Os índios Kaingang na
Atualidade
Objetivo
• A aula, sobre os povos indígenas Kaingang, tem
como objetivo relatar a vida destes povos na
atualidade. Os Kaingang estão atualmente
estabelecidos em reservas assistidas pela
FUNAI e pelo Estado. No entanto, a situação
destes povos de agravam cada vez mais com o
desaparecimento de seus costumes, com o
preconceito, com as invasões de suas terras. O
maior sofrimento é a perda da identidade
cultural e a aculturação forçada, entre os povos
de outras culturas, principalmente o homem não
índio.
Conteúdos:
• Modo de vida dos Kaingang
• Modo de agir e pensar
• Modo de viver na atualidade
• De acordo com Teschauer (1927), os
Guayanás que viviam na costa atlântica
entre Angra dos Reis e Cananéia seriam
ascendentes dos Kaingang. Os nomes
Guayaná, Goyaná, Goainaze, Wayanaze,
seriam denominações dadas aos
Kaingang daquela região.
• Ursula Wiesemann classificou a língua dos
Kaingang atuais em cinco dialetos: (1) de
São Paulo (SP), entre os rios Tietê e
Paranapanema; (2) do Paraná (PR), entre
os rios Paranapanema e Iguaçu; (3) Dialeto
Central (C), entre os rios Iguaçu e Uruguai,
Estado de Santa Catarina; (4) Dialeto
Sudoeste (SO), ao sul do rio Uruguai e a
oeste do rio Passo Fundo, Estado do Rio
Grande do Sul; e (5) o Dialeto Sudeste
(SE), ao sul do rio Uruguai e leste do rio
Passo Fundo.
• Os Kaingang vivem hoje em mais de 30
Terras Indígenas distribuídas nos estados
de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul.
• Estima-se hoje uma população kaingang
de 25.875 pessoas vivendo em 32 Terras
Indígenas (Funasa, 2003). No entanto,
verifica-se a presença de famílias vivendo
nas zonas urbanas e rurais próximas às
TIs. Na grande Porto Alegre-RS surgiram
três grupos kaingang que passaram a
viver na cidade e um já conseguiu local
para construir a aldeia.
• Os Kaingang, como outros grupos da
família lingüística macro-jê, são
caracterizados como sociedades
sociocêntricas que reconhecem princípios
sociocosmológicos dualistas, apresentando
um sistema de metades. Entre os Kaingang
as metades originadoras da sociedade
recebem os nomes de Kamé e Kairu. Os
registros dos primeiros conquistadores dos
Campos de Guarapuava sugerem que os
colonizadores perceberam parcialmente tal
modo de organização social.
A dispersão de grupos kaingang pelos
campos e matas de seu território
tradicional não impediu e não impede que
estes índios reconheçam um sistema
cosmológico comum. Efetivamente, ainda
hoje os grupos kaingang, além de um
registro mitológico comum, compartilham
crenças e práticas acerca de suas
experiências rituais – o profundo respeito
aos mortos e o apego às terras onde estão
enterrados seus umbigos são expressões
incontestáveis do valor estruturante da
cosmologia para estes índios.
• O centro da vida ritual entre os Kaingang é
ocupado pelo ritual de culto aos mortos.
Efetivamente, entre estes índios as etapas do
ciclo de vida ou são objeto de rituais
circunscritos ao ambiente doméstico (caso
da nominação) ou não apresentam qualquer
forma de ritualização (caso dos casamentos).
Ao contrário, o culto aos mortos destaca-se
não apenas pela importância atribuída pelos
Kaingang, mas também, por seu caráter
comunitário e intercomunitário.
• Os relatos de viajantes e
pesquisadores do passado registraram
a riqueza das artes e da cultura
material kaingang. Fabricavam armas
de guerra e de caça, tecidos de fibras
de urtiga brava, talas de caraguatá,
cestos de taquara de vários tamanhos
e formas para fins diversos, enfeites e
adornos e utensílios de cerâmica e
porongos (cabaças).
• A cerâmica kaingang compunha-se de panelas
feitas de argila em vários tamanhos e formatos.
Os vestígios arqueológicos dos ascendentes
dos Jê do Sul se manifestam em cerâmicas e
líticos para processamento de alimentos.
Utilizavam também artefatos líticos como mãosde-pilão e machados de pedra polida,
talhadores, raspadores e lascas que eram
utilizados em atividades como derrubada de
árvores, abertura de clareiras, coleta de palmito
e mel, na agricultura, para coletar insetos
comestíveis, na construção de ranchos e de
andaimes de plataformas de caça.
• Povos que tradicionalmente viviam da
caça, coleta e agricultura, os Kaingang de
hoje sobrevivem das roças administradas
pela FUNAI, das roças familiares, da venda
de artesanato e da prestação de serviços
para produtores rurais. Tendo perdido a
maior parte de seus antigos territórios, os
Kaingang ainda viram suas florestas serem
devastadas pelas serrarias implantadas
nas terras kaingang e as melhores terras
serem arrendadas para fazendeiros
brancos pelos próprios órgãos indigenistas.
• O presente texto utilizou-se tanto dos
registros históricos produzidos ao longo
do século XIX e início do XX deixados
tanto por indigenistas e diretores de
aldeamento como Telêmaco Borba e
Horta Barboza, quanto de outras pessoas
que registraram aspectos da cultura
material e simbólica kaingang, como
Pierre Mabilde e Ambrosetti, que
conheceram os Kaingang nos primeiros
anos de contato interétnico.
NOTAS SOBRE AS FONTES
• ALMEIDA, Ledson Kurtz de. Dinâmica religiosa entre os
Kaingang do Posto Indígena de Xapecó. Florianópolis :
UFSC, 1998. 165 p. (Dissertação de Mestrado)
• AMANCIO, Chateaubriand Nunes. Os Kanhgag da Bacia
do Tibagi : um estudo etnomatemático em comunidades
indígenas. Rio Claro : Unesp, 1999. 83 p. (Dissertação de
Mestrado)
• --------. Sobre a numeração Kaingang. In: FERREIRA,
Mariana Kawall Leal (Org.). Idéias matemáticas de povos
culturalmente distintos. São Paulo : Global ; Mari/USP,
2002. p. 276-96. (Antropologia e Educação)
• AMBROSETTI, J. B. Los índios Kaingángues de San
Pedro de Misiones. Revista del Jardin Zoológico, Buenos
Aires, s.n., 1894.
• ASTEEN, Sissel Hodne; FRANCO, Scilla. O Kaingang e
sua evolução até os dias atuais. Piracicaba : GTME,
1982. 68 p.
• Redação de Vilma Aparecida da Silva
• Trabalho de informática
Download

Os índios Kaingang na atualidade