Modelos de Qualidade de Água Prof. Leonardo Fernandes Fraceto Previsão do Déficit de Oxigênio Dissolvido Processo de Autodepuração Desoxigenação dL K 1 .L dt • L = concentração de DBO remanescente (mg/L) • t = tempo (dia) • K1 = coeficiente de desoxigenação (dia-1) L Lo .e K1 .t • Lo = DBO remanescente inicial (mg/L) Exemplo 14 Desoxigenação 12 DBO (mg/L) 10 8 6 4 2 0 0 5 10 tempo 15 20 Desoxigenação • O coeficiente de desoxigenação, K1, depende: – Características da matéria orgânica – Temperatura – Presença de substâncias inibidoras • OBS: efluentes tratados possuem valores menores para K1 , pelo fato da maior parte da M.O. mais facilmente degradável já ter sido removida. Valores típicos de K1 (dia-1) Origem K1 (dia-1) Água residuária concentrada 0,35 - 0,45 Água residuária de baixa concentração 0,30 - 0,40 Efluente primário 0,30 - 0,40 Efluente secundário 0,12 - 0,24 Rios com água limpa 0,09 - 0,21 Água para abastecimento público <0,12 DBOexercida Consumo de Oxigênio para diferentes valores de K1 L Lo .e K1.t K1=0,25/d K1=0,10/d Tempo (dias) Desoxigenação • Influência da temperatura K1(T ) K1( 20) . (T 20 ) O valor típico de θ é 1,047 Reoxigenação • Cinética dC K 2 CS C dt Cs = concentração de oxigênio para a saturação C = concentração de oxigênio existente em um tempo t (mg/L) C Cs C0 CS e K2 t Exemplo 14 12 OD/DBO(mg/L) 10 8 6 reoxigenação 4 2 0 0 5 10 tempo (d) 15 20 Reoxigenação • Coeficiente de reoxigenação superficial, K2 – A determinação de K2 para os rios e lagos é diferente do método em laboratório • Tabelas de valores típicos • Fórmulas empíricas baseadas hidráulicos do escoamento profundidade) nos parâmetros (velocidade e Influência de características físicas no coeficiente K2 Fórmulas empíricas para K2 Pesquisador Fórmula Faixa de aplicação O´Connor e Dobbins (1958) K2 3,73V 0,5 H 1,5 Churchill et al (1962) K2 5,0 V 0,97 H 1,67 Owens et al K2 5,3 V 0,67 H 1,85 0,6m<H<4,0m 0,05m/s<V<0,8m/s 0,6m<H<4,0m 0,8m/s<V<1,5m/s 0,1m<H<0,6m 0,05m/s<V<1,5m/s K2 (dia-1) V = Velocidade média do curso d´água (m/s) H = Altura média da lâmina d´água (m) Efeito de esgotos em ecossistemas aquáticos – Muitas equações e programas de computadores estão disponíveis para avaliar a qualidade de águas em rios – O modelo mais conhecido é o descrito por Streeter e Phelps – Adição de esgoto em cursos d´água tipicamente causa uma diminuição de O2, seguido de um gradual aumento na quantidade de oxigênio dissolvido por processo de reaeração Modelo de Streeter-Phelps dC K1 L K 2 CS C dt Cs = concentração de oxigênio para a saturação C = concentração de oxigênio existente em um tempo t (mg/L) Co = concentração inicial de oxigênio, logo após a mistura (mg/L) K1 L0 K1t e C CS e K 2 t CS C0 e K 2 t K 2 K1 Exemplo 14 12 OD/DBO(mg/L) 10 8 6 4 Streeter-Phelps 2 0 0 5 10 tempo (d) 15 20 Perfil de OD em função do tempo 14 12 OD/DBO(mg/L) 10 8 6 desoxigenação reoxigenação OD 4 2 0 0 5 10 tempo (d) 15 20 Modelo de Streeter-Phelps X K 2 K1 L 0 K1 VX V e C CS e K K 1 2 X K 2 CS C0 e V Cs = concentração de oxigênio para a saturação (mg/L) Co = concentração inicial de oxigênio, logo após a mistura (mg/L) C = concentração de oxigênio existente em um tempo t (mg/L) Lo = DBO inicial em mg/L X=distância a jusante V=velocidade do rio O.D. (mg/L) Modelo de Streeter-Phelps Limite tc Tempo (d) Modelo de Streeter-Phelps k 2 Do (k 2 k1 ) 1 tc ln 1 k 2 k1 k1 k1 Lo Lo = DBO remanescente em t=0 (mg/L) Do = Déficit de oxigênio inicial (mg/L) Modelo de Streeter-Phelps OD = ODs – ODapós lançamento Obtido a partir da temperatura da água e altitude Obtido a partir das características do rio e efluente Modelo de Streeter-Phelps • Concentração de OD no rio após a mistura com o efluente. OD( t 0 ) Qr .ODr Qe .ODe Qr Qe Qr = vazão do rio Qe = vazão do esgoto ODr = oxigênio dissolvido no rio ODe = oxigênio dissovido no esgoto Modelo de Streeter-Phelps • Concentração da DBO no rio após a mistura com o efluente. DBO5(t 0) Qr .DBOr Qe .DBOe Qr Qe Modelo de Streeter-Phelps • Dados de entrada – – – – – – – – – – Vazão do rio Qr Vazão de esgotos Qe OD no rio, a montante do lançamento ODr OD no esgoto Ode DBO rio, a montante do lançamento DBOr DBO do esgoto DBOe K1 e K2 Velocidade média do rio OD saturação OD mínimo permissível (Conama 20) Exemplo • Características do rio – Q=0,50m3/s – OD = 2,0 mg/L – DBOo = 3,0 mg/L • Características do esgoto – Q = 0,17m3/s – OD = 2,0 mg/L – DBOo = 40 mg/L • Constantes – K1 = 0,26/d – K2 = 0,42/d Solução DBO OD Perfil de OD em função do tempo 14 12 OD/DBO(mg/L) 10 8 6 desoxigenação reoxigenação OD 4 2 0 0 5 10 tempo (d) 15 20 Atividade Exercício de aplicação do modelo de Streeter-Phelps Uma cidade e uma indústria lançam em conjunto os seus efluentes não tratados em um curso de água. Após o lançamento, o curso de água percorre 70 km até atingir o rio principal. Lançamento de esgoto Curso d’água secundário (tributário) 70 km Rio Principal Exercício de aplicação do modelo de Streeter-Phelps • Calcular o perfil de OD até a confluência com o rio principal • Verificar se o lançamento provocará OD menor que o da classe do rio • Se necessário, apresentar alternativas para o tratamento de esgoto • Calcular e plotar os perfis de OD para as alternativas apresentadas Exercício de aplicação do modelo de Streeter-Phelps Dados • Características dos esgotos – Vazão média: 0,15 m3/s – DBO5: 300 mg/L • Características do rio – – – – – – – Vazão do rio: 0,8 m3/s Classe do corpo d’água: classe 2 (5mg/L) Temperatura da água: 25oC Profundidade média: 1,0m Velocidade média: 0,4 m/s DBO5: 2 mg/L Altitude: 1000m (7,8 mg/L)