A EVOLUÇÃO DO HOMEM Segundo os estudiosos, somente por volta do ano 8.000 a.C a espécie humana descobriu as primeiras técnicas de cultivo ao perceber que após abandonar sementes e raízes comestíveis no solo, elas germinavam. Fazer um pequeno plantio, entretanto, não era fácil. Era preciso aprender a cultivar, cuidar, escolher boas sementes, solo apropriado e condições climáticas razoáveis. A descoberta da agricultura foi um processo lento de aprendizado com a natureza e também, fruto da necessidade de sobrevivência em um ambiente de dificuldades. O desenvolvimento das técnicas de cultivo, que deu origem à agricultura propriamente dita, é considerado a primeira grande evolução da humanidade, pois proporcionou grandes mudanças e transformações na vida dos homens. Uma das primeiras mudanças foi a gradual fixação das comunidades em determinado lugar, diminuindo assim as necessidades das intensas migrações. Contudo, nem todos os grupos humanos que desenvolveram a agricultura deixaram de ser nômades completamente. Isso dependia da região e da fertilidade do solo em que estavam instalados. Primeiramente, muitos grupos plantavam até o esgotamento do solo e depois migravam para outras terras, tornando-se seminômades. Somente alguns grupos seminômades desenvolveram técnicas de cultivo do solo, o que possibilitou que se fixassem definitivamente em um só lugar, o que lhes fizeram sedentários. Aos poucos, o nomadismo pré-agrícola foi cedendo espaço ao predomínio do sedentarismo agrário. O sedentarismo mudou a forma de viver e de se relacionar com as pessoas. Pouco a pouco, a vida sedentária deu origem á propriedade familiar. Isso levou ao aumento das diferenças sociais entre grupos proprietários e os não-proprietários, com escravos e servos, surgindo assim, as diferenças sociais e o predomínio de uma pessoa sobre a outra. Em outros termos, o sedentarismo acelerou o processo de desigualdade social interna na comunidade, e, portanto, apropriação de terras e riquezas nas mãos de poucas pessoas ou grupos privilegiados. Por outro lado, gerou também mais segurança interna, estimulando o crescimento populacional. Foi preciso então, aumentar a produção agrícola, que deu por meio da fertilização do solo, como o uso do arado e outras ferramentas agrícolas, e a construção de canais de irrigação, represas, entre outros. Mas, para que isso fosse possível, tornaram-se necessárias organizações políticas, sociais e econômicas cada vez mais complexas em comparação às comunidades nômades. Leis, governos, Exércitos, Estados, funcionários e administrações foram surgindo para melhor organizar o trabalho, a produção, a distribuição e a segurança das sociedades agrárias que se formavam. Novas técnicas foram desenvolvidas: o uso do arado feito pela pedra, o osso, madeira ou ferro, a domesticação de animais para o trabalho, transporte e corte; a construção de sistemas de irrigação do solo; a criação de sistemas de unidades de pesos e medidas, e consequentemente, as primeiras operações matemáticas. Do ponto de vista cultural, foram criados calendários religiosos e sagrados, de festas, celebrações e cultos aos elementos de natureza. Esses calendários estavam diretamente ligados á produção agrícola, pois se cultuava a chuva, os ventos, os rios, os astros elementos ligados às diferentes estações do ano. Desenvolveu-se ainda a produção de objetos de uso diário em cerâmica e metal, cada vez mais qualificados, e a edificação de grandes obras arquitetônicas, como templos e palácios. Houve também aprimoramento da pintura, da escultura e da tecelagem, bem como o aperfeiçoamento da escrita, da geometria, da medicina e da astronomia. Geralmente, as sociedades agrárias tinham uma visão sagrada e cíclica da vida e do mundo: sagrada, porque se acreditava que os deuses ligados à natureza controlavam o nascer o pôr do sol, as fases da Lua, comandavam ataque de pragas, tempestades, enchentes e etc. Então, o mundo e a vida eram um eterno nascer e renascer, tudo se transformava, jamais desaparecia por completo. Em resumo, o desenvolvimento da agricultura transformou pouco a pouco a forma de viver, agir e pensar das sociedades humanas, estabelecendo, as diferenças sociais, o poder do estado, seus governantes, as religiões oficiais, enfim, as primeiras grandes civilizações. Tal desenvolvimento mudou profundamente a relação dos grupos humanos com a natureza: se nas sociedades agrárias os homens estavam submetidos aos recursos do mundo natural, nas sociedades agrárias aprenderam também a usá-los em benefício da coletividade. Esse momento, porém, não significou transformação radical da natureza, pois ainda não existia tecnologia suficiente. Questionário 1- O que as técnicas de cultivo proporcionaram de mudanças na vida do homem? 2- A que a vida sedentária deu origem e quais suas implicações? 3- Em sua opinião, o sedentarismo foi bom ou ruim para o desenvolvimento agrícola? Justifique.