COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXX - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAÇU – PR, 11 A 13 DE MAIO DE 2015 RESERVADO AO CBDB CONTRIBUIÇÃO AO CONHECIMENTO SOBRE PLANO DE EMERGÊNCIA - PAE Ruben José Ramos CARDIA Engenheiro Civil – RJC Engenharia & Fractal Engenharia. MSc. HENRIQUE Lucini Rocha Engenheiro Sanitarista e Ambiental – Fractal Engenharia. PEDRO Guilherme de Lara Engenheiro Sanitarista e Ambiental – Fractal Engenharia & CBI. RESUMO Após a aprovação da Lei n. 12.334/2010 em Segurança de Barragem, aguarda-se o final de sua Regulamentação, aproveitando contribuições apresentadas nas Audiências Públicas via Internet. Diversos Proprietários de Barragens já começaram a solicitar a apresentação de Propostas de Serviços para Elaboração do Plano de Ação de Emergência - PAE e do Plano de Segurança de Barragens - PSB. Notam-se diferenças nos modelos ou formatações já em desenvolvimento e que podem não ser exatamente o esperado e a ser definido pela ANEEL e cobrada pelas Agências Estaduais, com as quais aquela Agencia Federal estabeleça contratos de participação. Procurou-se apresentar alguns comentários, buscando contribuir para um melhor conhecimento de um modelo e para u’a mais adequada formatação. ABSTRACT Final regulation of Federal Law #12.334/2010 on Dam Safety is been awaited. Some of those contributive suggestions, presented through Public Hearings by Internet, would be included. Several of Dam Owners have requested Proposals for Services on issuing Emergency Action Plan – EAP and Dam Safety Plan - DSP. Differing models and formats have been in use now and they may be not of the expected model in preparation by ANEEL (and required by State Agencies to have its representation stablished by ANEEL). Some comments aim to contribute for a better understanding of a model and of its more adequate format. XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 1 COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXX - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAÇU – PR, 11 A 13 DE MAIO DE 2015 RESERVADO AO CBDB 1. PRÓLOGO A elaboração de Plano de Ação de Emergência – PAE está sendo considerada nas exigências da Lei n. 12.344/2010, conforme a Política Nacional de Segurança de Barragens, para Barragens Classificadas como ‘A’ e ‘B’ (com Alto Dano Potencial). Para Barragens Classificadas como ‘C’ essa exigência irá depender das avaliações a serem feitas pela equipe da Agência Reguladora (ANEEL, ou por representação nas Agências Estaduais). Alguns modelos conhecidos e já em uso não estão exatamente representando o que se poderia esperar em termos de formatação mais adequada, conforme uso internacional (US BoR, LNEC-PT, etc). As Agências Federais estão preparando a Regulamentação desse tipo de documento, considerando as sugestões apresentadas em Audiência Pública pela Internet, sobre um modelo básico (de exigência mínimas). O modelo foi elaborado com base nesse padrão internacional, sendo que devem ser divididas as responsabilidades do Proprietário (no Plano de Ação Emergencial – PAE, ou Plano de Ação Emergencial Interno – PAEI), daquelas da Defesa Civil e órgãos públicos (no Plano de Reação Emergencial – PRE, ou Plano de Ação Emergencial Externo – PAEE). Além do estudo de Potenciais Modos de Ruptura e/ou FMEA, para determinação dos tipos de ‘Brechas’ que deverão ser considerados, há necessidade do preparo de simulação hidrodinâmica para o progresso da Onda de Cheia de Ruptura, no Vale a jusante. Os Mapas de Inundação deverão ser preparados em ambiente SIG. 2. ESTRUTURA DO PAE Inicialmente deve ser feita reunião com representantes da Proprietária da Barragem, principalmente aqueles lotados na Unidade, com maior conhecimento do comportamento normal de operação da estrutura. Após definição dos possíveis Modos de Ruptura, deve ser feita Inspeção Visual, para se confirmar as condições locais no Aproveitamento e no Vale a Jusante. Para os estudos na simulação da Ruptura e sua Onda de Cheia (com REC-HAS ou outro ‘software’ similar) devem ser obtidos (fornecidos pela Proprietária): Levantamento Topobatimétrico no Reservatório (Montante, com Curvas Cota X Área e Cota X Vazão) e no Vale a Jusante, considerando seções de controle em locais importantes para eventuais alterações no fluxo ou existência de estruturas. Eventualmente poderá ser efetuada uma varredura geral, obtendose toda a conformação do Vale (leito submerso e áreas marginais, até altura possivelmente atingida pela Onda de Cheia e até distância onde ainda possa ocorrer representatividade na passagem da Onda; Documentação de Projeto e de Operação e de Monitoramento das Estruturas do Barramento (Memoriais Descritivos, Memoriais de Cálculo, Desenhos, Relatórios de Inspeção e de Auscultação, etc); Informações sobre as estruturas vizinhas (na casca do rio, a montante e a jusante), principalmente se forem de outra Proprietária; Cartas Aéreas e/ou Fotos de Satélite e/ou Mapas (IBGE/IGG/Militares, etc). XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 2 COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXX - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAÇU – PR, 11 A 13 DE MAIO DE 2015 RESERVADO AO CBDB Para elaboração da parte documental do PAE serão necessárias informações sobre a estrutura da Empresa Proprietária (administrativa, gerencial, técnica, etc). Também serão necessários detalhes da estrutura de apoio local e regional (Comércio, Prestação de Serviços, Defesa Civil, Autoridades, Serviços Públicos, etc). Deverão ser obtidos nomes, endereços, telefones, forma de contato fora de horário comercial). Com essas informações detalhadas será possível montar o Fluxograma de Comunicação de Emergência e será possível preparar as listas e tabelas de apoio de Infraestrutura. A Empresa deverá definir a figura do Responsável, ou Chefe ou Supervisor ou Gerente do PAE e dos componentes dos diversos grupos de ação. Na realidade se deve considerar que essa figura de gerenciamento deve ser estruturada com hierarquia composta de pelo menos duas ou até mesmo três pessoas, para se evitar problemas de ausências (em férias, viagens a serviço, doenças, etc). Considera-se que as informações e orientações devam ser divididas em dois aspectos: Manutenção e Infraestrutura. Para a Manutenção serão considerados todos os aspectos técnicos; Para a Infraestrutura serão considerados todos os demais detalhes administrativos, etc. Pessoas atuando em uma dessas áreas não necessitam imediatamente das informações da outra área. Normalmente, é usado (internacionalmente) um Padrão de Cores para orientação das diversas fases de ocorrência na Emergência, considerando as definições dos possíveis problemas (e a forma de sua investigação, descoberta e confirmação), bem como dos prováveis modos de reação, tratamento e recuperação. Adicionalmente, devem ser preparados modelos padronizados para os Formulários de Registros e Comunicações (internas e externas), bem como do material audiovisual, destinado ao Treinamento (inicial de Capacitação e de Reciclagem Periódica) das pessoas nos grupos participantes. Além disso, deve ser buscado um contato aberto, fácil e permanente, com representantes dos órgãos públicos, para que seja viabilizada uma comunicação facilitada, por ocasião de eventual Emergência. Deve ser definido previamente o nome da pessoa responsável pela emissão dos Comunicados Oficiais e Contato com a Imprensa. Não necessariamente seria o próprio Gerente ou Chefe do PAE. Deveria ser outra pessoa de confiança e de experiência em Comunicação, para liberar o Gerente ou Chefe do PAE, para atividades mais importante na resposta à eventual Emergência. Ele deve ter apoio da Empresa (sempre que seguir os Manuais e Procedimentos estabelecidos oficialmente), para não ter de responder pessoalmente, por prováveis danos causados pela eventual Emergência. Como está exigido no texto da Lei n. 12.334/2010, cópia do PAE deverá ser fornecida à Prefeitura Municipal e Defesa Civil. Entretanto, essa cópia poderá ser simplificada, deixando-se espaço em branco, nos capítulos onde constem os dados das diversas equipes e outras informações importantes, consideradas confidenciais, sobre a Empresa e sobre o Barramento. Aqueles órgão necessitam mais é do conhecimento sobre o tamanho do problema a ser apresentadao na eventual Emergência (área a ser inundada; tempo de chegada da frente de Onda e consequente tempo de resposta; velocidade das águas; forma de alerta prévio; etc). XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 3 COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXX - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAÇU – PR, 11 A 13 DE MAIO DE 2015 RESERVADO AO CBDB 2. ESTUDO DE RUPTURA HIPOTÉTICA Inicialmente deverá ser feito o estudo hidrológico e hidráulico, ou sua avaliação, caso já exista um documento recente (com no máximo 5 anos) com no máximo 5 anos) a esse respeito. Essas etapas iniciais (incluindo os levantamentos topobatimétricos, etc), são cruciais para a rigorosa caracterização do risco efetivo ao longo do Vale a jusante da Barragem. Os cenários de ruptura definem uma combinação de circunstâncias de elevado interesse para a avaliação consistente daquele risco. A etapa seguinte é caracterizada pela aplicação do Modelo Numérico Hidrodinâmico, para simulação das ocorrências dos Cenários Críticos, para cada estrutura de barramento da particular Barragem, que possa representar real risco (pela avaliação dos Potenciais Modos de Ruptura e/ou FMEA). Considera-se que sejam importantes os estudos de pelo menos os seguintes Cenários: Ruptura por Galgamento = Ocorrência da Vazão de Projeto (Decamilenar e/ou PMF), através da formação de Brecha Máxima, com Reservatório no NA Max Maximorum; Ruptura por Acidente (‘Sunny Day’) = Ocorrência de Ruptura por problema técnico estrutural (Erosão Hídrica e/ou Piping; Escorregamento de Talude e/ou de Fundação; Falha de Resistência da estrutura; etc), através da formação de Brecha Máxima, com Reservatório no NA Max Normal; Cheia Incremental = Avaliação dos problemas de inundação no Vale a jusante, com formação dos Mapas de Inundação, referentes aos vários Cenários, estabelecidos a partir da Máxima Vazão já descarregada (cujos efeitos são conhecidos) e até o valor da Vazão de Projeto, em incrementos variados (por exemplo, considerando: Cheia Milenar, depois Cheia Bimilenar; depois um valor equivalente a 75% da Capacidade de vertimento e finalmente, a Cheia de Projeto (Decamilenar e/ou PMF) e a Capacidade Total de vertimento. Não ocorre Ruptura. É apenas a representação da capacidade operacional. 3. MODELO NUMÉRICO HIDRODINÂMICO A ocorrência da Onda de Cheia causada por Ruptura da Barragem, provocando danos e inundação no Vale a jusante, tem sido estudada pela aplicação de equações matemáticas especiais e, inicialmente havia sido desenvolvido um ‘software’ específico, denominado ‘DamBreak’. Posteriormente, com o desenvolvimento das capacidades dos ‘Hardware’ e ‘Softwares’, outros modos de simulação matemática foram preparados. O ‘software’ conhecido como HEC-RAS versão 5.0 (HEC-RAS2D) é um modelo Unidimensional (1D) e também Bidimensional (2D), de fundo fixo, capaz de efetuar os cálculos dos perfis de superfície de água em escoamento permanente e não permanente, em canais com superfície livre. Os perfis podem ser calculados em Regimes Subcríticos, Supercrítico e Misto (onde podem ocorrer mudanças de Regime Supercrítico para Subcrítico ou de Subcrítico para Supercrítico). XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 4 COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXX - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAÇU – PR, 11 A 13 DE MAIO DE 2015 RESERVADO AO CBDB O procedimento de cálculo baseia-se na resolução da equação da conservação, do momento unidirecional. O modelo numérico utiliza as equações de momento, em situações onde o perfil da superfície de água varia rapidamente. Essas situações incluem: Ressalto Hidráulico; Ponte; Confluências; etc. Ele permite ainda, a avaliação do efeito de estruturas hidráulicas (pontes; galerias; barragens, diques, etc), na alteração da linha e superfície de energia, na planície de inundação. A propagação das Ondas de Cheia provenientes do Rompimento da Barragem (e/ou Dique) pode ser realizada de maneira dinâmica e não permanente. Além disso, pode variar com o tempo de formação da Brecha, para cada Cenário de Ruptura. O HECRAS2D caracterizou-se como sendo uma ferramenta versátil e estável, o que lhe garante confiabilidade e realismo nos resultados obtidos. A versão 2D do HEC-RAS (5.0) agora agregou o algoritmo ‘Dynamic Wave’ (ou Onda Dinâmica), para representação em 2D da Planície de Inundação. Notar entretanto, que não se pretende aqui, efetuar marketing para esse ‘software’, visto que existem outros programas igualmente passíveis de utilização. Ocorre apenas, que este é um dos mais práticos e mais comumente obtidos e operáveis, o que pode representar certa padronização, facilitando eventual avaliação comparativa e resultados em diversos Aproveitamentos (tanto para a Proprietária, quanto para a Agência Fiscalizadora). Os dados geométricos, estruturais, hidrológicos e hidráulicos da(s) Barragem(ns) são lançados no HEC-RAS2D, para então serem iniciados os estudos da Ruptura Hipotética e seus efeitos a jusante. A Figura 1 ilustra o lançamento de daods geométricos e estruturais de uma Barragem, a partir de uma Base SIG, para a interface HEC-RAS. O benefício em se usar o modelo HEC-RAS para estudos de Ruptura de Barragem (Dam Break) é que esse modelo possui um módulo específico para determinação da Brecha (parâmetros geométricos e temporais de formação da Brecha). Através das formulações definidas previamente, o módulo de Brecha do HEC-RAS permite avaliar diferentes tempos de formação e diferentes dimensões de Brechas, bem como seu Modo de Ruptura (Ver Figura 2). XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 5 COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXX - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAÇU – PR, 11 A 13 DE MAIO DE 2015 RESERVADO AO CBDB 4. CONFECÇÃO DOS MAPAS DE INUNDAÇÃO A partir dos resultados das simulações computacionais serão gerados os Mapas de Inundação, pelo menos com as informações pertinentes às exigências propostas na Nota Técnica n. 59/2013 da ANEEL (pelo menos, enquanto não for emitida a Resolução definitiva do PAE), apresentadas na forma Georreferenciada – SIG. No Mapa de Inundação (para cada Cenário) serão identificados os Pontos de danos, e serão fornecidos os dados básicos: Tempo de Chegada da Frente de Onda de Cheia da Ruptura; Velocidade das águas; Altura da Lâmina d’Água (ou Cota Máxima atingida pelas águas, naquela Seção de Controle). Ver Figuras 3 a 5. 5. APRESENTAÇÃO DO PAE O documento final do Plano de Ação de Emergência – PAE (da Proprietária) deve ser preparado com base nas diversas informações e dados obtidos. Pode-se considerar que o PAE (ou PEI) deve ser organizado e desenvolvido em quatro partes (USBoR, 1995; VISEU e ALMEIDA, 2000): - Parte 1 – Situação de Referência: Caracterizar a Barragem; a Cheia Induzida; e o Vale a jusante (Mapas de Inundação); - Parte 2 – Detecção: Delinear o sistema de identificação para as ocorrências excepcionais e as condições anômalas – Níveis de Alerta; - Parte 3 – Tomada de Decisão: Definir as responsabilidades e condições do Plano de Ação; - Parte 4 – Notificação: Determinar os Sistemas de Alerta Antecipado. O Modelo Básico (FERC/FEMA 64) prevê a formatação: Fluxograma de Notificação; Definição de Propósito; Descrição do Projeto; XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 6 COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXX - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAÇU – PR, 11 A 13 DE MAIO DE 2015 RESERVADO AO CBDB Detecção, Avaliação e Classificação de Emergências; Responsabilidades Gerais: Responsabilidades do Proprietário; Responsáveis pela Notificação; Responsáveis pelo Alerta Antecipado e a Evacuação (sendo que a Proprietária tem obrigações para com as pessoas situadas logo a jusante, consideradas na Zona de Autosalvamento - ZA (em distância com até 30 min para a chegada da frente da Onda de Cheia); O Plano de Ação Emergencial – PAE deve ser elaborado com base em: Vistoria de Campo; Análise Documental; e nos dados fornecidos pela Proprietária, sobre a região afetada a jusante. Devem ser identificadas e avaliadas as Condições Relevantes de Emergência, em caso de Ruptura Parcial ou Total da Barragem, atendendo os Cenários pré-estabelecidos. São necessárias as determinações de: Identificação das Situações ou Eventos que possam requerer Ações Emergenciais de atuação; Ações específicas e seus Responsáveis, os quais deverão estar Capacitados para reação adequada, em caso de Emergência; Identificação de todas as jurisdições, Agências, Órgãos e Indivíduos, envolvidos na implementação e/ou na aplicação do PAE; Identificação de todos os Sistemas de Comunicação disponíveis, entre as pessoas responsáveis pela Operação da Barragem e pelo PAE, e Agências, Órgãos Públicos e entidades envolvidas com a Emergência e uso do PAE; e vice-versa; Elaboração de Procedimentos e do Fluxograma de Notificações (para os diversos Cenários de Emergências pré-determinados), demonstrando: Quem deve ser comunicado; Em que Ordem; e Quais as expectativas dessas Ações, por parte dos representantes das Agências e pessoal envolvido a jusante; Eventual realização de Reuniões de Apresentação do PAE e/ou Coordenação de Uso e/ou Treinamento, envolvendo representantes de todas as partes existentes na Lista de Notificações; Registrar as Atribuições de Responsabilidades, das ações gerais e específicas, para que as Ações Emergenciais sejam tomadas em Tempo hábil; Identificação e Avaliação de Situações de Emergência, incluindo informações no PAE, sobre as condições e formas de Declaração de Emergência e/ou para tomadas de Ações Preventivas; Lista de Classificação de Emergências, com a definição dos Níveis de Segurança e Risco de Ruptura, conforme Código Padrão de cores: Azul = Alerta de Inundação Incremental, por Operação de Órgão de Descarga; Verde = Situação Potencial de Falha e/ou de Ruptura está se desenvolvendo; Amarelo = Situação Potencial de Falha e/ou de Ruptura está piorando e se tornando Crítica; Laranja = A Ruptura é Iminente; Vermelho = A Ruptura já está ocorrendo ou já acabou de ocorrer; Detalhamento das Ações Preventivas necessárias, incluindo materiais, ferramentas e mão-de-obra, que deverão estar à disposição do Chefe do PAE ou Operador Executivo (ou outro nome a ser determinado para a função, na Regulamentação da Lei), durante a situação de Emergência; XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 7 COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXX - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAÇU – PR, 11 A 13 DE MAIO DE 2015 RESERVADO AO CBDB Avaliação (e/ou estabelecimento) de Procedimentos de Alerta Antecipado, tanto no Vale a jusante, quanto a ser recebido de outro Aproveitamento existente a montante, principalmente se for de outra Proprietária; Descrição dos acessos principais e rotas secundárias e as formas de se alcançar os locais do Empreendimento, sob várias condições operacionais (inclusive em resposta a uma Emergência); terrestre, fluvial e aéreo. Listagem dos possíveis fornecedores de apoio pessoal e material; Descrição das ações necessárias para atendimento de Emergência, em casos de dificuldades de fornecimento de energia elétrica, em qualquer hora do dia. Descrição das principais fontes de energia (Grupo Auxiliar de Emergência, etc); Disponibilização dos Mapas de Inundação, para que as pessoas envolvidas, principalmente os Órgãos Públicos e Agências Reguladoras, possam atuar na resposta à Emergência (principalmente tendo em vista que, com base no PAE da Proprietária, a Defesa Civil deverá desenvolver seu Plano de Reação de Emergência – PRE, incluindo Alerta Antecipado, Plano de Evacuação, etc). Deve ser lembrado entretanto, que a Ação de Alerta e eventual apoio, na chamada Zona de Autosalvamento – ZA (até uma distância onde a chegada da frente da Onda de Cheia de Ruptura pode demorar até 30 min), é de responsabilidade da equipe da Proprietária; Detalhamento do Programa de implantação e de Treinamento (Inicial de Capacitação e Periódico, de Reciclagem, etc). 6. TREINAMENTO DO PAE Para um adequado funcionamento do Plano de Ação Emergencial – PAE, há necessidade de seu conhecimento pelas pessoas que compõem as equipes envolvidas. Inicialmente deve ser feito o Treinamento de Implantação e Capacitação, pela equipe responsável pela montagem do PAE. Periodicamente (podendo ser anualmente, ou em outra frequência que venha a ser estabelecida na Regulamentação), devem ser efetuadas novas ações de Treinamento de Reciclagem, para que sejam ampliadas as condições de preparo e reação das equipes e sejam evidenciadas eventuais dificuldades a serem ajustadas e confirmar a efetividade do Plano, em caso de ocorrer realmente a Emergência. Está sendo prevista a seguinte lista com os cinco tipos de Treinamento possíveis e necessários: Seminário de Implantação e Orientação = se possível, contando com a participação de representantes da Agência Fiscalizadora, e da Defesa Civil; Exercício Básico = é um treinamento interno, para preparar o pessoal nas atividades que serão necessárias por ocasião de eventual Emergência, inclusive, pela verificação dos dados existentes nos documentos do PAE; Exercício de Mesa = é um exercício onde serão simulados os problemas a serem enfrentados por ocasião da possível Emergência, e se possível, deve contar com a participação de representantes dos órgãos públicos envolvidos; Exercício Funcional = é um exercício em condições de estresse, para simular as condições reais a serem enfrentadas, também com a participação dos representantes dos órgãos públicos envolvidos; XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 8 COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXX - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAÇU – PR, 11 A 13 DE MAIO DE 2015 RESERVADO AO CBDB Simulação Real = deve avaliar as condições de coordenação, resposta e capacitação das equipes (internas e externas), inclusive para se verificar o risco de falhas nos procedimentos, erros de execução e até mesmo, eventual ação de sabotagem ao Plano. É uma ação de campo e pode incluir o real deslocamento de pessoas da localidade, caso tenha sido feita uma adequada divulgação e orientação prévia, para evitar criar pânico nos residentes. Para o Treinamento de Implantação (em sala provida de equipamento de apresentação audiovisual), podem ser consideradas as seguintes atividades de conteúdo programático: Histórico da Segurança de Barragens; Orientações sobre Instrumentação de Auscultação e sobre Inspeção Visual Rotineira (com preenchimento de Checklist); Estabelecimento e objetivos do Plano de Ação Emergencial – PAE; Legislação sobre Segurança de Barragens e Responsabilidade Civil e Criminal no Acidente de trabalho; Estrutura das Equipes de Atendimento a Emergências; Identificação de Potenciais Modos de Ruptura – PFMA; Sistemas de Comunicação e de Alerta, e Fluxograma de Notificações; Áreas e/ou Locais com Restrições; Apoio de Manutenção em Emergências (Comportas, Poço de Drenagem e Esgotamento, Sistema Auxiliar de Emergência; etc; Interrelacionamento entre as equipes internas e com as externas (Órgãos Públicos, Defesa Civil, Agências, etc). Reavaliações e Revisões no PAE 7. PALAVRAS-CHAVE EMERGÊNCIA – MODELAGEM - PAE 8. 8.1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALBI, D. F, (2008), “Metodologias para a Elaboração de Planos de Ações Emergenciais para Inundações Induzidas por Barragens”, dissertação, Programa de Pós-graduação em Saneamento, meio Ambiente e Recursos Hídricos, UFMG, Belo horizonte, MG; 8.2. BINDER, D, (2003), “Emergency Action Plans: A Legal and Practical Blueprint”, The Journal of Dams Safety, ASDSO, Lexington, KY, USA, Fall 2003; 8.3. CALCAGNO, F, ed., (2002), “EAP 2002: International Workshop for Emergency Preparedness at Dams”, FERC-ASDSO, Niagara Falls, NY, EUA; 8.4. CARDIA, R. J. R, (1998), “SOSEm’97: An Emergency Action Plan Revisited”, Dam Safety, Berga L, ed, A. A. Balkema, Roterdan; 8.5. DARU, R. L. Et Al, (2008), “Plano De Ações Emergenciais”, Relatório Técnico, Lactec, Curitiba, PR, R1; XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 9 COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXX - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAÇU – PR, 11 A 13 DE MAIO DE 2015 RESERVADO AO CBDB 8.6. ICODS, (1998), “Federal Guidelines for Dam Safety: Emergency Action Planning for Dam Owners”, FEMA 64, OCT98; 8.7. MAYERS, B. K, (s/d), “Designing Dam Safety Monitoring And Early Warning Systems Using Failure Modes Analysis”; 8.8. MENESCAL, R. A. & MIRANDA, A. N, (2001), “O Plano de Ações Emergenciais na Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará”, Segurança de Barragens no Estado do Ceará, COGERH, Fortaleza, CE; 8.9. McCLELLAND, D. M. & BECKER, B. D, (2003), “Improving your Dam Safety Emergency Action Plan: Insights from the US Fish and Wildlife Service”, The Journal of Dams Safety, ASDSO, Lexington, KY, USA, Spring 2003; 8.10. PENAS, J, et al, (2001), “The Effect of Emergency Action Plans for Dams on Standard Operation Procedures”, in, Dams in a European Context, Midttomme et al (ed), A. A. Balkem, Lisse, ND; 8.11. PROÁGUA Semi-Árido Obras - UGPO, (2002), “Manual de Segurança e Inspeção de Barragens”, Ministério da Integração Nacional, Brasília, DF, 148 p; 8.12. SCHELLHAMMER, C., ROBERTS, T. I. & McCLELLAN, P, (2004), “Preparing EAPs for the 21st Century”, The Journal of Dams Safety, ASDSO, Lexington, KY, USA, Winter 2004; US BoR, (1995), “Emergency Planning and Exercise Guidelines”. Volume I: Guidance Documents, Technical Service Center, DoI, Denver, EUA; 8.13. 8.14. VISEU, T. e ALMEIDA, A.B, (2000), “Plano de Emergência Interno de Barragens”, in 5º Congresso da Água, Lisboa, PT; 9. ANEXOS A seguir estão apresentadas as Figuras 3 a 5 (citadas anteriormente) para ilustração. XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 10 COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXX - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAÇU – PR, 11 A 13 DE MAIO DE 2015 RESERVADO AO CBDB XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 11 COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXX - SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAÇU – PR, 11 A 13 DE MAIO DE 2015 RESERVADO AO CBDB XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens 12