Informativo da Indústria da Construção
Newsletter :: Edição 13 :: 02/10/2015
NOTÍCIAS
REVERSÃO DA CRISE EXIGIRÁ MUDANÇAS CONSTITUCIONAIS E JUROS
ALTOS POR MAIS ALGUM TEMPO, DIZ EDUARDO GIANNETTI
87º ENIC
CRÉDITO: Guilherme Kardel
Economista e filósofo, Eduardo Giannetti da Fonseca é um dos mais importantes observadores do cenário nacional
em atividade. Formador de opinião respeitado nos meios político, econômico e acadêmico, ele foi o palestrante do
painel econômico do 87º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), realizado na cidade de Salvador entre
os dias 23 e 25 de setembro. Na ocasião, diante do tempo insuficiente para responder todas as perguntas da plateia,
Giannetti concordou em transmitir as respostas por intermédio de entrevista ao CBIC Mais. As perguntas foram feitas
tal como apresentadas pelos participantes. É o que você lê nessa edição, em que o economista aprofunda a avaliação
do cenário nacional. Boa leitura!
Tenho ouvido o senhor se referir à revolta tributária como possível caminho para o quadro que
vivemos no Brasil. Por favor, discorrer sobre
como poderia dar-se essa revolta tributária no
atual cenário do país.
Eduardo Giannetti – Existe um grande histórico de rebeliões tributárias na história econômica. Tem muitos episódios
emblemáticos dessa tradição. A independência americana foi,
em grande medida, resultado de uma rebelião chamada Tea
Party, quando se fixou o princípio de que não deve haver tributação sem representação. A Corôa Britânica e o Parlamento
inglês queriam impor novas taxas e tributos sobre a colônia
norte-americana e os colonos, corretamente, se revoltaram,
porque não atendia a esse princípio muito elementar de que,
se você está sendo taxado, tem de ser representado. No
Brasil, o sonho de um país independente começou com a Inconfidência Mineira, que foi uma rebelião tributária. A Corôa
Portuguesa quis impor a derrama e houve um movimento organizado e muito avançado para a época, baseado em ideias
do Iluminismo, para tentar impor alguma restrição, de resistir a
esse movimento. Pouca gente sabe, mas Margareth Thatcher,
na Inglaterra, caiu durante uma revolta tributária. Ela tentou
criar um novo imposto, um imposto sobre a existência, em
que pelo simples fato de você existir pagava uma taxa, e
a população inglesa simplesmente não aceitou. Eu tenho
impressão que nós estamos no limiar de um movimento
organizado desse tipo. O governo, há vários governos, vem
tentando resolver o problema das finanças públicas aumentando a carga tributária, mas a sociedade civil brasileira
chegou ao limite. A questão, agora, é como organizar esse
movimento de resistência a novas tentativas de aumento
da carga tributária. Essa é uma tarefa que cabe aos líderes
e representantes nos diversos grupos da sociedade. O que
eu noto é que estamos em um movimento ascendente de
resistência ao aumento da carga tributária. A tradição brasileira sempre foi o salve-se quem puder. Quando o governo
aumenta impostos, as pessoas vão para a informalidade
ou deixam de cumprir certas obrigações fiscais, mas isso
é o pior para todo mundo. O que precisamos aprender a
fazer é organizar e dar coerência e representação ao nosso
descontentamento com o quadro a que chegou o tamanho
e os desmandos do Estado brasileiro.
NOTÍCIAS
Outro dia ouvi o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, falando que chegaremos a ter de fazer
um novo plano real. O que acha?
E G – É preciso ver o contexto em que ele disse isso. Provavelmente ele se referiu ao problema fiscal. Na época do Plano
Real o grande desafio era a inflação, hoje o grande desafio é
o tamanho da carga tributária e o fato de que apesar dessa
carga tributária ser tão alta o Estado brasileiro não atende as
mínimas condições de cidadania e de dignidade para a maioria
da população. Como é que um Estado que taxa 36% da renda
dos brasileiros e ainda tem um déficit de 8% do PIB não atende ao mínimo da vida civilizada, no tocante ao saneamento,
educação, saúde e segurança? A capacidade de investimento
é mínima do setor público brasileiro. Então, se ele está se referindo a um novo plano real na dimensão fiscal eu acho que
está coberto de razão.
Com todos os componentes da crise atual, podemos desconsiderar a baixa produtividade
do trabalhador brasileiro como componente do
cenário?
E G – Não, é um elemento central desse cenário. Os equívocos da política econômica do governo Dilma agravaram muito o quadro da baixa produtividade brasileira. Ela interferiu de
maneira muito desastrada e com um mão muito pesada nas
regras do jogo de funcionamento da economia. E no longo prazo, o que faz a diferença entre a prosperidade e a penúria é
exatamente a produtividade do trabalhador. Todas as mudanças do ponto de vista estritamente econômico se justificam
no sentido de tornar a hora trabalhada de cada brasileiro algo
mais produtivo do que ela é hoje e é para isso que nós temos
que trabalhar.
Essa crise poderia ter sido evitada? O povo
não
soube
escolher
seus
representantes
ou tais representantes mentiram para o povo?
E G – Eu entendo que essa crise viria gradualmente no tempo
e não ficaria dramática se não tivesse havido o governo Dilma.
Era uma crise fiscal que vinha se desenhando, uma crise de
presidencialismo de coalisão que vinha se desenhando, mas
o Governo Dilma foi como alguém que tivesse apertado aquele botão fast forward, acelerou dramaticamente o andamento
dessas crises que estavam se encaminhando no tempo. Então
agora o país está diante desse impasse. Nós temos que resolver essas duas questões de fundo que são o esgotamento
do ciclo fiscal que começou em 1988 e, do outro lado, a falência desse modelo de presidencialismo de coalizão que, com
o governo Dilma, foi levado as raias do absurdo e se tornou
totalmente inoperante.
Se o problema é a China, como disse o ministro das Cidades, quando a economia chinesa
melhorar o Brasil sai da crise?
E G – Se o problema brasileiro fosse a China seria muito tranquilo e não teria nenhuma dificuldade. A China não está com
esse problema todo e ela não é a responsável pela crise brasileira, embora a mudança do ambiente externo tenha contribuído em alguma medida para piora da nossa economia. Mas é
completamente equivocada a tese de que os problemas brasileiros decorrem de fora. Eles decorrem fundamentalmente dos
equívocos e dos problemas estruturais que temos aqui dentro.
A inflação em grande parte deveu-se a preços regulados e represados. Hoje há uma grande diminuição
do consumo. Se houver uma diminuição da taxa de
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juros, não se conseguiria diminuir o custo do governo e fechar as contas sem a criação de novas
contribuições?
E G– Todos nós desejamos reduzir a taxa de juros no Brasil. O problema é criar as condições adequadas para poder
fazer isso sem uma aceleração e uma perda de controle do
quadro inflacionário. Como houve o artificialismo no represamento dos preços administrados no ano passado, o governo
teve que corrigir, ou pelo menos, começar a corrigir esse ano.
Se não houvesse um aperto da política monetária, nós iriamos
ver uma inflação alta e acelerando porque iria contaminar todo
o sistema de preços. Então, infelizmente, o Banco Central tem
que aumentar os juros como fez, mesmo em um ambiente recessivo. A dúvida que sempre existe é quanto a dosagem e
não quanto ao sinal do movimento.
Para vencer esta crise não seria necessário uma nova
Constituição, que reduza as obrigações e deveres do
Brasil, aumentando as da sociedade? Hoje temos uma
liderança para conduzir este processo? Você avalia
necessário mudar a Constituição?
E G – Mudar a Constituição sem a menor dúvida. Uma nova
Constituição eu não endosso. Acho que é abrir um flanco muito
arriscado, ainda mais com um quadro político tão deteriorado
e uma representação tão duvidosa como infelizmente o Brasil tem hoje em Brasília. Eu acredito que teremos que passar
por mudanças constitucionais, mas isso não significa todo um
novo processo Constituinte.
Como diminuir o tamanho do Estado sem alterar o
contrato social do eleitor com o governo?
E G– Não precisa alterar o contrato social, pois no que ele
tem de legítimo tem que ser preservado. Conquistas como o
SUS, a aposentadoria para o trabalhador rural, o Bolsa Família, entre outras, não estão em discussão. O que nós teremos
que rever, e aí eu sou radical, é o pacto federativo. Nós vamos
transitar para um modelo em que hoje o dinheiro vai todo para
Brasília para depois voltar para os Estados e Municípios para
um modelo em que o dinheiro público é gasto mais perto possível de onde ele é arrecadado. Só vai para o governo central o
que for estritamente função de governo central e o que for política de redistribuição regional. O resto dos recursos públicos
ficam onde eles são arrecadados. E essa é a grande reforma
de Estado que o Brasil precisa fazer e ela não passa por uma
mudança ou por uma perda de conquistas sociais que o Brasil
fez a partir de 1988.
O aumento dos juros seria mesmo necessário para
segurar a inflação ou é um remédio que não dará
resultados, causando apenas recessão?
E G – Não tem outro caminho que não seja aumentar os juros. E, infelizmente, nós estamos vendo a inflação correr esse
ano. A expectativa para o ano que vem já é de uma inflação
bem menor, embora ainda acima do centro da meta, mas abaixar voluntaristicamente o juro agora seria repetir o gravíssimo
equívoco cometido já no primeiro governo Dilma que nos levou
a essa aceleração da inflação que agora está tendo que ser
contida. Não vamos imaginar que o voluntarismo de abaixar o
juro resolva o nosso problema. Nós temos que criar condições
fazendo ajuste fiscal e aí sim baixar consistentemente o juro.
Ouça aqui a entrevista completa.
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RECURSOS HÍDRICOS E DESENVOLVIMENTO URBANO NO ENIC 2015
No último dia do evento, comissões temáticas debatem
temas de grande relevância
principal pauta do dia foi o desenvolvimento urbano. A partir das considerações de Arthur Motta Parkinson, diretor da Parkinson Desenvolvimento Imobiliário; do professor Carlos Leite,
da Stuchi & Leite; e da professora Ariadne dos
Santos Daher, sócia da Jaime Lemer Arquitetos
Associados, a CII debateu o futuro das cidades
com base em um planejamento que priorize temas como mobilidade urbana e sustentabilidade.
O presidente da Associação Brasileira das
Concessionárias Privadas de Serviços Públicos
de Água e Esgoto (ABCON), Roberto MuniZ.
CRÉDITO: Guilherme Kardel
O segundo dia da Comissão de Meio Ambiente
(CMA) no Enic começou com um painel propositivo de soluções para a escassez de recursos
hídricos. O presidente da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços
Públicos de Água e Esgoto (ABCON), Roberto
Muniz, apresentou dados sobre o desperdício
de água em todo o país. Presidida por Nilson
Sarti, a comissão também recebeu o professor
Orestes Gonçalves, da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo (Poli/USP), que discutiu propostas para tornar o uso da água mais
eficiente. O painel foi encerrado com a palestra
do professor Gabriel Real Ferrer, do Instituto da
Água e Ciências Ambientais (Espanha).
O último painel da CMA abordou iniciativas
inovadoras para gestão de resíduos. O engenheiro mecânico António Garcia Nunes, da Steerin Gestão de Resíduos e Energias Renováveis, mostrou sistemas adotados em Portugal,
enquanto a analista Cláudia Orsini, da Gesner
Oliveira Associados, traçou um panorama da
gestão de resíduos no Brasil. O prefeito de Itu
(SP), Antônio Luiz Carvalho Gomes, apresentou o projeto que foi adotado na cidade paulista, iniciativa reconhecida na PPPAméricas.
Depois, foi a vez da coordenadora técnica do
Comitê de Meio Ambiente do SINDUSCON-SP,
Lílian Sarrouf, propor soluções para a gestão de
resíduos.
Na Comissão da Indústria Imobiliária (CII), a
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Já na Comissão de Obras Públicas, os debates foram aquecidos ao redor de temas como
as PPPs, os planos de investimento da BNDES,
projetos e concessões, emissão de debêntures
de infraestrutura, relação de demandas durante
a crise econômica no país, além do papel dos
investidores estrangeiros. Participaram da Comissão profissionais do meio nacional e internacional: o secretário-executivo do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo Henrique de Oliveira; Guilherme Miranda
Mendonça, gerente da Área de Estruturação
de Projetos do BNDES; Marcos Brito Azevedo,
gerente da Área de Infraestrutura do BNDES;
Márcio Giannico Rodrigues, executivo do Banco do Brasil; Fabiano Macanhan Fontes, gerente
geral do Banco do Brasil; Rogério Princhak, coordenador da Rede Intergovernamental para o Desenvolvimento de PPPs; Gesner Oliveira, executivo da Go Associados; Fernando Miguel Castro
Faria, sócio de infraestrutura PPP e Financiamento da KPMG; Valentina Cumo, vice-presidente da
Darby Provate Equity; e Paulo Lopes, conselheiro
da Concessionária MGO Rodovias.
Gesner Oliveira, executivo da Go Associados
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BANCO DE DADOS ABORDOU NOVO MÉTODO DE CÁLCULO DO PIB
Rogério Suzuki (RS Consultoria) - consultor BIM
CRÉDITO: Guilherme Kardel
As obras executadas com impressoras 3D e o
uso do Building Information Modeling (BIM) - software que utiliza o formato 3D em projetos, capaz de antecipar problemas e otimizar prazos e
custos - foram os principais temas discutidos no
segundo e último dia de palestras na Comissão
de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat). Os participantes acompanharam
os trabalhos de Rogério Suzuki (RS Consultoria) e Bruno Angelim (FortBIM Engenharia), que
falaram sobre o BIM. Já Behrokh Khoshnevis,
diretor do Centro de Tecnologias de Fabricação
Rápida Automatizados (CRAFT) e professor da
Universidade de Engenharia Civil e Ambiental
do Sul da Califórnia, apresentou o projeto de impressora 3D para construção de casas em concreto e em curto espaço de tempo. O projeto foi
premiado pela Nasa. Também participou do debate Marcos Novaes, da CooperCon do Ceará.
CPRT
CRÉDITO: Guilherme Kardel
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A Comissão de Política e Relações Trabalhistas (CPRT), o Fórum de Ação Social (Fasc) e o
Serviço Social da Indústria da Construção Civil (Seconci Brasil) promoveram neste segundo dia uma programação conjunta sob o tema
“Inclusão com Segurança e Responsabilidade”.
Depois da exibição dos Guias e Vídeos Orientativos de Segurança e Saúde no Trabalho, os
participantes analisaram desafios e propuseram soluções para a inclusão segura de PCD
na Indústria da Construção. Na sequência, foram apresentados modelos de Gestão de Responsabilidade Social que impactam positivamente o resultado das empresas.
Os economistas Daniel Furletti e Ieda
Vasconcelos (Sinduscon – MG e BD CBIC)
CRÉDITO: Guilherme Kardel
O segundo dia de comissões técnicas também
deu continuidade à exposição de trabalhos realizados pelo Banco de Dados, onde foram apresentadas as principais mudanças no cálculo que
mede as riquezas do país. A coordenadora das
Contas Nacionais do Brasil Rebeca Palis e o gerente de Investimento João Hallak Neto, ambos
do IBGE, explicaram a nova Metodologia de Cálculo do PIB Nacional, pontuando os principais
ganhos em qualidade com as modificações. Na
sequência, foram discutidos o desempenho, desafio e perspectivas do cenário econômico atual da construção civil. Os economistas Daniel
Furletti e Ieda Vasconcelos (Sinduscon – MG e
BD/ CBIC), com grande participação do público,
abordaram ameaças e oportunidades em tempos de PIB em queda e inflação em alta.
NOTÍCIAS
PRÊMIO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL FOI ATRAÇÃO
PRINCIPAL NA ABERTURA DO 87º ENIC
premiação da 11ª edição do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social que conta com o apoio do Sesi Nacional.
Para José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o prêmio é uma
forma de incentivar as melhores práticas no setor da
construção.
Homenagem à Maria Helena Mauad
CRÉDITO: Guilherme Kardel
O 87º Encontro Nacional da Indústria da Construção
(Enic 2015) foi aberto na noite de quarta-feira (23), no
Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador, com a presença de autoridades políticas e representantes da indústria
da construção de todo o país. Durante a cerimônia que
contou com plateia de quase 1500 pessoas, ocorreu a
“O Programa Construção Cultural do Sinduscon-RS
deixa um legado para o patrimônio histórico e cultural da
cidade. Já o Projeto Reconstruir do Sinduscon-CE é um
resgate da autoestima, a inclusão dos egressos do sistema penitenciário no mercado de trabalho. São projetos
que inspiram toda cadeia produtiva do setor da construção”, diz a presidente do Fasc/CBIC, Ana Cláudia Gomes.
A ex-presidente do Fórum de Cidadania e Ação Social
da CBIC, de 2001 a 2014, Maria Helena Mauad recebeu
uma homenagem na noite de abertura do Enic. Mauad
contribuiu de forma decisiva para a projeção nacional da
entidade e para a disseminação da responsabilidade social como um valor para todo o setor. É fundadora e líder
do Projeto Ampliar, que completa 25 anos e, desde sua
fundação, já transformou a vida de mais de 48 mil jovens
e adolescentes em situação de risco social por meio da
Projetos no Ceará e Rio Grande do Sul ganham
prêmio na Categoria Entidade
Programa Reconstruir, uma parceria da SINDUSCON-CE com o Tribunal de Justiça do Estado do
Ceará, promove a capacitação, reinserção e acompanhamento dos egressos do sistema prisional
Premiados na categoria ENTIDADE SINDUSCON-CE PROJETO RECONSTRUIR
CRÉDITO: Guilherme Kardel
O Projeto Reconstruir do Sinduscon-CE foi vencedor na categoria Entidade do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social,
idealizado pelo Fórum de Ação Social e Cidadania da Câmara
Brasileira da Indústria da Construção (FASC/CBIC). O Projeto
Reconstruir, que foi iniciado em março de 2015, visa reinserir
egressos do sistema penitenciário no mercado de trabalho do
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setor da construção. Segundo o presidente do Sinduscon-CE,
André Montenegro, o diferencial da iniciativa é colocar apenas um trabalhador por obra e acompanhar o desempenho
de suas atividades mensalmente. “O Sinduscon contrata um
assistente social, em parceria com o Tribunal de Justiça do
Estado, para desenvolver este trabalho de acompanhamento”, diz Montenegro. Até o momento, 21 empresas aderiram ao
projeto. A meta de 2015 é reinserir 100 trabalhadores e 50%
dessa meta já foi cumprida. “O interessante é que as empresas abdicaram dos benefícios que são proporcionados a elas
quando aceitam fazer a reinserção dos egressos do sistema
penitenciário nos seus canteiros de obras. Elas pagam o salário integral, quando poderiam pagar apenas ¾ do valor, o que
reforça o compromisso social de cada uma delas”, comenta
Montenegro, acrescentando que o projeto traz benefícios para
toda a sociedade, pois quando a oportunidade é dada a essas
pessoas, elas readquirem cidadania e não voltam para a criminalidade. “É um projeto importante que queremos disseminar
para o Brasil inteiro”, diz o presidente do Sinduscon-CE, que
já está em negociação com o Sebrae para cursos de capacitação para estes trabalhadores. A juíza da Vara de Execução
Pensa de Fortaleza Luciana Teixeira, uma das representantes
e premiadas, avalia que “o prêmio é um incentivo para que
continuemos ajudando a mudar vidas.”
NOTÍCIAS
Projeto de Resgate do Patrimônio Histórico, do SINDUSCON-RS, desenvolveu
ações De restauração de monumentos históricos do Parque Farroupilha
tos do Parque Farroupilha, que foram entregues totalmente
revitalizados a capital gaúcha no dia 19 de dezembro do
ano passado. São eles: Cabeça de Chopin, Monumento a
Carlos Gomes, Homenagem a Beethoven, Busto de Annes
Dias, Busto de Licínio Cardoso, Busto de Samuel Hahnemann, Os Lusíadas, Homenagem aos Mortos em Combate
ao Comunismo, Coluna Brasileira, Obelisco da Comunidade Sírio-libanesa, Obelisco da Comunidade Israelita e Monumento ao Expedicionário.
Premiados na categoria ENTIDADE - SINDUSCON-RS
Programa Construção Cultural
CRÉDITO: Guilherme Kardel
O Programa Construção Cultural, uma iniciativa do Sinduscon-RS, foi agraciado com o Prêmio CBIC de Responsabilidade Social, na categoria Entidades com o case
Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Público. A entidade acumula mais duas premiações com este programa:
a Top Cidadania ABRH-RS e a Top de Marketing da ADVB/
RS (2014), na categoria Cultura. Sob a coordenação pela
arquiteta e restauradora Verônica Di Benedetti, resultado
da parceria entre o Sinduscon-RS e a Prefeitura Municipal
de Porto Alegre (PMPA), foram selecionados 12 monumen-
Lançado 28 de julho de 2014, a primeira edição do
Projeto Construção Cultural, contemplou um conjunto de
ações cujo principal objetivo foi o de colaborar com o cenário cultural gaúcho e marcar os 65 anos do Sindicato das
Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande
do Sul (Sinduscon-RS).“Desde a sua fundação, em outubro de 1949, o Sinduscon-RS tem como missão atender
e integrar os interesses da atividade da indústria da construção civil com os da sociedade gaúcha. Assim nasceu o
projeto construção cultural. As três premiações recebidas
nos inspiram a ampliar nossa participação no resgate da
cultura e preservação de marcos históricos de nosso Estado”, disse o presidente do Sinduscon/RS, Ricardo Antunes
Sessegolo. A vice-presidente do SINDUSCON-RS, Sandra
Axelrud Saffer, também reconheceu a importância do prêmio. A executiva da entidade recebeu o prêmio pelo Projeto
de Resgate do Patrimônio Histórico junto ao presidente da
entidade, Ricardo Antunes Sessegolo.
Veja abaixo a lista dos outros ganhadores do 11º Prêmio CBIC de Responsabilidade Social:
Categoria Empresa
Programa Conta Gotas, da Toctao Engenharia, uma iniciativa que reduz o desperdício e promove o reaproveitamento de água
em diversas esferas.
Projeto Florescer, da Reserva Camaragibe. É um de desenvolvimento da comunidade a partir da qualificação profissional.
O objetivo é capacitar as pessoas do entorno do empreendimento para que possam ocupar os postos de trabalho gerados. O
programa já qualificou mais de mil pessoas e 60% delas já foram contratadas. A meta é qualificar 12.500 profissionais.
Categoria Reconhecimento Social
Projeto Construindo Saúde, do Seconci-MG. Uma iniciativa que leva saúde aos canteiros de obras, com o objetivo de
mobilizar trabalhadores e gestores na prevenção de doenças crônicas não-transmissíveis.
Categoria Seconci
Seconci-TAP. O Serviço Social da Indústria da Construção Civil do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba foi fundado
em 1994 e oferece serviços em medicina assistencial, ocupacional e atendimento odontológico ao trabalhador, além de
promover iniciativas preventivas e educativas sobre segurança do trabalho, que promovem o desenvolvimento do setor.
Acompanhe a série de matérias sobre o vencedores do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social
no informativo CBIC Mais. Na próxima semana, o informativo entrevista os vencedores na categoria
Empresa: o Programa Conta Gostas e o Projeto Florescer da Reserva Camaragibe.
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CBIC DADOS
A CONSTRUÇÃO EM NÚMEROS
Brasil
Construção Civil - Evolução do emprego com carteira assinada
NÍVEl GEOGRÁFICO
Acumulado em 12 meses (set/14-ago/15) *
REGIÕES mETROPOlITANAS
Total admissões
TOTAl BRASIl
2.269.786
Total desligamentos
2.655.035
SAlDO
-385.249
REGIÕES
Norte
151.530
197.120
-45.590
Nordeste
452.260
557.782
-105.522
Sudeste
1.105.819
1.261.570
-155.751
Sul
353.312
385.744
-32.432
Centro-Oeste
206.865
252.819
-45.954
Belém
Total admissões
Total desligamentos
SAlDO
-4.806
25.223
30.029
Fortaleza
70.961
70.898
63
Recife
51.260
86.664
-35.404
Salvador
76.214
91.515
-15.301
Belo horizonte
153.854
183.749
-29.895
Rio de Janeiro
163.223
174.362
-11.139
São Paulo
315.195
351.911
-36.716
Curitiba
59.612
68.478
-8.866
Porto Alegre
62.728
72.556
-9.828
*Resultado acrescido dos ajustes.
Fonte: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)/ Ministério do Trabalho e Emprego.
Artigo DO especialista
Os trabalhadores e as indústrias brasileiras
precisam do SENAI e do SESI
Por Rafael Lucchesi
Diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI.
Desde 1942, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) já formou 65 milhões de brasileiros. É como se um
terço da população atual do país tivesse passado pelas salas de aula e oficinas da instituição. De cada dez horas de
formação, sete delas foram realizadas dentro de laboratórios e oficinas, onde os estudantes desenvolvem suas habilidades técnicas, vivenciando, em um ambiente controlado, a mesma realidade que encontram no mundo do trabalho. Essa
realidade faz do SENAI uma instituição única no Brasil.
Somos os responsáveis por criar as condições para que os grandes projetos de desenvolvimento do país sejam viáveis.
Qualificamos os brasileiros para atuar em todas as indústrias. Sem isso, nenhum novo empreendimento teria sido possível. Sem o SENAI, o Brasil seria outro país, certamente muito menos desenvolvido.
A continuidade dessa história de sucesso está em risco. Se for aprovada, a proposta do governo de diminuir os recursos
repassados ao SENAI e ao Serviço Social da Indústria (SESI) vai custar caro. Quem mais vai sofrer com essa possível
mudança são os trabalhadores. Haverá redução de milhões de vagas em cursos profissionais oferecidos pelo SENAI
e, como consequência, haverá também fechamento de escolas profissionais. A oferta de educação básica e de jovens
e adultos e as ações voltadas à promoção da segurança e da saúde no trabalho, desenvolvidas pelo SESI, diminuirão.
O capital humano já era relevante para definir o crescimento e a produtividade das economias. Seu papel terá relevância
ainda maior na era da economia do conhecimento. O mundo atual requer trabalhadores muito mais bem preparados
para lidar com as novas tecnologias de produção. Essa realidade coloca a educação como ponto central da saída da
atual crise econômica. Por conta disso, o Brasil não pode abrir mão de programas importantes desenvolvidos pelo SENAI e pelo SESI. Neste momento de crise, o país precisa qualificar seus trabalhadores e prepará-los para o momento
em que a economia voltar a crescer.
O SENAI é hoje o melhor complexo de educação profissional do mundo. Em 2015, foi o grande vencedor da WorldSkills,
a olimpíada mundial de profissões técnicas que ocorre de dois em dois anos e reuniu estudantes de mais de 60 países
em São Paulo. Por ano, são mais de 3,6 milhões de matrículas em cursos em 28 segmentos da indústria.
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Da receita líquida com a contribuição compulsória, 68,3% são destinados a vagas gratuitas. Já o SESI é uma das referências nacionais de qualidade em educação com foco nas demandas do mundo do trabalho. Para isso, vem priorizando a
parceria com o SENAI para a oferta de educação básica articulada com a educação profissional. Em 2014, 28 mil jovens
foram beneficiados nessa modalidade de ensino.
Reconhecemos que o Brasil precisa de um ajuste fiscal crível e de uma agenda que apresente os rumos futuros da
economia brasileira. A gravidade da crise brasileira exige ação. No entanto, as medidas fiscais anunciadas são insuficientes e vão contribuir para acentuar a falta de competitividade do setor produtivo brasileiro. É exatamente no sentido
de reverter esse cenário que o SENAI e o SESI têm ampliado suas ações.
O investimento em inovação, por exemplo, é visto como oportunidade e diferencial competitivo de mercado quando a
crise passar. O último balanço do trabalho da rede de inovação do SENAI, que caminha de mãos dadas com a educação
profissional, mostra 120 projetos contratados desde 2013, que representam R$ 143,5 milhões. Além dos projetos em
andamento, há outros 208 em negociação, avaliados em R$ 150 milhões. Com isso, o setor empresarial mostra sua
disposição em encontrar novas saídas para o cenário atual.
A superação da crise econômica, todavia, não pode prescindir de medidas e reformas estruturais pró-competitividade que permitam a melhora do cenário econômico e que estabeleçam condições para retomada do crescimento
sustentável.
A recuperação da confiança é o principal motor para o crescimento. E a confiança dos investidores só se dará com uma
agenda estrutural que demonstre a intenção real do governo em equilibrar as contas públicas. Os gastos com a previdência e a assistência social precisam ser avaliados. É preciso corrigir distorções em pensões, evitar aposentadorias
precoces e eliminar incongruências entre assistência e previdência, que são mudanças fundamentais para reverter a
atual trajetória de desequilíbrio.
agenda
07 DE OUTUBRO
14 DE OUTUBRO
Evento: Dia Nacional da Mobilização
em Defesa da Construção Civil
Local: Plenário Ulysses Guimarães Câmara dos Deputados
Horário: Às 9h00
Evento: Fórum: Oportunidades
de Investimento em Projetos
de Infraestrutura no Peru – os
maiores projetos de investimento
dos governos regionais do Peru.
Local: Intercontinental Hotel São
Paulo – Alameda Santos 1123,
Jardins – São Paulo – SP
14 DE OUTUBRO
22 DE OUTUBRO
10 de novembro
Evento: Reunião do Conselho
Administrativo da CBIC
Evento: Seminário Internacional
BIM – Modelagem da Informação
da Construção
Evento: Reunião da CPRT
Local: Caeser Business – Rua
das Olimpíadas , 205,Vila
Olímpia – São Paulo, SP.
A reunião programada para o
mês de outubro (13) foi cancelada.
Horário: 8h às 18h25
Para mais informações:
[email protected] ou pelo
telefone 61 3327-1013.
Local: Sinduscon-PR (sede social)
- Rua da Glória, 175 - Centro
Cívico - Curitiba-PR
Horário: Às 11h00
Para mais informações,
clique aqui.
Local: Sede da CBIC - Brasília
Pesquisa de Opinião sobre o novo informativo semanal da CBIC
Expediente:
Presidente da CBIC: José Carlos Martins
Equipe de Comunicação:
Ana Rita de Holanda – [email protected]
Doca de Oliveira – [email protected]
Mariana Spezia – [email protected]
www.cbic.org.br
Sandra Bezerra – [email protected]
Isabel Paganine – [email protected]
Contato comercial: (61) 3327-1013 / [email protected]
Projeto Gráfico: Radiola
Diagramação: Fabulando Produção Criativa
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