FUNDAÇÃO DE ENSINO “EURÍPIDES SOARES DA ROCHA” CENTRO UNIVERSITÁRIO EURÍPIDES DE MARÍLIA – UNIVEM CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COM LINHA DE FORMAÇÃO EM MARKETING ANA CAROLINA TENÓRIO DE LIMA FLÁVIA MOURA VANZO JAQUELINE DE LIMA O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NAS FEIRAS LIVRES DA CIDADE DE MARÍLIA MARÍLIA 2007 ANA CAROLINA TENÓRIO DE LIMA FLÁVIA MOURA VANZO JAQUELINE DE LIMA O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NAS FEIRAS LIVRES DA CIDADE DE MARÍLIA Trabalho de Curso apresentada ao Curso de Administração da Fundação de Ensino “Eurípides Soares da Rocha”, Mantenedora do Centro Universitário Eurípides de Marília – UNIVEM, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração com linha de formação em marketing. Orientadora: Prof. Msc. Melise Dantas Machado MARÍLIA 2007 LIMA, Ana Carolina Tenório; LIMA, Jaqueline; VANZO, Flávia Moura. O comportamento do consumidor nas feiras livres da cidade de Marília/ Ana Carolina Tenório de Lima; Jaqueline de Lima; Flávia Moura Vanzo; orientador: Profª. Msc. Melise Dantas Machado, SP: [s.n.], 2007. 50 f. Trabalho de Conclusão Graduação em Administração de Empresas com Linha de Formação em Marketing de Marília, Fundação de Ensino Eurípides Soares da Rocha, Mantenedora do Centro Universitário Eurípides de Marília - UNIVEM. 1. Comportamento do Consumidor 2. Feiras Livres 3. Fatores de Influência no Processo de Compra CDD: 658.8 Dedicamos este Trabalho às nossas famílias pelo apoio e incentivo durante toda a nossa trajetória de estudo, aos nossos amigos, por sempre se fazerem presentes na hora certa e a Deus por todas as nossas conquistas. AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus por sempre nos iluminar e nos guiar em nossas vidas. Às nossas famílias pela compreensão e pelo amor dedicado a nós. A nossa orientadora, Prof. Msc. Melise Dantas Machado, pelo acompanhamento em todas as etapas deste trabalho e por acreditar em nosso potencial. A todos os professores que de alguma maneira contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. Aos colegas e amigos da XI turma de Marketing, “a galera” que sempre esteve junto até mesmo quando nós não estávamos dispostas e em especial aos amigos Junior Teixeira (menino LINDO), Diego Cortezz e Bruna Silvestrim pela ajuda nos momentos de dificuldade. E finalmente, a todos que de alguma forma contribuíram para realização deste trabalho, seja, pela ajuda constante ou pela palavra de amizade. Muito Obrigada!!! "Leva tempo para alguém ser bem sucedido porque o êxito não é mais do que a recompensa natural pelo tempo gasto em fazer algo direito” Joseph Ross LIMA, Ana Carolina Tenório; LIMA, Jaqueline e VANZO, Flávia Moura. O comportamento do consumidor nas feiras livres da cidade de Marília, 2007. Trabalho de Conclusão – Centro Universitário Eurìpides de Marília, Fundação de Ensino Eurípides Soares Da Rocha, Marília, 2007. RESUMO Este trabalho expõe uma organização coerente de idéias originadas por meio de levantamentos bibliográficos e pesquisa de campo relacionada ao comportamento do consumidor nas feiras livres da cidade de Marília, sendo demonstrados os fatores que influenciam o consumidor e o processo de compra. Para Kotler (2000), os fatores que influenciam na decisão de compra são as motivações, a personalidade e as percepções dos consumidores. Também não se pode deixar de destacar outras variáveis que são muito importantes no ato da compra: as variáveis sociais, econômicas e as culturais. Para desenvolver este trabalho foi adotada uma pesquisa com questões fechadas a ser aplicada nas três principais feiras da cidade de Marília. Palavras-chave: Comportamento do consumidor. Feiras livres. Fatores de influência no processo de compra. LIMA, Ana Carolina Tenório; VANZO, Flávia Moura e LIMA, Jaqueline. O comportamento do consumidor nas feiras livres da cidade de Marília, 2007. Trabalho de Conclusão – Centro Universitário Eurìpides de Marília, Fundação de Ensino Eurípides Soares Da Rocha, Marília, 2007. ABSTRACT This work displays a coherent organization of ideas originated by means of bibliographical surveys and research of field related to the behavior of the consumer in the free fairs of the city of Marília, being demonstrated the factors that influence the consumer and the process of purchase. For Kotler (2000), the factors that influence in the purchase decision are the motivations, the personality and the perceptions of the consumers. Also it cannot leave show other variables that are important in the very act of purchase: the social variables, economic and cultural. To develop this work was adopted with a search with closed questions to be applied in three major fairs of the city of Marília. Keywords: Behavior of the consumer. Free fairs. Factors of influence in the purchase process LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 – Fatores de influência no processo de decisão de compra ..........................22 FIGURA 2 – Hierarquia das necessidades de Maslow....................................................27 FIGURA 3 - Ato de compra e suas subetapas .................................................................31 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 – Dados das feiras livres da cidade de Marília ...........................................18 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Escala de Nota de 1 a 10..........................................................................43 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – Sexo dos consumidores das feiras livres.................................................35 GRÁFICO 2 – Estado civil dos consumidores das feiras livres......................................36 GRÁFICO 3 – Faixa etária dos consumidores das feiras livres ......................................36 GRÁFICO 4 – Classificação econômica dos consumidores das feiras livres .................37 GRÁFICO 5 – Grau de instrução dos consumidores das feiras livres ............................37 GRÁFICO 6 – Ocupação dos consumidores das feiras livres.........................................38 GRÁFICO 7 – Primeiro contato dos consumidores com as feiras livres ........................38 GRÁFICO 8 – Freqüência dos consumidores nas feiras livres .......................................39 GRÁFICO 9 – Principal motivo para ir a feira livre .......................................................39 GRÁFICO 10 – Alimentos consumidos nas feiras livres................................................40 GRÁFICO 11 – Principal motivo da escolha da feira livre para comprar, se alimentar ou passear ......................................................................................................................40 GRÁFICO 12 – Itens de compra dos consumidores das feiras livres .............................41 GRÁFICO 13 – Média das notas para as características das feiras livres.......................41 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS FLV: Frutas, legumes e verduras SUMÁRIO INTRODUCAO....................................................................................................................... 15 1 OBJETIVOS......................................................................................................................... 16 2 METODOLOGIA................................................................................................................. 17 3 REFERENCIAL TEORICO................................................................................................. 20 3.1 Comportamento do consumidor ........................................................................................ 20 3.2 Fatores de Influência ......................................................................................................... 21 3.2.1 Fatores Culturais............................................................................................................. 22 3.2.2 Fatores Sociais................................................................................................................ 23 3.2.3 Fatores Pessoais.............................................................................................................. 25 3.2.3 Fatores Psicológicos ....................................................................................................... 26 3.3 Processo de Compra .......................................................................................................... 30 4 PANORAMA GERAL DO VAREJO E DAS FEIRAS LIVRES NO BRASIL.................. 32 5 APRESENTAÇÃO DOS DADOS....................................................................................... 35 5.1 Apresentação dos dados complementares ......................................................................... 44 6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................................... 46 CONCLUSÃO......................................................................................................................... 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 50 APÊNDICE 1- MODELO DE QUESTIONÁRIO.................................................................. 52 15 INTRODUÇÃO Para o desenvolvimento desse trabalho foi escolhido o formato de rua (feira livre) por ser um dos menos estudados em trabalhos nacionais e também por ser de grande relevância dentro do contexto da cultura regional. Os formatos de rua são compostos pelas lojas em que não se tem um espaço físico permanente reservado para a atividade comercial, sendo que as mesmas são montadas em ruas, calçadas ou praças (QUEIROZ, 2005). Hoje a feira diversifica ao máximo seu lastro de comércio, possuindo desde produtos sofisticados até produtos de baixo valor. No entanto, elas ficam em segundo plano do convívio comercial, tendo em vista que, o que predomina hoje em dia é a formação de supermercados, pelo grande mix de produtos ofertados a seus clientes. Além disso, na maioria das vezes os preços oferecidos ao consumidor pelos supermercados são menores e os feirantes não conseguem competir nesse tipo de concorrência. O mercado hoje é dinâmico e complexo, no qual todos competem pela conquista e preferência do consumidor. Nas feiras livres não é diferente, por isso, compreender as motivações do consumidor e se adaptar a elas deixam de ser uma alternativa, é uma necessidade para a sobrevivência e sucesso de qualquer negócio, e o estudo do comportamento do consumidor, consequentemente, tenta entender essas preferências e necessidades. Portanto, este trabalho tem como tema o comportamento do consumidor nas feiras livres da cidade de Marília. No município de Marília-SP, existe a feira central, que é a mais tradicional, e várias outras feiras menores localizadas em bairros próximos e distantes da zona central. Essas inúmeras feiras menores aparentemente funcionam como uma versão reduzida da feira central, por isso para encontrar a resposta para o problema de pesquisa, optou-se por realizar uma pesquisa nas três principais feiras de Marília, abordando consumidores no próprio local com um questionário estruturado visando compreender o seu comportamento, analisando as influências sociais, culturais, econômicas, comportamentais, situacionais e os fatores de relevância para as decisões de compra nas feiras livres. 16 1 OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho de curso (TC) é analisar o comportamento do consumidor de feiras livres da cidade de Marília, estado de São Paulo. Os objetivos específicos são: 9 Identificar o perfil do consumidor das feiras livres; 9 Averiguar o motivo que leva os consumidores às feiras livres; 9 Verificar os fatores que influenciam o processo de compra. 17 2 METODOLOGIA Segundo Mattar (2001), existem três métodos de pesquisa: a pesquisa exploratória, a pesquisa descritiva e a pesquisa causal. Para o desenvolvimento deste Trabalho de Curso foram utilizados dois métodos: o estudo exploratório e o estudo descritivo. Inicialmente a pesquisa exploratória foi adotada porque visa fornecer ao pesquisador maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. É apropriada para os primeiros estágios de investigação quando a familiaridade, conhecimento e a compreensão do fenômeno por parte do pesquisador são geralmente, pouco ou inexistente (MATTAR, 2001). Na pesquisa exploratória foram utilizados dados secundários sobre o setor investigado, por meio de fontes como livros acadêmicos, artigos, revistas, instituições governamentais e municipais, associações de pesquisa e Internet. Além disso, também foi realizado um embasamento teórico sobre o comportamento do consumidor, o varejo e as feiras livres. O estudo descritivo foi adotado, pois procura descrever situações de mercado a partir de dados primários obtidos originalmente por meio de entrevistas pessoais ou discussões em grupo, relacionando e confirmando as hipóteses levantadas na definição do problema de pesquisa (SAMARA, 2005). Segundo Kotler (2006), os dados primários podem ser coletados de cinco maneiras: pesquisa por observação, pesquisa de grupo de foco, levantamentos, dados comportamentais e pesquisa experimental. Neste trabalho utilizou-se o levantamento que visa aprender sobre o conhecimento, as convicções, as preferências e o grau de satisfação das pessoas, mensurando essas magnitudes na população em geral. O instrumento de pesquisa para a coleta de dados primários foi um questionário estruturado não disfarçado, com treze perguntas fechadas de múltipla escolha (Apêndice 1). Ele foi direcionado a pessoas maiores de 18 anos, sem distinção de sexo ou classe social. Para a pesquisa ser aplicada de maneira eficaz, foi realizado no dia 23 de agosto de 2007 um teste piloto no qual foram aplicados 15 questionários na feira da rua Lima e Costa que funciona as quintas–feiras. Identificou-se na ocasião problemas de entendimento na questão de numero 13, formulada por meio da escala de importância definida por Kotler (2006), para os itens da feira como limpeza, tamanho da feira, horário, qualidade e outros. O problema foi solucionado adotando a classificação por nota de 1 a10, sendo 1 a nota mínima e 10 a nota máxima. Por ser um questionário de perguntas fechadas, identificou-se a falta de 18 algumas opções de resposta nas questões 7 e 12, solucionado por meio da inclusão das mesmas. Para identificar a classe econômica dos freqüentadores das feiras livres adotou-se o Critério de Classificação Econômica Brasil, “que enfatiza sua função de estimar o poder de compra das pessoas e famílias urbanas, abandonando a pretensão de classificar a população em termos de classes sociais” (ABEP, 2003). A pesquisa final foi aplicada nos dias de 25, 26 e 31 de agosto e 02 de setembro de 2007 nas três principais e maiores feiras da cidade de Marília, localizadas na Avenida Sargento Ananias, identificada no trabalho como feira A; Rua Arthur Calina e Geraldo Severino Cacique, identificada como feira B; e Avenida Tancredo Neves, feira central, identificada como feira C, como demonstrado no quadro 1. A feira central tem uma freqüência média de 4.000 pessoas, enquanto nas demais em média é de 600 pessoas por dia de funcionamento. Quadro 1. Dados das feiras de Marília Feira Dia de funcionamento Horário de funcionamento Freqüência média Sexta – feira 7 h a 12 h 600 pessoas A Sábado 7 h a 12 h 600 pessoas B Domingo 6 h a 12 h 4000 pessoas C Fonte: Desenvolvido pelas autoras com base nos dados fornecidos pela Secretaria Municipal da Agricultura (2007). Para alcançar resultados mais confiáveis na pesquisa, o número de entrevistados foi definido por meio de uma amostragem probabilística. “A amostragem probabilística é caracterizada pelo conhecimento da probabilidade de que cada elemento da população possa ser selecionado para compor a amostra” (MATTAR, 2001). Ainda, segundo Kotler (2006) a amostragem probabilística permite calcular os limites de confiabilidade para erros de amostragem. A partir disto, optou-se por utilizar uma fórmula estatística para se calcular a amostra da população, a fórmula que segue abaixo é citada por Stevenson (1981), no qual traduz informações de uma população finita. n = Z² (x/n) [1-(x/n)]. (N) (N-1) e² + Z² (x/n).[1-(x/n)] onde, x = número de itens que apresentam determinada característica. 19 z = abscissa da distribuição normal padrão, fixado um nível de confiança (x/n) = proporção amostral (razão entre o número de itens que apresentam certa característica e o número total de observações). e = erro máximo admitido. N = tamanho da população. n= tamanho da amostra. “o intervalo é máximo quando p =0,50, decrescendo quando p aumenta ou diminui em razão do efeito sobre o produto p por (1 –p). De fato, sob condições de completa incerteza, pode-se admitir inicialmente p = 0,50, o que revelará a maior quantidade de elementos possível” (STEVENSON, 1981). Neste sentido, p é o mesmo que (x/n) e corresponde à proporção de ocorrência de determinada variável na amostra. No trabalho estimou-se uma população média de cinco mil e duzentas pessoas, com a resolução da fórmula obteve-se uma amostra de duzentos e cinqüenta e quatro pessoas a serem pesquisadas. Assim, o questionário foi aplicado proporcionalmente em cada feira, trinta questionários na feira A; trinta questionários na feira B e cento e noventa e quatro questionários na feira C. Foi adotada a probabilidade de erro de 6 % para mais ou menos. A pesquisa foi realizada por meio de uma amostragem por conglomerado, no qual dentro de cada conglomerado as pessoas foram selecionadas aleatoriamente. Segundo Stevenson (1981), a amostragem por conglomerado pressupõe a disposição dos itens de uma população em subgrupos heterogêneos representativos da população global. A análise dos dados coletados na pesquisa descritiva foi realizada por meio do cruzamento das informações que foram apresentadas em gráficos comparativos e o método para essa comparação, foi à utilização da tabela dinâmica. No entanto, no gráfico 13, destacamos a utilização das ferramentas estatística, desvio padrão e mediana para encontrar a média das notas para as características das feiras livres. Deste gráfico foram escolhidas três características das feiras livres consideradas de relevância para serem apresentadas isoladamente em uma tabela de escala de notas. 20 3 REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo é apresentado o referencial teórico adotado para desenvolver este trabalho de conclusão. Inicialmente é abordada a definição do comportamento do consumidor, os fatores que influenciam o comportamento do consumidor e o processo de compra. 3.1 Comportamento do Consumidor Segundo o Código de Defesa e Proteção do Consumidor (2003), consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final, equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Segundo Schiffman (2000), “o termo consumidor é freqüentemente usado para descrever dois tipos diferentes de entidades consumidoras: consumidor pessoal e o consumidor organizacional”. Este o trabalho foi desenvolvido focando apenas no consumidor pessoal. Consumidor pessoal compra bens e serviços para seu uso próprio, para seu uso do lar ou um presente para um amigo. Em cada um desses contextos, os bens são comprados para uso final dos indivíduos, que são conhecidos como os usuários finais ou consumidores finais. (SCHIFFMAN, 2000). Ainda segundo Schiffman (2000), “o consumo final talvez seja o mais completo dos tipos de comportamento do consumidor, porque envolve cada indivíduo de cada idade, formação, em seu papel de comprador, usuário ou ambos”. “o consumidor é como um iceberg. Os grandes blocos de gelo que flutuam nas águas geladas dos pólos possuem uma característica singular. A maior parte de sua estrutura fica submersa, deixando visível aos olhos do observador apenas uma pequena parte. Enquanto ele se movimenta, é impossível ter uma compreensão clara e total da sua real dimensão e poder” (SAMARA, 2005). O campo do comportamento do consumidor surgiu como um campo de estudo, na década de 60, mais precisamente em 1968, por meio da influência de escritores como Engel, Blackweel e Miniard, que visavam identificar as variáveis que rodeiam o consumidor (MEDEIROS, 2005). Segundo Schiffman (2000), existem muitas razões pelas quais o estudo do comportamento do consumidor se desenvolveu como uma disciplina de marketing independente. Além de observarem que há muito tempo os consumidores nem sempre reagem 21 de acordo com as inferências de marketing, o autor cita que existem outras razões para o desenvolvimento do interesse no comportamento do consumidor. “a taxa de desenvolvimento de novos produtos, o crescimento dos movimentos de defesa do consumidor, as preocupações relativas à ação governamental, as preocupações ambientais e o crescimento, tanto do marketing filantrópico quanto do internacional” (SCHIFFMAN, 2000). Ainda segundo o autor, o conceito de comportamento do consumidor caracteriza uma forma de ciência interdisciplinar que investiga as atividades dos indivíduos relacionadas ao consumo. Com outra visão, Solomon apud Medeiros (2005), conceitua o comportamento do consumidor como “o estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam ou dispõem de produtos, serviços, idéias ou experiências para satisfazer necessidades e desejos”. O estudo do comportamento do consumidor é o estudo de como gastar seus recursos disponíveis (tempo, dinheiro, esforço) em itens relacionados ao consumo (SCHIFFIMAN, 2000). Caracteriza-se o comportamento do consumidor pelas atividades mentais e emocionais realizadas na seleção, compra e uso de produtos/serviços para a satisfação de necessidades e desejos (RICHERS apud MEDEIROS, 2005). De acordo com Kotler e Keller (2006), uma vez que o propósito do marketing centra-se em atender e satisfazer às necessidades e aos desejos dos consumidores torna-se fundamental conhecer o seu comportamento de compra. O comportamento do consumidor como regra é intencional e orientado a objetivos. Os produtos e serviços são aceitos ou rejeitados com base na extensão em que eles sejam percebidos como relevantes às necessidades e ao estilo de vida (ENGEL, 2000). 3.2 Fatores de Influência A compreensão dos fatores que influenciam o comportamento do consumidor possibilita não só uma visão aprofundada da dinâmica da compra, mas também abre um leque de possibilidades de intervenções com o uso de estímulo de marketing que objetivem gerar bons resultados no comportamento de compra criando valor para o cliente e produzindo a 22 satisfação com o produto e o conseqüente envolvimento do consumidor com a compra (PINHEIROS, 2004). Kotler (1998) compreende que o indivíduo, como consumidor, sofre influências psicológicas, pessoais, sociais e culturais. Além das influencias abordadas por Kotler, como mostra o figura 1 a seguir, uma mais recente influência merece atenção neste trabalho, que são os fatores situacionais. Figura 1 - Fatores de influência no processo de decisão de compra Fonte: Kotler (1998). 3.2.1 Fatores Culturais Os fatores culturais são aqueles que exercem a mais ampla e profunda influência sobre os consumidores (Kotler e Keller, 2006). Os fatores culturais encontram-se subdivididos em três: cultura, subcultura e classe social. A primeira definição do termo “cultura” é aquela que se refere a todos os aspectos gerais da realidade social. Para Santos apud Medeiros (2005), “cultura diz respeito às maneiras de conceber e organizar a vida social e seus aspectos materiais, o modo de produzir para garantir a sobrevivência e o modo de ver o mundo”. Por isso, segundo o autor, ao se discutir sobre cultura, deve-se sempre ter em mente a humanidade em toda a sua riqueza e multiplicidade de formas de existência. Numa visão mais mercadológica, Schiffman e Kanuk (2000) definem cultura como “a soma total das crenças, valores e costumes aprendidos que servem para direcionar o comportamento de consumo dos membros de determinada sociedade”. Complementando 23 Kotler (2006), afirma que “a cultura é o principal determinante do comportamento e dos desejos da pessoa. À medida que cresce a criança adquire valores, percepções, preferências e comportamento de sua família e outras instituições”. Por fim, Engel (2000) conclui que “a cultura afeta os produtos específicos que as pessoas compram, assim como, a estrutura de consumo, a tomada de decisão individual e a comunicação numa sociedade”. Segundo Pinheiros (2004), “é comum a divisão da cultura nacional em segmentos denominados subculturas”. Kotler (2000) diz que “cada cultura consiste em subculturas que fornecem identificação, socialização mais especificas para seus membros. Podem-se classificar a partir de nacionalidade, religião, grupos raciais e regiões geográficas”. Segundo Medeiros (2005), “tendo-se por base a antropologia e a sociologia, torna-se importante conceituar algumas expressões que dizem respeito à subcultura brasileira”: a) identidade nacional: para Damatta apud Medeiros (2005), identidade nacional traduz as singularidades que distinguem uma nação da outra, que estão presentes nas tradições e culturas, origens e raças; b) identidade nacional do Brasil: Damatta apud Medeiros (2005), afirma que é imprescindível dizer que a junção das três raças (branco, negro e índio) proporcionou uma singularidade que é a base da identidade brasileira. Para finalizar os fatores de influência cultural Kotler (2000), declara “as classes não apenas refletem a renda, mas também indicadores como ocupação, grau de instrução e área de residência”. Nesse sentido, tendo-se por base Churchill e Peter (2000), a distribuição da população brasileira em classes sociais, segundo o Critério Brasil, dá-se em função de um sistema de pontuação baseado na posse de bens de consumo duráveis, instrução do chefe da família e outros fatores, como a presença de empregados domésticos. 3.2.2 Fatores Sociais “O comportamento às vezes é afetado mais por pressões do ambiente social do que por atitudes pessoais” (ENGEL, 2000). Kotler (2000) define alguns fatores sociais como grupos de referência, família, papéis e status que acabam por influenciar o comportamento de compra. 24 O grupo de referência de uma pessoa são aqueles que exercem alguma influência direta (face a face) ou indireta sobre atitudes ou comportamento dessa pessoa (KOTLER, 2000). Por ser um processo social, o comportamento de consumo sofre a influência da ação de grupos, e também, por almejarem participar de outros grupos, a influência das situações de interação social é de extrema importância na aquisição e estabilização das ações de compra dos indivíduos. (PINHEIRO, 2004). Ainda segundo Pinheiro (2004), dentro dos grupos de referência, algumas pessoas podem sobressair por causa de suas habilidades pessoais, conhecimento ou características individuais, exercendo também um efeito sobre o comportamento de outros indivíduos. Estas pessoas são chamadas líderes de opinião, cujo destaque obtido por seu sucesso individual acaba por ser uma fonte explorada pelos profissionais de marketing para influenciar o comportamento dos consumidores. Pinheiro, ainda cita os autores Lamb Jr., Hair Jr. e Mc Daniel, que classificam os grupos de referência em dois tipos: diretos e indiretos. Os grupos de referências diretos dizem respeito aqueles que interferem diretamente na vida das pessoas em virtude da sua interação regular face a face. Eles podem ser primários (grupos pequenos e informais) ou secundários (grupos grandes e formais). Já os grupos de referência indiretos se referem a grupo aos qual o indivíduo não pertence. Eles podem ser aspiracionais (aqueles aos qual o indivíduo deseja se associar) ou não-aspiracionais (ou de evitação, os quais o indivíduo não quer se identificar ou procura evitar). A família é grupo de referência de tamanha importância em termos de seus efeitos sobre o comportamento do consumidor que merece ser examinada separadamente (SAMARA, 2005). Segundo Kotler (2000), “os membros da família constituem o grupo de referência primário mais influente. Podem-se distinguir duas famílias: a de orientação – que consiste em pais e irmãos de uma pessoa e a família de procriação – o cônjuge e os filhos”. Dentro do contexto da família, vários aspectos da decisão de consumo podem ser controlados por seus diferentes membros. Durante a fase de coleta de informações, os adultos e as crianças da família podem contribuir para a obtenção de conhecimento sobre os produtos. As decisões sobre produtos e marcas podem ser tomadas por uma única pessoa da família ou pela combinação de vários de seus membros. O comprador final pode ser tanto o tomador de decisão quanto outro membro da família, que simplesmente faz o papel de “anotador de pedidos”. Finalmente, há o consumidor real, que pode não ter participado em qualquer das outras influências sobre o processo decisório (SAMARA, 2005). 25 Quanto aos papéis e status, Kotler (2000), “define um papel com as atividades que uma pessoa deve desempenhar. Cada papel carrega um status” Neste sentido, é fato que as pessoas escolham produtos que comuniquem seu papel e status na sociedade. Churchill e Peter (2000), afirmam que “as pessoas de diferentes classes sociais tendem a fazer escolhas diferentes em relação a suas roupas, decoração doméstica, uso do tempo de lazer, escolha dos meios de comunicação e padrões de gastos e poupanças. 3.2.3 Fatores Pessoais Kotler (2000) apresenta quatro elementos que constituem os fatores pessoais: idade e estágio do ciclo de vida, ocupação e circunstâncias econômicas, estilo de vida e personalidade. O autor salienta, “que as necessidades e os desejos das pessoas modificam-se ao longo de suas vidas”. Nesse sentido, Churchill (2000) comenta a existência dos ciclos de vida familiar, isto é, “conjunto de estágios pelos quais as famílias passam e que influenciam suas necessidades e a capacidade de satisfazê-las”. A escolha de produto também é extremamente afetada pelas circunstâncias econômicas, como renda disponível (nível, estabilidade e padrão de tempo), economias e bens (incluindo o percentual liquido), débitos, capacidade de endividamento e atitude em relação a gastar versus economizar (KOTLER, 2000). O estilo de vida é o padrão de vida expresso por atividades, interesses e opiniões (KOTLER, 2000). Segundo Cobra (2006), as pessoas compram roupa, se alimentam, curtem lazer, entre outros produtos e serviços em função da natureza do seu trabalho e do tipo de atividade social e esportiva. É o estilo de vida que dita às normas de comportamento social e profissional. Para finalizar as influências pessoais, Kotler (2000), salienta que quando é usado o termo personalidade, refere-se às características psicológicas distintas que levam a reações relativamente coerentes e continuas no ambiente. Embora não haja consenso entre os estudiosos de marketing que a personalidade de fato influencia o comportamento do consumidor, é razoável sugerir que os traços de personalidade, que descrevem a pessoa como tímida, direta, ousada ou conscienciosa, estarão 26 manifestados numa série de situações, incluindo a avaliação e as escolha dos produtos (SAMARA, 2005). 3.2.4 Fatores Psicológicos As escolhas de compra de uma pessoa são influenciadas por quatro fatores psicológicos predominantes: motivação, percepção, aprendizagem e crenças e atitudes (KOTLER, 2006). Uma pessoa possui muitas necessidades em qualquer momento. Algumas necessidades são fisiológicas que surgem de tensão fisiológica, como fome, sede e desconforto. Outras necessidades são psicológicas, elas surgem do estado de tensão psicológico, como necessidade de reconhecimento, estima ou integração (KOTLER, 2000). Segundo Samara (2005), para satisfazer ou atingir suas metas, todo indivíduo é orientado por uma força energética interna, a motivação humana, responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para alcançar determinada meta. A motivação é uma força variável e dinâmica que resulta da sua interação com a situação. Os psicólogos desenvolveram teorias para estudar a motivação humana. Três das mais conhecidas, defendidas por Sigmund Freud, Maslow e Frederick Hersberg, trazem implicações bem diferentes para a análise do consumidor e a estratégia de marketing (KOTLER, 2000). Sigmund Freud concluiu que as forças psicológicas que formam o comportamento das pessoas são basicamente inconscientes e que basicamente não podem conter completamente suas motivações (KOTLER, 2000). Segundo Samara (2005), a teoria freudiana, ou teoria psicanalítica, vê a personalidade como o resultado final das forças que atuam dentro do indivíduo. Como a personalidade é um fenômeno altamente individualista resultante da história da vida de cada um, Freud acreditava que os conflitos emocionais aparecem nos indivíduos por causa da interação entre o impulso instintivo do indivíduo, o superego e o ego. Esse construto1 ou divisão da psique humana em três entidades: id, ego e superego, explicaria os motivos que estão por trás das ações humanas. 1 Conceito elaborado com dados simples. 27 Na década de 1960, o psicólogo humanista Maslow, criou um modelo de hierarquia das necessidades, objetivando classificar as necessidades mais básicas (instintivas) até as de cunho social (aprendidas). Samara (2005) cita que Maslow desenvolveu a hierarquia de estados de necessidades biogênicas e psicogênicas. Essas necessidades universais e comuns a todos os seres humanos em determinadas épocas e situações, foram organizadas em cinco categorias, ordenadas das mais urgentes para a menos urgente, em uma escala piramidal de importância. Essa ordenação hierárquica parte do pressuposto de que o indivíduo ascenderá na pirâmide à medida que for satisfazendo as necessidades do nível anterior da escala. Embora o estudo de Maslow tenha focalizado as necessidades e motivações humanas básicas e não as necessidades e as motivações do consumidor, hoje se vive no contexto de uma sociedade de intenso consumo de massa, no qual a tentativa dos indivíduos de satisfazer suas necessidades humanas básicas manifesta-se parcialmente na aquisição de bens e serviços. Maslow define um conjunto de cinco necessidades, como mostra a Figura 2. NECESSIDADES DE AUTO - REALIZAÇÃO NECESSIDADES DE ESTIMA NECESSIDADES SOCIAIS NECESSIDADES DE SEGURANÇA NECESSIDADES FISIOLÓGICAS Figura 2. Hierarquia das necessidades de Maslow Fonte Kotler (1998) Para Maslow, de acordo, com a figura 2 as necessidades de nível mais baixo (fisiológicas) devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto (auto-realização). 28 Frederick Hersberg desenvolveu a teoria de dois fatores, que apresenta insatisfatores (fatores que causam insatisfação) e os satisfatores (fatores que causam satisfação). A falta de insatisfatores não basta, os satisfatores devem estar claramente presentes para motivar uma compra. A teoria de Hersberg possui duas implicações. Primeiro os vendedores fariam o que fosse possível para evitar os insatisfatores. Embora esses elementos não vendam um produto, podem perfeitamente evitar que ele seja vendido. Segundo, o fabricante deve identificar os satisfatores ou motivadores principais de compra no mercado e agregá-los a seu produto. Os satisfatores terão papel fundamental em relação às marcas que o consumidor comprará (KOTLER, 2000). A percepção é um processo dinâmico que rege as relações do indivíduo com o mundo que o cerca, exercendo importante impacto em seu comportamento. É relevante, portanto, identificar as características que a compõe: 9 Subjetiva; 9 Seletiva; 9 Simplificadora; 9 Limitada no tempo; 9 Cumulativa. A percepção é subjetiva, pois se refere à forma como apropria-se de um produto ou de uma situação a partir da qual se constrói uma realidade. Essa realidade resulta de um viés perceptual, isto é, há discrepância entre o estímulo emitido pelo ambiente e aquele que é recebido. Ela é seletiva quando filtra as informações recebidas, processando apenas aquilo que é interessante. Ela é simplificadora, uma vez que se é incapaz de processar a totalidade de dados percebidos. Diante da complexidade, somente a repetição permite a consideração de todas as facetas de uma mensagem. Ela é limitada no tempo, pois a menos que se memorize uma informação, ela não permanece mais do que um curtíssimo tempo. É cumulativa, possibilitando a compreensão pela combinação acumulada de dados, já que uma impressão é a soma de diversas percepções (SAMARA, 2005). Segundo Kotler (2000), a percepção é o processo por meio do qual uma pessoa seleciona, organiza e interpreta as informações recebidas. A percepção depende não apenas de estímulos físicos, mas também da relação desses estímulos com o ambiente e das condições anteriores da pessoa. 29 A palavra chave na definição de percepção é indivíduo. Uma pessoa pode perceber um vendedor que fale depressa demais como agressivo e falso e outra pode ver esse mesmo vendedor como inteligente e prestativo. As pessoas podem ter diferentes percepções do mesmo objeto devido a três processos: atenção seletiva, distorção seletiva e retenção seletiva. Percepção é a maneira como as pessoas coletam e interpretam os estímulos provindos do seu meio ambiente. Cada um de nós usa a percepção para criar sua própria realidade. Pelo fato de a mente humana ter limites para a quantidade de estímulos com que pode lidar, filtra as informações do meio ambiente de forma coerente com aquilo que cada um de nós acredite ser pertinente e importante (SAMARA, 2005). Segundo Samara (2005), fatos importantes de influência psicológicas no comportamento do consumidor é o aprendizado ou aprendizagem, pois grande parte do processo de consumo é um comportamento aprendido. A aprendizagem é um processo mais ou menos permanente de aquisição de tendências para se comportar de determinada forma em resposta a determinados estímulos ou situações. Para Kotler e Armstrong (2003), os teóricos da aprendizagem dizem que muitos comportamentos humanos são aprendidos. A aprendizagem ocorre por meio da interação de impulsos, estímulos, sinais, respostas e reforços. Uma crença é o pensamento descritivo que uma pessoa mantém a respeito de alguma coisa. As crenças podem ter como base conhecimento, opinião ou fé. Elas podem ou não conter uma carga emocional. Uma atitude corresponde avaliações, sentimentos e tendências de ação duradouros, favoráveis ou não a algum objeto ou idéia. As pessoas têm atitude em relação à quase tudo: religião, política, roupa, música e comida. As atitudes predispõem as pessoas a gostar ou não de um objeto, o que as aproxima ou afasta dele (KOTLER, 2000). Para finalizar os fatores de influência, Belk apud Samara (2005), citam os fatores situacionais como: “todos aqueles fatores específicos de um momento e lugar de observação que não provêm do conhecimento de atributos pessoais (intraindividuais) e estímulos (alternativa de escolha), os quais têm um efeito demonstrável e sistemático sobre o comportamento em curso”. Pinheiro (2004) destaca que esses fatores “dizem respeito a uma gama de influências momentâneas e circunstancias, tais como ambientalização da loja, display nos pontos de venda, disposição dos corredores, posição de produtos nas gôndolas e outros”. Ainda segundo Pinheiro (2004), o segmento varejista é uma das áreas que mais vem se beneficiando do uso de técnicas que focalizam a situação de compra, especialmente pelo fato, de que a aquisição 30 dos produtos é, na grande maioria das vezes, decidida na prateleira e nas grandes gôndolas da loja. 3.3 Processo de Compra Cobra (2006), ressalva que “compra é um processo, cuja decisão depende de inúmeros fatores. Por exemplo, quando uma pessoa está só, ela pode decidir mais rapidamente pela compra do que quando a decisão depende de outras pessoas”. Para Kotler (2000), a tomada de decisão de compra é mais ampla, vai do iniciador do processo de compra, passa pelo iniciador, influenciador e pelo decisor, chega ao comprador e, por fim, ao usuário do produto ou serviço. O processo de tomada de decisão de consumo é elaborado mais emocionalmente do que racionalmente. Em cada momento da sua vida cotidiana, o consumidor se vê diante de um dilema: comprar ou não comprar (COBRA, 2006). Por trás do ato de comprar encontra-se um importante processo decisório que merece investigação, são eles o reconhecimento do problema, busca de informações, avaliação de alternativa e decisão de compra (PINHEIRO, 2004). O reconhecimento de problema é a percepção da distância significativa entre as situações em que a pessoa se sente confortável e as situações que elas enfrentam de fato. Segundo Samara (2005), “a detecção de uma necessidade ou desejo a ser satisfeito, desencadeia o processo em busca de sua satisfação a compra ou uso de um bem ou serviço para atingir o estado de equilíbrio desejado”. Cobra (2006) ainda acrescenta que o ser humano é estimulado a reconhecer os problemas que o afligem. Esses estímulos são de duas naturezas: interna, que é o estado percebido de desconforto, novamente de natureza física ou psicológica (fome, sede, sexo), e estímulo externo, como o aroma de café, o cheiro de churrasco, o cheiro de pão fresquinho, são apenas alguns exemplos de sensações externas que agem sobre o indivíduo estimulando a consumir. Depois de reconhecer um problema inicia-se a buscar de informações para preencher a lacuna percebida, o que configura o estágio do processo decisório de consumo. O estágio de busca de informações esclarece o problema para o consumidor, uma vez que sugere critérios para orientar a venda. 31 Segundo Churchill, (2000) “por meio desse processo de avaliação de alternativas, os consumidores tentam identificar a compra que lhes trará o maior valor. Assim, eles pensam nos benefícios que consideram importantes em relação aos custos esperados da transação”. Depois de examinar as alternativas do conjunto evocado, o consumidor já está praticamente pronto para tornar uma decisão de compra. Segundo Samara (2005), o ato de compra abrange três etapas: a identificação da alternativa preferida; a intenção de compra e a implementação da compra, como apresentado na Figura 3. Após comprar um produto, o consumidor compara seu desempenho com as expectativas anteriormente nutridas sobre ele e fica satisfeito ou insatisfeito. Identificação Intenção Implementação da alternativa de da preferida compra compra Figura 3. Ato de compra e suas subetapas. Fonte Samara (2005) 32 4 PANORAMA GERAL DO VAREJO E DAS FEIRAS LIVRES NO BRASIL O varejo engloba todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços diretamente a consumidores finais para o uso pessoal, e não empresarial (KOTLER, 2000). Segundo Las Casas apud Queiroz (2005), a concepção do varejo, como elemento intermediário dos sistemas produtivos, se deu nos Estados Unidos e Inglaterra, no século XIX, quando surgiram as chamadas general stores, ou lojas de mercadorias gerais, onde se comercializava praticamente todos os tipos de mercadorias: alimentos, tecidos, utilidades domésticas, armas e munições, ferramentas e diversos outros. Em 1886 teve início a Sears, um varejo que vendia por meio de catálogos, que mais tarde se transformou em loja de departamento. O varejo no Brasil, tal qual se conhece hoje, começou a ser esboçado no final do século XIX, com o início da industrialização e o surgimento dos meios e vias de transporte. Os historiadores citam o Visconde de Mauá como um dos primeiros e mais importante varejistas, além de ser responsável por fundações de bancos, construção de estradas de ferro, estaleiros indústrias e investimentos importantes em companhias de iluminação a gás no Rio de Janeiro (PARENTE apud BORGES, 2001). O que se observa no Brasil hoje é um grande fluxo de consumidores no setor varejista de alimentos, onde se encontram instaladas grandes redes, competindo lado a lado com formatos menores de varejo pela preferência do consumidor, como no caso das feiras livres. O supermercado é o formato de varejo que mais se destaca no sistema de auto-serviço, principalmente, por ter maior visibilidade e freqüência de visitas. Por isso, ele chama tanto a atenção dos consumidores como dos fornecedores das mais variadas linhas e tipos de produtos. Kotler (2000) lembra aos varejistas que é preciso considerar, ao planejarem suas estratégias, as tendências apresentadas pelo mercado, tais como: o surgimento contínuo de novos formatos e combinações de varejo; o curto ciclo de vida dos formatos, que são rapidamente copiados e perdem seu caráter de novidade; a expansão do varejo sem loja, graças ao avanço dos recursos tecnológicos; a concorrência intraformatos, com as superlojas mostrando poder e capacidade de oferecer preços menores por causa do volume de compras e pressão sobre os fornecedores. Como se pode notar, o varejo está vivendo um momento de definições, ou indefinições, entre o grande e o pequeno, o avançado e o ultrapassado, o 33 criativo e o limitado, o ágil e o lento, o bonito e o feio, o próximo e o distante (QUEIROZ, 2005). Silva (2003) destaca que a feira livre é um equipamento varejista móvel, cuja característica principal é a circulação de instalações provisórias nas vias públicas. O feirante tem possibilidades de realizar compras diretas do produtor, permitindo-lhe vender ao consumidor a preços mais convenientes. A formação de excedentes de produção dos produtores acredita-se ser a principal causa da origem das feiras. Com as sobras de uns, contra as faltas de outros, é que houve a necessidade de intercâmbio de mercadorias, a princípio inter-grupos, sem a exigência de um lugar, onde a busca de se conseguir as mercadorias que necessitam é mais intensa. A existência das feiras foi uma solicitação natural de um ambiente que congregasse todos os produtos que se estivessem disponíveis para outrem; e, neste contexto, seria importante que se trocassem seus excessos em busca de outros produtos que não se houve condições de produzir. Com isto, verifica-se a importância das feiras para os tempos modernos (SOUSA, 2004). No Brasil as feiras livres existem desde o tempo da colônia. Apesar dos "tempos modernos" e dos contratempos que elas causam em grandes cidades, elas não desaparecem. Em muitos lugares no interior do país elas são o principal e, às vezes, o único local de comércio da população. Muitas vezes elas funcionam também como centros culturais e de lazer. Estas feiras se originaram há muito tempo, quando as pessoas se reuniam periodicamente em algum ponto pré-determinado da cidade para vender seus produtos à população ou mesmo realizar trocas. Com o tempo o número de pessoas foi aumentando e o poder público interveio com o objetivo de disciplinar, fiscalizar e, é claro, cobrar os impostos. A feira é um lugar cheio de sons, movimentado e colorido. Talvez por isto chame a atenção numa primeira análise. Os feirantes gritam apregoando a qualidade dos seus produtos e garantindo que o seu preço é o melhor da feira. As pessoas circulam muito, examinam, pechincham ou simplesmente estão à procura do que desejam. Outras já têm suas barracas preferidas, conhecem o feirante de longa data e às vezes parecem mais amigos do que fregueses. Em muitas barracas nota-se que as pessoas que estão trabalhando são todas de uma mesma família. No meio disto tudo ainda existem vendedores ambulantes, com tabuleiros montados em cima de caixotes ou simplesmente no chão, que aproveitam a feira para tentar vender diversos produtos. Meninos se oferecem para ajudar as pessoas a carregar as mercadorias. Em 34 suma: uma "confusão" perfeitamente organizada onde tudo parece funcionar na hora e no lugar certo. Para quem observa de fora a feira parece um teatro cheio de personagens, cada um com sua história. Um lugar com cheiros e sons que remete as pessoas ao passado e, talvez, à infância (AGAPIO, 2007). Inegavelmente, as feiras contribuíram para o desenvolvimento e até mesmo da formação dos mercados, quer seja oligopolístico2 ou mesmo monopolístico3. E neste sentido, é que se vê o desaparecimento das tradicionais feiras que determinam preços ingenuamente, entre compradores e vendedores. A falência das feiras é devido ao que previu MARX, já no século XVIII, o poder de concentração e centralização da economia industrial, tornando os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. No mundo dos oligopólios, as feiras livres ficam no segundo plano do convívio comercial, tendo em vista que, o que predomina hoje em dia é a formação de supermercados (SOUSA, 2004). Os supermercados substituem as feiras livres e até mesmo, o comércio natural da cidade, ao se considerar que tudo que se busque para o dia-a-dia do ser humano, encontra-se nos supermercados. Dentro deste complexo de comércio existem as subdivisões que funcionam como empresas individualizadas, com todas as funções próprias e independentes, trabalhando a sua própria realidade. Portanto, nesta estrutura de mercado já não existe a pechincha (pedir para baixar os preços) e nem a competição acirrada na busca de conseguir consumidores, como no mercado livre (SOUSA, 2004). 2 Situação de mercado em que a oferta é controlada por um pequeno número de vendedores, e em que a competição tem por base, não as variações de preços, mas a propaganda e as diferenças de qualidade. 3 Situação de mercado em que um só vendedor controla toda a oferta de uma mercadoria ou de um serviço. 35 5 APRESENTAÇÃO DOS DADOS Para o desenvolvimento deste TC, uma pesquisa foi realizada nas três principais feiras de Marília, identificadas no trabalho como feira A, feira B e Feira C. As feiras A e B estão localizadas em bairros e a feira C no centro da cidade. Foram entrevistadas duzentos e cinqüenta e quatro pessoas, de forma proporcional foram aplicados trinta questionários na feira A, trinta questionários na feira B e cento e noventa e quatro questionários na feira C, representando uma população média de cinco mil e duzentas pessoas. O Gráfico 1 apresenta a quantidade de pessoas do sexo feminino e masculino que freqüentam as feiras livres. No total geral dos consumidores das feiras livres mais de 50% são do sexo masculino, seguindo o mesmo padrão as feiras B e C, porém na feira A, 60% dos entrevistados são do sexo feminino. 60,00% 40,00% 56,67% 43,33% 55,15% 44,85% 53,54% 46,46% feminino masculino a b c Total geral Gráfico 1. Sexo dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. Como se observa no Gráfico 2, em todas as feiras livres, a maior freqüência são de pessoas casadas, o que representa 63,78% da média geral. Na feira A destaca-se a freqüência de consumidores viúvos, já nas feiras B e C, a proporção de consumidores solteiros é maior que os divorciados e viúvos. casado divorciado solteiro 6,69% 5,67% 16,67% 3,33% 23,20% 21,65% 20,00% 13,33% 7,87% 7,73% 6,67% 10,00% 63,78% 70,00% 63,40% 60,00% 36 a b c Total geral viuvo Gráfico 2. Estado Civil dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. A maior parte dos consumidores das feiras está entre 41 e 60 anos, como destaca o total global, do Gráfico 3. Contudo, analisando cada feira separadamente têm-se os seguintes resultados: a feira C segue o padrão do total global, o que não ocorre com as feiras A e B, as a b c 18,11% 11,42% 20,08% 23,23% 17,72% 9,06% 18-30 31-40 41-50 51-60 61-70 0,39% 6,19% 0,00% 20,10% 12,89% 23,20% 22,68% 14,95% 0,00% 6,67% 16,67% 10,00% 10,00% 23,33% 3,33% 6,67% 3,33% 10,00% 26,67% 20,00% 30,00% 33,33% faixas etárias predominantes estão entre 71-80 e 61-70 anos, respectivamente. 71-80 mais de 90 Total Global Gráfico 3. Faixa etária dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. No Gráfico 4, por meio da utilização da classificação econômica do Critério Brasil, definiu-se a classe social dos consumidores das feiras. A classe econômica dos consumidores das feiras é predominante a Classe C (42,52%), seguida da classe B2 (22,44%). Contudo, as feiras A e B fogem a regra, na feira A, a classe subseqüente a classe C é a D, e na feira B as classes seguintes a classe C são B1 e D (16,67%). Segundo o Critério Brasil a classe C representa uma renda familiar média de R$ 927 reais, a classe D equivale a R$ 424 reais. No entanto, vale ressaltar que as classes econômicas de maior poder aquisitivo representam no 37 total global aproximadamente 43% dos consumidores, sendo 22,44% para as classes B2 (R$ 1.669 reais), 12,20% para a B1 (R$ 2.804 reais), 7,67% para a A2 (R$ 4.648 reais) e de forma menos representativa 0,78% para a A1 (R$ 7.793 reais) e para a classe E (R$ 207 reais) c B2 C 12,99% D 1,18% 12,20% 7,87% 0,79% 1,03% 11,86% 22,44% 25,26% b A2 B1 11,86% 8,25% 1,03% 3,33% a A1 42,52% 40,72% 46,67% 16,67% 13,33% 16,67% 0,00% 0,00% 0,00% 3,33% 16,67% 13,33% 10,00% 10,00% 50,00% 1,18%. E Total Global Gráfico 4. Classe econômica dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. No Gráfico 5 foi identificado o grau de instrução dos consumidores das feiras livres também por meio da utilização da classificação econômica do Critério Brasil. Nas feiras livres A e B prevalece o grau de escolaridade: analfabeto/primário incompleto. No entanto, no total global a maioria dos consumidores possui colegial completo/superior incompleto como 20,08% 15,35% 18,50% analf./prim.inc. 26,77% 19,29% 21,13% 19,59% 15,98% 13,92% 13,33% 29,38% b 10,00% 16,67% 20,00% a 10,00% 10,00% 16,67% 30,00% 33,33% 40,00% também identificado na feira C. col.com/sup.incomp gin compl/col.inc. prim.comp/gin.inc. super. Com. c Total Global Gráfico 5. Grau de instrução dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. 38 No gráfico 6 foi identificado a ocupação dos consumidores das feiras, por meio da classificação de profissões do Sebrae. Os aposentados e autônomos representam mais de 50% dos consumidores das três feiras livres. Mas a grande disparidade entre as ocupações se encontra na feira A, no qual 50% dos consumidores são aposentados, seguidos de autônomos c 0,39% aposentado autonomo desempregado do lar domestica E.E. Privada empresario estudante fun.publ. 15,75% 5,51% 2,36% 8,66% 14,96% 23,62% 27,17% 1,57% 0,00% b 17,01% 7,22% 3,09% 9,79% 12,89% 19,59% 28,87% 1,55% 0,00% 0,00% 6,67% 26,67% 3,33% a 0,00% 13,33% 23,33% 26,67% 16,67% 3,33% 10,00% 0,00% 0,00% 3,33% 0,00% 16,67% 50,00% e pessoas do lar (16,67%). Total Global Gráfico 6. Ocupação dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. O Gráfico 7 demonstra a forma pela qual os consumidores tiveram o primeiro contato com a feira livre. A família é responsável por quase 50% do primeiro contato dos consumidores com as feiras livres, na feira C esse percentual chega a 54,64%. Porém, nas feiras A e B, a maioria dos consumidores (mais de 50%), conheceu a feira por residirem perto a b c amigos curiosidade 20,87% ex-feirante familia 2,36% 14,96% 3,54% 13,39% 2,58% 44,88% 54,64% 8,76% 15,98% 4,12% 13,92% 3,33% 16,67% 6,67% 0,00% 6,67% 0,00% 10,00% 16,67% 3,33% 16,67% 53,33% 66,67% do local no qual ela funciona. Total Global Gráfico 7. Primeiro contato dos consumidores com as feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. resid. Perto vizinhos 39 O Gráfico 8 apresenta a freqüência dos consumidores nas feiras livres. Mais da metade deles freqüentam a feira livre semanalmente. Na feira A, mais de 83,33% das pessoas vão à feira toda a semana, enquanto as feiras B e C têm freqüência de 56,67% e 46,71%, 83,33% respectivamente. a 52,36% mensal primeira vez c 7,09% 14,17% 16,54% 4,33% 5,51% 7,22% 13,92% quinzenal 5,67% 19,07% 46,91% b 7,22% 13,33% 23,33% 6,67% 0,00% 0,00% 0,00% 6,67% 10,00% 0,00% 0,00% 56,67% anual semanal semestral Total Global Gráfico 8. Freqüência dos consumidores nas feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. No gráfico 9 identifica-se o principal motivo dos consumidores irem até a feira. O principal deles é a compra, em segundo lugar a lazer ou passeio e por último para se alimentar. Na feira B, a compra é o motivo da freqüência de mais de 80% dos consumidores, na feira A esse número passa de 90%. Na feira C destaca-se o alto percentual (36,08 %) de consumidores que vão à feira a lazer. 93,33% 86,67% 65,35% 29,13% alimentar comprar 5,51% 3,33% b a lazer 6,19% a 10,00% 3,33% 3,33% 36,08% 57,73% c Total Global Gráfico 9. Principal motivo para ir a feira livre Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. No Gráfico 10 identificam-se os principais alimentos consumidos nas feiras livres. Dos consumidores que vão a feira para se alimentar (em média 5,51%), 100% dos 40 consumidores tem preferência em consumir pastel, ressalva-se que a pesquisa possui uma probabilidade de erro de 6%. 96,67% 96,67% 93,70% 92,78% Não se alimentou pastel 3,33% a 7,22% 3,33% b c 6,30% Total Global Gráfico 10. Alimentos consumidos nas feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. O Gráfico11 apresenta o principal motivo para os consumidores escolherem comprar/se alimentar ou passear na feira. O três principais motivo dos consumidores escolherem a feira para comprar, passear ou se alimentar são: por residirem perto do local de funcionamento da feira (20,08%), pelo hábito (19,69%)e a existência de alimentos frescos (19,69%). O fator residir perto da feira foi o mais citado nas feiras A e B, já na feira C o fator hábito teve maior proporção. Em todas as feiras alimentos frescos é o segundo principal motivo da escolha da feira para comprar, passear ou para alimentação. a b Total geral c alim. Fres. habito horario movimentacao organiz/higiene perto da res. preco varidade de produtos vontade Gráfico 11. Principal motivo da escolha da feira livre para comprar, se alimentar ou passear Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. 41 O Gráfico 12 identifica quais são os principais itens de compra dos consumidores das feiras livres. Os FLV são os produtos mais comprados pelos consumidores nas feiras livres. Em segundo plano vem o café, os condimentos e os ovos. Juntos esses produtos representam 81,17%, dos itens mais comprados na feira. 57,14% 55,06% 54,78% a b LVF condimentos pescado eletronicos 4,04% 1,84% 8,82% 9,56% 1,47% 3,68% 1,84% 1,84% 4,04% 8,09% 4,49% 1,69% 8,43% 8,43% 1,12% 2,25% 2,25% 2,81% 4,49% 8,99% 2,04% 4,08% 12,24% 10,20% 2,04% 6,12% 0,00% 0,00% 2,04% 4,08% 4,44% 0,00% 6,67% 13,33% 2,22% 6,67% 2,22% 0,00% 4,44% 8,89% 51,11% c ferro velho café roupas e afins ovos Total geral animais utensilios domest acessórios e biju Gráfico 12. Itens de compra dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. O Gráfico 13 apresenta a média de notas dadas para as principais características das feiras livres. A avaliação média das características da feira livre são maiores que 7 para todos os itens, em uma escala de 1 a 10, com exceção do preço que tem nota média 6,2 na feira B. As maiores notas dos consumidores são para o atendimento dos feirantes e para o horário da feira. 10,0 9,0 8,7 8,8 8,5 9,3 9,3 9,1 9,1 9,2 9,1 8,6 7,4 8,0 7,7 7,4 7,3 8,7 8,4 8,4 7,8 8,0 7,9 7,1 7,0 7,0 6,2 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 a b Limpeza Tamanho da feira Preço Exposição dos produtos c Variedade de barracas Horário Atendimento dos feirantes Qualidade Gráfico 13. Média das notas para as características das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. 8,2 42 Para melhor analisar as informações do Gráfico 13 destaca-se na Tabelas 1 os dois itens que obtiveram as menores notas gerais (limpeza e o preço da feira) e o item que obteve as maiores notas (atendimento do feirante). A Tabela 1 destaca as notas de 1 a 5 dadas pelos consumidores das feiras livres. Observa-se que aproximadamente 16% dos consumidores das feiras B e C deram nota 5 para a limpeza da feira. Vale destacar também que 23,33%, 16,67% e 20,62% dos consumidores das feiras A, B e C, respectivamente, deram a nota 5 para o preço da feira. Ainda com relação aos preços, destaca-se que 13,33% dos consumidores da feira B conferiram a nota 1 para o preços oferecidos. A feira C foi a única a receber dos consumidores a nota 1 (1,04%) para o atendimento dos feirantes e também recebeu o maior percentual de nota 5 (6,7%) para este item. Na feira B as notas 4 e 5 para o atendimento dos feirantes foram citadas por pouco mais de 3% dos consumidores. Na feira A das notas de 1 a 5, somente a nota 3 foi citada por 3,33% dos consumidores. A Tabela 1 também destaca as notas de 6 a 10 dadas pelos consumidores das feiras livres. Aproximadamente 50% dos consumidores da feira A deram nota 10 para a limpeza da feira. Na feira B o maior percentual para limpeza também foi a nota 10 com 26,67%, contudo, na feira C a nota 8 foi a mais citada pelos consumidores com 25,77%. Em relação ao preço das feiras, a feira A apresenta o maior percentual de nota 10 (26,67%), a feira C também teve um grande percentual de nota 10 (23,20%). A feira B apresenta o maior percentual de nota 6 (10,00%), porém a nota mais citada pelos consumidores é a nota 8 com 30%. Nas feiras A, B e C, o atendimento dos feirantes obteve os maiores percentuais de nota 10 e na escala de notas de 6 a 10, a nota 6 foi a menos mencionada pelos consumidores. 43 NOTAS/ % 1 2 3 FEIRA Limpeza da feira Preço da feira Atendimento dos feirantes A 0 3,33 0 B 3,33 13,33 0 C 3,1 4,13 1,04 A 0 0 0 B 0 0 0 C 0,52 1,03 0 A 0 0 3,33 B 0 0 0 C 2,56 1,03 0 A 0 3,33 0 0 6,67 3,33 C 4,64 2,06 0 A 0 23,33 0 B 16,67 16,67 3,33 C 15,98 20,62 6,7 A 6,67 3,33 0 B 3,33 10 0 C 5,67 8,76 2,58 A 16,67 6,67 3,33 B 13,33 10 3,33 C 21,13 14,43 9,28 A 23,33 30 13,33 B 23,33 30 6,67 B 4 5 6 7 8 9 10 C 25,77 20,1 19,07 A 6,67 3,33 13,33 B 13,33 3,33 10 C 5,67 4,64 10,82 A 46,67 26,67 66,67 B 26,67 10 73,33 C 14,99 23,2 50,52 Tabela 1. Escalas de notas de 1 a 10. Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo. 44 5.1 Apresentação dos Dados Complementares O questionário foi elaborado com perguntas fechadas, porém o contato dos entrevistadores com os consumidores de feiras livres e com o próprio local permite o reconhecimento de fatos novos que dão ênfase ao trabalho e merecem ser destacados. Sobre o perfil do consumidor se destaca o não inibimento de alguns homens em assumir que suas mulheres são “as chefes” de família de sua casa, isso demonstra que as características culturais, principalmente ao que se refere à família vem mudando constantemente. Sobre as feiras destaca-se a feira A, na qual a higiene e a limpeza se diferenciam das demais. O setor de FLV, visualmente, deixa claro que os produtos são mais frescos. Também foi confirmado por vários feirantes que a maioria das FLV, chegam no dia da feira. Os feirantes tomam mais cuidado com a limpeza ao redor e a maior parte dos consumidores enxergam este diferencial. Um ponto fraco nas feiras, que é de fácil solução, é a inexistência de lixeiras nas barracas, algo que faz o final da feira ser assustador. Na hora que foi questionada a nota a ser dada para a limpeza da feira, ouvia-se na maior parte das vezes: “Durante ou quando termina?” Isso se deve ao desleixo com alimentos podres, papéis, lixo em geral que são jogados no chão tanto pelos feirantes quanto pelos consumidores, resultando em um ambiente sujo nas ruas onde as feiras funcionam. Uma das pessoas entrevistadas relatou sobre uma queda que teve durante sua saída da feira ao escorregar em uma fruta. Banheiros e estacionamento também foram colocados como outro ponto fraco da feira, principalmente pelos consumidores da feira C, algumas pessoas se queixaram de terem que deixar os carros há cerca de oito quarteirões de distância da feira por não possuir estacionamento. As pessoas se mostram na maioria das vezes interessadas em melhorias, algumas fazem da ida à feira um hábito prazeroso, tornando a compra um momento de descontração e bate papos. Observa-se que os feirantes estão sempre sorrindo e utilizando marketing pessoal e direto para chamar a atenção de seus clientes, existem feirantes que motivam os consumidores a se aproximarem, experimentarem os produtos e tomarem a decisão de compra naquele momento. Utilizam a voz para aproximar as pessoas, com bordões como: “olha a verdura... fresquinha, fresquinha...”. Percebe-se nesse momento a grande importância do boca a boca e do marketing pessoal dentro da feira. Quando há um feirante mal humorado, todos os consumidores sabem descrever inclusive seu nome e sua barraca. 45 Nas feiras existe uma comparação de preços, de qualidade, de sorrisos, de atendimento, onde o feirante que desenvolve a melhor estratégia e o melhor contato com o cliente sai ganhando, pois consegue prolongar a cada dia o bom relacionamento com o consumidor. Um exemplo de bom relacionamento foi observado na feira A. A cliente vai até a barraca da feira onde costuma comprar e o feirante faz a entrega em sua casa, buscando atender e reter a cada dia mais o seu cliente, neste caso a retenção já dura 15 anos. Nas três feiras foram abordados consumidores que já residiram em grandes cidades como São Paulo, e tinham uma visão crítica em relação às feiras de Marilia, já que utilizam como referência a organização, exposição e seletividade dos produtos das grandes feiras. A novidade para o setor na cidade de Marília é o começo da feira noturna, chamada Por do Sol. Ela irá funcionar todas as quintas-feiras das 18:00h às 22:00h, na Avenida das Industrias. A secretaria da Agricultura pretende renovar o conceito de feira livre, para isso não poderão ser utilizadas barracas como já é de costume, acopladas a perua do feirante. Serão utilizados 600 boxes padronizados e divididos em três segmentos: hortifrutigranjero, praça de alimentação e feira do artesanato. Vale ressaltar que apesar de aparentar um ótimo negócio, os feirantes mais antigos reclamam do valor cobrado pela compra do ponto e da mensalidade do box. 46 6 ANÁLISE DOS RESULTADOS Por meio da pesquisa realizada nas feiras da cidade de Marília, os resultados obtidos mostram que existe grande diferença de perfil dos consumidores e uma pequena diferença no comportamento de compra das feiras de bairro para a feira central. Contudo, as três feiras possuem alguns fatores em comum. A classe econômica predominante é a classe C, grande parte dos consumidores é casada e freqüentam a feira semanalmente. O principal motivo encontrado para a ida a feira é a compra, sendo o produto mais comprado as frutas, verduras e legumes. O segundo motivo mais citado foi o lazer/passeio e o último se alimentar, sendo o pastel o único alimento citado para consumo nas feiras. Nas feiras A e B o principal motivo para os consumidores escolherem a feira para comprar, passear ou se alimentar são os fatores: residir perto, alimentos frescos e variedade de produtos. Na feira C, por ter um grande número de pessoas que vão a lazer, além dos fatores alimentos frescos e variedade de produtos, a movimentação e principalmente o hábito foram mencionados como fator de decisão da ida a feira central aos domingos. O primeiro contato com as feiras de bairro ocorre pelo fato das pessoas residirem perto das ruas onde elas funcionam, já na feira central (C), os consumidores em sua maioria (54,64%) tiveram o primeiro contato com a feira por meio da família, acredita-se que isso ocorre porque a feira central é uma das feiras mais antigas de Marília, sendo a tradição de freqüentar a feira é transmitida de geração para geração. Na feira A encontramos consumidores de maior faixa etária (71-80 e acima de 90 anos) e aposentados. Como conseqüência foi a maior incidência de viúvos das feiras pesquisadas, normalmente pessoas idosas e viúvas não possuem uma quantidade maior de eletrodomésticos, automóveis, itens questionados pelo Critério Brasil para a classificação social, por este motivo a classe social D vem em segundo lugar na classificação de renda dos consumidores da feira A. Os consumidores da feira B são na maioria autônomos e pessoas do lar, com um número significativo de aposentados devido à faixa etária predominante de 61-70 anos. A feira B apresenta o maior percentual de desempregados, por essa diversidade de ocupações as classes sociais B1 e D se destacam em seguida da classe C. A feira C possui uma grande rotatividade de pessoas, no qual um número significativo delas está ali pela primeira vez (5,67%). A feira central por ser num dia de descanso tradicional, o domingo, possui a maior diversidade de faixa etária, classes sociais e 47 ocupação das pessoas. A feira C também é responsável pela maior incidência de pessoas que vão à feira a lazer (36,06%). As notas dadas para avaliar às feiras foram em média altas, as notas menores foram em relação ao preço. A opinião das pessoas de forma geral é que eles são altos relacionados aos dos supermercados, além do supermercado oferecer maior comodidade. Ainda assim, alguns consumidores dão preferência às feiras, pois terem contato direto com os feirantes, tendo conhecimento das origens dos produtos e maior proximidade com amigos e conhecidos no ambiente da feira. 48 CONCLUSÃO Este trabalho se propôs, por meio de uma pesquisa exploratória e descritiva, analisar o comportamento dos consumidores das feiras livres da cidade de Marília-SP, compreendendo quais as influências do processo de compra e o perfil do consumidor. A teoria mostra que o consumidor age diferentemente um dos outros, segundo seus costumes e estilo de vida, porém os resultados obtidos comprovam que nas feiras de bairro existe uma igualdade no perfil dos consumidores, no qual este se opõe à feira central. Pode se concluir que as compras em feiras livres são influenciadas pela posição econômica, cultural, pessoal, social e psicológica das pessoas dentro do seu convívio social. As feiras livres sofreram um baque com o início da atividade dos supermercados principalmente as feiras livres do interior. Em Marília não foi diferente, mesmo com várias feiras livres funcionando na cidade, não há um apoio efetivo dos órgãos públicos municipais e com isso elas estão diminuindo cada vez mais. Maior parte dos feirantes compra de pequenos agricultores em pequenas quantidades e por este motivo pagam mais caro pelos produtos, a outra parte dos feirantes cultiva os alimentos, ou produzem os produtos artesanais, o que também eleva o custo dos produtos. E com produtos mais caros e a falta de estrutura oferecida, as feiras livres não conseguem competir com os supermercados e por isso perdem cada vez mais consumidores. Como limitação desta pesquisa apresenta-se o fato do estudo ter sido realizado em apenas três das feiras livres da cidade. Como contribuições do trabalho para o segmento estudado (feiras livres), os varejistas de feiras livres da cidade, devem considerar os fatores que influenciam o comportamento dos consumidores para melhorar, satisfazer e reter os clientes. Sugere-se desenvolvimento de estratégias diferentes para a feira central e as feiras de bairros, na feira C maior atenção para o desenvolvimento de estratégias focadas ao público que vai a feira livre a lazer (mais de 35%). E nas feiras A e B desenvolvimento de estratégia ligado ao processo de compra. Como contribuições acadêmicas têm-se a aplicação da teoria do comportamento do consumidor, com o objetivo de verificar atributos que atraem os consumidores para as feiras livres. 49 Como sugestão, trabalhos semelhantes poderão ser realizados em outras localidades com maior ou menor concentração urbana ou uma nova pesquisa utilizando a comparação do comportamento de compra dos consumidores das feiras com o consumidor de supermercados. 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABEP - Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa – 2003 – disponível em: www.abep.org – [email protected], acesso em: 26 set. 2007. AGAPIO, Roberti. As feiras Livres. Disponível <(http://www.robertoagapio.fot.br/texto01.htm)> . Acesso em: 15 jul. 2007. em: BRASIL, Código de Defesa do Consumidor – nova ed.rev., atual e ampl. com o Decreto nº 2.181, 20 de março de 1997 – Brasília : Ministério da Justiça, 2003. BORGES, Adimir Roberto. As estratégias adotadas pelos supermercados de vizinhança para conquistar e fidelizar clientes, Marketing de Varejo (2001) Autor do programa de pósgraduação, pela Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em : < http://www.ufsc.br> Acesso em: 01 ago. 2007. CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para o cliente. São Paulo: Saraiva, 2000. COBRA, Marcos. Administração de Marketing do Brasil. São Paulo: Cobra editora e marketing, 2006. ENGEL, James F.; BLACKWELL, Roger D.; MINIARD, Paul N. Comportamento do Consumidor: Livros Técnicos e Científicos. 8º ed. Rio de Janeiro: Editora S., 2000. KOTLER, Philip. Administração de marketing. 5º ed. São Paulo: Atlas, 1998. KOTLER, Philip. Administração de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 9º ed. São Paulo: editora Prentice Hall, 2003. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 12º ed. 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Revista Brasileira de Fruticultura. Rev. Bras. Frutic. vol.25 no. 2 Jaboticabal Aug. 2003. Disponível em: <:http://www.scielo.br/scielo.php> Acesso em: 07 ago. 2007. SOUSA, Luis Gonzaga . Memórias da Economia Brasileira, 2004. Disponível em:<http://www.eumed.net/cursesecon/libreria/2004/lgs-mem/32.htm> Acesso em: 26 ago. 2007 STEVENSON, Willian J. Estatística Aplicada à Administração. São Paulo: Harper e Row do Brasil, 1981. 52 APÊNDICE 1 – MODELO DO QUESTIONÁRIO Questionário Feira Livre de Marília Pesquisa realizada com o intuito de descobrir o comportamento do consumidor nas feiras livres de Marília. Local Feira: _________________ 1. Sexo: ( )F Horário: ___________ ( )M 2. Estado Civil: ( )solteiro ( )casado ( )viúvo ( ) divorciado 3. Qual sua idade? ( ) 18 – 30 ( ) 51 - 60 ( ) 31 – 40 ( ) 61 – 70 ( ) 41 – 50 ( ) 71 – 80 4.Critério Brasil: 0 1 2 3 4 ou + Televisão em cores 0 2 3 4 5 Rádio 0 1 2 3 4 Banheiro 0 2 3 4 4 Automóvel 0 2 4 5 5 Empregada domestica 0 2 4 4 4 aspirador de pó 0 1 1 1 1 maquina de lavar 0 1 1 1 1 Vídeo cassete/DVD 0 2 2 2 2 Geladeira 0 2 2 2 2 freezer 0 1 1 1 1 5.Grau de Instrução: ( ) Analfabeto/Primário Incompleto ( ) Primário Completo/Ginasial incompleto ( ) Ginasial Completo/Colegial incompleto ( ) Colegial completo/Superior incompleto ( ) Superior completo 6. Ocupação: ( ) Do lar ( ) Estudante ( ) Empresário ( ) Aposentado ( ) Func. Public. ( ( ( ( ) Desempregado ) Autônomo ) Emp. Emp. Privada ) Outros___________ 9. Você vem à feira livre para: ( ) Comprar ( ) Se alimentar ( ) A lazer/passeio ( ) Outros__________ 10. Se sim para compra: Especifique: ( ) Legumes/verduras/frutas. ( ) Ferro velho ( ) Animais ( ) Condimentos ( ) Café/pó ( ) Utensílios domésticos ( ) Pescado/carne ( ) Roupas e afins ( ) Acessórios e bijuteria ( ) Eletrônico ( ) Ovos ( ) Outros________________ 11. Se sim para Alimentação: Especifique: ( ) Pastel/salgados ( ) Caldo de cana ( ) Refrigerante/água ( ) Café ( ) Pamonha ( ) Outros_______ 12. Qual é o principal motivo para você escolher a feira para comprar/consumir/passear? ( ) Perto da residência ( ) Organização/higiene ( ) Hábito ( ) Variedade de produtos ( ) Horário ( ) Movimentação ( ) Alimentos frescos ( ) Outros ________________ 13. De 1 a 10, sendo a nota 1 a pior nota e 10 a melhor, dê uma nota aos seguintes itens da feira: Limpeza 7. Como você conheceu a Feira livre? ( ) Através da Família ( ) Através de Amigos ( ) Através Vizinhos ( ) Residência perto ( ) Outros__________ 8. Com que freqüência você vem à feira? ( ) Primeira Vez ( ) Mensal ( ) Semanal ( ) Semestral ( ) Quinzenal ( ) Anual ( ) Outros_________ Preço Variedade de Tamanho da feira Barracas Atendimento dos feirantes Exposição dos produtos Horário Qualidade