Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de. Estudante de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais/UENF [email protected] RESUMO O presente artigo aborda a agricultura familiar no Brasil, segmento historicamente marginalizado pelas políticas públicas, que em geral favoreceram os grandes empreendimentos agrícolas. Inicialmente, são destacadas as potencialidades e as dificuldades vivenciadas cotidianamente pelos atores sociais desta forma de organização da produção. Essas dificuldades levam os agricultores familiares a buscar alternativas estratégicas para garantir a viabilidade da manutenção de seu modo de vida e de produção. Uma dessas alternativas, o associativismo, é um importante mecanismo para superar os desafios impostos aos agricultores familiares e contribuir para a melhoria da qualidade de vida de suas famílias e da comunidade local. A importância dessa estratégia, assim como o papel do capital social como elemento complementar para o funcionamento das associações, são também abordados no presente texto. Palavras-chave: Agricultura Familiar; Associativismo; Capital Social. ABSTRACT This article discusses family farming in Brazil, historically marginalized segment by public policies, which generally favored the large agricultural enterprises. Initially, we highlighted the potential and difficulties faced daily by social actors this way of organizing production. These difficulties lead farmers to seek strategic alternatives to ensure the viability of maintaining their way of life and production. One such alternative, the associations, is an important mechanism to overcome the challenges facing family farmers and contribute to improving the quality of life of their families and the local community. The importance of this strategy, as well as the role of social capital as a complementary element to the operation of associations, are also covered in this text. Keywords: Family Farming; Associations; Social Capital. ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 385 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 1. INTRODUÇÃO A temática da agricultura familiar, nos últimos anos, tem sido foco de inúmeros debates, havendo diversos entendimentos a respeito de sua reprodução na sociedade contemporânea. No Brasil, a discussão em torno deste tema ganhou projeção nacional, sobretudo a partir da década de 1990, primeiramente, no campo político e, posteriormente, acadêmico, no qual surgiram pesquisas visando conhecer o caráter familiar dos estabelecimentos agrícolas e suas formas de funcionamento. Nesses termos, este trabalho analisa a reprodução da agricultura familiar no Brasil, com o propósito de compreender como essa forma de organização da produção vem se desenvolvendo atualmente em um contexto socioeconômico mais favorável que no passado, mas ainda distante do ideal, à luz das contribuições teóricas brasileiras. Contudo, este trabalho não terá a finalidade de demonstrar toda a complexidade das perspectivas teóricas estabelecidas. As fortes influências que a modernização da agricultura provocou no contexto da produção rural familiar também serão analisadas, com o intuito de compreender a constituição desse processo desigual de expansão do capital entre produtores e regiões, que favoreceu e estimulou a dominação social, política e econômica da grande propriedade. Posteriormente é realizada uma análise das práticas associativas na agricultura familiar, almejando entender se atuam como um mecanismo de lutas pela geração de renda, como uma oportunidade de transformações na organização da produção e da comunidade local, e também como uma forma alternativa de desenvolvimento no campo, responsável pelo surgimento de novos agentes sociais e pela construção de espaços de mobilização democrática e participativa. E por fim, é feita uma discussão a respeito da conceituação de capital social, como um elemento de grande relevância para a criação e o fortalecimento das práticas associativas entre os agricultores familiares. O debate em curso abarca fundamentos teóricos do conceito, a fim de elucidar os estudiosos para o tema e alguns de seus efeitos, pois ainda se trata de um assunto em processo de construção. ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 386 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 Em resumo, almeja-se contribuir para o debate em torno do associativismo na agricultura familiar, reafirmando a necessidade de compreensão desta alternativa de desenvolvimento do meio rural a partir das seguintes questões: Geralmente podem ser observadas modificações na realidade econômica, sociocultural e ambiental das comunidades rurais e das famílias de agricultura familiar após adotarem o sistema de associativismo rural? O Capital social pode ser visto como elemento complementar no processo de formação e manutenção das associações de agricultores familiares? É possível compreender e analisar a partir da lógica do capital social, o desenvolvimento de algumas comunidades? 2. AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS Ao longo dos anos o marco da discussão sobre a estrutura rural brasileira se deu no contexto da modernização da agricultura e sua capacidade indutora do desenvolvimento rural. No entanto, esse panorama começa a modificar-se na década de 1990, em virtude do crescente interesse pela temática da agricultura familiar e sua perpetuação no espaço rural brasileiro, assim como seus mecanismos de produção e sua diversidade (CONTERATO, 2008). Nesse sentido, o termo agricultura familiar passa a ser difundido amplamente no Brasil, adquirindo, na perspectiva de Wanderley (2001) maior reconhecimento, embora não seja uma categoria social recente. A afirmação desta categoria como linha estratégica de desenvolvimento rural, assim como a consolidação de políticas para sua promoção, não pode ser considerada, salienta Pinheiro (2001), sem levar em conta as experiências acumuladas nos últimos anos, principalmente através das diferentes formas de organização e mobilização dos trabalhadores rurais, e ainda, conforme enfatiza Pedroso (2006) devido à capacidade que este tipo de agricultura possui na geração de emprego e renda no meio rural. Outra contribuição relevante para a difusão da agricultura familiar no Brasil, na percepção de Schneider (2003), está relacionada à criação pelo Estado brasileiro, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF no ano de ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 387 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 1996, principal programa de fomento e apoio à categoria. Para o autor, a partir do surgimento do Programa, os agricultores familiares se tornaram objeto de uma política de promoção social, passando a reforçar a defesa de propostas que vislumbrassem o compromisso do Estado com uma categoria social considerada específica e que necessitava de políticas públicas diferenciadas (SCHNEIDER, 2003). A agricultura familiar possui um papel histórico no desenvolvimento agrícola brasileiro, em suas várias dimensões. Informações do Censo Agropecuário de 2006 permitem inferir que 84,4% dos estabelecimentos agropecuários do país são familiares, totalizando 4.367.902 estabelecimentos. Porém, ocupam uma área de apenas 80,25 milhões de hectares, ou 24,3% da área total de estabelecimentos, evidenciando a histórica desigualdade da distribuição da posse e do uso da terra no Brasil, uma vez que os estabelecimentos não familiares, apesar de representarem um total de 15,6%, ocupam 75,7% da área ocupada. A área média dos estabelecimentos familiares representa um total de 18,37 ha, e a dos não familiares, de 309,18 ha. Não obstante, a agricultura familiar responde por cerca de 38% do valor da produção agropecuária brasileira, ou R$ 54,4 bilhões, com destacado papel na produção de alimentos de consumo doméstico. O segmento tem importante contribuição para a segurança alimentar das próprias famílias de agricultores, além de fornecer volumes significativos aos mercados e de ter participação fundamental em praticamente todos os produtos alimentares no país. É possível também observar seu papel proeminente na composição do emprego agrícola: 12,3 milhões de pessoas estão vinculadas a esse segmento, o que equivale a 74,4% do total do pessoal ocupado na agropecuária. Os estabelecimentos familiares são os principais geradores de emprego no meio rural. No entanto, mesmo sendo uma categoria de grande importância para o desenvolvimento rural no país, na perspectiva de Wanderley (2001), a agricultura familiar sempre ocupou um lugar subalterno e secundário na estrutura agrária brasileira, sendo impossibilitada de desenvolver suas potencialidades, em virtude da grande propriedade ser sempre imposta como modelo socialmente reconhecido, mas marcada por lutas para a manutenção de seu patrimônio sociocultural. Por conseguinte, em análise à formação da estrutura agrária brasileira, no conjunto de seu processo histórico, nota-se a implementação de políticas direcionadas prioritariamente às grandes propriedades. Com as devidas particularidades, desde o ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 388 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 período colonial até a modernização conservadora da agricultura, o fomento à formação dos latifúndios, permeou a ocupação do território brasileiro. Em contrapartida, a formação das pequenas propriedades esbarrou-se nos limites impostos à sua constituição pela hegemonia do latifúndio. (BERGAMIM, 2004) Somente em 1964 uma nova legislação veio tratar a temática com a instituição do Estatuto da Terra, que pouco modificou a estrutura agrária brasileira. A década de 1960 foi também marcada pelo início de um processo de modernização na agricultura brasileira, oriundo dos países capitalistas centrais, particularmente os Estados Unidos da América, denominado Revolução Verde. Esse processo fez emergir novos objetivos e formas de exploração agrícola originando transformações tanto na pecuária, quanto na agricultura, e teve como consequências o aumento da concorrência em relação à produção e os efeitos sociais e econômicos sofridos pela população envolvida nas atividades rurais, além das alterações sofridas pelo meio ambiente, principalmente com a degradação do solo (BALSAN, 2006). Conforme amplamente discutido na literatura, o crédito rural subsidiado foi o principal componente indutor da modernização agrícola, atuando como um instrumento concentrador de riqueza, sendo a terra a principal delas. Além disso, o Estado brasileiro articulou um setor público rural gigantesco, como a estruturação de programas especiais a favor da expansão da agricultura no campo. A atuação do conjunto de políticas e programas públicos incentivou a concentração fundiária, concentrando-se em regiões específicas e nos produtos de resposta mais rápida aos incentivos, sendo restritivas para boa parte dos agricultores, principalmente os pequenos (MARTINE, 1991). O avanço da modernização agrícola brasileira, como ressalta Souza et al (2006), esteve associado a várias alterações estruturais e sociais no campo, destacando-se, como as mais importantes, a aceleração do êxodo rural, o aumento na concentração da distribuição da posse da terra (pois as mudanças ocorreram apenas no processo produtivo no campo e não na estrutura fundiária que continuou a mesma, caracterizando-a assim, como uma modernização conservadora e excludente) e da renda, a alteração no perfil da força de trabalho agrícola, e as mudanças na composição da produção. Decorrente também da modernização da agricultura segundo Abramovay (2012), é o número expressivo de agricultores familiares que não conseguem afirmar-se ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 389 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 economicamente em virtude do ambiente social que os vincula ao mercado, uma vez que as famílias têm reduzidas margens de escolha na comercialização de seus produtos, na obtenção de financiamentos, na compra de insumos e no acesso à informação, ganhos econômicos comprometidos pela dificuldade de acesso ao crédito, propiciando assim, um dos principais desafios que as unidades familiares de produção enfrentam: a participação em mercados dinâmicos, competitivos e exigentes em inovações. Nesses termos, Bergamim (2004) ressalta que os agricultores familiares enfrentam os desafios da comercialização com mais fragilidade quando trabalham desorganizados e individualmente, uma vez que as dificuldades de acesso e de articulação com as quais se inserem no mercado estão relacionadas à pequena quantidade produzida (o que limita seu poder de negociação), à dispersão espacial dos agricultores, à falta de informação sobre a dinâmica do mercado, à inexistência de infraestrutura para armazenar a produção e à fragilidade financeira do agricultor que o obriga a comercializar a produção na safra, quando os preços são menores, ou até mesmo antes, em alguns casos. Em suma, todas as dificuldades vivenciadas pela agricultura familiar no Brasil apontam para a implementação de políticas agrícolas por parte do Estado em prol do desenvolvimento desta categoria social, onde os agricultores sejam reconhecidos como sujeitos do desenvolvimento e do crescimento da economia, e que não apenas levem o nome da agricultura familiar, mas que sejam organizadas a partir da compreensão e da lógica do seu modo de vida de forma a manter a agricultura familiar no campo (Alves et al, 2011). De forma geral, podem ser observados alguns avanços nas ações estatais, através do desdobramento da política de crédito rural para a agricultura familiar, consolidados, na incorporação de tecnologias e no acesso ao crédito. São avanços recentes que podem contribuir para a evolução e a permanência dos agricultores familiares no campo, porém, ainda não contemplam de forma significativa os desafios da produção familiar. Mendes (2005) aponta para o fato de que a adoção de diferentes estratégias sociais e econômicas pelos produtores rurais familiares, como o associativismo, tem viabilizado e contribuído para a inserção destes produtores no mercado e na sociedade. Assim, muitos deles estão se organizando e formando associações com o intuito de garantir seus direitos e de viabilizar sua produção, bem como modificar a organização ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 390 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 da produção e da comunidade local, almejando melhorias ambientais, sociais e econômicas para suas famílias e comunidades. 3. ASSOCIATIVISMO COMO ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR 391 Uma forma de tentar superar as consequências indesejáveis causadas pela modernização da agricultura brasileira - como as repercussões sociais e ambientais provocadas e o desenvolvimento das médias e grandes propriedades em detrimento das pequenas, favorecendo o aumento da produção - assim como os velhos problemas da questão agrária brasileira, tem sido, nos últimos anos, as práticas associativas que estão se desenvolvendo nas comunidades rurais, sobretudo naquelas de produtores familiares. O associativismo representa uma dentre as várias experiências de organização que reúne agricultores familiares que se multiplicaram pelo país desde a década de 1980. Surge devido à preocupação em relação a temas como a obtenção de crédito agrícola, a melhoria das condições de produção e comercialização, problemas que ganharam espaço à medida que se verificava que a luta pelo acesso ou permanência na terra não resolvia em definitivo a situação precária de grande parte dos agricultores do país. O momento político vivido no país nesse período também teve influência no aparecimento dessas novas formas de organização, visto que os anos 80 iniciaram-se sob o signo de mudança e, comunidade e participação passaram a ser palavras-chave no debate sobre o município e poder local (PINHEIRO, 2001). As associações tem a finalidade de representar e defender os interesses dos associados e estimular sua melhoria técnica, profissional, econômica e social. São sociedades civis sem fins lucrativos, onde os indivíduos se organizam coletivamente de forma democrática e em defesa de seus interesses. Uma maneira de participar da sociedade, sendo esta participação definitiva para influenciar no direcionamento dos recursos públicos aos projetos desejados pela maioria da população, bem como fiscalizar sua aplicação. Segundo a definição estabelecida pelo Código Civil brasileiro em seu Artigo 44, as associações são definidas como pessoas jurídicas de direito privado, assim como as sociedades; as fundações; as organizações religiosas; e os partidos políticos (BRASIL, 2012). ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 O processo associativo se assenta na tentativa de construção de novos padrões de relacionamento na comunidade, seja internamente, com formas mais democráticas de organização, seja nas relações com as demais forças políticas presentes. Os produtores organizados em associações possuem maiores condições de reivindicar junto aos órgãos públicos de seus municípios e aos parlamentares, melhorias para a sua região, como escolas, estradas, postos de saúde, creches, etc. Segundo Tedesco (2001), “as associações mostram-se como estratégias para viabilizar políticas públicas voltadas aos interesses dos agricultores, no sentido de canalizarem demandas em seu benefício” (TEDESCO, 2001, p.15-16). Ao mesmo tempo, pelo fato de serem formadas por grupos produtivos que geram emprego e renda, são organizações de interesse público, tendo o direito de usufruir dos programas governamentais, através dos quais podem obter cooperação para o aperfeiçoamento da produção. Nesses termos, Pinheiro (2001) acentua: O associativismo rural foi um dos movimentos que colocaram em discussão a questão da participação política relacionada à descentralização, visto que uma das suas principais características têm sido a proximidade com as prefeituras municipais e demais instâncias da vida local. A busca de canais de articulação com as administrações municipais tem como pressuposto que esse nível do Estado é o mais acessível para o encaminhamento das demandas da comunidade e, especialmente, dos movimentos sociais mais organizados (PINHEIRO, 2001, p 344). O associativismo vem alcançando amplitude nacional, e a fundação de associações de produtores tornou-se um fenômeno generalizado no país (PINHEIRO, 2001). Os agricultores familiares rurais, que normalmente apresentam dificuldades para obter um bom desempenho econômico, têm na formação de associações um mecanismo que lhes garante melhor desempenho para competir no mercado, tornando possível a aquisição de insumos e equipamentos com menores preços e prazos de pagamentos, como também o uso coletivo de tratores, despolpadores, secadores, etc. Tais recursos, quando adquiridos coletivamente, tornam-se bem mais acessíveis ao produtor, que, consequentemente, tem maior rentabilidade em suas atividades agrícolas (BRASIL, 2012). As associações de produtores rurais são criadas com o objetivo de integrar esforços e ações dos agricultores em benefício da melhoria do processo produtivo e da ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 392 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 própria comunidade a qual pertencem. Gaiger (2012) sentencia que a dimensão comunitária e social dessas organizações as inclina ao envolvimento de seus integrantes em questões de interesse público, estimulando formas variadas de mobilização e fortalecendo as lutas históricas de autogestão e de emancipação econômica dos trabalhadores. Nesse sentido, Jales (2009) salienta: É por meio dessas associações que os pequenos produtores rurais têm acesso às políticas agrícolas, por seu intermédio, se comunicam com “o mundo lá fora” e tomam consciência dos planos de governo e suas consequências para seu trabalho e para a vida na comunidade onde se encontram inseridos. (JALES, 2009, p. 57) Ao construir formas de compreensão do significado e da transformação do trabalho associado, percebe-se que ele assume formas variadas que podem ser expressas na recuperação de empresas em crise, em organizações associativas, cooperativas, etc., onde emerge a valorização da autonomia do trabalho e da dimensão humana como disciplina social. Jales (2009) ressalta que a ação associativa é estabelecida pela consciência coletiva de que unidos os indivíduos encontram soluções melhores para suas necessidades e dilemas sociais. A prática associativa está delimitada dentro da esfera da economia solidária. Gaiger (2012) constata que no Brasil, há um total de 22 mil empreendimentos que se enquadram dentro da esfera da economia solidária, e se dividem em duas categorias principais: a) aqueles cuja atividade constitui a fonte primordial de ocupação e de renda dos seus integrantes, desenvolvendo-se através de processos de socialização dos meios de produção ou de coletivização do trabalho. Abrangem grupos informais de produção, cooperativas agropecuárias e de trabalho, empresas recuperadas, unidades de triagem de resíduos urbanos recicláveis e comunidades tradicionais, como pescadores e extrativistas; b) aqueles cuja atividade coletiva aporta benefícios e serviços para as economias individuais ou familiares dos seus integrantes. Compreendem as associações de pequenos produtores rurais, centrais de comercialização, cooperativas de habitação, eletrificação e crédito, bancos populares, clubes de troca e hortas comunitárias. (GAIGER, 2012, p.p 317-318) O autor ainda ressalta que o conceito de Economia Solidária na América Latina refere-se, comumente, a iniciativas econômicas que visam à geração de trabalho e ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 393 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 renda, além de benefícios como qualidade de vida, reconhecimento e participação cidadã. A solidariedade diz respeito à cooperação na atividade produtiva, à disponibilização para uso em comum dos meios de produção e à autogestão exercida na condução dos empreendimentos (GAIGER, 2012). Nos apontamentos de Ganança (2006), a crescente construção de um discurso em torno do conceito de Economia Solidária, está promovendo, no campo do associativismo brasileiro, a incorporação de princípios éticos-políticos profundamente democráticos e participativos e coletivamente compartilhados, muito embora nem todas as associações compartilhem deste mesmo discurso, a certeza é que os princípios da Economia Solidária vêm influenciando as práticas e valores dessas organizações. As práticas associativas, na maioria dos casos, revelam-se economicamente viáveis, pois ampliam as oportunidades de trabalho, de produção agrícola e renda, no entanto, demonstram fragilidades ligadas especialmente à forma participativa de gestão e aos objetivos dos grupos, além de terem limitado o apoio de políticas públicas que as estimulem. Alves et al, (2011) salientam que as associações são assinaladas por fatores que dificultam sua atuação como reduzido apoio em relação a políticas públicas para seu fortalecimento, a relação entre os membros associados muitas vezes marcada pelo individualismo, pouco conhecimento sobre os benefícios do associativismo, conflitos internos, e o fato dos integrantes muitas vezes, não trocarem experiências. Não obstante, Aguiar (2007) sintetiza que as regras básicas para o desenvolvimento de um grupo de associados consistem na troca de ideias entre os membros, na disposição em mudar de opinião se necessário, além da divisão das tarefas, e aponta estes como os fatores que, por muitas vezes, confundem os sujeitos envolvidos no processo, especialmente quando a expectativa do discurso não se concretiza na prática cotidiana. Geralmente, é neste momento que os associados criam conflitos geralmente intransponíveis, construídos por eles próprios no exercício da convivência. Embora com mecanismos que dificultam sua atuação, a união dos produtores rurais familiares em organizações associativas representa uma importante opção estratégica para juntos enfrentarem os problemas que lhe são impostos. No entanto, Toniasso (2007) ressalta que os resultados positivos dependem dos princípios de cooperação mútua, confiança, solidariedade e reciprocidade entre os membros associados, base de sustentação do associativismo. Na perspectiva de Pase (2012) estas ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 394 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 variáveis podem indicar a permanência do capital social em uma comunidade (mesmo sem que os indivíduos queiram ou percebam), cuja existência contribui decisivamente para minimizar as desigualdades sociais e regionais, através da melhoria da qualidade de vida. Nesses termos, Costa (2003) descreve o capital social como o fundamento de uma economia diferenciada, mais cooperativa e solidária, uma democracia participativa, com cidadãos ativos, engajados em favor do bem comum. A 4. IMPORTÂNCIA DESENVOLVIMENTO DO DO CAPITAL ASSOCIATIVISMO 395 SOCIAL NA PARA O AGRICULTURA FAMILIAR As premissas fundamentais do conceito de capital social foram formuladas, em sua maioria, durante a década de 1980. Pierre Bourdieu e James Coleman foram os sociólogos que mais expressaram o tema, e o definiam como elos sociais que possibilitam vantagens e oportunidades a indivíduos e a comunidade. A partir destes autores, outros importantes teóricos da década de 1990 descreveram a importância que o capital social pode trazer para as possibilidades de avanço democrático, sendo que a principal referência é Robert Putnam em seu estudo comparativo sobre o desenvolvimento político das regiões da Itália, onde demonstra uma inter-relação entre o grau de civismo de uma comunidade e a qualidade de sua governança (COSTA, 2003). Muitos expoentes da temática sobre capital social concordam em dois aspectos: eles entendem o capital social como um recurso ou um caminho para os recursos que, em combinação com outros fatores, permite a obtenção de benefícios para aqueles que o possuem, considerando, ao mesmo tempo em que esta forma de capital encontra-se nas relações sociais. (DURSTON, 2002) Putnam (2006) se refere ao capital social como sendo “as características da organização social, como confiança, normas e sistemas, que contribuem para aumentar a eficiência da sociedade, facilitando as ações coordenadas” (PUTNAM, 2006, p 177). O autor enfatiza que o capital social consiste desses elementos de organizações sociais, que facilitam a ação e a cooperação de benefício mútuo, porque, como ele mesmo ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 demonstra, o trabalho coletivo é mais fácil numa comunidade que tem uma rica herança de capital social. Na concepção de Pereira et al (2010), o capital social se resume na existência de uma rede de relações sociais ligadas a um objetivo comum, sendo ele o recurso dos indivíduos para o alcance de seus interesses coletivamente. Para Putnam (2006), as relações sociais existentes em uma dada sociedade fomentam a confiança, e esta é um componente básico do capital social, pois ela promove a cooperação. Sendo assim, quanto mais elevado o nível de confiança numa comunidade, maior a probabilidade de haver cooperação entre os indivíduos. Ao mesmo tempo em que a própria cooperação gera confiança. Na conceituação expressa por Coleman (1988), o capital social, definido por sua função, consiste em uma estrutura social que facilitaria determinadas ações por parte dos atores dentro dessa estrutura. “Como em outras formas de capital, o capital social é produtivo, tornando possível a obtenção de determinadas finalidades que em sua ausência não seriam possíveis” (COLEMAN, 1988, p 98). O capital social pode ser específico para determinadas atividades, ou seja, para cada situação, formas diferentes de capital social são mobilizadas. “Uma determinada forma de capital social que é valiosa para facilitar certas ações, pode ser inútil ou até mesmo prejudicial para outras” (COLEMAN, 1988, p 98). Todavia, sentencia Coleman (1988), em ambos os casos, o capital social, ao contrário de outras formas de capital, é inerente à estrutura das relações sociais entre os indivíduos. O capital social relaciona-se também à sua potencialidade de estabelecer uma nova relação entre a sociedade civil e o Estado. Na concepção de Pase (2012) o capital social é uma capacidade que empodera o cidadão, cuja confiança aprimora a democracia, produz desenvolvimento institucional quando constitui regras claras de comportamento, produz desenvolvimento econômico na medida em que possibilita acesso a informações, estimula solidariedade e constrói uma cultura política baseada em valores humanitários. Desse modo, Pereira et al (2010), acentua que o nível de capital social de uma dada comunidade tem uma relação estreita com o seu desenvolvimento, pois as relações sociais consistem no fator decisivo para a superação das desigualdades de um grupo, ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 396 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 comunidade ou região. E também porque o controle social e a participação efetiva dos indivíduos na tomada de decisões são fundamentais para a manutenção da democracia. Nesses termos, Costa (2003) demonstra que está cada vez mais frequente a organização de indivíduos em busca de objetivos comuns e para a construção de novos parâmetros de coesão social e solidariedade, um redesenho da luta pelos direitos humanos e sociais propiciado pelas crises econômicas aliadas à globalização. A sociedade civil passa a não mais esperar dos Estados a resposta única para a garantia de melhores condições de vida e bem-estar para o conjunto da sociedade. A geração de capital social é fruto do compartilhamento destas formas de relações entre os indivíduos, que tem seu desenvolvimento relacionado ao aprofundamento e multiplicação destas relações. Putnam (2006) enfatiza que as associações comunitárias, as sociedades orfeônicas, as cooperativas, os clubes desportivos e similares representam uma forma essencial de capital social, pois são grupos dotados de interação horizontal, onde todos têm (ou deveriam ter) o mesmo status e o mesmo poder, onde a hierarquia entre seus membros não se faz presente. Putnam (2006) ainda argumenta que os sistemas verticais em uma sociedade agregam agentes desiguais em relações assimétricas de hierarquia e dependência, tornando inviável a difusão do capital social. Nesse sentido, quanto mais desenvolvidos forem os grupos horizontais numa comunidade, maior será a capacidade de seus integrantes cooperarem em benefício mútuo. A organização associativa se caracteriza pela gestão democrática dos recursos e das atividades, onde cada associado tem poder igualitário de decisão. Basicamente, sua constituição está fundamentada em interesses comuns entre os indivíduos e na conclusão de que unidos podem auferir melhores resultados econômicos, e ainda na concordância por parte dos membros em transferir o poder de decisão do plano individual para o coletivo, onde passa a compartilhar com outros sua capacidade de cisão. Na agricultura, por exemplo, os produtores rurais operam em um ambiente de elevada concorrência, no entanto, defrontam-se com poucos vendedores de insumos e poucos compradores de seus produtos. Uma alternativa adotada pelos produtores é se organizarem em associações ou cooperativas e dessa forma garantir certo poder de negociação. ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 397 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 Para tanto, deve haver um nível maior de confiança, ou seja, de capital social entre aqueles que desejam formar uma organização associativa. Isto significa que o aprofundamento de todos os tipos de associações em uma dada sociedade representa o seu estoque de confiança e reciprocidade, isto é, seu estoque de capital social. As organizações básicas da vida social são essenciais para o estabelecimento de normas de reciprocidade e padrões comuns, para a promoção de confiança social e interpessoal e, para o crescimento do engajamento cívico. (FREY, 2003). Um ambiente de cooperação entre pessoas e grupos, no sentido da troca de informações, da preocupação comum com a formação dos trabalhadores, com a preocupação da qualidade de vida de uma dada região, é uma das bases essenciais para o processo de desenvolvimento. Nesse sentido, Frey (2003) enfatiza que as ações cooperativas comunitárias com o objetivo de solucionar os problemas comuns da coletividade estão totalmente relacionadas ao nível de capital social desenvolvido ao longo de um período de tempo em uma dada sociedade. Por fim, pode-se inferir que o capital social não é tido como o quesito único e máximo para o desenvolvimento de uma sociedade. O bem-estar econômico e social é resultado da combinação de indicadores de condições naturais e ambientais; das condições de acesso à saúde e conhecimento; do acesso a recursos monetários e às condições de acesso ao trabalho, o que revela que a interação do capital social com as demais formas de capital (natural, humano e financeiro) pode influenciar positivamente num amplo desenvolvimento de uma sociedade. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nosso objetivo com este artigo foi analisar a importância da agricultura familiar para o Brasil, uma vez que a maior parte dos estabelecimentos rurais do país consiste em pequenas e médias propriedades que em sua maioria se estruturam com mão de obra familiar, e também sua reprodução socioeconômica num contexto marcado por desafios a serem transpostos, e tendo por pano de fundo, lutas para a permanência das famílias no meio rural. A discussão em torno da temática da agricultura familiar revela o importante papel socioeconômico, ambiental e cultural que esta categoria apresenta para o campo ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 398 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 brasileiro, sendo esta uma variável a ser considerada na elaboração de políticas públicas e na implantação de projetos diferenciados e específicos para os agricultores, para assim satisfazer as necessidades desta categoria que, como apontado por Wanderley (2001), fragilizada nas condições da modernização agrícola brasileira, sempre se manteve as margens da agenda das políticas agrícolas no país, sendo, portanto, limitada de desenvolver suas potencialidades. Diante de um cenário de inúmeras dificuldades, as práticas associativas vêm sendo constantes em diversas comunidades, uma alternativa para os agricultores familiares em busca de melhores condições de vida no meio rural, ainda que existam conflitos internos ou situações de exploração oriundas de visões pautadas apenas na lógica econômica capitalista/individualista, relegando a um segundo plano a sustentabilidade social, compreendida esta como um experimento permanente de mobilização e de participação na vida da comunidade. No entanto, o apoio do Estado para estas organizações é ainda bastante limitado, tornando mais difícil a consolidação de práticas associativas no meio rural brasileiro. As práticas associativas representam um elemento indicador do capital social de uma sociedade, onde as relações horizontais como confiança, solidariedade e reciprocidade somam-se com vistas ao benefício coletivo, e contribuem para o fortalecimento destas organizações. A ação coletiva através da mobilização do capital social proporciona benefícios que indivíduos, grupos ou comunidades, atuando de forma isolada provavelmente não conseguiriam. Nesses espaços propositivos de mudança social, o associativismo se faz importante como uma força estratégica para a melhoria das condições locais de vida das pessoas sob todas as suas dimensões, culminando na ideia de desenvolvimento. Contudo, o que se pode concluir é que a agricultura familiar é responsável por grande parte da produção de alimentos no país além de desempenhar papel proeminente na geração de trabalho e renda no meio rural. Isso nos permite admitir sua relevância para o desenvolvimento agrário brasileiro, sobretudo, quando se leva em conta que este segmento social, até bem recentemente, sempre se desenvolveu a margem das políticas agrícolas nacionais. Também fica evidenciado a partir deste estudo que as práticas associativas vêm sendo cada vez mais utilizadas como opção estratégica para enfrentamento das ASSOCIATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR E CAPITAL SOCIAL: UMA ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO NO MEIO RURAL BRASILEIRO - ALMEIDA, Rhaiany Zavarize Dala Costa de 399 Salvador BA: UCSal, 8 a 10 de Outubro de 2014, ISSN 2316-266X, n.3, v. 2, p. 385-402 dificuldades dos agricultores rurais de estrutura familiar no Brasil, primordialmente se forem sustentadas por formas de cooperação e confiança recíproca, características básicas do capital social, que se mostram de grande importância para um bom desempenho destas organizações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMOVAY, Ricardo. Paradigmas do capitalismo agrário em questão. 3ª edição, 1ª reimpressão. São Paulo: EDUSP, 2012. AGUIAR, Audrey Merlin Leonardi de. O desafio do associativismo na Agricultura Familiar: o caso dos produtores rurais feirantes do município de Pato Branco-PR. 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