UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE AS EQUAÇÕES ALGÉBRICAS E SUA IMPORTÂNCIA PARA O CONHECIMENTO MATEMÁTICO Por: Maria das Graças de Mattos Orientador Prof. Ms. Carlos Alberto Cereja de Barros Rio de Janeiro 2004 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE AS EQUAÇÕES ALGÉBRICAS E SUA IMPORTÃNCIA PARA O CONHECIMENTO MATEMÁTICO Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior. Por: Maria das Graças de Mattos 3 AGRADECIMENTOS Agradeço , sobretudo a Deus, a quem dedico toda a honra. Agradeço sinceramente ao professor Carlos Cereja pela paciência e esforço em nos mostrar como devemos pôr em prática nosso pensamento. Este trabalho foi executado porque ele o permitiu orientando- me e conduzindo-me. 4 DEDICATÓRIA Algumas pessoas marcam a nossa vida para sempre, umas porque nos ajudam na construção , outras apresentam projetos e porque nos porque outras nos ainda desafiam a construí-los. Quando nos damos conta, são tantas pessoas a agradecer ! Dedico este trabalho a todas as pessoas que, de alguma forma contribuíram para o seu desenvolvimento e conclusão. Dedico principalmente a minha família , pela compreensão , apoio e incentivo para superar as dificuldades encontradas ao longo do curso e alcançar este objetivo. A felicidade desta conquista portanto, é nossa. 5 “Os caminhos da libertação são os do oprimido que se libera; ele não é coisa que se resgata, é sujeito que se deve autoconfigurar responsavelmente.” Paulo Freire 6 RESUMO Pesquisa-se o papel e a importância das equações algébricas em relação ao conhecimento matemático em geral e à álgebra, em particular, com uma exposição inicial sobre o que é a álgebra e qual o percurso histórico, para em seguida discutir mais detalhadamente as equações algébricas. Neste ponto, são consideradas as raízes e os graus das equações algébricas, identificando-se o Teorema Fundamental da Álgebra, o Teorema da Decomposição e as operações referentes à multiplicidade de uma raiz, que podem se apresentar como raízes racionais com coeficientes inteiros ou raízes complexas com coeficientes reais, finalizando-se esta exposição mais específica com a apresentação das Relações de Girard. Esboçadas estas considerações, discute-se a questão das equações algébricas em seu nível didático, ou pedagógico, mediante a verificação dos conteúdos de álgebra no atual ensino de matemática. 7 METODOLOGIA A Metodologia utilizada para a realização deste projeto foi uma profunda pesquisa em livros de natureza científica e livros didáticos, já que os trabalhos escritos sobre matemática e a álgebra em particular permanecem restritos às publicações didáticas.Isto nos permitiu uma ampla coleta de dados e informações que nos levaram a uma profunda análise sobre o tema escolhido. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO I A ÁLGEBRA NO CONHECIMENTO MATEMÁTICO 12 CAPÍTULO II A NATUREZA MATEMÁTICA DA ÁLGEBRA E SUA APLICAÇÃO 23 CAPÍTULO III FUNDAMENTOS DA ÁLGEBRA 29 CAPÍTULO IV A ÁLGEBRA NO ATUAL ENSINO DE MATEMÁTICA 39 CONCLUSÃO 43 ANEXO 46 BIBLIOGRAFIA 49 ÍNDICE 50 FOLHA DE AVALIAÇÃO 52 9 INTRODUÇÃO A pesquisa ora iniciada focaliza o estudo das equações algébricas, situando-se a Álgebra como um campo de notável destaque, ante o conhecimento matemático como um todo. A demonstração das equações algébricas constitui um dos pontos mais complexos do atual currículo de Matemática, nos ensinos fundamental e médio e seu tratamento didático nem sempre se revela estimulante o suficiente para motivar os alunos a superar as dificuldades normalmente encontradas no decorrer da aprendizagem desta disciplina. Deduz, então, que o cerne do problema poderia estar não exatamente na aprendizagem, mas, provavelmente, no processo de ensino comumente realizado, sendo necessário repensar o tratamento didático dado à Álgebra e as estratégias motivacionais a ela relacionadas. Parte-se, portanto, da exposição conceitual para os aspectos práticos das equações algébricas, desdobrando-se a discussão a partir da análise dos itens gerais do Teorema Fundamental da Álgebra e as propriedades algébricas das raízes. A pesquisa tem como objetivo geral analisar e discutir a importância da Álgebra no atual ensino de Matemática, considerando-se a aplicabilidade desta disciplina ante as competências e habilidades necessárias para o educando se profissionalizar e se inserir na sociedade atual. Como objetivos específicos, a pesquisa pretende verificar se o ensino de álgebra se mantém imóvel ou se ocorrem modificações significativas, especialmente no tocante ao tratamento didático deste campo do conhecimento matemático. Deve-se ressaltar a importância da prática de exercícios algébricos em relação ao desenvolvimento cognitivo dos alunos, sobretudo quanto ao 10 raciocínio lógico e a capacidade de indução e dedução, uma vez que a álgebra é tradicionalmente “a arte dos raciocínios perfeitos”. Situada a questão também sob oeste aspecto, deve-se considerar com mais exatidão o que é Álgebra, como se enquadra no contexto geral da Matemática e quais os seus desdobramentos, bem como suas possíveis aplicações práticas. O desenvolvimento desta pesquisa se justifica, sobretudo, pela crescente necessidade de se analisar a pertinência dos conhecimentos disciplinares e seus conteúdos ante as atuais expectativas do sistema de ensino brasileiro, expressas nas concepções construtivistas e sóciointeracionalistas que norteiam as abordagens educacionais do presente. Definida geralmente como a parte da Matemática que estuda as leis gerais da quantidade e suas implicações, a Álgebra situa-se mais propriamente como a “ciência do cálculo das grandezas abstratas”, as quais são representadas por letras. Por isso são geralmente associadas à Álgebra sa noções de cálculo e de incógnita, sendo bastante oportunas algumas considerações históricas sobre o percurso da Álgebra desde os árabes até os dias atuais. Após estas considerações, terá lugar uma exposição mais específica sobre o conteúdo geral da Álgebra, apresentando-se as equações algébricas e seu enfoque didático, ou pedagógico, conforme as orientações atualmente propostas pelo sistema de ensino para o trabalho com a Álgebra, no contexto geral do conhecimento matemático. A metodologia empregada para a realização desta abordagem é a pesquisa bibliográfica, recorrendo-se, portanto, apenas ás fontes escritas sobre o tema em exame. Em geral, os trabalhos escritos sobre Matemática geral, e sobre a Álgebra em particular, permanecem restritos às publicações didáticas. Só mais recentemente se desenvolveram estudos ou pesquisas orientadas numa reflexão de caráter mais conceitual ou filosófica a respeito do tema, embora as bases do conhecimento algébrico remontem há cerca 11 de dois mil anos e permanecem mais ou menos inalteráveis. As mudanças ocorreram em termos de metodologia de ensino e de enfoque do conteúdo, adequando os antiqüíssimos postulados fundamentais da Álgebra a questões ou problemas da atualidade. Por outro lado, há bastante tempo vêm sendo desenvolvidos estudos de caráter histórico sobre os diversos campos da Matemática, inclusive a Álgebra , os quais servirão como referencial teórico à presente pesquisa. Uma obra de grande importância é A Magia dos Números, de Paul Karlson, e a História da Matemática, de Carl L. Boyer, o primeiro remontando aos anos 40 e, o segundo, ao final dos anos 60. Ambos oferecem valiosos subsídios históricos para o desenvolvimento dos objetivos propostos nesta pesquisa. Os apontamentos específicos de conteúdos algébricos são apresentados com base na vasta abordagem de Antonio Marmo de Oliveira e Agostinho Silva, no setor de Álgebra de sua Biblioteca de Matemática Moderna, em cinco volumes, editados em fins dos anos 60. Finalmente, as considerações de ordem didática resultam da análise do terceiro volume dos Parâmetros Curriculares Nacionais, onde se encontrará extensa abordagem sobre o atual enfoque da Matemática, seu tratamento didático, aplicabilidade e relacionamento interdisciplinar. Será mais especificamente nesta etapa da pesquisa que serão consideradas as expectativas sócio-culturais referentes ao ensino de Matemática e sua importância para as tecnologias digitais, que são a base dos processos produtivos e informacionais da atualidade. O enfoque ora proposto deve, portanto, conciliar os conteúdos tradicionais com a nova dinâmica da sociedade tecnológica, cuja base é essencialmente matemática, para a inserção do educando no mercado de trabalho e na sociedade cada vez mais competitiva e globalizada. 12 CAPÍTULO I Álgebra no Conhecimento Matemático “A essência da Matemática é a”. liberdade." Leopold Kronecker 13 O QUE É A ÁLGEBRA? Fornece-se neste capítulo as informações preliminares necessárias à compreensão básica da Álgebra e seu enquadramento dentro do conhecimento matemático, traçando-se, também, uma exposição geral sobre o percurso histórico deste campo de Matemática. 1.1- Considerações Preliminares Define-se modernamente a Álgebra como sendo a parte da Matemática que estuda as chamadas “funções algébricas”, isto é, as relações que encerram combinações das operações matemáticas fundamentais. A particularidade mais notável da Álgebra é a utilização de sinais e caracteres alfabéticos, juntamente com os números, para formar a expressão algébrica. Os sinais são: • Mais (+), para indicar a operação de adição • Menos (-), para a subtração • Os sinais (x) ou(.) para a multiplicação • Os sinais (÷) ou (:) para a divisão Existem ainda os sinais de radiciação(√) que, juntamente com os anteriores, foram criados por Stifel e o de igualdade(=), adotado por Record. Viète introduziu os sinais de (>) e menor (<) e René Descartes definiu de uma vez por todas a notação exponencial (Descartes, 1983, p.91). Juntamente com os anteriores, integram o conjunto geral de sinais utilizados nas operações envolvendo números e letras. 14 O termo Expressão Algébrica é largamente empregado em Álgebra e se refere a um conjunto de letras representando os números, ligados através de sinais, como em 3 a²+4bc , em que o número escrito à esquerda é chamado de “coeficiente algébrico” e o restante é a “parte literal”. Assim sendo, em 4bc, número 4 é o coeficiente e bc é a parte literal. Cada grupo que não apresenta o sinal de adição ou subtração separando seus elementos, constitui um termo da expressão algébrica, de modo que em 7x³+4y²+3z, tem-se três termos. A expressão algébrica receberá diferentes designações, conforme apresentam um, dois ou três termos. A expressão algébrica receberá diferentes designações, conforme o número de termos que apresentar, podendo ser monômio, binômio, trinômio, conforme apresentam um, dois ou três termos. Possuindo mais de três termos, a equação algébrica é genericamente designada como polinômios. O campo de aplicação da Álgebra é vastíssimo e se faz presente em quase todas as partes da ciência, bem como nos cálculos de todos os campos da Matemática (geometria, mecânica, teoria das funções, lógica). A chamada “Álgebra Moderna” muito se desenvolveu graças às pesquisas envolvendo a resolução de equações algébricas. 1.2- Percurso Histórico A palavra álgebra é de origem árabe, porém os métodos algébricos são bem anteriores à civilização árabe. Os babilônios resolviam problemas de segundo grau e empregavam para seus cálculos a numeração de posição com base 60, desde o segundo milênio antes de Cristo. As possibilidades são limitadas apenas pelas imperfeições peculiares deste 15 sistema numérico, que não chegam a ser maiores do que as imperfeições da numeração decimal. Os chineses dispunham de uma técnica semelhante ao cálculo dos determinantes desde o século II a.C. para os problemas de primeiro grau com várias incógnitas, mas só calculavam com números inteiros racionais ou fracionários, empregando tanto os números negativos como os positivos. Os hindus tiveram a Ariabata seu maior algebrista, introdutor de regras para a extração de raízes quadradas e cúbicas, além da resolução de equações de primeiro e segundo graus. O mais antigo tratado algébrico surgido no Ocidente é o Diofanto de Alexandria (séc.IV d.C.), quando a Álgebra se tornou um campo de conhecimento independente e com rigor científico. Ao discorrer sobre as origens da Álgebra, tal como esta se apresenta atualmente, sobressai-se à figura quase que lendária de Mohamed Ibn Musa Alchwarizmi, matemático e astrônomo árabe do século VII, que foi autor de A Arte de Calcular . Dele provêm os termos mais usados em Matemática, tais como “algarismo”, “algoritmo” e “álgebra” , conforme informa o alemão Paul Karlson, historiador da matemática: “Granada, Sevilha, Córdoba - eis três grandes escolas mouras. De Córdoba, Atelhart levou uma tradução de Euclides, bem importante de como uma cópia da obra mais origem genuinamente árabe - justamente a Arte de Calcular de Alchwarizmi. “Falou Algoritmi. Rendamos graças merecidas a Deus, nosso guia e defensor. ” Eis o que dizem as primeiras linhas deste manuscrito, guardado na Cambridge. Algoritmi nada mais é biblioteca do que de uma corruptela o complicado nome árabe, Alchwarizmi (...) ‘Algoritmo’ é o primeiro nome que o sábio mulçumano incorporou à nossa língua. Ele criou outro ainda, no 16 título de sua obra, para nós a mais importante, Aldschebr Walmakabala, em português ‘Restauração e confronto’. Esta palavra Aldschebr se filiou, estropiada, à nossa língua- é a nossa ‘álgebra’. (Karlson, 1961, p.160) Omar Khayánn, poeta e matemático persa, tornou-se famoso pelo seu livro de poemas intitulado Rubayát, mas no campo da Matemática, foi o primeiro a resolver de modo sistemático uma equação de segundo grau. Durante a Idade Média, as notícias mais remotas sobre a álgebra na Europa Ocidental remontam às tradições relativas a um papa que também foi matemático. Silvestre II, cujo papado ocorreu entre 999 e 1003, foi sem dúvida um dos mais brilhantes pontífices da História, sobretudo por ter sido um ardoroso cultivador das ciências físicas e matemáticas, numa época em que prevalecia o fanatismo religioso e a superstição. Não por acaso, este papa chegou a ser acusado de pacto diabólicos, devido aos seus extraordinários conhecimentos científicos. A Álgebra chegou com vigor ao Ocidente , contudo, somente no século XVI, no período denominado Renascimento, quando os algebristas italianos Nicolo Tartaglia (1500-1557) e Geronimo Cardano (1501-1576) resolveram equações de terceiro e quarto graus, ao mesmo tempo em que Rafael Bombelli (1526-1573) criou uma primeira forma de números complexos ou imaginários. Essas descobertas começaram a ser difundidas quando Cardano publicou uma importantíssima obra chamada Ars Magna, onde apresenta a seguinte fórmula resolutiva para a equação x³+ ax +b=0 (Iezzi,[ ], p.[ ]): ____________ x= √- b +√ b² + a³ 2 4 27 ___________ √- b + √ b² + a³ 2 4 27 17 O filósofo e matemático francês René Descartes simplificou e sistematizou o cálculo algébrico, aplicando-o a problemas geométricos e, com isso, criou a Geometria Analítica, em 1637. Enunciou as principais propriedades das equações algébricas no terceiro livro de sua Geometria, estabelecendo o princípio segundo o qual ”(...) uma equação algébrica tem tantas raízes quanto seu grau tem unidades ”( Descartes, 1983, p.71). Para isso, porém, é preciso admitir a existência eventual de raízes múltiplas e, sobretudo, admitir a realidade matemática das raízes “imaginárias”. Somente no século XVIII é que os algebristas puderam determinar mais precisamente estas novas noções. Jean d’ Alembert enunciou o Teorema Fundamental da Álgebra, ou princípio de Descartes (1746), satisfatoriamente demonstrado, mas submetida por Gauss a uma rigorosa crítica, em 1788. Gauss demonstrou rigorosamente que toda equação polinomial de grau n (maior ou igual a um), possui pelo menos uma raiz complexa. O próprio Gauss chamou essa propriedade de Teorema Fundamental da Álgebra (T.F.A.), decorrendo deste teorema que toda equação polinomial de grau n ( ≥ a 1) possui n raízes complexas. Juntamente com as diversas demonstrações de Gauss do Teorema Fundamental, a demonstração de Legendre parece inspirada pela representação dos “números complexos”, elaborada por Argand. Tal representação generaliza-se graças à dos quatérnions, criadas em 1843 por Sir William R. Hamilton, quando surge a primeira Álgebra não-comunicativa. A terminologia de Hamilton se impõe, devendo-se a ele termos como “vetor”, “comutatividade” e “tensor”. A teoria dos números, entretanto, conduz a Álgebra a novas concepções, em função das pesquisas empreendidas por Krummer sobre “O grande Teorema de Fermat”, também em 1843: conjectura ao cabo da qual 18 a equação x + y + z , só é possível em números inteiros para m = 1 e 2. m m m Estas pesquisas conduziram-no à nova noção de número ideal que culmina na noção fundamental de ideal de anel, aperfeiçoada e sistematizada por Dedekind, em 1871. Todos estes trabalhos concorreram para o desenvolvimento da Teoria dos Corpos de Números Algébricos, de Hilbert e a tradicional noção de “grupo”, devida a Galois (1830), se aplica inicialmente aos conjuntos finitos, como o das permutações entre as raízes de uma equação algébrica. Esta adquire extensão considerável nos trabalhos de Jordan, enquanto Felix Klein e Sophus Lie generalizaram-na para conjuntos infinitos e fizeram com que desempenhasse papel fundamental: o primeiro na geometria elementar e, o segundo, na teoria das equações de derivadas parciais. O conceito de “espaço vetorial” liga-se, por sua vez, ao trabalho de Hamilton, ao cálculo geométrico de Möbius (1827) e os sistemas hipercomplexos imaginados por Grassmann (1844). Se os determinantes são de fato conhecidos desde o século XVIII como, por exemplo, os trabalhos de Cramer sobre os sistemas de equações afins, seu estudo desenvolveu-se, sobretudo no século XIV e só se tornaram de uso corrente com Carl Jacobi (1841). Os algebristas ingleses Sylvester e Cayley desenvolveram a teoria das invariantes. Cayley criou o cálculo matricial, mas a contribuição mais original desta escola inglesa foi a da Lógica Matemática, criada por George Boole, cujas obras fundamentais marcaram o surgimento da Matemática Pura. Depois de Dedekind e Hilbert, chegou-se à axiomatização da Álgebra, devida, em especial, a Ernest Steinitz, Emil Artin e Emmy Noether. Surgiu então a Álgebra abstrata contemporânea. 19 1.3- Histórico da Matemática Bhãskara (1114/1185) era matemático hindu, trabalhou em quase todos os ramos da Matemática de seu tempo. Sua obra-prima é o livro Sidhãntasiromani, que se divide em quatro partes - Aritmética, Álgebra e as duas últimas de Astronomia - e reúne muitos de seus trabalhos. Um deles é a construção de uma tabela de senos com intervalos de um grau. Girard (1590/1663) era matemático italiano, dedicou-se à álgebra das equações, dentre outros ramos da Matemática. Seu grande trabalho sobre as equações polinomiais são as relações entre os coeficientes e as raízes de uma equação. Gabriel Cramer (1704/1752) era matemático suíço, trabalhou com Álgebra e Astronomia. Sua obra-prima é a Regra de Cramer, publicada em 1750, utilizada para resolver sistemas lineares determinados. Joseph L. Lagrange (1736/1813) era matemático francês, presidiu o Comitê de Pesos e Medidas. Trabalhou em Cálculo, Mecânica e Astronomia. Teve um papel significante na verificação da teoria de Newton sobre gravitação. Desenvolveu trabalhos sobre a impossibilidade de resolver equações de grau 5 por meio de radicais. Pierre Simon de Laplace (1749/1827) era matemático e astrônomo francês. Sua grande obra publicada em cinco volumes num período de 26 anos, foi Mecânica Celeste, em que procurou demonstrar a estabilidade do Sistema Solar por uma aplicação rigorosa da mecânica newtoniana. Em Matemática, desenvolveu trabalhos com determinantes e é considerado o criador da probabilidade analítica. 20 Paolo Ruffini (1765/1822) era matemático italiano, dedicou-se à Álgebra, publicando em Bolonha (1799) um livro com vários trabalhos apresentando a demonstração de que a equação geral de seu superior ao quarto não pode ser resolvida por meio de radicais (essa demonstração tem muitas lacunas). Seu nome está associado à divisão de um polinômio por x - b. Karl F. Gauss (1777/1855) era matemático e astrônomo alemão, fez notáveis contribuições a vários ramos da Física, em que foi uma autoridade em eletromagnetismo, e da Matemática, em que desenvolveu trabalhos sobre teoria dos números, desenvolvendo o princípio de congruência aritmética; representação gráfica dos números complexos de sua construção axiomática; geometria não-euclidiana; geometria diferencial e análise. Dentre tantos trabalhos de vulto, destacam-se "A soma de termos de uma progressão aritmética ", aos oito anos; "Construção com régua e compasso de um polígono regular de dezessete lados", aos dezenove anos e "Teorema fundamental da Álgebra", aos 21 anos. Bernhard Bolzano (1781/1848) era filósofo, lógico e matemático tcheco, professor de Filosofia da Religião da Universidade de Praga. Desenvolveu trabalhos em Lógica e Análise, destacando-se, entre outros, aqueles dedicados a funções contínuas não-deriváveis; convergências de séries e forma de distinguir classes finitas e infinitas -- tema abordado na obra Parodoxos do Infinito, publicada após a sua morte. Niels Henrik Abel (1802/1829) era matemático norueguês, cujos trabalhos foram um modelo de rigor, segundo os padrões da atualidade, destacando-se os que se referem a equações polinomiais, teoria geral de convergência, série binomial, cálculo integral, funções transcendentais e elípticas, entre outros. Seu primeiro grande trabalho foi a prova da impossibilidade de resolver equações polinomiais de grau superior a 5 por 21 meio de operações elementares. Publicou um livro sobre o estudo das propriedades especiais das funções transcendentais. Carl Gustav J. Jacobi (1804/1851) era matemático alemão, trabalhou em Álgebra e Análise. Na Análise, foi o primeiro a aplicar as funções elípticas ao estudo de questões aritméticas, obtendo importantes resultados que fizeram parte de sua grande obra-prima: Fundamentos de Uma Nova Teoria das Funções Elípticas (1829). Na Álgebra, para citar apenas uma de suas numerosas descobertas, elaborou por completo a teoria dos determinantes. Joseph Liouville (1809/1882) era matemático francês, trabalhou em Análise e Teoria dos Números. Evariste Galois (1811 /1832) era matemático francês, descobriu sua vocação para a Matemática influenciado por trabalhos de Lagrange e Legendre. Impedido de cursar a École Polytéchnique, Galois passou a freqüentar aulas especiais ministradas por outro matemático francês, Paul Émile Richard (1795 - 1849), que lhe facilitou o acesso à leitura de trabalhos de Abel, Cauchy, Gauss e Jacobi. Com base no que observou em Abel, Galois procurou as razões mais profundas da insolubilidade das equações polinomiais de grau superior a 5. Essas razões são dadas por um teorema seu segundo o qual uma equação polinomial pode ser resolvida por meio de radicais se, e somente se, o seu grupo é resolúvel. As idéias centrais de Galois são as noções de grupo e corpo. James Joseph Sylvester (1814 /1897) era matemático inglês, foi o primeiro a usar o termo matriz para indicar uma tabela retangular de números. Amigo do matemático inglês Arthur Cayley, com o qual desenvolveu a Álgebra das matrizes. 22 Gerolamo CARDANO (1501/1576) era físico e matemático italiano, dedicou-se a Matemática, Física, Astronomia, Filosofia, Medicina e Astrologia. Na Matemática, sua obra-prima é o livro Artis Magnae Sive de Regulis Algebraicis (A grande arte ou sobre as regras da álgebra), publicado em 1545, onde se encontram o método de resolução das equações de grau 3, obtido de seu amigo Tartaglia, e de grau 4, obtido de seu discípulo Lovic Ferrari; e a regra: "menos vezes menos dá mais". 23 CAPÍTULO II A natureza matemática da Álgebra e sua Aplicação "A Matemática lida com um mundo puro de idéias." Leopold Kronecker 24 AS EQUAÇÕES ALGÉBRICAS O nome do matemático árabe a quem se deve a origem da palavra Álgebra aparece sob diferente grafia na obra História da Matemática, de Carl B. Boyer: Alkhowarizmi. Só não difere o reconhecimento quanto à importância de sua obra magna, onde se encontram muito mais do que simples resoluções de equações: “Há, por exemplo, regras para operações com expressos binomiais. Embora os árabes rejeitassem as raízes negativas e conheciam as regras que grandezas negativas , governavam o que chamamos números com sinal. Há também provas geométricas alternativas de alguns dos seis casos de equações do autor. Finalmente, a Álgebra contém uma ampla variedade de problemas ilustrando os seis capítulos ou casos.” (Boyer, 1987,p.169). Este capítulo procura traçar sucintamente uma visão geral da Álgebra, sua natureza matemática e suas aplicações, enquanto no capítulo anterior foi apresentada uma introdução sobre este assunto. Entretanto, alguns pontos específicos merecem ser mais bem aprofundados, sobretudo no que diz respeito às equações algébricas- qualquer expressão matemática que encerre uma quantidade desconhecida e um sinal de igual, e cuja igualdade é verificada somente para certos valores desta quantidade. Sob este enfoque, a Álgebra é, como disse Bháskara, “a arte dos raciocínios perfeitos“. 25 2.1- Desvendando as Equações Algébricas Em linhas gerais, a prática de exercícios algébricos consistiria basicamente na “caça” de incógnitas, desde o manejo da mais simples das equações: ax + b = 0 Sabe-se que: • ax + b = 0, (a ≠ b) é uma equação do 1° grau cuja raiz é - b/a. Logo, o conjunto solução dessa equação é 5 = {- b/aª}. • ax² + bx + c (a ≠ o) é uma equação de 2° grau cujas raízes são: ___ -b+√ 2a ___ e -b-√ 2a Logo, o conjunto solução dessa equação é ___ ___ S={ -b+√ 2a , -b-√ 2a } Pelo que se pode observar, nas equações de 1° e 2° graus, os zeros ou raízes da equação são obtidos´por fórmulas que envolvem os coeficientes das equações, as operações fundamentais e a extração de raízes. Serão estudados alguns métodos que permitem resolver equações de grau 3, ou maior do que 3, baseados no Teorema Fundamental da Álgebra, demonstrado por Gauss em 1799 : “ Toda equação algébrica F( x ) = 0 de grau n ( ≥ a 1), tem pelo menos uma raiz real ou complexa”. Equação Algébrica, ou Equação Polinomial é toda sentença do tipo f (x) = g (x), onde f e g são funções polinomiais. a definição de monômio, binômios, trinômios e polinômios já foi dada no capítulo anterior e, precisamente, neste ponto da discussão é que a matéria adquire maior 26 complexidade. Na resolução de uma equação polinomial procura-se sempre transformá-la em outra,equivalente e mais simples, em que o conjunto solução possa ser obtido com maior facilidade, ou seja: f (x) = g (x) P(x) = f (x) - g (x) P (x) = 0 Desta forma toda equação polinomial é redutível à: an xn + an-1 xn-1 + an-2 xn-2 + ... + a2 x2 + a1x + a0 =0, onde,a menos que se diga o contrário, an , an-1,..., a2 , a1 e a0 são números reais. 2.2- Raiz de Uma Equação Algébrica e Conjunto Solução Dada uma equação algébrica p (x) = 0, de coeficientes reais, o número r é uma raiz de equação se, e somente se, P (a) = 0. O Conjunto Solução ou Conjunto Verdade de uma equação algébrica é o conjunto formado por todas as raízes (e somente por elas)da equação. Resolver uma equação, portanto, é obter o seu conjunto verdade. A raiz de um número é o número que, elevado á potência do mesmo índice,reproduz este número. Seja x um número e a raiz n deste número seja yn = x. Indica-se a raiz de um número n√ x = y. O símbolo n é utilizado para designar qualquer raiz e, em particular, quando n = 2, denomina-se raiz quadrada; n = 3, raiz cúbica; n = 4, raiz quarta; etc. Quando se trata de raiz de um número negativo, a questão é tratada na teoria dos números complexos. 27 2.3- As Equações e Seus Graus O grau de uma equação será dado pelo valor numérico de seu expoente, ou pelo número de raízes que apresentar, conforme evidencias as exposições que se seguem. Uma equação é classificada como equação do 1° grau quando puder ser escrita sob a forma: a xn + b = 0, onde a e b são reais, com a ≠ 0. Uma equação do 1° grau tem apenas uma raiz que pode ser obtida, isolando-se x. Sendo o expoente n igual a 1, diz-se portanto que a equação é de primeiro grau. Uma equação classificada como equação do 2° grau tem no máximo duas raízes, que podem ser obtidas pela fórmula: x = - b ± √b² - 4 ac = - b ± √ 2a 2a É importante observar que: • Se > 0, então a equação admite duas raízes reais e distintas. • Se = 0, então a equação admite uma raiz real de multiplicidade dois. • Se < 0, então a equação admite duas raízes complexas da forma: α = m + mi, onde i = √ - 1 Uma equação é classificada como equação do 3° ou 4° grau, quando puder ser escrita sob a forma ax³ + bx² + cx + d = 0 ou ax + bx³ + cx²+ dx + e = 0, onde a, b, c, d e e são reais, com a ≠ 0. As raízes das equações do terceiro e do quarto grau não podem ser obtidas através do auxílio de fórmulas gerais. 28 Disto tudo se conclui que as equações de grau superior a 4, não apresentam fórmulas resolutivas e, assim sendo, apresentam-se teoremas válidos para quaisquer equações algébricas que possibilitem a resolução ou, ao menos, informações úteis na obtenção das raízes de uma equação. 29 CAPÍTULO III Fundamentos da Álgebra "Não basta saber, é preferível saber aplicar.Não é bastante querer, é preciso saber querer." Goethe 30 TEOREMAS O Teorema Fundamental da Álgebra sobre equações algébricas de coeficientes reais diz: Toda equação algébrica, de grau n (estritamente positivo) admite n raízes, reais ou complexas não reais. O teorema garante a existência de pelo menos uma raiz. Não diz como obtê-la, tampouco informa o número de raízes da correspondente equação. O teorema tem validade no conjunto dos números complexos, ou seja, pode ou não ter raiz real. 3.1- Teorema da Decomposição O Teorema Fundamental da Álgebra- Toda equação polinomial de grau n (n ≥ 1) admite pelo menos uma raiz complexa- tem uma aplicação na fatoração de um polinômio. Toda equação algébrica de grau n, da forma: P(x) = an xn + an-1 xn-1 + an-2xn-2+...+ a2x² +...+ a1x+a0 , com an ≠ 0, pode ser decomposta e fatorada em n fatores do 1° grau na forma: P(x)=an.(x-α1).(x-α2). ... . (x-αn). Os números complexos são raízes de P (x). Esta forma fatorada mostra que a equação tem, no máximo, n raízes, e não exatamente n, pois não sabemos se os números α1, α2, … , αn são distintos dois a dois. (Vide demonstração deste teorema no Anexo I). Considerando estes aspectos teóricos, segue a demonstração. Admitamos que a1 é uma raiz da equação de grau n (n ≥ 1): P (x) = an xn + an-1 xn-1 ...+ a2x² +a1x+a0 = 0. Dividindo-se P (x) por x - a1 , encontramos um quociente Q1 (X) e resto R1 = P (α1) = 0. Então: P (x) = (x - α1 ). Q1(x) .Q1 (x) 31 tem grau n - 1 e se n - 1 ≥1, possui pelo menos uma raiz a2. Dividindo Q1 (x) por x - α2, encontramos um quociente Q2 (x) e resto R2 = Q1 (x2 )= 0. Então, Q1(x)=(x- α2 ) Q2(x), P (x)=(x - α1) (x - α2) Q2(x) Prosseguindo assim, chegaremos, após um número finito de divisões, a um polinômio constante, Qn(x)= K, tal que: P (x)=(x - α1) (x - α2) … (x - αn) . Qn (x). Através da identidade: (x - α1) (x - α2) …(x - αn) K . anxn + an-1x n-1 … + a2x2 + a1x + a0 , vemos que K=an . Podemos, então, concluir que todo polinômio P(x) de grau n pode ser colocado na forma fatorada: P(x) = an(x - α1) (x - α2) … (x - αn), em que an é o coeficiente dominante e α1, α2, … , αn são raízes de P(x). Sobre o abaixamento do grau de uma equação, observa-se que quando conhecemos uma raiz α da equação P(x)=0, dividindo P(x) por x α, encontramos o quociente Q(x) tal que P(x) = (x - α) Q(x)=0 ⇔ (x - α = 0 ou Q(x)=0). Assim, as demais raízes de P(x)=0 são as da equação Q(x)=0. Como grau de Q(x) é uma unidade a menos que o de P(x), dizemos que o abaixamos o grau da equação. 3.2- Multiplicidade de uma Raiz Quando se coloca um polinômio na forma fatorada, pode acontecer a repetição de alguns fatores, seja P(x) um polinômio de grau n ≥ a 1. Portanto, a é a raiz de multiplicidade da equação P (x) = 0 se, e somente se, a forma fatorada de P(x) apresentar exatamente n fatores iguais a (x - a), ou seja a é a raiz de multiplicidade n de P (x) = 0 se, e somente se, P (x) é divisível por (x - a)m e não é divisível por (x - a)m+1. 32 Dizemos que a é raiz de multiplicidade m (m ≥ 1), da equação P(x) = 0 se, e somente se, a equação puder ser escrita sob a forma (x - a)m. Q (x) = 0, isto é, a é raiz de multiplicidade m de P (x) = 0 quando o polinômio P é divisível por (x - a)m, ou seja, a decomposição de P apresenta exatamente m fatores iguais a (x - a). Nota: Se a é uma raiz da equação polinomial P(x) = 0 então o polinômio P(x) é divisível pelo binômio x - a. 3.3- Pesquisa de Raízes Quando se conhece uma raiz a de uma equação algébrica P(x)= 0, divide-se P (x) por x - a, caindo numa equação de grau menor. Sabendo-se que a é raiz de multiplicidade m da equação P (x) = 0, se P(x) = (x - a)m . Q(x) e Q(a) ≠ 0, vejamos algumas de suas propriedades que facilitarão a pesquisa de raízes múltiplas numa equação algébrica. Se a é raiz de multiplicidade m da equação P(x) = 0, então a é raiz de multiplicidade (m - 1) da equação P(x) = 0, onde P(x) é a derivação primeira de P(x). Para que a propriedade seja válida, deve-se ter: P'(x) = (x - a)m-1 . Q1(x) e (2) Q1(a) ≠ 0. Sabendo-se que P(x) = (x - a)m . Q(x) e (3) Q (a) ≠ 0. Logo, P'(x) = m (x - a)m-1. Q(x) + (x - a)m . Q'(x) P'(x) = m (x - a)m-1. [ m Q(x) + (x - a) . Q'(x) ] Q1(x) Ou seja: P'(x) = m (x - a)m-1. Q1(x), o que comprova (1). Calculando agora Q1(a), tem-se: Q1(a)= m . Q(a) + (a - a) . Q(a) = m . Q(x) ≠ 0, o que comprova(2). São também válidas as seguintes propriedades: • Se a é raiz de multiplicidade m da equação P(x) = 0, então P'(a) = 0, P''(a), P'''(a) = 0,..., P(m - 1)(a) = 0 e Pm(a) ≠ 0. 33 • Se a é tal que P(a) = 0, P'(a) = 0, P''(a) = 0,..., P(m - 1)(a) = 0 e Pm(a) ≠ 0, então a raiz de multiplicidade m da equação P(x) = 0. Resumindo: Um número a é raiz de multiplicidade m de uma equação algébrica (polinomial) P(x) = 0 se, e somente se, P(a) = 0, P'(a) = 0, P'''(a) = 0,..., P(m - 1)(a) = 0 e Pm(a) ≠ 0. 3.3.1- Teorema das Raízes Racionais Com Coeficientes Inteiros Veremos agora como pesquisar as possíveis raízes racionais de uma equação com coeficientes inteiros. Consideremos a equação ax³ + bx² + cx + d = 0, com coeficientes a, b, c e d inteiros, a ≠ 0 e d ≠ 0, supondo-se que a é uma raiz racional da equação. Coloquemos a = p/q, em que p e q são inteiros e primos entre si, ou seja, a = p/q é a forma irredutível de a. De ax³ + bx² + cx + d = 0, vem: • a(p/q)³ + b(p/q)² + c(p/q) + d = 0 • ap³ + bp² + cp +d = 0 q³ q² q • ap³ + bp²q + cpq² + dq³ = 0 • ap³ + q(bp² + cpq + dq²) = 0 • p (ap² + bpq + cq²) + dq³ = 0 • bp² + cpq + dq² = - ap³ inteiros q • ap² + bpq + cq² = -dp³ inteiros p Tem-se - ap³ e - dq³ como inteiros e p e q são primos entre si. q p 34 Conclui-se que q é divisor de a e que p é divisor de d. Assim, as possíveis raízes racionais da equação dada são da forma p/q, em que p é divisor do termo independente d e q é divisor do coeficiente dominante a. Isso pode ser generalizado para uma equação algébrica de grau n, n ≥ 1, em que os coeficientes são inteiros. Se a = p/q, p e q inteiros primos entre si, é uma raiz racional da equação de coeficientes inteiros: an xn +an-1 xn-1 + ...+a2 x² + a1 + a0 = 0, an ≠ 0 e a0 ≠ 0 , então p é divisor de a e q é divisor de a. Disto decorre a observação de que este teorema permite descobrir se a equação tem ou não raízes inteiras; basta, para tanto, verificar um por um dos divisores do termo independente de x = a0 . Este teorema abrange o anterior, ou seja, o conjunto das possíveis raízes racionais contém o conjunto das possíveis raízes inteiras. 3.3.2- Teorema das Raízes Complexas com Coeficientes Reais Sendo Z = α + βi (α, β ε R e β ≠ 0) raiz da equação P(x) = 0 de coeficientes reais, o polinômio P(x) é divisível por x - (α + βi). P(x) ≡ [x - (α + βi)] . P1(x) (1) Se dividirmos P1(x) por x -s(α - βi), obteremos um quociente Q(x) e um resto K (constante), tais que: P1(x) . [x - (α + βi)] . Q(x) + k (2) Substituindo (2) em (1), temos:P(x) . [x - (α + βi)] . [x - (α + βi)] . Q(x) + [x (α + βi)] . K (3) Esta última identidade mostra que, ao dividir P(x) por[x - (α + βi)] [x (α + βi)] o quociente é Q(x) e o resto é [x - (α + βi)] . K .Como o dividendo P(x) é o divisor [x - (α + βi)] . [x - (α + βi)] x² - 2ax + (α² + β²) tem coeficientes reais, o mesmo deve ocorrer comQ(x) e [x - (α + βi)] . k . kx - k (α + βi) e isso 35 só é possível se k ε R e k(α + βi) = (ka + kβi) ε R, portanto k = 0. Sendo k = o, a condição (3) mostra que P(x) é divisível por x - (α - βi), isto é, α - βi é raiz da equação P(x) = 0. E, então, podemos concluir que se Z = α - βi (α ε R e β ε R*) é raiz de uma equação polinomial de coeficientes reais, então Z = α - βi é também raiz dessa equação. Conseqüências: Nas equações de coeficientes reais, as raízes complexas não reais aparecem aos pares: Z1 e Z1 , Z2 e Z2 , etc.Assim, uma equação de coeficientes reais pode ter nenhuma, ou duas, ou quatro, ou seis, etc., ou seja, um número parte de raízes complexas não reais. Uma conseqüência importante deste fato é que toda equação algébrica de coeficientes reais e grau ímpar admite pelo menos uma raiz real. De fato, sendo de grau ímpar e de coeficientes reais, há um número par de raízes, complexas não reais (0 ou 2, ou 4 ou 6, etc.),e, portanto um número ímpar de raízes reais (1 ou 3, ou, 5 ou 7, etc.). Deve-se observar ainda que se o complexo z é raiz de multiplicidade m de uma equação algébrica de coeficientes reais, então o conjugado Z também é raiz de multiplicidade m da equação. Se uma equação algébrica de coeficientes reais admitir a raiz x = a + bi (a ε R),admitirá também a raiz x = a - bi, conjugada da primeira, com o mesmo grau de multiplicidade. Este teorema apresenta as seguintes conseqüências: o número de raízes complexas, não reais, de uma equação algébrica é sempre par e toda equação algébrica de grau ímpar tem pelo menos uma raiz real. 36 3.4- Relações de Girard Dada uma equação algébrica de coeficientes reais, é possível estabelecer relações entre os coeficientes e as raízes. Em 1629, o matemático Albert Girard(1590-1633) obteve informações gerais sobre as raízes de uma equação polinomial (algébrica) ao relacioná-las com os seus coeficientes. Para estabelecer essas relações, considere-se a identidade entre um polinômio de grau n e sua forma fatorada, onde comparecem as raízes a1 ,a2 ,...,an. Analisemos o caso n = 2. Considere-se o polinômio do 2° grau P(x) = ax² + bx + c, com a ≠ 0, cujas raízes são a1 e a2 . Pelo teorema da decomposição, tem-se: ax² + bc + c = 0 ⇒ ax² + bx + c = a(x - a1) (x - a2), com a ≠0. ax² + bx + c . (a1 - a2) (x - a2 ) a a Dividindo-se ambos os membros da igualdade por a e desenvolvendo o segundo membro, obtemos: ax² + bx + c x² - (a1 + a2)x + a1 . a2 a a Portanto, da identidade dos polinômios, vem a1 + a2 = - b a1 . a2 = c a a que são as relações entre as raízes a1 e a2 e os coeficientes da equação do 2° grau ax² + bx + c = 0. Analisemos o caso n = 3, considere-se o polinômio do 3° grau P(x) = ax³ + bx² + cx + d = 0, com a ≠0, cujas raízes são a1 , a2 e a3. Pelo teorema da decomposição, tem-se: ax³ + bx² + cx + d = 0 ⇒ ax³ + bx² + cx + d = 0, a(x - a1 ) (x - a2 ) (x - a3 ), com a ≠ 0. 37 Dividindo-se ambos os membros da igualdade por a e desenvolvendo o 2° membro, obtém-se: x³ + bx² + cx + d = 0, x³ - (a1 + a2+ a3 )x² + a a a (a1 a2 + a1 a3 + a2 a3 )x - a1 a2 a3 Portanto, da identidade vem: a1 + a2+ a3 = - b a a1 a2 + a1 a3 + a2 a3 = c a a1 a2 a3 = - d a Que são as relações de Girard para a equação do 3° grau ax³ + bx² + cx + d = 0. Analisemos o caso n = 4, considere-se o polinômio do 4° grau: P(x) = ax4 + bx³ + cx² + dx + e, com a ≠ 0, cujas raízes são a1 , a2 , a3 e a4 . Pelo teorema da decomposição, tem-se: ax4 + bx³ + cx² + dx + e = 0 ⇒ ax4 + bx³ + cx² + dx + e = 0 , a(x - a1 ) (x - a2 ) (x - a3 ) (x - a4 ), com a ≠ 0. Dividindo-se ambos os membros da igualdade por a e desenvolvendo o segundo membro, obtém-se: ax4+ bx³ + cx² + dx + e = x4 - (a1 + a2 + a3 + a a a a a4)x³ + (a1 a2 + a1 a3 + a1 a4 + a2 a3 + a2 a4 + a3 a4)x² - (a1 a2 a3 + a1 a2 a4 + a1 a3 a4 + a2 a3 a4)x + a1 a2 a3 a4 Portanto, da identidade vem: a1 + a2 + a3 + a4 = -b a a1 a2 + a1 a3 + a1 a4 + a2 a3 + a2 a4 + a3 a4= c a 38 a1 a2 a3 + a1 a2 a4 + a1 a3 a4 + a2 a3 a4 = - d a a1 a2 a3 a4= e a Prosseguindo da mesma forma, estabelecem-se as relações de Girard para uma equação de grau n. Convém notar que nos primeiros membros aparecem sempre as somas das raízes tomadas p a p, 1> p > n , e que nos segundos membros os sinais se alternam: -, +, -, +. O anexo II apresenta um resumo esquemático bem sucinto sobre as relações de Girard nas equações de 1°, 2°, 3° e 4° graus. 39 CAPÍTULO IV A Álgebra no Atual Ensino da Matemática "Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito." Paulo Freire 40 A ÁLGEBRA NO CONTEXTO ATUAL As considerações traçadas nos dois últimos capítulos mostram-se complexas, intrincadas e, conseqüentemente, indesejáveis aos não-iniciados no conhecimento matemático. Mesmo os estudiosos desta disciplina sentem dificuldades em percorrer os meandros de muitas de suas ramificações, em verdadeiros labirintos de raciocínios e processos matemáticos, que só vem a demonstrar o quanto este campo do conhecimento humano é vasto e complexo. Diante desta complexidade, como o professor de Matemática deve conduzir sua prática, especialmente no que se refere ai tratamento didático da álgebra no ensino fundamental? Atualmente, as discussões sobre este tema se voltam, em grande parte, para as propostas e orientações contidas nos Parâmetros Curriculares nacionais, cujo terceiro volume é dedicado à disciplina Matemática. Tais considerações não se aplicam exclusivamente ao campo da álgebra, mas ao ensino de Matemática como um todo, num enfoque completamente diferente de tudo o que já se escreveu até então. O presente capítulo constitui uma resenha do conteúdo essencial dos PCNs sobre o ensino de Matemática no nível fundamental, devendo-se confrontar a densidade das informações expostas nos dois capítulos anteriores com a leveza e objetividade destas assertivas dos PCNs, no que diz respeito ao ensino de Matemática. O ensino de Matemática costuma provocar duas sensações contraditórias, tanto por parte de quem ensina, como por parte de quem aprende: de um lado, a constatação de que se trata de uma área de conhecimento importante; de outro, a insatisfação diante dos resultados negativos obtidos com muita freqüência em relação à sua aprendizagem. 41 A constatação da sua importância apóia-se no fato de que a Matemática desempenha papel decisivo, pois permite resolver problemas da vida cotidiana, tem muitas aplicações no mundo do trabalho e funciona como instrumento essencial para a construção de conhecimentos em outras áreas curriculares. Do mesmo modo, interfere fortemente na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento e na agilização do raciocínio dedutivo do aluno. A insatisfação revela que há problemas a serem enfrentados, tais como a necessidade de reverter um ensino centrado em procedimentos mecânicos, desprovidos de significados para o aluno. Há urgência em reformular objetivos, rever conteúdos e buscar metodologias compatíveis com a formação que hoje a sociedade reclama. No entanto, cada professor sabe que enfrentar esses desafios não é tarefa simples, nem para ser feita solitariamente.O documento de Matemática é um instrumento que pretende estimular a busca coletiva de soluções para o ensino dessa área.Soluções que´precisam transformar-se em ações cotidianas que efetivamente tornem os conhecimentos matemáticos acessíveis a todos os alunos. A primeira parte do documento apresenta os princípios norteadores, uma breve trajetória das reformas e o quadro atual de ensino da disciplina. A seguir, faz-se uma análise das características da área e do papel que ela desempenha no currículo escolar. Também trata das relações entre o saber, o aluno e o professor, indicam alguns caminhos para “fazer Matemática” na sala de aula, destaca os objetivos gerais para o ensino fundamental, apresenta blocos de conteúdos e discute aspectos da avaliação. A segunda parte, destina-se aos aspectos ligados ao ensino e á aprendizagem de Matemática para as quatro primeiras séries do ensino fundamental. Os objetivos gerais são dimensionados em objetivos específicos para cada ciclo. Os blocos de conteúdos são detalhados e especificados em conceitos, procedimentos e atitudes. Ao final, são 42 apresentados critérios de avaliação e algumas orientações didáticas referentes a cada bloco de conteúdo. É possível iniciar a leitura do documento pela parte que se refere aos tópicos de maior interesse do professor, mas é essencial ler e discutir todo ele, para que haja uma visão integradora das possibilidades de aprendizagem e dos obstáculos que o aluno enfrenta ao aprender Matemática. 43 CONCLUSÃO Ao término desta pesquisa, algumas considerações gerais devem ser apresentadas, com relação aos três aspectos centrais da abordagem desenvolvida, sabendo -se que o primeiro aspecto diz respeito à natureza e as características essenciais da Álgebra dentro do conhecimento matemático; o segundo aspecto se refere ao percurso histórico deste campo da Matemática e, o terceiro, concernente ao seu tratamento didático nas atuais abordagens do sistema de ensino brasileiro. Conforme se constatou, a Álgebra é um campo da Matemática extremamente importante, sendo mesmo considerada a “arte dos raciocínios perfeitos”, em razão de sua eficácia na obtenção de dados desconhecidos, a partir de dados conhecidos, em outras palavras, na descoberta de incógnitas. Sob este aspecto, em particular, deve-se reafirmar a importância das chamadas “expressões algébricas”- o conjunto de letras representando os números, ligados através de sinais, em que o número escrito à esquerda é chamado “coeficiente algébrico e o restante é a parte literal”: 3a² + 4bc , em 4bc, 4 é o coeficiente e bc é a parte literal. Os grupos que não possuem sinais (de adição ou subtração) separando seus elementos denominam-se “termos da expressão algébrica”, como se ilustra no exemplo seguinte, que possui três termos : 7x³ + 4y² + 3z. Conforme se informou, a expressão algébrica denominar-se -á monômio, binômio, trinômio, apresentando um, dois ou três termos, respectivamente; com mais de três termos , a expressão algébrica é denominada polinômio. Do mesmo modo, o grau da equação será dado conforme a potenciação de seu expoente, na razão inversa da radiciação. Além disso, as expressões algébricas podem ser apresentadas sob a forma de expressões geométricas, e vice-versa, aplicando-se a Álgebra a uma série de outros campos da Matemática, da Mecânica e da Lógica. No plano 44 didático, isto é, no que concerne ao ensino disciplinar do conhecimento matemático, a importância da Álgebra se ressalta pela sua eficácia no desenvolvimento do raciocínio lógico, não raro aplicável a situações práticas do dia a dia. O exemplo mais prático da atualidade é a larga utilização de esquemas matemáticos nos cursos de Ciência da Computação, com base em conhecimentos adquiridos na disciplina Álgebra Linear, que fornece a base necessária às aplicações que serão utilizadas no referido curso. É também por meio da Álgebra que se viabilizam as mais modernas estratégias ou recursos didáticos destinados a motivar a aprendizagem matemática, fugindo dos moldes tradicionais calcados na memorização de fórmulas e repetição de exercícios. Os Parâmetros Curriculares Nacionais focalizam o tema nesta perspectiva, evitando compartimentar os conteúdos em blocos descontextualizados, sugerindo, porém, um tratamento didático diferenciado para os três campos fundamentais do conhecimento matemático: Aritmética, Álgebra e Geometria. Sobre Álgebra, em particular, os PCNs sugerem o desenvolvimento de estudos reflexivos sobre cálculo, em suas diferentes modalidades: exato e aproximado,ou mental e escrito. As considerações finais desta pesquisa, no que concerne ao parecer dos PCNs a respeito do ensino da Álgebra, podem finalizar-se com o seguinte trecho do citado documento: “Embora nas séries iniciais já se possa desenvolver uma pré-álgebra, é especialmente nas séries finais do ensino fundamental que os trabalhos algébricos serão ampliados; trabalhando com situações - problema, o aluno reconhecerá diferentes funções da álgebra (como modelizar, resolver problemas aritmeticamente 45 insolúveis, demonstrar) representando problemas por meio de equações (identificando parâmetros, variáveis e relações tomando com fórmulas, equações, variáveis e incógnitas) e reconhecendo a ‘sintaxe’ (regras para resolução) de uma equação”. (Brasil, 1997, p.55) O emprego do termo “sintaxe” para designar o procedimento das regras de resolução é particularmente interessante para que o aluno compreenda os caminhos lógicos e racionais a serem percorridos até encontrar a incógnita. Uma designação tão significativa quanto a de “arte” do raciocínio, empregado por Bháskara século atrás, indicando o caráter engenhoso e eficaz de se chegar a um objetivo ou resultado final, de forma inequívoca, por meio de procedimentos matematicamente estruturados. 46 ANEXOS Anexo 1- Resumo Esquemático das Relações de Girard O quadro abaixo expõe de forma resumida os desdobramentos das equações de 2°, 3° e 4° graus, segundo as relações de Girard. __ ax² + bx + c = 0 a1 + a2 = - b a a1 a2 = - c a __ ax² + bx + c = 0 a1 + a2 + a3 = - b a a1 a2 + a1 a3 + a2 a3 = - c a a1 a2 a3 = - d a __ ax4 + bx³ + cx² + dx + e = 0 a1 + a2 + a3 + a4 = - b a a1 a2 + a1 a3 + a1 a4 + a2 a3 + a2 a4 + a3 a4 = c a a1 a2 + a3 + a1 a2 a4 + a1 a3 a4 + a2 a3 a4 = - d a a1 a2 a3 a4 = e a 47 E assim sucessivamente. As relações de Girard são insuficientes para a obtenção das raízes da equação, a menos que existam informações adicionais. Ao encontro desta expectativa é que vem o Teorema de Bolzano. Seja f(x) = 0 uma equação polinomial, com coeficientes reais e (a; b) um intervalo real aberto: • Se f(a) e f(b) têm mesmo sinal, então existe um número par de raízes reais ou não existem raízes reais da equação no intervalo (a; b): • Se f(a) e f(b) têm sinais diferentes, então existe um número ímpar de raízes reais da equação em (a; b). Anexo 2- Raízes de Polinômios Valor de um polinômio: Seja B um anel comutativo com unidade e A um subanel unitário de B. Dados: f = anxn + anxn-1 + … + a1x + a0 ∈ A(x) e µ ∈ B, chama-se de f em µ o seguinte elemento de B: f(µ) = anµn + an-1 µn-1 + … + a1µ + a0 Quando se verifica a igualdade f(µ) = 0 (zero de B), dizemos que µ é a raiz de f. Proposição: seja A um anel de integridade e f ∈ A(x) um polinômio não nulo. Então o número de raízes de f em A não ultrapassa ϕ (f). 48 Demonstração: se o grau de f é zero, é imediato o que a preposição afirma, pois, nesse caso, f não admite nenhuma raiz em A. Suponhamos agora que ϕ (f) = n > 0 e que o teorema seja verdadeiro para todo polinômio de grau n - 1. Se f não possui nenhuma raiz em A, provado. Caso contrário se µ é uma raiz de f em A, então existe q ∈ A(x) de modo que f = (x - µ)q. Daí qualquer outra raiz de f (caso exista) é raiz de q. De fato: V ≠ µ e f(v) = 0 ⇒ ( v - µ ) q(v) = 0 ⇒ q(v) = 0 ( aqui entrou a hipótese de A é de integridade). Como o número de raízes de q não ultrapassa n-1 = ϕ (q), então o número de raízes de f em A é, no máximo, n. 49 BIBLIOGRAFIA BOYER, C. B. História da Matemática. São Paulo: Edgard Blücher, 1974. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: Ministério da Educação/ secretaria de Educação Fundamental, 1997. CASTRO, L. R. S., MACHADO, A. S. Matemática: Matemática.8ª ed. São Paulo: Atual, 1982. DANTE, L. R. Matemática- Contexto e Aplicações- Matemática. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2001. DESCARTES, R. Objeções e Respostas. 3ª ed. São Paulo: Abril, 1983. IEVVI, G., DOLCE, O., TEIXEIRA, J. P., MACHADO, N. J., GOULART, M. C., CASTRO, L. R. S., MACHADO, A. S. Matemática: Matemática.8ª ed. São Paulo: Atual, 1982. IEVVI, G., DOMINGUES, H. H.Álgebra Moderna: Álgebra. 2ª ed. São Paulo: Atual, 1982. KARLSON, P. A. A Magia dos Números. 2ª ed. Porto Alegre: Globo, 1961. MACHADO, A. S. Matemática na Escola do Segundo Grau: Matemática. 1ª ed.São Paulo: Atual, 1996. 50 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 6 METODOLOGIA 7 SUMÁRIO 8 INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO I ÁLGEBRA NO CONHECIMENTO MATEMÁTICO 12 O QUE É ÁLGEBRA? 13 1.1- Considerações Preliminares 13 1.2- Percurso Histórico 14 1.3- Histórico da Matemática 19 CAPÍTULO II A NATUREZA MATEMÁTICA DA ÁLGEBRA E SUA APLICAÇÃO 23 AS EQUAÇÕES ALGÉBRICAS 24 2.1- Desvendando as Equações Algébricas 25 2.2- Raiz de uma Equação Algébrica e Conjunto Solução 26 2.3- As Equações e seus Graus 27 CAPÍTULO III FUNDAMENTOS DA ÁLGEBRA 29 TEOREMAS 30 3.1- Teorema da Decomposição 30 3.2- Multiplicidade de uma Raiz 31 3.3- Pesquisa de Raízes 32 51 3.3.1- Teorema das raízes Racionais com Coeficientes Inteiros 33 3.3.2- Teorema das Raízes Complexas com Coeficientes Reais 3.4- Relações de Girard 34 36 CAPÍTULO IV A ÁLGEBRA NO ATUAL ENSINO DA MATEMÁTICA 39 A ÁLGEBRA NO CONTEXTO ATUAL 40 CONCLUSÃO 43 ANEXOS 46 BIBLIOGRAFIA 49 ÍNDICE 50 52 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes Título da monografia: As Equações Algébricas e sua Importância para o Conhecimento Matemático Autor: Maria das Graças de Mattos Data da Entrega: 24 de Janeiro de 2004. Avaliado por: ___________________________ Conceito:______ Avaliado por: ___________________________ Conceito:______ Avaliado por: ___________________________ Conceito:______ Conceito Final: __________