A aquisição da Cemusa por parte da JCDecaux Europe Holding "suscita sérias dúvidas" à Autoridade da Concorrência, pelo que o regulador decidiu iniciar uma investigação aprofundada à operação. A Autoridade da Concorrência decidiu iniciar uma investigação aprofundada à aquisição da Cemusa por parte da JCDecaux Europe Holding, uma vez que considerou que esta operação "suscita sérias dúvidas, à luz dos elementos recolhidos", no que diz respeito às leis da concorrência. A JCDecaux notificou a Autoridade da Concorrência em Maio sobre a compra da Cemusa. Esta operação resultado do facto de a espanhola FCC ter anunciado a venda da Cemusa à JCDecaux por 80 milhões de euros, em Março passado. O mercado português de publicidade exterior conta com três operadores principais. Segundo o Media Monitor 2013, a JCDecaux tem perto de 50% de quota mercado, a MOP com 22,2% e a Cemusa com 22%, pelo que se esta fusão for aprovada em Portugal, será criado um operador com mais de 70% do mercado. Será este nível de concentração que terá levado a Autoridade da Concorrência a avançar para uma investigação aprofundada ao impacto do negócio no mercado português. Em comunicado o regulador avança desde já que "dos elementos recolhidos na presente fase do procedimento, não se pode excluir que a operação seja passível de resultar em entraves significativos à concorrência efectiva nos potenciais mercados relevantes da oferta de espaço para colocação de publicidade exterior ou da oferta de espaço para colocação de publicidade em mobiliário urbano. O regulador teme que a fusão das duas empresas resulte num aumento "do grau de concentração, da proximidade concorrencial entre as empresas participantes na operação e das barreiras à entrada e à expansão já existentes, que poderão ser agravadas pela operação em causa". Depois de ter iniciado este processo de investigação aprofundada, a Autoridade da Concorrência vai agora desenvolver "as diligências complementares de investigação que considerar necessárias, no sentido de aprofundar a análise das questões identificadas em primeira fase do procedimento, para se pronunciar, definitivamente, sobre se a operação de concentração é ou não susceptível de criar entraves significativos à concorrência efectiva". O regulador acrescenta que este processo "contou com a participação dos terceiros interessados APAME – Associação Portuguesa das Agências de Meios, APAN – Associação Portuguesa de Anunciantes, APEPE – Associação Portuguesa das Empresas de Publicidade Exterior e MOP – Multimédia Outdoors Portugal, S.A.", sendo que todos eles "manifestaram contra a operação de concentração".