Pereira, Patrícia Marcela Barbosa. A importância do ajuste oclusal na ortodontia / Patrícia Marcela Barbosa Pereira – Orientador Profa. Joseane Chaves – Montes Claros – ICS – FUNORTE/SOEBRÁS – Monografia – Programa de Especialização em Ortodontia do FUNORTE/SOEBRÁS, 2014. 54p. A importância do ajuste oclusal na ortodontia I.Título ICS – INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS PATRÍCIA MARCELA BARBOSA PEREIRA A IMPORTÂNCIA DO AJUSTE OCLUSAL NA ORTODONTIA Montes Claros, 2014 PATRÍCIA MARCELA BARBOSA PEREIRA A IMPORTÂNCIA DO AJUSTE OCLUSAL NA ORTODONTIA Monografia apresentada ao ICS – FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO MONTES CLAROS, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista ORIENTADORA: Profa. Joseane Chaves de Toledo Montes Claros, 2014 PATRÍCIA MARCELA BARBOSA PEREIRA A IMPORTÂNCIA DO AJUSTE OCLUSAL NA ORTODONTIA Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO MONTES CLAROS, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista ORIENTADORA: Profa. Joseane Chaves de Toledo DATA DA APROVAÇÃO: 19/02/2014 MEMBROS DA BANCA: PROF. RONALDO S. RUELA (DOUTOR) – INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FUNORTE PROFª. JOSEANE CHAVES DE TOLEDO – INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FUNORTE PROFª. SUZAN PRADO BRANCHI – INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FUNORTE Montes Claros, 2014 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, pelo exemplo de vida que são para mim, aos meus irmãos, que são meus grandes amigos e apoiadores, ao meu marido que é meu grande companheiro e incentivador e a minha filha que é minha razão de existir, que ilumina todos os meus dias com o seu lindo sorriso. Amo muito todos vocês... AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta caminhada, me dando força, coragem, sabedoria, paciência e proteção para vencer este grande desafio. Ao meu esposo, Adilson, que sempre esteve ao meu lado nos momentos alegres e difíceis me apoiando para que eu realizasse mais este sonho; me acompanhou durante todos esses meses para cuidar da nossa filha enquanto eu estava em aula... Obrigada meu amor, te amo! À minha filha, Amanda, que embora não tivesse conhecimento disto, iluminou de maneira especial os meus pensamentos me levando a buscar mais conhecimentos. Mamãe te ama muito filha... Agradeço de forma grata e grandiosa meus pais, Alvani e Márcia, que nunca mediram esforços para me ajudar, obrigado pelo amor incondicional e palavras de incentivo. Aos meus irmãos, Gustavo e Letícia, pelo carinho e dedicação. Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante esta jornada, em especial ao Prof. Dr. Ronaldo Ruela pela motivação, incentivo, paciência e bondade ao nos ensinar e à minha orientadora transmitidos. Profa. Joseane Chaves pelo apoio e conhecimentos EPÍGRAFE Ninguém é inútil por ser pequenino. Quando se fala em missão, geralmente se cogita de grandessíssimos deveres, quase impraticáveis. Contudo, desempenhar bem uma tarefa é cumprir aquilo com que nos comprometemos, por menos expressivo que possa parecer. Não devemos aguardar ocupações mirabolantes para justificar nossa existência como seres proveitosos a sociedade. Extraordinário é o que estivermos realizando pelo próximo, por no mínimo que seja. Criminosa é a indiferença. César Romão RESUMO Objetivou-se nesse trabalho de revisão de literatura, evidenciar a importância do ajuste oclusal na finalização dos tratamentos ortodônticos, estudando a melhor forma de se obter uma maior harmonia e estabilidade oclusal. O ajuste oclusal por desgaste seletivo pode e deve ser utilizado como recurso coadjuvante durante e/ou ao término da terapia ortodôntica, conseguindo um refinamento dos contatos oclusais, removendo interferências dentárias nos movimentos mastigatórios e diminuindo a discrepância entre RC e MIH. A remoção dessas interferências promove uma melhora da condição mastigatória bem como de alguns sintomas que potencializam a DTM e a doença periodontal, além disso, diminui o risco de recidivas após a finalização do tratamento ortodôntico. É de fundamental importância que o profissional que irá realizar esse procedimento tenha o conhecimento técnico e científico necessário, uma vez que, trata-se de um procedimento irreversível. Palavras-chave: Ajuste oclusal; Ortodontia; Relação cêntrica; Oclusão. ABSTRACT The objective of this work of literature review highlight the importance of occlusal adjustment on completion of orthodontic treatment, studying the best way to achieve greater harmony and occlusal stability. The occlusal adjustment by selective grinding can and should be used as adjunctive resource during and / or at the end of orthodontic treatment, achieving a refinement of occlusal contacts, removing interference in dental chewing movements and reducing the discrepancy between RC and MIH. The removal of these interferences promotes an improvement of masticatory condition as well as some symptoms that leverage the DTM and periodontal disease, in addition, reduces the risk of relapse after completion of orthodontic treatment. It is essential that professionals will perform this procedure has the necessary technical and scientific knowledge, since it is an irreversible procedure. Keywords: Occlusion. Occlusal adjustment; Orthodontics; Centric relation; LISTA DE FIGURAS Figura 1: Classificação das maloclusões de Angle 16 Figura 2: Contatos múltiplos, bilaterais e simultâneos 19 Figura 3: Cargas oclusais distribuídas ao longo eixo do dente 20 Figura 4: Guia de desoclusão canina 20 Figura 5: Movimento protrusivo 21 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Lista de Abreviaturas AcBO – Academia Brasileira de Odontologia ATM – Articulação temporomandibular DTM – Disfunção temporomandibular MIH – Máxima intercuspidação habitual MIF – Máxima intercuspidação funcional OC – Oclusão cêntrica OMS – Organização Mundial de Saúde RC – Relação cêntrica ROC – Relação de oclusão cêntrica SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 12 2. PROPOSIÇÃO 14 3. REVISÃO DA LITERATURA 15 4. DISCUSSÃO 41 5. CONCLUSÃO 47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 48 12 1. INTRODUÇÃO A Ortodontia está baseada no princípio da oclusão dentária normal, e tem por objetivo obter ao final do tratamento uma ótima saúde oral, estética facial agradável, boa função e estabilidade. Dentre todos os objetivos, a estabilidade oclusal é o que mais preocupa os ortodontistas. Dentre as diversas causas de insucesso dos tratamentos ortodônticos finalizados, a interferência oclusal se destaca como um dos fatores mais relevantes e responsáveis pelas recidivas pós-tratamento, tanto na posição de relação cêntrica quanto na máxima intercuspidação habitual. Como consequências clínicas de uma interferência oclusal, não identificada após finalização de um caso clínico, podemos observar mobilidade dentária, recessão gengival, abfração cervical, desgastes incisais ou de pontas de cúspides, fraturas de restaurações, entre outras. Um profissional tratamento ortodôntico com grande conhecimento de qualidade deve biomecânica, exigir do fisiologia da mastigação e da deglutição, princípios de estética e oclusão dentária, os quais influenciarão no planejamento inicial dos casos e na finalização dos mesmos. Estes princípios devem ser entendidos e praticados por todos os especialistas com o objetivo de se obter, após remoção do aparelho ortodôntico, uma oclusão estável e satisfatória para cada paciente. O equilíbrio oclusal, considerado por autores como contatos bilaterais, simultâneos e estáveis numa posição de oclusão cêntrica e anterior adequada, com desoclusão pelos caninos em lateralidade direita e esquerda e incisivos em protrusiva, parece ser fundamental para o sistema mastigatório. A oclusão orgânica (gnatológica) é a meta que se deve buscar com o tratamento ortodôntico. Para obtê-la é necessário, comumente, ter-se o auxílio de outros tratamentos odontológicos, como o ajuste oclusal e dentística restauradora após a ortodontia. O ajuste oclusal é a remodelação sistemática da anatomia oclusal dos dentes, a fim de minimizar todas as desarmonias oclusais nas 13 posições oclusais mandibulares reflexas. É um dos procedimentos mais importantes da odontologia, responsável por eliminar uma ou mais interferências oclusais, dando estabilidade e conforto ao sistema estomatognático, principalmente nas áreas que se relacionam diretamente com a oclusão dentária. O domínio desse assunto é de fundamental importância para que os ortodontistas possam finalizar seus tratamentos com maior segurança e qualidade profissional, minimizando as chances de recidiva e insucessos. Levando-se em consideração que o principal objetivo do tratamento ortodôntico é a sua estabilidade, o ajuste oclusal pode ser utilizado para refinar a relação oclusal obtida após o mesmo, que deve levar a uma harmonia oclusal relacionada, diretamente, com o sistema neuromuscular, articulação temporomandibular e os tecidos de suporte dentário. O ajuste oclusal, quando bem indicado e utilizado pelos ortodontistas como um complemento do tratamento ortodôntico, poderá levar a essa harmonia, evitando ou minimizando sobrecargas para determinado elemento desse sistema, visando uma distribuição das forças oclusais o mais natural possível, eliminando interferências e traumas oclusais, que levariam a um desequilíbrio oclusal, propiciando recidivas e possíveis problemas de disfunção temporomandibular. Uma modalidade terapêutica de se proporcionar oclusão estável é o ajuste oclusal por desgaste seletivo, que deve ser realizado seguindo-se algumas etapas, para evitar iatrogenias. Diante do exposto, este trabalho teve por objetivo evidenciar com base em uma revisão de literatura a importância do ajuste oclusal na finalização dos tratamentos ortodônticos, estudando a melhor forma de se obter uma maior harmonia e estabilidade oclusal. 14 2. PROPOSIÇÃO A proposta deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura para discutir a importância do ajuste oclusal na finalização dos tratamentos ortodônticos, estudando a melhor forma de se obter uma maior harmonia e estabilidade oclusal. 15 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 OCLUSÃO Netto et al. (1995) definem oclusão como o relacionamento estático e dinâmico das superfícies oclusais dos dentes em harmonia com as demais estruturas do sistema estomatognático. A análise oclusal compreende uma série de cuidados clínicos e laboratoriais com a finalidade de promover uma avaliação, a mais detalhada possível, das condições de engrenamento oclusal, para que seja possível a recondução de um elemento dentário ou grupo de dentes ao seu devido equilíbrio no aparelho mastigador. A relação cêntrica é definida como a posição mais retraída da mandíbula, a partir da qual os movimentos mandibulares de abertura e lateralidade podem ser realizados. Esta posição é bordejante, limite, funcional e reproduzível, com ou sem a presença dos dentes. Oclusão cêntrica é a relação de contato dentário não forçada, voluntária ou não, com maior número de contatos, inclusive dentes anteriores, independente da posição condilar; é uma posição mutável, que pode ser alterada por qualquer interferência oclusal. Como a oclusão cêntrica não é uma posição totalmente estável, devido às mudanças que naturalmente ocorrem, ela é considerada uma posição dinâmica. Assim, a força de mordida tem grande influência e qualquer alteração nesse padrão pode ocasionar o aparecimento de forças parafuncionais. Segundo Lopes (2010) a oclusão normal foi descrita por John Hunter, no século XVIII e, posteriormente, por Carabeli, já na metade do século XIX. Os termos mordida topo a topo e overbite, são realidades derivadas do sistema de classificação deste último autor. No entanto, ele cita que foi Norman Kingsley, em 1880, no tratado denominado Oral Deformities, que veio influenciar significativamente a odontologia americana durante a última metade do século XIX; afirmando que “a oclusão dos dentes é o fator mais importante para a estabilidade da nova posição dentária.” Considerando os conhecimentos da época, 16 provavelmente ele se referia apenas ao aspecto estático da oclusão. A atenção dos profissionais daquela época estava voltada para um tipo de aparelho mais eficiente para movimentar os dentes, um método mais preciso de diagnóstico e uma melhor ancoragem. A preocupação principal consistia em movimentar os dentes de uma má posição para uma posição estática e esteticamente normal, não se preocupando tanto com o fator oclusal. Como a especialidade estava se iniciando, os pacientes eram poucos, e os problemas relacionados a uma oclusão funcionalmente insatisfatória, raríssimas vezes eram comparados com a oclusão estabelecida pelo tratamento, a ênfase da Ortodontia permaneceu no alinhamento dos dentes e na correção das suas proporções faciais, prestando-se pouca atenção à oclusão dentária. De acordo com Bof (1996), Angle em 1899 postulou as condições para uma oclusão ótima, apontando como condição sine qua non, que a cúspide mésio vestibular do primeiro molar superior deva ocluir no sulco vestibular primeiro molar inferior e se os dentes ocluem nos arcos de maneira alinhada, resultará em uma oclusão ideal. Angle descreveu três tipos básicos do que ele chamou de maloclusão, representando desvios na dimensão ântero posterior (Figura 1). O sistema de Angle, para classificar as maloclusões foi imediatamente reconhecido. Figura 1: Classificação das maloclusões de Angle 17 Monnerat & Mucha(2000) descrevem que Andrews, em 1972, relacionou seis chaves de oclusão que deveriam ser objetivos do tratamento ortodôntico. Os conceitos estáticos e anatômicos, que por um bom tempo definiram a oclusão normal, têm dado lugar a uma interpretação mais ampla e dinâmica, onde articulação têmporomandibular (ATM), sistema neuromuscular e função, têm sido considerados. Uma oclusão normal significa algo mais que uma relação anatômica estática, haja visto que uma oclusão com uma aparência superficial de normalidade pode ser, de fato, anormal quando submetida a uma avaliação funcional. Nenhum fator sozinho deve ser considerado suficiente, mas todos devem ser considerados. Uma oclusão funcionalmente equilibrada, estável, saudável e esteticamente atraente pode ser considerada normal, mesmo se pequenas alterações no posicionamento dentário estiverem presentes. Desde então, as seis chaves de oclusão passaram a ser uma meta para todos os casos terminados, sendo elas: relação molar de classe I; angulação (inclinação mesio-distal); torque (inclinação vestíbulo-lingual); pontos de contatos interproximais rígidos; coordenação e diagramação dos arcos e ausência de rotações dentais. Segundo Coelho (2010), Dawson em 1973 afirmou que o diagnóstico diferencial deve constar de: a) uma manipulação acurada da mandíbula para obtenção da relação cêntrica; b) palpação do músculo pterigóideo lateral; c) construção de um dispositivo que elimine a intercuspidação dos dentes (front-plateau), que o paciente deverá usar durante 24 horas. Analisando diversos casos ortodônticos concluídos, com a finalidade de comprovar se as seis chaves de oclusão de ANDREWS proporcionavam realmente uma oclusão funcionalmente ideal e um posicionamento dentário estático, Roth (1973), concluiu que quando as seis chaves são alcançadas, com a mandíbula em relação cêntrica, a oclusão é verdadeiramente ideal tanto funcional com estaticamente (SANTOS, 2008). 18 Roth (1981) afirmou que a resposta para a estabilidade dos casos tratados ortodonticamente deve estar, pelo menos parcialmente, relacionada à dinâmica da oclusão funcional, que o autor definiu como sendo aquela em que os côndilos devem estar situados na posição ideal ou fisiológica (que o autor considera como sendo a mais superior e central nas fossas articulares); deve haver coincidência entre a MIH e a posição ideal (RC); os dentes não devem interferir com os movimentos mandibulares em quaisquer direções. Deste modo, a Relação Cêntrica representa um objetivo de tratamento, e a finalização do tratamento é a última oportunidade do ortodontista, para ter um caso bem tratado e refinar a oclusão (BAUMGRATZ, 2012). Ramfjord & Ash, em 1987, descreveram a oclusão normal como aquela que envolve contatos oclusais, alinhamento dos dentes, trespasse vertical e horizontal, arranjo e relacionamento dos dentes com os arcos e o relacionamento dos dentes com as estruturas ósseas. O conceito descrito por estes autores dá ênfase ao aspecto funcional da oclusão e à capacidade do sistema mastigatório de se adaptar ou compensar algumas variações dentro da média de tolerância do sistema. Uma oclusão pode ser considerada clinicamente normal na presença de interferências oclusais na excursão lateral, uma vez que estas interferências tenham passado por uma adaptação neuromuscular e não existem distúrbios clínicos aparentes na função mastigatória ou mudanças periodontais patológicas. Já a oclusão ideal tem menos relação com as características anatômicas do que características funcionais; contudo, um relacionamento anatômico bom fornece a melhor garantia para uma harmonia funcional. Os autores concluíram que o conceito de uma oclusão ideal ou ótima, refere-se a uma condição estética e fisiológica ideal (SIMÕES et al., 1992). Para Calazans et al. (2000) uma oclusão ótima deve incluir uma posição de intercuspidação funcional (MIF), sendo que esta distância entre MIH e RC deve ser pequena e sem desvio lateral. Além disso, os 19 movimentos mandibulares excêntricos deverão ser sem interferências, com contatos apenas no lado de trabalho. LAFFITTE et al.(2005) consideram como ideal aquela oclusão que permite a realização de todas as funções fisiológicas próprias do sistema estomatognático, ao mesmo tempo em que é preservada, a saúde de suas estruturas constituintes. A oclusão ideal envolve, tanto características anatômicas estáticas, como aspectos dinâmico-funcionais, sendo, porém, mais dependente destes últimos. Neste sentido, duas situações principais devem ser consideradas a fim de melhor se analisar a dinâmica mandibular ideal: a de oclusão dentária em máxima intercuspidação e a dos movimentos mandibulares. A posição de máxima intercuspidação é alcançada em torno de 5000 vezes por dia, durante as funções normais que incluem entre outras, o ciclo mastigatório e a deglutição. Em decorrência do número de vezes em que os dentes entram em máxima intercuspidação num período de 24 horas, e dos níveis de força potencialmente envolvidos, torna-se evidente a importância do equilíbrio funcional, quando alcançada aquela posição. A máxima intercuspidação ideal tem como principal requisito a estabilidade mandibular. Esta deve manifestar-se em dois níveis: dentário e articular. A estabilidade dentária depende basicamente, de duas circunstâncias: contatos múltiplos bilaterais simultâneos e cargas axiais (Figuras 2 e 3). A estabilidade articular depende, por sua vez, do relacionamento harmônico ideal entre suas partes constituintes, no momento da máxima intercuspidação, encontrado na posição de relação cêntrica, também denominada posição de estabilidade ortopédica da mandíbula. Figura 2: Contatos múltiplos, bilaterais e simultâneos 20 Figura 3: Cargas oclusais distribuídas ao longo eixo do dente Para Capote et al. (2004), uma das características de oclusão ideal é a presença de contatos entre os caninos do lado de trabalho e desoclusão de todos os dentes do lado de balanceio. Os autores afirmam ainda que, durante os movimentos laterais, deve existir um contato oclusal entre os caninos do lado de trabalho, isolados ou juntamente com um ou mais pares de dentes posteriores adjacentes. Estes movimentos de lateralidade devem ser guiados preferencialmente pelos caninos, promovendo a desoclusão de todos os demais dentes do mesmo lado do movimento e os do lado oposto ao movimento. Sendo assim, uma oclusão ideal deve apresentar lateralidade através de guia de desoclusão por dentes caninos ou em grupo, sem interferências no lado de balanceio, conforme ilustrado na Figura 4. (ABREU, 2010). Figura 4: Guia de desoclusão canina Se o ortodontista concorda que a oclusão não consiste apenas de contatos estáticos dos dentes quando as arcadas estão fechadas, mas 21 envolve todos os contatos, durante mastigação e deglutição, então ele será obrigado a adotar a "oclusão funcional" como um critério para diagnóstico e tratamento da dentição dos pacientes (SANTOS et al., 2005). Uma vez que foi tomada a decisão de realizar o tratamento ortodôntico de um determinado caso, parece prudente que o profissional estabeleça uma oclusão funcional tão ideal quanto possível, com uma bem planejada e apropriada aparatologia. E isto consiste na obtenção de coincidência de entre RC e MIH; de movimentos de lateralidade guiados pelos caninos, sem interferências no lado de balanceio; e de ausência de contatos nos dentes posteriores durante o movimento protrusivo (Figura 5) (JASON; MARTINS, 1990). Figura 5: Movimento protrusivo Segundo Weissheimer et al. (2007) é necessário que o profissional tenha pleno conhecimento das características que constituem uma oclusão ideal, quanto aos aspectos oclusais, estéticos e funcionais, para que possa finalizar os tratamentos da melhor maneira possível, sempre respeitando os anseios e expectativas do paciente. A adoção de uma atitude conservadora, tendo em vista uma maior estabilidade, inclui na remoção de interferências em RC e a eliminação das interferências deflectivas entre dentes e inter arcos. A incubência do ortodontista é estar atento a ATM antes, durante e após o tratamento 22 ortodôntico, para garantir o sucesso fisiológico e funcional do mesmo (MONNERAT; MUCHA, 1998). Os contatos oclusais influenciam a função do sistema estomatognático, e, uma oclusão ideal funcional deveria representar para o clinico, o objetivo do tratamento, e as seguintes condições parecem ser as menos patogênicas: 1) quando a boca se fecha, os côndilos devem estar em RC e, nesta posição, deve haver contatos homogêneos de todos os dentes posteriores, e os dentes anteriores se contatam um pouco mais suavemente que os posteriores; 2) todos os contatos dentários, promovendo carga axial das forças oclusais; 3) na lateralidade, deve haver guias de contato no lado de trabalho para desocluir o lado oposto imediatamente, e a guia mais favorável é fornecida pelos caninos; 4) no movimento protrusivo, deve haver contatos dentários dirigidos pelos dentes anteriores para desocluir todos os posteriores imediatamente (RINCHUSE; KANDASAMY, 2006). Em muitos casos, a análise cefalométrica em posição de MIH, mostra aparentemente boa oclusão e bom relacionamento dento- esquelético. No entanto, em RC tudo é diferente, há uma má oclusão com ressalte incisal, mordida aberta anterior e significativa retração mandibular. Deve ser considerado que frequentemente a posição de RC não é encontrada de imediato e, neste caso relatado está “mascarada” como “boa oclusão” por acomodação, em que o paciente leva a mandíbula para frente buscando uma posição mais cômoda da mandíbula ou até mesmo, em alguns casos, inconscientemente, buscando a posição mais estética. Esta má posição mandibular pode perpetuar-se sem que o paciente apresente sintomatologia. Porém, o mais frequente é que esta situação, mais cedo ou mais tarde, apresentará consequências na Articulação Têmporo Mandibular (ATM)(BARONE; PEREIRA, 2011). A AcBO sugere que as telerradiografias devem ser feitas em MIH porque não se pode pretender que o Serviço de Radiologia encontre e radiografe na correta posição de RC. É sabido que muitas vezes não se consegue levar a mandíbula para RC na primeira consulta. Algumas vezes 23 é de tal forma tão difícil que se faz necessária a confecção e instalação de placa desprogramadora, por alguns dias. No aspecto cefalométrico a posição de MIH ou RC não apresenta variações significativas nos desvios laterais da mandíbula. Da mesma forma, os modelos são articulados em MIH nos Centros de Documentação Ortodôntica, para segurança durante os procedimentos de recorte. Ressaltamos que não se deve fazer o diagnóstico apenas com as informações destes modelos. Aqueles que desejam estudar a relação oclusal em modelos de gesso, devem montálos em RC, empregando o arco facial num articulador especial que retratará mais detalhadamente a oclusão em RC e possibilitará uma melhor avaliação da Oclusão Dinâmica. Cabe ao profissional estar atento buscando sempre a RC para realizar seu diagnóstico, plano de tratamento e durante todo o tratamento até sua finalização. A busca de uma oclusão dentária em perfeita harmonia com a ATM, nos leva, como uma boa alternativa, ao ajuste oclusal por desgaste na finalização do tratamento (BARONE; PEREIRA, 2011). Bósio (2004) afirma que evidências científicas significantes apontam para uma tendência tratamento de ortodôntico, Aparentemente, a maior não associação oclusão e parte dos do relacionamento disfunção cursos de entre têmporo-mandibular. pós-graduação em Ortodontia já estão ensinando esta filosofia aos seus alunos. Mas o mesmo parece não acontecer em muitos cursos de graduação em Odontologia, que ainda insistem na tese de que o problema de disfunção têmporo-mandibular é um problema de oclusão. Oclusão, por si só, é um termo bastante abrangente e pode ser dividido em muitas variáveis. Talvez seja esta razão de encontrarmos cada vez menos artigos científicos discutindo o relacionamento entre oclusão e disfunção têmporo- mandibular. O paradigma parece realmente estar mudando. O foco principal dos problemas de DTM está voltando-se mais para a própria articulação têmporo-mandibular. Entretanto, não devemos desprezar outros fatores associados aos problemas de DTM. 24 Segundo Durso (2002) até o presente momento, com base na literatura pertinente, parece lícito alegar que o tratamento ortodôntico conduzido de maneira apropriada, seguindo os protocolos terapêuticos existentes, não desencadeia DTM. Mesmo assim, parece-nos prudente que o Ortodontista dê importância à presença de sinais e sintomas de DTMs durante o exame inicial, registrando-os quando presentes e alertando o paciente ou responsável para o problema. A prevalência de sinais e sintomas de disfunções temporomandibulares em indivíduos saudáveis e os muitos tipos de filosofias, metas e técnicas de tratamento ortodôntico existentes atualmente dificultam investigar se o tratamento ortodôntico previne a DTM. Estudos adicionais, investigando a etiologia, o diagnóstico e os métodos de avaliação, parecem ser necessários para elucidar esta importante questão. 3.2 AJUSTE OCLUSAL De acordo com Fernandes Neto et al.(2004) o termo oclusão traumática, introduzido por Stillman em 1917, denotava dano causado por força anormal nos tecidos periodontais ou dentários. Em 1927, Arnold verificou a presença ortodonticamente, de oclusão atribuindo esta traumática, condição ao em fato casos de tratados existirem interferências oclusais, tanto em relação cêntrica quanto nos movimentos funcionais, sendo capazes de provocar problemas periodontais. O ajuste oclusal era utilizado como uma terapêutica para estes problemas e como complemento ao tratamento ortodôntico para todos os casos, afim de melhor distribuir as forças mastigatórias entre o maior número de dentes possível. Consolaro (2006) citou o trabalho de Thompson realizado em 1956, no qual constatou que o aspecto funcional da oclusão era de vital importância na fisiologia do sistema estomatognático e que a maioria dos ortodontistas negligenciavam este aspecto funcional na finalização dos 25 tratamentos ortodônticos. ortodonticamente Observou-se geralmente que apresentavam os casos contatos terminados prematuros, constituindo um grande potencial para desenvolver a oclusão traumática e, posteriormente, distúrbios na região da articulação temporomandibular. Salientou que os dentes ficariam abalados com o tempo, pois os contatos não corrigiam por si só, e que os sintomas anormais da articulação temporomandibular incluindo estalos, dores, movimentos mandibulares irregulares, subluxação, fadiga muscular poderiam acontecer e que para prevenir esses problemas o ideal seria fazer o ajuste oclusal após tratamento ortodôntico ensejando assim o aspecto funcional. O trauma oclusal foi definido pela OMS como sendo um dano ao periodonto, causado pela pressão sobre os dentes, produzido direta ou indiretamente pelos dentes antagonistas. As forças excessivas ou traumáticas podem atuar sobre grupo de dentes ou sobre um único dente em relação de contato prematuro, em associação com o hábito de cerrar os dentes e o bruxismo. As forças oclusais excessivas, além de causarem danos aos tecidos periodontais, também podem ter efeitos prejudiciais, sobre a articulação temporo-mandibular, os músculos da mastigação e a polpa dentária. Pensando-se numa odontologia moderna, onde a prevenção vem em primeiro lugar, a dinâmica oclusal, com a troca no padrão oclusal do paciente, deverá ser detectada em visita de rotina do paciente ao consultório. Deveremos realizar uma pesquisa abrangente, através do exame clínico, fazendo com que o paciente execute os movimentos de máxima intercuspidação, lateralidade e movimentos protrusivos, a fim de obtermos um diagnóstico precoce dos problemas oclusais e suas consequências em relação à endodontia, periodontia e ortodontia (EDUARDO; SAITO, 1999). Durante o tratamento ortodôntico, forças são aplicadas, resultando remodelação óssea e movimentação dentária, além de adaptações estruturais provenientes das mudanças requeridas. Portanto, uma oclusão traumática pode trazer injúrias ao sistema estomatognático como um todo desencadeando assim, alterações diversas e muitas vezes complexas. É 26 necessário o conhecimento em oclusão e sobre os traumas oclusais para a compreensão e sucesso do tratamento ortodôntico. A oclusão traumática pode trazer injúrias ao sistema estomatognático como um todo, sendo assim, o estudo da oclusão e traumas oclusais é de suma importância para os ortodontistas e toda classe odontológica. O trauma é uma condição em que o ato de ocluir os maxilares resulta em lesão das estruturas de suporte dos dentes. Ele pode ser dividido em primário (relação tecidual provocada em volta de um dente com estrutura periodontal normal) e secundário (forças oclusais causando dano a um periodonto comprometido). Uma condição oclusal boa e saudável é primordial para a função muscular normal durante a mastigação, fala e postura mandibular. No diagnóstico clínico, o trauma oclusal pode apresentar as seguintes características: mobilidade dentária, facetas de desgaste, perda do ponto de contato, migração dentária, dor localizada, dor na ATM, mastigação unilateral e posição viciosa ou de conveniência (VELDOVELHO FILHO et al., 2004). Podemos definir ajuste oclusal como sendo um procedimento clínico que tem por finalidade a correção do contato oclusal traumático. Através dos contatos oclusais normais, os dentes transmitem a força de mastigação (força oclusal), no sentido do longo eixo do dente, estimulando o periodonto de sustentação. Estas forças oclusais são importantes pela sua direção, intensidade, duração e frequência. Quaisquer modificações circunstanciais, ou por hábitos individuais do paciente, podem produzir forças anormais (pelo aumento da intensidade destes fatores ou pelo surgimento de forças horizontais), que se tornam traumatizantes, desencadeando o traumatismo oclusal, causando a destruição do periodonto e por fim a perda do dente (SAITO et al., 1977). Palomares et al.(2006) citam o trabalho de Ahlgren & Posselt realizado em 1963, em que realizaram uma pesquisa eletromiográfica em 6 pacientes, que concluíram seus tratamentos ortodônticos e apresentavam interferências. O objetivo seria avaliar se com a eliminação das interferências haveria uma melhora na coordenação muscular. 27 Comparou-se os registros antes e após o ajuste e observaram que os ajustes proporcionavam Ressaltaram, então, a uma melhora necessidade de da se coordenação avaliar os muscular. resultados ortodônticos quanto às interferências, e caso existam, corrigi-las com o ajuste oclusal. Apesar de vários autores relatarem a importância do ajuste oclusal pós-tratamento ortodôntico, em 1965, Heide e Thorpe verificaram em 10 casos corrigidos ortodonticamente que a presença da máxima intercuspidação, coincidindo com a relação cêntrica, não existia, e que haviam interferências nas excursões excêntricas. Enfatizaram que muitas das recidivas dos incisivos superiores e inferiores tanto de apinhamentos como de diastemas são devidas às pressões exercidas durante os movimentos funcionais. Alertaram para o fato de que o ajuste oclusal é um procedimento auxiliar, mas não um substituto para o tratamento ortodôntico correto (CORTÉS, 2007). A análise oclusal deve ser indicada como rotina, nos períodos póstratamento, pois permitem detectar prematuridades, que obviamente poderão criar sérios distúrbios oclusais a curto, médio ou longo prazo ao paciente, no seu sistema estomatognático. A análise da oclusão, no póstratamento ortodôntico, demonstrou que prevaleceram os contatos prematuros durante a oclusão em Relação Central na maioria dos casos analisados, e que esses contatos eram deflectivos e deslocaram a mandíbula até chegar à MIH. Em função dos contatos prematuros evidenciados pelas análises, deve-se preconizar procedimentos clínicos de ajustes oclusais que possibilitem uma máxima intercuspidação, e, se possível, coincidente com a relação cêntrica, nos pacientes tratados ortodonticamente. Nas análises oclusais dos pacientes considerados com oclusão normal, não foram detectados contatos prematuros, movimentos deflectivos mandibulares e discrepância entre relação central e máxima intercuspidação oclusal em cêntrica em 90% dos casos estudados (SANTOS, 1978). 28 Preocupado com os problemas de dor relacionada com a disfunção temporomandibular e como solucioná-las Roth em 1973, fez um trabalho em 9 pacientes, sendo que 7 deles apresentavam dores e 2 não apresentavam. Todos tinham sido tratados ortodonticamente e concluiu que os que apresentavam dor tinham interferências oclusais, sendo que aqueles com dores mais severas apresentavam maiores desvios da cêntrica em relação à máxima intercuspidação habitual. Nos movimentos de lateralidade apresentavam interferências no lado de balanceio ou interferências nos dentes posteriores nos movimentos de protrusiva, ocorrendo uma correlação entre a severidade e a localização dos sintomas. Após a realização do ajuste oclusal nos pacientes, houve eliminação dos sintomas, comprovando a validade do ajuste após o tratamento ortodôntico. Observou ainda que as interferências em balanceio eram causadas pelo torque lingual de coroa insuficiente, nos molares superiores, pela falta de relacionamento ântero-posterior correto da relação maxilomandibular, pela forma e largura desproporcionais dos arcos dentários e por torque lingual acentuado de coroa nos molares inferiores. Ressaltou que para evitar as interferências nos dentes posteriores durante os movimentos funcionais deveria existir guia anterior correta (FERREIRA, 2009; LOPES, 2011). Viola & Paiva (1982) relataram que o diagnóstico precoce dos sinais e sintomas de patologia oclusal possibilitam a prevenção da mesma e/ou a simplificação do tratamento indicado. O exame de oclusão do paciente tratado ortodonticamente, invariavelmente, mostra interferências oclusais que podem e devem ser eliminadas por ajuste oclusal e complementadas por dentística restauradora. De acordo com Crepaldi (2011) o ajuste oclusal como forma de tratamento e/ou parte dele, indispensável a qualquer especialidade odontológica, requer que a mandíbula esteja em posição de relação central. O sucesso de um ajuste oclusal está relacionado fundamentalmente em ter-se os músculos mastigadores relaxados e o clínico conseguir orientar os côndilos à posição de relação central. O 29 ajuste oclusal é considerado uma forma de tratamento com princípios e regras que devem ser seguidos. Roth (1981) afirmou que o tratamento ortodôntico é uma forma de reabilitação bucal completa, obtida clinicamente em esmalte e, como tal, deve seguir as regras de oclusão exigidas para obter-se saúde bucal em longo prazo, tanto na odontologia restauradora quanto protética, se os ortodontistas pretendem prover um serviço de saúde verdadeiro. Afirma também a importância da relação entre a oclusão e a articulação temporomandibular, e, além disso, a oclusão, se alterada, deve ser modificada para estar em harmonia com a posição articular ótima no fechamento e nos movimentos bordejantes. A estabilidade não será obtida na ausência de uma articulação estável, em posição articular também estável, além de contatos interoclusais cêntricos apropriados, com desoclusão dos dentes posteriores quando em movimento. A proposta do ajuste oclusal, após o tratamento ortodôntico na obtenção do estabelecimento de uma relação harmônica entre os planos inclinados dos dentes, a respectiva musculatura e a ATM, durante a função mastigatória, pois o padrão de movimento da mandíbula é determinado não somente pela morfologia da dentição, mas também pela anatomia da ATM e atividade dos músculos mastigatórios, e se a função é a meta principal em ortodontia, então os dentes devem estar dispostos de maneira a preservar esta harmonia. A falta desta sintonia pode implicar num distúrbio morfofuncional e desarmonia oclusal com interferências nos movimentos mandibulares, com consequente disfunção de ATM e problemas periodontais. Dessa forma, podemos concluir que todos os casos ortodonticamente tratados exibem prematuridades oclusais; os articuladores são obrigatórios para se avaliar as condições da oclusão, antes, durante e após o tratamento ortodôntico; prematuridades oclusais exigem movimentos condilares e causam deflexão mandibular; o ajuste oclusal é necessário nos casos ortodonticamente tratados para: remover as interferências mandíbula, durante principalmente os do movimentos lado de excêntricos não laterais trabalho; da remover 30 interferências dos dentes posteriores durante os movimentos protrusivos, ou seja, os anteriores protegem os posteriores (PASCOAL, 1994; CONSOLARO, 2008). O ajuste oclusal apesar de um ótimo tratamento deve ser executado para eliminar as interferências oclusais e contatos prematuros e estes além de provocar problemas articulares e musculares, são fatores desencadeantes de problemas periodontais não obstante, a estabilidade oclusal resultante deste procedimento, contribui para a prevenção de eventuais recidivas. O ajuste oclusal realizado após o tratamento ortodôntico propicia a obtenção da oclusão de relação cêntrica, um melhor padrão de desoclusão e a eliminação das interferências durante os movimentos funcionais, a eliminação dos sintomas nos pacientes com disfunção temporomandibular e o aumento do número de contatos na oclusão de relação cêntrica. Conclui-se que o ajuste oclusal é um recurso muito importante e útil para o cirurgião-dentista e em especial para o ortodontista, na finalização de seus casos. Por meio dele pode-se obter uma estabilidade mandibular adequada, livre de prematuridades e interferências oclusais, visto que as interferências oclusais são fatores que levam à recidiva, apinhamentos e disfunções da articulação temporomandibular e devem ser eliminados (BELLINI, 2009). Bataglion (2009) esclarece que para se realizar o ajuste oclusal algumas normas devem ser estabelecidas e seguidas, tais como: eliminação de contatos prematuros e interferências oclusais; estabelecimento de ótimas relações oclusais funcionais; estabilidade oclusal de maneira que, após o ajuste oclusal, tenha lugar apenas a disposição desejável ou inevitável dos dentes; distribuição das paradas cêntricas de maneira, que a força oclusal principal aplicada ao dente, seja em direção axial (em seu longo eixo) e domínio das posições fundamentais da mandíbula em todas as tentativas de um ajuste oclusal (posição mandibular de relação cêntrica (RC); posição mandibular em máxima intercuspidação habitual (MIH); posição mandibular de relação 31 cêntrica de oclusão (ROC); posição mandibular em lateralidade e protrusiva. 3.3 AJUSTE OCLUSAL POR DESGASTE SELETIVO NA TERAPIA ORTODÔNTICA As pequenas correções de desarmonias oclusais têm sempre sido parte da prática odontológica. Contatos oclusais fortes causando desconforto ou aumentando a mobilidade do dente normalmente têm sido eliminados, após marcação com papel-carbono, pelo desgaste e eliminação desses pontos marcados para melhorar, de maneira geral, os padrões de contatos dentários. Tais desgastes sem planejamento produziam um alívio de pouca duração dos sinais e sintomas, mas frequentemente terminavam em problemas futuros à medida que os dentes se inclinavam de posição após a remoção dos contatos prematuros ou recidivavam os sintomas pelas mudanças dos impactos das forças oclusais (CAPOTE, 2004). Segundo Macedo (2009) deve-se a Schuyler (1973) uma contribuição científica para o ajuste oclusal da dentição natural, através do desgaste seletivo. Em 1923, Schuyler já havia notado que oclusões equilibradas por procedimentos empíricos quase sempre terminavam em várias complicações. Devido a essas observações, o autor idealizou uma maneira sistemática para o ajuste oclusal, promovendo meios para o ortodontista remover estruturas dentais por desgaste, a fim de minimizar as forças oclusais exercidas durante a mastigação. E, em 1947, apresentou uma revisão de suas regras para o desgaste seletivo, enfatizando as influências destrutivas que os contatos no lado não funcional exerciam sobre o aparelho mastigatório. No procedimento de ajuste oclusal por desgaste seletivo a estrutura dentária é seletivamente removida até que o dente, assim recontornado, tenha contatos oclusais que preencham o objetivo do tratamento. Como 32 ele é irreversível e envolve a remoção da estrutura dentária, seu uso é bastante limitado. Desta forma, deve existir uma correta indicação antes que o ajuste seja considerado. Os procedimentos de ajuste oclusal podem ser facilitados fazendo-se os desgastes primeiramente em modelos montados em articulador ajustável, e somente após a certeza quanto ao resultado obtido estesserão executados no paciente (NETTO et al., 1995). O ajuste oclusal por desgaste seletivo pode ser usado como uma etapa do tratamento ortodôntico, objetivando estabelecer melhoria nas relações funcionais do sistema mastigatório e estabilizar os resultados alcançados. Uma oclusão funcional ideal consiste em contatos no lado de trabalho durante os movimentos excursivos da mandíbula, guia canino bilateral, desoclusão no lado de não trabalho durante a lateralidade e dos dentes posteriores no movimento de protrusão, contato anterior nas excursões e forças direcionadas no longo eixo dos dentes e no maior número de dentes possíveis (BORGES et al., 2007). Segundo Duarte et al. (2008) a desarmonia oclusal é um fator de risco na causa de sintomatologia dolorosa, principalmente na musculatura da mastigação; e o ajuste oclusal é uma modalidade de tratamento das DTMs, sendo o ajuste oclusal por desgaste seletivo um tipo de procedimento de tratamento de disfunção do sistema mastigatório que, apesar de gerar muitas controvérsias, é um procedimento efetivo quando corretamente aplicado. O ajuste oclusal traz benefícios conforme enfatizado pelos autores que acreditam na melhoria da função do sistema mastigatório, promovendo melhor saúde, reduzindo o desconforto, proporcionando estabilidade a este sistema; facilitando o metabolismo dos tecidos injuriados até a diminuição ou eliminação de dores de cabeça por tensão muscular. A estabilidade oclusal deve ser buscada sempre pelos cirurgiões-dentistas em todos os procedimentos realizados, pois ela é fundamental na preservação da saúde das unidades fisiológicas do sistema estomatognático. Oclusão traumática, doença degenerativa articular, distúrbios do crescimento e tumor foram apresentados como algumas das etiologias para a disfunção da ATM. 33 Costa et al. (1980), examinando uma amostra de 15 pacientes tratados ortodonticamente e escolhidos aleatoriamente pelo departamento de ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru, constataram que 100% dos casos tratados ortodonticamente tinham a presença de contatos deflectivos em RC no final do tratamento. A partir daí, trataram os pacientes com ajuste oclusal, obtendo uma melhora da oclusão, um aumento do número de contatos em cúspides de contenção cêntrica em 100% dos casos, aproximando a RC da oclusão cêntrica em todos os casos. Com esse estudo, concluíram que o ajuste oclusal aumentou a eficiência mastigatória e a estabilidade oclusal. Ferreira Neto et al. (2003) salientaram que o objetivo do ajuste oclusal por desgaste seletivo é adaptar a forma e o contorno dentários para melhorar as relações funcionais da dentição de modo que os dentes e o periodonto recebam estímulo funcional uniforme e as superfícies oclusais dos dentes estejam expostas a um desgaste fisiológico semelhante com as forças oclusais orientadas em uma direção vertical, passando pelo longo eixo dos dentes. No desgaste seletivo para eliminação do deslizamento em cêntrica, deve-se tratar de estabilizar a oclusão e manter a função cúspide-fossa, ajustando as cúspides vestibulares dos dentes inferiores às fossas centrais dos dentes superiores e as cúspides palatinas dos dentes superiores às fossas centrais dos dentes inferiores. Antes de proceder aos ajustes da oclusão, um diagnóstico deve ser realizado, continuam os autores, pois a manipulação do paciente, para relação cêntrica, é o ponto de partida desde o início do tratamento ortodôntico, ao invés da visualização da posição de máxima intercuspidação. A posição dos côndilos deve estar correta, antes que os dentes sejam considerados. A partir da determinação da posição de relação cêntrica, reproduzível, os dentes serão adaptados para estar em harmonia com a ATM. Neste sentido, os autores enfatizam que o diagnóstico de deslizes e interferências oclusais, a partir da posição de relação cêntrica e durante as excursões excêntricas da mandíbula, pode ser realizado visualmente ou registrado com papel articular ou cera. É 34 aconselhável que o Ortodontista guie estes registros, pois o paciente pode, inconscientemente, seguir uma trajetória de menor desconforto para si, evitando as interferências. Para se conseguir resultados excelentes com o tratamento ortodôntico é necessário avaliar o paciente de forma dinâmica. Afirmam que se pode finalizar um caso clínico complexo com RC coincidente com a OH, através do ajuste oclusal, pós-terapia ortodôntica. A interferência oclusal é um fator importante no desencadeamento de DTM, podendo ou não ser coadjuvante, havendo também a influência de fatores psicológicos. Dessa forma, o ajuste oclusal por desgaste seletivo é um procedimento efetivo quando corretamente aplicado. Long Jr. (1973), após revisão da literatura e observação clínica sobre o ajuste oclusal por desgaste seletivo, afirmou que, diante de diagnóstico e realização de ajuste oclusal corretos, há interrupção da sintomatologia, havendo, contudo, necessidade de acompanhamento do paciente após o tratamento, pela possibilidade de haver alguma alteração adaptativa, como extrusão, rotação ou migração de algum dente ou alterações nos tecidos das articulações temporomandibulares, certificando-se, assim, de que houve ajuste efetivo (BORGES et al., 2008). Santos et al. (2005), descreveram o ajuste oclusal por desgaste seletivo como forma de eliminar as interferências oclusais durante os movimentos funcionais, promover a remissão dos sintomas de disfunção no sistema estomatognático e aumentar o número de contatos na oclusão de relação cêntrica, justificando sua utilização ao final do tratamento ortodôntico. Assim, pode-se concluir que desequilíbrio oclusal pode ser fator desencadeante de sintomatologia dolorosa no sistema estomatognático; o ajuste oclusal por desgaste seletivo pode ser empregado como uma terapêutica complementar do tratamento ortodôntico. Muitos pacientes, durante ou após o tratamento ortodôntico, podem desenvolver sinais e sintomas de disfunção temporomandibular (DTM). Conclui nestes estudos que a sintomatologia dolorosa ou recidiva de 35 maloclusão, pós tratamento ortodôntico, ocorreu em pacientes não submetidos ao refinamento do equilíbrio oclusal (VALENCIA et al., 1994). De acordo com Ferreira (2009) Okeson em 1992 definiu o ajuste oclusal como um equilíbrio da oclusão por meio de desgastes seletivos e afirmou que o uso deste procedimento é limitado pelo fato de serem permanentes e irreversíveis. Desgastes seletivos estão indicados para eliminar uma desordem temporomandibular complementar, associados com mudanças e como oclusais ao tratamento tratamento ortodôntico, por exemplo. Afirmou também que ajustes oclusais por desgastes são a eliminação do deslize das posições de relação cêntrica para máxima intercuspidação. O deslize da mandíbula é causado pela instabilidade dos contatos entre vertentes de dentes opostos. Quando a ponta de cúspide contata uma superfície plana em relação cêntrica e uma força é aplicada pelos músculos elevadores da mandíbula, não ocorre deslize. Assim, para se conseguirem contatos aceitáveis em relação cêntrica, deve-se alterar ou recontornar todas as vertentes em ponta de cúspide ou superfície plana. O desgaste de interferências durante os movimentos excêntricos tem como objetivo, complementar o aspecto funcional dos contatos dentários, que irão servir para guiar a mandíbula por meio destes movimentos. Em função, os dentes posteriores não são apropriados para receber forças geradas nos movimentos excêntricos e desgastes, sendo assim são realizados para que somente os dentes anteriores façam a desoclusão bilateral dos dentes posteriores. Santos (2008) afirmou que o ajuste oclusal deve ter uma indicação específica para cada paciente. Não deve ser feito como um procedimento profilático na esperança de retardar algo ainda não existente no momento, mas talvez esperado para o futuro. Existem indicações e contra-indicações específicas para o ajuste oclusal. Descreveu também que a estabilidade dos resultados ortodônticos pode ser aumentada por meio do ajuste oclusal e que o melhor momento para o ajuste oclusal pós-ortodôntico parece ser depois que a manutenção tenha ocorrido por seis a oito meses. A instabilidade oclusal após o tratamento ortodôntico parece ser uma 36 parte do fenômeno de retorno à condição anterior e os resultados podem ser melhorados com o ajuste oclusal. Relatou ainda os pré-requisitos para o ajuste oclusal, como condições prévias importantes que devem ser consideradas e se alguma delas não for encontrada, os resultados serão menores do que se espera ou piores do que antes do ajuste oclusal. Nenhum ajuste pode ser realizado, a menos que seja certa a facilidade de obtenção da posição de relação cêntrica, que também não deve causar desconforto para ser conseguida. Se causar dor, deve-se suspeitar de disfunção ou técnica inadequada. Certos pacientes irão necessitar de terapia por placa, antes do ajuste oclusal, de forma a realizar este prérequisito e por fim a realização da regra do teste dos terços é um prérequisito anatômico que auxilia em assegurar que a remoção de estrutura dental seja economizada e que as forças de fechamento seriam mais próximas dos longos eixos dos dentes. Enquanto se examina o modelo montado em relação cêntrica ou se mantém a mandíbula no primeiro contato em relação cêntrica, notar a posição da cúspide vestibular dos pré-molares inferiores em relação à cúspide palatina dos pré-molares superiores. O ajuste diagnóstico nos modelos é vital antes de realizar a decisão final. Bellini et al. (2008) realizaram um trabalho com o objetivo de fazer uma revisão da literatura a respeito da necessidade do ajuste oclusal por desgaste seletivo pós-tratamento ortodôntico em pacientes que não apresentavam disfunção temporomandibular, visto que é um procedimento clínico que tem como finalidade obter uma estabilidade mandibular, livre de prematuridades e interferências oclusais. Após revisar a literatura, desde 1899 até 2003, chegaram à conclusão que o ajuste oclusal pode ser indicado após o tratamento ortodôntico a fim de se obter uma estabilidade mandibular adequada, livre de interferências oclusais, que causam recidivas e problemas articulares. Porém, o ajuste oclusal por desgaste seletivo, deve ser feito com muito critério, pois qualquer falha em seu planejamento ou execução leva a danos irreversíveis para o paciente. 37 Mello (2008) analisou a atividade eletromiográfica em 18 indivíduos de ambos os sexos submetidos a tratamento ortodôntico corretivo com a mecânica de Edgewise, comparando um grupo controle constituído por 09 indivíduos, que ao término do tratamento ortodôntico, apresentaram uma MIH igual a RC, com 09 indivíduos que ao término do tratamento ortodôntico, apresentaram uma MIH diferente da RC e avalia-los novamente após o ajuste oclusal. Na condição clínica de mastigação, após o ajuste oclusal, verificou-se um equilíbrio da atividade eletromiográfica de todos os músculos analisados, com exceção do masseter direito onde a atividade eletromiográfica foi maior após o ajuste. O ajuste promoveu uma aproximação dos padrões regulados pelo grupo controle. Deve ressaltar também que os indivíduos com parafunção aumentam a força sobre os dentes, o que levará ao recebimento de mais carga oclusal nos prematuros. O ajuste oclusal será benéfico, pois proporcionará uma melhor distribuição das forças oclusais nestes indivíduos. Levando em consideração a metodologia utilizada e os resultados obtidos é lícito concluir que em todas as condições clínicas analisadas não houve diferença estatisticamente significante dentro dos grupos avaliados, ocorrendo, entretanto variações diferentes das atividades eletromiográficas dos músculos masseter e temporal direito e esquerdo. Brandão & Brandão (2008) consideram aceitável que, ao final do tratamento ortodôntico, exista uma diferença de RC para MIH de até 3 mm, com desvio para anterior da mandíbula, desde que não gere forças horizontais excessivas sobre os dentes anteriores; trespasse vertical adequado, normalmente, entre 2 e 3 mm; na abertura e fechamento, os contatos nos dentes anteriores devem ser mais leves em relação aos posteriores, e os dentes anteriores devem promover imediata desoclusão dos dentes posteriores nos movimentos excursivos. A guia pelo canino é preferencial em relação à função em grupo nos movimentos laterais da mandíbula e não devem existir interferências dos dentes no lado de não trabalho. Durante a fase de finalização do tratamento ortodôntico, o profissional que busca excelência em seus resultados encontra, 38 frequentemente, três problemas comuns ao fazer análise oclusal: pequeno desvio de RC para MIH, que deve ser corrigido caso gere fortes contatos nos dentes anteriores; diferença de magnitude dos contatos oclusais bilaterais; ausência de alguns contatos oclusais necessários para o equilíbrio oclusal e estabilização mandibular. O ajuste oclusal pode promover a remoção desses fatores indesejáveis e encurtar o tempo do tratamento. Compagnoni (1994) selecionou 40 pacientes dentados naturais superior e inferior, em que, verificou-se a análise e o ajuste oclusal obtido através de um método clínico e através de uma análise oclusal computadorizada utilizando o sistema T-SCAN. Foram analisados os seguintes aspectos: se o primeiro ponto de contato oclusal em oclusão cêntrica e MIH obtido através do método clínico convencional corresponde ao obtido através da análise oclusal computadorizada através do sistema T-SCAN e; se a técnica de ajuste oclusal feita através do método clínico convencional proporciona uma estabilização oclusal que seja confirmada pela análise computadorizada utilizando-se o sistema T-SCAN. Observouse que não houve coincidência entre os pontos de contatos oclusais antes e após o ajuste oclusal ser realizado, nas posições OC e MIH, em torno de 50% para ambos os métodos estudados. A utilização do sistema T-SCAN se justifica mediante os seguintes aspectos: constatar através de um sistema mais sensível os pontos oclusais; observar a igualdade da intensidade das forças oclusais que incidem sobre os dentes após o ajuste oclusal realizado; o sistema T-Scan não deve ser visto como um método isolado para a realização de ajuste oclusal, ele deve ser complementado com o MCC o qual possibilita o direcionamento dos desgastes oclusais a serem realizados, pois o sistema T-SCAN nos fornece o local ou região que devemos atuar. Segundo Madeira & Vanzelli (1999) o tratamento ortodôntico ao alcançar a oclusão normal deveria ter como características os movimentos mandibulares livres de interferências oclusais. Quando estes objetivos não são alcançados os ortodontistas devem usar o ajuste das superfícies 39 dentárias como método de complementação do tratamento ortodôntico, pois os contatos prematuros são desencadeadores de instabilidade dos resultados e necessitam ser eliminados refinando a oclusão. Em relato de caso clínico, Crepaldi (2008) mostrou que os desgastes dentários no ajuste oclusal devem ser seletivos e conservadores e as mesmas dimensões de contatos verticais devem ser alcançadas para todos os dentes em cêntrica, com isso, os contatos iguais em fechamento resultarão em uma pressão igual nas porções centrais dos discos articulares, avasculares desprovidos de nervos sensitivos capazes de suportarem o estress sem injúria ou dor. Como resultado ocorreram homogeinização dos contatos dentários em relação cêntrica, movimentos de lateralidade guiados pelos caninos com desoclusão dos demais dentes, guia anterior com desoclusão pelos quatro incisivos inferiores e superiores, diminuição e até eliminação dos espaços negros com os arcos dentários em oclusão. Segundo Simamoto Junior et al. (2005) todo tratamento que envolver mudança na condição oclusal existente deverá fazer o ajuste oclusal como terapia complementar para promover condições oclusais fisiológicas, sendo que, estas condições devem proporcionar harmonia entre a estrutura dental, sistema neuromuscular, ATM, periodonto, mastigação, fonação e deglutição não limitando apenas em fatores estéticos e estáticos. Brandão & Brandão (2008) afirmaram que o ajuste oclusal não está indicado como substituto do movimento dentário, mas é determinante para evitar seqüelas de trauma oclusal. O ajuste por desgaste deve ser realizado seis meses após o tratamento ortodôntico para corrigir pequenos erros e promover melhor estabilidade oclusal e mandibular. De acordo com Bataglion (2009), uma modalidade terapêutica de se proporcionar oclusão estável é o ajuste oclusal por desgaste seletivo, que deve ser realizado seguindo-se algumas etapas para evitar iatrogenias. O autor preconizou que o paciente deve estar assintomático para facilitar a montagem de modelos no articulador semiajustável em relação cêntrica 40 com o auxílio do JIG, que tem a função de desprogramação neuromuscular. Após a montagem dos modelos no articulador deve-se proceder à análise oclusal, o mapeamento das prematuridades e do desgaste seletivo com fitas de papel celofane e papel carbono articular com a finalidade de direcionar a sequência da realização do desgaste dos dentes envolvidos na prematuridade no articulador antes da realização do ajuste oclusal clínico. Após ter-se mapeado a sequência do ajuste no articulador, o procedimento pode ser realizado clinicamente, com o auxílio do JIG, instalado entre os incisivos centrais do paciente. A face palatina do JIG deve ser marcada com fita de papel carbono articular e, sequencialmente, desgastada com fresa até a ocorrência do primeiro contato de dentes antagonistas, que serão os prematuros. Na sequência, o carbono deve ser interposto entre esses dentes, desgastando os contatos prematuros com brocas multilaminadas, priorizando planos inclinados e evitando o desgaste de ponta de cúspides cêntricas. Ajustado o primeiro contato, o procedimento deve ser repetido, marcando-se a face palatina do JIG, desgastando-a novamente com fresas, até novo contato prematuro ocorrer e ser desgastado. Este procedimento deve ser sucessivamente realizado até a inexistência de prematuridades que denotará a finalização do ajuste, observando-se a máxima intercuspidação dos dentes ocorrerem sem desvios e sem deslizes. Dessa forma, o autor considera que pode ser obtida uma oclusão estável com equilíbrio oclusal sem iatrogenias ao paciente. Pinzan et al. (2009) ponderam que se o profissional não diagnosticar a interferência, esta pode atrasar o tempo de tratamento ou mesmo promover mobilidade desnecessária. Segundo os autores, um dente restaurado conforme a situação prévia permitida pode ficar sub ou superrestaurado e permitir que os dentes antagonistas migrem verticalmente, dificultando movimentações e finalizações. 41 4. DISCUSSÃO A busca por resultados adequados no tratamento ortodôntico, principalmente em relação à estabilidade dos resultados pós-tratamento, consiste em um desafio para a ortodontia. Nos tempos atuais, para se fazer uma ortodontia de qualidade, bem como um ajuste da oclusão, é imprescindível que o profissional conheça a fundo as regras de oclusão, bem como suas definições. Os conhecimentos da ATM e da posição de RC são de suma importância para se conseguir uma oclusão estável. Calazans et al. (2000) e Capote et al. (2004) concordam ao afirmar que Angle (1899) foi pioneiro na conceituação de oclusão normal, considerando os planos oclusais dos dentes com os arcos em oclusão, trazendo grande influência para a odontologia, com maior reconhecimento após sua morte. Já Ramfjord e Ash (1971) abordaram conceitos de oclusão normal e balanceada em PT (próteses totais) e ortodontia. Porém, apenas em 1972, Andrews estabeleceu as seis chaves para uma oclusão normal como a meta ideal estática a ser obtida ao término dos tratamentos ortodônticos. A oclusão não é uma relação de contatos estática, mas, um sistema integrado por estruturas de suporte, articulação têmporo-mandibular e um sistema neuromuscular. Um conceito prático de oclusão ideal, que reconhece a relação existente entre articulação têmporo-mandibular, dentes e sistema neuromuscular, deveria servir de base para o tratamento de todos os problemas ortodônticos (MONNERAT; MUCHA, 2000). O ajuste oclusal em ortodontia é uma terapia que objetiva o equilíbrio oclusal, promovendo a estabilização dentária. É definido como a obtenção de contatos oclusais em que prevaleçam as resultantes de forças no sentido do longo eixo do dente, visto que, resultantes horizontais são indesejáveis, pois comprometem a estabilização dentária e mandibular. 42 Da mesma forma, a necessidade de que se distribua a força da oclusão sobre todos os dentes posteriores para que haja contatos bilaterais simultâneos e estáveis, evitando a sobrecarga em determinadas regiões. Para que isto ocorra, são necessários contatos bem estabelecidos e coincidência da posição dental de MIH com a posição condilar de RC, sem desvios, ou seja, que não ocorra deslize de uma para outra (NETTO et al., 1995; BRANDÃO; BRANDÃO, 2008; BATAGLION, 2009). Os casos ortodônticos devem ser analisados sempre em RC ao início, durante e ao final do tratamento ortodôntico (ROTH, 1973; ROTH, 1981; JANSON et al. 1990; BARONE & PEREIRA, 2011). Vários trabalhos confirmam as vantagens clínicas e funcionais do ajuste oclusal pós-tratamento ortodôntico como provável aumento na estabilidade do posicionamento dentário, estabilização radiográfica de reabsorções radiculares por trauma e possível moderação da sintomatologia dolorosa em pacientes com disfunção temporomandibular, quando sob a influência da condição oclusal (SAITO et al., 1977; SANTOS, 1978; VIOLA; PAIVA, 1982; CONSOLARO, 2008). Autores como Janson & Martins (1990) e Ferreira Neto et al.(2003), observaram a importância da máxima intercuspidação habitual e da relação cêntrica com o ajuste oclusal. Bellini et al.(1998) relataram que em muitos casos tratados ortodonticamente a RC não coincidia com a MIH. Costa et al. (1980) analisando vários casos terminados ortodonticamente observou que 85% dos casos não terminavam a RC coincidindo com a MIH. Ferreira Neto et al. (2003) mostraram que o ajuste oclusal com desgaste devem ser seletivos e conservadores e as mesmas dimensões de contatos verticais devem ser alcançadas para todos os dentes em cêntrica. Observou-se que todos os autores foram unânimes ao concordar com a importância do ajuste oclusal pós-tratamento ortodôntico. Para Janson & Martins (1990), o objetivo do tratamento ortodôntico deve ser, além de produzir uma melhor estética facial e uma oclusão ideal, proporcionar uma oclusão harmoniosa com a articulação 43 temporomandibular, com contatos múltiplos e de mesma intensidade em todos os dentes para o fechamento em cêntrica. Para isso, requer-se um grau de ajuste oclusal por desgaste. Costa, Janson, Passaneti (1980) e Crepaldi (2008) afirmaram que o ajuste oclusal é uma importante ferramenta da ortodontia para finalização dos casos, eliminando os contatos prematuros e interferências e aproximando a MIH da RC. Porém para Brandão & Brandão (2008) e Bellini (2009)o ideal seria que o tratamento ortodôntico fosse iniciado com o diagnóstico em RC e a finalização também, mesmo que para chegar a essa relação seja indicado o AO. Em casos de grandes discrepâncias entre RC e MIH o ajuste oclusal estaria contra-indicado, necessitando assim de retratamento ortodôntico. De acordo com Madeira & Vanzelli (1999); Ferreira Neto et al.(2003); a oclusão deve ser constantemente monitorada e o dentista poderá intervir com ajuste antes, durante e após o tratamento ortodôntico, sempre que haja interferências oclusais prejudiciais. Brandão & Brandão (2008) e Duarte (2008) preconizam o uso do ajuste oclusal durante a fase ativa do tratamento ortodôntico para minimizar as forças oclusais nocivas que estejam por tempo prolongado sobre os dentes. Janson & Martins (1990) e Simamoto Junior et al. (2005) preconizam a eliminação de interferências grosseiras logo após a remoção do aparelho e uma segunda sessão em torno de noventa dias. Brandão & Brandão (2008) recomendam o ajuste seis meses após a remoção do aparelho. Para Ferreira (2009), somente devem ser efetuados ajustes oclusais para a eliminação de interferências mais intensas, uma vez que nos primeiros meses após a remoção dos aparelhos haveria uma tendência natural e fisiológica de reacomodação, buscando uma adaptação às forças funcionais geradas pela própria dinâmica do sistema estomatognático. Deste modo, após essa fase inicial de readaptação fisiológica, os ajustes oclusais mais detalhados poderão ser iniciados. Quanto ao melhor momento para se efetuar o ajuste oclusal, Santos (2008) concorda com Pinzan et al. (2009) quando recomendam seis a oito 44 meses pós-tratamento ortodôntico para o refinamento da oclusão dentária. Alguns autores acreditam que caso não seja feito o ajuste oclusal por desgaste seletivo após o tratamento ortodôntico, podem surgir anormalidades, como, por exemplo, Consolaro (2006) que considera a recessão periodontal, um efeito iatrogênico que pode aparecer durante a Ortodontia ou se estabelecer de forma tardia após o tratamento finalizado, acreditando que o ajuste oclusal por desgaste seletivo seria importante para evitar tais situações concordando com Bósio em 2004, quando concluiu que a sintomatologia dolorosa ou recidiva de maloclusão, após o tratamento ortodôntico, ocorre em pacientes não submetidos ao refinamento do equilíbrio oclusal e também com Compagnoni et al. (1994) que acreditam no ajuste oclusal por desgaste seletivo como parte integrante do tratamento ortodôntico, prevenindo disfunção dolorosa da ATM. Ramjford & Ash (1987) afirmaram que é importante enfatizar que o ajuste oclusal é um procedimento irreversível e que deve ser realizado apenas quando há absoluta certeza que a oclusão existente está causando algum distúrbio ao sistema mastigatório, corroborado por Monnerat e Mucha (1998). O ajuste oclusal, apesar de um ótimo tratamento, deve ser executado para eliminar as interferências oclusais e contatos prematuros e esses, além de provocar problemas articulares e musculares, são fatores desencadeantes de problemas periodontais (CONSOLARO, 2008). Não obstante, a estabilidade oclusal resultante desse procedimento contribui para a prevenção de eventuais recidivas (RINCHUSE et al., 2006; PALOMARES et al., 2006). O articulador mostrou-se um instrumento de grande valor na orientação do estudo da oclusão e do planejamento mais adequado na busca do equilíbrio oclusal, uma vez que a montagem dos modelos de estudo e de trabalho reproduziria as relações oclusais do paciente. (EDUARDO & SAITO, 1999; DURSO et al., 2002; LAFFITE et al., 2005). 45 Em 1980, Costa et al. comprovou através do articulador totalmente ajustável que o ajuste oclusal proporcionou maior estabilidade em relação cêntrica, aumentando o número de contatos e eliminando as interferências nos movimentos de excursões mandibulares. Pascoal (1994); Borges et al. (2008); Pinzan et al. (2009) e Abreu (2010); indicaram o ajuste oclusal por desgaste seletivo, como meio de promover a remoção de fatores indesejáveis e encurtar o tempo do tratamento na ortodontia enquanto Bof (1996), esclarecia que o ajuste oclusal deve ter uma indicação específica para cada paciente. Outros autores, contra-indicaram o ajuste oclusal nos seguintes casos: profilaticamente, sem diagnóstico da causa do distúrbio, desconhecimento da técnica correta de como fazê-lo, o mau ajuste piora o quadro (FERNANDES NETO et al.,2004; BORGES et al., 2007); e em pacientes com sobreoclusão profunda, grandes abrasões, portadores de grande sensibilidade (CORTÉS, 2007; COELHO, 2010; BAUMGRATZ, 2012). Santos et al. (2005), concluíram que o ajuste oclusal por desgaste seletivo como forma de eliminar as interferências oclusais durante os movimentos funcionais, promover a remissão dos sintomas de disfunção no sistema estomatognático e aumentar o número de contatos na oclusão de relação cêntrica, justifica sua utilização ao final do tratamento ortodôntico da mesma forma que Crepaldi et al. (2011), demonstram sua eficácia no fechamento de mordida anterior leve. Autores como Santos (1978), Simões et al. (1992), Macedo (2009) e Fernandes Neto et al. (2008) afirmaram que o ajuste oclusal deve ser feito como complemento do tratamento ortodôntico e não como um substituto de uma ortodontia bem feita. Enquanto Mello (2008) e Lopes (2010) demonstram que uma avaliação e um planejamento são necessários para se verificar a real possibilidade de desgaste para se chegar a estabilidade de oclusão por desgaste seletivo, Valencia et al. (1994) e Veldovelho Filho et al. (2004) 46 estabelece regras para o ajuste oclusal, que devem ser conhecidas e rigorosamente seguidas. Weissheimer et al. (2007) e Lopes (2011) chegaram à conclusão que o ajuste oclusal pode ser indicado após o tratamento ortodôntico, a fim de se obter uma estabilidade mandibular adequada, livre de interferências oclusais, que causam recidivas e problemas articulares, enquanto Brandão e Brandão (2008) e Borges et al. (2008), concluíram que ajuste oclusal pode promover a remoção de fatores indesejáveis e encurtar o tempo do tratamento. Porém, todos eles concordam que o ajuste oclusal por desgaste seletivo, deve ser feito com muito critério, pois qualquer falha em seu planejamento ou execução leva a danos irreversíveis para o paciente. 47 5. CONCLUSÃO O ajuste oclusal é um recurso muito importante e útil para o ortodontista na finalização de seus casos, pois por meio dele pode-se obter uma estabilidade mandibular adequada, livre de prematuridades e interferências oclusais, visto que as interferências oclusais são fatores que podem levarà recidivas, apinhamentos e disfunções da articulação temporomandibular e, por isso, devem ser eliminados. O ajuste oclusal por desgaste seletivo é um recurso terapêutico por meio do qual pode-se conseguir uma estabilidade da oclusão, porém deve-se sempre levar em consideração que é um procedimento irreversível e para realizá-lo, o profissional deve ter um conhecimento profundo de oclusão e da função do sistema estomatognático. Os conceitos de relação cêntrica, oclusão cêntrica, máxima intercuspidação, movimentos excursivos mandibulares devem estar muito claros para o profissional, assim como a necessidade de se fazer uma avaliação prévia do caso com a montagem dos modelos em articulador semiajustável e uma análise criteriosa de todas as funções mastigatórias. Deve ser muito bem planejado e nunca feito diretamente na boca do paciente. O ajuste oclusal pode diminuir o tempo de ortodontia quando indicado corretamente, podendo ser usado durante o tratamento, na presença de interferências oclusais e antes do início, na presença de desvios funcionais da mandíbula; prevenindo futuros problemas na articulação temporomandibular, devido à estabilidade oclusal que proporciona. O ajuste oclusal deve ser feito como complemento e não como substituto de uma ortodontia bem feita; e tem suas limitações, como no caso de grandes discrepâncias oclusais em que o retratamento ortodôntico se torna o procedimento mais indicado. 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, L. E. Ajuste oclusal. 2010, 48p. (Monografia de Especialização em Ortodontia) ICS - Instituto de Ciências da Saúde FUNORTE/SOEBRÁS, Núcleo Alfenas, Alfenas, 2010. BARONE, T. Y.; PEREIRA, C. B. A importância do diagnóstico ortodôntico em relação cêntrica. In: Simpósio Radiologia, Ortodontia e Ortopedia Facial. 2011. Anais... Simpósio Radiologia, Ortodontia e Ortopedia Facial, 2011. Resumo (Virtual) BATAGLION, C. Ajuste oclusal por desgaste seletivo: como proceder? APCD SAÚDE, Araçatuba, v.30, n.2, p. 4-5, out/nov/dez, 2009. BAUMGRATZ, C. F. Contenção e estabilidade da oclusão pós tratamento ortodôntico. 2012, 34p. (Monografia de Especialização em Ortodontia) ICS – INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Funorte/ Soebras, núcleo Contagem, Contagem, 2012. BELLINI, L. P. F.; CAVALHEIRO, C.; DAVID, S. M. N.; DAVID, A. F.A necessidade do ajuste oclusal por desgaste seletivo pós-tratamento ortodôntico em pacientes que não apresentavam disfunção temporomandibular. Revista ESPELHO CLINICO. São Caetano do Sul, v. 12, n. 68,p. 9-14, junho 2008. BELLINI, L.P.F., ORTOLANI, C.L.F., FALTIN JÚNIOR, K., David, S.M.N., David, A.F. Occlusal adjustment post orthodontic treatment in patients with had not showed disorders of temporomandibular joint. Rev Inst Ciênc Saúde. São Paulo, v.27, n.1, p.62-6, 2009. BOF, P. L. Oclusão em ortodontia. 1996, 21p (Monografia de Especialização em Ortodontia) Escola de Aperfeiçoamento Profissional do ABC, São Bernardo do Campo, 1996. BORGES, R. N.; MELO, M.; OLIVEIRA, D. R.; CUNHA, L. M. Ajuste oclusal como método de complementação do tratamento ortodôntico - relato de caso clinico. RCO - REV. do Curso de Odontologia da UniEVANGELICA, Anápolis, v. 9, n. 2, p 93-96 jul/dez. 2007. BORGES, R. N.; MELO, M.; OLIVEIRA, D. R.; SILVA, R. V. Análise clinica do ajuste oclusal por desgaste seletivo pós-tratamento ortodôntico. RCO REV. do Curso de Odontologia da UniEVANGELICA, Anápolis, v. 10, n. 1, p. 23-26, jan./jun. 2008. 49 BÓSIO, J. A. O paradigma da relação entre oclusão, Ortodontia e disfunção têmporo-mandibular. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 9, n. 6, p. 84-89, nov./dez. 2004. BRANDÃO, R.C.B.; BRANDÃO, L.B.C. Ajuste oclusal na Ortodontia: por que, quando e como? Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v.13, n.3, p.124-126, maio-jun. 2008. CALAZANS, P. M.; GOUVÊA, M. V.; TEXEIRA, M. C. B.; GOMES, I.L. O ajuste oclusal como um procedimento da terapia ortodôntica. Revista Fluminense de Odontologia, Niterói, v.6, n.13, p.21-25, jan./jul. 2000. CAPOTE, T. S. O.; ORRICO, S. R. P.; VIEIRA, C. L. Z. Análise dos contatos oclusais em pacientes tratados ortodonticamente comparados a pacientes com oclusão normal. Revista Paulista de Odontologia, São Paulo, v. 26, n. 01, p. 16-19, jan./fev. 2004. COELHO, L. S. A importância do ajuste oclusal na finalização do tratamento ortodôntico. 2010, 54p. (Monografia de Especialização em Ortodontia) INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS FUNORTESOEBRAS NÚCLEO ALFENAS, Alfenas, 2010. COMPAGNONI, M.; NOGUEIRA, S. S; RUSSI, S.; LOMBARDO, J. G.; MOLLO JUNIOR, F. A. Verificação da análise oclusal obtida através do ajuste oclusal realizado pelo método clínico convencional e pela análise oclusal computadorizada utilizando-se o sistema T-SCAN em pacientes dentados naturais. Rev. Fac. Odont. Bauru, Bauru, v.2, n.3, p.45-50, out./dez. 1994. CONSOLARO, A. Análise oclusal após a remoção do aparelho faz parte do tratamento ortodôntico Qual a prioridade: função ou estética? Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 5, n.3, p. 110-111, jun/jul. 2006. CONSOLARO, A. – Trauma oclusal antes, durante e depois do tratamento ortodôntico: aspectos morfológicos de sua manifestação. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v.13, n.6, p. 20-23, nov/dez. 2008. COSTA, V.; JANSON, W. A.; PASSANESI, E. Ajuste oclusal: uma forma de melhorar as relações oclusais obtidas ortodonticamente. 1980, 51p. (Monografia de Especialização em Ortodontia) Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, 1980. CORTÉS, N. La oclusión: un concepto fundante de la odontología. Rev Fac Odontol Univ Antioq; Medellin, v.19, n.1, p. 143-152, jun./jul. 2007. 50 CREPALDI, M. V. Avaliação do tratamento da mordida aberta com ajuste oclusal. 2008. 119 p. (Tese de doutoramento em Odontologia), Faculdade de Odontologia de Bauru, Bauru, 2008. CREPALDI, M. V.; CREPALDI, A. A.; FREITAS, K. M. S.; JANSON, G.; PICHININ, R. Ajuste oclusal em ortodontia: uma revisão de literatura. Revista Faipe, São Paulo, v. 1, n. 2, p.38-46, jul./dez. 2011. DUARTE, L. R.; BORGES, R. N.; MELO, M. Ajuste oclusal por desgaste seletivo : revisão de literatura. RCO - REV. do Curso de Odontologia da UniEVANGELICA, Anápolis, v. 10, n. 1, p 62-65, jan./jun. 2008. DURSO, B. C.; AZEVEDO, L. R.; FERREIRA, J. T. L. Inter-relação Ortodontia X Disfunção da Articulação Temporomandibular. J Bras Ortodon Ortop Facial, Curitiba, v.7, n.38, p. 155-160, mar./abr. 2002. EDUARDO, C. P.; SAITO, T. Oclusão. Interferências oclusais e suas consequências. Revista RBO, Rio de Janeiro, v.XLVI, n.2, p.2-15, mar./abr. 1999. FERNANDES NETO, A.J., et al. Conduta terapêutica - ajuste oclusal por desgaste seletivo. Univ. Fed. Uberlândia – p. 136-149, 2004. Disponível em: www.fo.ufu.br/sites/fo.ufu.br/files/Anexos/Documentos/Anexos_RoteiroOc lusãoCap15.pdf acessado em: 28 de agosto de 2013. FERREIRA NETO, J. J; MIGUEL NETO, A. B.; VILELLA, O. V. Ajuste oclusal por desgaste seletivo após tratamento ortodôntico. J Bras Ortodon Ortop Facial, Rio de Janeiro, v. 8, n.47, p.362-373, 2003. FERREIRA, R. H. Ajuste oclusal por desgaste seletivo na terapia ortodôntica. 2009, 26p. (Monografia de Especialização em Prótese Odontológica) Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Vale do Rio Doce, Governador Valadares, 2009. JANSON, G. R. P.; MARTINS, D. R. Analise funcional e ajuste oclusal em Ortodontia: estudo clínico. Ortodontia, São Paulo, v.23, n.1, p. 4-15, 1990. LAFFITTE, G. O., RODRÍGUEZ, M. L.; CARRERA, L. D.; GRAU, I.; CASTILLO, R. Interferencias oclusales en pacientes de alta de Ortodoncia. Facultad de Estomatología. Habana, feb.2005. LOPES, F. F. P. A importância do ajuste oclusal pós-tratamento ortodôntico. 2010, 25p. (Monografia de Especialização em Ortodontia) INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - ICS FUNORTE- SOEBRAS NÚCLEO CONTAGEM, Contagem, 2010. 51 LOPES, D. S. M. Ajuste oclusal por desgaste seletivo na ortodontia e na odontologia em geral (Monografia de Especialização em Ortodontia) INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - ICS FUNORTE- SOEBRAS NÚCLEO CONTAGEM, Contagem, 2011. MACEDO, A. Ajuste oclusal na finalização do tratamento ortodôntico. Rev. Ortodontia SPO, São Paulo, v.42, n.1, p.74-79, jul./ago. 2009. MADEIRA, M. R. & VANZELLI, A. C. Ajustes oclusais como método de complementação do tratamento ortodôntico. Rev. Paul. Odontol., São Paulo, Ano XXI,n.4, p.12-5, jul./ago. 1999. MELLO, R. F. H. Análise eletromiográfica dos músculos temporal e masseter, antes e após ajuste oclusal, em pacientes tratados ortodonticamente. 2008, 78p. (Dissertação de Mestrado em Reabilitação Oral) Faculdade de odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008. MONNERAT, C.; MUCHA, J.N. A oclusão funcional ideal e a estabilidade do tratamento ortodôntico – uma revisão. Rev Ortodontia Gaúcha, Porto Alegre, v.2, n.2, p.116-126 - jul./dez. 1998. MONNERAT, C.; MUCHA, J.N. Ortodontia - oclusão - estabilidade. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v.5, n.1, p.32-44 jan./fev. 2000. NETTO, H. C.; ARAÚJO, M. A. M.; REGO, M. A. Noções de ajuste oclusal. In: BARROS, J. J.; RODE, S. M. Tratamento das disfunções craniomandibulares: ATM. São Paulo, Santos, 1995, p. 275-99. PASCOAL, R. I.A importância do ajuste oclusal em Ortodontia. Revista do Straight-Wire Brasil, Jundiaí, v. 5, n. 5, p. 8-12, Agosto/Setembro/Outubro/Novembro/Dezembro-1994. PALOMARES, A. R.; CALZADILLA, O. L. R.; LAFFITTE, G. O. Efectividad del ajuste oclusal en pacientes de alta de ortodoncia. Rev Cubana Estomatol, Habana, v.43, n.4, oct./dic. 2006. PINZAN, A.; MIYASHITA, E.; VELLINI-FERREIRA, F. et al. Ajuste oclusal na finalização do tratamento ortodôntico. Ortodontia SPO, São Paulo, v. 42, n. 1, p. 74-79, 2009. RAMFJORD, S.; ASH, M. M. Ajuste oclusal dos dentes naturais. In: RAMFJORD, S. Oclusão. Tradução Dioracy F. Vieira. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Interamericana Ltda., 1987. p. 107-109. 52 RINCHUSE, D. J.; KANDASAMY, S. La relación cêntrica desde uma perspectiva ortodóncia histórica y actual. RAAO, Buenos Aires, vol. XLV, n.2, p.51-57, may./ago. 2006. ROTH, R. H. Gnathological views and aims in orthodontic treatment. Inf. Orthod. Kieferorthop. München, v. 5, n. 4, p. 323-338, 1973. ROTH, R. H. Functional occlusion for the orthodontist: part 1. J Clin Orthod, Boulder, v.15, n.1, p. 32-51, Jan. 1981. SAITO, T.; FAVA, P.; MATSURA, K. Ajuste oclusal. Rev. Ass. paul. Cirurg. Dent. São Paulo, v. 31, n. 3, p.175-197, mai./jun. 1977. SANTOS, J. T. L. Análise oclusal pós - tratamento ortodôntico 1978, 49 p.(Dissertação de Mestrado em Ortodontia) Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, Piracicaba, 1978. SANTOS, N. V. A importância do conhecimento do ajuste oclusal no cotidiano do cirurgião – dentista. 2008, 51 p. (Trabalho de Conclusão de Curso para Graduação em Odontologia) Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2008. SANTOS, R. L.; PITHON, M. M.; OLIVEIRA, M. V. Finalização ortodôntica e oclusão funcional ideal: sua relação com a ATM. Rev. SERVIÇO ATM, Juiz de Fora, v. 5, n. 2, p. 57-62, jul./dez. 2005. SIMÕES, D. O; LIMA, R. S.; POMÍLIO, A. Ajuste oclusal em pacientes tratados ortodonticamente após um ano de contenção. Revista Straight Wire Brasil, Jundiaí, n. 9, v.10, p. 9-18, jan./fev. 1992. SINAMOTO JÚNIOR, P. C.; MIRANDA, R. A.; ALMEIDA, G. A.; SILVA, M. R.; FERNANDES NETO, A. J. Ajuste oclusal como terapia complementar do tratamento ortodôntico. Rev. Bras. Ortodon. Ortop. Facial, São Paulo, v.10, n.57, p.223-231, jul./ago. 2005. VALENCIA, E. G.; GARCÍA, P. A.; RUIZ, S. G.; PEÑA, B. H. P. Análisis funcional de la oclusión em los tratamentos de pacientes ortodônticos (reporte de casos). Universitas Odontologica, Bogotá, n.26, p.53-57, agosto, 1994. VELDOVELHO FILHO, M.; PAGAGNINI, G. A.; TRÓIA JÚNIOR, M. G.; SIMÕES, W. Trauma oclusal e ortodontia. RGO, Porto Alegre, v. 52, n. 4, p. 297-300, out. 2004. VIOLA, D. D.; PAIVA, G. Ortodontia, ajuste oclusal e dentística restauradora na obtenção de oclusão orgânica. Caso clínico. Rev. Ass. paul. Cirurg. Dent, São Paulo, vol. 36, n. 4, p 451-452, jul./ago. 1982. 53 WEISSHEIMER, A., MENEZES, L.M., LIMA, E.M.S., MEZOMO, M., DIAS, D.M. Critérios Básicos e Essenciais para a Finalização do Tratamento Ortodôntico. Revista Ortodontia Gaúcha, Porto Alegre, v. XI, n. 2, p. 37-44, jul./dez. 2007.