VII SEPECEL – Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão
do Centro de Educação e Letras.
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Foz do
Iguaçu, PR.
A RELAÇÃO ENTRE O ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO
E O PERFIL DO MENOR DE 6 MESES DE IDADE
NO MUNICIPIO DE FOZ DO IGUAÇU/PR.
Isabela Rojas Azevedo D´avila (Apresentador)1, Eduardo Neves da Cruz de
Souza (Colaborador)2 , Marieta Fernandes Santos (Colaborador)3 , Maria de
Lourdes de Almeida (Colaborador)4 ,Ivaneliza Simionato de Assis
(Colaborador)5 e Adriana Zilly (Orientador)6.
Curso de Enfermagem¹([email protected]); Curso de Enfermagem2
([email protected]); Curso de
Enfermagem3([email protected]); Curso de
Enfermagem4([email protected]); Curso de
Enfermagem5([email protected]); Curso de Enfermagem6
([email protected])
PALAVRAS-CHAVE: Aleitamento Materno, Nutrição do Lactente, Cuidado
da Criança.
INTRODUÇÃO
As categorias de aleitamento materno são preconizadas pela
OMS/Organização Pan-Americana de Saúde da seguinte forma: considerase possuir aleitamento materno exclusivo (AME) as crianças que recebem
somente leite materno; em aleitamento materno predominante (AMP), as
crianças recebem, além do leite materno, água, chás ou sucos e; em
aleitamento materno (AM), as crianças recebem qualquer quantidade diária
de leite materno, independente de estarem recebendo ou não outros
alimentos. Foram consideradas em aleitamento parcial as crianças que
recebem, além do leite materno, outro tipo de leite e, em desmame, as
crianças em que o aleitamento materno foi interrompido ao longo do
seguimento (MASCARENHAS et al., 2006).
A Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2002, recomendava
aleitamento materno exclusivo por 4-6 meses. Atualmente, recomenda-se a
introdução de alimentos complementares em torno dos seis meses, pois
existem evidências consistentes dos benefícios da amamentação exclusiva
até esta idade. A introdução dos alimentos complementares antes dos seis
meses (salvo em alguns casos individuais) não só não oferece vantagens
como pode ser prejudicial à saúde da criança. Muitos benefícios do leite
materno, como a proteção contra infecções, são mais evidentes se a
amamentação for exclusiva nos primeiros meses, pois o efeito protetor do
leite materno contra diarréias e doenças respiratórias pode diminuir
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substancialmente quando a criança recebe outros alimentos (CARVALHO,
TAMEZ, 2005).
As taxas de AME costumam ser bem mais baixas que as taxas de
aleitamento materno em geral, declinando rapidamente já nos primeiros dias
pós-parto. No mundo inteiro, menos da metade das crianças menores de
quatro meses receberam leite materno como única fonte de água e
alimentos. Na América Latina, apenas 20% das crianças menores de quatro
meses são amamentadas exclusivamente. No Brasil, a duração do
aleitamento materno exclusivo está bem aquém do recomendado pela OMS,
que é de 180 dias (CARVALHO, TAMEZ, 2005).
OBJETIVO
Identificar a prevalência de crianças menores de seis meses de idade em
aleitamento materno exclusivo conforme algumas variantes, no município de
Foz do Iguaçu/PR.
MATERIAS E MÉTODOS
Foi um estudo de corte transversal realizado com crianças menores
de 1 ano no município de Foz do Iguaçu, PR e que frequentaram os Postos
de Vacinação durante a segunda etapa da campanha de vacinação contra a
poliomielite, em agosto de 2011. A amostragem foi de 743 crianças divididas
em 18 unidades fixas e 10 em Postos Volantes. Em cada Posto de
Vacinação selecionado foi realizado o sorteio de crianças que foram
entrevistadas e em caso de recusa (58), o critério de sorteio foi respeitado. O
questionário do tipo fechado e quantitativo possuía 3 questões relacionadas
com o AME conforme o sexo da criança, peso do menor e local de utilização
do serviço de puericultura. Esse estudo foi aprovado no Comitê de Ética em
Seres Humanos (CONEP) da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná/UNIOESTE, sendo que a coleta dos dados foi conduzida após a mãe
da criança menor de um ano de idade receber informações acerca deste
estudo, aceitar participar e assinar o Termo de Consentimento Livre
Esclarecido (TCLE).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram analisadas crianças menores de 6 meses em AME e suas
variantes, segundo o sexo da criança, peso da criança e a utilização do
serviço de puericultura nas unidades básicas de saúde do município ou na
rede privada.
Das 743 crianças analisadas, 39 foram missing cases para a questão
sobre o sexo da criança e AME, sendo que existiam 353 crianças menores
de seis meses de idade que foram avaliadas neste quesito, e destas,
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observou-se que 42,42% (70) do sexo masculino receberam AME e 57,58%
(95) não tiveram AME. No sexo feminino, 47,34% (89) receberam AME e
52,66% não tiveram AME.
Segundo o Ministério da Saúde, a porcentagem de crianças do sexo
masculino que tiveram AME no país foi de 39,5%. E no sexo feminino,
42,3% receberam AME. Verificou-se também uma maior freqüência do AME
ocorreu na região Norte do País (BRASIL, 2009).
Em Niterói, RJ, Medina (2010) demonstra em seu estudo que 43,1%
das crianças analisadas que receberam AME eram do sexo feminino, sendo
que no sexo masculino, apenas 38,8% receberam aleitamento materno
exclusivo.
A significância estatística do sexo no AME é de difícil explicação e
esses estudos também verificaram esta associação, o que corrobora os
dados
expostos,
pois
nosso
município
também
teve
AME
predominantemente maior no sexo feminino.
Das 743 crianças analisadas, em 339 delas verificou-se a ocorrência
ou não do AME segundo o peso da criança e 53 entrevistas foram missing
cases. Pode-se observar que 6 crianças que apresentaram baixo peso
(28,57%) receberam AME e 71,43% (15) não tiveram AME. Das crianças
que apresentaram peso normal, 46,54% (148) receberam AME e 53,46%
(170) não. Logo, observou-se que os infantes que não receberam AME nos
primeiros seis meses de idade, apresentaram maior propensão a baixo peso,
e os neonatos que receberam apenas o AME nos primeiros seis meses de
vida, apresentaram maiores números em peso normal, sendo 46,54% dos
entrevistados.
Resultado este que se equivale a um estudo elaborado pelo
Programa de Incentivo ao AME, de Belém (PA), entre fevereiro de 2000 e
janeiro de 2001, onde foi avaliado o desenvolvimento de 184 crianças que
estavam sendo alimentadas exclusivamente pelo leite materno. De acordo
com MARQUES, LOPEZ, BRAGA (2001) verificou-se que as crianças
tiveram crescimento adequado, dobraram de peso antes do quarto mês de
vida, com desaceleração do ganho pôndero-estatural após o quarto mês,
porém chegando aos seis meses com médias de peso superiores aos
padrões utilizados para comparação. Assim, comprova-se que nesta idade
da vida, o leite humano é o alimento que reúne as características nutricionais
ideais, não sendo necessária a inserção de nenhum outro alimento.
Das 743 crianças analisadas, 71 foram missing cases e 321
responderam as questão relacionando a AME e a utilização do serviço de
puericultura público ou privado, e destas, 45,68% (37) utilizavam o serviço
de puericultura na rede privada ou convênio apresentaram AME e 54,32%
(44) que utilizaram deste serviço na rede pública do município de Foz do
Iguaçu não tiveram AME.
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Um suporte dos serviços de saúde dirigido a essas mães pode
contribuir significativamente para melhorar a condução do processo
alimentar dos filhos. Esta abordagem é efetivada a partir da consulta de
enfermagem em puericultura, sendo o enfermeiro participante ativo desse
processo. Pelo seu compromisso social de cuidar, educar e apoiar as mães
e respectivas famílias, esse profissional está capacitado a fornecer
orientações que poderão nortear o cuidado da mãe com a criança (SANTOS
et al., 2007).
Este estudo corrobora com outras regiões quando o tema abrange
serviço de puericultura em crianças menores de 6 meses. O serviço público
representa quase 55% da totalidade, enquanto o privado tem 45%, já em
São Bernardo do Campo, em 2003, o serviço público representava 57%
contra 43% da rede particular. Enquanto em Pernambuco, a busca pelo
serviço de puericultura pública representava 67%. Dados que demonstram
que mesmo com Programas de apoio a puericultura no Brasil, o serviço
público não é o favorito na busca pelas mães (Bittencourt et al., 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No município de Foz do Iguaçu, a prevalência do AME em crianças
até seis meses de idade foi significativa ao comparar com outros estudos em
nosso país, havendo uma indicação precisa que as meninas (47,34%) têm
sido amamentadas em maior proporção que os meninos (42,42%) na
mesma faixa etária.
Muitos fatores podem ser levados em conta diante destes dados:
sexo, idade da mãe, escolaridade da mãe, estado conjugal, entre outros. A
opção pelo AME nos primeiros seis meses de vida contribuirá para a
promoção, prevenção e proteção da saúde da criança, o que indica melhoria
da qualidade de vida de nossas crianças e um desenvolvimento saudável.
Porém, considerar os fatores que predispõe a escolha ao aleitamento
materno deve ser a grande responsabilidade da equipe de saúde da família
nos programas de puericultura, pré-natal e puerpério.
Espera-se que os resultados dessa pesquisa contribuam para o
desenvolvimento de ações de proteção, promoção e apoio à amamentação.
REFERÊNCIAS
BITTENCOURT, Liliane de Jesus; OLIVEIRA, Juliana Souza; FIGUEIROA,
José Natal; BATISTA FILHO, Malaquias. Aleitamento materno no estado de
Pernambuco: prevalência e possível papel das ações de saúde. Rev. Bras.
Saúde Matern. Infant. Recife, 5 (4): 439-448, out. / dez., 2005.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. II Pesquisa de
Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito
Federal / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Brasília:
Ministério da Saúde, 2009.
CARVALHO, Marcus Renato de; TAMEZ, Raquel N. Amamentação: bases
científicas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
MARQUES, Rosa F. S. V.; LOPEZ, Fábio A.; BRAGA, Josefina A. P. O
crescimento de crianças alimentadas com leite materno exclusivo nos
primeiros 6 meses de vida. Jornal de Pediatria, vol. 80, n 2, 2004.
MASCARENHAS, Maria Laura W.; ALBERNAZ, Elaine P.; SILVA, Mirian B.
da; SILVEIRA, Regina B. da. Prevalência de aleitamento materno exclusivo
nos 3 primeiros meses de vida e seus determinantes no Sul do Brasil. Jornal
de Pediatria - Vol. 82, n 4, 2006.
MEDINA, Candida Leite Pinto. Fatores associados à prática do
aleitamento materno exclusivo em crianças menores de seis meses de
vida no município de Niterói - 2006. Rio de Janeiro: s.n., 2010.
SANTOS, Carmina Silva dos; LIMA, Luciane Soares de; JAVORSKI, Marly.
Fatores que interferem na transição alimentar de crianças entre cinco e oito
meses: investigação em Serviço de Puericultura do Recife, Brasil. Rev.
Brasileira de Saúde Materno Infantil, vol. 7, n. 4. Recife. 2007.
Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer o apoio da Secretaria Municipal de Saúde
do município de Foz do Iguaçu/PR, e também a coordenação do curso de
Enfermagem da UNIOESTE-Campus de Foz do Iguaçu.
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