A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO COMO FATOR PREPONDERANTE AO CRESCIMENTO ORGANIZACIONAL Antônio Anderson Almeida1 Josefa de Fátima Menezes2 RESUMO O presente trabalho tem o objetivo de mostrar a importância do Planejamento Estratégico para as organizações modernas já que o auge das organizações atualmente depende de vários fatores entre eles o planejamento estratégico que deve ser o elo entre o ambiente interno e externo do mundo corporativo. Para isso discorreu-se sobre os princípios de planejamento, tipos de planejamento e estratégia empresarial. Como método de pesquisa utilizou-se a pesquisa bibliográfica. Palavras-Chave: Organização. Planejamento. Planejamento Estratégico. ABSTRACT This paperaims toshow the importance ofstrategic planningformodern organizationsasthe pinnacleof organizationscurrentlydepends on severalfactorsincluding thestrategic planning thatshouldbe the linkbetween theinternal and external environmentof the corporate world. For thatspokeout aboutthe principlesof planning,types of planningand strategy.As a research methodused theliterature. Keywords: Organization. Planning. Strategic Planning. 1 INTRODUÇÃO A procura por métodos e técnicas que beneficie o progresso organizacional tornouse fator de relevante importância no mundo atual. Sabe-se que uma empresa deve ter seu campo de atuação bem definido e seu sucesso depende de vários fatores como recursos financeiros, tecnológicos e humanos entre estes se destaca o planejamento estratégico como uma ferramenta indispensável, que objetiva fazer bom uso dos avanços oriundos do mundo globalizado ao tempo que direciona seus processos para melhor atender aos cidadãos em suas necessidades. A história contemporânea perpassa por mudanças repentinas e as ações tomadas pela alta administração para solucionarem eventuais “janelas” estratégicas vão direcionar 1 Autor: Pós-Graduado em Controladoria e Finanças Empresariais e graduado em Administração de Empresas pela Faculdade José Augusto Vieira. E-mail:[email protected] 2 Coautora: Pós-Graduanda em Gestão de Pessoas e Psicologia Organizacional e graduada em Administração de Empresas pela Faculdade José Augusto Vieira. E-mail: [email protected] 60 o rumo da atividade desenvolvida, nortear o seu desempenho e definir sua estadia no mercado. As organizações devem dar total atenção às mudanças que podem afetar de forma positiva ou negativa as empresas. Posteriormente inicia-se o processo de seleção das prioridades em função da gravidade dos problemas encontrados dentro da organização e assim é estabelecida uma sequência lógica para a implementação das ações, com foco nas prioridades. Tal ação é conhecida como Direcionamento Estratégico, ou seja, é o momento que se define o rumo que a instituição precisa seguir para sobreviver ou se sobressair em determinado cenário. Quando os fins por si só não atendem as necessidade passa a ser exigidas regras de decisão adicionais para que a empresa possa ter um crescimento ordenado e com lucros. Essas regras de decisão e diretrizes foram definidas em termos amplos como estratégia, ou, algumas vezes, como o conceito do campo de atuação da empresa. Esta abordagem é mais relevante, para organizações baseadas no conhecimento em que o processo de contribuição está difuso em seus vários níveis. Ante o exposto, esse estudo tem como objetivo geral: levantar informações relacionadas ao planejamento estratégico a fim de orientar as organizações para seu crescimento e desenvolvimento. Objetivos específicos: entender a importância do planejamento estratégico para as empresas; identificar os principais conceitos de planejamento estratégico; relacionar os principais tipos de planejamento e sua importância no ambiente corporativo. O presente trabalho justifica-se por sua aplicabilidade frente às oportunidades e ameaças que permeia as organizações constantemente, onde vários fatores são elencados como fatores preponderantes ao crescimento das empresas são estes: obstáculos institucionais, estatuários, culturais, a existência de perfeita comunicação interna e externa, a existência de sistema de reconhecimento de equipe, que venham de encontro com a Missão, Visão e Valores da empresa, etc. O planejamento estratégico é o processo administrativo que harmoniza sustentação metodológica para instituir a direção a ser seguida pela empresa, visando um grau de interação com os fatores internos e externos. ( OLIVEIRA, 2007), A construção de cenários é importante porque permite aos estrategistas agir com base em futuros prováveis e desconhecidos. É basicamente, uma ferramenta para discussão de ideias, que estimula a criação de um sistema 61 estruturado para monitorar tendências e eventos importantes. Os cenários ajudam a identificar o ponto futuro onde decisões relevantes terão que ser tomadas (LOBATO et al., 2006, p. 79.). O presente trabalho esta organizado em três seções: a primeira seção é a introdução, a segunda seção que corresponde ao referencial teórico, a terceira e ultima seção corresponde as considerações finais. Para o estudo foi utilizado como embasamento os teóricos: Oliveira (2007), Planejamento Estratégico; Chiavenato (2006) Administração Estratégica; Ackoff (1974) Planejamento Empresarial; Lobato (2006) Estratégias de empresas; Fernandes (2001) Administração inteligente; Ferreira (2006) Gestão empresarial. 2 REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico deste estudo será apresentado em cinco partes: 1) Conceituando planejamento; 2) princípios de planejamento; 3) tipos de planejamento; 4) evolução do pensamento estratégico; 5) estratégia empresarial. Nele estão descritos informações fundamentados nos estudos de diversos autores e correlacionados com possível aplicabilidade nas empresas nos dias atuais. 2.1 Conceituando Planejamento Planejamento é a função administrativa que define os objetivos e decide sobre os recursos e tarefas necessárias para alcançá-los adequadamente. A principal consequência do planejamento são os planos, estes não somente demonstram uma organização bem sucedida na realização de suas metas e objetivos, como também funciona como verdadeiros guias ou balizamentos (OLIVEIRA, 2007). O objetivo do planejamento é definir a missão, visão, valores e os objetivos e propriedades; determinar onde as coisas estão agora; desenvolver premissas sobre as condições futuras; identificar os meios para alcançar os objetivos; implementar os planos de ação e avaliar os resultados. Planejar significa olhar para frente, visualizar o futuro e o que deverá ser feito, elaborar bons planos, é ajudar as pessoas a fazer hoje as ações necessárias para melhor 62 enfrentar os desafios do amanhã. Em outros termos o planejamento constitui hoje um componente essencial em qualquer tipo de organização ou atividade. Corroborando com a pesquisa realizada sobre Planejamento, Chiavenato (2006) disse que este pode ser considerado como um processo constituído de uma série sequencial de seis passos: 1. Definição dos objetivos: O primeiro passo do planejamento é o estabelecimento dos objetivos que se pretende alcançar, ou seja, os objetivos da organização devem orientar todos os principais planos, servindo de base os objetivos departamentais. Os objetivos devem especificar resultados desejados e os pontos finais a que se pretende chegar, para se conhecer quais os passos intermediários para chegar lá. 2. Verificação da situação atual em relação aos objetivos: Simultaneamente à definição dos objetivos deve-se avaliar a situação atual em contraposição aos objetivos desejados, verificar onde se está e o que precisa ser feito. 3. Desenvolver premissas quanto às condições futuras: Premissas constituem os ambientes esperados dos planos em operação. Como a organização opera em ambientes complexos. Trata-se de gerar cenários alternativos para os estados futuros das ações, analisando o que pode ajudar ou prejudicar o progresso em relação aos objetivos. 4. Analisar as alternativas de ação: O quarto passo do planejamento é a busca e análise dos cursos alternativos de ação. Trata-se de relacionar e avaliar as ações que devem ser empreendidas. 5. Escolher um curso de ação entre as várias alternativas: O quinto passo é selecionar o curso de ação adequada para alcançar os objetivos propostos. Trata-se de uma tomada de decisão, em que se escolhe uma alternativa e se abandona as demais. A alternativa escolhida se transforma em um plano para alcance dos objetivos. 6. Implementar o plano e avaliar os resultados: Fazer aquilo que o plano determina e avaliar cuidadosamente os resultados para assegurar o alcance dos objetivos, seguir através do que foi planejado e empreender as ações corretivas à medida que se tornarem necessárias. 63 2.2 Princípios de Planejamento Para que os resultados da operacionalização do planejamento sejam os esperados, a empresa deve respeitar alguns princípios. Oliveira (2007, p. 6) separa-os em gerais e específicos. 2.2.1 Princípios gerais do planejamento Os princípios do planejamento dizem respeito aos fundamentos e bases nos quais todo planejamento deve ser elaborado. Segundo Oliveira (2007, p. 6) são quatro os princípios gerais para os quais o executivo deve estar atento: a) O princípio da contribuição aos objetivos e, nesse aspecto, o planejamento deve, sempre, visar aos objetivos máximos da empresa. No processo de planejamento devem-se hierarquizar os objetivos estabelecidos e procurar alcançá-los em sua totalidade, tendo em vista a interligação entre eles. b) O princípio da precedência do planejamento, correspondendo a uma função administrativa que vem antes das outras (organização, direção e controle). Na realidade, é difícil separar e sequenciar as funções administrativas, mas podese considerar que, de maneira geral, o planejamento do que e como vai ser feito aparece na ponta do processo. Como consequência, o planejamento assume uma situação de maior importância no processo administrativo. c) O princípio das maiores influência e abrangência, pois o planejamento pode provocar uma série de modificações nas características e atividades da empresa. Algumas dessas modificações são mostradas na figura abaixo. Figura 1: Principio do planejamento Planejamento Provoca modificação em Pessoas Tecnologia Fonte: Oliveira (2007, p.7) 64 Sistemas d) o princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade. O planejamento deve procurar maximizar os resultados e minimizar as deficiências. As modificações provocadas nas pessoas podem corresponder às necessidades de treinamento, substituições, transferências, funções, avaliações etc.; na tecnologia as modificações podem ser apresentadas pela evolução dos conhecimentos, pelas novas maneiras de fazer os trabalhos etc.; e nos sistemas podem ocorrer alterações nas responsabilidades estabelecidas, nos níveis de autoridade, descentralização, comunicações, procedimentos, instruções etc. Através desses aspectos, o planejamento procura proporcionar à empresa uma situação de eficiência, eficácia e efetividade. Lacombe e Heilborn (2003) afirmam que eficiência é descrita como a relação entre os insumos aplicados no processo e os resultados, isto é, fazer aquilo que está sendo feito da maneira certa, ou fazer corretamente as coisas, considerando todos os aspectos e sua tendência, mas sem considerar se o que está sendo feito é realmente o que deveria ser feito. Segundo os autores, a eficiência está relacionada aos meios e à forma utilizados para atingir os resultados, sem considerar se estes resultados são válidos. Para Oliveira (2007) eficiência é: Fazer as coisas de maneira adequada; Resolver problemas; Salvaguardar os recursos aplicados; Cumprir seu dever; e reduzir os custos. Eficácia é fazer a coisa certa ou correta; ou seja, aquilo que precisa ser feito para atingir os resultados que sejam válidos para a organização (LACOMBE e HEILBORN, 2003). Para Oliveira (2007) eficácia é: Fazer as coisas certas; Produzir alternativas criativas; Maximizar a utilização de recursos; Obter resultados; e aumentar o lucro. Na concepção de Oliveira (2007) efetividade é: Manter-se no mercado; Apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo (permanentemente). 65 2.2.2 Princípios específicos do planejamento São quatro os princípios de planejamento que podem ser considerados específicos, segundo Ackoff (1974, p. 28) a) Planejamento participativo: o maior benefício do planejamento é o processo desenvolvido e não o resultado final, ou seja, o plano em si. O planejamento deve ser elaborado pela própria empresa, pelas áreas pertinentes ao processo. b) Planejamento coordenado: os aspectos envolvidos devem ser projetados para atuarem de forma interdependente, para que o planejamento seja eficiente. c) Planejamento integrado: deve haver uma integração entre os planejamentos de todos os escalões da empresa, independente do porte que tenha a empresa. d) Planejamento permanente: o planejamento deve acompanhar as mudanças, ou seja, precisa ser flexível para se adequar às transformações do ambiente empresarial. Faz-se necessário que o gestor esteja atento aos princípios gerais e específicos do planejamento, para adquirir uma base sólida para a tomada de decisões a respeito do planejamento da empresa. 2.3 Tipos de Planejamento Segundo Chiavenato (2006) em relação aos níveis hierárquicos, há três tipos de planejamento como uma função administrativa. São eles: o planejamento estratégico, tático e operacional. 2.3.1 Planejamento estratégico O planejamento estratégico é o planejamento ou princípio de uma organização, como citado acima, este deve conter os demais planejamentos que as organizações possuem. Oliveira (2007) define este planejamento como sendo o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando otimizado grau de interação com os fatores externos - não controláveis - e atuando de forma inovadora e diferenciada. 66 O planejamento estratégico é, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção dos cursos de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta as condições externas e internas à empresa e sua evolução esperada. Também considera as premissas básicas que a empresa, como um todo, deve respeitar para que o processo estratégico tenha coerência e sustentação decisória. (OLIVEIRA 2007) A empresa não pode deixar de considerar a importância do planejamento estratégico para o seu sucesso. Isto não acontece como se fosse através de uma mágica; mas porque no planejamento estratégico está a descrição do ambiente, a situação atual da empresa e o que fez para chegar onde está no momento. A partir de um conjunto de informações relevantes é possível construir um caminho a ser trilhado pela empresa para atingir seus objetivos. 2.3.2 Planejamento tático Este tipo de planejamento é feito pela média gerência nos níveis intermediários, e funciona como um desdobramento do planejamento estratégico, para um bom desempenho da organização. O planejamento tático segundo Oliveira (2007) tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no planejamento estratégico. Para Oliveira (2007) o planejamento tático é desenvolvido pelos níveis organizacionais intermediários, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados. É um tipo de planejamento que deve fazer parte do planejamento estratégico da empresa, pois esta área está próxima da realidade onde acontecem de fato as operações que exigem maior controle para que não haja desperdício, e que os recursos sejam utilizados de forma eficiente. 2.3.3 Planejamento operacional 67 O planejamento operacional pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas. Portanto, nesta situação tem-se, basicamente, os planos de ação ou planos operacionais. (OLIVEIRA, 2007). Segundo Oliveira (2007) os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento tático. Cada um dos planejamentos operacionais deve conter com detalhes: Os recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação; Os procedimentos básicos a serem adotados; Os resultados finais esperados; Os prazos estabelecidos; Os responsáveis por sua execução e implantação. O planejamento operacional normalmente é elaborado pela baixa gerência e supervisores da organização, com foco nas atividades do dia-a-dia da empresa. Chiavenato (2006) diz que o planejamento é feito através de planos. O administrador deve saber lidar com diferentes tipos de planos, incluindo períodos de curto a longo prazo, como podem envolver a organização inteira, uma divisão ou departamento ou ainda uma tarefa. O planejamento estratégico é um processo organizacional competitivo de adaptação através de aprovação, tomada de decisão e avaliação. Procura responder a questão básica como: porque a organização existe, o que faz e como faz. O resultado do processo é um plano que serve para guiar a ação organizacional por um prazo de três a cinco anos. Para Chiavenato (2006) o planejamento estratégico apresenta cinco características fundamentais: Está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente mutável. Está voltado para as relações entre a organização e seu ambiente de tarefa; portanto, sujeito à incerteza a respeito dos eventos ambientais. Tem suas decisões baseadas em julgamentos e não em dados concretos. É orientado para o futuro. Seu horizonte de tempo é em longo prazo. Durante o curso do planejamento, a consideração dos problemas atuais é dada apenas 68 em função dos obstáculos e barreiras que eles possam provocar para um desejado lugar no futuro. É mais voltado para os problemas do futuro do que os de hoje. É compreensivo. Ele envolve a organização como uma totalidade, abarcando todos os seus recursos para obter efeitos de sinergia de todas as capacidades e potencialidade da organização. A resposta estratégia da organização envolve um comportamento global, compreensivo e sistêmico. É um processo de construção de consenso. Dada à diversidade dos interesses e necessidades dos parceiros envolvidos, o planejamento oferece um meio de atender a todos eles a direção futura que melhor convenha a todos. É uma forma de aprendizagem organizacional. Como está orientado para a adaptação da organização ao contexto ambiental, o planejamento constitui uma tentativa constante de aprender a se ajustar a um ambiente complexo, competitivo e mutável. O Planejamento estratégico se assenta sobre três parâmetros: a visão do futuro, os fatores ambientais externos e aos fatores organizacionais internos, é a visão que descreve o mundo em um estado ideal. A partir daí, examinam-se as condições externas do ambiente e as condições internas da organização. As empresas estão atentas e voltadas para a tarefa de se defrontar com as incertezas geradas por elementos incontroláveis e imprevisíveis do ambiente interno e do ambiente geral, cabendo aos dirigentes a competência de identificar ameaças e oportunidades para desenvolver estratégias cabíveis ao desenvolvimento e continuidade da organização. Para tanto, é necessária uma projeção de longo prazo envolvendo a empresa de forma global, integrando disponibilidade de recursos, capacidade e potencialidade e, principalmente, valer-se de decisões baseadas em julgamentos e perspectivas, haja vista a escassez ou omissão dos valiosos dados concretos. 2.4 Evolução do Pensamento Estratégico Tendo em vista a definição de estratégia é um termo criado pelos antigos gregos, para os quais significava um magistrado ou comandante-chefe militar. Este conceito a princípio utilizado apenas em organizações militares foi posteriormente apropriado e utilizado pelo ambiente de negócios, estando o seu desenvolvimento relacionado com o ritmo das transformações na sociedade em geral e no mundo empresarial em particular. (LOBATO, 2006) 69 Estas transformações estão relacionadas aos impactos da reestruturação produtiva de cada região derivadas de determinações econômicas. Pois, as transformações na base técnica de produção, ao longo do tempo acarretaram mudanças estruturais na indústria e nos serviços, bem como na estrutura ocupacional em virtude dos processos inovadores e da ruptura entre as trajetórias da produção e do emprego na evolução da economia. A seguir estão apresentadas as escolas do pensamento estratégico e suas características principais conforme aponta Lobato et al (2006): Primeira fase: a escola do planejamento financeiro Esta primeira fase data dos anos 1950, boa parte daquilo que se chamava planejamento financeiro era, na realidade, controle financeiro. A alta administração da empresa aprovava um orçamento para controlar o desempenho dos negócios em relação aos marcos contidos no orçamento anual. O responsável por determinar e aprovar os marcos desse controle financeiro era o executivo principal, visto como o grande estrategista de todo o processo. Em última análise, a escola do planejamento financeiro utilizava o enfoque top-down (de cima para baixo), no qual havia apenas um estrategista principal que era o executivo do topo da pirâmide organizacional. A escola do planejamento financeiro atuava segundo Lobato et al. (2006) de maneira altamente formal, quase mecanicamente programada e materializada pelo orçamento anual. Buscava a simplificação e a eficiência nos processos: a empresa estimava seus vários gastos com base na previsão de receitas e coordenava todos os recursos aos objetivos planejados. Uma de suas características era a ênfase na administração por objetivos (APO), conceito desenvolvido por Peter Drucker3. Sobre esta escola Lobato et al (2006) destaca uma desvantagem, esse tipo de planejamento normalmente gerava no executivo uma preocupação com um objetivo principal: cumprir o orçamento. O predomínio dessa mentalidade, ou seja, “seguir as 3 Peter Drucker é unanimemente considerado como o grande teórico da moderna gestão de empresas. Defendia que a organização em larga escala das empresas modernas constitui um dos mais importantes marcos da história humana, tendo desenvolvido uma dos conceitos mais inovadores ao nível da gestão: a gestão por objetivos. (NUNES, Paulo. Quem foi Peter Drucker. 2009. Disponível em: <http://www.knoow.net> Acesso em nov/2012. 70 regras”, acabava por inibir a capacidade empreendedora, uma vez que o risco era posto em segundo plano devido à miopia que priorizava atividades mais operacionais. Segunda fase: escola do planejamento a longo prazo O planejamento a longo prazo, fase correspondente à década de 1960, baseava-se na premissa de que o futuro seria estimado a partir da projeção de indicadores passadas e atuais, que poderiam ser melhoradas a longo prazo por uma intervenção ativa no presente. Nesse tipo de planejamento destacava-se segundo Lobato et al (2006) a técnica do preenchimento das lacunas existentes entre os pontos da projeção de referência e os pontos da projeção no cenário desejável. Desenvolvia-se a visão de futuro mediante a elaboração de cenários com mudanças que seguiam regras bem conhecidas de causa e efeito. O sistema de valores da empresa era voltado para a projeção do futuro, seguindo premissas tradicionais sobre mudanças e planejamento. Terceira fase: a escola do planejamento estratégico Na década de 1970 surgiu a escola do planejamento estratégico. A estratégia passou segundo Lobato et al (2006) a ser desenvolvida por um processo deliberativo do pensamento estratégico, no qual a técnica mais clássica era a análise swot. Essa técnica estava relacionada à avaliação do ambiente interno da empresa mediante a análise de suas forças e fraquezas, e do ambiente externo e suas oportunidades e ameaças. Nessa escola procurava-se criar um foco estratégico nas decisões empresariais, nas quais se enfatizava a importância tanto da eficiência quanto da eficácia na organização. Quarta fase: a escola da administração estratégica Embora aceitasse a maioria das premissas desenvolvidas anteriormente, essa escola conforme explica Lobato et al (2006) trouxe uma novidade: mostrou que a 71 implementação das estratégias era tão importante quanto a sua formulação e, ao estudar o conteúdo, destacou o lado prescritivo do pensamento estratégico. A escola de administração estratégica considera que a essência da formulação de uma estratégia é relacionar a empresa ao seu meio ambiente. Tal escola manteve apenas dois tipos básicos de vantagem competitiva para as organizações: baixo custo ou diferenciação. Essas vantagens para Lobato et al (2006), combinadas com o escopo de uma determinada empresa, foram identificadas por Porter4 como as três estratégias genéricas de competição: diferenciação, custo mínimo e foco. A escola da administração estratégica conseguiu criar e aperfeiçoar um conjunto de ferramentas analíticas para ajustar a estratégia genérica às condições vigentes no ambiente de negócios. Destacam-se nela os seguintes aspectos: análise da estrutura da indústria; estratégias competitivas – posições genéricas e identificáveis no mercado – e mercado -, o contexto econômico e altamente competitivo no qual as organizações obtêm margens de lucro baseadas no gerenciamento da cadeia de valor. (LOBATO et al., 2006). Lobato et al (2006) ressalta ainda que essa escola prestou uma importante contribuição ao pensamento estratégico: valorizou as pesquisas e forneceu um conjunto de conceitos com aplicação prática fundamentados em cálculos analíticos. Quinta fase: a escola da gestão estratégica Nos anos 1990, com as mudanças em ritmo cada vez mais acelerado, assistiu-se a valorização da gestão estratégica, que veio dar um enfoque mais sistêmico ao processo de planejamento. Além de “planejar estrategicamente”, era preciso organizar, dirigir, coordenar e controlar também estrategicamente. A implementação da gestão estratégica proporcionou segundo Lobato et al (2006) uma visão mais integrada e menos centralizada das funções administrativas. 4 Michael Eugene Porter é um professor da Harvard Business School, com interesse nas áreas de Administração e Economia. É autor de diversos livros sobre estratégias de competitividade. Estudou na Universidade de Princeton, onde se licenciou em Engenharia Mecânica e Aeroespacial. Obteve um MBA e um doutoramentoem Economia empresarial, ambos em Harvard, onde se tornou professor, com apenas 26 anos.Foi consultor de estratégia de muitas empresas norte-americanas e internacionais e tem um papel activo na política econômica. Do seu trabalho resultaram conceitos como a análise de indústrias em torno de cinco forças competitivas, e das três fontes genéricas de vantagem competitiva: diferenciação, baixo custo e focalização em mercado específico.(AKTOUF, Omar. Governança e pensamento estratégico: uma crítica a Michael Porter. RAE – Revista de Administração de Empresas. Jul/Set de 2002. São Paulo, v. 42, n. 3, p. 43-53. Disponível em: <http://www.lognet.com.br> Acessado em dez/2012. 72 A gestão estratégica procurou dar um enfoque sistêmico às funções estratégicas para estabelecer o equilíbrio entre as demandas dos ambientes interno e externo, bem como a integração de todos os setores da organização, no intuito de melhor alocar recursos para atingir os objetivos. Nessa escola, segundo Lobato et al. (2006), as funções se relacionavam dinamicamente entre si para atingir um objetivo, atuando sobre entradas (informação, energia ou matéria) e fornecendo saídas processadas (informação, energia ou matéria). Ainda de acordo com Lobato et al. (2006) cada função do processo de gestão estratégica não é um elemento separado, mas parte de um sistema maior, composto de várias funções inter-relacionadas, que buscam estar em sintonia com o meio ambiente. O todo aqui considerado é maior do que a soma das partes, constituindo o conceito de gestão estratégica numa ótica dinâmica, sinérgica e sistemática. Segundo o autor citado, o pensamento estratégico surgiu em função do sucesso das empresas, devido as mudanças cada vez mais rápidas de um mundo globalizado, que de certa forma impôs às organizações a implementarem um modelo estratégico de negócios, fato que os seus colaboradores, tendiam a ser criativos e habilidosos, pois sem essa junção não era e não é de grande valia para a empresa no desenvolvimento de cenários competitivos e de incerteza, em que a tomada de decisão correta é crucial para a sobrevivência de qualquer empreendimento. 2.5 Estratégia Empresarial Para Ferreira (2006) a estratégia passou a ocupar espaço no mundo empresarial em meados dos anos 60, em resposta à obsolescência dos tradicionais planejamentos a médio e longo prazos e à dificuldade desses instrumentos se adaptarem a um ambiente turbulento, em constante mutação. A partir da década de 80 o enfoque do planejamento estratégico ganhou amplitude, profundidade e complexidade, dando origem à administração estratégica. Os administradores passaram a perceber que com a definição clara da missão e da estratégica empresariais seus objetivos podiam ser mais facilmente atingidos. Como conceito, a estratégia compreende um dos vários conjuntos de regras de decisão para orientar o comportamento da organização, vista como uma ferramenta para 73 trabalhar com as turbulências e as condições de mudanças que cercam as organizações (ACKOFF, 1974). Já para Mintzberg (2000, p. 28), define "estratégia como uma forma de pensar no futuro, integrada no processo decisório, com base em um procedimento formalizado e articulador de resultados em uma programação". A estratégia empresarial igualmente chamada de estratégia de negócios, também pode ser entendida como um padrão ou um plano que integra de uma forma coesa os objetivos, as políticas e as ações de uma organização. Pode ser tanto global para toda a organização ou apenas setorial, onde envolve uma parte ou segmento da organização. Para ser eficaz, a estratégia deve apresentar um conjunto de características. As estratégias podem ser produto de um processo consciente e planejado ou estarem colocadas de forma implícita, mas internalizadas na cultura da organização e de seus gestores, como uma força que interliga a organização com seus ambientes: externo e interno (FERNANDES, 2001). Para elaborar a estratégia em âmbito global, visando atingir objetivos e comportamentos a longo prazo. E para atingir esses objetivos, são necessários os componentes da estratégia empresarial, que são o ambiente, a empresa e a adequação de ambos. Dessa forma, ela poderá desenvolver estratégias cooperativas ou competitivas. As estratégias empresariais serão factíveis, se forem emanadas da alta administração contemplando a organização em sua totalidade, ou seja, com visão sistêmica. Fazem parte dessa visão a cultura, a filosofia e as políticas empresariais, que formal ou informalmente, estão presentes em todas as organizações, as quais se relacionam diretamente com as informações empresariais produzidas e utilizadas na organização. A estratégia está relacionada com liderança em custos, diferenciação e enfoque, podendo também pode ser criada a partir do ambiente interno. 3 CONSIDERAÇÃOES FINAIS Diante de tantos artefatos que marcaram a evolução humana no tocante econômico, político e social devemos fazer uma ressalva sobre a importância do planejamento dentro das organizações, já que esta é considerada o “ponto chave” das 74 empresas no século XXI, pois se sabe que o planejamento envolve toda uma gama de informações e processos que norteiam as organizações. Assim, pode-se dizer que o planejamento empresarial são atividades estratégicas que englobam o planejamento, implementação e comunicação interna e externa, já que a administração voltada aos métodos empíricos e padronizados cedeu lugar a uma organização com métodos científicos e voltados para o mercado que está em constante movimento, ao tempo que tem colaborado com o aumento da eficiência das organizações, pois orienta os esforços da empresa para alcançar seus objetivos. Contudo, o planejamento estratégico vem ganhando força nos últimos anos. Oferecendo bases sólidas para as corporações no intuito de oferecer-lhes um futuro promissor, já que o mercado oscila constantemente implicando em tomadas de decisões permanentes dentro de contextos interdependentes e mutáveis em que o reflexo dessas ações vai nortear os rumos organizacionais. Com a economia globalizada toda organização necessita de um bom planejamento na utilização de métodos que visem o alcancem de seus objetivos, pois, sem planejamento e uma boa comunicação as ações tornam-se desordenadas podendo causar uma confusão na empresa, inclusive o seu fechamento. O fato é que o planejamento e a comunicação estão relacionados à arte de utilizar adequadamente os recursos físicos, financeiros e humanos, tendo em vista a minimização dos problemas e a maximização das oportunidades do ambiente da empresa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACKOFF, R. L. Planejamento empresarial. Rio de Janeiro: LTC, 1974. CHIAVENATO, Idalberto. Administração estratégica. São Paulo: Saraiva, 2006. FERNANDES, Almir. Administração Inteligente: Novos caminhos para as organizações do século XXI. São Paulo: Futura, 2001. FERREIRA, Ademir Antônio (et. al). Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias: evolução e tendências da moderna administração de empresas. São Paulo: Thomson Learning, 2006. LACOMBE, Francisco José Masset; HEILBORN, Gilberto Luiz José. Administração: princípios e tendências. – São Paulo – Saraiva, 2003. 75 LOBATO, David Menezes; FILHO, Jamil Moysés; TORRES, Maria Cândida; RODRIGUES, Murilo Alambert. Estratégias de Empresas. 7ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. MITZBERG, H; AHLSTRAND, B; LAMPEL J. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologia e práticas- 23ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007. 76