Ação das Voluntárias
Pela Vida amplia UTI
Pediátrica da Santa Casa
Categoria: Sustentabilidade
PERFIL DA ORGANIZAÇÃO
PERFIL DA ORGANIZAÇÃO
1. Razão social e nome fantasia da organização responsável pelo case – Irmandade
da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
2. Categoria – Sustentabilidade.
3. Título do case – Ação das Voluntárias Pela Vida amplia UTI Pediátrica da Santa Casa.
4. Departamento, área, divisão, unidade etc. responsável pelo case – Marketing.
5. O nome da organização poderá ser utilizado de forma abreviada nas respostas
às questões – Sim.
6. Informar a abreviação utilizada; estilo de linguagem (como se referir à organização e a seus colaboradores) – Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
7. Informar se é organização de capital fechado, aberto, autarquia, órgão público,
fundação, instituto ou unidade autônoma ou subdivisão de algum desses – Instituição filantrópica de saúde.
8. Ano de fundação ou de instituição da organização – 19/10/1803.
9. Número de colaboradores da organização – 6.400.
DESCRIÇÃO DO NEGÓCIO MERCADOS
10. Natureza das atividades da organização ou atividade-fim – Serviços – saúde.
11. Principais produtos ou serviços oferecidos pela organização – Atividades de
atendimento hospitalar, exames e consultas ambulatoriais.
12. Setor de atuação – Saúde no contexto da assistência, promoção e prevenção de
saúde, ensino e pesquisa.
13. Informações sobre porte, como volumes e/ou valores comercializados, quantidade
de instalações, mercados de atuação – Sete hospitais, com mais de 30 especialidades, como Pediatria, Oncologia, Transplantes, Neurologia e Neurocirurgia,
Hospital Geral de Adultos e Maternidade, Cardiologia, Pneumologia e Cirurgia
Toráxica. Em 2014, realizou 51 mil internações, 57 mil cirurgias e 791 mil consultas ambulatoriais.
AÇÃO DAS VOLUNTÁRIAS PELA VIDA AMPLIA UTI PEDIÁTRICA DA SANTA CASA
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PERFIL DA ORGANIZAÇÃO
14. Canais de comercialização e quantidades, canais de venda, representantes ou
distribuidores – A rede pública representa 60% (SUS), 5% são provenientes de
atendimentos particulares e 35%, de convênios – além de recursos extraordinários por meio de emendas, leis de incentivo e voluntariado.
ESTRUTURA DE MARKETING
15. Equipe que compõe a área de marketing (número de colaboradores e seus cargos),
se existente – Conta com um gerente, três analistas de marketing, cinco assistentes de marketing e uma ouvidora.
16. Parceiros estratégicos da área de marketing (agências, consultorias, assessorias
etc.), se existentes – JWT – agência de publicidade e ek marketing em gestão de
reconhecimento.
17. Informar, se possível, verba anual destinada a ações e projetos de marketing –
As verbas de marketing não são muito altas. Em 2014, foram de cerca de R$ 400 mil.
18. Principais atribuições da área de marketing – Tem um papel atuante na construção da proposta de valor para a marca Santa Casa, estimulando a demanda de
clientes oriundos de planos de saúde e particulares para garantir a sustentação e
viabilizar a sua missão.
PRINCIPAIS MERCADOS-ALVO
19. Principais mercados-alvo, nos ramos de atuação da organização, e, caso haja,
principais segmentos desses mercados onde se encontram os clientes-alvo –
A atuação da Santa Casa excede os limites territoriais de Porto Alegre. Quanto à origem, 47% dos pacientes são da capital e 53% provêm de outros municípios gaúchos.
Em casos de alta complexidade, a Santa Casa recebe pacientes de todo o Brasil.
20. Eventuais delimitações territoriais, estratégicas ou compulsórias, dos mercados-alvo – A natural da estrutura física necessária ao serviço.
AÇÃO DAS VOLUNTÁRIAS PELA VIDA AMPLIA UTI PEDIÁTRICA DA SANTA CASA
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PERFIL DA ORGANIZAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DA CONCORRÊNCIA
21. Se possível, citar o tipo de concorrência direta, de produtos similares, fornecidos por outras organizações, ou concorrência indireta, por meio da aquisição
ou produção de soluções equivalentes por parte dos clientes, para alcançar os
mesmos benefícios (Na impossibilidade de caracterizar a concorrência direta
ou indireta, poderá ser informado as possíveis consequências aos clientes da
falta de competição) – O mercado de saúde é regulado por Ministério da Saúde,
SUS e Anvisa. Mesmo assim, existe um mercado concorrencial forte, caracterizado pela estrutura, pelo atendimento e pela qualificação do corpo clínico. Contudo,
hospitais mistos, como a Santa Casa, podem ampliar a receita somente atendendo
a planos de saúde e particulares, uma vez que os do SUS são encaminhados pelo
Sistema, sem poder de decisão sobre a instituição. Para atrair pacientes, o investimento em modernização do parque tecnológico e na qualificação do quadro clínico é parte essencial da sobrevivência da rede filantrópica.
22. Quando possível, fornecer dados sobre a participação ou posição da organização no seu mercado – A Santa Casa de Porto Alegre é hoje a segunda maior prestadora de serviços ao SUS em todo o país, para o qual dedica mais de 60% de seu
atendimento. Em número de leitos e profissionais, a Instituição ocupa o segundo
lugar, atrás apenas do Grupo Hospitalar Conceição, vinculado ao Ministério da Saúde e maior rede pública de hospitais do Sul do país, com atendimento 100% SUS.
BRANDING
23. Elementos que direcionam a gestão da marca, como posicionamento, missão,
visão, valores e vantagem competitiva, entre outros que a organização considerar importantes – Realização do planejamento estratégico, análise dos cenários interno e externo e análise dos pontos fortes e fracos e das oportunidades e
ameaças são direcionadores das ações.
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PERFIL DA ORGANIZAÇÃO
24. Proposta de valor da organização (o que ela entrega de único para os seus
clientes?)– A Santa Casa oferece, em um só lugar, a estrutura de um complexo
voltado à saúde, com confiança e qualidade de uma tradição de mais de 200 anos
e reputação em saúde voltada à comunidade.
25. Processos e as ferramentas utilizadas para gerir a marca (pesquisa com consumidores, avaliação de satisfação, acompanhamento de redes sociais etc.)
• Aplicação da pesquisa de satisfação para pacientes e colaboradores.
• Monitoramento das mídias sociais.
• Acompanhamento por meio de pesquisas externas, como
Top of Mind/Revista Amanhã.
26. Atributos da marca (valores funcionais ou emocionais que a diferenciam de
suas concorrentes)– Reputação, confiança, transparência, serviço à sociedade,
excelência em saúde e acesso à saúde.
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ANÁLISE DO CENÁRIO E ESTRATÉGIA
Análise do cenário e estratégia
A1
Quais foram as oportunidades ou dificuldades que originaram a estratégia de
marketing do case e como elas foram identificadas e avaliadas?
A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre é uma instituição referência em gestão entre as instituições filantrópicas de saúde do Brasil. A percepção de que sua
reputação é um ativo levou a Instituição, ao longo de sua história, a criar uma estratégia que se apoia na captação de recursos, por meio de investimento social, privado, público e individual, e, em contrapartida, sustenta toda a proposta de valor ao
retornar à sociedade, de forma transparente e ética, a assistência à saúde, demonstrando a viabilidade de um projeto de valor social.
Ao longo da história da Santa Casa, o voluntariado tem sido um importante pilar
de atuação, tanto no apoio aos pacientes quanto na sustentação econômica. A
própria construção do Complexo decorre dessa capacidade. A Santa Casa tem
um papel de catalizador de forças positivas, construído pelo forte relacionamento com toda a sociedade.
Foi dessa proximidade que o Dr. Fernando Lucchese, membro da direção da Santa
Casa, reuniu um grupo de mulheres para uma visita à UTI Pediátrica do Hospital
da Criança Santo Antônio. Lá, elas constataram como a limitação de leitos impõe a
médicos e à Instituição difíceis decisões, porque a demanda por leitos é maior que
a capacidade de atendê-la.
Entre os fatores externos e internos estão:
• a confiança na Santa Casa pela sua atuação transparente e geração
de valor para a saúde no Rio Grande do Sul;
• engajamento das Voluntárias Pela Vida e sua capacidade de mobilizar
toda a família e seu networking em prol do projeto;
• experiências anteriores da Instituição demostram como a Santa Casa age
de forma eficiente na gestão e transparente na prestação de contas;
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ANÁLISE DO CENÁRIO E ESTRATÉGIA
• relacionamento contínuo e próximo com a comunidade;
• tradição em voluntariado, com integrantes do grupo que já têm
mães, tias e pessoas próximas atuando no voluntariado;
• estrutura ágil da Santa Casa, que une captação, projetos e engenharia;
• representatividade das fundadoras do grupo Voluntárias Pela Vida.
A2
Resumir a estratégia de marketing adotada, explicando como tratou as principais oportunidades a serem aproveitadas ou dificuldades a serem superadas. Informe os principais objetivos a serem alcançados.
Dez senhoras – entre elas, Helena Dahne Bartelle, Nora Teixeira, Scheila Vontobel,
Marina Sirotsky, Claudia Bartelle, Rosana da Silveira, Josiane de Castro, Renata
Callage, Sabrina Lopes Ribeiro e Mariana Araújo Santos Chies – sentiram-se impelidas a participar e criaram o grupo Voluntárias Pela Vida, com o objetivo de arrecadar cerca de R$ 3,5 milhões para ampliar em dez leitos, aumentando a capacidade
da UTI Pediátrica do Hospital da Criança Santo Antônio em 25%.
Juntas, as Voluntárias Pela Vida, as áreas de apoio da Santa Casa (Marketing, Projetos, Financeiro e Direção) e a solidariedade da sociedade gaúcha realizaram, em
cerca de um ano, a conclusão do projeto.
Vale destacar o caráter de profissionalização e planejamento desde a criação do
grupo, que contou com plano estratégico; delegação de responsabilidades para
cada integrante, conforme seu perfil e expertise; monitoramento dos resultados;
e elevada capacidade de mobilização e articulação de formadores de opinião e
celebridades pela causa.
Considerando os resultados da estratégia para a Santa Casa, além de ter sucesso
na ampliação de um serviço à comunidade, o trabalho das Voluntárias Pela Vida
reforça a vocação da Instituição na geração de valor social, estimulando iniciativas da própria comunidade pelo bem comum.
AÇÃO DAS VOLUNTÁRIAS PELA VIDA AMPLIA UTI PEDIÁTRICA DA SANTA CASA
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EXECUÇÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
Execução, acompanhamento
e avaliação
B1
Descrever, de forma sucinta, as atividades executadas relativas às ações planejadas para estratégia de marketing (pedidas na questão A2). Destacar na descrição,
os elementos que, na prática, mais contribuíram para os resultados o case.
As ações que concretizaram a estratégia podem ser resumidas a:
1. Criação do grupo Voluntárias Pela Vida (VV’s), uma associação civil de direito
privado, filantrópica, beneficente de assistência social e sem fins econômicos.
Um dos principais propósitos é apoiar, promover e captar recursos para projetos relacionados com a saúde, de amplitude regional e nacional, de interesse de
seus associados;
2. Abertura de uma conta em nome da Santa Casa com o objetivo específico
para essa obra;
3. Definição de um plano estratégico do grupo, que contou com a colaboração da
agência DM9Sul, para a criação de materiais e suporte criativo. Divisão de tarefas
tanto na fase de mobilização e arrecadação quanto na execução. Cada voluntária
usou sua expertise na otimização das ações. Forte relacionamento com a mídia,
como televisão, jornal e blogs, na divulgação de cada ação, o que se mostrou essencial ao sucesso. O plano de ação identificou quatro principais ações para o grupo:
3.1. Networking pessoal – como elas mencionam, essa não foi uma ação só das
mulheres, mas de toda a família, como demonstra o lançamento da campanha, para a apresentação do projeto, na tarde do dia 16 de agosto de 2014.
Claudia Bartelle — que celebrou na ocasião o aniversário de seus dois filhos
na Casa NTX, em Porto Alegre — aproveitou a oportunidade para a primeira
ação de arrecadação de fundos à causa. Em vez de presentes, os convidados
faziam repasses à conta criada com fim específico. Só nesse evento foram arrecadados cerca de R$ 50 mil. Outros cinco eventos ainda seriam realizados:
AÇÃO DAS VOLUNTÁRIAS PELA VIDA AMPLIA UTI PEDIÁTRICA DA SANTA CASA
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EXECUÇÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
aniversário do filho de Ana Paula Ribeiro, de Zulma Veloz, de Claudia Bartelle, de Scheila Vontobel e de Nora Teixeira.
3.2. Captação em meio às empresas – um projeto de apresentação com layout
foi montado com apoio da agência DM9Sul auxiliou as voluntárias em uma
agenda em meio ao empresariado gaúcho, ao longo de seis meses.
3.3. Venda de objetos com o mote “Eu doei” – para alcançar diferentes públicos,
tornando a doação acessível a todos, as VV’s criaram dois produtos com
valores ajustados:
• um coração banhado a ouro desenhado por Silvia Furmanovich, com a
inscrição “Eu doei”. Comercializado por cerca de R$ 1.000, tinha um valor
simbólico e logo se tornou um sucesso. A apresentadora do Jornal do Almoço, da RBSTV, Cristina Ranzolin, usou e fez menção à campanha durante vários programas; além disso, o acessório virou um hit nas redes sociais
depois de postagens como a da blogueira Thássia Naves e a da editora de
estilo da revista Vogue Brasil, Donata Meirelles. As 320 peças esgotaram
rapidamente;
• uma versão do mesmo coração foi lançada pela marca Melissa para chaveiro, acompanhado de um pingente no mesmo formato. Para repercutir,
blogueiras de moda foram acionadas, entre elas Gabriela Pugliesi, que aderiu, postando foto com o acessório. O kit, vendido por R$ 100, teve toda a
renda revertida para a ação das voluntárias e pode ser encontrado em várias lojas da grife, em São Paulo, Porto Alegre, Caxias do Sul e Santa Maria.
• baile de gala – realização de um grande baile beneficente para arrecadar
R$ 1,5 milhão, aproximadamente a metade do necessário para a causa. A
inspiração foi: “Um evento nobre para uma causa nobre”. Com jantar, leilão
e baile, contou com a adesão de artistas e celebridades, além de um pocket
show com o humorista Tom Cavalcante.
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EXECUÇÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
3.4. As VV’s conseguiram ainda incontáveis apoios, como:
• lançamento da coleção Iódice no Shopping Iguatemi. Contou com um evento
exclusivo e a reversão de 5% das vendas do dia para a campanha;
• Construtora CFL – doação de R$ 20 mil no lançamento do livro do Guga
Kuerten na casa de eventos NTX;
• Vanilla – 15% de desconto em vestidos para o baile de gala e 15% no percentual da venda de roupas como doação;
• Vivara – doação de um par de brincos para um sorteio realizado em um dos
eventos de aniversário;
• Restaurante 300 contribuiu com um percentual na receita;
• Projeto Eu Amo Papelão – doação de cofrinhos para venda;
• Colégio Israelita – doação de R$ 2 mil arrecadados durante a Feira Ecológica;
• Loja Debora Ioschpe (Punta del Este) – repasse de percentual de vendas;
• Daslu – descontos especiais.
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MODELOS E INSTRUMENTOS
Modelos e instrumentos
C1
Como foram identificados e incorporados os modelos e ferramentas de marketing adotados no case?
A ação de voluntariado é uma das fontes de recursos extraordinários previstas no
modelo de autossustentação da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. O departamento de Gestão de Projetos conta com três colaboradores dedicados a essa
atividade. O grupo é responsável pelos projetos de captação de investimentos para
concretizar obras de ampliação e aquisição de equipamentos, em três grandes áreas:
esfera pública (Governo Federal, Ministério da Saúde, Secretaria da Saúde, Secretaria
do Trabalho e Assistência Social e Assembleia Legislativa); esfera privada (empresas,
institutos, fundações, pessoas físicas e Senai – privada de interesse público); e esfera
internacional (universidades, centro de pesquisa e desenvolvimento e fundações).
A velocidade com que o projeto foi realizado, entre agosto de 2014 e junho de 2015,
se deve à capacidade de articulação e ao profissionalismo das VV’s, além da estrutura de apoio da Santa Casa, com o know-how nos processos e a transparência na
captação, assim como ao trabalho da equipe de engenharia, que venceu a licitação
para a execução da obra, concorrendo com oito empresas avaliadas.
As VV’s, em parceria com o marketing da Santa Casa, usaram com muita adequação
o marketing social, isto é, aplicaram as estratégias reconhecidas e as ferramentas
do marketing comercial para obter um resultado social. Vale destacar o correto posicionamento da campanha, que associou criatividade e apelo emocional à qualidade em todas as ações, seja na criação dos objetos, seja na realização do evento de
gala. A estratégia de criar um mix de produtos premium (como o baile, com convites
a R$ 1.250) e produtos básicos (como o kit da Melissa, a R$ 100, vendido em lojas de
todo o estado e também em São Paulo) é outra evidência do uso de estratégias de
marketing bem aplicadas à geração de valor social. Em duas semanas, 800 convites
para o baile de gala foram vendidas, e o deck da Casa NTX, que seria usado como
lounge, foi aberto com novos lugares para convidados.
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MODELOS E INSTRUMENTOS
O conceito “Um evento nobre para uma causa nobre” reflete essa coerência e está
em todos os detalhes. O Buffet França assinou a gastronomia à altura da noite de
gala, com criações exclusivas no cardápio para a ocasião. A mesa de doces, da
Mimos & Co., doada por Paulinha Ribeiro, chamou a atenção, assim como as flores do Atelier das Flores Angélica Martins decoraram o evento, que foi organizado
pela NB Eventos. Grande parte dos serviços da noite foi obtido por meio de apoio
e doação dos fornecedores.
As VV’s trouxeram a Porto Alegre, na noite do dia 7 de novembro de 2014, na Casa
NTX, celebridades como Grazi Massafera, Alexandre Pato e Fiorella Mattheis, Alice
Ferraz, Bia e Branca Feres, Camila Coelho, Nizan Guanaes, Donata Meirelles, Klebber
Toledo, Nilmar, Mariana Rios e Tom Cavalcante — que apresentou um pocket show.
Os convidados especiais, além de emprestar prestígio, arremataram peças do leilão.
Entre dezenas de doações para o leilão, estavam serigrafias de Iberê Camargo, fotografias de nomes consagrados e grandes rótulos. Em um baile organizado por mulheres, os maiores lances do leilão também foram dados por elas: Maythe Birman
ofereceu R$ 130 mil por um relógio do apresentador Fausto Silva e por um vestido
usado por Gisele Bündchen na campanha primavera-verão 2006 da Louis Vuitton a top gaúcha gravou um vídeo exibido no evento para incentivar as doações. Paula
Ribeiro deu um lance de R$ 230 mil em uma escultura de Pablo Atchugarry.
A divulgação de todas as etapas, apoiada pela cobertura da imprensa e associada à
adesão de promotores da causa, entre blogueiras de moda e formadores de opinião,
é outra evidência da assertividade das VV’s.
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RESULTADOS
Resultados
D1
Apresentar resultados obtidos pela estratégia implementada por meio de indicadores de desempenho ou métricas.
O que dizer de uma ação voluntária que, em dez meses, constituiu sua figura
jurídica, alcançou o objetivo de ampliar em 25% a capacidade de atendimento
de alta complexidade da UTI Pediátrica do Hospital da Criança Santo Antônio e,
ainda, captou R$ 200 mil a mais do que o previsto, totalizando uma arrecadação
de R$ 3,7 milhões.
Uma semana antes do evento de gala, a conta aberta especialmente para a causa em
nome da Santa Casa já somava R$ 2 milhões – com ajudas importantes, como de
Alexandre Grendene Bartelle e Nora Teixeira; Valentina, Guilhermina e João Ricardo
Vontobel; Jayme Sirotsky, Nelson Sirotsky e Eduardo Sirotsky Melzer; Grupo Zaffari; Marcopolo; Tintas Renner; Grupo SLC; Medabil; Paquetá; The Shoe Company;
Pompéia; e Oleoplan – além de outras 289 doações de pessoa física. Em agradecimento, foram citados no painel da sala de espera da nova UTI.
Além das vários apoios já citados no item Execução, a ação das voluntárias contou
com inúmeros outros, entre eles: Betina Becker, Paulo Gasparotto, Norton Jochims
Fernandes, Pedro Dahne Silveira Martins, DC Set, Laura Schirmer, Dell Anno, Tumelero, Dufrio e Colombo.
Inaugurada em junho de 2015, além de uma moderna infraestrutura e equipamentos de ponta, a nova UTI Pediátrica da Santa Casa tem na decoração tematizada um
elemento que encanta. Cada um dos dez leitos foi batizado com o nome de um dos
pássaros mais populares entre os que incluem o Rio Grande do Sul em seu habitat.
Além do nome no leito, a sala de espera da UTI foi decorada com textos explicativos
e painéis multicoloridos retratando situações características da vida dos padrinhos
escolhidos: quero-quero, sabiá-do-campo, beija-flor, cardeal, pica-pau, bem-te-vi,
tesourinha, joão-de-barro, freirinha e tico-tico.
AÇÃO DAS VOLUNTÁRIAS PELA VIDA AMPLIA UTI PEDIÁTRICA DA SANTA CASA
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RESULTADOS
“A ideia chegou para mim pronta, pois o Hospital da Criança Santo Antônio já tem
em suas instalações desenhos baseados no livro Lili Inventa o Mundo, de Mario
Quintana”, explica o artista plástico porto-alegrense Gustavo Corrêa, o Gusco, que
produziu, de forma voluntária, os painéis dos pássaros. A intenção foi manter a
obra de Quintana, tão conhecido e adorado pelos gaúchos. O tema escolhido foi
o Poeminha do Contra: “todos estes que aí estão/Atravancando o meu caminho,/
Eles passarão.../Eu passarinho!”
Esse modelo de autossustentação por meio de captação é o que vem viabilizando
os projetos de expansão da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. A captação entre pessoa física em campanha interna dos profissionais da Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre arrecadou, entre 2011 e 2014, cerca de R$ 500 mil. No
período de 2014 a 2015, a captação entre pessoas jurídicas obteve R$ 5,3 milhões
em volume de recursos efetivados.
Os indicadores de desempenho para projetos incentivados para aquisição de tecnologias e infraestrutura em meio à União, destinados ao Ministério da Saúde, entre 2009 e 2015 alcançou volume de R$ 70,4 milhões. Já a captação em meio às
Secretarias de Estado /Secretaria da Saúde alcançou, em volume de recursos em
projetos enviados, cerca de R$ 5,5 milhões.
D2
Apresentar resultados qualitativos obtidos pela estratégia implementada.
O médico Fernando Lucchese, que reuniu as dez senhoras para melhorar as condições da saúde das crianças do hospital, estava emocionado no evento oficial de
entrega do projeto, relembrando o dia em que decidiu pedir a ajuda daquelas que se
tornariam as Voluntárias Pela Vida. Ele contou como estava chateado, pois naquele
dia um oficial de justiça foi até ele e exigiu um leito. A UTI estava lotada, então o
diretor levou o oficial até à unidade e pediu que ele escolhesse um para ser desocupado. O oficial de justiça não esperava essa atitude e pediu ao médico que não o
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RESULTADOS
obrigasse a isso. Ao que Dr. Lucchese respondeu: “Não façam isso conosco! Nós não
somos donos da vida e da morte de ninguém”.
Essa narrativa, cheia de emoção, infelizmente não é isolada. Na rede pública de saúde, as demandas costumam chegar sempre antes que os recursos. Diante da urgência dos 27 mil bebês que necessitam de correção cardíaca imediata ao nascimento,
em todo o país, os resultados alcançados excedem qualquer expectativa.
É por isso que ações como essa, demonstrando a capacidade de reação da sociedade para transformações positivas, têm grande valor social, não só pelos resultados
que se propõem a alcançar, mas pelo efeito que produzem. É com esse intuito que a
Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre compartilha essa experiência, para que
seu impacto contagie outras pessoas a usarem sua rede de influência, cientes da
capacidade de transformação da realidade a partir da união da sociedade.
Na solenidade, Nora Teixeira falou em nome do grupo: “Com a entrega de hoje, amadurecemos nossa atitude solidária. Tenho de agradecer a todos que estão aqui e,
principalmente, aos nossos patrocinadores, que acreditaram no nosso projeto desde o início”. Já Scheila Vontobel destacou que, quando existem metas e vontade de
realizar algo grandioso, os sonhos saem do papel.
Como lembra Helena Dahne Bartelle, essa não foi uma ação só das mulheres, foi de
toda a família. “Mobilizamos todos, sem exceção: maridos, filhos, noras e genros,
netos.” Os filhos, ainda pequenos, que abriram mão dos presentes de aniversário,
entenderam a necessidade de ajudar. Essa atitude é também uma forma de levar
adiante a herança do voluntariado. Muitas das VV’s têm, ou tiveram, voluntários
da Santa Casa na família.
Como mães, muitas delas já enfrentaram a dor de ver um filho doente, em situação
de risco. Por isso, uma forte motivação do grupo foi a reflexão de que, em momentos
difíceis, o sentimento de qualquer mãe, de dor e preocupação, é sempre o mesmo.
O que muda é a possibilidade de algumas oferecerem à criança o acesso à saúde,
enquanto outras dependem somente dos recursos públicos no Brasil.
AÇÃO DAS VOLUNTÁRIAS PELA VIDA AMPLIA UTI PEDIÁTRICA DA SANTA CASA
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RESULTADOS
“Acho que as VV’s lançaram na comunidade de Porto Alegre uma contaminação de
‘vamos ajudar’. Foi impressionante a adesão. A minha percepção é de que as pessoas
querem muito ajudar, mas estão carentes de causas sérias”, explica Cláudia Bartelle.
Nas redes sociais, o trabalho foi muito elogiado pela população. Um depoimento
expressa o que foi a repercussão positiva.
“Daniela diz: 24 de junho de 2015 – Não tenho palavras para parabenizar a ação
dessas grandes mulheres das Voluntárias Pela Vida. Sou mãe e já acompanhei a
internação da minha filha por duas vezes na UTI Pediátrica do Hospital Santo Antônio. Sei o que é viver naquele ambiente. Fica o exemplo de que, quando se quer
fazer o bem, se faz. Parabéns à iniciativa do Dr. Lucchese, que desafiou esse grande
milagre, de 90 dias para a realização de um projeto que salvará muitas vidas. Que
Deus abençoe a todos os envolvidos nessa ação.”
As VV’s já estão envolvidas com um novo projeto na Instituição e, desta vez, será
na Maternidade Santa Clara. Vale destacar que tudo isso se concretiza também
pela seriedade da missão da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, aliada à
boa reputação, sustentada no compromisso com a comunidade gaúcha e na inovação dos serviços médico-hospitalares, prestados de forma transparente e com
gestão profissional.
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