Informativo da Indústria da Construção Newsletter :: Edição 13 :: 02/10/2015 NOTÍCIAS REVERSÃO DA CRISE EXIGIRÁ MUDANÇAS CONSTITUCIONAIS E JUROS ALTOS POR MAIS ALGUM TEMPO, DIZ EDUARDO GIANNETTI 87º ENIC CRÉDITO: Guilherme Kardel Economista e filósofo, Eduardo Giannetti da Fonseca é um dos mais importantes observadores do cenário nacional em atividade. Formador de opinião respeitado nos meios político, econômico e acadêmico, ele foi o palestrante do painel econômico do 87º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), realizado na cidade de Salvador entre os dias 23 e 25 de setembro. Na ocasião, diante do tempo insuficiente para responder todas as perguntas da plateia, Giannetti concordou em transmitir as respostas por intermédio de entrevista ao CBIC Mais. As perguntas foram feitas tal como apresentadas pelos participantes. É o que você lê nessa edição, em que o economista aprofunda a avaliação do cenário nacional. Boa leitura! Tenho ouvido o senhor se referir à revolta tributária como possível caminho para o quadro que vivemos no Brasil. Por favor, discorrer sobre como poderia dar-se essa revolta tributária no atual cenário do país. Eduardo Giannetti – Existe um grande histórico de rebeliões tributárias na história econômica. Tem muitos episódios emblemáticos dessa tradição. A independência americana foi, em grande medida, resultado de uma rebelião chamada Tea Party, quando se fixou o princípio de que não deve haver tributação sem representação. A Corôa Britânica e o Parlamento inglês queriam impor novas taxas e tributos sobre a colônia norte-americana e os colonos, corretamente, se revoltaram, porque não atendia a esse princípio muito elementar de que, se você está sendo taxado, tem de ser representado. No Brasil, o sonho de um país independente começou com a Inconfidência Mineira, que foi uma rebelião tributária. A Corôa Portuguesa quis impor a derrama e houve um movimento organizado e muito avançado para a época, baseado em ideias do Iluminismo, para tentar impor alguma restrição, de resistir a esse movimento. Pouca gente sabe, mas Margareth Thatcher, na Inglaterra, caiu durante uma revolta tributária. Ela tentou criar um novo imposto, um imposto sobre a existência, em que pelo simples fato de você existir pagava uma taxa, e a população inglesa simplesmente não aceitou. Eu tenho impressão que nós estamos no limiar de um movimento organizado desse tipo. O governo, há vários governos, vem tentando resolver o problema das finanças públicas aumentando a carga tributária, mas a sociedade civil brasileira chegou ao limite. A questão, agora, é como organizar esse movimento de resistência a novas tentativas de aumento da carga tributária. Essa é uma tarefa que cabe aos líderes e representantes nos diversos grupos da sociedade. O que eu noto é que estamos em um movimento ascendente de resistência ao aumento da carga tributária. A tradição brasileira sempre foi o salve-se quem puder. Quando o governo aumenta impostos, as pessoas vão para a informalidade ou deixam de cumprir certas obrigações fiscais, mas isso é o pior para todo mundo. O que precisamos aprender a fazer é organizar e dar coerência e representação ao nosso descontentamento com o quadro a que chegou o tamanho e os desmandos do Estado brasileiro. NOTÍCIAS Outro dia ouvi o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, falando que chegaremos a ter de fazer um novo plano real. O que acha? E G – É preciso ver o contexto em que ele disse isso. Provavelmente ele se referiu ao problema fiscal. Na época do Plano Real o grande desafio era a inflação, hoje o grande desafio é o tamanho da carga tributária e o fato de que apesar dessa carga tributária ser tão alta o Estado brasileiro não atende as mínimas condições de cidadania e de dignidade para a maioria da população. Como é que um Estado que taxa 36% da renda dos brasileiros e ainda tem um déficit de 8% do PIB não atende ao mínimo da vida civilizada, no tocante ao saneamento, educação, saúde e segurança? A capacidade de investimento é mínima do setor público brasileiro. Então, se ele está se referindo a um novo plano real na dimensão fiscal eu acho que está coberto de razão. Com todos os componentes da crise atual, podemos desconsiderar a baixa produtividade do trabalhador brasileiro como componente do cenário? E G – Não, é um elemento central desse cenário. Os equívocos da política econômica do governo Dilma agravaram muito o quadro da baixa produtividade brasileira. Ela interferiu de maneira muito desastrada e com um mão muito pesada nas regras do jogo de funcionamento da economia. E no longo prazo, o que faz a diferença entre a prosperidade e a penúria é exatamente a produtividade do trabalhador. Todas as mudanças do ponto de vista estritamente econômico se justificam no sentido de tornar a hora trabalhada de cada brasileiro algo mais produtivo do que ela é hoje e é para isso que nós temos que trabalhar. Essa crise poderia ter sido evitada? O povo não soube escolher seus representantes ou tais representantes mentiram para o povo? E G – Eu entendo que essa crise viria gradualmente no tempo e não ficaria dramática se não tivesse havido o governo Dilma. Era uma crise fiscal que vinha se desenhando, uma crise de presidencialismo de coalisão que vinha se desenhando, mas o Governo Dilma foi como alguém que tivesse apertado aquele botão fast forward, acelerou dramaticamente o andamento dessas crises que estavam se encaminhando no tempo. Então agora o país está diante desse impasse. Nós temos que resolver essas duas questões de fundo que são o esgotamento do ciclo fiscal que começou em 1988 e, do outro lado, a falência desse modelo de presidencialismo de coalizão que, com o governo Dilma, foi levado as raias do absurdo e se tornou totalmente inoperante. Se o problema é a China, como disse o ministro das Cidades, quando a economia chinesa melhorar o Brasil sai da crise? E G – Se o problema brasileiro fosse a China seria muito tranquilo e não teria nenhuma dificuldade. A China não está com esse problema todo e ela não é a responsável pela crise brasileira, embora a mudança do ambiente externo tenha contribuído em alguma medida para piora da nossa economia. Mas é completamente equivocada a tese de que os problemas brasileiros decorrem de fora. Eles decorrem fundamentalmente dos equívocos e dos problemas estruturais que temos aqui dentro. A inflação em grande parte deveu-se a preços regulados e represados. Hoje há uma grande diminuição do consumo. Se houver uma diminuição da taxa de www.cbic.org.br juros, não se conseguiria diminuir o custo do governo e fechar as contas sem a criação de novas contribuições? E G– Todos nós desejamos reduzir a taxa de juros no Brasil. O problema é criar as condições adequadas para poder fazer isso sem uma aceleração e uma perda de controle do quadro inflacionário. Como houve o artificialismo no represamento dos preços administrados no ano passado, o governo teve que corrigir, ou pelo menos, começar a corrigir esse ano. Se não houvesse um aperto da política monetária, nós iriamos ver uma inflação alta e acelerando porque iria contaminar todo o sistema de preços. Então, infelizmente, o Banco Central tem que aumentar os juros como fez, mesmo em um ambiente recessivo. A dúvida que sempre existe é quanto a dosagem e não quanto ao sinal do movimento. Para vencer esta crise não seria necessário uma nova Constituição, que reduza as obrigações e deveres do Brasil, aumentando as da sociedade? Hoje temos uma liderança para conduzir este processo? Você avalia necessário mudar a Constituição? E G – Mudar a Constituição sem a menor dúvida. Uma nova Constituição eu não endosso. Acho que é abrir um flanco muito arriscado, ainda mais com um quadro político tão deteriorado e uma representação tão duvidosa como infelizmente o Brasil tem hoje em Brasília. Eu acredito que teremos que passar por mudanças constitucionais, mas isso não significa todo um novo processo Constituinte. Como diminuir o tamanho do Estado sem alterar o contrato social do eleitor com o governo? E G– Não precisa alterar o contrato social, pois no que ele tem de legítimo tem que ser preservado. Conquistas como o SUS, a aposentadoria para o trabalhador rural, o Bolsa Família, entre outras, não estão em discussão. O que nós teremos que rever, e aí eu sou radical, é o pacto federativo. Nós vamos transitar para um modelo em que hoje o dinheiro vai todo para Brasília para depois voltar para os Estados e Municípios para um modelo em que o dinheiro público é gasto mais perto possível de onde ele é arrecadado. Só vai para o governo central o que for estritamente função de governo central e o que for política de redistribuição regional. O resto dos recursos públicos ficam onde eles são arrecadados. E essa é a grande reforma de Estado que o Brasil precisa fazer e ela não passa por uma mudança ou por uma perda de conquistas sociais que o Brasil fez a partir de 1988. O aumento dos juros seria mesmo necessário para segurar a inflação ou é um remédio que não dará resultados, causando apenas recessão? E G – Não tem outro caminho que não seja aumentar os juros. E, infelizmente, nós estamos vendo a inflação correr esse ano. A expectativa para o ano que vem já é de uma inflação bem menor, embora ainda acima do centro da meta, mas abaixar voluntaristicamente o juro agora seria repetir o gravíssimo equívoco cometido já no primeiro governo Dilma que nos levou a essa aceleração da inflação que agora está tendo que ser contida. Não vamos imaginar que o voluntarismo de abaixar o juro resolva o nosso problema. Nós temos que criar condições fazendo ajuste fiscal e aí sim baixar consistentemente o juro. Ouça aqui a entrevista completa. NOTÍCIAS RECURSOS HÍDRICOS E DESENVOLVIMENTO URBANO NO ENIC 2015 No último dia do evento, comissões temáticas debatem temas de grande relevância principal pauta do dia foi o desenvolvimento urbano. A partir das considerações de Arthur Motta Parkinson, diretor da Parkinson Desenvolvimento Imobiliário; do professor Carlos Leite, da Stuchi & Leite; e da professora Ariadne dos Santos Daher, sócia da Jaime Lemer Arquitetos Associados, a CII debateu o futuro das cidades com base em um planejamento que priorize temas como mobilidade urbana e sustentabilidade. O presidente da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON), Roberto MuniZ. CRÉDITO: Guilherme Kardel O segundo dia da Comissão de Meio Ambiente (CMA) no Enic começou com um painel propositivo de soluções para a escassez de recursos hídricos. O presidente da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON), Roberto Muniz, apresentou dados sobre o desperdício de água em todo o país. Presidida por Nilson Sarti, a comissão também recebeu o professor Orestes Gonçalves, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), que discutiu propostas para tornar o uso da água mais eficiente. O painel foi encerrado com a palestra do professor Gabriel Real Ferrer, do Instituto da Água e Ciências Ambientais (Espanha). O último painel da CMA abordou iniciativas inovadoras para gestão de resíduos. O engenheiro mecânico António Garcia Nunes, da Steerin Gestão de Resíduos e Energias Renováveis, mostrou sistemas adotados em Portugal, enquanto a analista Cláudia Orsini, da Gesner Oliveira Associados, traçou um panorama da gestão de resíduos no Brasil. O prefeito de Itu (SP), Antônio Luiz Carvalho Gomes, apresentou o projeto que foi adotado na cidade paulista, iniciativa reconhecida na PPPAméricas. Depois, foi a vez da coordenadora técnica do Comitê de Meio Ambiente do SINDUSCON-SP, Lílian Sarrouf, propor soluções para a gestão de resíduos. Na Comissão da Indústria Imobiliária (CII), a www.cbic.org.br Já na Comissão de Obras Públicas, os debates foram aquecidos ao redor de temas como as PPPs, os planos de investimento da BNDES, projetos e concessões, emissão de debêntures de infraestrutura, relação de demandas durante a crise econômica no país, além do papel dos investidores estrangeiros. Participaram da Comissão profissionais do meio nacional e internacional: o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo Henrique de Oliveira; Guilherme Miranda Mendonça, gerente da Área de Estruturação de Projetos do BNDES; Marcos Brito Azevedo, gerente da Área de Infraestrutura do BNDES; Márcio Giannico Rodrigues, executivo do Banco do Brasil; Fabiano Macanhan Fontes, gerente geral do Banco do Brasil; Rogério Princhak, coordenador da Rede Intergovernamental para o Desenvolvimento de PPPs; Gesner Oliveira, executivo da Go Associados; Fernando Miguel Castro Faria, sócio de infraestrutura PPP e Financiamento da KPMG; Valentina Cumo, vice-presidente da Darby Provate Equity; e Paulo Lopes, conselheiro da Concessionária MGO Rodovias. Gesner Oliveira, executivo da Go Associados CRÉDITO: Guilherme Kardel NOTÍCIAS BANCO DE DADOS ABORDOU NOVO MÉTODO DE CÁLCULO DO PIB Rogério Suzuki (RS Consultoria) - consultor BIM CRÉDITO: Guilherme Kardel As obras executadas com impressoras 3D e o uso do Building Information Modeling (BIM) - software que utiliza o formato 3D em projetos, capaz de antecipar problemas e otimizar prazos e custos - foram os principais temas discutidos no segundo e último dia de palestras na Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat). Os participantes acompanharam os trabalhos de Rogério Suzuki (RS Consultoria) e Bruno Angelim (FortBIM Engenharia), que falaram sobre o BIM. Já Behrokh Khoshnevis, diretor do Centro de Tecnologias de Fabricação Rápida Automatizados (CRAFT) e professor da Universidade de Engenharia Civil e Ambiental do Sul da Califórnia, apresentou o projeto de impressora 3D para construção de casas em concreto e em curto espaço de tempo. O projeto foi premiado pela Nasa. Também participou do debate Marcos Novaes, da CooperCon do Ceará. CPRT CRÉDITO: Guilherme Kardel www.cbic.org.br A Comissão de Política e Relações Trabalhistas (CPRT), o Fórum de Ação Social (Fasc) e o Serviço Social da Indústria da Construção Civil (Seconci Brasil) promoveram neste segundo dia uma programação conjunta sob o tema “Inclusão com Segurança e Responsabilidade”. Depois da exibição dos Guias e Vídeos Orientativos de Segurança e Saúde no Trabalho, os participantes analisaram desafios e propuseram soluções para a inclusão segura de PCD na Indústria da Construção. Na sequência, foram apresentados modelos de Gestão de Responsabilidade Social que impactam positivamente o resultado das empresas. Os economistas Daniel Furletti e Ieda Vasconcelos (Sinduscon – MG e BD CBIC) CRÉDITO: Guilherme Kardel O segundo dia de comissões técnicas também deu continuidade à exposição de trabalhos realizados pelo Banco de Dados, onde foram apresentadas as principais mudanças no cálculo que mede as riquezas do país. A coordenadora das Contas Nacionais do Brasil Rebeca Palis e o gerente de Investimento João Hallak Neto, ambos do IBGE, explicaram a nova Metodologia de Cálculo do PIB Nacional, pontuando os principais ganhos em qualidade com as modificações. Na sequência, foram discutidos o desempenho, desafio e perspectivas do cenário econômico atual da construção civil. Os economistas Daniel Furletti e Ieda Vasconcelos (Sinduscon – MG e BD/ CBIC), com grande participação do público, abordaram ameaças e oportunidades em tempos de PIB em queda e inflação em alta. NOTÍCIAS PRÊMIO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL FOI ATRAÇÃO PRINCIPAL NA ABERTURA DO 87º ENIC premiação da 11ª edição do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social que conta com o apoio do Sesi Nacional. Para José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o prêmio é uma forma de incentivar as melhores práticas no setor da construção. Homenagem à Maria Helena Mauad CRÉDITO: Guilherme Kardel O 87º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic 2015) foi aberto na noite de quarta-feira (23), no Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador, com a presença de autoridades políticas e representantes da indústria da construção de todo o país. Durante a cerimônia que contou com plateia de quase 1500 pessoas, ocorreu a “O Programa Construção Cultural do Sinduscon-RS deixa um legado para o patrimônio histórico e cultural da cidade. Já o Projeto Reconstruir do Sinduscon-CE é um resgate da autoestima, a inclusão dos egressos do sistema penitenciário no mercado de trabalho. São projetos que inspiram toda cadeia produtiva do setor da construção”, diz a presidente do Fasc/CBIC, Ana Cláudia Gomes. A ex-presidente do Fórum de Cidadania e Ação Social da CBIC, de 2001 a 2014, Maria Helena Mauad recebeu uma homenagem na noite de abertura do Enic. Mauad contribuiu de forma decisiva para a projeção nacional da entidade e para a disseminação da responsabilidade social como um valor para todo o setor. É fundadora e líder do Projeto Ampliar, que completa 25 anos e, desde sua fundação, já transformou a vida de mais de 48 mil jovens e adolescentes em situação de risco social por meio da Projetos no Ceará e Rio Grande do Sul ganham prêmio na Categoria Entidade Programa Reconstruir, uma parceria da SINDUSCON-CE com o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, promove a capacitação, reinserção e acompanhamento dos egressos do sistema prisional Premiados na categoria ENTIDADE SINDUSCON-CE PROJETO RECONSTRUIR CRÉDITO: Guilherme Kardel O Projeto Reconstruir do Sinduscon-CE foi vencedor na categoria Entidade do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social, idealizado pelo Fórum de Ação Social e Cidadania da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (FASC/CBIC). O Projeto Reconstruir, que foi iniciado em março de 2015, visa reinserir egressos do sistema penitenciário no mercado de trabalho do www.cbic.org.br setor da construção. Segundo o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro, o diferencial da iniciativa é colocar apenas um trabalhador por obra e acompanhar o desempenho de suas atividades mensalmente. “O Sinduscon contrata um assistente social, em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado, para desenvolver este trabalho de acompanhamento”, diz Montenegro. Até o momento, 21 empresas aderiram ao projeto. A meta de 2015 é reinserir 100 trabalhadores e 50% dessa meta já foi cumprida. “O interessante é que as empresas abdicaram dos benefícios que são proporcionados a elas quando aceitam fazer a reinserção dos egressos do sistema penitenciário nos seus canteiros de obras. Elas pagam o salário integral, quando poderiam pagar apenas ¾ do valor, o que reforça o compromisso social de cada uma delas”, comenta Montenegro, acrescentando que o projeto traz benefícios para toda a sociedade, pois quando a oportunidade é dada a essas pessoas, elas readquirem cidadania e não voltam para a criminalidade. “É um projeto importante que queremos disseminar para o Brasil inteiro”, diz o presidente do Sinduscon-CE, que já está em negociação com o Sebrae para cursos de capacitação para estes trabalhadores. A juíza da Vara de Execução Pensa de Fortaleza Luciana Teixeira, uma das representantes e premiadas, avalia que “o prêmio é um incentivo para que continuemos ajudando a mudar vidas.” NOTÍCIAS Projeto de Resgate do Patrimônio Histórico, do SINDUSCON-RS, desenvolveu ações De restauração de monumentos históricos do Parque Farroupilha tos do Parque Farroupilha, que foram entregues totalmente revitalizados a capital gaúcha no dia 19 de dezembro do ano passado. São eles: Cabeça de Chopin, Monumento a Carlos Gomes, Homenagem a Beethoven, Busto de Annes Dias, Busto de Licínio Cardoso, Busto de Samuel Hahnemann, Os Lusíadas, Homenagem aos Mortos em Combate ao Comunismo, Coluna Brasileira, Obelisco da Comunidade Sírio-libanesa, Obelisco da Comunidade Israelita e Monumento ao Expedicionário. Premiados na categoria ENTIDADE - SINDUSCON-RS Programa Construção Cultural CRÉDITO: Guilherme Kardel O Programa Construção Cultural, uma iniciativa do Sinduscon-RS, foi agraciado com o Prêmio CBIC de Responsabilidade Social, na categoria Entidades com o case Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Público. A entidade acumula mais duas premiações com este programa: a Top Cidadania ABRH-RS e a Top de Marketing da ADVB/ RS (2014), na categoria Cultura. Sob a coordenação pela arquiteta e restauradora Verônica Di Benedetti, resultado da parceria entre o Sinduscon-RS e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre (PMPA), foram selecionados 12 monumen- Lançado 28 de julho de 2014, a primeira edição do Projeto Construção Cultural, contemplou um conjunto de ações cujo principal objetivo foi o de colaborar com o cenário cultural gaúcho e marcar os 65 anos do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS).“Desde a sua fundação, em outubro de 1949, o Sinduscon-RS tem como missão atender e integrar os interesses da atividade da indústria da construção civil com os da sociedade gaúcha. Assim nasceu o projeto construção cultural. As três premiações recebidas nos inspiram a ampliar nossa participação no resgate da cultura e preservação de marcos históricos de nosso Estado”, disse o presidente do Sinduscon/RS, Ricardo Antunes Sessegolo. A vice-presidente do SINDUSCON-RS, Sandra Axelrud Saffer, também reconheceu a importância do prêmio. A executiva da entidade recebeu o prêmio pelo Projeto de Resgate do Patrimônio Histórico junto ao presidente da entidade, Ricardo Antunes Sessegolo. Veja abaixo a lista dos outros ganhadores do 11º Prêmio CBIC de Responsabilidade Social: Categoria Empresa Programa Conta Gotas, da Toctao Engenharia, uma iniciativa que reduz o desperdício e promove o reaproveitamento de água em diversas esferas. Projeto Florescer, da Reserva Camaragibe. É um de desenvolvimento da comunidade a partir da qualificação profissional. O objetivo é capacitar as pessoas do entorno do empreendimento para que possam ocupar os postos de trabalho gerados. O programa já qualificou mais de mil pessoas e 60% delas já foram contratadas. A meta é qualificar 12.500 profissionais. Categoria Reconhecimento Social Projeto Construindo Saúde, do Seconci-MG. Uma iniciativa que leva saúde aos canteiros de obras, com o objetivo de mobilizar trabalhadores e gestores na prevenção de doenças crônicas não-transmissíveis. Categoria Seconci Seconci-TAP. O Serviço Social da Indústria da Construção Civil do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba foi fundado em 1994 e oferece serviços em medicina assistencial, ocupacional e atendimento odontológico ao trabalhador, além de promover iniciativas preventivas e educativas sobre segurança do trabalho, que promovem o desenvolvimento do setor. Acompanhe a série de matérias sobre o vencedores do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social no informativo CBIC Mais. Na próxima semana, o informativo entrevista os vencedores na categoria Empresa: o Programa Conta Gostas e o Projeto Florescer da Reserva Camaragibe. www.cbic.org.br CBIC DADOS A CONSTRUÇÃO EM NÚMEROS Brasil Construção Civil - Evolução do emprego com carteira assinada NÍVEl GEOGRÁFICO Acumulado em 12 meses (set/14-ago/15) * REGIÕES mETROPOlITANAS Total admissões TOTAl BRASIl 2.269.786 Total desligamentos 2.655.035 SAlDO -385.249 REGIÕES Norte 151.530 197.120 -45.590 Nordeste 452.260 557.782 -105.522 Sudeste 1.105.819 1.261.570 -155.751 Sul 353.312 385.744 -32.432 Centro-Oeste 206.865 252.819 -45.954 Belém Total admissões Total desligamentos SAlDO -4.806 25.223 30.029 Fortaleza 70.961 70.898 63 Recife 51.260 86.664 -35.404 Salvador 76.214 91.515 -15.301 Belo horizonte 153.854 183.749 -29.895 Rio de Janeiro 163.223 174.362 -11.139 São Paulo 315.195 351.911 -36.716 Curitiba 59.612 68.478 -8.866 Porto Alegre 62.728 72.556 -9.828 *Resultado acrescido dos ajustes. Fonte: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)/ Ministério do Trabalho e Emprego. Artigo DO especialista Os trabalhadores e as indústrias brasileiras precisam do SENAI e do SESI Por Rafael Lucchesi Diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI. Desde 1942, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) já formou 65 milhões de brasileiros. É como se um terço da população atual do país tivesse passado pelas salas de aula e oficinas da instituição. De cada dez horas de formação, sete delas foram realizadas dentro de laboratórios e oficinas, onde os estudantes desenvolvem suas habilidades técnicas, vivenciando, em um ambiente controlado, a mesma realidade que encontram no mundo do trabalho. Essa realidade faz do SENAI uma instituição única no Brasil. Somos os responsáveis por criar as condições para que os grandes projetos de desenvolvimento do país sejam viáveis. Qualificamos os brasileiros para atuar em todas as indústrias. Sem isso, nenhum novo empreendimento teria sido possível. Sem o SENAI, o Brasil seria outro país, certamente muito menos desenvolvido. A continuidade dessa história de sucesso está em risco. Se for aprovada, a proposta do governo de diminuir os recursos repassados ao SENAI e ao Serviço Social da Indústria (SESI) vai custar caro. Quem mais vai sofrer com essa possível mudança são os trabalhadores. Haverá redução de milhões de vagas em cursos profissionais oferecidos pelo SENAI e, como consequência, haverá também fechamento de escolas profissionais. A oferta de educação básica e de jovens e adultos e as ações voltadas à promoção da segurança e da saúde no trabalho, desenvolvidas pelo SESI, diminuirão. O capital humano já era relevante para definir o crescimento e a produtividade das economias. Seu papel terá relevância ainda maior na era da economia do conhecimento. O mundo atual requer trabalhadores muito mais bem preparados para lidar com as novas tecnologias de produção. Essa realidade coloca a educação como ponto central da saída da atual crise econômica. Por conta disso, o Brasil não pode abrir mão de programas importantes desenvolvidos pelo SENAI e pelo SESI. Neste momento de crise, o país precisa qualificar seus trabalhadores e prepará-los para o momento em que a economia voltar a crescer. O SENAI é hoje o melhor complexo de educação profissional do mundo. Em 2015, foi o grande vencedor da WorldSkills, a olimpíada mundial de profissões técnicas que ocorre de dois em dois anos e reuniu estudantes de mais de 60 países em São Paulo. Por ano, são mais de 3,6 milhões de matrículas em cursos em 28 segmentos da indústria. www.cbic.org.br Da receita líquida com a contribuição compulsória, 68,3% são destinados a vagas gratuitas. Já o SESI é uma das referências nacionais de qualidade em educação com foco nas demandas do mundo do trabalho. Para isso, vem priorizando a parceria com o SENAI para a oferta de educação básica articulada com a educação profissional. Em 2014, 28 mil jovens foram beneficiados nessa modalidade de ensino. Reconhecemos que o Brasil precisa de um ajuste fiscal crível e de uma agenda que apresente os rumos futuros da economia brasileira. A gravidade da crise brasileira exige ação. No entanto, as medidas fiscais anunciadas são insuficientes e vão contribuir para acentuar a falta de competitividade do setor produtivo brasileiro. É exatamente no sentido de reverter esse cenário que o SENAI e o SESI têm ampliado suas ações. O investimento em inovação, por exemplo, é visto como oportunidade e diferencial competitivo de mercado quando a crise passar. O último balanço do trabalho da rede de inovação do SENAI, que caminha de mãos dadas com a educação profissional, mostra 120 projetos contratados desde 2013, que representam R$ 143,5 milhões. Além dos projetos em andamento, há outros 208 em negociação, avaliados em R$ 150 milhões. Com isso, o setor empresarial mostra sua disposição em encontrar novas saídas para o cenário atual. A superação da crise econômica, todavia, não pode prescindir de medidas e reformas estruturais pró-competitividade que permitam a melhora do cenário econômico e que estabeleçam condições para retomada do crescimento sustentável. A recuperação da confiança é o principal motor para o crescimento. E a confiança dos investidores só se dará com uma agenda estrutural que demonstre a intenção real do governo em equilibrar as contas públicas. Os gastos com a previdência e a assistência social precisam ser avaliados. É preciso corrigir distorções em pensões, evitar aposentadorias precoces e eliminar incongruências entre assistência e previdência, que são mudanças fundamentais para reverter a atual trajetória de desequilíbrio. agenda 07 DE OUTUBRO 14 DE OUTUBRO Evento: Dia Nacional da Mobilização em Defesa da Construção Civil Local: Plenário Ulysses Guimarães Câmara dos Deputados Horário: Às 9h00 Evento: Fórum: Oportunidades de Investimento em Projetos de Infraestrutura no Peru – os maiores projetos de investimento dos governos regionais do Peru. Local: Intercontinental Hotel São Paulo – Alameda Santos 1123, Jardins – São Paulo – SP 14 DE OUTUBRO 22 DE OUTUBRO 10 de novembro Evento: Reunião do Conselho Administrativo da CBIC Evento: Seminário Internacional BIM – Modelagem da Informação da Construção Evento: Reunião da CPRT Local: Caeser Business – Rua das Olimpíadas , 205,Vila Olímpia – São Paulo, SP. A reunião programada para o mês de outubro (13) foi cancelada. Horário: 8h às 18h25 Para mais informações: [email protected] ou pelo telefone 61 3327-1013. Local: Sinduscon-PR (sede social) - Rua da Glória, 175 - Centro Cívico - Curitiba-PR Horário: Às 11h00 Para mais informações, clique aqui. Local: Sede da CBIC - Brasília Pesquisa de Opinião sobre o novo informativo semanal da CBIC Expediente: Presidente da CBIC: José Carlos Martins Equipe de Comunicação: Ana Rita de Holanda – [email protected] Doca de Oliveira – [email protected] Mariana Spezia – [email protected] www.cbic.org.br Sandra Bezerra – [email protected] Isabel Paganine – [email protected] Contato comercial: (61) 3327-1013 / [email protected] Projeto Gráfico: Radiola Diagramação: Fabulando Produção Criativa CLIQUE AQUI