Ae p es am2013 PPP PPP PPP PPP Agosto/Setembro de 2013 - R$ 21,50 PPP Muito projeto para pouco investidor RANDON. SOLUÇÕES SOB MEDIDA. Pelo segundo ano consecutivo conquistamos o Prêmio Revista Ferroviária. As inovações tecnológicas apresentadas ao mercado durante o ano de 2012 e o anúncio de investimento em uma nova planta, que ampliará a capacidade de atendimento ao mercado de vagões ferroviários e outros produtos para o transporte, levaram a Randon a conquistar essa distinção. Uma importante premiação que nos enche de orgulho, pois comprova a confiança do mercado nos produtos Randon. Randon. Há mais de 60 anos investindo na qualidade e na segurança do transporte mundial. Categoria Melhor Fabricante de Veículos de Carga editorial A primeira coisa que qualquer investidor pede na hora de entrar num empreendimento público, ou semi-público, é estabilidade de regras. É fácil de entender, já que as regras são feitas pelo Estado e não pelos empresários, e mais de um já foi vítima de mudanças intempestivas. Além disso, como mostra a matéria de capa desta edição, os investidores precisam de garantias de pagamento, mitigação de riscos de desapropriação, construção e engenharia, segurança jurídica, projetos viáveis e atualizados e, finalmente, taxa de retorno compatível com o risco. A reforma institucional na área ferroviária anunciada desde o começo deste mês de setembro é de preocupar qualquer interessado nas 21 PPPs em oferta, seja pelo Governo Federal, seja pelo governo de São Paulo, governo municipal de Curitiba e de Porto Alegre. De maneira inesperada, quando deveria haver um reforço na sua estrutura, foi anunciada a extinção da Valec - a mesma empresa que garantiria o pagamento dos trechos do PIL durante 35 anos; além disso houve a adição de dois trechos aos 12 pré-existentes no PIL ; e surgiu uma nova estatal, chamada de Empresa Brasileira de Ferrovia. Também está havendo uma série de mudanças nos contratos de concessão, com a devolução "negociada" de trechos concessionados. Não será surpresa se no primeiro leilão do PIL não houver interessados, como não houve na Linha 6 do Metrô de São Paulo e como quase não houve no leilão, suspenso, do TAV. ASSINE www.revistaferroviaria.com.br Anual: R$ 129,00 6 edições, newsletter e acesso ao site Julio Fontana FINANCEIRO SEDE Paulo Alvarenga Diretora: Regina Perez Rua Pamplona, 1.465 Sala 113 Ricardo Chuahy [email protected] REDAÇÃO CIRCULAÇÃO Editora: Mariana Neves Daniel Moreira Repórter: Ruan Segretti [email protected] Cep: 01405-002, São Paulo - SP Tels: (11) 3059-6060 Ano 74 - Agosto/Setembro de 2013 Estagiário: Murillo Magaroti CONSELHO EDITORIAL Agenor Marinho Alexander Ellwanger Antonio Ismael Ballan Luiz Fernando Ferrari Guilherme Quintella SUCURSAL Rua México, 41 - Sala 905 DIAGRAMAÇÃO PUBLICIDADE Fax: (11) 3059-6068 PP7 Publicidade Cep: 20031-144, Rio De Janeiro - RJ Tel: (21) 2532-0260 Supervisor comercial: Claudinei Santos Executivos de contas: Revista Ferroviária é uma publicação da Gustavo Lauria JORNALISTA RESPONSÁVEL [email protected] Gerson Toller Gomes - Mtb 17.354.212 Editora Ferroviária Ltda. Henrique Aché CNPJ: 12.464.344/0001-30 José Antonio Martins Inscrição Municipal: 4.131.725-4 José Geraldo Baião Registro no INPI: 816.399.964 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 3 sumário Ano 74 - Agosto/Setembro 2013 O secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, fala sobre os projetos de PPP de São Paulo e o que esta sendo feito para viabilizá-los 20 VLT carioca Novo sistema de transporte sobre trilhos do Rio de Janeiro deve começar a operar em 2015 Entrevista 38 Indústria Fábrica de equipamentos para transmissão de energia e sistemas de comunicação da Siemens completa 40 anos 40 Locomotivas Sim x Não O Brasil deve adotar a bitola standard (1.435)? Engenheiros debatem a padronização da bitola usada no País 46 Capa - Mapa da Rede Futura do Transporte Metropolitano de SP, onde existem 5 Projetos de PPP. Ao todo, o País tem 21 projetos de PPP lançados ou prestes a serem lançados. Pág. 28 A demanda mundial de locomotivas crescerá 4% por ano até 2017, segundo o estudo “Locomotivas a Diesel – Tendências Globais do Mercado” 44 Estudo de Mercado Levantamento mostra que a frota brasileira de carros de passageiros cresceu 6,9%, passando de 3.701 para 3.956 unidades 48 O Trem Glacier Express das empresas Rhaetian Railway (RhB) e Matterhorn Gotthard Railway (MGBahn) em viagem de Zermatt a St. Moritz, na Suíça. O trem faz o percurso entre os vales alpinos em 7h45. O slogan do trem é "Um trem para se apaixonar", devido às belas paisagens oferecidas através das janelas panorâmicas. Foto: Teresa Perez Tours / Magari Blu Travel Tips cartas Aeromóvel Foto: divulgação Há muito tempo aguardava-se esta realidade. É uma questão de tempo, mas o projeto pode evoluir muito e servir como transporte com energia limpa, isto é, não gera poluentes na operação. Parabéns. Walter José Nogueira [email protected] Devolução dos trechos da ALL e MRS É incrível! As empresas fazerem exigências e não o governo. Se observar os trechos concessionados aqui no PR, dá pra observar o descaso com a via permanente, o material rodante e o patrimônio (estações e casas centenárias), totalmente abandonados. O Brasil tem pressa e urgência nas ferrovias, hidrovias e até melhorar as condições das rodovias, porém, não pode ficar à mercê da ganância! Mauro Majczak [email protected] Trens chineses Péssima notícia! Onde está o incentivo para produção nacional. Hoje temos montadoras de trens de alta tecnologia no país e entendo que não necessitamos de fazer aquisição externa, ainda mais sendo da China. O governo federal deveria intervir e pressionar este governo carioca para que compre somente de empresas que tem fábricas de trens no Brasil. Precisamos gerar empregos internamente e não ficar comprando trens chineses. Acorda Brasil! Trem chinês da CNR no MetrôRio nantes do estado, parece que apareceu uma luz no fim do túnel patrocinada pela iniciativa privada. Há 20 anos, se você perguntasse para qualquer funcionário da Fepasa, eles iriam responder que o caminho a ser seguido pela ferrovia era para o interior do estado. Iria eliminar parte dos congestionamentos das rodovias e sem dúvida alguma muitos dos que moram hoje na capital estariam morando no interior, a exemplo do que acontece na maioria dos países.Espero que não seja mais uma propaganda eleitoral e que finalmente possamos ter uma ferrovia decente para os passageiros se locomoverem. Eduardo Coelho [email protected] Alguém ainda precisa de estudo de viabilidade para saber se há viabilidade neste sistema de transporte? É só ir para as rodovias que ligam São Paulo a elas e ver a situação delas. Luciano Camargo [email protected] Dalmo Ribeiro do Val Marques [email protected] Trens Regionais de São Paulo TAV Brasil Após o desmanche da malha ferroviária paulista - Fepasa - pelos atuais gover6 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 É lamentável que interesse de grupos tenha mais uma vez adiado o TAV e que agora apostam em descaracteriza- -lo. A própria matéria traz que um trem regional com 160 km custará 9,2 bi, que comparado com o TAV Campinas/São Paulo/Rio, os custos quase se equivalem, guardadas as especificidades e complexidades dos dois projetos. A falta de ligações entre capitais como São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Vitória, Florianópolis, Porto Alegre, Salvador e outras por meio de trens de alta velocidade, favorecem somente os monopólios da aviação e da viação, com grandes prejuízos para a população e para o desenvolvimento regional. A China que já tem uma malha ferroviária invejável, em curto espaço de tempo já construiu mais de 400 km de TAV e pretende em pouco tempo ultrapassar a meta de 1000 km. Protegendo pequenos interesses continuaremos crescendo minguados 2% ao ano. Implantar o TAV é uma visão estratégica para longo prazo, não podemos continuar na era da "Maria Fumaça". Manuel Xavier Lemos Filho [email protected] Finalmente, o governo começou a acordar para essa questão, antes tarde do que nunca! Em um país que quase extinguiu as suas ferrovias e se acostumou a depender das rodovias, deve-se começar pelos projetos mais convencionais. Com trens expressos e semi-expressos de média velocidade, integrados com os trens regionais, todas as cidades no trajeto serão diretamente atendidas pelos trens e desafoga-se de verdade as rodovias. É uma questão simples de lógica e de inteligência. Os TAVs somente devem vir bem depois, quando o transporte ferroviário já for uma realidade plena e consolidada em nosso país, e integrando-se com os trens regionais e substituindo os serviços expressos e também aqueles semi-expressos de maiores distâncias. ßResta esperar se desta vez o governo fala realmente sério. Santiago Wessner [email protected] Isso mostra que esse projeto devia ficar um tempo na geladeira e aplicar o dinheiro em obras de mobilidade urbana como VLTs, Trens, Metrô e sobretudo investir em trens regionais utilizando a atual malha que se encontra abandonada e subutilizada que aliáis está sendo devolvida a União pelas concessionárias. nas um concorrente. Não há dúvida de que este leilão deverá ser total e profundamente reformulado, para que possa atrair um número significativo de participantes. Fernanda Pereira [email protected] Antonio Américo Requião Passos [email protected] Infelizmente, ainda temos no país pessoas com está mentalidade, o Brasil precisa sim de um trem de alta velocidade, principalmente, para desafogar os aeroportos de São Paulo e trazer o domínio de novas tecnologias. Trechos subutilizados Isto é mais um absurdo contra o patrimônio público, se os trechos existem, deveriam ser conservados ou reutilizados como pátios ou coisa que o valha, não extinto. Carlos Fernandes Martins [email protected] Mario Ricardo Aulicino [email protected] Se fosse tão interessante os empresários não precisariam de "incentivos" para participarem do empreendimento. Há que se construir mais linhas de trens convencionais. Passageiros adorariam trens com velocidades de 100/ 150 km/h entre as cidades do Rio-BH SP Campinas etc. Chegaríamos com segurança e sem depender da situação climática, ao centro da cidade. O trecho entre Niterói e Visco de Itaboraí poderia ser reativado para transportar as milhares de pessoas que trabalham no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - Comperj. Todos os dias a BR-101 esta engarrafada e uma ligação ferroviária desse tipo desafogaria a BR. Ah, mas aí a arrecadação do pedágio iria cair não é? Aí não pode, né? Julio Cezart Monnerat [email protected] André de Lira Pires [email protected] É inconcebível que um projeto desta envergadura possa interessar há ape- Campos-Niterói pode não ser viável porque a Ferrovia Centro Atlântica paralisou a linha tronco que, saindo de Belo Horizonte, pela bitola métrica, interligava todo o país. Não tem que fechar, tem obrigar as concessionárias a mantê-las. Tudo combinado no desgoverno FHC. Foto: divulgação Guilherme Moreira Silva [email protected] Construindo uma opção mais barata que o TAV não vai conseguir concorrer com o avião e ai sim que vai ser uma perda de dinheiro. Adiante com o TAV. Roberto de Oliveira Ferreira [email protected] AGV da Alstom Para escrever para a Revista Ferroviária mande um email para: [email protected] ou escreva para: Rua Pamplona, 1.465 - sala 113 CEP 01405-002, São Paulo - SP revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 7 gente Sobre telas e trilhos O quadro a óleo retrata o Trem de Tiradentes O belo-horizontino é um pintor de paisagens, um observador, e utiliza as técnicas do óleo e da aquarela. A CBTU, local de trabalho, já foi palco de uma de suas telas, mais precisamente a Estação Central de Belo Gariglio na exposição "Cenários da Estrada Real", em 2007 Horizonte, tela patrimônio histórico como do meio essa que ele doou para o sindicato dos metroviários da ambiente”, diz o autor clássico, que capital mineira. O resume sua técnica principalmente ao trem de Tiradentes roubo da luz e sombra, à profundidatambém figura entre de e às pinceladas do estilo impresas paisagens, sempre sionista. A tela de Tiradentes esteve em preenchidas de muito uma das três exposições individuais verde, do artista. “Na minha pintura, eu bus- do pintor. Gariglio teve seu trabalho co primeiramente a reconhecido, premiado em Portugal, valorização da nature- em 2012, e escolhido para integrar a za. A minha arte tem mostra internacional “Art Meeting in o sentido de demons- Barcelona”, na BCM Gallery,e o livro trar a necessidade da “Important World Artists – Vol. 1”, ao preservação, tanto do lado de outros 894 artistas. Fotos: Arquivo Pessoal B aptista Gariglio Filho é coordenador de Gestão de Estoques da CBTU Belo Horizonte. Além de metroviário, Gariglio é um artista, um pintor com obras expostas pelo mundo. Formado em Engenharia Elétrica pela PUC-MG, ele foi estagiário da CBTU em 1984 e, em 1985, passou no concurso da companhia. Paralelamente ao trabalho na CBTU, ele estudou arte com o tio, o pintor Alberto Braga. Gariglio tem no tio e no pintor mineiro Edgar Walter, que também foi seu professor, suas principais influências. Carlos Mello assume diretoria de operações da EFC D esde o início de agosto, a Estrada de Ferro Carajás está com novo diretor de operações, Carlos Mello Jr. Ele assumiu o lugar de Luiz Fernando Landeiro, que está dirigindo o porto de Tubarão, em Vitória, que também pertence a Vale. Mello era da área de manutenção da EFC e fazia parte da equipe de Landeiro. Mello é formado em engenharia civil pela Universidade Estadual Pau8 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 lista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), tem pós-graduação em engenharia ferroviária pela PUC-MG e fez parte do programa de liderança do MIT Sloan School of Management. O engenheiro entrou na Vale em 2005, no programa de trainee de engenharia ferroviária. Ele foi supervisor de manutenção, supervisor de engenharia, gerente de desenvolvimento de projetos e gerente de geral de via e sinalização. Sindicato dos Ferroviários perde Rubens Craveiro F aleceu na madrugada do dia 27 de julho o presidente do Sindicato dos Ferroviários da Sorocabana, Rubens dos Santos Craveiro. Craveiro estava à frente do sindicato há mais de 30 anos. Internado com problemas respiratórios, Craveiro faleceu em Santos (SP). expressas Mais trens chineses para o Rio A China fabricará novos trens para o Rio de Janeiro. Desta vez, o contrato foi firmado para a compra de 15 trens para a Linha 4 do metrô do Rio de Janeiro, que está em construção. O fabricante será a Changchun Railway Vehicles Co. (CNR), fornecedor chinês que produziu os 19 trens adquiridos para a operação das Linhas 1 e 2 do metrô carioca. Os trens começam a chegar no primeiro semestre de 2015 e, após o período de testes, devem entrar em operação em fevereiro de 2016. A Linha 4 do Rio, que ligará a Barra da Tijuca a Ipanema, está em obras. O trecho Sul, Ipanema-Gávea, está sendo construído pelo Consórcio Linha 4 Sul, formado pela Odebrecht Infraestrutura (líder), Carioca Engenharia e Queiroz Galvão. Já o trecho Oeste, Gávea-Barra da Tijuca, está sob responsabilidade do Consórcio Rio Barra, formado pela Queiroz Galvão (líder), Odebrecht Infraestrutura, Carioca Engenharia, Cowan e Servix. A previsão é que a linha esteja pronta em 2016. O custo da implantação da linha 4 é R$ 8,5 bilhões, sendo R$ 7,5 bilhões de obra civil (Estado) e R$ 1 bilhão de sistemas e material rodante (Concessionária Rio Barra). As fontes de financimento do projeto são Agência Francesa de Desenvolvimento, BNDES, Banco do Brasil e Tesouro Estadual. O Grupo Invepar (controladora da MetroRio) adquiriu, por meio de contrato de outorga de opções de compra e venda de ações da Concessionária Rio Barra, o direito de operação da Linha 4 no final das obras. Dentro desse contrato, a MetroBarra (empresa do Grupo Invepar) assume o investimento de R$ 1 bilhão em sistemas e material rodante, que antes era de responsabilidade da Concessionária Rio Barra. Segundo a assessoria de imprensa da Linha 4, essa negociação foi aprovada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e publicada no Diário Oficial do Estado, em 3 de julho deste ano, e também foi aprovada pelo Cade, em 26 de dezembro de 2012. Primeira fase do TAV brasileiro é adiada Quatro dias antes da data de entrega das propostas, o Ministério dos Transportes e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) anunciaram o adiamento, em um ano, da entrega das propostas para a primeira fase do leilão do TAV, que contempla a escolha do fornecedor da tecnologia, operação do serviço e manutenção do sistema. Segundo o ministro dos Transportes, César Borges, o prazo estendido trará mais segurança e oportunidade a outras empresas estrangeiras para participarem do processo. “Queremos o maior número de participantes no certame”, disse. Apesar do adiamento, Borges garantiu que o projeto irá continuar. A segunda 10 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 fase do leilão, que irá definir as empresas responsáveis pela infraestrutura do projeto, permanece prevista para 2015. A previsão para a entrada em operação em 2020 foi mantida. O presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, defendeu a decisão dizendo que foi positiva porque não houve pedido de alteração do modelo de concessão. Figueiredo reiterou que o adiamento pode ser adotado sem comprometer o cronograma. Desde março, a EPL está conduzindo o processo de licenciamento ambiental e de contratação da empresa responsável pelo gerenciamento e integração dos estudos para o projeto final de engenharia. Segundo o Ministério dos Transportes, mesmo com a licitação adiada, a estatal dará continuidade aos processos para que estejam adiantados quando a licitação for relançada. Segundo apurou a Revista Ferroviária, o leilão tinha somente dois grupos interessados, o francês (liderado pelas empresas Alstom e SNCF) e o espanhol (Renfe, Talgo, Adif, Indra, Ineco, Invensys e Bombardier). Uma semana antes da data marcada para entrega das propostas, o consórcio espanhol anunciou que preferia o adiamento e que precisaria de pelo menos mais dois meses para entregar uma proposta sólida. A entrega das propostas do TAV estava marcada para 16 de agosto e o leilão para 19 de setembro. SiStema innovia monotrilho 300 INNOVIA Solução inovadora de transporte de alta capacidade, o Monotrilho-Metrô BOMBARDIER INNOVIA vai aprimorar bairros em São Paulo e melhorar rapidamente a condição de vida dos Paulistanos. INNOVIA é uma marca comercial da Bombardier Inc. e de suas filiais. expressas Cosan desiste do controle da ALL Par), além do BRZ ALL, que não concordaram em receber valor menor que o oferecido a Riccardo Arduini, sua esposa e a GMI. Outra questão que tem incomodado o grupo o Cosan é o não cumprimento do contrato que tem com a ALL, Foto: Arquivo/RF O grupo Cosan anunciou em 14 de agosto que encerrou as negociações para aquisição das ações do grupo de controle da ALL. O presidente da Cosan, Marcos Lutz, disse que a empresa e os sócios do grupo de controle da ALL - Riccardo Arduini, Julia Dora Koranyi Arduini e Global Market Investments L.P. (GMI) - não chegaram a um acordo sobre preços ao longo de um ano e meio de negociação. Em fevereiro do ano passado, a empresa sucroalcooleira fez uma proposta para a compra de 38.980.117 de ações da ALL, o que corresponde a 5,6% do capital total da companhia. As negociações também estavam sendo dificultadas por conta dos demais acionistas membros do grupo de controle, que são os fundos de investimentos Previ (Fundo dos Funcionários do Banco do Brasil), Funcef (Fundação dos Economiários Federais), o braço de participação do BNDES (BNDES Marcos Lutz, presidente da Cosan através da Rumo Logística, para o transporte de açúcar do interior de São Paulo até o Porto de Santos. A ALL tem oferecido menos da metade do transporte ferroviário acordado e, por conta disso, a Rumo está transportando açúcar em caminhões até o cais santista. Durante a teleconferência sobre o fim da negociação da compra das ações, Lutz confirmou que a Rumo está colocando mais caminhões na serra, a caminho do porto de Santos. Ele explicou que a demanda de transporte está maior que o planejado e que de alguma forma terá que existir oferta de transporte. “É uma questão de atrasos e de construção de capacidade. É bom lembrar que é uma empresa (ALL) regulada. Existe a ANTT, EPL, uma série de projetos do governo de aumento de capacidade ferroviária que vão acontecer de uma forma ou de outra. Eu, efetivamente, acredito que a ALL trará sim o seu nível de serviço para atendimento 100% da Rumo em contrato. É caro para ela não fazer isso”, ressaltou o executivo. ANTT anuncia audiência sobre operador independente A ANTT publicou um aviso de tomada de subsídio para obter contribuições e informações adicionais para a regulamentação do Operador Ferro- viário Independente. O período para envio de contribuições será do dia 19 de agosto ao dia 20 de setembro. Outras informações sobre os proce- dimentos e a documentação completa relativa a tomada de subsídio estão disponíveis no site da ANTT (www. antt.gov.br). Em 2009, a MRS Logística adotou dormentes criados a partir de plástico reciclado, os dormentes poliméricos. Os dormentes da MRS são fornecidos pela Wisewood, que utiliza matéria-prima coletada por cooperativas de catadores de lixo, e a compra do material atingiu este ano marca próxima a 50 mil unidades. Segundo a operadora, já foram ins12 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 talados em suas vias mais de 85 mil anos de testes e aperfeiçoamentos, os dormentes do material, o que repre- dormentes entraram em produção. senta 46 km de ferrovia. Em 2007, a MRS começou os testes com os dormentes em trechos com maior incidência de volume transportado, como a Ferrovia do Aço, em Minas Gerais, e no trecho da Serra do Mar (entre Santana de Dormentes de material reciclado aplicados na Ferrovia Barra a Mendes-RJ). Após dois do Aço, na altura de Bom Jardim de Minas (MG) Foto: Divulgação MRS amplia utilização de dormentes de polímeros www.siemens.com.br/mobility Mobilidade Completa. Soluções de mobilidade sustentáveis dentro e entre as cidades. Como podemos tornar a mobilidade mais eficiente nas cidades e facilitar a integração com outras cidades? Como garantimos uma integração amigável nos diversos meios de transporte? Abrindo caminho para as pessoas e mercadorias em todo o mundo, levando-os aos seus destinos de maneira segura, rentável e com impacto ambiental reduzido – essas são as respostas da Siemens para mobilidade. e de suprimento de energia elétrica de tração, a Siemens proporciona a plena utilização das linhas e da capacidade dos modais. Sistemas inteligentes de emissão de bilhetes e de controle de tráfego também voltados à interface com o transporte metro-ferroviário são dotados de tecnologias que reduzem o tempo de trajeto e os custos operacionais. Mais de 40 projetos simultâneos em todo o mundo evidenciam a experiência da Siemens em soluções completas de transporte metro-ferroviário. A Siemens oferece produtos e soluções da mais alta tecnologia de uma única fonte. Desde o fornecimento de veículos metro-ferroviários com eficiência energética, passando por modernos sistemas de automação ferroviária Answers for infrastructure. agenda BRASIL SETEMBRO 19ª SEMANA DE TECNOLOGIA 10 A 13/09| SÃO PAULO, SP Organização: AEAMESP Website: www.aeamesp.org.br Informações: [email protected] Informações: (11)3284-0041 REUNIÕES CB06 10 A 13/09| SÃO PAULO, SP Informações: (11) 3289-9166 Organização: Simefre Informações: www.simefre.org.br 10º ENCONTRO ABF DE FERREOMODELISMO 14 E 15/09 | BEBEDOURO, SP Organização: ABF Informações: [email protected] XVII CONFERÊNCIA NACIONAL DE LOGÍSTICA 17 A 19/09 | SÃO PAULO, SP Organização: Abralog Informações: (11) 3884-5930 E-mail: [email protected] Site: www.abralog.com.br COSAN DAY 24/09 | SÃO PAULO, SP Organização: Cosan Informações: (11) 3614-9230/ (21) 3213-7510 E-mail: [email protected] SEMINÁRIO TRENS TURÍSTICOS MEMÓRIA FERROVIÁRIA 20 E 21/09 | RIO CLARO, SP Organização: Câmara Municipal de Rio Claro Informações: [email protected] 1º FORUM NACIONAL DE DIREITO E INFRAESTRUTURA 25 E 26/09 | BRASÍLIA, DF Organização: Hiria Informações: (11) 5093-7847 Site: www.direitoeinfraestrutura.com.br E-mail: [email protected] OUTUBRO CONGRESSO SAE BRASIL 2013 07 A 10/10 | SÃO PAULO, SP Organização: SAE Brasil Informações: www.saebrasil.org.br VIII INTRANS - EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE PRODUTOS E SERVIÇOS DE TRANSPORTE E TRÂNSITO DE 08 A 10/10 | BRASÍLIA, DF Informações: (11) 3371-2298 Organização: ANTP Email: [email protected] Website: http://portal.antp.org.br/inicio/index.aspx 19º CONGRESSO BRASILEIRO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO DE 8 A 10/10 | BRASÍLIA, DF Informações: (11) 3371-2293 Organização: ANTP Email: [email protected] Website: http://portal.antp.org.br/inicio/index.aspx CONEMB DE 14 A 18/10| JOINVILLE, SC Organização: Coemb Informações: http://conemb2013.com.br/ BRASIL LOG 2013 DE 16 A 18/10 | JUNDIAÍ, SP Organização: Adelson Eventos Informações: www.feiradelogistica.com 36ª REUNIÃO GPAA DE 23 A 25/10| BELO HORIZONTE, MG E-mail: [email protected] Website: www.forumgpaa.com.br NOVEMBRO XXVII ANPET DE 04 A 08/11| BELÉM, PA Organização: Anpet Informações: http://www.anpet.org.br NT – NEGÓCIO NOS TRILHOS DE 05 A 07/11| SÃO PAULO, SP Organização: UBM Brazil Informações: http://www.ntexpo.com.br/ REUNIÕES CB06 05 A 08/11| SÃO PAULO, SP Informações: (11) 3289-9166 Organização: Simefre Informações: www.simefre.org.br DEZEMBRO TRANSPOQUIP 03 A 05/12 | SÃO PAULO, SP Organização: Real Alliance Informações: (21) 4042 8704 E-mail: [email protected] Site: www.transpoquip.com.br 2014 ABRIL INTERMODAL 2014 01 A 03/04 | SÃO PAULO, SP Organização: UBM Brazil Inforamações: http://www.intermodal.com.br/home2014/portugues/ AGOSTO VI BRASIL NOS TRILHOS 20 E 21/08 | BRASÍLIA, DF Organização: ANTF Informações: http://www.antf.org.br/ MAiS AGilidAdE, SEGuRANçA E COMOdidAdE. E NóS REPETiMOS tudo isso 19 vezes. AGETRANSP 0800 285 9796 www.metrorio.com.br 0800 595 1111 4003 2111 MetrôRio. Crescendo com o Rio, rumo ao futuro. O MetrôRio trabalha para avançar cada vez mais na direção certa. A frota de novos trens está completa. O 19º trem já está em circulação para cumprir a missão de oferecer um transporte com mais facilidade para todos os usuários. Modernos e de última geração, os novos trens representam um aumento de 63% na frota, contam com ar-condicionado 33% mais potente e carros interligados. O resultado de tudo isso é um transporte mais ágil, seguro e cômodo para você. agenda EXTERIOR SETEMBRO 11ª ASSEMBLEIA AMÉRICA LATINA UITP 25 E 27/09 | CIDADE DO MÉXICO, MÉXICO Organização: UITP Informações: http://www.uitp.org/ RAIL INTERCHANGE 29/09 A 02/10 | INDIANOPÓLIS, ESTADOS UNIDOS Organização: ANTF Informações: http://www.antf.org.br/index.php/eventosinternacionais/4420-railway-interchange-2013 OUTUBRO SITCE 2013 07 A 10/10 | SINGAPURA Organização: UITP Informações: www.sitce.org NEXT STATION 2013 17 E 18/10 | MOSCOU, RÚSSIA Organização: UIC Informações: www.nextstation2013.com THE YEAR IN INFRASTRUCTURE 2013 CONFERENCE 29 A 31/10 | LONDRES, INGLATERRA Organização: Bentley Informações: http://www.bentley.com/en-us/ Corporate/Year+in+Infrastructure+Conference/ year+in+infrastructure NOVEMBRO RAIL REVENUE EUROPE 2013 13 E 14/11 | AMSTERDÃ, HOLANDA Organização: Terrapinn Email: [email protected] Website: www.terrapinn.com/conference/railrevenue RAIL XPERIENCE 13 E 14/11 | AMSTERDÃ, HOLANDA Organização: Terrapinn Email: [email protected] Website: www.terrapinn.com/conference/ railexperienceworld BCN RAIL 19 A 21/11 | BARCELONA, ESPANHA Organzação: Fira Barcelona Informações: http://www.bcnrail.com/ XXVII ASSEMBLEIA GERAL DA ALAMYS 26 A 30/11 | BUENOS AIRES, ARGENTINA Organização: Alamys Website: www.alamys.org 2014 FEVEREIRO MIDDLE EAST RAIL 2014 04 E 05/02 | DUBAI, EMIRADOS ÁRABES Organização: Terrapinn Informações: www.terrapinn.com/exhibition/ middle-east-rail/?pk_campaign=Terr-Listing&pk_ kwd=Transport+%26+Logistics IT SOLUTIONS FOR PUBLIC TRANSPORT 18 A 20/02 | KARLSRUHE, ALEMANHA Organização: UITP Informações: www.uitp.org/events ABRIL LIGHT RAIL WORLD EUROPE 01 E 02/04 | LONDRES, INGLATERRA Organização: Terrapinn Informações: http://www.terrapinn.com/conference/ lightrail/?pk_campaign=Terr-Listing&pk_ kwd=Transport+%26+Logistics RAIL REVENUE AND CUSTOMER MANAGEMENT WORLD AMERICAS 2014 25 E 26/04 | MIAMI, ESTADOS UNIDOS Organização: Terrapinn Informações: http://www.terrapinn.com/conference/ railrevenue-americas/?pk_campaign=Terr-Listing&pk_ kwd=Transport+%26+Logistics MENA TRANSPORT CONGRESS AND EXHIBITION 27 A 30/04 | DUBAI, EMIRADOS ÁRABES Organização: UITP Informações: www.uitp.org/events OUTUBRO METRORAIL ASIA 2014 08 E 09/10 | MUMBAI, ÍNDIA Organização: Terrapinn Informações: http://www.terrapinn.com/conference/ metrorail-asia/?pk_campaign=Terr-Listing&pk_ kwd=Transport+%26+Logistics lançamentos A IAT está lançando no Brasil o novo sistema de fixação Pandrol RE System, que permite uma instalação mais rápida na via e com um número menor de componentes. Segundo Mauricio Carvalho, gerente de produtos da IAT, uma peça tradicional de fixação como esta tem cinco componentes - dois grampos, dois isoladores e uma almofada, enquanto o RE System reduz para três componentes. O isolador lateral foi redesenhado em duas partes, de modo que o grampo e o isolador se tornam o mesmo componente, o que torna a instalação mais rápida, além de reduzir o custo do produto. De acordo com a IAT, a performance do produto foi aprovada pela “European Committee for Standardization” (CEN, sigla em francês), entidade que cria boa parte das normas e especificações técnicas europeias, semelhante a ABNT. Fotos: Divulgação IAT apresenta seu novo sistema de fixação Nova fixação Pandrol RE System Maven anuncia novo Torno Portátil CNC A Maven Engineering Corporation está lançando um torno portátil de retificação de perfis de rodas de locomotivas e vagões CNC. O diferencial do produto é que ele dispensa a remoção do conjunto de rodas ou a locomotiva inteira até o local da retificação. O torno é fabricado pela Delta Mfg, uma das representadas da Maven, e pode ser utilizado na oficina ou direto no campo. “O tempo fora de operação da locomotiva se reduz drasticamente e fica administrado e programado pelo proprietário”, conta Carlos Rabello, representante comercial da empresa no Brasil. Nova solução de gestão de manutenção da Imexbra A Imexbra Trading S.A está lançando o Ramsys, um software para a gestão de todos os dados relacionados à infraestrutura ferroviária, material rodante e manutenção condicionada (por exemplo, ativos, defeitos, medições, atividades, etc) de apoio. O produto foi desenvolvido pela empresa italiana Mermec. Controle e planejamento das atividades ferroviárias envolvem vários pontos interrelacionados, como a infraestrutura de monitoramento, engenharia ferroviária e sistemas de informação. “Você alimenta o Ramsys com informações referentes a esses pontos, ele faz o gerenciamento de dados e análises para dar apoio à tomada de decisão, a fim de dar mais eficiência à manutenção”, explica o diretor da Imexbra, Alejandro Sicardi. 18 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 Foto: Divulgação Altro lança quatro novos tapetes de alta resistência InnoTrans 2014 23 – 26 SepTembeR · beRlIn International Trade Fair for Transport Technology Innovative Components · Vehicles · Systems innotrans.com fuTure The of mobiliTy Tapete antiderrapante Tungsten instalado em TUE A Altro LTD., empresa inglesa com sede em Letchworth, está lançando quatro novos tipos de tapetes de alta resistência para carros metroferroviários. Os modelos são Tungsten, Timbersafe II, Chroma/Meta e Momentum. Os produtos são fabricados com 10 a 20% de material reciclado e estão disponíveis em espessuras de 1,8mm, 2,0mm 2,2mm, 2,7 mm. Segundo Gilberto Lisboa, representante comercial da empresa no Brasil, o Tungsten é um tapete antiderrapante, livre de PVC, fabricado com massa de piso, que por ser resistente ao fogo e baixo peso tem sido instalado em Trens de Alta Velocidade, o produto é um dos poucos a atender todas as normas técnicas tanto americanas quanto europeias. O Timbersafe II tem aparência de madeira, mas é composto por PVC e minerais. Já o Chroma/Meta é fabricado em PVC e o Momentum possui 50% de PVC e 50% de massa de piso reciclado (silício, quartzo,óxido de alumínio, etc.). Brazilian German Chamber of Commerce and Industry Rua Verbo Divino, 1488 · 04719-904 São Paulo Tel. +55 11 5187-5109 · Fax +55 11 5181-7013 [email protected] entrevista Em busca de investidores Entrevista Jurandir Fernandes, secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo. São Paulo é uma cidade com constantes falta de interessados na licitação da Linha problemas de congestionamentos e 6-Laranja, através de Parceria Público- transporte público superlotado. Para Privada; as medidas adotadas para atrair os melhorar a mobilidade urbana, o Governo investidores e quais serão os novos projetos do Estado está implantando novas linhas em regime de PPP. de transporte sobre trilhos – expansão da Fernandes é engenheiro formado pelo Linha 4-Amarela e 5-Lilás e construção Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e dos monotrilhos das linhas 15-Prata e 17- mestre e doutor em engenharia elétrica pela Ouro – e licitando obras e projetos das Unicamp. Entre 1993 e 1996, foi secretário linhas 6-Laranja, 18-Bronze, 20-Rosa e dos Transportes de Campinas e, em 1999, dos trens intercidades, que conectarão o diretor de planejamento da Dersa. No ano interior e o litoral à capital. As expansões seguinte, foi diretor do Departamento e os monotrilhos já estão em construção e, Nacional de Trânsito (Denatran). para que os outros projetos saiam do papel, Na gestão Alckmin, entre 2001 e o governo paulista busca parcerias com a 2006, Fernandes foi secretário estadual iniciativa privada para as obras e operação de Transportes Metropolitanos. Além dessas linhas. disso, presidiu a Associação Nacional de Em entrevista para a Revista Transportes Públicos (ANTP), entre 2001 Ferroviária, o secretário dos Transportes e 2005, e foi presidente da Empresa Metropolitanos, Jurandir Fernandes, Metropolitana de Planejamento (Emplasa), explica os entraves que resultaram na entre 2007 e 2009. 20 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 Foto: jair pires Temos o caso de PPP mais importante, primeiro colocado revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 21 entrevista RF - Qual a diferença entre o modelo da Parceria Público-Privada da Linha 4-Amarela e da Linha 6-Laranja? Jurandir - A Linha 6 é a nossa grande experiência em uma PPP global. A primeira experiência brasileira de PPP foi a Linha 4, mas ela não foi global no aspecto de que uma parte foi feita diretamente pelo Estado, obras civis e parte de energia, e a outra parte feita pelo setor privado, com a compra do material rodante, telecomunicação e sistemas. Então, sentimos uma dificuldade grande na integração desse projeto todo. A sinalização era de um fornecedor, o material rodante de outro. Então, tinha também um terceiro, um quarto, um quinto. Enfim, a integração foi muito complexa, uma vez que o poder público só pode contratar através de licitação e não tem como escolher uma cadeia de mesmos fornecedores. RF - Quais foram as dificuldades dessa integração? Jurandir - Um exemplo concreto foram as portas de plataforma que contratamos e tinham que conversar com o material rodante, que era do setor privado. Se não bastasse isso, tivemos o problema também da empresa fornecedora das portas de plataforma que faliu e o poder público não pode simplesmente, ao falir uma empresa, tomar a decisão de comprar de outra por telefone. Tivemos que fazer um processo de rescisão contratual, que é muito complexo. RF - A Linha 4 é um exemplo bem sucedido e raro de PPP. Jurandir - Sim, muito bem sucedido e premiado, mundialmente. Gold Awards, foi um prêmio de ouro. Temos o caso de PPP mais importante, primeiro colocado, em Washington, um prêmio do Banco Mundial. Disputamos com mais de 140 projetos de todas as áreas, área de saúde, segurança, e tiramos o primeiro lugar. Estamos tendo mais trabalho na ampliação dela porque estamos, agora, fazendo as obras e todo esse problema de integração continua existindo. RF - O que será responsabilidade do estado na PPP da Linha 6? Jurandir - Na linha 6 o estado vai ficar encarregado daquilo que é prerrogativa mesmo do estado, decretos de utilidade pública e efeitos desapropriatórios. O traçado funcional da linha nós definimos, porque sabíamos onde havia mais necessidade da população de baixa renda, de toda a região Noroeste, aquela região da Freguesia do Ó, Brasilândia, Morro Grande, Cruz das Almas, Pirituba. Encaminhamos a licença ambiental até a licença prévia, toda essa parte inicial, inclusive com alguns avanços de prospecção geológica. RF - O que caberá ao setor privado? Jurandir - A execução das desapropriações e o custeio, pagamento. Esse custeio caberá as obras civis. Os projetos executivos, o material rodante, energia, telecomunicação, sinalização, operação, todo o resto caberá à iniciativa privada. RF - Qual é a vantagem disso tudo? Jurandir - Primeiro, eliminar aquele problema que citamos na Linha 4, problema de integração das tarefas e de procedimentos. Segundo, aproveitar a agilidade que a iniciativa privada tem nas contratações. Cada um desses pontos vai caber à iniciativa privada, isso é matéria de uma, duas, até dez licitações. Muitas vezes a pessoa pensa, mas você não licita a construção de uma estação? Não, você licita a obra civil. Depois você licita as escadas rolantes, muitas vezes não separado dos elevadores, a iluminação, parte elétrica, energia. Tem muitas licitações dentro. Você reduz tempo também porque a iniciativa privada não vai fazer 30-40 licitações. Vamos fazer uma grande licitação e ver qual o grupo vencedor que vai fazer a linha e as centenas de licitações dentro. RF - E como é que o investidor se remunera desse investimento? Qual a diferença em relação à Linha 4 no que diz respeito ao retorno? Jurandir - Foi um avanço também, uma experiência grande que São Paulo provocou. Pela legislação de 2004 da Lei da PPP, você só poderia começar a remunerar o capital privado a partir do momento que aquele objeto da PPP estivesse em operação. No caso da Linha 4, o capital privado colocava os recursos no início. Digamos que a Vamos fazer uma grande licitação e ver qual o grupo vencedor que vai fazer a linha e as centenas de licitações dentro 22 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 A modificação da lei proporcionou essa capacidade de antecipar o valor das prestações obra dure seis anos, então, o capital privado ia colocando todo o recurso e a partir do momento da operação, ou seja, no 6º para o 7º ano, ele começaria a receber o que se chama de contraprestação, que são as parcelas que o estado começaria a pagá-lo, mais a tarifa arrecadada. RF - Essas contraprestações devem cobrir qual parte? Jurandir - No caso da Linha 6 estabelecemos 50% para cada um. O orçamento de R$ 8 bilhões compõe tudo. Considerando os valores das desapropriações, os ressarcimentos dos investimentos que o estado está fazendo com licenças, projetos, trem, material rodante, sinalização, inclusive os terminais de ônibus que vamos fazer agregado a esse projeto. Esses 50% que o estado está colocando, em 2004, só poderia começar a colocar depois da operação iniciada. E a arrecadação da tarifa também só começaria a partir da operação. Além desse tempo todo da tarifa ter que esperar, a contraprestação também esperava, e tinha um custo enorme de toda essa massa de recurso. RF - Antecipa a contraprestação? Jurandir - Como vamos injetar durante todos esses seis anos iniciais também, é lógico que o valor das contraprestações, lá da frente, vão ficar menores. Encargos financeiros, juros, são proporcionais. Além de estar pagando menor montante recorrente de juros. RF - O que acontece se tiver uma contraprestação maior? Jurandir - Leva a você ter uma carga tributária maior, porque lá na frente, tanto a contraprestação como a tarifa, se confundem com uma prestação de serviço que a iniciativa privada está fazendo. E como prestação de serviços, ela paga tributos. Então, deixamos de pagar porque ela estaria recebendo esse dinheiro do Estado, que receberia na frente. A contraprestação, mais a tarifa, são para amortizar o capital investido. Isso tudo significa o que ela vai acumulando de receita durante o ano, chega no fim do ano ela recebeu tarifa mais contraprestação. E esse valor todo paga impostos, imposto sobre serviços, PIS – COFINS. RF - Como funcionava? Jurandir - O capital privado colocava o dinheiro ao longo de seis anos e só começava a remunerar isso a partir do sexto para o sétimo ano. Então, todos os juros contidos ao longo desses seis anos caiam nas costas do Estado. E o Estado consegue taxas de juros, muitas vezes, melhores do que o capital privado porque nós recorremos a bancos de desenvolvimento social, como é o caso do BIRD, do BID , do BNDES, do GBIC. RF - Isso será aplicado em todas as PPPs? Jurandir - Isso vai ser aplicado em todas as outras PPPs do Brasil. Ter condições de já aportar recursos na SPE como parte dos investimentos e não na prestação do serviço lá na frente, elimina uma série de cargas tributárias. A modificação da lei proporcionou essa capacidade de antecipar o valor das prestações. No começo uma medida provisória e que, depois, se tornou uma lei, em dezembro do ano passado. RF - O que o estado de São Paulo inovou? Jurandir - Ficou permitido que o estado poderá, e assim fará, injetar recursos na Sociedade de Propósito Específico constituída para fazer a linha durante o tempo de investimento, como parte do fifty-fifty. O dinheiro que temos, seja de Tesouro, de fundo fiscal, impostos, seja dinheiro de financiamento que estamos em busca, começaremos aportar logo no início do tempo, não vamos esperar seis anos. Com isso, reduzimos barbaridade o valor das contraprestações. Definimos um valor de tarifa que não contamina a nossa clean house, porque todo o valor da tarifa cai em um grande montante comum e depois é separado para cada um - metrô, CPTM. Diminuiu o impacto. RF - E qual o motivo da licitação da Linha 6 ter dado vazio? Jurandir - Há uma série de dúvidas que o setor privado sempre tem quanto ao traçado, demanda falhas geológicas, incertezas geológicas. Todos esses riscos foram sendo minimizados, foram sendo tratados. Quanto é que você pode gastar em 20 km de linha com 10% de incerteza de falha geológica? Tanto. O mercado precifica tudo. RF - Quais os riscos que não ficaram definidos para os investidores? Jurandir - Um risco que não deu para ter clareza foi o chamado risco da desapropriação. Uma coisa é você fazer desapropriação no meio rural. Outra coisa é você revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 23 entrevista desapropriar 100 mil metros quadrados em uma área urbana, onde tem postos de gasolina, comércio, residências, edifícios. Você tem muito mais incertezas. RF - O que foi feito para amenizar essas incertezas? Jurandir - Se você deixar muita incerteza para o capital privado ele, simplesmente, precifica. Fomos ao Tribunal de Justiça e pedimos que houvesse a constituição de um grupo chamado de Cajufa, que é uma coordenação de juízes da fazenda (Centro de Apoio aos Juízes das Varas da Fazenda Pública de São Paulo). O grupo, que já foi constituído, faz judicialmente uma avaliação do valor dos imóveis. Então, sabemos com a precisão de engenharia civil o valor de imobiliário, que está em R$ 700 milhões. Em setembro vai estar pronto. Esse valor estabelecido minora os riscos. Estamos amparados pelo Cajufa e sabemos que não vamos ter nenhuma surpresa desagradável. O Cajufa vai estabelecer preços, lote por lote. RF - Podem ter questionamentos? Jurandir - Isso tudo foi feito em macro valores, com equipe especializada. Estamos precificando tudo, mas uma coisa é o valor de mercado, a outra são as ações que podem surgir e a pessoa alegar na Justiça que quer mais. Vamos estar amparados. Digamos que nesses R$ 700 milhões tenha um valor que chamamos de R$ 100 mil. Não adianta alguém chegar e falar não, eu vou entrar na Justiça e quero R$ 200 mil. No Cajufa está escrito R$ 100 mil. O juiz vai analisar e vai dizer. Geralmente, o juiz dá emissão de posse com você depositando 80%. Não tem um erro tão enorme assim. Isso controla o risco. RF - Teve mais algum acréscimo de garantia? Jurandir - Fizemos a incorporação de todas as desonerações do PIS-Confins, que não tínhamos. Quando fizemos esse modelo, em 2012, não tinha desoneração do PIS- Confins, que é desonerado do transporte, da mobilidade. É um padrão. Tem uma desoneração de tantos por cento do equipamento A, do equipamento B. RF - O que os interessados pediram para melhorar? Jurandir - Outra questão que foi resolvida também, que houve muito descontentamento do mercado é que tínhamos colocado, são as atualizações na fase da obra e das aquisições nos primeiros seis anos até a implantação, que todos os valores seriam corrigidos pelo IPC- FIPE. O mercado criticou muito porque é um índice de São Paulo. Então, substituímos isso por uma fórmula paramétrica com parte de índices de obras civis e com índices de sistema. RF - Como ficou a questão dos riscos de engenharia e demanda? Jurandir - O de demanda, aqui em São Paulo, quando erramos é para baixo, nunca erramos para cima. É só ver a Linha 4. Prevíamos uma demanda, depois de três anos de operação, de 700 mil passageiros/dia. Já atingimos 700 mil. E a previsão dessa demanda é de 600 mil. Acho que vai dar muito mais. É pouco provável o risco de ser menor. Se for menos, existe banda. Vamos supor, se der 90%, perdeu 10%, é risco dele. Se der 20% menos, então 10% cobrimos. Os outros 10% é risco dele. Isso já existia. RF - Com esses ajustes, o mercado sente-se mais seguro para participar da PPP? Jurandir - As questões da desapropriação e do índice de correção traziam muita insegurança. A desapropriação, principalmente, para os agentes internacionais. Eles não tinham segurança nenhuma. O problema da desapropriação não é só o custo, é o tempo, se o estado não tiver uma interferência forte. Mostramos que a Justiça vai estar com tudo preparado, então, eles acabaram entendendo melhor. Um dos fatores fortes da desapropriação é que esse valor todo, R$ 700 milhões, tem que ser colocado nos primeiros 20-24 meses. Você não pode ir desapropriando em 19 anos, tem que fazer a obra. O BNDES, CEF, Banco Mundial, não financiam desapropriação. O Estado, com esses aportes que vamos fazer no início, resolveu esse problema também de giro de capital, temos os recursos do Tesouro. RF - E quando o edital da Linha 6 será relançado? Jurandir - A previsão é no início de setembro. Estamos avaliando a nova data com o Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-Privadas (PPP). As questões da desapropriação e do índice de correção traziam muita insegurança 24 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 entrevista RF - A Linha 18-Bronze também será uma PPP? Jurandir - A Linha 18 encerrou a fase de consulta pública. Todas essas dúvidas vieram também para a linha 18 e já estão todas incorporadas. Vamos lançar o edital por volta de 10 de setembro para que em meados de outubro ter a escolha. A Linha 18 é a que vai para o ABC. Ela oferece menos riscos de construção, porque é toda em elevado. Menos riscos geológicos, menos riscos de interferências porque é debaixo do solo que tem muito mais interferências. As desapropriações são menores porque ela segue muitos cursos de avenidas. RF - Quais são as outras PPPs? Jurandir - Vamos trabalhar as linhas 15, 17 e o VLT da Baixada Santista. Esses três estão bem embrionários ainda para discutir. O VLT da Baixada, sem dúvida, será uma experiência muito importante também porque tem muita novidade. A PPP do VLT da Baixada vai estar imersa em um ambiente de ônibus. Vamos fazer a licitação de toda a PPP, concessão com PPP dos ônibus metropolitanos, com o VLT dentro. Ele passará por São Vicente e Santos, por enquanto. Ele está todo sendo feito pelo Estado se não, não sairia. Deu três vezes vazio, então contratamos tudo. Material rodante, sistema de energia e a obra civil, os três elementos grandes estão contratados. Vamos dar tudo isso de contrapartida e quem for o empreendedor da PPP vai ter que ampliar e operar. Vai ampliar para Samaritá e Terminal Tatico, na Praia Grande. E do outro lado vai ampliar até o Ferry Boat (Santos). RF - Quais são as PPPs que o governo está trabalhando? Jurandir - As PPPs que estamos tratando são Linha 6, Linha 18, Linha 20, que está mais para a frente. E, depois, vamos trabalhar com a Linha 15, Linha 17, que são os dois monotrilhos, mais o VLT da Baixada Santista e os trens regionais. RF - E como está o andamento da Linha 20-Rosa? Jurandir - Já tem uma Manifestação de Interesse Privado (MIP) em relação à Linha 20. A Linha 20 é metrô, aquela que vem da Lapa, desce a Panamericana, a Faria Lima e vai até Moema. RF - Com a licitação dos 65 trens para a CPTM, o Brasil ganhará mais uma fábrica de material rodante? Jurandir - Fortalecemos o mercado nacional. Ganhou a CAF (RF - tem a fábrica em Hortolândia) e a Rotem, que vai fazer uma fábrica em Araraquara (RF - Hyundai Rotem formou consórcio com Iesa, que tem a área em Araraquara), então, nós ganhamos mais uma fábrica. Ao invés de ser um prejuízo foi um lucro. RF - Qual seria o motivo de prejuízo? Jurandir - Os preços estavam exorbitantes. Lançamos o edital em 2012, que acabou dando vazia. Motivo, um único concorrente, consórcio Alstom-CAF, com preços acima do teto. A segunda licitação se tornou internacional, com exigência de pagamento em real. Quais foram os valores que fechamos? O consórcio Iesa- Hyundai Rotem, para os 30 trens, R$ 750 milhões. E o consórcio CAF, que a própria CAF tinha dado o preço de R$ 1 bilhão, deu R$ 974 milhões. Então, o total foi R$ 1,724 bilhão ou R$ 1, 799 bilhão, se você considerar os sobressalentes. Se eu pegasse a primeira, o A (RF – licitação nacional com valor de R$ 2,571 bilhões) menos o C (RF - licitação internacional com valor de R$ 1,799 bilhão), o preço lá atrás e o que nós fechamos, a diferença daria R$ 771 milhões. Se eu pego a diferença, já com os valores corrigidos, a diferença dá R$ 850 milhões. A diferença por carro deu R$ 1, 639 milhão, no caso do lote 1. No caso do lote 2, a diferença deu R$ 1, 288 milhão. O lote 1 quem ganhou foi a Rotem e o lote 2 quem ganhou foi a CAF, que deu menos desconto. RF - A Rotem apresentou o menor preço e não ganhou nos dois lotes. Qual o motivo? Jurandir - Ela não disputou os dois lotes porque tinha prazo de entrega. Como a Rotem ainda vai ter que montar a fábrica aqui, vai ter que construir os trens, ela disputou um lote e não os dois. Nós queríamos os trens em 18 meses. Se fizesse um lote de 65 trens, não teríamos os 65 trens em 18 meses. Vamos trabalhar as linhas 15, 17 e o VLT da Baixada Santista 26 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 A PPP do VLT da Baixada vai estar imersa em um ambiente de ônibus RF - Construir a fábrica foi condição do Governo do Estado? Jurandir - Não demos nenhuma facilidade, não demos terra para ninguém, não demos isenção fiscal do Estado de São Paulo. Nada, nada. Primeiro, tinha que pagar em reais, então era bom que estivesse estabelecido aqui. Outra vantagem é que eles se associaram com uma empresa nacional, a Iesa, e também tiraram o benefício da preferência nacional, e acabou gerando aqui mais uma fábrica. Os trens coreanos da Rotem nós temos a experiência deles na Linha 4-Amarela. Estamos comprando mais 15 trens. Para o metrô serão 90 carros com mais 240 da CPTM, ela tem 330 carros para começar uma fábrica no Brasil, que dá a produção de um ano. RF - A CPTM estava leiloando trens inservíveis, como ficou essa licitação? Jurandir - Infelizmente, o Rio não quis comprar. E nós não podíamos doar. Quando você vai vender um trem não pode vender pelo preço de sucata porque para vender pelo preço de sucata, você tem que desmontar o trem e vender por partes. Tem a sucata de alumínio, de ferro, tem que desmontar o trem. Foi um prejuízo grande, tivemos que desmontar tudo, esfarelar o trem, perdeu tudo. Como o Rio não quis comprar o trem usado, eu não podia vender como sucata, não podia doar, até porque estava no nosso orçamento para fazer reposição, para transformar em recurso para nós. RF - Esses trens não poderiam ser usados pela CPTM? Jurandir - Para o nosso uso, dada a carga e a freqüência muito grande que estamos usando, eles já eram trens que poderiam nos comprometer na performance. Tivemos que substituí-los porque o uso está muito intenso. Mas poderia, com um uso menos intenso, ser útil ainda, mas infelizmente não houve. REGULADORES DE PRESSÃO AUTOMAÇÃO PARA VAGÃO VÁLVULAS DE DRENO AUTOMÁTICO YOU CAN SEE OUR THINKING A Norgren traz para o mercado ferroviário Brasileiro uma linha exclusiva de componentes para automação de vagões no processo de carga e descarga. Além de robustez e segurança, as soluções da Norgren oferecem confiabilidade para a integridade da carga e redução expressiva no tempo das operações. 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O diretor de Novos Negócios, Leonardo Vianna, explica que para ter investidores interessados em uma PPP é necessário que o projeto seja viável. “Parece óbvio uma informação des28 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 sas, mas nem todos os projetos que estão sendo lançados são viáveis do ponto de vista de rentabilidade adequada, segurança jurídica e marco regulatório bem definido. E na questão da PPP tem um item que é fundamental, garantia. Em PPPs presume-se pagamento pelo poder público, e esse pagamento pelo poder público tem que ter garantias reais, efetivas, que realmente dê conforto para o investidor entrar no negócio. Não tem segredo, basta isso’, enfatiza. E foi por conta da insegurança das garantias que o grupo não participou da licitação da Linha 6 de São Paulo: “A garantia que foi proposta para esse projeto não dava o conforto para um negócio desse tamanho”. Recentemente, o grupo CCR, através da Companhia de Participações em Concessões (CPC), empresa do grupo para concessões, venceu a licitação da PPP do metrô de Salvador para a construção, manutenção, compra de material rodante e operação. Vianna elogiou a estrutura da PPP. “De Fotos: Divulgação E xistem neste momento no Brasil, só na área metroferroviária, 21 Parcerias Público-Privadas (PPPs), oferecidas ou em vias de serem oferecidas aos investidores privados pelo Governo Federal, Governo do Estado de São Paulo e governos dos municípios de Curitiba e Porto Alegre. Essas PPPs incluem os 12 trechos do Programa de Investimentos em Logística (PIL); duas linhas de metrô, uma de monotrilho e quatro trechos de trens intercidades em São Paulo; e os metrôs de Curitiba e Porto Alegre. Existem ainda dois trechos da Ferrovia Norte-Sul que devem ser inseridos no PIL, Ouro Verde (GO)-Estrela D'Oeste (SP) e Palmas (TO)-Anápolis (GO). Havia, até 16 de agosto, o leilão para a construção e operação do TAV Rio-São Paulo-Campinas, mas este foi adiado com apenas um interessado - o consórcio Alstom-SNCF. Entre todos esses projetos, São Paulo deveria ter saído na frente, com a PPP da Linha 6-Laranja, que ligará a Brasilândia a São Joaquim. Mas a licitação deu vazio no final de julho, sem nenhum interessado. Em entrevista nesta edição, o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, garante que a Linha 6 será reapresentada ao mercado. A nova data ainda está sendo avaliada pelo Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-Privadas, mas deve ser ainda no mês setembro. A Revista Ferroviária foi perguntar aos investidores porque o desinteresse, e colheu as seguintes respostas: - falta de garantias de pagamento; - risco de desapropriação; - riscos de construção; - risco de engenharia; - necessidade de mitigação de riscos; - insegurança jurídica; - necessidade de projetos viáveis e atualizados - taxa de retorno compatível com o risco assumido. Leonardo Vianna, diretor de Novos Negócios do Grupo CCR todos os projetos de PPP, o sistema de garantias do projeto da Bahia, não posso falar que ele é perfeito, mas é o que foi mais bem elaborado até agora, de todos que nós participamos”, disse o executivo. A construção do metrô de Salvador começou há 13 anos. Seis trens foram comprados pelo governo do estado do consórcio Mitsui/Hyndai Rotem. Eles estão parados na Estação Acesso Norte e passarão por inspeção antes de entrarem em operação. Ao todo, o metrô terá 55 TUEs, totalizando 220 carros. Os outros 196 TUEs que faltam deverão ser comprados, gradativamente. Interesse privado Para o presidente da EDLP, Guilherme Quintella, responsável pela Manifestação de Interesse Privados dos Trens Intercidades, entregue ao governo de São Paulo em 02 de agosto deste ano, é necessário que as regras estejam claras para que haja interesse dos investidores privados. “É importante ter uma agência reguladora, como a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), para fazer essa regulação”. Na visão de Quintella, também é necessário que haja mitigação dos riscos do projeto, como as desapropriações, e oportunidades de ganhos adicionais. “Sou contra essa discussão em torno de TIR (Taxa Interna de Retorno). Abre a licitação e deixa o mercado estabelecer. O serviço é público, o beneficio é público, mas não é por isso que o investidor privado tem que ter limitação de ganho. Ele tem que ter controle, tarifa, e uma série de coisas, mas tem que poder explorar do jeito que quiser”, explica. O consórcio EDLP-BTG Pactual foi o único a apresentar os estudos dos trens intercidades para o governo paulista. O projeto prevê 431 km de linhas para o transporte de passageiros. Partes de trechos e faixas de domínio existentes devem ser utilizados. A ligação São Paulo-ABC-Santos tem cerca de 70 km. Segundo dados da secretaria dos Transportes Metropolitanos, o trem seguirá até o ABC acompanhando a Linha 10-Turquesa da CPTM e depois segue em trechos de túnel até as proximidades de São Vicente. Depois, segue trechos em superfície e elevados até estação Santos, no Valongo. O serviço contempla as estações de Santos, São Vicente, ABC (Santo André) e São Carlos (mun. São Paulo). O trecho São Paulo-Sorocaba tem cerca de 100 km, percurso que deve ser feito em 50 minutos, com quatro estações previstas. Já o trecho São Paulo-Jundiaí-Campinas, com cerca de 170 km, deve utilizar parte da faixa da Linha 7-Rubi da CPTM. O percurso deve ter cerca de uma hora. Enquanto o trecho São Paulo-São José dos Campos deve ter 130 km. O consórcio EDLP-BTG Pactual desenvolveu uma modelagem, com mais de 3.700 páginas, que contempla as análises de engenharia, operação, demanda, entre outros, da concessão do sistema composto pelos quatro trechos. Os possíveis pontos para a implantação da estação integradora na capital são Tamanduateí, Luz e Água Branca. O projeto está em análise e, segundo o edital de chamamento público, o aproveitamento dos estudos não obriga o poder público contratar o objeto do projeto de PPP. Caso o material seja utilizado, a empresa responsável pelos levantamentos será remunerada. Construtoras As grandes construtoras brasileiras Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa já sinalizaram o interesse nas PPPs ferroviárias e nas concessões do PIL. Segundo César Lima, da superintendência de projetos estruturados da Queiroz Galvão, a empresa Guilherme Quintella, presidente da EDLP tem uma área que avalia os projetos e está interessada nas PPPs. “Estamos de olho no mercado. Temos uma equipe estruturada com essa área que está buscando negócios”. Em relação à Linha 6 de São Paulo, Lima explica que a empresa tem interesse, mas, como as demais interessadas, está preocupada com as desapropriações. “Essa alocação de risco é o que mais preocupa o setor privado. Tem coisas que a gente não consegue assumir”, explica, ao falar que a Queiroz Galvão está conversando com o governo para “chegar a um ponto ideal, bom para os dois lados”. A Odebrecht também demonstrou interesse nos projetos ferroviários de PPP. Depois que as concessões do PIL foram lançadas, o presidente da Odebrecht Transport, Paulo Cesena, disse que os detalhamentos dos projetos não eram problema e que a iniciativa privada poderia ajudar na elaboração. A empresa participou da MIP das linhas 6 e 18 de São Paulo e 3 do Rio. Mas apesar de ter feito a MIP para a linha paulista, a construtora não apresentou proposta. Segundo fontes do mercado, um dos motivos seria o risco das desapropriações. Apesar disso, a empresa mantém o interesse nos projetos e pensa em apresentar proposta no relançamento da licitação. Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa são acionistas do grupo CCR, ambas com 17% das ações. Elas também devem participar das licitações. Fundos Os investidores fazem avaliações dos riscos e oportunidades dos negócios. Instituições são contratadas para elaborar a modelagem econômico-financeira e buscar linhas de financiamento. O diretor da área de Project Finance do Itaú BBA, Alberto Zoffmann, aponta três pontos como fundamentais para que a iniciativa privada tenha interesse nos projetos de PPPs: TIR compatível com o risco assumido; perfeita divisão de riscos e garantias da administração pública que deixem o investidor confortável para conviver com o risco da concessão de 30 anos. “É um setor novo para revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 29 capa o mercado e tudo o que é novo traz mais risco”, explica. “É necessário um projeto claro, transparente, para que as duas partes sintam-se a vontade para conceder. PPP é tecnologia, integração de modal e alavancagem. A alavancagem é um dos itens mais importantes”, define analista Renato Hallgren, da BB Investimentos. Hallgren ressalta que é interessante que os projetos sejam feitos através de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), já que os players são dinâmicos e possuem recursos para viabilizar. Normalmente, os projetos desenvolvidos pelo governo demoram mais devido aos processos licitatórios. O sócio da área de Governo e Infraestrutura da KPMG no Brasil, Charles Schramm, também aponta a garantia do contrato como um fator importante. Ele explica que em uma eventual falta de pagamento das contraprestações é necessário ter um mecanismo para ressarcir o setor privado nos investimentos e serviços prestados. “Se o risco aumenta, o custo aumenta. Esse risco será precificado. É desvantajoso porque o próprio privado não quer isso, ele quer uma boa estrutura de garantia”, define. Visão jurídica Na opinião do advogado e diretor da Comissão de No- vos Advogados do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), Rodrigo Matheus, é necessário planejamento. Ele explica que a transferência de atividades consideradas serviços públicos à iniciativa privada pressupõe a viabilidade econômica. “Se o particular não tiver possibilidade de auferir lucro não se interessará em investir. Não podemos esquecer que os contratos administrativos trazem ônus grandes, pois o poder público, por exemplo, pode propor alterações unilateralmente e, de outro lado, o particular não pode “desistir” de executar o contrato”. Já o advogado Juliano Maranhão, sócio da Sampaio Ferraz Advogados, avalia que falta centralização, no poder público, das competências para a condução de projetos em PPP. Ele acha que a tática comum de atribuir às entidades setoriais a concepção e a estruturação dos projetos esbarrou nas dificuldades comuns para a elaboração de contratos de longo prazo. “Para suprir essa dificuldade, o indicado é o fortalecimento dos órgãos voltados especificamente à realização de PPPs. Pela expertise técnica e possibilidade de acumulação de experiência em contratos de longo prazo, eles podem desempenhar um papel central para a retomada da participação da iniciativa privada em projetos de infraestrutura ferroviária”, diz o advogado. Exemplo de sucesso A PPP da Linha 4-Amarela de São Paulo foi a primeira experiência brasileira de PPP, com parte do investimento feito pelo Governo do Estado de São Paulo (obras civis, energia, etc) e a outra feita pela iniciativa privada com a compra do material rodante, telecomunicação e sistemas, no caso a ViaQuatro, responsável pela operação e manutenção. As obras começaram em setembro de 2004 e foram feitas por dois consórcios: o Via Amarela, responsável pela construção da linha e estações, composto pela Odebrecht, OAS, Grupo Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Alstom; e o Linha Amarela, responsável pela construção do Pátio Vila Sônia, com Odebrecht, Carmargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão e Siemens. Já a operação e manutenção foram concedidas por 30 anos para a ViaQuatro, composta pela CCR, Montgomery Participações, Mitsui, Benito Roggio Transporte e RATP Développement. A linha utiliza tecnologia driverless, com trens operados sem condutor, por um sistema baseado na comunicação, o CBTC. Essa é a primeira linha driverless da América Latina. A linha opera com 14 trens que foram fabricados pelo consórcio Siemens/ Hyundai Rotem, na Coreia do Sul. O primeiro trecho, entre as estações Paulista e Faria Lima, foi inaugurado em maio de 2010. Entre maio e 30 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 Passageiros embarcando na Estação Paulista da Linha 4 dezembro de 2010, foram transportados 1,9 milhão de pessoas. Em 2011, o número cresceu para 51,7 milhões de pessoas e no ano passado triplicou, atingindo 158,8 milhões de pessoas transportadas. Os números contabilizam as transferências com linhas do metrô e CPTM. “É uma experiência de sucesso, acho que para todo mundo, para usuário, o poder concedente, para a sociedade, e para o investidor, então, é sempre um modelo a ser replicado”, enfatiza o diretor da CCR, Leonardo Vianna. A primeira fase da linha já está concluída, com seis estações em operação: Butantã, Pinheiros, Faria Lima e Paulista, República e Luz. Na segunda fase, em andamento, serão mais cinco estações: Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, Fradique Coutinho, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia. Ao todo, a linha terá 12,8 km e 11 estações, ligando a Luz. As super ferrovias do PIL Gerson Toller O PIL – Programa de Investimentos em Logística – é, como se sabe, o maior plano de investimento em transporte ferroviário de que se tem notícia. Só em ferrovias, o investimento é estimado em R$ 91 bilhões, perto de duas vezes o TAV ou 25 vezes o custo da maior obra ferroviária já feita no Brasil: a Ferrovia do Aço foi construída por US$ 2 bilhões (R$ 4,6 bilhões) nas décadas de 70 e 80. O PIL não é uma PPP clássica. O investimento será suportado pelo governo, através da Valec , que deve ser extinta e substituída pela Empresa Brasileira de Ferrovias S.A. (EBF), nova estatal que a ser criada para gerenciar a demanda da malha do PIL. Esta vai restituir aos investidores o valor das obras ao longo dos 35 anos da concessão. Ainda assim, o sucesso do programa vai necessitar de empresários que acreditem no compromisso da Valec tomem empréstimos para realizar a obra e esperem nove governos federais para receber o dinheiro de volta. Banco do Brasil e BNDES participam do empreendimento, financiando os concessionários, mas nenhum banco financia 100 %, e sempre haverá uma parte não coberta que, somada ao custo de gestão do tráfego e manutenção da via -- a ser pago pelos usuários diretamente aos concessionários - deve acarretar uma equity não desprezível, da ordem de R$ 15 bilhões. A Valec tem procurado tranquilizar os investidores, reforçando as garantias de pagamento: vai adiantar 15 % do valor da obra; incluir os recursos no orçamento da União; e negociar com o Banco do Brasil e BNDES a utilização dos recebíveis dos investidores como garantia para os empréstimos (ver entrevista com Josias Cavalcante na RF abril/maio). Mas, no sentido contrário, há para cada um dos 12 trechos, um “caderno de obrigações”, que parece ter sido escrito com o propósito de afastar os investidores. Para começar, os 10 mil km de ferrovias do PIL tem que receber, obrigatoriamente, trilhos de 68 kg/m2, e fabricados no Brasil, e soldados em estaleiro pelo sistema Qualidade que a coloca à frente de seu tempo A MWL, com aciaria própria e forno com capacidade de 35 toneladas de aço, equipado com unidade de desgaseificação a vácuo, produz: Rodas ferroviárias forjadas e eixos para passageiros, locomotiva e carga. Aço microligado para rodas indicadas para aplicação em Heavy Haul. 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É o trilho mais pesado em uso no mundo, ria a Minas, ou no mínimo da densidade do tráfego da quase sempre em ferrovias de minério, lembrando que descida da serra de Santos. A duplicação está prevista o Brasil não fabrica trilhos desde a década de 70. E para Maracaju - Lapa, Açailândia - Vila do Conde, Rio soldagem flash-butt em estaleiro é o sistema mais so- de Janeiro - Vila Velha (ES), Feira de Santana (BA) – fisticado, só empregado, por exemplo, na construção da Ipojuca, Uruaçu - Campos dos Goytacazes e Mairinque EF Carajás. Estas exigências valem tanto para trechos (SP) - Rio Grande (RS). Nas minutas dos trechos Estrela carregados, como Lapa (PR)-Paranaguá (PR), como D´Oeste- Dourados e Lucas do Rio Verde-Campinorte para ferrovias remotas que ainda não foram construí- não estão especificados os tipos de via, mas devem seguir dos, como a FICO, entre Lucas do Rio Verde (MT) e o mesmo padrão das demais. Campinorte (GO). Dois trechos da Ferrovia Norte-Sul serão incluídos no O Caderno de Obrigações, anexo ao edital do trecho PIL: Ouro Verde (GO) - Estrela D´Oeste (SP) e Palmas Açailândia-Vila do Conde, o primeiro previsto para ser (TO)-Anápolis (GO). Em entrevista à Revista Ferrovilicitado, embora ainda sem prazo para a entrega das pro- ária em abril, o presidente da Valec, Josias Cavalcante, postas - exige peso por eixo mínimo de 30 toneladas, as- explicou que a estatal avaliava conceder a conclusão das sim como o trecho Rio de Janeiro- Vila Velha. Mas vários obras dos trechos da Norte-Sul para a iniciativa privada. outros trechos alcançam 37,5 toneladas, como Feira de O trecho Ouro Verde- Estrela D´Oeste será incorporado Santana (BA)-Ipojuca (PE); Lapa (PR)-Paranaguá (PR); ao trecho Estrela D´Oeste – Dourados. Já o trecho PalMaracaju (MS)-Lapa (PR) e Uruaçu (GO)-Campos (RJ) mas (TO)-Anápolis (GO) será agregado ao trecho Urue Belo Horizonte (MG)- Candeias (BA). As especifica- açu (GO) - Campos dos Goytacazes (RJ). Outro trecho, ções serão disponibilizadas nos cadernos de obrigações Lapa (PR) - Paranaguá (PR), está em processo de tomada dos trechos, mas, por enquanto, somente o de Açailândia- de subsídio e o governo avalia se vai ser um novo trecho -Vila do Conde está disponível. Segundo o diretor de do PIL incorporado ao trecho Maracaju – Lapa. operações da Valec, os trechos que não estão especifiNovamente, o dinheiro é do governo, e na teoria, cados seguirão o padrão de 37,5 t/eixo. No Brasil só a quanto mais sofisticada a linha, melhor para o concessioEF Carajás alcança tal peso. No mundo, só as ferrovias nário. No entanto, como tem sido demonstrado em cada da Rio Tinto e da BHP Billiton, na Austrália. As especi- leilão, o que acontece sempre é um cabo de guerra entre ficações dos diferentes trechos estão publicadas no site o interesse privado, que quer aumentar a TIR, e a resiswww.antt.gov.br. tência dos técnicos do governo, que querem contê-la. No Mas o que mais Os 12 trechos do PIL agrava o custo da construção e remodelação das linhas do PIL é a exigência de plataformas – e túneis, viadutos, pontes e pontilhões – prevendo a duplicação das linhas. No Brasil, somente a EF Vitória a Minas e o trecho Paulínia (SP)-Santos (SP) são duplicados. O volume de tráfego numa via dupla deveria, portanto se aproximar dos 100 milhões de toneladas/ ano, que é a base da produção da EF Vitó32 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 PIL isso vai se dar em torno da Tarifa de Disponibilida- sível que os técnicos do governo corrijam alguma coisa, de da Capacidade Operacional, a TDCO, que é quanto a por exemplo, eliminando a exigências de trilhos nacioValec vai pagar aos concessionários, durante os 35 anos, nais. Mas lá ficarão as 37,5 toneladas por eixo, e o trilho pela construção da via. Quando mais cara a construção, TR 68 para todos os trechos. maior será a TDCO, e maior a tensão no Trecho Peso por eixo faixa de domínio cabo de guerra. Açailândia (MA) - Vila mínimo de 30 t/eixo Linha tripla Por que um nível tão alto de exigên- do Conde (PA) D´Oeste (SP) Não específicado* Não específicado* cia? Ninguém explica diretamente, mas Estrela Dourados (MS) sabe-se que as consultoras responsáveis Lucas do Rio Verde Não específicado* Não específicado* pelos projetos foram contratadas não (MT) - Campinorte (GO) Linha dupla pela Valec mas pela Vale, dentro de um Maracaju (MS) - Lapa (PR) mínimo de 37,5 t/eixo Rio de Janeiro (RJ) 30 t/eixo Linha dupla acordo compensatório feito com o Go- Vila Velha (ES) verno Federal, relativo às obrigações da Feira de Santana (BA) mínimo de 37,5 t/eixo Linha dupla FCA nas obras de transposição de Belo – Ipojuca (PE) Uruaçu (GO) - Campos Linha dupla Horizonte. O acordo transferiu para a dos Goytacazes (RJ) mínimo de 37,5 t/eixo Vale a responsabilidade de realizar os Mairinque (SP) - Rio Não específicado* Linha dupla Grande (RS) estudos - no caso EVTEAS - para toBelo Horizonte (MG)mínimo de 37,5 t/eixo Linha dupla dos os trechos do PIL. Esta contratou Candeias (BA) quatro consultoras: Progen, Ieme, Vega Ferroanel Tramo Norte Minuta do edital não publicada Minuta do edital não publicada Minuta do edital não publicada Minuta do edital não publicada e JM Souto, e distribuiu entre elas os 12 Ferroanel Tramo Sul trechos. As exigências foram o resultado Acesso ao Porto de Santos Minuta do edital não publicada Minuta do edital não publicada *As características não estão especificadas nos arquivos disponíveis pela ANTT para o processo desta maneira de trabalhar. Ainda é posde tomada de subsídio Ligando o Brasil por um caminho sustentável. www.wisewood.com.br fone: + 55 11 4594-5813 | e-mail: [email protected] A Wisewood oferece ao setor ferroviário dormentes poliméricos com alta tecnologia aplicada que substituem perfeitamente a madeira nativa e superam todas as exigências da norma AREMA. 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Esta será adotada um dia, quando a Ponte Aérea ficar tão cara, e a Dutra tão congestionada, que o trem surja como solução inescapável e inadiável. São Paulo e Rio de Janeiro terão crescido mais um pouco, todo mundo terá automóvel, o trânsito terá piorado bastante, junto com a poluição e os acidentes. O TAV ressurgirá como a única alternativa para desafogar as cidades, redistribuir a população ao longo do Vale do Paraíba e atender a demanda que se espera. 34 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 No mundo, desde 1977, 18 países adotaram e hoje operam TAVs: Áustria, Bélgica, China, França, Alemanha, Itália, Holanda, Arábia Saudita, Coréia do Sul, Espanha, Suíça, Rússia, Estados Unidos, Turquia, Taiwan e Reino Unido, além do Japão. As linhas de alta velocidade em tráfego somam 21.603 km. A infraestrutura, com raras exceções - como o trecho Figueras-Perpignan, construído em PPP, foi toda custeada pelos estados. Em várias situações, no entanto, os trens e a operação são privados - mais ou menos como aconteceria no Brasil se o TAV tivesse ido adiante. Assim é, por exemplo, na Inglaterra, onde existe uma frota de 308 trens operando para a Virgin, Cross Country, East Midlands, Southeastern e Agility na linha High Speed 1, que liga Londres ao Canal da Mancha, e vários segmentos adaptados da malha. Uma segunda linha dedicada de alta velocidade, a High Speed 2, ligando Londres a Manchester e a Leeds, no Norte, está sendo projetada. Na Europa, o tráfego de passageiros de alta velocidade praticamente dobrou entre 2000 e 2010, passando de 59,8 para 110,4 bilhões de passageiros/km. É pouco provável que estejam todos errados. O Aeromóvel está em operação assistida em Porto Alegre desde o dia 10 de agosto. Em menos de duas semanas de operação, o novo sistema da capital gaucha transportou mais de 12 mil pessoas entre o Terminal 1 do Aeroporto Salgado Filho e a Estação Aeroporto da Trensurb. Atualmente, o trajeto de 814 metros é realizado pelo veículo A100, com capacidade para 150 pessoas. O Aeromóvel utiliza sistema de propulsão pneumática – o ar é soprado por ventiladores industriais de alta eficiência energética, por meio de um duto localizado dentro da via elevada. O vento empurra uma aleta (semelhante a uma vela de barco) fixada por uma haste ao veículo, que se movimenta sobre rodas de aço em trilhos. O projeto básico da estrutura dos veículos foi desenvolvido pela Coester. A T´Trans fez o projeto e fabricou os veículos. O projeto do Aeromovel custou R$ 37,8 milhões. foto: Kauê Menezes arquivo ferroviário VEJA A FOTO AMPLIADA arquivo ferroviário 36 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 foto: Kauê Menezes A100 O Aeromóvel da Trensurb revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 37 reportagem Sem contato com a catenária Veículo Leve sobre Trilhos ligando a região portuária ao centro do Rio de Janeiro deve começar a operar em 2015. N o dia 14 de junho, a prefeitura do Rio de Janeiro e o Governo Federal, por meio do Ministério das Cidades, assinaram o Termo de Compromisso entre a Caixa Econômica Federal e o município para repasse de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade destinado à implantação das linhas do chamado “bonde moderno”, ligando a região portuária ao Centro da cidade. Na mesma data, a prefeitura também assinou contrato com o consórcio VLT Carioca, vencedor da licitação em abril deste ano, liderado pela CCR (por meio da Actua Assessoria), Invepar, Odebrecht Transport e Riopar (empresa de investimentos da Fetranspor), e formado ainda pela francesa RATP e a argentina Benito Roggio Transporte. A iniciativa privada ficará responsável pelas obras de implantação, compra dos trens e sistemas, operação e a manutenção do VLT. O prazo de concessão será de 25 anos. O pla os trechos Central – Barcas, Santo Cristo – América – Central – Candelária, América – Vila de Mídia e Barcas – Santos Dumont, a ser concluída no primeiro semestre de 2016 (veja quadro abaixo). Fotos: Divulgação Características O VLT circulará nos bairros da região portuária, no centro financeiro do Rio, passando pelo Aeroporto Santos Dumont e pelas imediações da Rodoviária Novo Rio, Praça Mauá, Avenida Rio Branco, Cinelândia, Central do Brasil, Praça 15 e Santo Cristo. O sistema será integrado com outros meios de transportes da cidade (metrô, trens, barcas, BRT, redes de ônibus convencionais, o que promete melhorar o trânsito da região central, reduzindo o fluxo de automóveis. Os 32 VLTs serão refrigerados e poderão transportar até 450 passageiros em cada carro. Com velocidade de 15 a 40 km por hora, o VLT levará de 10 até 30 mil passageiros por sentido e por hora ou 285 mil usuários/dia, com intervalos entre trens que podem variar de 2,5 a 10 minutos, conforme a linha e o horário do dia. O projeto prevê seis linhas com 28 quilômetros de trilhos, 38 paradas e quatro estações fechadas de integração: Praça 15, Rodoviária, Central e Aeroporto Santos Dumont (veja mapa). Em levantamento realizado pela prefeitura, foi constatada a impossibilidade de construção de estações fechadas em todas as paradas ao Projeto no Rio de Janeiro prevê a chegada de VLTs no aeroporto Santos Dumont, no Centro da cidade longo do trajeto. investimento é de R$ 1,164 bilhão, sendo R$ 532 milhões A ausência de estações fechadas em grande parte das paem recursos do Ministério das Cidades e R$ 632 milhões radas do veículo abriu espaço para um sistema de acesso e da prefeitura do Rio, por meio da Parceria Público-Privada cobrança inédito no Brasil. Assim como acontece em paí(PPP). A prefeitura só começará a pagar o valor de R$ 632 ses como Inglaterra, Alemanha e Suíça, o passageiro terá milhões quando o sistema entrar em operação, e terá 23 livre acesso ao transporte, porque não haverá cobrador ou anos para quitar o investimento adiantado pelos investido- catracas nos pontos de embarque e desembarque. O usuário res privados. terá a responsabilidade de comprar o cartão em máquinas As obras estão previstas para começar no segundo se- de venda e validá-lo dentro do carro. mestre deste ano e serão divididas em duas etapas. A priA aquisição do cartão poderá ser feita em todos os postos meira será a implantação do trecho Vila de Mídia – Santo de venda do Bilhete Único (benefício tarifário do governo Cristo – Praça Mauá – Cinelândia, com prazo para conclu- estadual, que reduz as tarifas dos transportes intermunicisão no segundo semestre de 2015. A segunda fase contem- pais, em caso de utilização em até no máximo 2h30); nas 38 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 paradas do VLT, que terão máquinas de venda; ou nos guichês das quatro estações de integração. Ainda será definido pelo consórcio vencedor da licitação se haverá fiscais de maneira ocasional nos carros ou se ficarão fixos nos VLTs para controlar os passageiros. Para que a ideia gere resultados satisfatórios, na opinião do presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (CDURP), Alberto Silva, é necessária uma mudança de comportamento da população carioca: “Sem ironia. Estamos fazendo essa aposta. Isso significa uma mudança cultural. A concessionária é que vai oferecer o modelo de fiscalização. Se vai colocar um fiscal em cada trem, se fará isso aleatoriamente ou se adotará detectores”, pontua. Em algumas cidades europeias, como Berlim, capital da Alemanha, se o passageiro não comprar o ticket ou circular no trem sem validá-lo e for flagrado, tem que desembolsar o equivalente a cerca de R$ 120 em multa. No Rio, no entanto, o valor ainda não foi definido e, segundo Silva, o assunto ainda será debatido entre a prefeitura e o consórcio. Material rodante O consórcio VLT Carioca ainda não se pronunciou em relação ao fabricante dos veículos, mas fontes do setor indicam que a Alstom será a fornecedora das unidades que circularão no Rio de Janeiro. A empresa informou que existe um acordo com o consórcio, porém o contrato formal deverá ser assinado nos próximos meses. A assessoria do consórcio VLT Carioca informou que o assunto está em negociação e, por enquanto, não pode informar detalhes. A ideia é que os veículos sejam fabricados a tempo de atender ao prazo previsto de início da operação (segundo semestre de 2015). Caso a Alstom firme o negócio, alguns especialistas acreditam que os VLTs do Rio de Janeiro serão similares aos que estão em atividade hoje em Bordeaux, na França – modelo Citadis, exclusivo da fornecedora francesa. Sistema APS A exemplo do VLT de Brasília (iniciado em 2009, mas com as obras paradas desde abril de 2011 por suspeita de fraude na licitação), o projeto carioca também deseja a implantação de um sistema sem catenária. Porém com uma diferença: enquanto na capital federal, o veículo não circulará por meio de catenárias em apenas 1,2 quilômetro de via do total de oito quilômetros de rede, o consórcio prevê a construção de um sistema de alimentação de energia pelo solo em todo o percurso, ou seja, nos 28 quilômetros. Em Brasília, o sistema escolhido foi o APS (Alimentation Par le Sol, que em português significa Alimentação de Energia pelo Solo), da Alstom. Trata-se de um sistema de fornecimento de energia sem catenária, garantindo que o trem se integre ao ambiente urbano, sem poluição visual. O VLT recebe energia por meio de um terceiro trilho embutido na pista, transmitido por duas sapatas no centro do trem. Com o objetivo de garantir total segurança para pedestres, o carregamento do terceiro trilho é acionado por segmentos, apenas no momento em que o VLT está sobre cada segmento. O sistema de VLT de Bordeaux, na França, que transporta cerca de 200 mil passageiros diariamente, é um exemplo de cidade que não utiliza cabos de energia em veículos. Foi a primeira área metropolitana do mundo a optar por essa tecnologia em 14 dos 44 quilômetros totais de extensão da rede. As cidades francesas de Angers, Reims e Orléans, posteriormente, optaram pelo sistema APS em 2006, seguidas por Dubai, em 2008. A região do Rio de Janeiro que abrigará o veículo e é cercada de museus, centros culturais, prédios e monumentos históricos. Ainda não foi assinado acordo, mas os especialistas indicam que a Alstom também deverá fornecer o sistema de energia sem catenárias para o VLT carioca. Cronograma – Obras VLT etapa 1 2 trecho Vila de Mídia - Santo Cristo - Praça Mauá - Cinelândia Central - Barcas Santo Cristo - América Central - Candelária América - Vila de Mídia Barcas - Santos Dumont conclusão/ operação 2º semestre de 2015 1º semestre de 2016 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 39 reportagem Energia pura A unidade da Siemens responsável pela fabricação de equipamentos para transmissão de energia e sistemas de comunicação está completando 40 anos. I dores. No campo, os equipamentos passam por testes de resistência em tempestades elétricas simuladas. A fábrica também conta com uma estufa de secagem, que parece uma grande panela de pressão, onde é feita a secagem da camada de resina que envolve a parte externa das bobinas dos transformadores produzidos. As bobinas passam pela estufa para eliminar toda umidade presente no equipamento e que possa causar um curto circuito. Comunicação Na área de comunicação da fábrica há uma divisão chamada Smart Grid, que desenvolve para o setor metroferroviário soluções para sistemas de comunicação para transmissão de dados, voz e vídeo de trens para estações e entre as estações. Este sistema permite, segundo a Siemens, transmissão de dados em tempo real, sem que haja ruídos ou perda de informação, graças a um processo de comunicação de rede contínua. Para que não se perca sinal de comunicação dos trens com a central de controle, são instalados access points (roteadores wi-fi) nos trens e na extensão da linha. Para evitar que os roteadores instalados nos trens sejam alvos de vândalos, os equipamentos têm aparência de algo decorativo e não possuem antena ou qualquer luz que indique se tratar de algum equipamento. “A tecnologia permite que a central de controle operacional possa monitorar, através de imagens e em tempo real, uma situação que esteja acontecendo dentro do trem, que tenha sido informada pelo condutor. Com isso, é possível agir de maneira mais rápida e eficiente”, diz Sérgio Sevileanu, gerente de vendas da divisão Smart Communications. Para otimizar a comunicação dos trens de carga, a Siemens desenvolveu um sistema de comunicação 4G, semelhante aos utilizados nos aparelhos celulares. “Como é impossível instalar um roteador a cada 500 metros de uma linha de carga, nós desenvolvemos este sistema, que permite a instalação de torres de comunicação, que farão Fotos: Divulgação nstalada em 1973, inicialmente como fábrica de transformadores, a unidade da Siemens de Jundiaí está completando 40 anos. O complexo reúne fábricas que produzem, além dos transformadores, disjuntores, relés de proteção, cabines seccionadoras, para-raios e sistemas de comunicação. Os equipamentos são produzidos para diversos clientes do setor metroferroviário, entre eles, os metrôs de São Paulo, Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro e os sistemas da CPTM e SuperVia. A Siemens também possui, desde 2009, uma fábrica em Cabreúva (SP), onde realiza reforma, manutenção e produz trens urbanos e de metrô. Em 2005, a unidade de Jundiaí passou por uma ampliação que dobrou sua capacidade de produção e fez da Vista aérea da fábrica de Jundiaí fábrica de transformadores uma das maiores da América Latina. Cinco anos mais tarde, uma nova fábrica de transformadores, também da Siemens, foi inaugurada no mesmo complexo, fazendo com que a unidade atendesse 25% da produção nacional de transformadores. Com 99 mil metros quadrados de área construída em um terreno de 243 mil metros quadrados, a unidade de energia da companhia emprega cerca de dois mil funcionários, mas circulam diariamente por suas instalações mais de quatro mil pessoas, entre colaboradores e prestadores de serviços. Considerada a maior fábrica de transformadores entre as 22 que a Siemens tem espalhadas no mundo, a unidade está equipada com um campo de provas de transforma40 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 o papel dos roteadores.”, diz Sérgio. locais quanto nas auxiliares. Antes de liberar os equipamentos para os clientes, a Siemens reaEnergia liza em seu campo de provas testes A área de energia da Siemens de resistência em tempestades eléproduz e fornece para metrôs e tricas simuladas. Estes testes são trens metropolitanos disjuntores exigidos conforme normas brasileipara as subestações locais, painéis ras e internacionais. “A vida humade média tensão e painéis retificana tem que ser preservada, por isso dores que trabalham para adequar a testamos 100% dos equipamentos energia elétrica às necessidades do antes de liberá-los para uso”, consistema. No campo de provas são simuladas ta Luiz Armando Piunti, gerente da O sistema funciona da seguin- tempestades elétricas te maneira. Primeiro os disjuntores de entrada, instalados área de Infraestrutura e Cidades da Siemens. nas subestações locais, transformam a energia que chega a uma tensão de 88 mil volts, considerada alta, para a média Atuação tensão, que gira em torno de 22 mil volts. Depois de transA Siemens também está fornecendo os sistemas de enerformada em média tensão, a energia segue para os painéis gia das linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral e 12-Safira, retificadores que a reduz ainda mais, para uma tensão con- da CPTM, que está modernizando a infraestrutura de suas siderada suficiente para fazer os trens andarem, que pode seis linhas. A modernização deve ser concluída em 2015. A variar de 3.000, 1.500 ou 750 volts, dependendo do sistema. alemã também forneceu os equipamentos para implantação Devidamente reduzida, a energia é enviada para os cubícu- de novas subestações de energia, como transformadores, los de distribuição de rede contínua, que vão alimentar o relés de proteção, cabines seccionadoras e será responsável trem através das linhas aéreas ou dos terceiros trilhos, de pelas reformas nas cabines e subestações já existentes. acordo com o sistema. A empresa executa, desde 2010, o fornecimento de dez Estes equipamentos não trabalham apenas no forneci- subestações locais para a Linha 1-Azul do Metrô de São mento de energia dos trens, mas na alimentação das es- Paulo e tem um contrato conjunto com a Alstom de motações, que chega através das subestações auxiliares, que dernização de 25 trens da mesma linha. Realizada em sua diferente das subestações locais, transforma a energia que unidade de Cabreúva (SP), a modernização dos trens deve vai para as estações. A Siemens fabrica, por ano, 2.160 pai- terminar em 2014. A empresa também é responsável por néis isolados a ar, utilizados nas subestações locais, 1.400 desenvolver o sistema sem condutor (driverless) para os painéis isolados a gás, utilizados nas subestações auxiliares trens na Linha 4-Amarela do metrô paulistano, que é opee 700 disjuntores, que são instalados tanto nas subestações rado pela concessionária ViaQuatro. reportagem Os desafios da mobilidade sustentável Fotos: Divulgação De 10 a 13 de setembro no centro de convenções Frei Caneca, em São Paulo, será realizado a 19ª Semana de Tecnologia Ferroviária. Abertura da semana de tecnologia 2012, na foto: Luiz de Oliveira, da ViaQuatro; Joubert Flores, da ANPTrilhos ; Luiz Fernando Ferrari, do Simefre; Silvestre Ribeiro, da CPTM; José Baião, da Aeamesp; Peter Walker, do Metrô SP; Joaquim Lopes, da EMTU; Vicente Abate, da Abifer; e Fábio Mazzeo, da Metrus. S erá realizada entre os dias 10 e 13 de setembro a 19ª Semana de Tecnologia Metroferroviária da AEAMESP. Este ano, o tema central do evento será “Os Desafios da Mobilidade Sustentável”. Durante quatro dias autoridades, técnicos das operadoras, indústria e profissionais do setor de transporte debaterão questões relacionadas à mobilidade urbana nas grandes e médias cidades, além de adoção de soluções sustentáveis. Nos painéis serão discutidas ideias de como enfrentar os desafios que impedem que os projetos saiam do papel e tornem-se realidade, como colocar em prática a nova Lei da Política Nacional de Mobilidade Urbana e como tornar mais efetiva a participação dos Estados, Municípios, Governo Federal e da iniciativa privada no financiamento dos projetos de expansão da malha brasileira para que investimentos continuem sendo realizados. Além das palestras, haverá apresentações de trabalhos técnicos, desenvolvidos por profissionais e por empresas, com a abordagem de modernas práticas de gestão, inovações tecnológicas e a aplicação de novas metodologias de trabalho. 19ª Semana de Tecnologia Metroferroviária "Os Desafios da Mobilidade Sustentável" Terça feira, 10 de setembro de 2013 Horário 12:00 42 Participantes Credenciamento 14:00 Cerimônia de Abertura José Geraldo Baião - Presidente da AEAMESP Aguinaldo Velloso Borges Ribeiro - Ministro das Cidades Jurandir Fernandes - Secretário dos Transportes Metropolitanos Luiz Antônio Pacheco - Presidente da Metrô SP Mário Bandeira - Diretor Presidente da CPTM Joaquim Lopes da Silva Júnior - Diretor Presidente da EMTU Luiz Valença de Oliveira - Presidente da Via Quatro Mário Fioratti Filho - Presidente da ALAMYS Ailton Pires - Presidente da ANTP Joubert Flores - Presidente da ANPTrilhos José Antonio Fernandes Martins - Presidente do Simefre Fábio Mazzeo - Presidente do Instituto de Seguridade Social - METRUS 15:45 Palestra de Abertura - Os Impactos Econômicos, Sociais e Ambientais da Infraestrutura Insuficiente de Transportes Washington Novaes - Jornal O Estado de S.Paulo revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 Quarta feira, 11 de setembro de 2013 Horário/local Evento Participantes 09:00/auditório Painel 1: Soluções para a Mobilidade nas Cidades Flávio Medrano de Almada - Presidente do MetrôRio Marco Antonio Vivas Motta - Semob Nazareno Sposito Neto Stanislau Affonso - Coordenador - MDT Ailton Brasiliense Pires - Presidente ANTP 10:40/auditório Painel 2: Como Acelerar a Implantação dos Empreendimentos Metroferroviários Marco Antônio Buoncompagno - Metrô SP Eric Huot - Vega Luciano Tani - SINAENCO Joubert Flores - ANPTrilhos 13:30/auditório Painel 3: Aspectos Técnicos da PPP Integral na Consecução de Projetos Metroferroviários José Eduardo Castello Branco - Consultor Pedro Pereira Benvenuto - Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo Rodrigo Carnaúba - Odebrecht 15:00 15:30/auditório Coffee Break Painel 4: Impactos e Benefícios do Transporte de Cargas sobre Trilhos para a Melhoria da Mobilidade Urbana Gerson Toller - Revista Ferroviária José Luís Demeterco - Brado Logística Jean Mafra Reis - ANTT Quinta feira, 12 de setembro de 2013 Horário/local Evento Participantes 09:00/auditório Painel 5: Monotrilhos e Seus Desafios Walter Ferreira de Castro Filho - Metrô SP Paulo Sergio Amalfi Meca - Metrô SP Eduardo Curiati - Metrô SP David Turbuk - Metrô SP Argimiro Alvarez Ferreira - Metrô SP 10:40/auditório Painel 6: Soluções Sustentáveis na Construção e Operação de Sistemas Metroferroviários Nelson Sheji Kawakami - Metrô SP Flávio Leal Maranhão - Odebrecht Milton Flávio Llautenchaläger - Secretaria de Energias Renováveis João Batista Ribeiro Neto - Metrô SP 13:30/auditório Painel 7: O Papel das Universidades e Empresas na Formação Complementar Específica para o Setor Alfredo Falchi Neto - Metrô SP Manoel Mendes - Cepefer Alexsandra Salles- Vale 15:30/auditório Painel 8: Os Desafios para o Domínio de Novas Tecnologias nos Sistemas Metroferroviários Luís Augusto Valença de Oliveira - ViaQuatro Mário Fioratti Filho - Metrô SP Ued Andril - Vale Plínio Osvaldo Assmann - Consultor Sexta-feira, 13 de setembro Horário/local Evento Participantes 09:00/auditório Painel 9: Projetos de VLTs em Estudo e Implantação no Brasil Peter Alouche - Consultor Francisco Carlos Caballero Colombo - Diretor Presidente da CBTU Joaquim Lopes da Silva Júnior - Diretor Presidente da EMTU Maurício de Souza Guimarães - Secretário Extraordinário da Copa do Mundo de 2014, Governo de Mato Grosso 10:40/auditório Painel 10: Planos e Projetos para Implantação de Trens Regionais Vicente Abate -ABIFER Guilherme Quintela -EDLP Manoel Seabra Rodrigues Bandeira - CPTM Jorge Bastos - ANTT 13:30/auditório Painel 11: Planos de Expansão para o Transporte Urbano de Passageiros no Brasil Luiz Antonio Carvalho Pacheco - Metrô SP Rômulo dos Santos Fortes - Metrofor Rodrigo Goulart de Oliviera Vieira - SubSecretário Adjunto de Projetos Especiais da Casa Civil do Governo do Rio de Janeiro Humberto Kasper - Trensurb 15:30/auditorio Palestra de Encerramento: Perspectivas Futuras de Expansão para o Setor Frente às Conjunturas Atuais Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes - STM 16:15/auditório Homenagens a Personalidades do Setor 16:45/auditório Cerimônia de Encerramento Julio Eduardo dos Santos - Secretário - Semob Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes - Secretário dos Transportes Metropolitano revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 43 reportagem Cresce a demanda mundial por locomotivas diesel Fotos: Divulgação GE Transportation A Europa passa por uma baixa no número de encomendas, enquanto os EUA superaram a crise que passou praticamente despercebida pela América do Sul, Ásia e Oriente Médio. Locomotiva AC44i fabricada pela GE nos Estados Unidos U m estudo realizado pela SCI Verkehr GmbH estima um volume de mercado atual para novas locomotivas diesel de cerca de 4,8 bilhões de euros ao ano. A SCI Verkehr GmbH é uma empresa de consultoria independente para o setor de transportes com atividades em todo o mundo. A companhia é especializada em consultoria estratégica para a indústria ferroviária e logística. A demanda global de locomotivas passou por uma baixa provisória, mas vem se recuperando e, segundo o estudo “Locomotivas a Diesel – Tendências Globais do Mercado”, crescerá 4% por ano até 2017. Outro dado relevante do estudo é que é esperado um desenvolvimento positivo de regiões como a África, Oriente Médio, América do Sul e Austrália, que até agora têm sido de menor importância, enquanto as encomendas na Europa estão em declínio e só terão uma recuperação discreta nos próximos anos. 44 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 O volume de mercado em todo o mundo para locomotivas diesel equivale a aproximadamente 17 bilhões de euros, sendo que 70% deste valor é gerado no mercado de pós-venda, que inclui os custos de reparação e manutenção das aproximadamente 120.000 locomotivas diesel operadas no mundo inteiro. A frota mundial de locomotivas diesel tem 26 anos, em média. Na Europa, a maioria delas tem acima de 30 anos e, portanto, não é tecnologia de ponta, aponta o estudo. Transporte de carga O principal campo de operação das locomotivas diesel é o transporte de carga. Em 2011, essa área voltou a ter um caminho de crescimento em longo prazo. O motivo disso foi que as ferrovias de carga das regiões que produzem altos volumes de matérias-primas, como a Ásia, a América do Sul e a Austrália, passaram pela crise econômica mundial quase ilesas. Foto: Divulgação/Union Pacific Os Estados Unidos se recuperaram bem da baixa pro- to de locomotivas de manobra, seja adotada. Esse desenvisória de demanda, mas isso porque são um dos quatro volvimento ainda não pode ser esperado para locomotivas maiores mercados nacionais de locomotivas, seguidos de linha, mesmo que a tecnologia de multimotores tenha por Índia, China e Rússia, que juntos representam mais ganho espaço no mercado americano. de 60% de locomotivas diesel encomendadas nos últimos cinco anos. O ranking de demanda O estudo informa ainda que na Europa a situação é Segundo a SCI Verkehr, os maiores fabricantes ainda mais complicada, são os da Amérinão é esperado um ca do Norte, Ásia aumento no número e CEI (Comunide encomendas para dade dos Estados a região por conta Independentes, da difícil situação que inclui os paíeconômica das emses que formavam presas de transporte a extinta União de carga, que atualSoviética). A GE mente têm apenas Electric continuum escopo limitado ará a ser a líder para investimentos. de encomendas Somado a esse fato, do mercado, com existem cada vez uma fatia de 25% mais normas amdo total global. Locomotiva EMD SD40T da Union Pacific, uma das maiores empresas ferroviárias dos EUA bientais, cujo cumLevando em conprimento faz com que os preços das locomotivas se tor- sideração as construções de veículos sob licença, por nem consideravelmente mais altos, aumentando também exemplo, na Austrália, a empresa poderá chegar a pousignificativamente os preços do diesel, o que leva a custos co menos de 30%. Em segundo lugar vem a Diesel Looperacionais mais elevados para locomotivas diesel, se comotive Works (DLW), da Índia; seguida pela CNR, comparadas às de tração elétrica. da China; e pela EMD/Progress Rail, da América do Por esse motivo, existe uma projeção de que a utiliza- Norte. A Vossloh é o maior participante europeu, com ção de uma tecnologia híbrida, especialmente no segmen- uma fatia de mercado global de 3% das encomendas. ponto de vista O Brasil deve adotar a bitola standard (1.435)? Willian Alberto de Aquino Pereira, Engenheiro civil e diretor da Sinergia Estudos e Projetos Foto: Divulgação Sim, pois a adoção da padronização internacional irá facilitar a aquisição, com consequente redução dos custos, em especial dos equipamentos de manutenção ferroviária. É claro que existe uma dificuldade marcante no Brasil, pois o atual momento de transporte de cargas tem uma distribuição muito favorável à bitola de 1,60m, usada em especial em alguns eixos onde minérios e produtos de baixo valor agregado tem prevalência. O curioso é que a malha de bitola larga tem menos de 20% da rede total, enquanto a métrica atinge quase todo o restante. A multimodalidade e integração não tem investimentos tão significativos no País a ponto de levar a um questionamento das perdas do que já esta implantado, ao se mudar de bitola. No que tange a passageiros, excetuando grandes áreas metropolitanas que usam a bitola larga, o País não possui transporte de alta velocidade muito menos de regional, carência que é mais do que lamentável e que nos trás Willian Alberto de Aquino Pereira 46 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 grandes prejuízos e só prejudica o desenvolvimento regional, eficiência energética, meio ambiente, etc. A adoção não precisa ser rápida, mas pode e deve ser progressiva. A experiência de uso no País de padrões diferentes dos internacionais ocorre em muitos setores, energia e comunicações, por exemplo, o que leva a termos uma excentricidade que não nos trás vantagens. Alguns países adotaram bitolas diferentes por motivos estratégicos, em especial em épocas remotas por questões bélicas, mas a realidade de hoje mostra a importância de uma rede internacional. Na Europa, por bom exemplo, se pode cruzar fronteiras sem maiores problemas, com nítidas vantagens logísticas, aumentando a competitividade e reduzindo custos para a sociedade. A médio ou longo prazos o Brasil precisara integrar sua malha ferroviária nacional com os países vizinhos e, o que é mais importante, entre os seus próprios estados. Não é uma “escolha de Sofia”, uma vez que, de fato, temos uma pequena malha ferroviária. Logo estamos em condições de ir adotando uma malha com padronização internacional nos novos trechos, o que nos propiciará ganhos de escala nos novos investimentos, sem prejuízo das ligações ferroviárias em outras bitolas, que tem um perfil próprio e que poderão se manter por muitos anos em seus padrões operacionais. Além da questão de material rodante e de manutenção, um aspecto importante diz respeito à terraplanagem, tuneis, etc, em que a bitola internacional demanda menos investimentos que a larga, por exigir seções transversais dinâmicas menores. As ferrovias brasileiras tem um enorme espaço de crescimento em termos de extensão e capacidade de transportes. Assim sendo, é mais do que oportuno aproveitar as oportunidades de novas ligações para se pensar em uma rede nacional em um padrão internacional. A abordagem logística e sistêmica que esteve tão afastada das preocupações nacionais precisa nortear uma visão de futuro e o futuro do Brasil passa por ferrovias modernas, uma rede ampla, integrada e padronizada. Bento José de Lima, Diretor de Operações da Valec País, serão transportadas por ferrovias com bitola larga, tendo sempre como opções de destino vários portos, quando exportadas e dos muitos centros urbanos do litoral, quando dirigidas ao mercado interno e, portanto, de opções logísticas de melhor qualidade e preço, graças as alternativas de destino e rota a serem percorridas. Assim, enquanto argumentos de toda ordem eram e ainda são construídos em defesa de cada uma das bitolas (1,00, 1,60 ou ainda 1,435 metros), decisões foram tomadas, a Estrada de Ferro Carajás foi construída, a Ferrovia Norte-Sul foi iniciada, o Sistema Ferroviário Brasileiro começou a ser redesenhado, através do Programa de Investimentos em Logística, não havendo, agora, em 2013, espaço para discutir qual a bitola ferroviária brasileira, dado que esta escolha ocorreu a pelo menos 30 anos atrás. A bitola ferroviária Brasileira é a larga e tem 1,60 metros! Foto: Renato Velasco Qual seria a bitola ferroviária ideal para o Brasil? A pergunta perdeu-se no tempo, dado que a escolha da bitola ferroviária brasileira já aconteceu, e faz algum tempo. A decisão ocorreu antes de 1982, quando foi planejada e a partir de então iniciada a importante construção da Estrada de Ferro Carajás, ligando a região minerária da serra de mesmo nome, no interior do Pará, com o porto da Ponta da Madeira, no estado do Maranhão. Em sequência, o início da construção da Ferrovia Norte-Sul, com o aproveitamento do trecho da Estrada de Ferro Carajás entre Açailândia (MA) e o Porto de Itaqui (MA), determinou o avanço da bitola de 1,60 metros em direção ao Brasil Central, onde, na época, desenhava-se um importante surto de desenvolvimento agrícola, o qual viria a consolidar a economia da região, até então pouco explorada. Os projetos ferroviários, que atenderão às demandas agrícola e mineral, ainda crescentes em altas taxas, no Centro Oeste do País, necessários e de grande importância para a viabilização de uma logística eficiente e competitiva, para alcançar os grandes centros populacionais e os portos, usando o modo ferroviário de transporte, consistem, em geral, na interiorização de eixos ferroviários de grande capacidade, até então quase exclusivamente litorâneos, ou de pequenos avanços para o interior, guardando ainda a conformação colonial de sua origem. A Ferrovia Norte-Sul cortará o país de Norte a Sul, a EF 354, uma das futuras Transoceânicas, ligará o extremo Noroeste do país (Boqueirão da Esperança no Acre) ao Litoral Fluminense no Sudeste, interligando-se estes dois grandes eixos as demais ferrovias Brasileiras. Todas essas ferrovias, em fase de construção, projetos ou planos, têm sua concepção fundamentada na bitola de 1,60 metros. Os portos do Sudeste Brasileiro, com exceção de alguns do Espírito Santo, têm ou terão com as novas ferrovias do Programa de Investimentos em Logística do Governo Federal (PIL) acesso em bitola larga. Deste modo, as mercadorias da região central do Bento Lima revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 47 estudo de mercado Frota nacional de carros de passageiros aumenta 6,9% de 2012 para 2013 Os maiores responsáveis pelo aumento no numero de trens foram o MetrôRio e a CPTM, além deles o metrô de Fortaleza também aumentou o número de TUEs. O Brasil tem mais carros de passageiros nos trilhos. A frota brasileira passou de 3.701 para 3.956 de agosto de 2012 para o mesmo período deste ano, com um aumento de 6,9% na frota de carros de passageiros do país. O MetrôRio, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e o Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) foram os responsáveis pelo aumento da frota. A CPTM continua em processo de renovação de sua frota, baixando modelos antigos e adquirindo novos trens. Do ano passado para cá, foram colocados 17 novos trens em operação na CPTM, com 120 novos carros na malha da companhia, todos fabricados pela espanhola CAF. Em setembro, devem entrar em operação os nove novos trens adquiridos da Alstom para a Linha 11-Coral. O MetrôRio recebeu novos trens chineses encomendados, adicionando 17 trens da CNR na malha da companhia, um acréscimo de 114 novos carros de passageiros. O Rio de Janeiro revela outro dado interessante. A SuperVia não teve aumento no número total de TUEs, mas em compensação teve uma boa redução de sua frota inativa, que voltou a operar. Em 2012, existiam 25 TUEs inativos na operadora agora são apenas nove. Os eventos realizados na cidade como a Jornada Mundial da Juventude e jogos da Copa das Confederações fizeram com que a companhia aumentasse sua frota ativa para suportar a demanda. Já o Metrofor adquiriu sete novos TUEs da fabricante italiana Ansaldo Breda. Os trens foram fabricados na cidade de Nápoles, na Itália, e também ajudaram na demanda da Copa das Confederações. Outra novidade da região Nordeste foi que os Trens Urbanos de Salvador passaram a contar com dois novos trens em sua frota ativa. As demais operadoras não alteraram suas frotas. foto: Divulgação/Metrofor Trens da AnsaldoBreda adquiridos pela Metrofor FROTA NACIONAL DE TRENS UNIDADES ELÉTRICOS (TUEs) Operadora Frota Ativa 2012 2013 Frota Inativa 2012 2013 Frota Total TUEs 2012 2013 Frota Total Carros 2012 2013 MetrôRio 32 49 0 0 32 49 182 296 CPTM (SP) 177 194 * * 177** 194** 1.352 1.472 Metrô BH (CBTU) 24 24 1 1 25 25 100 100 Metrô DF 31 32 1 0 32 32 128 128 Metrô Recife (CBTU) 23 25 2 0 25 25 100 100 Metrô SP 164 164 0 0 164 164 984 984 Metrofor 2 9 0 0 2 9 6 27 167 181 25 9 190 190 713 713 4 6 5 3 9 9 36 36 25 25 0 0 25 25 100 100 649 709 34 13 681 722 3.701 3.956 SuperVia (RJ) Trens Urbanos de Salvador Trensurb - Porto Alegre Total *Conforme a metodologia adotada pela CPTM em 2011, não há mais contabilização da frota inativa, sendo a frota total referente à frota ativa da operadora **A CPTM não contabiliza veículos por TUEs, mas sim por trens 48 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 CPTM Modelo/Série Potência Fabricante Origem Ano de fabricação Frota Total Trens* Frota Total Carros 1100 1224 Budd / Mafersa EUA 1956 / 1957 11 66 1400 1.224 Budd / Mafersa Brasil 1976 / 1977 4 20 1600 1.372 Budd / Mafersa Brasil 1978 3 14 1700 2.530 Mafersa Brasil 1987 12 100 2000 2.400 Espanha 1999 15 120 2070 2.685 Brasil 2008 6 48 2100 1.160 CAF Espanha 1974 / 1977 24 144 3000 2.992 Siemens Alemanha 2000 5 40 4400 1.260 EUA 1965 16 96 5000 828 França 1978 10 120 5550 1.086 Portugal / Bélgica 1979 / 1980 4 32 7000 2.860 CAF Espanha/ Brasil 2009 40 320 7500 2.860 CAF Brasil 2010 8 64 8000 2.860 CAF Brasil 2011 / 2012 36 288 194 1.472 CAF / ADTranz / Alstom Alstom / Bombardier / CAF FNV / COBRASMA CCTU / COBRASMA MAFERSA / ACEC (Mod. BT Brasil) Total MetrôRio Modelo/ Série Potência Fabricante Origem Ano de fabricação Frota Ativa Frota Inativa ND 560 kW Mafersa/Alstom Brasil 1978/1997 30 0 30 182 ND 620 kW CNR China 2011/2012 19 0 19 114 49 0 49 296 Total Frota Total Frota Total TUEs Carros Metrô SP Potência Fabricante Origem Ano de fabricação Frota Ativa Frota Inativa 3000 kW Mafersa/ Budd Brasil 1974/1978 51 0 51 306 3552 kW Alstom Brasil 1999 11 0 11 66 Frota C 3000 kW Cobrasma Brasil 1984 25 0 25 150 Frota D 3360 kW Mafersa Brasil 1984 22 0 22 132 4560 kW Alstom Brasil 2002 8 0 8 48 4320 kW Alstom Brasil 2009 16 0 16 96 3360 kW CAF Brasil 2010 17 0 17 102 Siemens/ Hyudai Rotem Coréia do Sul 2009/2010 14 0 14 84 164 0 164 984 Modelo/ Série 108/ 198 – Frota A Milênio – Frota E A48 – Frota F A96 – Frota G Frota H Série Única Total 3960 kW Frota Total Frota Total TUEs Carros revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 49 estudo de mercado Trensurb - Porto Alegre Modelo/ Série Potência Fabricante Origem Frota Ativa Frota Inativa 100 2520 kW Consórcio Nippon Shario Seizo Kaisha, Hitachi e Kawasaki Heavy Ind. Ano de fabricação Japão 1983 25 0 25 100 25 0 25 100 Ano de fabricação Frota Ativa Frota Inativa 1985 25 0 25 100 25 0 25 100 Frota Ativa Frota Inativa 9 0 9 27 9 0 9 27 Total Frota Total Frota Total TUEs Carros Metrô de Recife (CBTU) Modelo/ Série Potência Fabricante Origem 100 2960 kW MAN/GEC/ Santa Matilde Inglaterra/ Alemanha/ Brasil Total Frota Total Frota Total TUEs Carros Metrofor Modelo/ Série Potência Fabricante Origem MetroStar 912 Kw Ansaldo Breda Nápoles Itália Ano de fabricação 2009 a 2013 Total Frota Total Frota Total TUEs Carros SuperVia (RJ) Modelo/ Série Potência 400 1260Kw 400R 1260Kw 500 2560Kw 500MP 2561Kw 700 2520Kw 700R 2520Kw 700AR 2520Kw 900 2488Kw Fabricante Origem Ano de fabricação Frota Ativa Frota Inativa FNV Cobrasma/ CISM Brasil 1964 12 0 12 36 Brasil 1964 18 0 18 54 Japão 1977 15 1 16 67 Japão 1977 7 0 7 28 Brasil 1980 7 0 7 28 Brasil 1980 0 0 0 0 Brasil 1980 18 0 18 72 Brasil 1980 5 2 7 28 Brasil 1980 6 0 6 24 Brasil 1980 9 1 10 40 Inglaterra 1954 19 1 20 60 Brasil 1980 8 0 8 32 Brasil 1980 8 4 12 48 FNV Cobrasma/ CISM/ Moderanização T’Trans (2000) Hitach Nippon/ Reabilitação MPE- CCC (1998) Hitach Nippon/Reabilitação MPE- CCC (1998) Mafersa Mafersa/Modernização Alstom (2001) Mafersa/Modernização Alstom (2002) Cobrasma Cobrasma/Modernização Inepar (2001) Cobrasma/Modernização Inepar (2002) 900R 2488Kw 900AR 2488Kw 1000 1260Kw 8000 2184Kw 9000 2488Kw 2005 1680Kw Rotem Coréia 2005 20 0 20 80 3000 1680Kw CNR China 2012 29 0 29 116 181 9 190 713 Modernização Mafersa Santa Matilde/ Modernização MPE e CCC (1997) Cobrasma/Modernização Adtranz (1997) Total 50 Frota Total Frota Total TUEs Carros revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 Metrô DF Modelo/ Série Potência Fabricante Origem Ano de fabricação Frota Ativa Frota Inativa 1000 2235 Kw Marfesa/Alstom Brasil 1994 20 0 20 80 2000 2880 Kw Alstom Brasil 2010/2011 12 0 12 48 32 0 32 128 Total Frota Total Frota Total TUEs Carros Metrô de Belo Horizonte (CBTU) Modelo/ Série Potência Fabricante Origem 100 3000 kW Alstom/ Cobrasma França/ Brasil Ano de fabricação Frota Ativa Frota Inativa 1985 24 1 25 100 24 1 25 100 Total Frota Total Frota Total TUEs Carros Trens Urbanos de Salvador Modelo/ Série ACF 1000 RMR Total Potência Fabricante Origem Ano de fabricação Frota Ativa Frota Inativa Frota Total Frota Total TUEs Carros 1408 HP GE EUA 1961 2 2 4 27 704 HP Toshiba Japão 1958 4 1 5 9 6 3 9 36 suprimentos Manutenção de superestrutura Revista Ferroviária faz um levantamento que aponta dezessete empresas que atuam no mercado de manutenção da superestrutura ferroviária. A manutenção de superestrutura é um serviço que gera relatórios sobre as condições de via e apresenta pesado que exige empresas especializadas no os locais onde é necessária uma ação direta. “Esse equiassunto, já que são usadas grandes máquinas pamento percorre toda a linha em busca de eventuais fae equipes técnicas extremamente capacitadas lhas e defeitos nos trilhos, mede o nivelamento, detecta para garantir a segurança e o funcionamento da via. A os problemas e é ele que gera a demanda para alguma Revista Ferroviária fez um levantamento que mostra que ação imediata”, completa Marcelo. o Brasil conta com 17 empresas que fazem esse tipo de serviço nas linhas de carga e passageiros. Os gigantes da ferrovia A superestrutura ferroviária é composta pelos trilhos, Não é só de trens que vive a ferrovia, existem outros dormentes e fixações que compõem a via em si. Essa gigantes que além de utilizarem os caminhos dos trens, estrutura deve ser reforçada para suportar os esforços deixam tudo nos conformes para que nenhum problema causados pela passagem dos veículos ferroviários, sejam ocorra. Renovadoras de linha, desguarnecedora, esmerieles locomotivas, vagões, carros de passageiros ou veí- lhadoras de AMV, socadoras e máquinas estabilizadoras culos de serviços. de via trabalham na manutenção das linhas férreas. Por conta de todo esse “peso” é necessário que as Segundo a Vale, existem no Brasil somente duas referrovias tenham um cuidado especial com essa área novadoras de linhas em operação, uma na Estrada de programando supervisões e manutenções periódicas. A Ferro Vitória a Minas e outra na Estrada de Ferro Caequipe de planejamento faz a prioEmpresas de Manutenção de Superestrutura rização das atividades, analisando Empresa Clientes Localidade onde a manutenção é prioritária Civilfer Engenharia e SuperVia Rio de Janeiro (RJ) e enviam a equipe de manutenção Consultoria Construfel Construtora CBTU, FCA, Vale, Transnordestina, CSN Belo Horizonte (MG) para o local. Ferroviária A programação é distribuída para Construtora Coefer Vale, MRS, SuperVia, CSN, MetrôRio, CBTU Barra do Piraí (RJ) as empreiteiras responsáveis para Empresa Construtora FCA, SuperVia, MetroRio Rio de Janeiro (RJ) que elas façam o dimensionamento Nova Kaimbé Engecom MRS Logística, FCA, FNS Belo Horizonte (MG) das equipes e de todos os recursos Engefel Engenharia Alstom, CPTM, Metrô SP, CBTU São Paulo (SP) para execução das atividades, con- Civil e Ferroviária forme especificações elaboradas, ALL, CSN, FCA, Ferroban, Ferronorte, FC Construções SuperVia, DNIT (contorno ferroviário de Campinas (SP) respeitando as normas de seguranAraraquara) ça. Antes de todas as atividades, os Grupo Serveng Metrô SP, Metrô DF, EFC, Fiol São Paulo (SP) fiscais realizam o DDS (Diálogo Di- HLT Equipamentos Metrô SP, MetrôRio, Porto do Açu São Paulo (SP) ário de Segurança), abordando um Especiais Campinas (SP) tema relacionado às atividades do J. Fonseca Engenharia VLI, Vale MG Indústria Mecânica Vale, Metro DF, Metrô SP, Metrô BH Juiz de Fora (MG) dia e identificando os possíveis risNeopul Sociedade de ALL, CPTM, Metrô SP, Vale São Paulo (SP) cos das atividades. Estudo e Construções Além disso, nas ferrovias são utiVale, FCA, MRS Logística, CSN, Prumo Engenharia Formiga (MG) Transnordestina, ALL lizados diversos equipamentos para Sotobras Sociedade CPTM São Paulo (SP) atender às necessidades das vias, Técnica de Obras um deles é o carro controle. Marce- SPA Engenharia Valec, Vale, DNIT, CPTM, FCA Belo Horizonte (MG) lo Augusto, gerente de manutenção Metrô SP, CPTM, Valec, Transnordestina, Tiisa São Paulo (SP) CTS, CBTU da MRS Logística, conta que o carro Trial Engenharia MRS Logística São Paulo (SP) controle é uma espécie de ultrassom 52 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 Foto: Divulgação/Vale mentos para melhorar sua manutenção. A empresa investiu em torno de R$ 53 milhões na aquisição de uma esmerilhadora de trilhos e de uma desguarnecedora de lastro a vácuo. A desguarnecedora a vácuo utiliza bombas a vácuo de alta potência para fazer a limpeza de lastro por sucção. Já a esmeriladora é um equipamento que permite a remoção de defeitos superficiais em trilhos e componentes de Aparelhos de Mudança de Via (AMV), ou seja, melhora o contato da roda do trem com os trilhos ferroviários, o que aumenta a vida útil desses componentes. Além dessas máquinas, as socadoras de chave, que fazem as correções geométricas nos AMVs e a socaria dos dormentes, também são utilizadas. Faz parte ainda dos equipamentos de manutenção de via as máquinas estabilizadoras dinâmicas de via, que faz a compactação e a acomodação do lastro após a correção geométrica executada pela socadora. Renovadora de linha da Matisa em operação na EFVM rajás, as duas da concessionária. Operada simultaneamente por 11 operadores, a máquina pesa cerca de 120 toneladas e faz a troca de dormentes, trilhos e fixações de forma automatizada e contínua. No início de agosto, uma dessas máquinas iniciou a operação na EFVM. A máquina fornecida pela Matisa custou US$ 13 milhões. No início do ano, a MRS também adquiriu equipa- EMPAC. A ESCOLHA CERTA PARA QUEM PROCURA DORMENTES DE CONCRETO. Investimos constantemente em tecnologia de ponta para garantir sempre o melhor em dormentes de concreto monoblocos de concreto protendido, bitolas mista, larga, métrica e universal, blocos LVT e AMVs. Tudo feito com alto nível de qualidade que só a Empac tem. Com uma fábrica em MG e outra em Pernambuco, a Empac possui soluções sob medida para sua empresa. Além do serviço de fábrica móvel que produz dormentes de concreto dentro da sua obra. A Empac é certeza de qualidade e agilidade. Conheça alguns dos nossos clientes: CPTM (Cia Paulista de Trens Metropolitanos) CBTU (Cia Brasileira de Trens Urbanos) VALEC • METRO RIO • METRO SP empac.com.br | [email protected] 32 3574.1580 - 81 3726.1176 nota técnica Capacitação da Via: Aumento de Carga/Eixo, Dor. Alternativos & Plataforma Resistente Walter Vidon Jr, consultor de Via Permanente e proprietátio da Ch.Vidon Celia Rodrigues, engenheira consultora em Engenharia Ferroviária e Metroviária e coordenadora de Projetos da Panservi Palestra pronunciada no IV Encontro de Ferrovias ANTF Resumo A busca por mais eficiência, produtividade e lucratividade nas mais eficientes ferrovias internacionais resulta no incessante aumento da carga por eixo. A eficiência estará garantida se a disponibilidadeda VP for mantida. As características essenciais de um típico dormente ferroviário devem ser: moderada elasticidade,compressibilidade, flexibilidade e rigidez similares as dos DM nativa. É neste cenário que surgem os dormentes de eucalipto, plástico reciclável, de concreto e de aço como viáveis para aumento da carga por eixo. Os riscos de perda da confiabilidade são enfatizados quando as limitações inerentes aos dormentes alternativos são subestimadas. 1. Introdução Os mais bem sucedidos dormentes devem preencher as seguintes seis funções essenciais da via permanente: 1ª) Distribuir (espalhar) sobre a maior área de lastro possível as cargas de rodas (estáticas, dinâmicas cíclicas e dinâmicas de impacto) assegurando que lastro/sublastro e, principalmente, o subgrade não sofram sobrecarga ou excesso de tensões; 2ª) Manter a bitola da linha e inclinaçãodo trilho, dentro da tolerâncias especificadas; 3ª) Não gangorrar (rock-roll), ou seja, não oscilar lateralmente sob ação do tráfego; 4ª) Não correr, não se movimentar lateralmente sob ação de forças centrífugas ou térmicas, e resistir ao fenômeno de flambagem da via; 5ª) Não caminhar, não se deslocar logitudinalmente sob ação das forças de tração e frenagem dos trens, ou ação das forças térmicas; e 6ª) Permitir o isolamento elétrico entre as duas filas de trilhos. Apesar de anos de pesquisa, desenvolvimento e emprego de dormentes alternativos como o concreto, aço e plásticos (polímeros), a experiência mostra que a madeira é ainda a materia-prima preferida para dormentes, pois atende os seis critérios essenciais já descritos. 2. Dormentes de Madeira Nativa A madeira é um material de relativa baixa resistência. As 54 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 razões para a preferência da madeira na produção de dormentes em relação aos materiais alternativos inclue entre outros fatores a excelente compressibilidadedas madeiras. Esta característica de rigidez da madeira assegura que para uma dada camada de lastro o DM distribui (espalha) a carga vertical de roda numa área maior, garantindo uma reduzida pressão vertical sobre o subleito. A vida útil do DM depende da essência e das condições de produção, e estocagem. O DM nativa poderá atingir vida útil de 30/35 anos.O DM branda tem vida útil reduzida para 6/8 anos em ambientes extremos. A crônica escassez de madeiras de qualidade, inexistência de técnicas para manejo florestal e produção e restrições ambientais são causas de risco e colapso na cadeia produtiva. Segundo as ONGs, no Brasil apenas15% da madeira nativa é certificada ou tem origem garantida. Em vista destes obstáculos de fornecimento e da constante perda de qualidade dos DM nativa, as ferrovias “heavy haul” no mundo todo já abandonaram ou estão em processo de substituição do DM nativa. 3.Dormentes de Eucalipto No Brasil, a maior conscientização ambiental aliada a exploração predatória liquidou a oferta e disponibilidade da madeira de florestas nativas para produção de dormentes. Restando apenas madeiras de reflorestamento, entre elas se destaca a madeira de eucalipto. O DM de eucalipto possui massa especifica de valor elevado de até 1,2 t/m3, essa propriedade mecânica deveria garantir ótimo desempenho. Entretanto, a madeira de eucalipto possui fragilidades que limitam sua vida útil na via a um máximo de 13/15 anos, e em várias situações pode não ultrapassar a 4 anos. Esses valores foram obtidos na MRS, também valores similares foram observados na Australia (a terra da árvore de eucalipto). O modo de falha atual e predominante na MRS é muito similar ao ocorrido na Austrália com alta incidência de fendilhamento das extremidades do dormente e prematuro alargamento dos furos de pregação ocorrendo antes de 4 anos de assentamento, ou na instalação. As espécies de madeira de eucalipto inapropriadas para produção de dormentes devido a forte tendência de fendilhamentosão: 1) E. Alba, 2) E. Saligna e 3) E. Grandis que foram introduzidas no Brasil, a partir de 1908, para produção de lenha para locomotivas a vapor, e que atualmente são as mais produzidas devido ao rápido crescimento e utilização industrial. As espécies de eucalipto de primeira classe existentes no Brasil as quais praticamente não fendilham em condições ambientais normais são as seguintes:1) E. Citriodora; 2) E. Maculata;3) E. Paniculata; 4) E. Creba e 5) E. Siderophloia. A produção de DM de Eucalipto no Brasil é estimada em cerca de 500 mil peças/ano e a capacidade instalada de seis produtores em cerca de 1,5 milhão/ano. Fig. 1 - D. Eucalipto na MRS, apodrecimento apenas no interior dos furos Fig. 2 - DM Eucalipto na MRS, fendilhamento das extremidades passando pelos furos de pregação 4. Dormente de Plástico Reciclável No início da década de 90, um novo nicho industrial começa surgir nos USA dedicado a fabricação de artefatos de “Madeira Plástica” a partir de material reciclável. O trabalho pioneiro de pesquisa inicou-se em 1994, e envolveu três operadoras ferroviárias (“Norfolk Southern”, “Conrail” e “CTA-Chicago Transit Authority”), três instituições de estudo e pesquisas (“RutgersUniversity”, “US Army R & D. Center” e TTCI), e um fabricante (“USPL”). O DPR possui modulode elasticidade (MOE) = 1.170 MPa (170.000 psi), 5 vezes menor que o DM, constituindo a sua maior fragilidade. Através de reforço estrutural e otimização da seção, consegue-se aumentar o MOE em 100% (350.000 psi). Uma melhoria significativa, mas que não modifica a tendência do DPR de bitola larga deformação de “center bound” (apoio no lastro apenas no centro do dormente). Quando o DPR de bitola larga é assentado em lastro contaminado, com altura insuficiente, ou sofre socaria em todo seu comprimento, o fenômeno de “center bound” é formado e será eminente ocorrência de fratura no meio do DPR. Os principais nota técnica modo de falha do DPR são: a)Trinca durante a pregação devido a não execução de furo piloto; b) Fratura de placa de apoio (15%)em 900 MTBT (deform.vertical na sede placa); c) Fratura no meio do DPR devido apoio no centro do DPR (“center bound”) [fig.3]. Na MRS, os DPR bitola larga ocorre fratura no meio da peça devido ao “centerbound”, mas raramente ocorre nos DPR bitola estreita. Fig. 3 - Grupo (clustering) de DPR de bitola larga fraturados no modo “center bound” A vida útil do DPR é referida em MTBT, e devido sua excessiva flexibilidade, fraturas de placa de apoio (em altas taxas) foram observadas no “FAST/TTCI”após 900 MTBT. Portanto, o DPR não deve ser empregado em ferrovias “heavy haul” onde esta tonelagem será atingida em poucos anos. Entretanto, nas linhas de pátio, terminais, linhas de cruzamento, e linhas de baixa ou moderada tonelagem (até 25 MTBT) o DPR poderá atingir vida útil acima de 35 anos. Nos USA são produzidos por ano ~1,5milhão peças. No Brasil, a produção de três pioneiros fornecedores não atinge a 100 mil peças/ano. 5. Dormentes de Concreto A aplicação em larga escala de dormentes de concreto - DC na Europa ocorreu logo depois da II Grande Guerra, isto devido a exaustão das florestas nativas (devastação por batalhas, fabricação de embarcações de guerra, uso indústrial etc.) e dificuldades de importação de madeira de países asiá- 56 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 ticos ou africanos.Esses fatores econômicos impuseram a opção por DC. Atualmente cerca de 60% da malha ferroviária da Europa é constituída por DC, e são fabricados cerca de 15 milhões/ano. Na Europa, na década de 50, o Comitê Europeu de Normalização (CEN/UIC) estabeleceu o limite máximo de carga de qualquer natureza sobre os trilhos em 22,5 ton/eixo; somente para locomotivas é permitido 25 t/eixo. Esta determinação está vigente à dezenas de anos. A esta limitação se deve o sucesso do emprego de DC no continente europeu. Nos USA a primeira e limitada instalação de DC para testes ocorreu em 1957 (500 peças) devido principalmente há iniciativas e esforços da AAR (“Association of American Railroad”) e da PCA (“Portland Cement Association”). Entre 1960 e 1967 centenas de milhares de DC foram produzidos e instalados em conformidade com especificações da AAR/PCA. Mas também muito cedo, milhares de problemas surgiram. Em 2013, apenas cerca de 5% da malha ferroviária na America do Norte (15.000 km) é em DC, e são fabricados cerca de 800 mil peças/ano por dois grandes fornecedores. Atualmente nos USA são produzidos muito mais DPR do que DC. A recomendação da “AREMA 2008, 2.10.4 §e, chapter 1, Part2Ballast”, indica “Os dormentes de concreto são pesados e muito menos flexível em absorver cargas de impacto e transmitem para o lastro carga excessivamente elevada, que resultará no esmagamento, trituração e quebra das pedras de constituição do lastro. Portanto, obrigatoriamente a seleção do material de lastro tem de ser muito restritiva para garantir um desempenho satisfatório da via. O lastro para as instalações com dormente de concreto tem de ser obrigatoriamente produzido de granito, basalto ou quartzo”. A pressão transmitida pelo DC para o lastro diretamente embaixo do dormente é modelada pela teoria BOEF (“Beam On Elastic Foundation”), desenvolvida por Winkler em 1876, de total aceitação pelos pesquisadores [fig.4]. A teoria BOEF basea-se na proporcionalidade da pressão reativa a ação da roda p(x) e a deformação vertical produzida w(x) em qualquer ponto distante (x) da roda: p(x)=kw(x). Fig. 4 - “BOEF Modelling”, Prof.Arnold D. Kerr, “Fundamentals of Railway Track Engineering” onde: w(x) é a deflexão vertical do trilho na distância (x)da carga de roda P;w(o) é a deflexão vertical em cima da cargade roda P;p(x) é a pressão distribuída e continua da base de um “dormente longitudinal” sobre o lastro; q(x) representa a pressão vertical da roda, no ponto distante(x)da roda; (k) é cte. de proporcionalidade é o parâmetro fundamental, é denominado de Módulo da Via, é uma das expressões da Rigidez da Via(C). A teoria BOEF assume que cada trilho age como uma viga contínua apoiada sobre suportes elásticos, e estas molas representam o efeito da rigidez combinada dos dormentes, lastro, sublastro e o subleito. Por isso, a teoria BOEF não pode ser empregada para prever o efeito de carga de roda sobre um componente individual e específico da subestrutura. Mas essa teoria prevê com bastante exatidão o efeito da rigidez do conjunto (tipo de dormente, fixação, lastro, sublastro e subleito) na pressão transmitida para lastro embaixo do dormente. Entretanto, testes e estudos recentes (1986 e 2012) comprovam que a proporcionalidade admitida pela teoria BOEF só tem 100% de validade para cargas/eixo abaixo de 25t. A partir desse valor a deformação vertical da subestrutura da via passa por comportamento não linear com o aumento da carga/eixo devido ao fenômeno de “strain hardening of soil”. O modo ou a maneira de distribuição da carga de roda do dormente para o lastro, do lastro para o sublastro, subleito e finalmente para o terreno natural é influenciado de forma dramática pelo grau de rigidez de todo sistema, representado pelo Modulo da Via(k). A AREMA no Chapter 30, indica: “A Rigidez Vertical da Via ou Modulo da Via, (k), representa a resposta vertical de todo sistema abaixo do patim do trilho incluindo dormentes, fixações, todo tipo de almofadas, lastro, sublastro, e subleito. Cada um desses componentes contribui para o Modulo da Via total, sendo importante utilizar componentes apropriados da via permanente para manter uniforme a rigidez da linha. Falhas ao fazê-lo causa variações na rigidez da linha, as quais resultarão no aumento das cargas dinâmicas de roda, acelerada degradação e, ainda má qualidade de viagem dos veículos (“poor ride”). Modulo da nota técnica Via(k) varia para cada tipo de dormente empregado”. Os dormentes significativamente influenciam a resposta vertical da via. Os valores típicos do Módulo de Via indicados pela AREMA para as principais configurações de via permanente,em geral são: 1) (k)= 3000psi/in (21MPa/mm) linha de DM, compactada pelo trafégo; 2) (k)= 3000psi/in (21MPa/mm) linha de DPR e de D. de Aço, compactada pelo tráfego; 3) (k)= 6000psi/in (41MPa/mm) linha de D. de Concreto compactada pelo tráfego. Os valores da AREMA para Módulo de Via foram obtidos de testes com veículos ou instrumentação simulando carga/eixo de 15t/25t. Entretanto, experiências e testes realizados pela “University of Pretoria” em 2012 com instrumentação digital de última geração (RVM – “Remote Video Monitoring”) reveleram o aumento de (k) para 40t/eixo, e confirmando testes já realizados em 1986 por pesquisadores da AAR. As medições do Módulo da Via(k) com “Remote Video Monitoring” para D. de Concreto + 40t/eixo revelaram(k) 300% superior do valor da AREMA para DC.[fig.5]. Fig.6 - Rigidez da via(k)e variação de p(x)pressão distribuída e longitudinal ao longo do patim do Tr Fig. 5 - Variação do Módulo de Via (k) e carga/eixo medição “University of Pretoria” 2012 O resultado é um devastador aumento na p(x) reativa à carga de roda que será distribuída necessariamente para o lastro pelo DC. A modelagem BOEF (valores ainda que conservadores devido ao “strain hardening of soil”) indica que a via convencional com DM + 30t/eixo com baixa rigidez representada pelo Modulo da Via (k) = 3000psi gera p(x)=410 lb/in, já a via com o mais bem projetado e fabricado DC+ 40 t/eixo gera rigidez elevada(k) = 16000psi,e resulta p(x)=840 lb/in, um terrível crescimento de 105%. [fig.6]. 58 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 Fig. 7 - Destruição do lastro pelo excesso de p(x) Um grande adversidade para DC em linhas de alta carga/ eixo foi indicada pelos Drs. Ernest Selig e Allan M. Zarembski que no estudo para a subestrutura do “Alameda Corridor” ligação entre os portos de Los Angeles e Long Beach. Eles concluíram que a máxima rigidez da via para resistir as cargas dinâmicas cíclicas, e as cargas dinâmicas de impacto (rodas calejadas e soldas canoadas), o Modulo de Via não pode ser maior que (k) = 10.000psi. A rigidez da via acima deste valor prejudica a interação roda/trilho, produzindo acelerada destruição do lastro [fig.7]. A VP sofrerá rápida perda do nivelamento, empenos de linha, e impactando a capacidade da via (restrições de velocidade). A vida útil de DC num ambiente “heavy haul” de 36 ou 40 t/eixo, de anomalias em trilhos, soldas e rodas, atravessando região de chuvas abundantes, e com subleito desconsolidado é uma verdadeira loteria. A mais recente adversidade sobre DC foi a divulgação em meados de 2K de testes na qual a elevada rigidez dos DC e a sua inerente ausência de resiliência provoca dramática redução da área de distribuição da pressão para apenas 8% da área original. Mesmo após a socaria jamais passa de 12%. A constatação da excessiva pressão sobre o lastro levou a criação dos “Under Sleeper Pads” (USP). Desde 2008 nenhum DC na Áustria é produzido sem este pacote de elastômeros de 30/50mm de espessura fixado na face de contato com lastro. DC equipado com USP tem compressibilidade e resiliência igual ao DM, mas o custo de cada DC aumenta em 50%. A última adversidade dos DC instalados em linhas de alta carga/eixo e região de elevada umidade (índ.plu. ~ 2000 mm/a) é o fenômeno “Rail Seat Abrasion” – RSA, que é o modo de falha predominante nas heavy haul americanas. 5. Dormentes de Aço As primeiras instalações de dormentes de aço - DA ocorreram há mais de 80 anos (década de 30) na British Rail (atual Network Rail) quando a indústria do aço entrou em depressão. Desde então, os DA tem sido instalados em vários países onde vida útil dos DM é baixa devido ao ataque de fungos. O emprego de DA foi limitado nos anos pioneiros pelas deficiências dos então dispositivos de fixação de trilhos e isolamento elétrico. Essa séria limitação somente foi superada na década de 70 com a difusão da fixação elástica (grampo ou clip elástico). Os DA são produzidos a partir de perfil laminado de aço médio C. A seção transversal tem a configuração de uma calha invertida (“inverted trough”) com bordas em forma de cordão (“beaded edges). Esta seção é definida pela norma UIC-865, apresentando aceitação quase universal há mais de 40 anos. As extremidades do DA são encurvadas para baixo para formar uma aba (“spade”) e confinar o lastro no interior da calha. O comprimento da aba pode ser curta ou longa ("long-spade"). O corpo do DA pode ser reto (“flat”) ou inclinado apenas nas sedes do patim dos trilhos ou possuir a nota técnica configuração “V-Shaped”, isto é, uma única dobra no meio do DC, criando a inclinação necessária ao trilho (“rail cant”). Devido ao peso reduzido, elevada resistência mecânica, é imune a choques e a impactos e fácil empilhamento por “paletes” o DA possui trabalhabilidade excelente, e não necessita de equipamentos de grande porte para instalação. A reduzida aceitação do DA nas “heavy haul” é devido ao histórico de falhas das versões anteriores dos DA. Os modos de falha foram: a) Frequentes fraturas por fadiga na região dos furos (espessura insuficiente, inferior a 12mm) [fig.9] e b) Instabilidade dinâmica (migração do lastro dentro da calha do DA) [fig.9;10]. Felizmente, esses problemas foram resolvidos pela EFVM em 84/1985 para bitola estreita e pelo British Rail Research & Development Division-BRRDD,em 1995. A EFVM criou o conceito de “long-spade” e a validade do perfil UIC-865, já o BRRDD estabeleceu o conceito de “V-Shaped” que acabou com o fenômeno de migração de lastro e extinguiu o problema de instabilidade dinâmica ou efeito gangorra. EFVM com ~3 milhões de DA, e a SNIM - Mauritânia, 650 km, com lastro de areia do deserto. Fig.10 - Instabilidade Dinâmica do D. Aço de Bitola Larga antes do "V-Shaped" Fig.11 - D. Aço de Bitola Larga com o conceito “V-Shaped” (inclinação de 1:40 em toda peça) Fig.9 - D. Aço na BC Rail (Canadá) com trincas de fadiga entre os furos, perfil não UIC de 10mm A Austrália, Inglaterra e Alemanha são grandes fabricantes e usuários de DA. Apenas duas ferrovias “heavy haul” de minério de ferro no mundo empregam intensivamente DA. A 60 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 Já o pessoal da EFVM provou que o perfil UIC era imune a trinca de fadiga, e com o conceito de “long-spade” criou o confinamento do lastro no interior e sob o DA. Este fator faz o DA impedir ou retardar a quebra do lastro devido ao tráfego e, em consequência, propiciou a excelente e inigualável distribuição de pressão sobre o lastro exercida pelo DA. Em 2005 o prof. e cientista australiano Dr. Buddhima Indraratana, através de extensiva modelagem e ensaios com “large-scale triaxial tests” na “University of Wollonglong”, provou o efeito positivo do fenômeno “confining ballast pressure”. O DA com “long-spade” é o único tipo de dormente que tem naturalmente essa propriedade. O Brasil possui atualmente três fabricantes de DA independentes (nenhum está ligado à siderúrgicas). Todos utilizam perfil UIC-865 laminado pela GERDAU ou laminado na China, Índia ou Europa. A capacidade instalada é superior a 1500 mil DA/ano. O DA é o dormente que atende de modo excelente a primeira e principal função de qualquer dormente: Distribuir (espalhar) a pressão das rodas assegurando que lastro, e subgrade não sofram excessivas tensões. A linhas da EFVM e MRS com DA apresentam excelente geometria da via, mínimo assentamento vertical do lastro, longo ciclo de socaria, inexistência de bolsão de lama e lastro poluído ou degradado [fig.12]. 6. Conclusões O dormente alternativo indicado para linhas de moderada tonelagem anual (até 30 MTBT) e mais apto para substituição do DM nativo, é o DPR pois projeta vida útil alta de 30/35 anos, sendo praticamente imune aos modos de falhas inerentes ao DM de Eucalipto. O dormente alternativo mais adequado para as linhas “heavy haul” (150-250 MTBT/ano) e mais apto para substituir o DM nativo é o DA “long-spade & "V-Shaped” para bitola larga e o DA apenas “long-spade” para bitola estreita. O DA permite que a subestrutura existente para o DM seja reutilizada sem necessidade de substituição do lastro antigo (mesmo com elevada contaminação por finos). Exigindo mínima necessidade de reforço de subleito. O DA é praticamente imune ao aumento da carga/eixo para 40t, pois possui propriedades (“confining ballast pressure” e baixa rigidez) que previnem a quebra e o prematuro assentamento vertical do lastro. Esses dois fatores asseguram a excelente distribuição de pressão sobre o subleito. Fig.12 - Linha SP da MRS com DA, isenta de defeitos, lastro com vegetação e contaminado Nota: A versão completa deste trabalho, 15 paginas, 24 figuras e fotos, mais a relação completa das 71 referências técnicas utilizadas pode ser obtida por e-mail aos autores. E-mails dos autores: Walter Vidon Jr ([email protected]); Celia Rodrigues (celia. [email protected]) estatísticas Veja mais em www.revistaferroviaria.com.br Nas tabelas de transporte urbano sobre trilhos estão contabilizadas as transferências entre linhas TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - MAIO 2013 Operadora Metrô SP Via Quatro CPTM Metrô Rio SuperVia CBTU Recife Trensurb CBTU BH Metrofor CTS Salvador CBTU João Pessoa CBTU Natal CBTU Maceió Metrô DF VLT do Cariri Total 05/12 Passag./dia útil Δ% 05/13 Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³) 3.856.899 594.511 2.574.542 725.588 541.043 290.321 177.679 230.358 9.711 5.022 96.878 15.144 67.016 18.170 13.066 5.482 4.425 3.868 291 136 3.855.759 664.446 2.689.528 760.200 559.476 321.143 187.009 230.065 11.988 3.352 95.985 16.395 67.696 17.443 12.887 8.303 4.716 5.698 293 81 (0,0) 11,8 4,5 4,8 3,4 10,6 5,3 (0,1) 23,4 (33,3) 7.828 121 6.189 137 (20,9) 3.560 3.235 131.839 632 9.152.768 66 84 3.560 19 228.323 5.825 7.219 143.055 1.289 9.446.543 142 176 3.862 30 233.844 63,6 123,2 8,5 104,0 3,2 Δ% Acumulado no ano até Maio Passag./dia útil Passag.(10³)2012 (0,9) 8,3 1,0 (4,0) (1,4) 51,5 6,6 47,3 0,7 (40,0) Passag.(10³)2013 Passag.(10³) 456.306 66.956 314.129 86.095 58.308 32.713 20.592 23.725 1.367 798 451.420 76.401 321.900 86.064 60.004 38.186 21.993 25.873 1.370 1.051 (1,1) 14,1 2,5 (0,0) 2,9 16,7 6,8 9,1 0,2 31,7 13,4 911 793 (12,9) 115,4 110,8 8,5 55,8 2,4 368 522 15.532 132 1.078.453 661 827 17.303 99 1.103.945 79,6 58,5 11,4 (25,2) 2,4 TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - JUNHO 2013 Operadora Metrô SP Via Quatro CPTM Metrô Rio SuperVia CBTU Recife Trensurb CBTU BH Metrofor CTS Salvador CBTU João Pessoa CBTU Natal CBTU Maceió Metrô DF VLT do Cariri Total 06/12 Passag./dia útil 3.739.560 597.446 2.535.949 710.874 542.691 232.011 175.252 189.265 9.638 5.780 Δ% 06/13 Passag.(10³) Passag./dia útil 89.093 14.221 61.952 16.481 11.781 4.185 4.283 3.146 289 139 3.724.726 666.280 2.578.781 758.050 570.499 324.419 187.905 235.785 12.139 15.425 6.506 94 2.303 2.813 127.290 605 8.877.983 44 65 3.310 18 209.101 Passag.(10³) Passag.(10³) 90.381 15.746 62.762 17.619 12.726 8.178 4.361 5.526 270 329 (0,4) 11,5 1,7 6,6 5,1 39,8 7,2 24,6 25,9 166,9 5.276 115 6.181 8.206 151.436 1.282 9.246.390 150 172 3.786 29 222.149 Δ% Acumulado no ano até Junho Passag./dia útil Passag.(10³)2012 Passag.(10³)2013 Passag.(10³) 1,4 10,7 1,3 6,9 8,0 95,4 1,8 75,6 (6,7) 136,5 545.399 81.177 376.081 102.576 70.089 36.897 24.875 26.871 1.656 937 541.800 92.146 384.663 103.683 72.730 46.364 26.354 31.399 1.639 1.380 (0,7) 13,5 2,3 1,1 3,8 25,7 5,9 16,8 (1,0) 47,3 (18,9) 23,1 1.005 909 (9,6) 168,4 191,7 19,0 111,9 4,1 242,5 163,4 14,4 57,2 6,2 412 587 18.841 150 1.287.555 811 1.000 21.089 127 1.326.094 96,9 70,2 11,9 (15,3) 3,0 TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - MAIO 2013 Operadoras ALL Brasil Transnordestina Log. E.F. Carajás E.F.V.M. Ferroban Ferronorte Ferroeste FCA FTC MRS Logística Novoeste Ferrovia Norte-Sul Total 05/12 TU (10³) 05/13 TKU (106) 2.203,9 128,9 9.781,7 11.224,4 517,7 1.213,8 22,8 1.889,8 243,9 11.435,3 374,7 285,2 39.322,0 1.473,0 74,0 8.489,5 6.223,1 395,5 1.683,2 9,4 1.420,4 17,0 5.507,6 155,1 222,5 25.670,3 TU (10³) 2.090,1 95,7 10.464,5 4.177,8 407,4 1.367,8 16,6 1.991,9 247,5 11.186,8 399,7 355,7 32.801,6 Δ% Mai 13/Mai 12 TKU TKU (106) TU 1.405,8 40,6 9.252,5 2.149,7 311,1 1.895,2 6,3 1.558,5 18,5 5.274,9 141,3 259,4 22.313,8 (5,2) (25,7) 7,0 (62,8) (21,3) 12,7 (27,3) 5,4 1,5 (2,2) 6,7 24,7 (16,6) Acumulado no ano até Maio 2013 TKU (106) 2012 TU (10³) (4,6) (45,1) 9,0 (65,5) (21,3) 12,6 (32,7) 9,7 8,7 (4,2) (8,9) 16,6 (13,1) TKU (106) 9.464,0 580,5 43.859,2 53.085,5 1.984,9 5.370,9 174,2 9.438,2 1.128,5 53.466,5 1.455,4 1.002,0 181.009,8 TU (10³) 6.299,5 305,7 37.972,8 29.340,2 1.428,0 7.449,4 103,3 6.998,2 81,7 25.528,8 754,8 782,1 117.044,4 9.335,7 480,2 42.355,1 62.279,2 1.744,1 5.827,1 139,1 8.987,7 1.224,6 48.365,0 1.619,3 1.204,9 183.561,9 6.400,7 210,3 37.321,6 34.779,5 1.347,5 8.108,5 68,3 6.947,6 91,0 22.675,8 593,6 887,1 119.431,6 Δ% TU TKU (1,4) (17,3) (3,4) 17,3 (12,1) 8,5 (20,2) (4,8) 8,5 (9,5) 11,3 20,3 1,4 1,6 (31,2) (1,7) 18,5 (5,6) 8,8 (33,9) (0,7) 11,3 (11,2) (21,4) 13,4 2,0 TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - JUNHO 2013 Operadoras ALL Brasil Transnordestina Log. E.F. Carajás E.F.V.M. Ferroban Ferronorte Ferroeste FCA FTC MRS Logística Novoeste Ferrovia Norte-Sul Total 62 06/12 Δ% Jun 13/Jun 12 06/13 TU (10³) TKU (10 ) TU (10³) TKU (10 ) 1.994,8 134,4 9.992,2 11.016,2 582,1 1.013,9 11,9 1.836,8 220,7 11.393,0 331,5 279,1 38.806,6 1.351,5 70,6 8.678,1 6.121,1 410,4 1.398,9 8,7 1.327,2 16,5 5.498,8 111,5 213,6 25.206,7 1.923,3 95,0 9.456,5 12.998,5 465,5 1.253,3 4,9 2.086,3 246,6 11.109,5 377,3 368,8 40.385,4 1.301,0 38,0 8.429,8 6.902,7 358,6 1.727,6 1,3 1.552,3 18,3 5.220,6 108,8 268,5 25.927,3 6 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 6 TU (3,6) (29,3) (5,4) 18,0 (20,0) 23,6 (58,3) 13,6 11,7 (2,5) 13,8 32,1 4,1 2012 TKU (3,7) (46,2) (2,9) 12,8 (12,6) 23,5 (85,7) 17,0 11,1 (5,1) (2,4) 25,7 2,9 TU (10³) 11.458,9 714,9 53.851,4 64.101,8 2.567,0 6.384,7 186,1 11.275,0 1.349,1 64.859,5 1.786,9 1.281,1 219.816,4 TKU (10 ) 6 7.650,9 376,3 46.650,9 35.461,3 1.838,4 8.848,3 112,0 8.325,4 98,2 31.027,5 866,3 995,6 142.251,2 Acumulado no ano até Junho 2013 TU (10³) TKU (106) 11.259,0 575,1 51.811,6 75.277,7 2.209,6 7.080,4 144,0 11.074,0 1.471,1 59.474,4 1.996,5 1.573,7 223.947,3 7.701,7 248,3 45.751,4 41.682,1 1.706,2 9.836,1 69,5 8.499,9 109,2 27.896,4 702,4 1.155,6 145.358,9 Δ% TU (1,7) (19,5) (3,8) 17,4 (13,9) 10,9 (22,6) (1,8) 9,0 (8,3) 11,7 22,8 1,9 TKU 0,7 (34,0) (1,9) 17,5 (7,2) 11,2 (37,9) 2,1 11,3 (10,1) (18,9) 16,1 2,2 estatísticas Carga e passageiros fecham semestre em alta As ferrovias tiveram aumento de 2,2% no TKU, enquanto no transporte de passageiros o crescimento foi de 3%. T anto o transporte ferroviário de carga quanto o de passageiros fecharam em alta o primeiro semestre deste ano, entre janeiro e junho. As ferrovias brasileiras tiveram um aumento de 2,2% de TKU, em comparação ao mesmo período do ano passado. Enquanto as operadoras de transporte de passageiros registraram 3% mais passageiros neste período. No semestre, a ferrovia que mais cresceu em volume foi a EFVM, da Vale. O resultado positivo foi influenciado, principalmente, pelo aumento nos volumes de cloreto de potássio, minério de ferro e coque. A Ferroeste apresentou a maior queda. Segundo a Ferroeste, a queda ocorreu pela baixa oferta de vagões graneleiros da ALL, no segundo trimestre. A Transnordestina teve queda no volume trans- portado por conta interrupção das operações da mineradora Globobest e suspensão das atividades de pelotização da Vale, em São Luís, que transportava calcário pela ferrovia. A CBTU Natal continua aumentando no transporte de passageiros em relação ao ano passado, quando operou até setembro com uma locomotiva a menos e teve queda no número de transportados. As cidades que receberam jogos da Copa das Confederações e/ou tiveram manifestações populares, em junho, também apresentaram aumento no volume de passageiros. Destaque para o Metrô DF, CBTU Recife, CBTU Belo Horizonte e CTS Salvador. A maior queda na quantidade de passageiros foi constatada no VLT do Cariri, que em janeiro deste ano passou a operar com um VLT a menos. Próximos eventos: Fórum de Infraestrutura Rodoviária Outubro de 2013 São Paulo • SP Informação e networking para investidores em infraestrutura e transporte. Fórum de Investidores e Operadores de Centros de Distribuição Novembro de 2013 São Paulo • SP Maritime Summit Concessão, gestão operacional e tecnologia para portos e terminais Fevereiro de 2014 Rio de Janeiro • RJ Mencione o código RF2013 em seu contato para garantir seu desconto [email protected] (11) 5051-6535 www.vxa.com.br artigo Foto: Divulgação O acidente de Santiago de Compostela João Gouveia Ferrão Neto Diretor de Operações da SuperVia O acidente de trem perto de Santiago de Compostela na Espanha, um dos piores acidentes da história daquele país, sugere uma série de não conformidades operacionais. Um descarrilamento de trem ou até mesmo uma ocorrência dessa magnitude quase sempre não tem uma única causa e sim um somatório de fatores que conduzem ao acidente. No local do descarrilamento a velocidade máxima autorizada era de 80 km/h e pelos relatórios a via permanente estava em boas condições técnicas, sem nenhum registro prévio de alguma irregularidade. O trem que descarrilou era da RENFE, S730 Alvia, de fabricação do consórcio Talgo Bombardier, e estava habilitado a viajar tanto pelos trilhos ibéricos, quanto pelos trilhos padrão, onde circulam os trens de alta velocidade AVE. O sistema de sinalização naquele trecho é o ASFA (Anuncio de Sinais e Frenagem Automática) da Dimetronic, que contempla um equipamento de bordo na cabine do maquinista (IHM interface homem maquina) e outros equipamentos que controlam as funções vitais e não vitais do trem. Se o sistema de sinalização estivesse em pleno funcionamento no referido trecho, o maquinista receberia um alarme sonoro de ultrapassagem de limite de velocidade, bem como o próprio sistema impediria o trem de atingir velocidade superior a 5% da velocidade máxima autorizada, através de corte de tração e aplicação de freio. Uma das finalidades do sistema de sinalização é a supervisão da condução do maquinista, o que não ocorreu, pois o mesmo desenvolveu uma velocidade maior que o dobro da velocidade permitida, sem que houvesse qualquer intervenção por parte do sistema. Outra questão que não foi mencionada seria a possi64 revista ferroviária | AGOSTO/SETEMBRO de 2013 bilidade de intervenção do Centro de Controle no desligamento de energia, quando da detecção da passagem do trem em pontos preestabelecidos com tempos abaixo do previsto em função da alta velocidade praticada. Importante salientar que além dos procedimentos operacionais a serem cumpridos, não podemos deixar de cuidar do ser humano. Na SuperVia, por exemplo, todos os maquinistas e controladores passam por um intenso processo de seleção e habilitação que contempla exames psicológicos, exames médicos, provas acadêmicas e de conhecimentos técnicos, simulações, além de um acompanhamento periódico rigoroso da sua capacitação e saúde ocupacional. Adicionalmente a isso, temos mecanismos de aferição quanto a performance dos maquinistas no que tange entre outros atributos, o mais importante: a segurança. Considerando a significativa importância desse atributo, foi que adquirimos um sistema de sinalização que tem como objetivo supervisionar todas as atribuições dos maquinistas, bem como todas as funcionalidades vitais e não vitais do trem. Esse sistema, adquirido junto a Bombardier, já está em fase final de testes e totaliza um investimento de R$ 150 milhões. O equipamento, instalado nos trens e na via, permitirá que o ramal Deodoro, por onde circulam mais de 250 mil pessoas por dia, opere com intervalos de 3 minutos nos horários de maior movimento. Para os demais ramais, os intervalos também poderão diminuir pela metade. Após a conclusão da instalação do ATP, no ramal Deodoro, onde atualmente circulam 10 trens por hora, poderão ser 20 trens a cada hora. Além das melhorias operacionais, reduziremos a zero o risco de acidentes como o que ocorreu na Espanha. Soluções em Containers Metálicos AGILIDADE, PRATICIDADE E ECONOMIA EM SEUS PROJETOS O Grupo Zap - Brasmódulos é especializado na fabricação de Módulos Metálicos Habitacionais tipo Container. A solução ideal para atender aos projetos da sua empesa! + Locação e Venda dos Módulos Metálicos Frota própria com veículos monitorados por satélite e dentro de todas as normas de segurança. Containers produzidos em modelos padronizados, acoplados, projetos especiais e sobrepostos de acordo com sua necessidade. Aplicações em escritórios, sanitários, almoxarifados, refeitórios, arquivo morto, bilheterias estante de vendas. Já conhece nosso novo site? 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O local contará com dois simuladores de condução de trens para o treinamento de maquinistas e um simulador para treinamento no novo sistema de sinalização. O investimento total no projeto é de R$ 15 milhões. 5-7 de novembro de 2013 13h-20h Expo Center Norte – Pavilhão Vermelho São Paulo – SP – Brasil Seu caminho para grandes negócios Oferecimento: Para expor, entre em contato: Adriano Souza • [email protected] • 11 4878-5913 Rafael Pimenta • [email protected] • 11 4878-5915 14001