ha-1 de sulfato de amônio aplicada em cobertura e incorporada 30 a 35 dias após o plantio à campo. Foram avaliadas as seguintes características: número médio de frutos por planta; massa média de frutos e produtividade (t ha-1). Os dados coletados para cada variável foram submetidos à análise de variância, com comparação das médias pelo teste de Tukey. Resultados e Discussão Houve diferenças significativas entre os tratamentos quanto à massa média de frutos, sendo que as cultivares Supera e Mariana apresentaram os maiores valores para essa caraterística (Tabela 1). Segundo Gualberto et al. (2007) a massa média dos frutos é um relevante componente da produção, sendo a primeira característica considerada ao se avaliar o desempenho de cultivares de tomateiro e um importante fator inerente da produtividade comercial. Anais do XVIII EAIC – 30 de setembro a 2 de outubro de 2009 Tabela 1 – Número de frutos por planta e peso médio de frutos de tomateiro, em função dos diferentes híbridos Massa média de frutos Número médio de frutos por (g) planta Supera 136,71 a 9,55 b Mariana 136,18 a 10,35 ab Giuliana 125,68 ab 13,87 ab Fabiana 119,92 bc 15,15 ab Tyna 109,19 cd 13,27 ab TPC 07722 104,45 d 11,17 ab Andrea 98,43 d 14,45 ab Rio Brazil 98,03 d 16,87 a Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05) Observaram-se diferenças significativas entre as cultivares, quanto ao número de frutos produzidos por planta (Tabela 2). Os valores encontrados nesse trabalho foram muito aquém do desejado para a cultura e bastante inferior aos resultados descritos por Machado et al. (2007). Esse fato pode ser explicado pelos danos severos causados às plantas devido à queda de granizo na fase produtiva da cultura (em 04/01/2009). As cultivares alcançaram média de produtividade comercial de até 50 -1 t ha , que pode ser considerada baixa para os híbridos de tomate italiano, todavia, cabe salientar mais uma vez o granizo que incidiu sobre a cultura prejudicou severamente a produtividade. Ademais, os híbridos que ainda apresentaram maior produtividade comercial foram Fabiana, Giuliana e Rio Brazil (Figura 1). 50,000 40,000 ton/ha 30,000 20,000 10,000 FA TY NA M AR IA N A SU PE R A TP C 07 72 2 NA G IU LI AN RI A O BR AZ IL AN DR EA 0,000 BI A Produtividade ton/ha 60,000 CV Figura 1 – Produtividade média das oito cultivares de tomate italiano (saladete), em cultivo convencional tutorado nas condições de Guarapuava-PR. Conclusões Anais do XVIII EAIC – 30 de setembro a 2 de outubro de 2009 As cultivares Supera e Mariana produziram frutos com maior massa. Com relação à produtividade comercial, as cultivares Fabiana, Giuliana e Rio Brazil se sobressaíram, mesmo após danos decorridos da chuva de granizo. A expressão do potencial produtivo dos híbridos avaliados foi severamente prejudicada pela ocorrência de granizo sobre as plantas na fase de florescimento/frutificação. Referências Alvarenga, M.A.R. Tomate: produção em campo, casa-de-vegetação e em hidroponia. Lavras: UFLA, 2004, 400p. Embrapa. Cultivo de tomate para industrialização. Embrapa Hortaliças. Sistema de Produção, jan/2003. Disponível em: <http://sistemasde producao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Tomate/TomateIndustrial/index.ht m>. Acesso em 20 mar. 2009. FAO (Roma, Itália). Agricultural production: primary crops: tomato. Disponível em: <http://www. fao. org>. Acesso em 02 mai. 2009. Filgueira, F.A.R. Novo Manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000, 402p. Gualberto, R.; Oliveira, P.S.R.; Guimarães, A. de M. Desempenho de cultivares de tomateiro para mesa em ambiente protegido. Horticultura Brasileira, 2007, v. 25, p. 244-246. Machado, A.Q.; Alvarenga, M.A.R.; Florentino, C.E.T. . Produção de tomate italiano (saladete) sob diferentes densidades de plantio e sistemas de poda visando ao consumo in natura. Horticultura Brasileira, 2007, v. 25, p. 149153. Naika, S.; Jeude, J.V.L.; Goffau, M.; Hilmi, M.; Dam, B.V. A Cultura do tomate. Agrodok 17. Fundação Agromisa e CTA, Wageningen, 2006, 104p. Anais do XVIII EAIC – 30 de setembro a 2 de outubro de 2009