CURSO: TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS ENG.º JOSÉ EDUARDO W. DE A. CAVALCANTI. PRODUÇÃO INSUSTENTÁVEL (PRODUÇÃO + SUJA) Água de uso Intensivo Matérias Primas Inapropriadas + Energia nem sempre “Limpa” Produtos Químicos e Insumos Insustentáveis Produto Final + Resíduos, Emissões,Resíduos Tóxicos e muito energéticos Processo Industrial Mercado Tratamentos Inservíveis Meio Ambiente PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL (PRODUÇÃO + LIMPA) Água Otimizada Matérias Primas Apropriadas + Energia Limpa Reagentes e Insumos “Benignos” Produto Final + Processo Industrial Resíduos, Emissões e Efluentes menos tóxicos e menos energéticos Mercado Inservíveis Pós-Consumo (Logística Reversa) Reúso Tratamento EFLUENTES LÍQUIDOS POR QUE TRATÁ-LOS? “Enforcement” •Legislação •Opinião pública •Competitividade •Carência de água •Sustentabilidade LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Antecedentes • Ordenações do Reino • Código de águas • Usinas de açúcar LEGISLAÇÃO AMBIENTAL • • • • • • Antecedentes Década de 60 Década de 70 Década de 80 Década de 90 Anos 2000 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Década de 60 • Estado de Guanabara • Consórcio intermunicipal ABC LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Década de 70 • • • • Legislação autoritária Criação da SEMA Planasa Conferência de Estocolmo LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Década de 80 • • • • • Constituição federal Criação do CONAMA Política nacional do meio ambiente Disciplina a ação civil pública Licenciamento ambiental LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Década de 90 • Criação da lei de crimes ambientais • Rio 92 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Anos 2000 • • • • • • Convenção de Estocolmo Mudanças climáticas CONAMA357/05 CONAMA 430/11 Lei sobre resíduos sólidos Rio +20 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL RIO GRANDE DO SUL NT SSMA 01/89 DE 16/03/89 • Estabelece critérios e padrões de emissão de efluentes líquidos • Inclui dentre os padrões de lançamento: Dureza O&G (mineral, vegetal e animal), DQO e SS LEGISLAÇÃO AMBIENTAL RIO GRANDE DO SUL NT SSMA 01/89 DE 16/03/89 • DQO, DBO e SS tem padrões de lançamento definidos em função da vazão para fontes poluídas existentes e a serem implantadas LEGISLAÇÃO AMBIENTAL RIO GRANDE DO SUL RESOLUÇÃO CONSEMA 128/2006 • Dispõe sobre a fixação de padrões de emissão de efluentes líquidos. • Estabelece limites de lançamento para DQO, DBO e SS em função da vazão de lançamento. • Ponto de lançamento deverá estar a montante do ponto de captação. GRAU DE TRATAMENTO • Padrões de qualidade • Padrões de lançamento • Padrões de reuso GRAU DE TRATAMENTO Padrões de lançamento • Concentração • Associado à matéria prima ou produção UNIDADES DE MEDIDAS Turbidez Cor pH Sólidos Sedimentáveis Outros Parâmetros NTU mgPt/L 0-14 mL/L g/L ou mg/L UNIDADES DE MEDIDAS Transformações 1 kg/m³ 1 g/m³ 1 kg 1g 1L = 1 g/L = 1 mg/mL = 1 mg/L = 1000g ou 10³g = 1000 mg ou 103 mg = 1000 mL ou 103 mL CONCENTRAÇÕES DE SOLUÇÕES - É dada usualmente em termos de massa por volume. C= M V Pode ser expressa em g/L, mg/L ou kg/m3 -Exemplo: Qual a concentração da solução em que se dissolvem 20 mg de sulfato de alumínio em 1 L de água? CONCENTRAÇÕES DE SOLUÇÕES - É dada usualmente em termos de massa por volume. C= M V Pode ser expressa em g/L, mg/L ou kg/m3 -Exemplo: Qual a concentração da solução em que se dissolvem 20 mg de sulfato de alumínio em 1 L de água? -SOLUÇÃO: 20 mg C= 1L CARACTERÍSTICAS FÍSICAS • • • • • Temperatura Oxigênio dissolvido Sólidos Alcalinidade Dureza CARACTERÍSTICAS FÍSICAS TEMPERATURA ●ONDE INFLUI? - Reações químicas - Solubilidade do oxigênio - ▲reações ▼solubilidade - Atividades bacterianas CARACTERÍSTICAS FÍSICAS OXIGÊNIO DISSOLVIDO ●DEPENDE DA: - Temperatura - Altitude - Salinidade A 20 º e ao nível do mar é igual a 9,07 mg/L CARACTERÍSTICAS FÍSICAS SÓLIDOS TOTAIS SÓLIDOS TOTAIS (ST) RESÍDUOS TOTAIS (RT) SÓLIDOS EM SUSPENSÃO (SST) RESÍDUOS NÃO FILTRÁVEIS (RNF) (INCLUEM SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS) MINERAIS (FIXOS) (SSF) (RNFF) ORGÂNICOS (VOLÁTEIS) (SSV) (RNFV) SÓLIDOS DISSOLVIDOS (SDT) RESÍDUOS FILTRÁVEIS (RF) (INCLUEM SÓLIDOS COLOIDAIS) MINERAIS (FIXOS) (SDF) (RFF) ORGÂNICOS (VOLÁTEIS) (SDV) (RFV) SÓLIDOS EM SUSPENSÃO (SEDIMENTOS, FLUTUANTES E DISPERSOS ANÁLISE DE SÓLIDOS FILTRAÇÃO ANÁLISE DE SÓLIDOS SECAGEM ANÁLISE DE SÓLIDOS BALANÇA ANÁLISE DE SÓLIDOS MUFLA ANÁLISE DE SÓLIDOS BALANÇA CARACTERÍSTICAS FÍSICAS • Alcalinidade Capacidade de um sistema aquoso em neutralizar uma solução ácida Resultado da presença de hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos CARACTERÍSTICAS FÍSICAS • Dureza Somatória dos cátions multivalentes principalmente cálcio e magnésio. Dureza carbonatada (dureza temporária) Dureza não carbonatada (dureza permanente) DUREZA - Somatória dos cátions multivalentes da água DT= Ca2++ Mg2++ Mn2++ Sr2++ Al3++ Fe2++ Fe3+ É dada em mg/L de CaCO3 ou mEq/L de CaCO3 DUREZA - Menor que 50 mg/L de CaCO3: água mole - Entre 50 e 150 mg/L de CaCO3: água com dureza moderada - Entre 150 e 300 mg/L de CaCO3: água dura - Maior que 300 mg/L de CaCO3: água muito dura CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS • Matéria orgânica Carboidratos Proteínas Óleos e graxas CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS MATÉRIA ORGÂNICA CARBOIDRATOS • • • • • • • • Largamente distribuído na natureza Inclui açúcares, amido, celulose e fibra de madeira Contém CHO C6 ou múltiplo H e O Açúcar solúvel; amido insolúvel Açúcar tende a se decompor Amido + estáveis = açúcar por ação de MC ou H+ diluídos Celulose é resistente, decompõe-se no solo. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS MATÉRIA ORGÂNICA PROTEÍNAS • Principal constituinte do organismo animal • 75%SS + 40%SD – derivado reino vegetal + animal + sintético • C, H, O, N + P, Fe, S • Proteínas (40 a 60%) Carboidratos (25 a 50%) Gorduras Óleos (10%) • Uréia • A quantidade varia desde pequenas porcentagens como tomates, até grandes como carnes e feijão • Proteínas são complexas e instáveis, sujeitas a muitas formas de decomposição • Algumas são solúveis e outras insolúveis • PM 20.000 a 20 x 106 • Proteína tem C, O e H e principalmente N (16%) • Uréia e proteína são fontes de N • Causam mal cheiro CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS MATÉRIA ORGÂNICA ÓLEOS & GRAXAS • Incluem: óleos, graxas, gorduras, ceras e outros. • Gorduras e óleos são compostos (ésteres) de álcool ou glicerol (glicerina) com ácidos graxos. Ácidos atacam decompondo-os nestas substâncias. • Óleos são os glicerídeos de ácidos graxos em estado líquido à temperatura ambiente. • Óleo total = Óleo livre + Óleo emulsionado + Óleo solúvel • Composto de C, H, O em várias proporções. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS TOC- CARBONO ORGÂNICO TOTAL CONCEITO : MEDE TODO O CARBONO ORGÂNICO EXPRESSO COMO CARBONO CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DQO – DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO - Mede a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica (biodegradável ou não) e inorgânica. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DQO – DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO EXEMPLO DE CÁLCULO EMPÍRICO DE DQO • Caso de um despejo contendo 100mg/L de lactose e 10mg/L de fenol: As reações são as seguintes: CH2O + 1O2 CO2 + H2O C6H6O + 7O2 6CO2 + 3H2O Cálculo estimativo da DQO: 1 x 32 • DQO = 30 x 100 = 107mg/L (lactose) • DQO = 7 x 32 x 10 = 23,8mg/L (fenol) 94 • DQO TOTAL = 107mg/L + 23,8mg/L = 130,8mg/L CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DBO5 – DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO CONCEITO : QUANTIDADE ESTIMADA DE OXIGÊNIO NECESSÁRIA PARA ESTABILIZAR A MATÉRIA ORGÂNICA BIODEGRADAVÉL. OU DIFERENÇA DO OXIGÊNIO DISSOLVIDO MEDIDO NO 1º E NO 5º DIA DBO5 = OD1 (mg/L) – OD5 (mg/L) CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DBO – DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO EXEMPLO: Lançamento de 1 litro de um despejo com DBO = 300 mg/L DBO = 300 mg/ L O.D da água de rio limpa = 3 mg/ L Necessidade de água para satisfazer a demanda: 300 ~ 100 litros de água do rio 3 = CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DBO – DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO VARIAVEIS QUE ESTÃO SUJEITAS AS ANÁLISES DE DBO: • TEMPO DE INCUBAÇÃO • NITRIFICAÇÃO • ACLIMATIZAÇÃO DA SEMENTE • TOXICIDADE CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DBO – DEMANDA BIOQUIMICA DE OXIGÊNIO Toxicidade • A DBO AUMENTA COM A DILUIÇÃO DA AMOSTRA. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS • Poluentes Prioritários • POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes) • Compostos Orgânicos Endócrinos (EDCA) POLUENTES PRIORITÁRIOS São 129 poluentes prioritários selecionados com base em carcinogenicidade, mutagenicidade, teratogenicidade e toxicidade aguda POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES (POPs) POPs são substâncias resistentes à degradação por possuírem propriedades tóxicas. Bioacumulam-se sendo transportados tanto pela água como pelo ar, bem como pelas espécies migratórias que se acumulam em ecossistemas aquático e terrestres COMPOSTOS ORGÂNICOS ENDOCRINOS (EDCA) São produtos orgânicos (naturais e sintéticos) e produtos inorgânicos persistentes. Elevam os níveis de Vittelogenina (Bio indicador da feminilidade em peixes nos pontos a jusante das descargas em corpo receptor. São hormônios esteróides comumente encontrados em esgotos sanitários tais como esterona e 17 ß Estradiol (Hormônios Naturais) e 17 £ ETHINYLESTRADIOL (Hormónio sintético, principal constituinte da pílula anticoncepcional) AMOSTRAGEM • Planejamento • Coleta e preservação MEDIDORES DE VAZÃO • Vertedores Retangular Triangular • Calhas Parshall • Conduto livre • Medições indiretas MEDIDORES DE VAZÃO Vertedor Triangular 2,5 Q= KH K = Função do ângulo de abertura do vertedor A = 90° Q = 1380 H (l/s) 2,5 MÉTODOS DE TRATAMENTO • Tratamentos físicos • Tratamento químicos • Tratamento biológicos MÉTODOS DE TRATAMENTO Tratamentos físicos • • • • Separação de fases Transição de fases Transferências de fases Separação molecular MÉTODOS DE TRATAMENTO Tratamentos físicos • • • • • • • • • • Gradeamento/peneiramento Sedimentação Separação por gravidade diferencial Flotação Filtração Aeração “Stripping” Adsorção Eletrodiálise Eletrodeionização MÉTODOS DE TRATAMENTO Tratamentos químicos • • • • • Acerto de pH Precipitação química Óxido redução Troca iônica / Leito misto Processos oxidativos avançados MÉTODOS DE TRATAMENTO Tratamentos biológicos Processos aeróbios • Lodos ativados • Lagoas aeradas • Lagoas de estabilização • Filtros biológicos • Contadores biológicos rotativos MÉTODOS DE TRATAMENTO Tratamentos biológicos Processos anaeróbios • Reatores anaeróbios • Lagoas anaeróbias EQUALIZAÇÃO • Fluxo total • Fluxo extravasor TIPOS DE EQUALIZAÇÃO Equalização do Fluxo Total de Vazão Equalização do Fluxo Extravazado (“Overflow”) HIDRÓGRAFO TRATAMENTOS POR MÉTODOS FÍSICOS • • • • • Separação de sólidos grosseiros Separação de óleo livre (API e PPI) Decantação Filtração Flotação de ar dissolvido (DAF) GRADES MECANIZADAS PENEIRA ESTÁTICA PENEIRA ROTATIVA PROCESSOS DE CLARIFICAÇÃO Para que o processo de clarificação se realize são necessárias quatro fases seqüenciais: - Neutralização, - Coagulação, - Floculação, - Sedimentação / Flotação PROCESSOS DE CLARIFICAÇÃO NEUTRALIZAÇÃO A neutralização consiste na eliminação das cargas eletrostáticas superficiais responsáveis pela repulsão entre as partículas carregadas eletricamente devido à adsorção de íons, principalmente hidroxilas, presentes na água. PROCESSOS DE CLARIFICAÇÃO COAGULAÇÃO A coagulação é o processo de aglomeração de partículas em suspensão finamente divididas ou em estado coloidal, pela adição de um coagulante adequado. O mecanismo da coagulação consiste na formação de partículas floculantes (flocos) em um líquido pela ação de um coagulante químico que, em solução, fornece carga iônica oposta à das partículas coloidais. COAGULAÇÃO Fases - Formação das espécies hidrolisadas do sal quando disperso na água; - Desestabilização das partículas coloidais e suspensas dispersas na água; - Agregação destas partículas para a formação de floco. DECANTAÇÃO • • • • Segundo FITCH, há quatro tipos de sedimentação dependendo das concentrações das partículas e sua tendência a se agregar: Suspensão diluída de partículas (CLASSE1) Suspensão diluída de partículas com alguma tendência em se agregar (CLASSE2) Atração de forças interparticulares (sedimentação em zona) Contato entre as partículas (compactação) ZONAS DE DECANTAÇÃO