Discurso pronunciado pelo Deputado NELSON BORNIER – PMDB/RJ. Na Sessão de 26 de outubro de 2005. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Não sei qual foi o pecado cometido pelo funcionário público, Senhor Presidente, para merecer tanto descaso e tanta perseguição de quem ainda não se apercebeu de que sem funcionalismo não há administração e sem administração não há Estado constituído. Ao findarmos mais um ano, consecutivamente, o Servidor Público Brasileiro não tem realmente o que comemorar. O dia 28 de outubro, Senhor Presidente, que há quase meio século é a data máxima do funcionalismo deste País, já não tem o mesmo sentido. A política madrasta dos Governos em relação ao funcionalismo, está chegando aos limites da tolerância Senhor Presidente. Como se não bastasse, tentou-se ao longo dos anos, através de Reformas, do confisco dos direitos dos aposentados como se estes já não tivesse contribuído com a previdência própria durante toda uma vida no serviço público. E o que é pior: a desigualdade de forças chega as raias do absurdo na medida em que só o Governo pode atacar e o funcionário não pode se defender. O Servidor Público passou a ser visto, nos últimos Governos, como uma espécie de pária, de escória da sociedade que nem deveria existir. O Governo recorre a programas e mais programas de modernização, informatiza setores dinâmicos que não podem prescindir da presença humana com o objetivo exclusivo de demitir e colocar em disponibilidade, contingentes que muito bem poderiam ser remanejados. Causa espécie, Senhor Presidente, que o Poder Executivo viva fomentando o esvaziamento do serviço público, quando sabe muito bem que a solução não é por aí. Não sei onde o Governo vai chegar com tantas Reformas, que ao mesmo tempo em que muda, prejudica os servidores, e para não chegar a nada. São considerações que trago a esta Tribuna, Senhor Presidente, procurando fazer justiça a uma classe tão sofrida e tão perseguida. Era o que tinha a dizer.