SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM
A Realidade
Dom Helder dizia: “Quando ajudo os pobres chamam-me de santo, quando
pergunto por que há tantos pobres, chamam-me de comunista.”. Mas é preciso perguntar
de onde vem a miséria de tanta gente. Por que uns têm de tudo e com sobra, enquanto a
outros falta o indispensável? Por que tanta desigualdade?
Indo fundo aos porquês, chegamos à cobiça humana, cobiça de riqueza, de
poder, de conforto, de prestígio etc. São Paulo diz que o pecado é a cobiça. Já na
história bíblica da entrada do pecado no mundo, a tentação foi: “Sereis iguais a Deus!”.
A Palavra
No Evangelho de hoje João Batista apresenta Jesus como o Cordeiro que tira o
pecado do mundo. Não é um leão, é um cordeiro. Lembra o cordeiro da Páscoa. O
sangue do cordeiro nos portais dos hebreus permitiu que eles saíssem da escravidão do
Egito.
Cordeiro lembra também os poemas do Servo do Senhor (ou de Javé), que vence
pela resistência, sofre por ser justo e correto, mas não reclama, como um cordeiro
levado ao matadouro. Na primeira leitura, assim, ele se torna luz das nações, salvador da
humanidade inteira.
É ele quem batiza, mergulha no Espírito Santo, dá o seu Espírito de humildade e
doação, tirando do mundo a cobiça. Para a humanidade encontrar uma saída, precisava
alguém sair na frente, não ter cobiça, ser capaz de aceitar a humilhação e dar a vida em
favor dos outros. Isso Jesus fez. Por isso, ele é o Cordeiro que tira o pecado do mundo.
João reconhece nele o Filho de Deus que existia antes dele, mas não cobiçou o
ser igual a Deus, ao contrário, fez-se servo e obediente até a mais humilhante das
mortes, a morte de cruz. Assim ele tirou, não alguns pecados, mas o pecado do mundo.
O Mistério
Na Missa, mais de uma vez Jesus é lembrado como o Cordeiro que tira o pecado
do mundo. Quando se parte a hóstia, cantamos que ele é esse cordeiro. Partindo-se em
pedaços para servir a todos, ele vence a cobiça que governa o mundo.
Quando, ao momento da comunhão, o presidente da celebração apresenta o
cálice e a hóstia, diz: “Eis o Cordeiro...”. Os sinais distintos do corpo e do sangue
lembram sua morte, a morte vergonhosa que venceu o orgulho humano. Aí ele tira o
pecado do mundo.
José Luiz Gonzaga do Prado
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