22 DE MARÇO 2012 QUINTA-FEIRA WWW.DIARIOCOIMBRA.PT DiáriodeCoimbra 27 DESPORTO Centro Norton de Matos na luta por todos os títulos No bom caminho para subir à 1.ª divisão Com três torneios individuais já conquistados e a vice-liderança na classificação de equipas, os jogadores do Centro Norton de Matos (CNM) já têm, ainda com a época a meio, a certeza de que vão conseguir várias subidas de divisão e marcar presença na fase decisiva dos campeonatos nacionais. Colectivamente, o CNM disputou quinta-feira a última jornada do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão (zona norte), onde ocupa o 2.º lugar da pauta classificativa, posição que, a manter-se no final da prova, dará acesso à subida ao escalão principal da modalidade. Na outra competição por equipas, a Taça de Portugal, o CNM apurou-se para os oitavos-de-final que se disputam amanhã e em que vai receber uma formação da 1.ª Divisão: A Portuguesa de Leça. Não se adivinha tarefa fácil para os conimbricenses mas a presença nos quartos-de-final é perfeitamente possível. Individualmente, a época dos atletas do Norton de Matos tem sido um somatório de sucessos. FOTOS: FIGUEIREDO Bilharistas de Coimbra coleccionam êxitos individuais e colectivos nas competições nacionais de carambola EQUIPA DO CNM representa Coimbra nas provas de carambola Na 3.ª Divisão, dos quatro torneios abertos que integram o calendário federativo, dois foram conquistados por atletas do CNM. Jorge Sales triunfou no 2.º e Miguel Rocha conquistou o último. Agora só falta disputar o Campeonato Nacional, prova disputada somente pelos oito melhores classificados do “ranking” regional (Norte e Sul). Jorge Sales e Miguel Rocha já garantiram, respectivamente, os 2.º e 3.º postos do “ranking”, pelo que vão discutir a meia-final do Norte, sendo a final disputada pelos quatro apurados em cada uma das zonas. Na 2.ª Divisão, também Mário Rui segue no 2.º lugar do “ranking” da zona norte e, embora ainda falte concluir um torneio, já tem a presença garantida na meia-final do Campeonato Nacional. João Rafael, que esteve na final do 1.º torneio, manteve em aberto até ao passado sábado, a hipótese de atingir uma posição nos oito melhores do “ranking”, o que não viria a conseguir. Também na 1.ª Divisão, a viceliderança do “ranking” (neste caso nacional e não regional) é ocupada por um conimbricense. Paulo Andrade ascendeu ao 2.º lugar após o triunfo obtido já este mês no 3.º torneio aberto da época. Mesmo faltando um torneio, a diferença pontual para o oitavo classificado, praticamente garante a presença de Paulo Andrade na discussão do Campeonato Nacional. Caso se confirme, o atleta do CNM poderá lutar pela obtenção do seu segundo título de campeão nacional. Três vitórias em torneios nacionais, a vice-liderança individual nos três “rankings” nacionais, a subida de divisão (praticamente garantida) de cinco atletas e a respectiva presença nas meias-finais dos campeonatos, além da boa posição para conquistar a subida de divisão por equipas, colocam o Centro Norton de Matos entre as principais referências da presente época do bilhar carambola em Portugal. l Com cinco vitórias, um empate e uma derrota, a equipa do CNM está a um ponto da líder (Bilhar Clube do Porto, a segunda equipa do FCP) no termo da 1.ª volta do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão. Os três pontos de vantagem sobre o 3.º classificado, que perdeu em Coimbra pelo resultado máximo (4-0), dão confortável margem de manobra à formação conimbricense para assegurar um dos dois primeiros lugares, os que dão direito à subida de divisão. l RESULTADOS CNM – CP Espinho Fenianos B – CNM CNM – Leixões B Cohaemato – CNM CNM – BC Porto Ac. Leça – CNM CNM – Leça B 3,5-0,5 0-4 4-0 2,5-1,5 2-2 0-4 4-0 CLASSIFICAÇÃO Equipa BC Porto CNM Leixões B Ac. Leça CP Espinho Cohaemato Fenianos B Leça B J V 7 5 7 5 7 3 7 2 7 2 7 2 7 1 7 0 E 2 1 2 3 3 2 1 2 D 0 1 2 2 2 3 5 5 P 19 18 15 14 14 13 10 9 TRÊS TRIUNFOS E UM 2.º LUGAR NAS PROVAS INDIVIDUAIS DESTA ÉPOCA Encontro de gerações na formação da equipa Se há modalidades desportivas onde a idade não é “handicap”, uma delas é seguramente o bilhar. Nas variantes denominadas pelos bilharistas por “buracos” – o pool e o snooker, onde o objectivo passa por embolsar as bolas – a prática estende-se ao longo de décadas, mas não é comum a presença de jogadores sexagenários na discussão dos lugares cimeiros dos “rankings” nacionais. Já na carambola, a longevidade é mais acentuada. Esta época, um dos torneios da 3.ª Divisão sul foi conquistado por um octogenário, José Lagoas, que completa este mês 83 anos. Mas não é caso único. Mesmo na 1.ª Divisão, dois dos atletas do “top ten” actual, estão à beira do septuagésimo aniversário: Mário Aranha (68) e Fernando Tomás (69). Exemplo flagrante desta reunião de gerações é a equipa do Centro Norton de Matos. Dos 13 anos de Manuel Silva aos 75 de Malo Rodrigues, todas as décadas que ficam de premeio estão representadas. l Nome Manuel Silva Gonçalo Rodrigues Carlos Oliveira Miguel Rocha João Rafael Jorge Silva Jorge Sales Paulo Andrade António Machado Mário Rui Vaz Vieira Malo Rodrigues Idade 13 25 39 43 46 48 54 57 60 64 68 75 Espírito de conquista supera adversidades Duas particularidades (ou até adversidades) dão especial ênfase às conquistas do Centro Norton de Matos nas competições nacionais de carambola: o número de atletas e o facto de jogarem (quase sempre) fora de Coimbra. Num universo de cerca de 300 praticantes de carambola inscritos na Federação Portuguesa de Bilhar, somente 12 defendem as cores do CNM: um na 1.ª Divisão, quatro na 2.ª, cinco na 3.ª e dois que só estão inscritos na competição por equipas. Fazendo as contas, os dez atletas que competem individualmente representam 4% do total de inscritos. Mas isso não foi óbice para que triunfassem em três dos dez torneios realizados, o que equivale a 30% do total de vitórias possível. Outra das dificuldades sentidas é a obrigatoriedade de se deslocarem, sempre que competem individualmente. Porto, Leça, Matosinhos ou Famalicão são os locais onde se disputam as provas. Somente na prova de equipas é que metade dos seus jogos são realizados em Coimbra. Se, a nível meramente competitivo, ter que jogar sempre em mesas diferentes daquelas onde se treina é uma desvantagem – apesar de não ser exclusiva dos jogadores de Coimbra – já as viagens (e os seus custos) são, incompara- JOÃO RAFAEL, PAULO ANDRADE, JORGE SALES E MIGUEL ROCHA velmente, penalizadoras para os conimbricenses. Como cada torneio é dividido em duas fases – a de apuramento e a final – e somente por uma vez é que nenhum conimbricense marcou presença na final, esta época o CNM já teve que suportar com 22 deslocações (19 nas provas individuais e 3 por equipas). Despesas consideráveis que são menorizadas através de alguns apoios, entre os quais se destacam os da empresa figueirense Centro Litoral O.P e da Farmácia Silva Soares.