OBJETIVO
A presente apostila tem por finalidade a descrição de conteúdo,
que achamos pertinentes, que serão tratadas na disciplina de
Recreação e Lazer do Curso de Graduação em Educação Física do
IBES - Instituto Brasileiro de Educação e Saúde.
Procuramos descrever conceitos de renomados autores a
respeito do lazer e recreação e algumas questões que fazem parte
desse universo como: jogos, brincadeiras, lúdico e o desenvolvimento
humano.
Contamos com o auxilio de grandes profissionais e amigos para
a elaboração dessa apostila, Rodrigo Ramos, Carlos Ângelo, Helena
Patrícia, Tiago Aquino e todos os mestres e companheiros de trabalho.
LAZER
Conceituar lazer se tornou fácil nos últimos anos, pois, diversos
autores passaram a estudar e escrever sobre o assunto.
Abaixo teremos o conceito de Joffre Dumazedier que foi um
sociólogo francês considerado pioneiro nos estudos do lazer no Brasil
e que teve um papel fundamental nos estudos, pesquisas e ações do
lazer neste país nas décadas de 70 e 80 do século passado. Teremos
também o conceito de Nelson Carvalho Marcellino considerado um
dos melhores, ou o melhor, estudioso do lazer no Brasil. Ele foi
percussor nesses estudos no país. Após, temos o conceito de dois
profissionais do lazer, Vinicius Cavallari e Vany Zacharias que tiveram
destaque na década de 90 do século passado com uma literatura mais
dinâmica e de melhor entendimento sobre as ações do lazer e da
recreação. E, por fim, teremos os conceitos de dois novos estudiosos
e pesquisadores do lazer e recreação no Brasil que são referência em
pesquisas e trabalhos realizados na atualidade: Tiago Aquino e Kaoe
Gonçalves.
CONCEITOS DE LAZER
“Um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregarse de bom grado, seja para repousar, seja para se divertir, seja para
desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua
participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, depois
de ter se liberado de suas ocupações profissionais, familiares ou
sociais”.
Dumazedier,1973.
“Livre escolha para fazer algo que traga uma satisfação,
sabendo das opções que o lazer oferece. Tais escolhas estão ligadas
aos interesses artísticos, os intelectuais, os físicos, os manuais, os
turísticos e os sociais”.
Marcellino, 2006.
“É o estado de espírito em que o ser humano se coloca,
instintivamente (não deliberadamente), dentro do seu tempo livre, em
busca do lúdico (diversão, alegria, entretenimento).”
Cavallari e Zacharias, 2008.
“É a preparação e a ação psicológica em realizar determinada
tarefa em seu tempo livre, com caráter de espontaneidade e livrearbítrio, em participação individual ou coletiva, na busca de momentos
prazerosos e alegres, que apresentam resultados positivos na
formação integral do individuo.”
Costa e Silva e Gonçalves, 2010
Acerca da contribuição dos autores acima citados podemos
entender que o Lazer está diretamente ligado a três importantes
aspectos: Tempo, Espaço e Escolha.
Tempo: Temos nosso dia dividido em três fases do tempo:
Tempo de Trabalho: dedicado a tudo que se relaciona com o trabalho
remunerado, inclusive o transporte de ida e volta, e a educação, no
caso de quem apenas estuda, incluindo o gasto em tarefas de casa.
Tempo de Necessidade Básica: dormir, tomar banho, comer,
necessidades fisiológicas. Tempo Livre: O tempo que você faz o que
quiser. Ler livro, assistir tv, navegar na internet, jogar futebol são
exemplos.
Espaço: Saber o que pode ser feito, como os interesses citados
por Marcellino e ter acesso a eles. Por exemplo: Ter acesso a cinema,
teatro, campo de futebol, leitura, entre outros.
Escolha: Após ter um tempo livre e saber o que pode ser feito
de acordo com os acessos que você tem, escolhe o que quer fazer,
algo que possa lhe trazer bem estar, carregar as energias.
O último conceito que podemos deixar como contribuição é de
um estudioso brasileiro de grande relevância, Antônio Carlos
Bramante, que no 23° Enarel, realizado na cidade de Avaré, interior de
São Paulo, em 2011, trouxe seu novo conceito de Lazer:
“O Lazer se traduz por uma dimensão
conflitiva da existência humana, dentro de um
tempo aparentemente livre e que pode
ocorrer em qualquer espaço. Ele se
materializa muito mais por uma atividade
compulsiva, de prazer efêmero, envolvendo
um grupo de pessoas com interesses básicos
a comuns, mas dispersos, com tendência ao
individualismo. Essa ação pessoal, na
maioria das vezes pouco criativa, tende a se
repetir no tempo/espaço, cujo eixo principal é
expresso através de uma pseudo ludicidade,
que se aproxima muito mais no “ter” do que
no “ser”. Ela é empobrecida pelo seu
potencial
alienante,
determinada,
predominantemente, por duas variáveis: as
pressões externas de ser igual aos demais e
a angustia interna de desejar ser diferente.
Ela é feita por interesses objetivos de curto
prazo e outros difusos, não claramente
identificados, de médio e longo prazo,
reproduzindo a lógica do mercado, ditado
pelo que está na “moda” e pelo “lazer de
resultado”. O sucesso da vivência dessa
atividade está diretamente relacionado à
hiperconectividade das mídias sociais, que
tentam
massificar
uma
pretensa
“customização da felicidade” mas que logo
passa, deixando de lado a magia do
inesperado, a subjetividade da experiência
única, a riqueza dos sonhos e a gratuidade
das relações humanas na plenitude da
existência.”
Bramante, 2011.
PROPRIEDADES NECESSÁRIAS PARA A
CONCRETIZAÇÃO DE UMA ATIVIDADE DE LAZER
Algumas questões são levadas em consideração ao planejar
uma atividade de lazer para que essa atividade atinja as expectativas
de seus participantes, tais como:
ESCOLHA PESSOAL: somente no lazer encontramos um grau
de liberdade de escolha maior do que em outras situações como:
trabalho, ritual familiar, vida sócio-religiosa e política.
GRATUIDADE: onde exercita-se o “fazer por fazer” sem o
interesse de retorno financeiro ou valor a pagar.
PRAZER: em toda escolha de lazer, existe o princípio da busca
do prazer, mesmo que a atividade inicie com um esforço, para depois
obter o relaxamento.
LIBERAÇÃO: o lazer é sempre liberatório de obrigações: busca
compensar ou substituir algum esforço que a vida impôs.
OCIOSIDADE: é “nada fazer” de forma negativa, compulsória.
Sem opção.
ÓCIO: é “nada fazer” de forma lúdica, positiva e opcional. Uma
opção de cada um.
Pensar nesses aspectos é uma forma de não descaracterizar
os objetivos de uma atividade de lazer.
CLASSIFICAÇÃO DE INTERESSES DO LAZER
Cada indivíduo possui seus interesses que são pessoais, ou
seja, cada um tem o seu. Cada um na sua época, estudiosos e
pesquisadores deram sua contribuição sobre os interesses do lazer.
Dumazedier na década de 80 trouxe:
INTERESSES FÍSICOS: O desejo de exercitar-se fisicamente,
de colocar-se em forma, é o denominador comum destas atividades.
O interesse estético, ou contemplação da natureza e das
pessoas nas caminhadas ou ainda o interesse associativo.
INTERESSES PRÁTICOS OU MANUAIS: Entende-se como as
atividades ligadas ao prazer de manipular, explorar e transformar a
natureza.
Representa-se desde lavar o carro no fim de semana até o
crochê, tricô, ou ainda no monta e desmonta para conserto de novas
engenhocas e eletrodomésticos.
INTERESSES ARTÍSTICOS: O lazer manual é uma fonte de
expressão artística, mas não para todos. O artístico ressalta a busca
pelo imaginário, do sonho, do encantamento, do belo, do faz-de-conta.
Compreende-se habitualmente na prática e na assistência de todas as
formas de cultura.
INTERESSES INTELECTUAIS: Tudo na vida é fonte de
conhecimento, de informação, de aprendizagem. A arte informa por
encantamento e a ciência (principal fonte de satisfação dos interesses
intelectuais do lazer) por desencantamento. Muitos preferem crescer
no conhecimento através da leitura elaborada, livro, filmes, etc...
INTERESSES SOCIAIS: Em todas as atividades pode existir
um forte conteúdo de sociabilidade, expresso no contato com as
pessoas, porém fala-se das atividades desenvolvidas para exprimir o
interesse cultural centrado no contato com as pessoas.
Mais recentemente, o Prof. Luiz Octavio de Camargo, outra
referência nos estudos do lazer no Brasil trouxe a contribuição:
INTERESSES TURÍSTICOS: Tem como base a busca pela
mudança de paisagem, ritmo e estilo de vida. Certamente o turismo é
a atividade que mais desperta ansiedade nos indivíduos, o fascínio de
conhecer novos lugares, novas formas de vida, sobretudo no curto
espaço de tempo alterar a rotina cotidiana.
RECREAÇÃO NA ATUALIDADE
Vamos observar o conceito de autores em relação à palavra
recreação.
CONCEITO
“É o fato, ou momento, ou a circunstância que o indivíduo
escolhe espontânea e deliberadamente, através do qual ele satisfaz
(sacia) seus anseios voltados ao seu lazer...”
Cavallari e Zacharias, 2008.
“Um momento ou situação que proporciona alegria e prazer,
que busca satisfazer as vontades e os desejos alcançados pelo lazer.”
Costa e Silva e Gonçalves, 2010
Em busca constante de satisfazer seus anseios e necessidades
da realidade atual, surgiram preocupações novas além de emprego,
saúde, escola, as pessoas começaram a se preocupar com o seu
divertimento.
Com o aparecimento do “tempo livre” em decorrência
principalmente das novas leis trabalhistas da atualidade, surgem
novas possibilidades comerciais. Hoje podemos ver o surgimento de
novos campos de trabalho, desde iniciativas domésticas até grandes
negócios como Clubes Privados, Parques Temáticos, Hotéis,
Pousadas de lazer e os chamados Resorts.
LÚDICO
No dicionário a palavra está diretamente ligada ao jogo, ao
brinquedo e a brincadeira.
“Lúdico é tudo aquilo que leva uma pessoa somente a se
divertir, se entreter, se alegrar, passar o tempo.”
Cavallari e Zacharias, 2008.
O sociólogo francês Roger Caillois trouxe grande contribuições
sobre o lúdico e delas classifica uma atividade lúdica em quatro
categorias e que podem ser entendidas como motivação para a busca
do lúdico, que são: aventura, vertigem, fantasia e competição.
Podemos concretizar que as atividades de lazer/recreação têm
como objetivo atingir o lúdico das pessoas, sabendo que cada pessoa
possui uma motivação para essa busca e que a escolha é pessoal,
sempre levando em consideração seus interesses, o tempo disponível
e os espaço/oferta para a realização das atividades.
JOGO E BRINCADEIRA
Muito se fala de jogo e brincadeira e grandes são as discussões
da real existência da diferença entre essas duas palavras ou duas
ações.
Depois de ler alguns autores e de atuar com o jogo e a
brincadeira, resolvi seguir a linha de pessoas que encontram uma
diferença entre essas ações, como:
“Atividade que possui regra, com ganhador e perdedor, que o
individuo pode escolher participar, exige habilidades de seus
participantes e podem trazer benefícios aos participantes, isso é
JOGO. Atividade que não possui regras específicas, onde o ato de se
divertir é o que mais vale. Podem trazer diversos benefícios,
principalmente, para a criança e trás em sua essência a magia e a
alegria de estar em harmonia com você e com que brinca com você,
isso é BRINCADEIRA.”
Costa e Silva e Gonçalves, 2010
Trabalhar com jogo e brincadeira necessita de um cuidado
especial. Alguns especialistas dizem que só ato de brincar já está
transformando a vida daquele que brinca. Mas ao desenvolver uma
brincadeira ou um jogo, ou seja, quando você será o facilitador, será o
responsável pelo sucesso daquela brincadeira. Então conhecer seu
público e saber quais atividades são mais indicadas para ele se torna
de fundamental importância para o sucesso de sua atividade.
PECULARIEDADES DE CADA FAIXA ETÁRIA DE ACORDO
COM A PSICOLOGIA
Tivemos como base para esse estudo literaturas que tenha
como referência a psicologia do desenvolvimento com autores como
Helen Bee, Papaila e Olds. Tivemos como base o link em atividades
de lazer em um hotel para dar mais ênfase à vivência.
4 a 6 anos – de acordo com os estudos psicológicos as
crianças desta faixa etária não estão prontas para competições e sim
para atividades lúdicas, que envolvam personagem, histórias e contos.
São extremamente dependentes e não se envolvem por muito
tempo nas atividades. Sendo assim devemos respeitar e aplicar
apenas atividades que sejam adequadas a essa faixa etária.
7 a 12 anos – Nessa faixa etária as crianças já necessitam
competir, gostam de desafios, atividades dinâmicas e muita aventura.
É um momento da vida de descobertas, estão deixando de
lado a infância e já se acham adultas e procuram ser respeitadas por
isso.
Esta necessidade de se tornarem presentes e importantes deve
ser utilizada como forte argumento a ser aplicado como fonte
motivadora e envolvente no grupo.
Adolescentes - Nessa fase, eles são os chamados “sofredores”,
sofrem com as mudanças físicas (pêlos, seios, voz, altura, etc.).
Nesse período estão formando seu caráter, precisam de total
orientação e fazem do recreador um exemplo. Procuram atividades
inteligentes, misteriosas, sedutoras e competições do tipo: homens
versus mulheres.
Adultos - Podemos dizer que é a mais complexa das faixas
etárias. É muito difícil que um adulto se levante e vá participar de
alguma atividade. O propósito dele na maioria das vezes é somente
descansar, ao contrário das crianças que já chegam ao hotel com o
intuito de brincar.
O adulto deve perceber já nos primeiros contatos que o
recreacionista é uma pessoa divertida e inteligente. Isso criará um elo
de admiração e respeito ao profissional que ali se encontra podendo
com isso dar ao hóspede uma certa tranqüilidade para participar de
atividades que possam destacá-lo dos demais.
Vale lembrar que uma das coisas mais importante nesta fase de
“conquista” é o respeito pelo interesse ou pelo desinteresse do
hóspede.
Melhor idade – Geralmente estas pessoas chegam até os
hotéis somente como convidados em um encontro familiar.
Geralmente tímidos, eles se preocupam na maioria das vezes em
descansar e ler um bom livro. Isso não quer dizer que não tenham
uma pré- disposição a participar de atividades de lazer.
Cada um no seu ritmo eles podem participar de atividades
físicas como caminhadas, alongamento, hidroginástica, yoga, dança
de salão além de competições como bingo, desafios, carteado,
sorteios e atividades de cunho intelectual como “show do milhão”,
“Qual é a música”, Gincana Cultural, etc.
LOCAIS DE ATUAÇÃO
Aqui vamos descrever alguns locais onde podemos encontrar o
trabalho recreativo. Procuramos listar o local e um pouco do perfil de
recreador esperado.
Filantropia: Locais onde o trabalho é voluntário, sem
remuneração financeira, como hospitais, creches, casa de idosos.
Alguns autores indicam esse tipo de trabalho como ideal para o inicio
na recreação, por sempre estar acompanhado de pessoas.
Casa de festas: buffet infantil, empresas de festas, casa de
eventos são alguns exemplos de locais de festa. Esse profissional em
algumas vezes realiza o trabalho de monitoria de brinquedos, mas
existem casos de ter aplicação de brincadeiras. Na maioria das vezes
possuem espaços restrito e pouco material para realização das
atividades.
Hotel: fazenda, spa, resorts e praias são alguns tipos de hotéis
que encontramos o trabalho de recreação e entretenimento. Há alguns
anos, ter uma equipe de recreação em hotéis era um diferencial, hoje
se tornou indispensável ter uma equipe para entreter crianças, jovens
e adultos. O recreador em hotéis deve ter uma multidisciplinaridade,
pois em alguns momentos estará fazendo atividade para todas as
idades ao mesmo tempo.
Clube: esportivos, sociais e religiosos são locais onde podemos
encontrar o trabalho recreativo. Nesses locais os tipos de atividades
encontradas são mais comuns em finais de semana e férias escolares.
Escolas: trabalhando no intervalo dos alunos ou em dias
festivos, o trabalho recreativo nas escolas vem crescendo por diversos
fatores. Necessita um conhecimento mais específico por se tratar de
ambiente educacional.
Empresas: como parte do ambiente de trabalho, em
confraternizações e em treinamentos empresariais com jogos focando
as competências. Essas são as opções de trabalho recreativo nas
empresas. Para esse trabalho é necessário um conhecimento técnico
e específico das atividades a serem executadas.
Viagens: em viagens de turismos e pedagógicas encontramos o
trabalho recreativo para tornar a viagem mais agradável e dinâmica.
Para esse trabalho é preciso ter boa experiência, principalmente em
atividade que possam ser realizadas em ambientes fechados.
Claro que existem outros locais onde podemos encontrar o
trabalho recreativo e a tendência é alcançar mais locais. Acima
citamos apenas alguns exemplos.
PERFIL DO RECREADOR
A CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) tem seu
classificador:
3714-10 Recreador: GO – gentil organizador, Monitor de
entretenimento, Monitor de esportes e lazer, Monitor de recreação,
Monitor infantil, Recreacionista.
Descrição: promover atividades recreativas diversificadas,
visando ao entretenimento, à integração social e ao desenvolvimento
pessoal dos clientes. Para tanto, elaboram projetos e executam
atividades recreativas; promovem atividades lúdicas, estimulantes à
participação, atendem clientes, criam atividades recreativas e
coordenam setores de recreação, administram equipamentos e
materiais para recreação. As atividades são desenvolvidas segundo
normas de segurança.
Depois de pesquisar e trabalhar com recreação em diversos
segmentos, chegamos a um perfil que achamos interessante para o
recreador:
Polivalência cultural e conhecimento pleno elementar de
diferentes campos de atuação cultural e das diferentes técnicas de
trabalho;
Conhecimento sobre peculiaridades dos diferentes públicos, do
ponto de vista, do sexo, de faixa etária, da classe sócio-econômica ou
sócio-cultural;
Capacidade para montar e coordenar equipes com profissionais
de variadas formações e origens;
Conhecimento sobre formatação financeira de projetos;
Capacidade de se suportar determinado período de 5 a 10 dias
com propósito de divertir e se divertir sem comprometer a organização
geral;
Conhecimento sobre a política da empresa em que está
prestando serviços;
Capacidade de viver entre a magia do lúdico e a
responsabilidade do real sem colocar em conflito as duas partes;
Capacidade de resolver problemas com autonomia desde que a
sua atitude não prejudique o seu grupo e/ou a equipe como um todo.
ATIVIDADES RECREATIVAS
Logo abaixo descrevemos algumas dicas de atividades
recreativas que podem ser realizadas com crianças. Dificilmente
vamos saber a origem de cada atividade ou quem as criou.
Mas a dica que damos é não se prender ao formato descrito
logo abaixo. Ele está baseado em nossos estudos e, principalmente,
em nossas vivências.
O bom recreador é aquele que consegue Recriar a atividade do
seu jeito ou de acordo com a sua realidade. Para cada atividade
recreativas pode se criar pelo menos mais três ótimas atividades.
Divirta-se.
BRINCADEIRAS 3 A 6 ANOS
PEGOU FOGO NA ESCOLA:
Material: Cadeira
Descrição: Pegar uma cadeira para cada participante e colocálas em círculo. Começa o jogo com uma pessoa no centro da roda. Ela
vai dizer alguma coisa relacionada aos participantes. Exemplo: quem
tem olho? Os participantes que tem olho mudam de cadeira. Quem
está no centro da roda tenta sentar no lugar de alguém. Quem ficar
sem cadeira faz o pedido.
Obs: Brincadeira sem vencedor. Dinamize a atividade
colocando mais cadeiras vazias.
PEGA RABO
Material: Tiras de papel colorido ou de jornal.
Descrição: Cada participante receberá uma tira de papel,
previamente cortada podendo ser cortada pelos participantes, e coloca
pendurada na bermuda. A brincadeira é de quem pega mais papel. No
final todos recebem o papel e começa o jogo novamente.
Obs: Para crianças de 3 e 4 anos, quando um rabo for roubado
de outro pra ela.
PEGA PEGA
Material: Nenhum
Descrição: Participante espalhado pelo espaço e um será
nomeado o pegador. Ao sinal, ele irá atrás de outros participantes. Ela
pode ter variações. Quando ele pegar alguém essa pessoa passa a
ser o pegador. Outra variação, quem for pego ajuda.
Obs: Cuidado com crianças menores e limite espaços para
correr.
ESCONDE ESCONDE
Material: Nenhum
Descrição: Participante espalhado pelo espaço e um será
nomeado o pegador. Ele contará ate 50 com os olhos vendados
enquanto os amigos se escondem pelo espaço. Quando terminar a
contagem ele vai à procura.
Obs: Limite espaços para se esconder.
SMITI
Material: Nenhum
Descrição: Mesmo do esconde esconde, só que um se esconde
e os resto dos participantes procuram.
Obs: Limite espaços para se esconder
CAÇA AS LETRAS
Material: Letras Coloridos de EVA
Descrição: Preparar as letras em EVA e distribuir as letras pelo
espaço. Ao sinal, o recreador pedirá alguma letra ou, depende da
idade, até palavras para as crianças trazerem. Pode ser feito letras de
cores diferentes e na hora de pedir uma letra pedir a cor para dificultar.
Obs: Pode ser feito em formato de caça ao tesouro.
MAMÃE DA RUA (DUAS EQUIPES)
Material: Nenhum
Descrição: Dispor os alunos em um espaço que pareça uma
rua, ou seja, com duas calçadas e uma linha. Dizer alguma coisa
relacionada aos participantes. Exemplo: quem tem olho? Quem tiver
olho muda de lado. Quem fica no centro da rua tenta sentar pegar
alguém. Quem pegar ajuda até que todos sejam pegos.
Obs: Cuidado com o local da atividade evitando possíveis
acidentes.
ESTÁTUA
Material: Som
Descrição: Crianças espalhadas pelo espaço e toca-se uma
música, toda vez que parar a música, as crianças ficam sem se mexer.
Quem mexer ajuda o recreador a olhar quem ainda estiver na
brincadeira.
Obs: Busque variações para evitar a monotonia.
VIVO OU MORTO MALUCO
Material: Nenhum
Descrição: Brincadeira tradicional de vivo ou morto, quando o
recreador dizer vivo os participantes ficam em pé, quando disser morto
ele agacham. Colocam-se alguns personagens para deixar mais
dinâmico, tais como, “macaco louco” imitando macacos, Leão onde
imitam Leão, entre outros.
Obs: Você pode tematizar a atividade de acordo com o que está
vivenciando com as crianças na hora de escolher os personagens
MÚMIA
Material: Papel Higiênico
Descrição: Escolhe uma criança para ser a múmia. As outras
terão que usar um rolo de papel higiênico para transformá-la em uma
múmia. Ganha quem terminar primeiro a múmia e ficar melhor.
Obs: Busque variar a crianças que será a múmia.
PELA ESTRADA AFORA
Material: Colchonete e obstáculos.
Descrição: Utilizando obstáculos que pode ser cadeira, mesa,
escada, entre outros, e fazemos uma espécie de Siga o Mestre onde o
recreador é o mestre e passará pelos obstáculos e as crianças
acompanham.
Obs: Cuidado com os obstáculos para não haver acidentes.
COELHO SAI DA TOCA
Material: Nenhum.
Descrição:Distribuir os participantes em trio. Dois serão a toca e
um o coelho. A toca é formada com um de frente para o outro de mãos
unidas formarão um túnel acima da cabeça. O coelho fica entre as
duas crianças. Um participante fica sozinho. Ao sinal do recreador: Coelho sai da toca. Todos deverão trocar de toca e o participante que
ficou sozinho tenta “roubar” a toca de alguém. Marque um tempo e
peça que eles troquem de participantes da toca e coelho.
Obs: Cuidado para uma criança ficar muito tempo sem entrar
em uma toca.
MEU MESTRE MANDOU
Material: Nenhum.
Descrição: O recreador diz aos participantes que todos terão
que fazer o que ele mandar. Para isso tem um procedimento. O
recreador disse: - Meu mestre mandou, e as crianças respondem: Fazer o que. Então o recreador diz algo para as crianças pegarem. Ex:
Uma blusa vermelha, um pedaço de PH (Papel Higiênico).
Obs: Pedir coisas possíveis de serem encontradas.
SOPA DE LETRINHA
Material: Nenhum.
Descrição: Vamos utilizar como referência a quadra de futebol.
Colocar as crianças na linha de fundo da quadra. Dizer a elas que
sempre que você disser uma comida que elas gostem, dará um passo
a frente e gritarão: – Eba. Quando disser uma comida que eles não
gostem darão um passo para trás e gritarão: – Eca. Quando o
comando for: - Sopa de letrinhas. Todos devem correr ate a linha
inicial. Quem você conseguir pegar te ajuda a pegar o outros.
Obs: Você pode variar com cores, nome, esporte, etc.
MÚSICAS RECREATIVAS
HISTÓRIA DA SERPENTE (CANÇÃO)
Material: Nenhum
Descrição: Dispor os participantes no espaço e iniciar a música
fazendo com que cada momento um participante entre na fila:
Música:
Essa é a historia da serpente
Que desceu do morro
Para procurar um pedaço do Seu Rabo
Ei você aí (Pega uma criança para ficar no final da fileira).
Também faz parte do meu Rabão.
Obs: A música se repete até todos entrarem na fileira.
PINTINHOS E RAPOSA (VARIAÇÃO MAE DA RUA)
Material: Nenhum
Descrição: Dispor os alunos em um espaço que pareça uma
rua, ou seja, com duas calçadas e uma linha. Um participante ficará no
“meio da rua” e representará uma raposa. Os outros participantes
serão os pintinhos. O recreador ensinará os que eles terão que dizer:
Recreador: pode vir meus pintinhos.
Pintinhos: Não, não, tenho medo da raposa.
Recreador: Pode vir que te protejo.
Pintinhos: Mas quem?
Recreador: Pode usar o nome, cor de roupa ou qualquer coisa
relacionada aos participantes.
Quem fica no centro da rua tenta pegar alguém. Quem for pego,
passa a ajudar até que todos sejam pegos.
Obs: Ficar atendo com a repetição das crianças.
BRINCADEIRAS 7 A 12 ANOS
CANIBAL
Material: Tinta e roupa de canibal.
Descrição: Os recreadores irão separar 5 tipos (vermelho, azul,
verde, amarelo e roxo, por exemplo) de cores diferentes e a cor preta.
Um ficará como o canibal e os outros como estação. Cada participante
deverá pegar as cinco cores sem que o canibal, que estará com a tinta
preta, apareça. Caso ele apareça, passará a tinta preta em cima da
marca e as crianças deverão pegá-las novamente. Faça a marca
sempre no braço.
Obs: Usar tinta de rosto, tomar cuidado com crianças alérgicas.
NUNCA TRÊS
Material: Nenhum.
Descrição: Dividir o grupo em duplas e cada dupla senta um de
frente para outro. Uma dupla começa como pega e pegador. A pessoa
que está sendo pega correrá e sentará na frente ou atrás de uma
dupla que estará no chão. Quando sentar a pessoa oposta, exemplo
se ele sentou na frente da dupla, o de trás que corre, vai passar a ser
o pegador e o pegador vai fugir.
Obs: Tome cuidado para não deixar sempre os mesmos
correndo e crianças fiquem sem brincar.
QUEIMADA
Material: Bola macia.
Descrição: Utilizaremos como exemplo a quadra de vôlei.
Dividir em duas equipes, uma de cada lado da quadra. O objetivo é
queimar com a bola as pessoas da outra equipe. Quando uma pessoa
for queimada, ela fica no final da quadra de vôlei do time adversário.
Obs: Cuidado com bolas pesadas e faça variações caso a
brincadeira fique muito fácil. Exemplo: Só não é queimado quem
segurar a bola.
QUEIMADA AMEBA
Material: Bola macia.
Descrição: Jogadores espalhados pelo espaço e um começará
com a bola e passará a queimar os outros. Quando ele lançar a bola e
a mesma bater no chão, quem tiver mais próximo pode pegar a bola e
queimar. Regra: Só pode dar 3 passos com a bola na mão. Quem for
queimado tem que ficar sentado.
Obs: Cuidado com bolas pesadas e faça variações caso a
brincadeira fique muito fácil. Exemplo: Só não é queimado que segurar
a bola.
PEGA CORRENTE
Material: Nenhum
Descrição: Participante espalhado pelo espaço e um será
nomeado o pegador. Ao sinal ele irá atrás de outros participantes.
Quando ele pegar alguém essa pessoa passa a ser o ajudar o
pegador, dando as mãos, formando uma corrente. Quem for pego
primeiro, será p próximo pegador.
Obs: Cuidado com crianças menores e limite espaços para
correr.
CAÇA AO TESOURO
Material: Pista e tesouro.
Descrição: Preparar as pistas distribuí-las pelo espaço. Ao sinal
o recreador iniciará o caça lendo a primeira pista e seguindo até achar
o tesouro.
Obs: Se conseguir utilize uma fantasia de pirata.
FUTEBOL DE VASSOURA
Material: Golzinho, bola de papel e vassoura.
Descrição: Dividir os alunos em duplas e dar para cada
integrante uma vassoura. O objetivo é fazer gol na equipe adversária
utilizando as vassouras para controlar os papéis de bola e as traves.
Ganha quem fizer mais gols.
Obs: Para ficar mais dinâmico, faça time do lado de fora para
entrar.
HAND NET
Material: Balde e sabonete sólido.
Descrição: Dividir os participantes em duas equipes. Utilizando
uma quadra de esportes como base, colocaremos um balde com água
no lugar do gol e usamos um sabonete no lugar de uma bola. Cada
equipe terá que levar o sabonete até o balde adversário. Regras: Não
pode correr com o sabonete na mão, tem que passar para um colega
de time. Ganha quem colocar mais sabonetes dentro do balde
adversário.
Obs: Cuidado com o espaço para não ser piso liso, pois pode
escorregar.
BASQUETE NA CADEIRA
Material: Cadeira e bola.
Descrição: Dividir os participantes em duas equipes. Cada
equipe deverá escolher uma pessoa para ficar em cima de uma
cadeira, que ficará no campo de defesa do adversário. O objetivo é
levar a bola até o companheiro da equipe que está em cima da
cadeira. Regras: Não pode correr com a bola nas mãos, apenas
passar a bola.
Obs: Utilizar se possível, uma bola de basquete. Mas outra
pode ser utilizada.
POLÍCIA E LADRÃO
Material: Nenhum.
Descrição: Dividir em duas equipes. Uma parte será a equipe
polícia e outra equipe ladrão. A equipe policia terá que pegar os
integrantes da equipe ladrão. Quando todos forem pegos, os papéis
são invertidos
Obs: Para dar mais emoção, pode ser delimitado um espaço
para ser uma cadeia.
A CAÇADA
Material: Nenhum.
Descrição: Um dos jogadores será escolhido para ser o
caçador, os outros divididos em quatro grupos de animais, sendo que
cada animal tem o seu canto. O caçador permanece ao centro. Dado o
sinal de início, um monitor, gritará o nome de dois bichos e todos
representantes desta espécie deverão trocar de lugar. O caçador irá
persegui-los e todos que forem pegos terão pontos a menos para sua
equipe.
Obs: Faremos isso várias vezes, algumas com mais de um
caçador, e ao final contaremos os pontos de cada equipe.
CORRIDA POW
Material: Nenhum.
Descrição: Teremos como base a quadra de futebol de salão.
Cada equipe ficará em diagonal, a outra na quadra entre as linhas
lateral e de fundo. Pode ser dividido entre equipe dos meninos e
equipe das meninas. Ao sinal, o primeiro de cada equipe sairá
correndo, passando pela linha lateral e linha central, e quando
encontrar alguém da outra equipe jogará Joqueipow (pedra, papel e
tesouro – a pedra ganha da tesoura, a tesoura ganha do papel e o
papel ganha da pedra). Quem ganhar continua a corrida, quem perder
vai para o final da fila. Cada vez que alguém da equipe chegar à fileira
adversária, ganha um ponto.
Obs: No início da brincadeira, acompanhe o joqueipow, para
que as crianças possam aprender a jogar.
ROUBA BANDEIRA
Material: Bandeira pode ser desde uma bandeira ou um chinelo.
Descrição: Dividir em duas equipes e delimitar um espaço que
fique dois campos iguais. Dividir duas equipes de número igual de
pessoas em cada. O objetivo de cada equipe é pegar a bandeira da
equipe adversária. A bandeira deverá ficar em um espaço marcado.
Obs: As solicitações podem ser de acordo com o espaço e o
local onde será realizada a atividade.
GINCANA DE SOLICITAÇÃO
Material: Papel e Caneta.
Descrição: Cada recreador providenciará um papel e escreverá
algumas solicitações para entregar aos participantes. Feito isso,
divide-se os participantes em equipes, que podem ser de dupla até de
20 em cada, dependendo da quantidade de participantes. Cada grupo
recebe um papel e realiza as solicitações. Vence quem trouxer mais
rápido as solicitações.
Obs: As solicitações podem ser de acordo com o espaço e o
local onde será realizada a atividade.
VIDA
Material: Bexiga e barbante.
Descrição: Cada participante receberá um pedaço de barbante
e uma bexiga. Cada um enche a sua bexiga e amarra com o barbante,
amarrando no tornozelo. Ao sinal, cada um deve estourar a bexiga do
colega. Quem ficar com a bexiga cheia ganha.
Obs: Cuidado para que o barbante não fique próximo ao pé e
cuidado com crianças sem sapato ou com sapato alto.
BIBLIOGRAFIA
AWAD, Hani. Brinque, jogue, cante e encante com a
Recreação. São Paulo. Fontoura, 2010.
BARROS, Flávia Cristina Oliveira Murbach de. Cadê o brincar?
da educação infantil para o ensino fundamental. São Paulo. Cultura
Acadêmica, 2009.
B. HOLANDA, Sérgio – Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José
Olimpio, 1982
CAILLOIS, Roger – Os jogos e os homens. Lisboa: Cotovia,
1980
CAMARGO, Luiz O. L. – O que é Lazer? São Paulo:
Brasiliense, 1992
COX, Harvev – A festa dos foliões. Petrópolis: Vozes, 1974
CAVALLARI, Vinicius Ricardo – Trabalhando com Recreação.
10° edição. São Paulo: Ícone, 2008.
COSTA E SILVA, Tiago Aquino, GONÇALVES, Kaoê. Manual
do lazer e recreação: o mundo lúdico ao alcance de todos. São Paulo.
Phorte, 2010.
DUMAZEDIER, Joffre – A revolução cultural do tempo livre. São
Paulo: Nobel, 94;
– Lazer e cultura popular. São Paulo:
Perspectiva, 1973;
– Sociologia empírica do Lazer. São
Paulo: Perspectiva, 1980.
HUIZINGA, Johann – Homo ludens. São Paulo: Perspectiva,
1974
MARCELINO, Nelson. C – Lazer e humanização. Campinas:
Papiros, 1988;
- Pedagogia da animação. Campinas:
Papiros, 1990;
- Estudos do Lazer: uma introdução.
Campinas: Autores associados, 2006;
REQUIXA, Renato – O lazer no Brasil. São Paulo: Brasiliense,
1978;
Download

CURSO DE LAZER E RECREAÇÃO NA HOTELARIA