PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PDI UNICAP2011 a 2016 Apresentação Qualidade acadêmica que visa à excelência humana “A UNICAP nasceu de um sonho coletivo, conjugando pioneirismo pernambucano e tradição educativa jesuíta; cresceu em sintonia com a região e aberta à universalidade, entre desafios e oportunidades; consolidase graças à melhoria crescente da qualidade do ensino, à evolução de uma pesquisa pertinente e à efetivação de uma extensão comprometida.” O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), para o período de 2011-2016, foi elaborado, substancialmente, no ano do 60º aniversário da instituição. Melhor não poderia ser a oportunidade de articular avaliação e planejamento do nosso projeto universitário. A UNICAP nasceu de um sonho coletivo, conjugando pioneirismo pernambucano e tradição educativa jesuíta; cresceu em sintonia com a região e aberta à universalidade, entre desafios e oportunidades; consolida-se graças à melhoria crescente da qualidade do ensino, à evolução de uma pesquisa pertinente e à efetivação de uma extensão comprometida. Nesse processo dinâmico da vida universitária, o novo PDI é um marco importante, vislumbrando, com realismo e ousadia, o futuro próximo. Mais que um documento, o PDI da UNICAP atesta, por um lado, o amadurecimento da comunidade universitária, considerando tanto o processo de grande participação quanto a elaboração de propostas importantes e viáveis; por outro lado, revela a capacidade institucional de definir políticas, diretrizes e metas, segundo as exigências da Educação Superior e conforme a realidade própria, considerando tanto a região em que está situada quanto a sua natureza jurídica comunitária, segundo a Constituição Federal (art. 213). Nesse passo, o presente plano representa igualmente um posicionamento responsável da UNICAP diante dos desafios que lhe são postos pela contemporaneidade, no que tange ao avanço da Ciência e da Tecnologia, à formação de 1 profissionais competentes e éticos, à transformação da Sociedade, sobretudo nesse momento histórico em que o Brasil é instado a assumir um novo papel no mundo globalizado. Postulamos que a educação, notadamente a formação universitária, é uma das estratégias mais efetivas de um crescimento sustentável, aumentando a missão de uma instituição como a nossa. Conscientes de que o PDI é um instrumento referencial balizador da gestão e, ao mesmo tempo, um processo dinâmico e aberto, esperamos que, no período de 2011 a 2016, a UNICAP realize sua identidade e missão, segundo os aspectos indicados em sua “Carta de Princípios”: enraizada na região Nordeste, a UNICAP é parte de uma rede internacional de mais de 200 universidades; inspirada no humanismo cristão e na tradição educacional jesuíta, a Católica de Pernambuco está aberta ao diálogo dos saberes em busca da verdade e da humanização da própria humanidade; cumprindo as exigências de uma universidade brasileira, nossa IES busca a qualidade acadêmica visando à excelência humana. Prof. Dr. Pe. Pedro Rubens Ferreira Oliveira – Reitor PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL: POTENCIALIZAR O PRESENTE E PROJETAR O FUTURO. “O Plano de Desenvolvimento Institucional da UNICAP está alicerçado no princípio da formação ‘ética, humanista e cristã’, balizada na tradição e na atualidade da Companhia de Jesus”, e tem como principal objetivo a “melhoria da qualidade da educação, nos moldes humanistas, em consonância com a Missão da UNICAP, e com o principio da indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão.” O Plano de Desenvolvimento Institucional 2011-2016 da UNICAP - PDI está alicerçado no princípio das formações “ética, humanista e cristã”, balizada na tradição e na atualidade da Companhia de Jesus. Na trajetória histórica da UNICAP, ao longo dos seus 60 anos de existência, o planejamento institucional apresenta-se como uma proposta de futuro, assentada no presente, em que potencialidades e desafios, identificados nos processos avaliativos, constituem elementos propulsores de mudança. Desse modo, o conteúdo central do PDI (Políticas, Diretrizes e Metas) 2 refere-se a um futuro, um tempo que virá e, como tal, compromete-se com a transformação da realidade atual, levando em consideração as possibilidades concretas da instituição. Assim, pensar o futuro da UNICAP, tendo como lastro o conhecimento do passado e a vivência do presente, ensejou a construção do PDI 2011-2016 de forma participativa. A esse respeito, o PDI expressa importante mobilização da comunidade acadêmica, em torno da formulação de uma proposta de intervenção na realidade existente, objetivando a sua transformação. O processo de construção deste PDI foi organizado em cinco etapas que se imbricam e se complementam e que constaram dos estudos dos referenciais que norteiam a educação na UNICAP da consolidação do diagnóstico institucional e análise do contexto externo; da socialização do diagnóstico e dos estudos sobre o cenário externo e consequente construção de propostas; da formulação do PDI e da etapa do fazer acontecer, ou seja, a sua implementação, que contará com o monitoramento e a avaliação, de modo que, que quando sobrevierem as mudanças nos ambientes interno e externo, o rumo das ações tenha condições de ser corrigido Com essa intenção, é preciso aprimorar, constantemente, o processo avaliativo, de forma a colocá-lo a serviço do desenvolvimento institucional e da melhoria da qualidade da educação, nos moldes humanistas, em consonância com a Missão da UNICAP, e com o principio da indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão. PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL 1 Histórico e desenvolvimento da Universidade Católica de Pernambuco “O início da história da UNICAP remete ao ano de 1917, quando os Jesuítas, depois de longa ausência, voltaram a atuar no Recife e fundaram o Colégio Nóbrega.” Em 1943, criaram a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Manoel da Nóbrega, pedra fundamental para a instituição da Universidade Católica de Pernambuco, em 27 de setembro de 1951. O início da história da UNICAP remete ao ano de 1917, quando, em atendimento a uma solicitação do então arcebispo, Dom Sebastião Leme, os Jesuítas, depois de longa ausência, voltaram a atuar no Recife e criaram o Colégio Nóbrega. Com o passar dos anos, visando à continuidade do trabalho com os acadêmicos, sobretudo os egressos do referido colégio, os 3 Jesuítas solicitaram ao MEC fundar uma Faculdade de Filosofia destinada aos rapazes, uma vez que, na cidade, já existia uma para as moças. O pleito tornou-se realidade a partir de 18 de abril de 1943, quando foi criada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Manoel da Nóbrega. Autorizada pelo Decreto nº 12.042, de 23 de março de 1943, começou a funcionar com os cursos de Filosofia, Física, Matemática, Química, História e Geografia, Letras Clássicas e Letras Neolatinas. Alguns cursos autorizados pelo mesmo decreto, posteriormente, iniciaram suas atividades. Sua incorporação à futura Universidade Federal de Pernambuco chegou a ser cogitada, em 1946. Embora o intento não se tenha concretizado, na continuidade das atividades, os Jesuítas receberam a Faculdade de Ciências Econômicas, que também funcionava desde 1943. O Decreto nº 19.851, de 11 de abril de 1931, então vigente, regulamentava a constituição de novas universidades; para tanto, exigia a existência de, no mínimo, três faculdades: obrigatoriamente uma de Filosofia e outra de Direito, Engenharia ou Medicina; não havia determinações sobre a terceira. Havendo as faculdades de Filosofia e Economia para atender às exigências legais, iniciaram-se negociações com a Escola Politécnica de Pernambuco que, embora fundada em 1912, ainda não estava incorporada ao sistema universitário. As vantagens recíprocas oriundas da agregação ensejaram numerosas reuniões que conduziram à fundação da Universidade Católica de Pernambuco, no dia 27 de setembro de 1951. Nascia a primeira universidade católica do Norte-Nordeste e a quarta do país, cuja equiparação foi concedida pelo Decreto nº 30.417, de 18/01/1952. No presente ano de 2011, enquanto atinge a marca de sessenta anos como universidade, essa reconstituição dos principais trajetos e compromissos da UNICAP permite afirmar que a sua história registra a autoafirmação de uma instituição que aspira à busca de melhor qualidade e a concretiza sem esquecer o propósito de sua autotranscendência. Os dois movimentos são efetuados em meio a muitas limitações. Todavia, se as limitações fossem impedimento para evolução, a UNICAP seria apenas a lembrança de um sonho que se tornara realidade efêmera. Não foi esse o caso. Exercendo papel inestimável em toda a região Nordeste, nossa “jovem sexagenária” universidade se afirma no presente enquanto se projeta para o futuro. Os compromissos com a verdade libertadora e a promoção da vida perpassam sua trajetória. A projeção de sua continuidade encontra raízes no denodo e no dinamismo de todos que, alicerçados na fé, sonharam-na no passado, conduziram-na no tempo e a compõem na atualidade. A sua história é conduzida por forças que extrapolam os idealismos humanos, embora os inspirem e deles façam uso. 4 A UNICAP, hoje, consiste em um complexo educacional, localizado no centro urbano do Recife, no bairro da Boa Vista, ocupando mais de 51.134,46 m² de área de terrenos contíguos e 67.646,58 m² de área construída. Nesse complexo, funcionam os cursos desde a educação fundamental à pós-graduação stricto sensu. Na educação básica: Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante em Administração, Contabilidade e Desenho, sob a responsabilidade do Liceu Nóbrega.] 2 Princípios, Missão e Objetivos Institucionais “A Carta de Princípios da Universidade Católica de Pernambuco é o seu marco referencial. Nela, estão definidos os princípios que fundamentam a sua Missão, orientam as suas atividades e definem o seu modo de ser no mundo; é o ponto de referência sobre o qual ela se reconhece e se autodetermina como uma Universidade que tem, como finalidade, a formação integral da pessoa humana.” A Carta de Princípios da Universidade Católica de Pernambuco é o seu marco referencial. Nela, estão definidos os princípios que fundamentam a sua Missão, orientam as suas atividades e definem o seu modo de ser no mundo; é o ponto de referência sobre o qual ela se reconhece e se autodetermina como uma Universidade que tem, como finalidade, a formação integral da pessoa humana. A consciência e o comprometimento com a ética humanista e cristã são os fundamentos que guiam e inspiram sua vida acadêmica e perpassam todas as suas atividades, tanto na produção e disseminação da cultura, quanto na prestação de serviços à comunidade. 2.1 Princípios educar nos valores, inspirados na visão cristã do mundo e do ser humano e na tradição e atualidade da Companhia de Jesus, de modo a formar pessoas capazes de preservar o primado do ser humano e de contribuir para a construção de um mundo onde reinem a verdade e a justiça; realizar a sua função social, que se expressa no compromisso regional e no fortalecimento do seu caráter comunitário; 5 promover a indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão, num esforço continuado em busca da melhor qualidade. 2.2 Missão e objetivos institucionais É Missão da UNICAP preservar, elaborar e transmitir o conhecimento, de modo a formar o ser humano para desempenhar uma atitude construtiva, a serviço de sua comunidade e de sua Região. Essa Missão se explicita nos seguintes objetivos: educar, em nível superior, através do sistema indissociável do Ensino, Pesquisa e Extensão; estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais; formar profissionais, nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção e participação no desenvolvimento da sociedade brasileira e suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional; incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da Ciência, da tecnologia e da criação e difusão da cultura; promover a difusão das conquistas e benefícios, resultantes da criação cultural e das pesquisas científicas e tecnológicas que forem gerados; praticar o intercâmbio e a cooperação com Instituições educacionais, científicas e culturais, brasileiras e estrangeiras; propiciar, em todos os setores universitários, uma formação e vivência ético-cristã, pessoal e comunitária, de modo a conduzir os seus membros para um compromisso responsável; promover, em conjunto com o poder público, o Ensino Fundamental e Médio. 3 Visão e Objetivos Estratégicos 3.1 Visão 6 “A visão da UNICAP é ser uma Universidade de referência que tem a excelência acadêmica como caminho para chegar à excelência humana, capaz de aliar a inovação à preservação da tradição humanista, formando seres humanos profissional e eticamente responsáveis e comprometidos com o desenvolvimento local, regional e nacional.” A visão da UNICAP é ser uma Universidade de referência que tem a excelência acadêmica como caminho para chegar à excelência humana, capaz de aliar a inovação à preservação da tradição humanista, formando seres humanos profissional e eticamente responsáveis e comprometidos com o desenvolvimento local, regional e nacional. 3.2 Objetivos Estratégicos Promover a excelência acadêmica nas atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão visando à excelência humana. Desenvolver atividades que promovam o exercício contínuo de um comportamento ético que se manifeste nas relações institucionais. Promover a Pesquisa, em articulação com o Ensino e a Extensão, como atividades comprometidas com o desenvolvimento da sociedade, tendo a inovação tecnológica como instrumento de apoio. Criar condições para ampliar a atratividade e a produtividade da Instituição. Promover a expansão das atividades de Extensão, orientadas pelo princípio do compromisso social, em sintonia com os desafios postos pelos contextos econômico, político e social. Implementar um modelo de gestão participativa, visando à integração entre as funções administrativas, acadêmicas e comunitárias. Criar mecanismos que fortaleçam as condições de sustentabilidade financeira e que viabilizem uma constante melhoria da infraestrutura, necessária às atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão. Consolidar o sistema do planejamento, nas esferas das gestões acadêmicas, administrativa e comunitária, com base na avaliação institucional. 7 4 Áreas de atuação A UNICAP atua nas diversas áreas acadêmicas e destaca-se, em sua longa tradição, no ensino de graduação e de pós-graduação, na pesquisa, na extensão e na assistência social: Na educação superior, a UNICAP atua nas seguintes áreas: Ciências Biológicas Ciências Exatas e da Terra Letras Ciências Humanas Ciências da Saúde Ciências Sociais Aplicadas Engenharias Respeitado o princípio da indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão, a UNICAP destaca-se pela sua longa tradição, no ensino de graduação e de pós-graduação, na pesquisa, na extensão e na assistência social: Ensino – a UNICAP já diplomou 66.625 discentes dos diversos Cursos de Graduação e concedeu Título de Mestre em Ciência a 318 graduados. Em 2010, a Universidade ofereceu Cursos de Graduação nas áreas das Ciências Jurídicas, das Ciências Biológicas e Saúde, das Ciências Humanas e Sociais, das Ciências Tecnológicas e das Ciências da Religião; cursos de Pós-graduação Lato Sensu (Especializações e MBAs); Cursos de Pósgraduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado); Pesquisa – esta Universidade conta com grupos de pesquisas, cadastrados na Plataforma do CNPQ, envolvendo a participação de pesquisadores (docentes, discentes e técnicos) que atuam em diferentes campos do conhecimento ressaltando-se nessa área de atuação o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica – PIBIC e a existência de 3 Comitês: Comitê de Ética, Comitê Científico de Pesquisa e Comitê Científico de Iniciação à Pesquisa; 8 Extensão – nessa área, desenvolvem-se atividades como intervenções sociais, cursos e serviços, que, integrando diversas áreas de conhecimento, possuem um caráter acadêmico por meio da associação com o ensino e a pesquisa. As atividades, sempre que possível, são desenvolvidas com parceiros governamentais (Governo Federal, do Estado, e das Prefeituras Municipais) e organizações empresariais (Institutos de Responsabilidade Social e Empresas), além de organismos internacionais multilaterais, a exemplo da UNESCO e FIUC; Assistência Social – a UNICAP, como Instituição beneficente, desenvolve programas e projetos assistenciais, de forma contínua e permanente, nas áreas de educação (concessão de bolsas a estudantes), de saúde (assistência psicológica, fonoaudiológica, fisioterápica e terapêutica ocupacional) e de assistência social (jurídica, pastoral, cultural, atendimento às pessoas com necessidades especiais e às demandas sociais das comunidades populares) entre outros. 5 Organização didático-pedagógica da Instituição A organização didático-pedagógica da UNICAP está orientada/estruturada para alcançar o objetivo de formar pessoas e profissionais capazes de atuar em diferentes espaços sociais e econômicos, de modo autônomo e comprometido com a transformação da sociedade. A organização didático-pedagógica da UNICAP está orientada para alcançar o objetivo de formar pessoas e profissionais capazes de atuar em diferentes espaços sociais e econômicos, de modo autônomo e comprometido com a transformação da sociedade. Desse modo, as orientações didática e pedagógica expressam os valores consubstanciados na missão, nos objetivos permanentes e na visão da Universidade. Principais orientações: organicidade do sistema de planejamento institucional pela integração entre os diferentes níveis de planejamento, de modo que o Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI sirva de referência para a construção dos Projetos Pedagógicos dos Cursos - PPCs e estes, por sua vez, constituam-se em eixos norteadores para elaboração dos Planos de Ensino das Disciplinas; 9 uso da avaliação institucional como integrante dos diferentes níveis de planejamento, fornecendo subsídios para o aperfeiçoamento do trabalho educativo; implantação de uma dinâmica curricular que possibilite a vivência de novas formas de aprendizagem, cuja pesquisa (produção do conhecimento), e extensão (comunicação proativa com a sociedade) atue como elementos constitutivos dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação; atualização da estrutura curricular dos curso de modo a favorecer o diálogo entre a tradição e as novas fronteiras do conhecimento, com vistas ao atendimento das necessidades emergentes do mundo contemporâneo; superação do “conteudismo” pela articulação teoria e prática, ruptura com o paradigma da reprodução do conhecimento e da sociedade, tendo a integração dos campos científicos como recurso para aproximar os saberes acadêmicos, com a totalidade e a concreticidade da sociedade; flexibilidade curricular pelo desenvolvimento de atividades que propiciem o aprofundamento de conhecimentos, ampliação da cultura geral e a superação de lacunas de aprendizagem, tanto em relação à formação básica, quanto à formação diferenciada exigida por cada profissão; introdução de perspectivas interdisciplinares como procedimentos propulsores do diálogo entre os componentes que materializam a estrutura curricular, combatendo a fragmentação dos conteúdos e o trabalho docente isolado. Esse conjunto de orientações sinaliza para uma organização didático-pedagógica em que a revisão dos currículos ultrapasse o simples “rearranjo de disciplinas” e avance no sentido de considerar as dimensões epistemológica (concepção de conhecimento), pedagógica (concepções de aprender e de ensinar) e política (intencionalidade da prática educativa). Caminhar nessa direção implica definir um plano de atendimento às diretrizes pedagógicas no que concerne às inovações consideradas significativas, especialmente quanto à flexibilidade dos componentes curriculares; às oportunidades diferenciadas de integralização curricular; às atividades práticas e estágio; ao desenvolvimento de materiais pedagógicos e à incorporação de avanços tecnológicos. 10 6 Políticas para o ensino, a pesquisa, a extensão e ação comunitária “A concepção que vai orientar as políticas, diretrizes e metas de ensino na UNICAP é aquela que compreende o trabalho pedagógico como a construção/reconstrução do conhecimento, de forma dialógica, a partir do saber historicamente produzido” 6.1 Ensino A concepção que vai orientar as políticas, diretrizes e metas de ensino na UNICAP é aquela que compreende o trabalho pedagógico como a construção/reconstrução do conhecimento, de forma dialógica, a partir do saber historicamente produzido. Isso significa dizer que ensinar implica fazer ciência de forma contextualizada em determinado tempo e espaço, articulada com a complexa realidade exterior e com os anseios dos sujeitos envolvidos. Trata-se de um ensino vinculado à pesquisa e à extensão que se contrapõe ao “conteudismo “e ocupa-se com a formação de pessoas com valores ético – cristãos, cidadãos críticos, profissionais autônomos, competentes e comprometidos com o desenvolvimento da sociedade, pautado na solidariedade e na justiça social. Esse entendimento orienta a ressignificação do ensino, conservando a tradição da companhia de Jesus, e buscando a excelência, ou seja, fazer o melhor possível de maneira certa em direção ao “MAGIS: o melhor serviço”. Trilhar esse caminho exige o desenvolvimento da formação continuada de todos os que atuam na UNICAP alicerçada no estímulo “à vontade de aprender”. A seguir, as políticas diretrizes e metas gerais ao ensino de graduação e de pós-graduação. 6.1.1 Graduação “O ensino de graduação, na Universidade Católica de Pernambuco, tem como princípio básico e fundamento metodológico a articulação com a pesquisa e a extensão. Nessa perspectiva, visa à formação de profissionais preparados para atuar com competência técnica e política, em diversas áreas do mundo do trabalho, da cultura e da sociabilidade, guiados pela ética e comprometidos com a construção de uma sociedade inclusiva.” 11 O ensino de graduação, na Universidade Católica de Pernambuco, tem como princípio básico e fundamento metodológico a articulação com a pesquisa e a extensão. Nessa perspectiva, visa à formação de profissionais preparados para atuar com competência técnica e política, em diversas áreas do mundo do trabalho, da cultura e da sociabilidade, guiados pela ética e comprometidos com a construção de uma sociedade inclusiva. O alcance dessa finalidade exige que o ensino de graduação promova a expansão e a consolidação de cursos inovadores e direcionados para o atendimento às demandas emergentes do desenvolvimento socioeconômico da região nordeste e do país, formando docentes profissionais cidadãos socialmente engajados, capazes de intervir, de forma crítica e criativa, na realidade. Nessa direção, os cursos de bacharelado, licenciatura e tecnológicos devem preocupar-se em oferecer uma sólida formação acadêmica e profissional aliada à possibilidade efetiva de participação dos graduandos em projetos e ações sociais. Trata-se de um processo formativo capaz de articular, de forma significativa, conhecimentos, habilidades e atitudes, objetivando o desenvolvimento integral da pessoa humana. Essas preocupações devem ser assumidas e traduzidas de forma concreta, nos Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs), entendidos para além das formalidades e exigências legais e técnicas, como uma prática social comprometida com um conjunto de possibilidades capazes de serem convertidas em realidades, em um determinado tempo. Sob esse prisma, os Projetos Pedagógicos buscam a excelência do ensino em todos os cursos oferecidos, considerando a diversidade e as necessidades do público atendido, a atualidade científica e a tecnológica, além de proporcionar a articulação entre unidade e pluralidade, teoria e prática, formação inicial e continuada. 6.1.2 Pós-graduação “As políticas, diretrizes e metas para a Pós-graduação foram definidas tomando por base a interação entre ensino, pesquisa e extensão. Consideram, também, a formulação e a proposição de novos programas de mestrado e doutorado, a consolidação dos existentes e o fomento da Pósgraduação Lato Sensu.” As políticas, diretrizes e metas para a Pós-graduação foram definidas tomando por base a interação entre ensino, pesquisa e extensão. Consideram, também, a formulação e a proposição de novos programas de mestrado e doutorado, a consolidação dos existentes e o fomento da Pós12 graduação Lato Sensu. Com essa finalidade, pretende-se adotar uma política institucional que proporcione um maior suporte administrativo e financeiro à Pós-graduação. Além da pesquisa acadêmica financiada com recursos próprios e por meio das agências de fomento, a Universidade poderá diversificar suas fontes de financiamento por meio da apresentação de projetos ao setor privado e a organismos estaduais e federais, além da realização de convênios com empresas. Esses projetos podem contribuir significativamente para a ampliação da infraestrutura necessária para o desenvolvimento da pesquisa e para a sustentabilidade financeira da Universidade. Podem, ainda, possibilitar o engajamento na pesquisa de discentes não contemplados com bolsas das agências de fomento, bem como colaborar para a Universidade e fortalecer o seu compromisso de transferência de conhecimento científico para a sociedade, com ênfase nos setores produtivos das economias local e nacional. Atualmente, a Pós-graduação da Universidade Católica de Pernambuco possui 6 (seis) Programas amplamente reconhecidos pela comunidade científica, pela qualidade da pesquisa acadêmica realizada. Esses programas oferecem a modalidade de Mestrado e um Doutorado Acadêmico. São eles: Mestrado em Psicologia Clínica, Mestrado em Ciências da Linguagem, Mestrado em Ciências da Religião, Mestrado em Direito, Mestrado em Engenharia Civil, Mestrado em Desenvolvimento de Processos Ambientais e um Doutorado em Psicologia Clínica. 6.2 Pesquisa “O desenvolvimento da pesquisa institucional na UNICAP acontece devido aos investimentos realizados nos últimos 10 anos, tanto na capacitação docente como na contratação de novos doutores” O desenvolvimento da pesquisa institucional na UNICAP acontece devido aos investimentos realizados nos últimos 10 anos, tanto na capacitação docente como na contratação de novos doutores. Os investimentos, também, foram destinados à Gestão, com destaque para implantação da Coordenação Geral de Pesquisa e a criação de três Comitês Científicos: o Comitê Científico de Iniciação à Pesquisa, o Comitê Científico de Pesquisa e o Comitê de Ética em Pesquisa, esse último ligado à Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (CONEP). Entre os instrumentos de gestão na área da pesquisa, vale salientar a existência de uma regulamentação que estabeleceu a estruturação de um banco de dados e o cadastramento de Grupos de Pesquisa no CNPq. 13 Atualmente, a UNICAP participa do Diretório Nacional de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o que favorece o crescimento do volume de projetos de pesquisa e desenvolve o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), com diretrizes, verbas e bolsas próprias, com valores equivalentes aos do CNPq, para incentivar as vocações científica e tecnológica dos estudantes de graduação; além do mais, está engajada no PIBIC CNPq, no Programa de Bolsas da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco – FACEPE, que disponibiliza bolsas para o PIBIC UNICAP e para o PIBIC JÚNIOR, endereçado aos discentes do Ensino Médio do Liceu de Artes e Ofícios e no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBIT). A consolidação da Pós-graduação stricto sensu vem contribuindo sobremaneira para o avanço da pesquisa, integrando pesquisadores e discentes em projetos interinstitucionais, a exemplo do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (PROCAD). O estímulo da CAPES à participação em eventos científicos e à publicação em periódicos, nacionais e internacionais, oferece condições de maior visibilidade à atividade de pesquisa. 6.3 Extensão “A UNICAP concebe a Extensão como prática acadêmica e social que efetiva a mediação entre a universidade e a sociedade, caracterizando-se como ação de um sujeito coletivo (Universidade), com racionalidade e intenção de incidir sobre os caminhos da própria sociedade.” A UNICAP concebe a Extensão como prática acadêmica e social que efetiva a mediação entre a universidade e a sociedade, caracterizando-se como ação de um sujeito coletivo (Universidade), com racionalidade e intenção de incidir sobre os caminhos da própria sociedade. Essa intencionalidade define o caráter acadêmico da Extensão, traduzindo-a em um princípio ético da pesquisa e do ensino, em um parâmetro epistemológico da pesquisa e em um parâmetro pedagógico do ensino. Como um princípio ético da pesquisa, a Extensão possibilita que, nas relações com a sociedade, o procedimento investigativo possa construir suas opções sociopolíticas, superando os riscos da pseudoneutralidade, pois é, nas relações entre sujeitos, que os valores éticos são construídos. Na qualidade de parâmetro epistemológico, a extensão é determinante para superar o redutivismo da relação sujeito-objeto. A relação com a realidade pode propiciar, por exemplo, 14 a sua problematização a partir dos sujeitos e com os "sujeitos" da pesquisa. Além disso, relações de respeito com a sociedade podem conduzir a pesquisa e o pesquisador ao diálogo com as outras ordens de conhecimento, reconhecendo a relatividade da própria verdade científica. A Extensão assume o papel de um princípio ético no ensino, à medida que, buscando formar seres humanos que se coloquem a serviço da sociedade, possibilita o aprendizado do saber-conviver, mediando a construção dos valores éticos por meio das e nas relações sociais e intersubjetivas. Como parâmetro pedagógico, a extensão possibilita o saber-fazer por meio do aprender-fazendo. Com efeito, a participação dos estudantes e docentes em atividades de extensão pode problematizar o conhecimento presente nas relações de ensino aprendizagem, além de propiciar o surgimento de novos problemas e novos conhecimentos. 6.4 Ação Comunitária “O objetivo precípuo da Pró-reitoria Comunitária é ser o eixo integrador entre a universidade e a comunidade, promovendo atividades que envolvam seus diversos segmentos, tanto de forma Ad Intra, como de maneira Ad Extra.” Internamente, busca incentivar toda a comunidade universitária, a saber, docentes, discentes, gestores e funcionários, a participarem de atividades que os façam sentir parte do complexo educacional da Universidade Católica de Pernambuco. Esse complexo é significativamente amplo, uma vez que também engloba os discentes do Colégio de Aplicação Liceu Nóbrega, do Projeto Fé e Alegria, assim como os discentes egressos da instituição. Externamente, estabelece relações de proximidade e integração com a sociedade, buscando promover uma dinâmica de integração com a comunidade que convive em seu entorno, na cidade do Recife e em toda a região. Sendo a Universidade Católica uma instituição de vocação humanista, tem como um dos seus princípios norteadores a promoção de eventos que visem à formação integral de seus membros, articulando fé, ciência e cultura, independentemente de credo ou religião. Nesse sentido, a Procom atua em estreita sintonia com o Instituto Humanitas UNICAP, disponibilizando cursos, seminários, palestras e outros eventos acadêmicos, culturais e artísticos que propiciem uma ampla participação de seus membros, assim como de toda a sociedade. As 15 práticas desportivas também são fonte de integração não só no âmbito da universidade como também no ambiente externo. Através do Intercâmbio com outras IES, nacionais e internacionais, promove a mobilidade acadêmica, recebendo discentes de outras instituições e enviando seus estudantes para cursos no Brasil e no exterior, oferecendo-lhes oportunidade de crescimento pessoal em um mundo cada vez mais globalizado. 6.5 Avaliação e Planejamento “A Avaliação, no contexto da UNICAP, fundamenta-se nas aprendizagens construídas ao longo das experiências e projetos vividos por essa Instituição, a partir da década de 1980, e nas Diretrizes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), instituído pela Lei nº 10.821” A Avaliação, no contexto da UNICAP, fundamenta-se nas aprendizagens construídas ao longo das experiências e projetos vividos por essa Instituição, a partir da década de 1980, e nas Diretrizes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), instituído pela Lei nº 10.821, de 14 de abril de 2004, regulamentado pela Portaria nº 2.051, de 09 de junho de 2004. Vale salientar que a UNICAP vem, ao longo de sua história, exercitando transformar as potencialidades e fragilidades captadas no processo avaliativo em ações que possam expandir e promover a melhoria da qualidade da educação. Recentemente, os desafios postos para a Instituição impeliram a articulação entre avaliação e planejamento, no sentido de alinharem-se ao grande esforço, no que tange à gestão de decidir, com base nos resultados dos processos avaliativos, respeitados os padrões de excelência acadêmica e de sustentabilidade financeira. Desse modo, a Avaliação Institucional constitui-se uma prática que vai muito além da atribuição de méritos às questões formais relativas à Gestão, à Infraestrutura, à Pesquisa, à Extensão e ao Ensino. Trata-se de uma avaliação que busca questionar a relevância do trabalho educativo, desenvolvido pela UNICAP, na ótica da sociedade em geral e dos sujeitos que escrevem e constroem a história institucional. Essa compreensão põe em evidência o compromisso da avaliação com a transformação da Universidade que temos na Universidade que queremos. 16 Nesse cenário, o Planejamento Institucional, consolidado neste PDI, aparece como um processo impulsionador de reflexões e sistematizador de intenções capazes de tornarem todos os segmentos universitários em sujeitos responsáveis pela efetivação desse planejamento na prática. 17