REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA ADOLESCÊNCIA NA MODERNIDADE DEFINIÇÕES • O indivíduo desenvolve os requisitos preliminares de crescimento fisiológico, amadurecimento mental e responsabilidade social; • O aspecto psicossocial do processo adolescente: crise de identidade propriamente dita; • A adolescência como moratória; tempo de espera; (ERIKSON, 1976). MORATÓRIA? • Dilação de prazo concedida pelo credor ao devedor para pagamento de uma dívida. • Suspensão da exigibilidade das dívidas de um dado grupo de devedores, determinada por lei, com suspensão do curso de ações de cobrança e prolongamento do prazo de amortização. DICIONÁRIO AURÉLIO • Adolescência: [Do lat. adolescentia.] Substantivo feminino. 1.O período da vida humana que sucede à infância, começa com a puberdade, e se caracteriza por uma série de mudanças corporais e psicológicas (estende-se aproximadamente dos 12 aos 20 anos). • Puberdade: [Do lat. pubertate.] Substantivo feminino. 1.Conjunto das transformações psicofisiológicas ligadas à maturação sexual que traduzem a passagem progressiva da infância à adolescência. 2.Estado ou qualidade de púbere. [Sin. ger.: pubescência.] ADOLESCENTE É... • Alguém que teve tempo de assimilar os valores da sociedade; • Cujo corpo chegou à maturação; • Que neste exato momento a sociedade lhe impõe um “moratória”, ou seja, um tempo de suspensão entre a chegada da maturação fisiológica e a assimilação dos valores sociais e a autorização postergada: - “você ainda não está pronto”! REAÇÃO E REBELDIA • A imposição desta moratória cria uma vida de inquietação e frustração para os jovens; • Cria-se o ideal da autonomia que será vivenciada em grupos específicos; • Paradoxo da vida adolescente: tornar adulto através da transgressão. O ADOLESCENTE GREGÁRIO • O adolescente transforma sua faixa etária num grupo social dos mais diversificados; • Podem mutuamente se reconhecer como pares; • A verdadeira comunidade não é a família; • Cria, inventa e integra microssociedades que vão desde o grupo de amigos até os grupos de estilos e gangues. A DELINQÜÊNCIA • Cometer falta, crime, delito é um ato antisocial em primeiro lugar; um ato contrário à organização da sociedade como tal, ou que se opõe à ordem social vigente. Dizse de comportamento em que há, fundamentalmente, incapacidade de socialização e freqüentes conflitos com grupo social. • Nessas condições, a delinqüência pode ser uma saída para os adolescentes: o uso de drogas; narcotráfico; roubos; assassinatos; entre outros... • É o caminho para muito jovens em que há um rompimento do “pacto social” ou do “laço social”, ou seja, a falta de perspectivas que são construídas no período de moratória: educação, convívio social, trabalho e apoio familiar. Como nos diz Erik Erikson, “a juventude [...] sempre decidida a apreender a diversidade em princípio e o princípio em diversidade, deve testar os extremos, freqüentemente, antes de se decidir por um determinado rumo” (Ibid., p. 237). • “Esses extremos, particularmente em épocas de confusão ideológica e vasta marginalização de identidade, podem incluir não só tendências rebeldes mas também as divergentes, delinqüentes e autodestrutivas. Entretanto, tudo isto pode estar na natureza de uma moratória, um período de espera para testar os fundamentos de alguma verdade, antes de vincular os poderes do corpo e do espírito a um segmento de ordem existente (ou vindoura)”. (ERIKSON, 1976b, p. 237). CONCLUSÃO • A adolescência é um passo longo demais na direção da vida adulta; • É uma busca, uma realização, de forma autônoma, do desejo de ser de fato um “adulto”; • Muitas vezes esta realização é considerada mais infantil do que se imagina: pois o desejo impera sobre a realidade sem pensar nas conseqüências. REFERÊNCIAS • CALIGARIS, Contardo. A adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000. • ERIKSON, Erik Homburger (1950). Infância e sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 1976a. • ______________________ (1963). Identidade: juventude e crise. Rio de Janeiro: Zahar, 1976b.