FACULDADE NOVOS HORIZONTES ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE ENTIDADES PÚBLICAS Acadêmicos: Carla Cristina Ribeiro Santos Josie Azevedo Assé Vanessa da Conceição Lopes Belo Horizonte – MG Maio/2008 Acadêmicos: Carla Cristina Ribeiro Santos Josie Azevedo Assé Vanessa da Conceição Lopes ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE ENTIDADES PÚBLICAS Apresentação do trabalho interdisciplinar à Faculdade Novos Horizontes como parte das exigências, do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis (5º período). Orientadora: Cristina Otaviana Cruz Possas Belo Horizonte – MG Maio/2008 AGRADECIMENTOS A Deus; Aos nossos professores pelos comentários e sugestões; A nossa família pela compreensão e colaboração; A professora Cristina Possas que tornou possível a realização deste estudo. “As dificuldades são oportunidades vestidas de trabalho.” (Autor desconhecido) SUMÁRIO RESUMO 6 1 INTRODUÇÃO 7 1.1 Contextualização 7 2 REFERENCIAL TEÓRICO 8 2.1 2.2 2.2.1 2.2.1.1 2.2.2 2.2.3 2.3 2.3.1 2.3.2 2.3.3 2.3.4 2.3.5 2.4 2.4.1 2.4.2 2.4.3 2.4.4 2.5 2.6 2.7 Introdução Contabilidade governamental Objeto de estudo da Contabilidade governamental Orçamento público O Plano de Contas e o Sistema de Contas Accountability Balanços Públicos Introdução Balanço Orçamentário Balanço Financeiro Balanço Patrimonial Demonstração das Variações Patrimoniais Análise de Balanços Análise horizontal ou de evolução Análise vertical ou de estrutura Análise de índices ou Quocientes Índices de liquidez Metodologia Pesquisa de campo Estudo de Caso 8 8 9 10 11 13 14 14 14 17 19 20 20 22 23 24 25 29 29 30 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 37 REFERÊNCIAS 38 APÊNDICES Apêndice A – Quadro 1 Apêndice B – Quadro 2 Apêndice C – Quadro 3 Apêndice D – Quadro 4 ANEXOS Anexo B – Balanço Financeiro Anexo C – Balanço Patrimonial Anexo D – Demonstração das Variações Patrimoniais 39 39 40 41 42 44 45 46 47 RESUMO O presente trabalho de pesquisa teve como principal objetivo analisar as demonstrações financeiras de entidades públicas para discutir se os demonstrativos divulgados são utilizados para a gestão pública. Para tanto foi desenvolvido um estudo com o propósito de analisar qual a função de cada demonstrativo e instrumentos de análise. A pesquisa foi realizada em 2 (duas) etapas sendo que a primeira foi elaborada através de um referencial teórico. Na segunda etapa foi feita uma pesquisa de campo por meio de uma entrevista estruturada com uma contadora de entidades públicas da esfera municipal. Dentre os aspectos pesquisados verificou-se que, por não haver fiscalização, os demonstrativos não são utilizados para a gestão. Além disso, realizou-se um estudo de caso utilizando de demonstrativos (de uma outra entidade) da Prefeitura Municipal de Contagem, onde conseguiu-se observar algumas questões. Os aspectos positivos apontados são relacionados aos demonstrativos que são divulgados para acesso de todos permitindo a cada um exercerem a sua cidadania, quanto aos aspectos negativos destacase o não cumprimento das Leis que regem estas entidades. Esses resultados podem ser considerados preciosos, não só por apresentarem contribuições ao conhecimento acadêmico, mas para as nos deixar alerta quanto à falta de responsabilidade de alguns profissionais e a necessidade de se criar novas Leis que simplifiquem as informações. Palavras-Chave: Orçamento, Análise, Gestão econômico-financeira, Gestão pública, Prefeitura, Índices. 7 1 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização O estudo do subtema, "Análise das demonstrações financeiras de entidades públicas", tem a finalidade de conhecer e definir as demonstrações contábeis vinculadas à contabilidade governamental, bem como sua estrutura e sua utilização na gestão pública, dando um pequeno enfoque na Lei de Responsabilidade Fiscal. A administração dos recursos públicos como observado nos enfoques dados pela imprensa, tem sofrido irregularidades causando danos para a sociedade e para gestão pública. Assim, é de suma importância o estudo do subtema supramencionado, tendo em vista que o resultado final das análises é apresentar a eficiência na gestão. Além disso, este estudo visa demonstrar se as entidades públicas seguem a Lei de Responsabilidade Fiscal e se utilizam de todos os meios disponíveis para uma boa gestão econômico-financeira. Cada balanço público tem a sua estrutura e foca em um item para chegar a um resultado final que é a análise das demonstrações contábeis. O objetivo geral é discutir e apresentar a utilização da análise das demonstrações contábeis na gestão pública. E como objetivos específicos: • Descrever a importância e os principais conceitos correlatos à contabilidade governamental; • Apresentar e analisar os demonstrativos contábeis de uma determinada entidade governamental; • Abordar sobre os índices aplicáveis à administração pública; • Verificar a importância dessa análise para a tomada de decisões. A problemática da pesquisa fundamenta-se através do seguinte questionamento: A não utilização das informações contidas nas demonstrações financeiras pelos gestores públicos pode acarretar em algum dano à sociedade? 8 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Introdução Este capítulo aborda os conceitos inerentes à contabilidade governamental, ao sistema de contas utilizado e o termo accountability. São destacados os quatro balanços utilizados na esfera pública: o orçamentário, o financeiro, o patrimonial e a demonstração das variações patrimoniais. Em seguida, apresentam-se os fundamentos teóricos da análise das demonstrações financeiras: análise horizontal, análise vertical e análise através de índices. Essa última abordagem é importante para a análise da pesquisa de campo já que irá abordar a prática comparada com essa teoria. 2.2 Contabilidade governamental Silva (2003, p.220) define como uma especialização da ciência contábil voltada para o estudo e análise dos fatos administrativos que ocorrem na administração pública, que objetiva fornecer à administração dados sobre: • Organização e execução dos orçamentos; • Normas para o registro das entradas de receita; • Normas para o registro dos desembolsos da despesa; • Registro, controle e acompanhamento das variações do Patrimônio do Estado; • Normas para a prestação de contas dos responsáveis por bens e valores; • Normas para a prestação de contas do Governo; • Controle de custos e eficiência do setor público. 9 2.2.1 Objeto de estudo da Contabilidade governamental e fundamentação legal. O objeto da contabilidade é o patrimônio e o orçamento dos órgãos e entidades da Administração Pública. Segundo o art. 66 do Código Civil, os bens públicos são: • De uso comum do povo, tais como mares, rios, estradas, ruas e praças; • De uso especial, tais como edifícios ou terrenos aplicados a serviço ou estabelecimento federal, estadual ou municipal; • Os dominicais, isto é, os que constituem o patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios, como objeto de direito pessoal, ou real de cada uma dessas entidades. Existe, portanto, uma importante diferença entre patrimônio público e patrimônio contábil dos órgãos e entidades da Administração Pública. Os bens de uso público não compõem o patrimônio contábil que constitui o objeto da contabilidade, ele está associado ao patrimônio daquele órgão ou entidade como condição essencial de sua existência. (ANDRADE, 2002) O orçamento como objeto de estudo da contabilidade passou por diversas modificações ao decorrer dos anos. Hoje, é um instrumento que dá ênfase ao que se pretende fazer, estabelece objetivos, metas, custos e resultados a serem alcançados. É o principal elemento que vincula e ao mesmo tempo integra os planos orçamentários no âmbito de todas as esferas de governo. As principais leis que regem as finanças públicas de todas as esferas de governo são: a Lei nº. 4.320/64 e a Lei Complementar nº. 101/00. A ementa da Lei nº. 4.320/1964 define que esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Já a Lei Complementar 101/2000, conhecida como a Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. A Administração Pública, assim como a societária, necessita de uma legislação que a defina e determine regras a cumprir criando formas específicas para as entidades 10 públicas visto que sua contabilidade é diferenciada. 2.2.1.1 Orçamento público Kohama (2003, p.62), define que: Orçamento é um ato de previsão de receita e fixação de despesa para um determinado período de tempo, geralmente, um ano, e constitui documento fundamental das finanças do Estado, bem como da contabilidade pública. A Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que estabelece normas de finanças públicas, no artigo 1º, determina que: §1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, a seguridade social e outras, dívida consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. O planejamento, a programação e o orçamento como um sistema integrado de gerência têm por objetivo avaliar os custos para a consecução das metas traçadas em comparação com os benefícios a serem esperados dos mesmos, e assim tornar possível o uso inteligente de recursos pelo setor público. (SILVA, 2003) Em relação ao planejamento governamental, a Constituição Federal, em seu artigo 165, determina que as leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: l – o plano plurianual; ll – as diretrizes orçamentárias; lll – os orçamentos anuais. O plano plurianual deve estabelecer diretrizes, objetivos e metas para as despesas de capital e outras decorrentes e as relativas aos programas, fixados para um período de quatro anos. (KOHAMA, 2003, p.57) A lei de diretrizes orçamentárias tem a finalidade de nortear e elaboração dos orçamentos anuais, de forma a adequá-los às diretrizes, objetivos e metas da 11 administração pública, estabelecidos no plano plurianual. (KOHAMA, 2003, p.59) As ações a serem executadas são programadas, obedecendo à lei de diretrizes, elaborando-se o orçamento anual, com a finalidade de se alcançar os objetivos determinados. (KOHAMA, 2003, p.60) 2.2.2 O Plano de Contas e o Sistema de Contas Segundo Silva (2003), o plano de contas é uma relação completa das contas que são necessárias à demonstração dos elementos patrimoniais e na contabilidade governamental ele objetiva a demonstração ordenada dos seguintes fatos: • Estágios de receita e despesa; • Entradas e saídas financeiras; • Fatos contingentes e aleatórios que afetam o patrimônio; • Registro de fatos e operações que não produzem alterações patrimoniais. Ainda segundo Silva (2003), um plano de contas bem organizado deve ter a seguinte estrutura: • Elenco de contas: constitui a relação orgânica das contas componentes do plano; • Função das contas: explicação do que a conta registra, ou seja, para que ela serve e qual o papel que desempenha na escrituração; • Funcionamento das contas: constitui a descrição das hipóteses em que a conta pode ser debitada ou creditada. Possas (2008, p.25) define que: Na Contabilidade Pública, deve-se preocupar com a natureza das contas, que não podem ser contrapartidas indiscriminadamente uma das outras, posto que há quatro grupos de contas, distinguidos por sua natureza. Dessa forma, têm-se contas financeiras, contas patrimoniais, contas de compensação e, ainda, contas orçamentárias, tendo cada grupo finalidades especiais. Em cada grupo citado, deve-se manter o equilíbrio entre débito e crédito, o que provoca a necessidade de se utilizar contas de um mesmo grupo em contrapartida num mesmo lançamento contábil. 12 Possas (2008) determina ainda razões para segregação em grupos distintos: • A necessidade de se levantar 4 demonstrativos contábeis: balanço orçamentário, balanço financeiro, balanço patrimonial e demonstração das variações patrimoniais. • Quando se destacam as contas financeiras, facilita-se o cálculo do superávit financeiro. • Facilita o acompanhamento da execução do orçamento. Dessa forma, é possível segregar as contas utilizadas na administração pública em quatro grupos distintos, que dão origem aos seguintes sistemas de contas independentes, autônomos e estanques: sistema orçamentário, financeiro, sistema patrimonial, sistema de compensação e sistema orçamentário. De acordo com Silva (2003, p.294), “o sistema orçamentário controla todas as receitas e despesas movimentadas em decorrência da Lei Orçamentária”. Ainda o mesmo autor relata que “o sistema financeiro controla o movimento financeiro da Fazenda Pública, registrando recebimentos e pagamentos, tanto orçamentários como extra-orçamentário, demonstrando as disponibilidades existentes no início e no final do exercício”. Segundo Silva (2003, p.294), “o sistema patrimonial registra todo o movimento que ocorra em virtude da própria execução orçamentária e financeira”. O sistema de compensação “compreende apenas as contas com função específica de controle, relacionadas com as situações não compreendidas no patrimônio, mas que possam vir a afetá-lo”. (SILVA, 2003, p.294) Silva (2003, p.295) salienta que essa distribuição nos três primeiros sistemas “é rígida e permite a qualquer momento o levantamento de balancetes de verificação inteiramente independentes dos sistemas financeiro, patrimonial, e orçamentário. É como se fossem três entidades distintas, muito embora seus registros se processem num mesmo livro diário”. 13 2.2.3 Accountability A ética entendida como conjunto de princípios que direcionam o agir do homem, apresenta, quando estudada no âmbito da gestão pública, a interligação, profunda, com a relação entre o Estado e a sociedade, notadamente, quanto ao exercício da cidadania. (GOMES, 1999) Gomes (1999) afirma que o controle interno na Administração Pública deve, sobretudo, possibilitar ao cidadão informações que confiram transparência à gestão da coisa pública. Desta forma, o sistema integrado de controle interno deve servir como accountability, transparência e prestação de contas de recursos públicos. Os mecanismos de controle se situam em duas esferas interdependentes de ação: os mecanismos de accountability verticais — da sociedade em relação ao Estado — e os de accountability horizontais, isto é, de um setor a outro da esfera pública. (GOMES, 1999) A palavra accountability é um termo de origem inglesa. Para Peixe (2002, p.149): Que traduzido por responsabilidade ou (...) melhor ainda por imputabilidade (...) obrigação de que alguém responda pelo que faz (...) obrigação dos agentes do Estado em responder por suas decisões, ações e omissões, o que já é universalmente consagrado como norma nas sociedades mais desenvolvidas. Accountability representa a obrigação que a organização tem de prestar contas dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder. Na conceituação de Tinoco (2002, p.62): A responsabilidade (accountability), como se vê, corresponde sempre à obrigação de executar algo, que decorre da autoridade delegada e ela só quita com a prestação de contas dos resultados alcançados e mensurados pela Contabilidade. A autoridade é a base fundamental da delegação e a responsabilidade corresponde ao compromisso e obrigação de a pessoa escolhida desempenhá-lo eficiente e eficazmente. Verifica-se que o termo accountability significa a obrigação de prestar contas dos resultados obtidos em função da posição que o indivíduo assume e do poder que detém. Assim, na Administração Pública, a análise de balanços deve ser desempenhada por um profissional, um gestor, capaz de reconhecer todos os 14 índices que poderão demonstrar a situação da entidade. Para isso é necessário que um contador elabore os demonstrativos públicos que serão divulgados e utilizados para esta análise, incluindo também o parecer público que possui sua importância definida em lei, a Lei 101/2000 destaca no art. 48: Parágrafo único: A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos. 2.3 Balanços Públicos 2.3.1 Introdução A Contabilidade Pública para melhor analisar os resultados e fatos praticados pelas entidades públicas apresenta quatro demonstrativos, são eles: balanço orçamentário, balanço financeiro, balanço patrimonial e demonstração das variações patrimoniais os quais representarão a movimentação ocorrida e o resultado correspondente, relativo ao exercício a que se referem. (KOHAMA, 2000, p.16) 2.3.2 Balanço Orçamentário O Quadro 1 (APÊNDICE A) representa o balanço orçamentário conforme modelo oficial e legal de acordo com o Anexo nº 12 da Lei nº 4.320/64. Segundo Kohama (2000, p.30): O balanço orçamentário é elaborado para atender e controlar as receitas e as despesas de acordo com as especificações constantes da Lei de Orçamento e dos créditos adicionais; por isso, pode-se dizer que, em realidade, esses registros contábeis têm vigência restrita ao exercício a que se referir; portanto, os saldos das contas, bem com seus resultados não se transferem de um exercício para outro. Kohama (2000, p.30) complementa dizendo que se deve considerar como exceção 15 os créditos especiais e os extraordinários que foram autorizados no último quadrimestre do exercício, cujos saldos podem ser transferidos, pois sua vigência poderá ser estendida até o final do exercício subseqüente. O Balanço Orçamentário deve conter a especificação da receita e sua discriminação que deverá obedecer ao seguinte esquema, conforme determina o art. 11, § 4º da Lei 4.320/64: RECEITAS CORRENTES RECEITA TRIBUTÁRIA Imposto Taxa Contribuições de Melhoria Receita de Contribuições Receita Patrimonial Receita Agropecuária Receita Industrial Receita de Serviços Transferências Correntes Outras Receitas Correntes RECEITAS DE CAPITAL Operações de Crédito Alienações de Bens Amortização de Empréstimos Transferência de Capital Outras Receitas de Capital Das receitas correntes Kohama (2000, p. 33) tipifica as receitas correntes, àquelas de natureza tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender a despesas classificáveis em Despesas Correntes. 16 As Receitas Correntes, portanto, classificam-se em: _ Receita Tributária. _ Receita de Contribuições. _Receita Patrimonial. _Receita Agropecuária. _Receita Industrial. _Receita de Serviços. _Transferências Correntes. _Outras Receitas Correntes. Das receitas de capital Segundo o art. 11 da Lei 4320/64: § 2º São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas, da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender as despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. De acordo com Kohama (2000, p.41), as receitas de capital classificam-se em: Operações de Crédito, Alienação de Bens, Amortização de Empréstimos e Transferências de Capital. Das despesas correntes A despesa corrente constitui-se nos gastos de natureza operacional, realizados pelas entidades públicas, para a manutenção e o funcionamento de seus órgãos (KOHAMA, 2000). As despesas correntes classificam-se em: Despesas de Custeio Transferências Correntes Das despesas de Capital De acordo com Kohama (2000, p.53), despesas de capital são os gastos realizados pela entidade pública, cujo propósito é criar novos bens de capital ou mesmo adquirir bens de capital já em uso, como é o caso dos investimentos e inversões 17 financeiras, respectivamente, que, em geral, constituirão, em última análise, incorporações ao patrimônio público de forma efetiva ou por meio de mutação patrimonial. As despesas de capital são classificadas da seguinte forma: Investimentos; Inversões financeiras; Transferências de capital. 2.3.3 Balanço Financeiro O Quadro 2 (APÊNDICE B) apresenta a estrutura do balanço financeiro de acordo com o Anexo nº. 13 da Lei nº. 4.320/64. O Balanço Financeiro deverá corresponder ao movimento financeiro ocorrido no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro do ano a que se referir e conterá, além das relativas às operações orçamentárias, também “todas as operações de que resultem débitos e créditos de natureza financeira, não compreendidas na execução orçamentária.” (KOHAMA, 2000) Receita orçamentária Segundo Kohama (2000, p.57), os dados que compõem a parte da receita orçamentária, em virtude de corresponderem aos recolhimentos realizados durante o exercício, iniciam todo o processo de escrituração contábil, uma vez que tais recolhimentos ocorrem por intermédio de arrecadações efetuadas em tesourarias ou da rede bancária, provocando, por conseqüência, os primeiros registros no sistema financeiro. O Balanço Financeiro também apresenta a receita orçamentária pelos valores globais por meio das categorias econômicas e fontes, como: Receitas Correntes, Receitas Tributária, Receita de Contribuições, Receita Patrimonial e outras. 18 Receita extra-orçamentária O segundo grupo apresentado pelo balanço financeiro é o seguinte: RECEITA EXTRA-ORÇAMENTÁRIA Restos a Pagar (inscritos no exercício) Serviço da Dívida a Pagar (contrapartida) Depósitos Outras Operações Esta receita compreende os recebimentos efetuados e os provenientes de apropriação da despesa orçamentária, ou dela provenientes como contrapartida. Tais recebimentos constituirão compromissos exigíveis, geralmente, a curto prazo, e seu pagamento independe de autorização orçamentária e, portanto, independe de autorização legislativa. (KOHAMA, 2000, p. 58) Deve-se observar que “todas as operações que resultam débitos e créditos de natureza financeira, não compreendidas na execução orçamentária serão também objeto de registro, individualização e controle contábil”, ou seja, a receita extraorçamentária será registrada por meio de escrituração contábil, devidamente individualizada, o que nos leva, por conseqüência, a concluir que a movimentação financeira registrada deverá se demonstrada com base no Balanço Financeiro. (KOHAMA, 2000, p. 59) Saldo do exercício anterior Está demonstrado na parte das receitas, correspondendo ao terceiro grupo de contas do Balanço Financeiro, e são colocados para compor a parte da conjugação da receita orçamentária e extra-orçamentária com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, em atendimento às determinações legais. (KOHAMA, 2000, p. 73) Despesa orçamentária A despesa orçamentária no Balanço Financeiro é composta por dados que são provenientes dos compromissos orçamentários, assumidos pela emissão de empenhos e, portanto, oriundos do sistema orçamentário, que, em razão de terem se transformado em compromissos de ordem financeira, foram registrados no 19 sistema financeiro e correspondem à despesa realizada no exercício. (KOHAMA, 2000, p. 75) Despesa extra-orçamentária É paga à margem da lei orçamentária e, portanto, independente de autorização legislativa, pois se constitui em saídas do passivo financeiro, compensatórias de entradas no ativo financeiro, oriundas de receitas extra-orçamentárias, correspondentes ao pagamento de restos a pagar e de serviço da dívida a pagar, à restituição ou entrega de valores recebidos, como depósitos, cauções, consignações e outros. (KOHAMA, 2000, p. 76) 2.3.4 Balanço Patrimonial O balanço patrimonial compreende as contas do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, e é dividido da seguinte maneira, de acordo com o art. 105 da Lei 4.320/64: • Ativo Financeiro • Ativo Permanente • Passivo Financeiro • Passivo Permanente A diferença entre o Ativo e o Passivo, indica o patrimônio líquido, e segundo Silva (2003, p.352) pode apresentar as seguintes posições: •Saldo patrimonial negativo ou passivo a descoberto: ocorre quando o Ativo for menor que o Passivo (A<P); •Saldo patrimonial positivo ou Ativo Real Líquido: ocorre quando o Ativo for maior que o Passivo (A>P); •Saldo patrimonial nulo: decorre da igualdade entre os elementos do Ativo e do Passivo (A=P). 20 Segundo a lei 4.320/64, art.105, o balanço patrimonial demonstrará: § 1º O ativo financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários. § 2º O ativo permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa. § 3º O passivo financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outras, cujo pagamento independa de autorização orçamentária. § 4º O passivo permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. § 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores, obrigações, e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio. O Quadro 3 (APÊNDICE C) apresenta o modelo de balanço patrimonial segundo o Anexo nº. 14 da Lei nº. 4.320/64. 2.3.5 Demonstração das Variações Patrimoniais O Quadro 4 (APÊNDICE D) apresenta o modelo do demonstrativo das variações patrimoniais de acordo com o Anexo nº. 15 da Lei nº. 4.320/64. A demonstração das variações patrimoniais serve para apurar o resultado patrimonial do período, quer ele seja positivo, negativo ou nulo. E se dividem em dois grupos: •Variações ativas: resultantes da execução orçamentária, Independentes da execução orçamentária. •Variações passivas: resultantes da execução orçamentária, independentes da execução orçamentária. (SILVA, 2003) 2.4 Análise de Balanços Atualmente, os administradores públicos vêm utilizando a análise de balanços para verificar as modificações e variações ano a ano, uma vez que anteriormente essas análises eram priorizadas na Contabilidade do setor privado. 21 Comparando com o passado, em que os relatórios não eram confiáveis, já na atualidade isso não ocorre, pois existem empresas de assessoria e consultoria, com estrutura confiável e programas de alto nível, capazes de firmar as informações divulgadas nos relatórios. Vale lembrar que uma análise criteriosa e bem-feita dos balanços e demonstrativos das entidades públicas, quando embasada em dados e relatórios confiáveis, permite ao analista a tomada de decisão. Não somente é importante a apuração dos cálculos para chegar aos valores dos índices, mas sim é preciso saber classificar e extrair desses cálculos informações coesas que serão base para tomada de decisões das entidades. Confirmando o descrito, Iudícibus (1995, p.67) alerta: É muito mais útil calcular certo número selecionado de índices e quocientes, de forma consistente, de período para período, e compará-los com padrões preestabelecidos e tentar, a partir daí, tirar uma idéia de quais problemas merecem uma investigação maior, do que apurar dezenas e dezenas de índices, sem correlação entre si, sem comparações e, ainda, pretender dar um enfoque e uma significação absolutos a tais índices e quocientes. É possível enumerar vários objetivos para análise de balanços, como cita Andrade (2002, p.297): 1.Delimitação da abrangência dos dados; 2. Verificação da confiabilidade dos dados; 3. Detecção de erros ou fraudes; 4. Precisão na classificação de contas; 5. Comparabilidade; 6. Simplificação no entendimento; 7. Adequação aos objetivos da análise; 8. Intimidade do analista com as demonstrações contábeis da entidade; 9. Meio para tomada de decisão. Será abordado nos próximos subitens as técnicas de análises, que são: Análise horizontal, Análise Vertical e Análise de índices ou Quocientes e seus respectivos conceitos. 22 2.4.1 Análise horizontal ou de evolução A Análise Horizontal é o estudo das variações ocorridas, em períodos de tempos consecutivos. Este sistema proporciona uma facilidade para a análise do crescimento dos saldos das contas que concilia os demonstrativos. Tem por objetivo à crítica da evolução dos componentes patrimoniais ou de resultado, numa determinada série de exercícios (ANDRADE, 2002, p.297). Na visão de Andrade (2002, p.297), a análise horizontal “é a forma de demonstrar a variação orçamentária ou de realização das receitas e despesas públicas, presente nos demonstrativos legais, comparativamente e restritos a períodos predefinidos”. Ainda na visão de Andrade (2002, p.297), “adota-se o percentual 100% (cem por cento) como representativo dos valores monetários do ano que servirá de parâmetro com os valores dos exercícios anteriores ou seguintes”. Tabela 1 - Análise horizontal ou de evolução da Receita por Categoria econômica 2000 750.000,00 AH 100,00 1999 685.000,00 AH % 91,33 Receita Tributária 30.000,00 100,00 25.000,00 83,33 Receita de Contribuição 10.000,00 100,00 10.000,00 - Receita Patrimonial 15.000,00 100,00 10.000,00 66,67 Receita Agropecuária 1.000,00 100,00 0,00 - Receita Industrial 4.000,00 100,00 5.000,00 125,00 Receita de Serviços 5.000,00 100,00 7.000,00 140,00 680.000,00 100,00 620.000,00 91,18 5.000,00 100,00 8.000,00 160,00 100.000,00 100,00 108.000,00 108,00 1.000,00 100,00 5.000,00 500,00 Alienação de Bens 29.000,00 100,00 23.000,00 79,31 Amortização de Empréstimos 10.000,00 100,00 8.000,00 80,00 Transferência de Capital 50.000,00 100,00 60.000,00 120,00 Outras Receitas de Capital 10.000,00 100,00 12.000,00 120,00 850.000,00 100,00 793.000,00 93,29 Receitas públicas Receitas Correntes Transferências Correntes Outras Receitas Correntes Receitas de Capital Operações de Crédito Total das Receitas Fonte: Dados extraídos de Andrade (2002, p. 298) 23 A tab. 1 retrata um exemplo de análise horizontal. Apurados esses dados, efetua-se a atualização dos valores de acordo com a necessidade do momento, a fim de proporcionar melhor análise comparativa. Concluída esta etapa, calculam-se os índices apropriados aos períodos que serão comparados ao exercício ou períodobase. Os índices encontrados demonstrarão a melhora, ou queda, dos valores consignados nos relatórios contábeis. (ANDRADE, 2002, p.298). 2.4.2 Análise vertical ou de estrutura Segundo Andrade (2002, p.299) essa análise demonstra a medição percentual de cada valor em relação ao total de que ele faz parte, o cálculo se dá através de regra de três simples. Através dessa análise pode-se verificar se há excesso de imobilização, insuficiência de capitais ou de disponibilidades, excesso de determinada despesa, receita, etc. Tabela 2 - Análise vertical ou de estrutura da Receita por Categoria econômica Receitas públicas 2000 Receitas Correntes 750.000,00 Receita Tributária 30.000,00 Receita de Contribuição 10.000,00 Receita Patrimonial 15.000,00 Receita Agropecuária 1.000,00 Receita Industrial 4.000,00 Receita de Serviços 5.000,00 Transferências Correntes 680.000,00 Outras Receitas Correntes 5.000,00 Receitas de Capital 100.000,00 Operações de Crédito 1.000,00 Alienação de Bens 29.000,00 Amortização de Empréstimos 10.000,00 Transferência de Capital 50.000,00 Outras Receitas de Capital 10.000,00 Total das Receitas 850.000,00 Fonte: Dados extraídos de Andrade (2002, p.299) A V% 88,24 3,53 1,18 1,76 0,12 0,47 0,59 80,00 0,59 11,76 0,12 3,41 1,18 5,88 1,18 100,00 1999 685.000,00 25.000,00 10.000,00 10.000,00 0,00 5.000,00 7.000,00 620.000,00 8.000,00 108.000,00 5.000,00 23.000,00 8.000,00 60.000,00 12.000,00 793.000,00 A V% 86,38 3,15 1,26 1,26 0,63 0,88 78,18 1,01 13,62 0,63 2,90 1,01 7,57 1,51 100,00 A tab. 2 apresenta um exemplo de análise vertical. Como na análise horizontal, calcula-se a proporção de cada parte em relação ao montante. Tais resultados mostrarão, claramente, a distribuição dos valores no total de recursos orçamentários, financeiros e patrimoniais, conforme o caso, fornecendo subsídios para avaliar a existência de descompasso entre receitas e despesas, excesso de 24 imobilizações ou até insuficiência de recursos ou disponibilidades. (ANDRADE, 2002, p.299). 2.4.3 Análise de índices ou Quocientes Um índice é o resultado da relação entre dois dados, sua finalidade se dá através da extração de tendências e comparação de quocientes com modelos preestabelecidos. (ANDRADE, 2002) De acordo com os objetivos da área pública, a análise se aplica de forma descontínua e fragmentada, necessitando assim de alguns ajustes, mas de toda forma, se aplica com muita utilidade. (ANDRADE, 2002) Andrade (2002, p.301) descreve Análise de índices como a forma mais criteriosa de análise. “A utilização de quocientes extraídos de fórmulas preestabelecidas, que relacionam itens ou grupos de itens entre si, permite ao analista inferir sobre tendências e checar os resultados apurados com índices padrões de resultados”. Ainda na visão de Andrade (2002, p.301), alguns cuidados devem ser tomados para chegar ao resultado esperado quando se utiliza os índices como medidores de satisfação, quais sejam: a) qual o ponto de interesse: endividamento, liquidez, capacidade de pagamento etc.; b) quais questões devem ser respondidas; c) qual será o período-base para análise; d) qual índice será utilizado para adequar as contas de períodos distintos; e) qual servidor ficará encarregado de consolidar tais informações, entre outras. Infere-se que a utilização da análise de índices depende intrinsecamente do objetivo que se quer atingir, da pergunta que deve ser respondida pelo resultado do índice etc. (ANDRADE, 2002) Respeitando esta particularidade de análise, serão enumeradas algumas fórmulas, sem, no entanto, esgotar o assunto, que, por si só, é muito extenso e complexo. (ANDRADE, 2002) 25 2.4.4 Índices de liquidez “Esses índices relacionam o ativo financeiro com o passivo financeiro, demonstrando quanto de ativo financeiro a instituição possui para cada passivo financeiro”. (ANDRADE, 2002) Este índice consegue medir a capacidade do ente público de saldar seus compromissos já exigíveis. Obtém esses dados no chamado Balanço Patrimonial, no qual se verificam recursos e débitos a pagar imediatamente sem nenhum limite contábil, monetário ou litigioso, assim como no Balanço Financeiro, em que se depara com a execução orçamentária propriamente dita. (ANDRADE, 2002, p.301) Cabe ressaltar que a análise de índices permite vários níveis de comparabilidade, de comprometimento ou de simples relação, quem define o que se almeja responder é o analista, que após essa definição terá a resposta de suas dúvidas. (ANDRADE, 2002) Podem ser classificados em: a) Índice de liquidez corrente Demonstra quanto a instituição possui de disponibilidade e créditos para cada unidade de obrigações exigíveis. (ANDRADE, 2002) Liquidez Corrente = Ativo Financeiro Passivo Financeiro Supondo um total de Ativo Financeiro de R$ 5.000.000,00 e Passivo Financeiro de R $ 6.000.000,00 no exercício de XI: LC = AF PF 5.000.000,00 = 83,00 % Liquidez Corrente 6.000.000,00 De acordo com o exemplo tem-se que para cada R$ 1,00 de dívida, esta instituição dispõe de R$ 0,83 para sua liquidação. 26 b) índice de liquidez imediata Este índice mensura a capacidade da empresa em pagar todos os seus comprometimentos de uma só vez, com vencimentos de curto prazo. (ANDRADE, 2002) Determina a relação de quanto a instituição possui de disponibilidade imediata ou de alta liquidez para cada unidade de obrigação exigível no passivo financeiro. (ANDRADE, 2002) Liquidez Imediata = Disponibilidade + Vinculados em Conta Corrente Passivo Financeiro. Supondo um total de disponibilidades de R$ 300.000,00, vinculados em conta corrente no valor de R$ 400.000,00 e Passivo Financeiro de R$ 6.000.000,00 no exercício de XI: LI = disp. + Vinc. C/C = 300.000,00 + 500.000,00 = 13,33% = liq. Imediata PF 6.000.000,00 De acordo com o exemplo tem-se que para cada R$ 1,00 de dívida, esta instituição dispõe de R$ 0,13 em espécie ou em direitos de alta liquidez para sua liquidação. c) Índice da situação financeira líquida Evidencia qual é a relação entre a contenda do montante do ativo financeiro, subtraído do passivo financeiro, em relação à receita total. (ANDRADE, 2002) Supondo uma receita total de R$ 10.000.000,00, no exercício de XI: Situação Financeira Líquida = Ativo Financeiro - Passivo Financeiro Receita Total AF-PF = 5.000.000,00 - 6.000.000,00 = _ 10,00% => Situação Financeira Líquida RT 10.000.000,00 De acordo com o exemplo tem-se que a empresa tem um déficit financeiro e 10% da receita total, este resultado demonstra que há uma defasagem entre o que se 27 arrecada e o que se gasta na ordem de 10%, ou seja, para cada R$ 1,00 de receita, a instituição possui R$ 0,10 de déficit, ou seja, gasta R$ 0,10 a mais do que arrecada. Outra análise a que se pode chegar é que há um mês e seis dias de obrigação da próxima arrecadação, ou seja, 10% de 365 dias. d) Índice do resultado orçamentário Relaciona as receitas orçamentárias menos despesas orçamentárias, em relação à receita total. (ANDRADE, 2002) Supondo receita orçamentária de R$ 9.300.000,00 e despesa orçamentária de R$ 10.000.000,00 no exercício de XI: RO = Receita - Despesas Receita Total RO = 9.300.000.00 -10.000.000,00 = -7,00% 10.000.000,00 Este índice evidencia que para cada R$ 1,00 de execução orçamentária, esta instituição adiciona mais R$ 0,07 em seu déficit. e) Índice de comportamento da arrecadação Evidencia qual é a diferença entre a receita prevista e a receita arrecadada, em relação à receita prevista total. (ANDRADE, 2002) Ao considerar que a execução orçamentária da receita poderá não se realizar conforme o previsto no orçamento fiscal, quando se comparam tais dados, podemse obter informações que levam a corrigir as distorções, buscando atingir as metas fixadas ou mesmo elaborar um orçamento dentro da realidade da instituição. Nesse caso, denomina-se a ocorrência de Insuficiência de Arrecadação. (ANDRADE, 2002) Também poderá ocorrer o inverso, ou seja, a arrecadação poderá ser superior ao previsto, sendo que, nesse caso, denomina-se a ocorrência de Excesso de Arrecadação. (ANDRADE, 2002) 28 ICA = Receita Arrecadada (-) Receita Prevista Receita Prevista Supondo que o orçamento previa uma arrecadação de R$ 10.000,00, obtendo uma arrecadação de apenas R$ 8.500,00. ICA = 8.500.00 (-) 10.000,00 = - 1.500,00 = - 15% 10.000,00 10.000,00 Representa que para cada R$ 1,00 de previsão orçamentária, essa instituição somente arrecadou R$ 0,85. f) Índice de comportamento da execução da despesa Evidencia qual é a diferença entre a despesa prevista e a despesa realizada, em relação à despesa prevista total. (ANDRADE, 2002) Segundo Andrade (2002, p.305), ao considerar que a execução orçamentária da despesa nunca poderá realizar-se acima do valor previsto no orçamento fiscal, a não ser com a autorização legislativa em forma de créditos adicionais, é possível verificar pelo Balanço Orçamentário, quando comparamos os valores de um exercício com os de outro, que o critério de planejamento extrapolou as regras. Podem-se obter informações que nos levam a corrigir as distorções, buscando atingir as metas fixadas, ou mesmo elaborar um orçamento dentro da realidade da instituição. No caso de ter sido utilizado crédito adicional, verifica-se que a previsão foi aquém do necessário, caracterizando o que denominamos de Excesso de Despesa. Esse critério poderá ser verificado em cada dotação orçamentária, assim como no orçamento global - Também poderá ocorrer o inverso, ou seja, a execução da despesa poderá ser inferior ao previsto, sendo que, nesse caso, denomina-se a ocorrência de Economia de Despesa. ICD = Despesa Realizada (-) Despesa Prevista Despesa Prevista Supondo que o orçamento previa uma despesa de R$ 10.000,00, sendo realizada uma despesa de R$ 9.200,00: 29 ICD = 9.200,00 (-) 10.000,00 = - 800,00 = - 8% 10.000,00 10.000,00 Evidencia que, para cada R$ 1,00 de previsão orçamentária, essa instituição somente realizou R$ 0,92. De acordo com Andrade (2002, p.306), essa análise não poderá ser feita apenas em relação à previsão da despesa, mas com base na receita arrecadada, o que se assemelha ao índice do Resultado Orçamentário. 2.5 Metodologia A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica que consiste na consulta a livros, artigos e dados da Internet. Além disso, realizou-se um estudo de caso a partir de dados disponíveis na Internet de demonstrativos financeiros relativos a dois exercícios financeiros de uma dada Prefeitura Municipal. Como técnica de coleta de dados, foi feito exame documental em legislações pertinentes ao setor público. E finalmente, realizou-se uma entrevista semi-estruturada com profissional contábil, funcionário de uma entidade pública. 2.6 Pesquisa de campo Foi realizada uma entrevista semi-estruturada com um profissional da área pública, o qual não se dispôs a fornecer informações concretas, respondendo apenas sim ou não em algumas questões e até mesmo deixando de responder a uma questão. Com base nas respostas obteve-se a seguinte análise. Os relatórios públicos mais utilizados para análise, são os anexos de Gastos com Pessoal, Saúde, Educação, FUNDEB e Balanço Patrimonial. Os demonstrativos específicos utilizados para análise de balanços na gestão pública, são os Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e Gestão Fiscal, ambos exigidos pela Lei complementar 101/200 (Lei de Responsabilidade Fiscal). 30 Afirma que houve interpretação “distorcida” de índice, e na reclassificação das contas, mas não citou quais as situações. Afirmou também que não existe uma verdadeira obediência à lei de responsabilidade fiscal por parte das entidades públicas, os órgãos públicos estão se adaptando de forma gradativa, e se não houver “punições” para os que descumprem a lei, poderá cair no descaso. Para a gestão financeira os demonstrativos utilizados, são os Demonstrativos de Pessoal, Dívida Flutuante, em especial Restos a Pagar. Já para gestão econômica são os Demonstrativos de Movimento de Numerário, Demonstrativo de Despesas Empenhadas e não Pagas. Quando questionado sobre a responsabilidade social não contextualizou. O indicador utilizado para a tomada de decisões é, principalmente, o índice de gasto de pessoal, que é o que mais compromete as finanças públicas e os relatórios são: Demonstrativo de Movimento de Numerário, Demonstrativo de Gastos de Pessoal, Demonstrativo das Despesas Empenhadas e não pagas. 2.7 Estudo de Caso Para demonstrar a aplicação da técnica de análise de balanços, coletou-se dados reais extraídos da internet relativos aos demonstrativos contábeis da Prefeitura Municipal de Contagem (Anexo A a D) referente aos exercícios financeiros de 2005 e 2006, ambos disponibilizados no site www.contagem.mg.gov.br. Fez-se inicialmente a análise vertical e horizontal das receitas e despesas públicas. E em seguida, utilizou-se a técnica de análise através de índices. A Tab. 3 apresenta a análise vertical das receitas realizadas por categoria econômica nos exercícios de 2005 e 2006 da Prefeitura Municipal de Contagem. Tabela 3 - Análise Vertical da Receita por categoria econômica 31 Receitas públicas Receitas Correntes 2005 A V% 2006 A V% 444.796.852,34 97,90% 535.503.128,49 97,87% Receita Tributária 72.039.693,95 15,86% 84.230.125,00 15,39% Receita de Contribuição 17.644.775,31 3,88% 52.269.786,58 9,55% 7.119.351,47 1,57% 14.425.019,33 2,64% Receita Patrimonial Receita Agropecuária - 0,00% - 0,00% Receita Industrial - 0,00% - 0,00% Receita de Serviços 5.089.634,42 1,12% 6.282.315,25 1,15% Transferências Correntes 322.273.928,48 70,93% 351.244.254,06 64,19% Outras Receitas Correntes 20.629.468,71 4,54% 27.051.628,27 4,94% 9.562.859,32 2,10% 11.672.218,32 2,13% Receitas de Capital Operações de Crédito Alienação de Bens 727.935,01 Amortização de Empréstimos Transferência de Capital 8.834.924,31 Outras Receitas de Capital Total das Receitas 454.359.711,66 0,00% 0,16% 274.957,17 0,00% 1,94% 11.397.261,15 0,00% 100,00% 547.175.346,81 0,00% 0,05% 0,00% 2,08% 0,00% 100,00% Fonte: Balanço Orçamentário da Prefeitura Municipal de Contagem exercícios 2005 e 2006 (Anexo A). Através da análise vertical verifica-se que a Prefeitura possui como fonte de receita principal as transferências correntes, que significa, em 2005 e 2006, mais de 60% do total de arrecadação. A receita tributária em 2005 e 2006 demonstrou, com pequena variação, uma média de 15%. Já as outras receitas se apresentam apenas como complemento dos 100%, mas não tão significativas. A Tab. 4 demonstra a análise horizontal das receitas realizadas por categoria econômica nos exercícios de 2005 e 2006 da Prefeitura Municipal de Contagem. Tabela 4 - Análise Horizontal da Receita por categoria econômica Receitas públicas 2005 AH% 2006 A H% 32 Receitas Correntes 444.796.852,34 97,90% 535.503.128,49 97,87% Receita Tributária 72.039.693,95 15,86% 84.230.125,00 15,39% Receita de Contribuição 17.644.775,31 3,88% 52.269.786,58 9,55% 7.119.351,47 1,57% 14.425.019,33 2,64% Receita Agropecuária - 0,00% - 0,00% Receita Industrial - 0,00% - 0,00% 5.089.634,42 1,12% 6.282.315,25 1,15% Receita Patrimonial Receita de Serviços Transferências Correntes 322.273.928,48 Outras Receitas Correntes 20.629.468,71 4,54% 27.051.628,27 4,94% 9.562.859,32 2,10% 11.672.218,32 2,13% - 0,00% - 0,00% 727.935,01 0,16% 274.957,17 0,05% - 0,00% - 0,00% 8.834.924,31 1,94% 11.397.261,15 2,08% - 0,00% - 0,00% Receitas de Capital Operações de Crédito Alienação de Bens Amortização de Empréstimos Transferência de Capital Outras Receitas de Capital Total das Receitas 454.359.711,66 70,93% 351.244.254,06 100,00% 547.175.346,81 64,19% 100,00% Fonte: Balanço Orçamentário da Prefeitura Municipal de Contagem exercícios 2005 e 2006 (Anexo A). Através da análise horizontal verifica-se que em 2006 o crescimento mais significativo foram as Receitas de contribuição 296,23% as outras receitas dobraram de 2005 para 2006, com exceção da alienação de bens que variou apenas 37,77%. O total de receitas teve uma variação de 118,61%. Índice de liquidez Corrente: 2005 LC = AF PF 133.806.870,43 = 0,83 160.273.635,34 Verifica-se que para cada R$ 1,00 de dívida, esta instituição dispõe de R$ 0,83 para sua liquidação. 33 2006 LC = AF PF 142.203.465,03 = 0,99 143.732.188,72 Verifica-se que para cada R$ 1,00 de dívida, esta instituição dispõe de R$ 0,99 para sua liquidação. Índice de liquidez Imediata: 2005 LI = disp. + Vinc. C/C = 50.848.477,32 = 0,32 PF 160.273.635,34 De acordo com o exemplo tem-se que para cada R$ 1,00 de dívida, esta instituição dispõe de R$ 0,32 em espécie ou em direitos de alta liquidez para sua liquidação. 2006 LI = disp. + Vinc. C/C = 58.857.835,04 = 0,41 PF 143.732.188,72 De acordo com o exemplo tem-se que para cada R$ 1,00 de dívida, esta instituição dispõe de R$ 0,41 em espécie ou em direitos de alta liquidez para sua liquidação. Índice da situação financeira líquida 2005 AF-PF = 133.806.870,43 – 160.273.635,34 = 0,06 RT 455.371.049,98 Este índice evidencia que, para cada R$ 1,00 de receita, a instituição possui R$ 0,06 de déficit, ou seja, gasta R$ 0,06 a mais do que arrecada. 2006 AF-PF = 142.203.465,03 – 143.732.188,72 = 0,02 RT 547.175.346,81 Este índice evidencia que, para cada R$ 1,00 de receita, a instituição possui R$ 0,02 de déficit, ou seja, gasta R$ 0,02 a mais do que arrecada. Índice do resultado orçamentário 34 2005 RO = Receita - Despesas = 455.371.049,98 – 461.314.234,28 = -1,30 Receita Total 455.371.049,98 Este índice evidencia que para cada R$ 1,00 de execução orçamentária, esta instituição adiciona mais R$ 0,30 em seu déficit. 2006 RO = Receita – Despesas = 547.175.346,81 – 544.779.801,46 = 0,004 Receita Total 547.175.346,81 Este índice evidencia que para cada R$ 1,00 de execução orçamentária, esta instituição adiciona mais R$ 0,004 em seu superávit. Índice de comportamento da arrecadação 2005 ICA = Receita Arrecadada (-) Receita Prevista = 27.571.658,98 427.799.391,00 427.799.391,00 = 0,06 Evidencia que, para cada R$ 1,00 de previsão orçamentária, essa instituição realizou R$ 1,06. 2006 ICA = Receita Arrecadada (-) Receita Prevista = - 34.213.157,19 = - 0,06 Receita Prevista 581.388.504,00 Evidencia que, para cada R$ 1,00 de previsão orçamentária, essa instituição realizou R$ 0,94. Índice de comportamento da execução da despesa 2005 ICED = Despesa Realizada (-) Despesa Prevista = 9.129.367,26 = 0,98 Despesa Prevista 470.443.601,54 Evidencia que, para cada R$ 1,00 de previsão orçamentária, essa instituição realizou R$ 0,98. 2006 35 ICED = Despesa Realizada (-) Despesa Prevista = 47.157.107,93 = 0,92 Despesa Prevista 594.332.454,74 Evidencia que, para cada R$ 1,00 de previsão orçamentária, essa instituição realizou R$ 0,92. A Tab.7 evidencia resumidamente os índices calculados através dos dados disponíveis nos balanços. Tabela 7 – Quadro resumo da análise através de índices EXERCÍCIO ÍNDICE Liquidez Corrente Liquidez Imediata Situação Financeira Líquida Resultado Orçamentário Comprometimento de Arrecadação Comprometimento da Execução da 2006 0,83 0,32 0,02 0,004 0,06 2005 0,99 0,41 0,06 -1,30 -0,06 0,98 0,92 Despesa Fonte: dados extraídos do Balanço Orçamentário, Financeiro, Patrimonial e Demonstração das Variações Patrimoniais da Prefeitura Municipal de Contagem – Anexos A a D. Considerando que as despesas sejam a curto prazo, pode-se dizer que a situação econômico-financeira de Contagem não está boa, pois para cada R$ 1,00 de despesas ela possuía apenas R$ 0,32 de capacidade para pagar em 2005 e R$ 0,41 em 2006, o que significa que ela não teria condições financeiras para arcar com suas dívidas de imediato. Porém, pode-se observar que para cada R$ 1,00 de previsão de receita e despesa ela realizou apenas R$ 1,06 em 2005 e R$ 0,94 em 2006. Essa análise não pode de maneira alguma ser feita com apenas um índice, é preciso usar vários índices que podem demonstrar ângulos diferentes para uma determinada situação. 36 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho expôs-se de maneira bem simples a legislação aplicada às entidades públicas e a análise dos demonstrativos financeiros, fazendo inclusive um estudo de caso “supostamente” à maneira que um gestor deveria realizar o accountability, e demonstrar a transparência na prestação de contas dos resultados alcançados e mensurados. Pela facilidade de acesso aos demonstrativos da Prefeitura de Contagem foi possível realizar este estudo. Assim, é importante destacar que essas informações são acessíveis a todos que desejam exercer o controle social a fim de verificar se as entidades estão destinando todos os recursos corretamente e também dar o seu parecer diante de tal decisão antes de ser realizada. Conclui-se que os gestores públicos não utilizam corretamente as análises das demonstrações financeiras, pois como visto na pesquisa de campo, não há punição corretiva pelo descumprimento das normas estipuladas pela Lei. Por esse descaso quanto a Lei, existem distorções por falta de fiscalização nas análises. Para gestão financeira são utilizados valores referentes ao pessoal, a dívida flutuante e em especial restos a pagar. Em contrapartida, para a gestão econômica são utilizados os valores de numerário, despesas empenhadas e não pagas. Para um melhor aproveitamento das análises financeiras, conclui-se que se as demonstrações fossem mais simples com menos valores envolvidos as entidades não deixariam de informar, evitando assim muita corrupção. 37 REFERÊNCIAS ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade pública na gestão municipal. –. São Paulo: Atlas, 2002. BRASIL. Constituição Federal do Brasil de 1988. BRASIL. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. GOMES, Josir Simeone; SALAS, Joan M. Amat. Controle de gestão: uma abordagem contextual e organizacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003. PEIXE, Blênio César Severo. Finanças públicas: controladoria governamental. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2002. POSSAS, Cristina Otaviana da Cruz e. Orçamento e contabilidade em entidades governamentais. --. Apostila utilizada na disciplina de Orçamento e contabilidade em entidades governamentais da Faculdade Novos Horizontes. Belo Horizonte: 2008. SILVA, Lino Martins da. Contabilidade governamental. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. TINOCO. João Eduardo Prudêncio. In Balanço social: balanço da transparência corporativa e da concentração social. Revista Brasileira de Contabilidade n. 135 – maio/junho 2002. p. 62 http://www.contagem.mg.gov.br 38 APÊNDICE A - Quadro 1 Balanço Orçamentário BALANÇO ORÇAMENTÁRIO RECEITA Títulos Previsão DESPESA Execução RECEITAS CORRENTES Diferença Títulos CRÉDITOS Receita Tributária ORÇAMENTÁRIOS Receita Patrimonial E SUPLEMENTARES Receita Industrial CRÉDITOS ESPECIAIS Transferências Correntes CRÉDITOS Receitas Diversas EXTRAORDINÁRIOS RECEITAS DE CAPITAL SOMA SOMA DÉFICITS SUPERÁVIT TOTAL Fonte: Anexo nº 12 (Lei nº 4.320/64) TOTAL Fixação Execução Diferença 39 APÊNDICE B - Quadro 2 Balanço Financeiro BALANÇO FINANCEIRO RECEITA Títulos DESPESA R$ R$ R$ Títulos ORÇAMENTÁRIA ORÇAMENTÁRIA Receitas Correntes Legislativa Receita Tributária Judiciária Receita Patrimonial Administração e Planejamento Receita Industrial Agricultura Transferências Correntes Comunicações Receitas de Capital Defesa Nacional e Segurança Pública EXTRA-ORÇAMENTÁRIA Desenvolvimento Regional Restos a Pagar (Contrapartida da Despesa a Pagar) Educação e Cultura Serviço da Dívida a Pagar (Contrapartida da Despesa a Pagar) Energia e Recursos Minerais Depósitos Habitação e Urbanismo Indústria, comércio e Serviços Outras Operações Relações Exteriores SALDO DO EXERCÍCIO ANTERIOR Saúde e Saneamento Disponível EXTRA-ORÇAMENTÁRIA Caixa Restos a Pagar (Pagos no exercício) Bancos e Correspondentes Serviço da Dívida a Pagar (pago) Exatores Depósitos Vinculado em C/C Bancária Outras Operações SALDO PARA EXERCÍCIO SEGUINTE Disponível Caixa Bancos e Correspondentes Exatores Vinculado em C/C Bancária TOTAL Fonte: Anexo nº 13 (Lei nº 4.320/64) TOTAL R$ R$ R$ 40 APÊNDICE C - Quadro 3 Balanço Patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Títulos $ $ $ Títulos ATIVO FINANCEIRO $ $ $ PASSIVO FINANCEIRO Disponível Restos a pagar: Caixa Serviços da Dívida a Pagar Bancos e Correspondentes Exatores Depósitos Vinculado em C/C Bancárias Débitos de Tesouraria Realizável PASSIVO PERMANENTE ATIVO PERMANENTE Dívidas Fundada Interna: Bens Móveis Em Títulos Bens Imóveis Por Contratos Bens de Natureza Industrial Dívida Fundada Externa: Créditos Em Títulos Valores Diversos Por Contratos Diversos: Saldo do Ativo Real Soma do Passivo SALDO PATRIMONIAL SALDO PATRIMONIAL Passivo Real Descoberto Ativo Real Líquido Soma ATIVO COMPENSADO Soma PASSIVO COMPENSADO Valores em Poder de Terceiros: Contrapartida de Valores em Poder de Terceiros: Valores de Terceiros: Contrapartida de Valores Nominais Emitidos: Valores Nominais Emitidos: Diversos: Diversos: TOTAL GERAL Fonte: Anexo nº14 (Lei nº 4320/64) TOTAL GERAL 41 APÊNDICE D - Quadro 4 Demonstração das Variações Patrimoniais DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS VARIAÇÕES ATIVAS Títulos VARIAÇÕES PASSIVAS $ $ $ Títulos RESULTANTES DA EXECUÇÃO RESULTANTES DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA ORÇAMENTÁRIA RECEITA ORÇAMENTÁRIA Receitas Correntes DESPESA ORÇAMENTÁRIA Despesas de Custeio Receitas Tributária Transferência Correntes Receita de Contribuições Despesas de Capital Receita Patrimonial Investimentos Receita Agropecuária Inversões Financeiras Receita Industrial Transferências de Capital Receita de Serviços Transferências Correntes Outras Receitas Correntes Receitas de Capital Operações de Crédito Outras Receitas de Capital MUTAÇÕES PATRIMONIAIS MUTAÇÕES PATRIMONIAIS Aquisições de Bens Móveis Cobrança da Dívida Ativa Construção e Aquisição de Bens Imóveis Alienação de Bens Móveis Construção e Aquisição de Bens de Natureza Industrial Alienação de Bens Imóveis Aquisição de Títulos e Valores Alienação de Bens de Natureza Industrial Empréstimos concedidos Alienação de Títulos e Valores Diversas Empréstimo Tomados Total Recebimento de Créditos Diversas Total Total INDEPENDENTES DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA INDEPENDENTES DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA Inscrição da Dívida Ativa Cancelamento de Dívidas Passivas Inscrição de Outros Créditos Diversas Incorporação de Bens (doações, legados, etc.) Cancelamento de Dívidas Passivas Diversas Total das Variações Ativas Total das Variações Passivas RESULTADO PATRIMONIAL RESULTADO PATRIMONIAL Déficit Verificado (se for o caso) Superávit Verificado (se for o caso) TOTAL GERAL Fonte: Anexo nº15 (Lei nº 4320/64) TOTAL GERAL $ $ $ 42 APÊNDICE E – Roteiro para entrevista 1 – Quais são os relatórios públicos mais utilizados para análise? 2 – Existe algum demonstrativo específico que é utilizado para análise de balanços na gestão pública? 3 – Já houve alguma interpretação “distorcida” de índice? E na reclassificação das contas? 4 – Existe uma verdadeira obediência a lei de responsabilidade fiscal por parte das entidades públicas? 5 – Para a gestão financeira qual ou quais os demonstrativos utilizados? E para a gestão econômica? 6 – Essa análise é também utilizada para a responsabilidade social? 7 – Quais os indicadores e relatórios são utilizados para a tomada de decisões? 43 ANEXO A – Balanço Orçamentário 44 ANEXO B – Balanço Financeiro 45 ANEXO C – Balanço Patrimonial 46 ANEXO D – Demonstração das Variações Patrimoniais