Imprensa – 40 textos subdivididos em sub temas denominados: imprensa (24);
midia (7); cartoons ( 9).
1. ALBUQUERQUE, Caio Rodrigo Notícia versus História de vida: O Jornalismo
e o relato de testemunhas do regime militar em Piracicaba. São Paulo:
UNESP/Bauru, 2002. Resumo: Essa tese estuda as representações que
ocorreram no período de 1964 à 1985, período do regime militar no Brasil, por
meio do estudo jornalístico, do jornal de Piracicaba, a fala de testemunhas da
época e com religiosos, políticos, estudantes, professores, jornalistas e militares
que viveram este período na cidade, confrontando o discurso político e os relatos
buscaram construir a história das relações entre Piracicaba e o regime pós 1964.
2. AQUINO, Maria Aparecida de. Censura, Imprensa, Estado Autoritário 196878: O Exercício Cotidiano da Dominação e da Resistência; O Estado de São
Paulo e Movimento. São Paulo: USP, 1990. Mestrado Resumo: Este trabalho
representa uma analise das relações estabelecidas entre a censura previa, a
imprensa escrita e o estado autoritário brasilieiro pós-64. Realizou-se uma
pesquisa envolvendo os materiais produzidos e vetados por dois orgãos de
divulgação diferenciados em momentos históricos distintos, a saber: o estado de
s. Paulo (1972-75), representante da grande imprensa e movimento (1975-78) da
alternativa. Colheram-se depoimentos de nove profissionais da imprensa, de
algum modo, relacionados com o momento histórico referido em que houve a
interferência política no sentido da limitação da liberdade de expressão. A
originalidade desta pesquisa prende-se ao fato de que busca captar o aspecto
multifacetado e nao aleatório da censura previa, ao lado da diversidade de
reações de resistência por parte de orgãos de divulgação da imprensa escrita,
paralelamente a multiplicidade de conflitos que interferem na atuação do estado
autoritário brasileiro pós-64. Isto através da pratica cotidiana vivenciada pelos
produtores de noticias (jornalistas) e pelos encarregados do impedimento de sua
veiculação (censores). Encara-se este trabalho como uma abertura para uma
variedade abordagens possíveis no exercício com a temática da censura previa a
imprensa escrita, frente à imensidão de material que ainda se encontra a
disposição do pesquisador.
3. ARAÚJO, Luís Carlos Elblak de. O versus e a imprensa alternativa. São Paulo:
USP 2001. Mestrado Resumo: Este trabalho representa uma análise do jornal da
imprensa alternativa versus, que circulou em São Paulo e posteriormente em
algumas capitais brasileiras entre 1975 e 79 durante, portanto, o regime militar
no Brasil (1964-1985). Fiz uma pesquisa junto à coleção completa do periódico
ao todo, 34 edições, buscando analisar em seus textos a visão que este jornal
tinha da América Latina, um de seus principais temas nos quatro anos de
existência. Colhi alguns depoimentos de jornalistas participantes de versus e
consultei também, apenas como fonte de apoio, outros jornais da época
estudada. A originalidade desta pesquisa consiste no fato de se tentar traçar a
visão que versus tinha da América Latina, questionando o papel deste jornal no
cenário da imprensa brasileira dos anos de 1970.
4. BIROLI, Flávia. João Goulart e o golpe de 1964 na imprensa, da transição aos
dias atuais: uma análise das relações entre mídia, política e memória. I
Congresso Anual da Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação e
Política. Resumo: Este trabalho é parte de uma pesquisa sobre as representações
do golpe de 1964 e da ditadura militar recente, na imprensa brasileira, nas
últimas décadas. O material coletado e analisado consiste em textos publicados
em alguns dos principais jornais e revistas do país (jornais Folha de S. Paulo, O
Estado de S. Paulo, O Globo, Jornal do Brasil e Correio Braziliense; revistas
Isto é, Época, Veja e Carta Capital), nos aniversários de 20, 30 e 40 anos do
golpe; no momento da transferência do poder aos civis, em 1985; e no noticiário
relacionado à publicação, pelo Correio Braziliense, no segundo semestre de
2004, de fotos que seriam de Wladimir Herzog antes de ser assassinado em uma
cela do Doi-Codi, em São Paulo.
5. DELGADO, Márcio de Paiva, “O Golpismo Democrático” Carlos Lacerda e o
Jornal Tribuna da Imprensa na Quebra da Legalidade (1949-1964).
Universidade Federal de Juiz de Fora. 2002. Mestrado Resumo: o autor aponta
como o jornalista Carlos Lacerda utiliza-se do Jornal Tribuna da Imprensa do
qual era proprietário, redator e editor para atacar o governo, construir um
discurso contra as esquerdas e em determinados momentos defendendo um
discurso claramente golpista que defendia a quebra da legalidade por uma
suposta verdadeira democracia diferente e sem as influências da nascida ao
apagar das luzes do Estado Novo.
6. GAZZOTI, Juliana. “Imprensa e Ditadura: a revista Veja e os governos
militares”.São Paulo, São Carlos: UFSCAR,1998. Mestrado. Resumo: A
análise das relações entre imprensa e poder constitui uma lacuna na Ciência
Política brasileira. No decorrer do período militar brasileiro, a grande imprensa
sofreu muitas transformações. De modo sucinto, é possível dizer que, entre os
anos de 1964 e 1985, o próprio governo preparou o terreno para o
desaparecimento dos órgãos familiares e relativamente independentes, fazendo
surgir jornais e revistas cada vez menos "ideológicos" e mais voltados para o
mercado. Além disso, foi irregular e instável o caminho das relações entre certos
órgãos de imprensa e os sucessivos governos militares. Por isso, chamou nossa
atenção que a revista Veja não tivesse conquistado até aqui a atenção que
merecia por sua posição de principal semanário brasileiro e como exemplo de
transformação de nossa imprensa, com recursos a elementos visuais importados
de exemplos americanos. Veja surgiu em setembro de 1968, como órgão da
Editora Abril, dirigida pelo jornalista Nino Carta, um dos principais operadores
da modernização da imprensa com base em veículos formalmente avançados e
voltados para uma nova classe média. Com isso, do nosso ponto de vista, Veja
encaixava-se no Jürgen Habermas chamou de "jornalismo empresarial". Desta
maneira, analisamos a construção do discurso da revista frente a três contextos:
o posicionamento do governo e das oposições nas sucessões presidenciais; os
mecanismos de censura de repressão instalados pelo regime militar; e a
consolidação da indústria cultural no país. Constatamos, com isso, a postura
centrista assumida por Veja no período ditatorial por meio de sua coerência ao
defender a abertura política do regime, das suas formas de aceitação e resistência
em relação à censura e da sua conivência com as políticas econômicas do
governo.
7. GAZZOTTI, Juliana. Jornal da Tarde (1966-75): ideologia liberal e ditadura
militar? Santa Catarina: UFSC, 2004. Doutorado. Resumo: Este trabalho traz a
análise do Jornal da Tarde (JT) ? vespertino paulista fundado em 4 de janeiro de
1966 ? e suas relações com a ditadura militar. O período focalizado vai do
surgimento do novo jornal do grupo O Estado de S. Paulo até a extinção da
censura prévia em sua redação ocorrida no dia 4 de janeiro de 1975. O Jornal da
Tarde foi criado em plena ditadura militar no interior da empresa responsável
pela publicação do jornal O Estado de S. Paulo (OESP). Tendo em sua chefia de
redação o jornalista Mino Carta, já conhecido pelas inovações que efetuara em
outros órgãos de imprensa, o JT reúne características fundamentais: 1) nasceu
em um contexto de consolidação da indústria cultural no Brasil, com um projeto
de modernização; 2) fazia parte de uma empresa cujos proprietários defendiam
consistentemente o ideário liberal desde os primórdios do jornal O Estado de S.
Paulo, apesar de terem sido protagonistas centrais no movimento que resultou no
golpe de 1964; 3) foi um dos poucos órgãos da grande imprensa a sofrer censura
prévia durante alguns anos do período militar. O nosso interesse recaiu sobre o
Jornal da Tarde (1966-75) tendo como problemática, por um lado, saber por que
a empresa S.A. O Estado de S. Paulo resolveu criar um novo jornal (JT), mesmo
possuindo um outro jornal (OESP) já consolidado no mercado e de grande
tradição na imprensa brasileira. E entender por que esse jornal ? apesar de suas
características modernas ? foi alvo da censura, da mesma forma que seu irmão
mais velho, o tradicional O Estado de S. Paulo. Por outro lado, analisar o
liberalismo defendido pelo JT e entender como o jornal conciliava a defesa desta
concepção num período ditatorial.
8. JUNIOR, Cillas Luciano A história e a língua na mídia escrita no Brasil na
década de 1960. São Paulo: PUC-SP, 2007. Mestrado Resumo: A tese tem por
fonte a imprensa escrita, em ascensão na década de 1960 e dali pra frente cada
vez mais influente e formadora de opinião. Evidencia-se a relação entre a
imprensa escrita e a ditadura militar através da análise das marcas lingüísticas do
período, incluindo na análise a censura a que o material estava sujeito.
9. KOSHIYAMA, Alice Mitika. Histórias de jornalismo: das práticas jornalísticas
as práticas pedagógicas. São Paulo: USP, 1992. (Livre Docência) Resumo: As
práticas jornalísticas e as práticas pedagógicas são condicionadas pelas
circunstâncias dos momentos vivenciados. A partir de nossa experiência em
docência e pesquisa entre 1972 e 1992, aliada a nossa perspectiva da historia do
jornalismo, estabelecemos relações entre as práticas. Os valores de uma
sociedade desigual onde prevalecem os interesses das minorias privilegiadas, as
práticas dominantes na grande imprensa brasileira, têm estado presentes nas
práticas das escolas de jornalismo. A prática de jornalismo implantada na
imprensa brasileira evolui tecnologicamente com o desenvolvimento dos meios
de comunicação eletrônicos. Politicamente as grandes mudanças tecnológicas
cobrem o período da ditadura militar até o pleno restabelecimento do estado de
direito. Concluímos que, como nas práticas jornalísticas profissionais as práticas
pedagógicas estão revestidas de aspectos ético-políticos além dos sempre
destacados aspectos técnicos.
10. KUSHNIR, Beatriz. Cães de guarda: jornalistas e censores, do AI5 à
Constituição de 1988. Campinas: UNICAMP, 2001. Doutorado. Resumo: Esta
pesquisa tem como temática mais geral os procedimentos censórios no Brasil, do
pós AI-5 à Constituição de 1988. A análise, contudo, é abordada a partir da
relação entre censores e jornalistas sob a perspectiva do colaboracionismo, ou da
não oposição às medidas restritivas. Isto porque, no processo de investigação,
constatei que os primeiros censores deslocados para Brasília, quando da
transferência da capital, eram jornalistas. Assim, por um lado foram mapeados, o
locus institucional das agências de censura no aparelho de Estado, as tramas
legislativas construídas no período Republicano, e as gerações dos Técnicos de
Censura do DCDP - Departamento de Censura de Diversão Pública - além de
toda a estratégia corporativa montada por este grupo para sobreviver após a
decretação do fim da censura oficial, em 1988. Por outro, foi redesenhada a
trajetória do periódico Folha da Tarde, do Grupo Folha da Manhã, que tinha a
fama de possuir, em sua redação, jornalistas que eram policiais, sendo acusado
também de colaborar com o regime que se instalou no Brasil em 1964. Partindo
de uma abordagem da história cultural, cruzam a metodologia deste trabalho a
união da história política com a história oral, dando voz aos personagens dessa
trama - jornalistas e censores. O foco na Imprensa permite também refletir a
relação entre estes dois profissionais das letras - jornalistas e historiadores - na
investigação e feitura da história do tempo presente.
11. LACERDA, Eliane Muniz. O jornalismo nos limites da liberdade: um estudo da
cobertura da imprensa sobre os casos dos religiosos acusados de praticar
atividades subversivas durante o regime militar. UnB 2007. Mestrado.
12. LORENZOTTI, Elisabeth de Souza. Do artístico ao jornalístico: vida e morte
de um suplemento – Suplemento literário de O Estado de São Paulo (19561974). São Paulo: USP, 2002. Mestrado. Resumo: O Suplemento Literário de O
Estado de S. Paulo, idealizado por Antonio Candido de Mello e Souza e dirigido
durante dez anos por Décio de Almeida Prado (1956-1966) viria a ser
considerado o modelo de todos os cadernos culturais que o sucederam. Uma
publicação independente e autônoma, não-jornalística, mas artística e literária
inserida em um jornal, é um desafio ao entendimento do processo histórico do
jornalismo brasileiro. Desde 1966 e até o fim, em 1974, a publicação foi editada
por Nilo Scalzo. Ingerências conjunturais – o golpe militar de 64 e a ditadura --;
profissionais (rivalidades entre críticos e jornalistas da redação), mas
especialmente as transformações tecnológicas, a partir dos anos 70, que
começaram a revolucionar a forma de se fazer jornal, contribuíram para a morte
do Suplemento. Depois, vieram o Suplemento Cultural, o Cultura e o Caderno 2.
Os novos tempos, velozes e imersos no consumo de massas, não comportam
uma publicação não-jornalística, apensa a um jornal, com a tradição da crítica
reflexiva e formativa.
13. LUNA, Cristina Monteiro de Andrada. A Associação Brasileira de Imprensa e a
ditadura militar (1964- 1977). Rio de Janeiro: UFRJ, 2007. Mestrado. Resumo:
Embora apareça na bibliografia sobre a ditadura militar (1964-1985) como uma
das principais organizações da sociedade civil que lutaram pelo respeito aos
direitos humanos e pelo retorno da democracia, a Associação Brasileira de
Imprensa (ABI) até agora ainda não havia se constituído em objeto de estudo
acadêmico, pois os livros sobre a entidade foram escritos por jornalistas
pertencentes ao seu quadro social. Assim, este trabalho discute a construção da
memória oficial da ABI e analisa parte da trajetória da entidade durante o
período da ditadura militar. Para tanto, trabalhamos com os conceitos de
“sociedade civil” e “intelectual”, tal como formulados por Antonio Gramsci, e
analisamos a ABI a partir do estudo de alguns momentos selecionados, como o
golpe de 1964; o aniversário dos sessenta anos da entidade, em abril de 1968,
quando o seu presidente recebeu o presidente da República, general Artur da
Costa e Silva, para um almoço; a homenagem que a ABI prestou ao Exército em
agosto de 1969 e alguns momentos da presidência de Prudente de Moraes Neto,
como os episódios da morte do jornalista Vladimir Herzog, da explosão da
bomba na entidade e da participação da ABI na “Missão Portela”.
14. MIGLIACCIO, Luciana Adayr Arruda. O jornal 'O Estado de S. Paulo' e a
revista 'Veja' após o Ato Institucional nº 5: análise semiótica do discurso
jornalístico de resistência. USP. 2007. Mestrado Resumo: Quando o AI- 5 foi
decretado, em dezembro de 1968, o regime militar buscou, por meio da
interdição à liberdade de imprensa, homogeneizar os discursos, impedir que os
indivíduos demonstrassem insatisfação com o governo. A expectativa em
relação aos discursos responsivos ao Regime é de um modo de presença
submisso e que envolva textos com efeito de monofonia, ou seja, com acento
único no tom da voz do enunciador. Observaremos como e por que a mídia
jornalística impressa dessas décadas responde ao autoritarismo da ditadura
militar. Para isso, analisaremos textos midiáticos correspondentes a essa época
da História do Brasil, com apoio teórico e metodológico da semiótica de linha
francesa. Alguns veículos de mídia submeteram-se à interdição, evitando o
confronto com o Regime; outros, porém, como O Estado de S. Paulo e Veja,
mesmo estando interditos, marcaram seu protesto, utilizando um efeito de
descontinuidade semântica nas páginas dos periódicos, que supunha efeito de
estranhamento ao leitor fiel do jornal e da revista. Rompiase a isotopia
discursiva, que é a homogeneidade de leitura oferecida pelos periódicos dia após
dia, ao se colocar, por exemplo, na revista Veja, desenhos de demônios, após
uma reportagem que tratava da reforma da estrada Belém-Brasília; ou, na
primeira página do jornal OESP, fotos de rosas e cartas de leitores. Os
enunciadores dos textos midiáticos se apoiaram então no efeito de ironia, que é
uma forma de heterogeneidade mostrada e não marcada para protestar contra a
interdição. Desestabilizou-se, dessa maneira, o efeito de monofonia por meio de
inserções pontuais de discursos representativos de formações discursivas
contraditórias. Delineia-se, assim, o corpo flexível do ator da enunciação:
depreende-se do próprio discurso um sujeito que, ainda que em segredo, opõe-se
ao veto à liberdade de expressão da imprensa. Comprova-se a possibilidade de
verificação de um éthos e seu anti-éthos no diálogo discursivo polêmico entre
textos que defendiam a submissão como modelo de presença (ditadura) e textos
que, responsivos àqueles (mídia), configuravam-se pelas dimensões da
descontinuidade, da heterogeneidade mostrada, da polifonia e da polêmica
veladas.
15. MORAES, Letícia Nunes de. Cotidiano & política em Carmen da Silva e David
Nasser. São Paulo: USP, 2007. Doutorado. Resumo: Esta tese traz uma reflexão
acerca das transformações observadas na sociedade brasileira nas décadas de
1960-70, muitas das quais tiveram início ou se aceleraram a partir do golpe de
abril de 1964, com a instauração do regime militar. A discussão proposta parte
do estudo dos artigos assinados por David Nasser, em O Cruzeiro,
principalmente, e em Manchete, esporadicamente, e Carmen da Silva, na revista
Claudia, entre 1963-1973. Mostro, através do trabalho destes autores, as
sementes do que resultou num endurecimento político baseado num aparato
repressivo cuidadosamente construído, com o objetivo de cercear e punir idéias
políticas diferentes daquelas que sustentavam a ditadura instaurada.
Paralelamente, no campo social/cultural, observou-se a abertura dos costumes e
dos comportamentos, o que contradiz, neste momento da história brasileira, a
noção segundo a qual: "É mais fácil derrubar um ditador do que mudar a cabeça
das pessoas".
16. MUSSE, Christina Ferraz. Imprensa, Cultura e Imaginário Urbano: exercício de
memória sobre os anos 60/70 em Juiz de Fora. Rio de
Janeiro:UFRJ,2006.Doutorado. Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo
demonstrar as relações entre cultura, imprensa e imaginário urbano, isto é,
pretende evidenciar de que forma a imprensa atua como mediadora das relações
sociais e construtora das identidades. Ao longo da história moderna, a imprensa
aparece como importante fator de fixação do homem ao território e construção
do ideal da cidade como espaço de convívio e trocas. A narrativa da imprensa
coincide com o projeto de ordem e progresso da burguesia em ascensão.
Somente em meados do século passado, vozes dissonantes dão origem a outras
narrativas, até então colocadas à margem do discurso oficial. Elas antecipam
uma nova (des)ordem mundial, em que a complexidade e a incerteza substituem
os rígidos referenciais do homem moderno. É no cenário de ruptura, que se
instaura nos anos sessenta do século XX, que se pretende analisar a incorporação
das narrativas marginais ao novo imaginário urbano. No caso específico deste
trabalho, investigasse como um grupo de estudantes e intelectuais ligados ao
Partido Comunista Brasileiro luta pela hegemonia política, apropriando-se do
suplemento de arte e literatura de um tradicional jornal mineiro da cidade de Juiz
de Fora. Através da imprensa, é a cidade que se revela em seus paradoxos, no
embate entre “oficiais” e “marginais”. Se a cultura é, neste momento, a peça de
resistência à ditadura militar, ela vai aos poucos sendo cooptada pela lógica do
capital, dando origem à indústria cultural. O jornal, por sua vez, antecipando as
relações emergentes de poder e as novas subjetividades, vai se distanciar do
pensamento crítico, tornando-se, cada vez mais, produto a ser consumido, e
revelando, nas suas linhas, fotos e cores, uma nova forma de pensar e o ocupar a
esfera pública.
17. OLIVEIRA, Cassiano Francisco Sherner de. Utopia e Desencanto: trajetória de
vida e rememoração na imprensa alternativa gaúcha. PUC/RGS. 2000.
Mestrado
18. OLIVEIRA, João Henrique de Castro de. Do underground brotam flores do mal:
anarquismo e contracultura na imprensa alternativa brasileira (1969-1992).
UFFRJ: 2007.
19. SEQUEIRA, Cleofe Monteiro de. Informação comprometida. Um estudo do
noticiário da Folha da Tarde no governo Médici, A. USP. 2000. Mestrado
20. SILVA, Ana Cristina Teodoro da. O Tempo e as Imagens da Mídia: capas de
revistas como signos de um olhar contemporâneo. São Paulo: UNESP/ASSIS,
2003. Doutorado. Resumo: Este trabalho se fundamenta na importância
crescente das imagens no século vinte, as quais podem ser entendidas em duplo
sentido: como estimulantes dos olhares e como aparências investidas de
potencial comunicativo. É privilegiado o uso que a mídia efetuou do universo do
olhar. As imagens, em sua ambigüidade, são instrumentos adequados ao uso
publicitário em um século em que, paulatinamente, a notícia e a informação são
consideradas mercadorias pelos grandes grupos de comunicação. As fontes da
pesquisa são as capas de revistas brasileiras de sucesso de mercado. O mercado
da informação está fundamentalmente ligado ao exercício da política, eis porque
o período de análise corresponde ao final da década de sessenta (início da
censura governamental à imprensa) e da década de oitenta (primeira eleição
direta para presidente da República após o fim da censura), sendo lícito
questionar de que forma a comunicação foi empreendida enquanto entrávamos e
saíamos da ditadura militar. As capas são signos do funcionamento da chamada
grande imprensa e, ao mesmo tempo, são signos de um olhar que se estrutura no
decorrer do século: olhar que busca informação rápida e concisa. Estratégias
comuns utilizadas nas imagens de capa são analisadas, como o uso dos códigos
das cores e das expressões corporais, assim como os temas que tiveram destaque
nas capas das revistas e que mostram a constituição de sentidos propostos à
massa de fatos que os próprios meios de comunicação oferecem. As sínteses
compostas em imagens estabelecem pautas de discussões, tornando-as
importantes e exercendo um poder excludente. As capas das revistas buscam
seduzir um público entendido pelas revistas como consumidor. Subjacente a
suas sínteses, percebeu-se um arranjo temporal, um ritmo relacionado ao
imediato, ao fugaz, ao fragmentado. A temporalidade presente nas imagens da
mídia é um dos caminhos de compreensão do mundo contemporâneo e contribui
para a constante reformulação dos imaginários e da memória histórica.
21. SILVA, Rosa da. A indústria cultural e o golpe militar (1964-1985): a imprensa
brasileira como instrumento de repressão e libertação. São Paulo: USP, 2001.
Doutorado. Resumo: Este trabalho é uma trajetória para compreender a
Indústria Cultural como fator predominante para a manutenção do regime militar
no Brasil (l964-1984). A discussão é baseada em estudos e pesquisas acerca do
papel da publicidade e dos meios de comunicação - especialmente a imprensa
escrita do jornal O Estado de São Paulo - durante o período do golpe militar.
Para atingir o objetivo, estabeleceu-se uma interlocução entre alguns autores - de
um lado, Horkheimer e Adorno (l985) e, de outro, Ortiz (1988), Ianni (19751976), Maar (1995) e outros - acerca da Indústria Cultural; isso, à medida que se
percebeu ser esta, uma definição complexa de acordo com a teoria crítica e nãoconsensual entre alguns intelectuais brasileiros. Abordou-se o conceito de
Indústria Cultural, considerando a realidade brasileira em um contexto maior de
acordo com as necessidades de sobrevivência do sistema capitalista. Para tanto,
foi necessário aprofundar o estudo sobre o conceito de Indústria Cultural e
apontar elementos históricos da constituição da realidade brasileira nos níveis
econômico, político e cultural.
22. SILVEIRA, Maria Rita Collor Jobim. A revista civilização brasileira: um
veículo de resistência. PUC-Rio. 2007. doutorado Resumo: A Revista
Civilização Brasileira, publicada de 1965 a 1968, foi um dos mais importantes
veículos de resistência intelectual contra a ditadura militar. A análise de suas
características gerais e de alguns de seus principais artigos literários demonstra a
ousadia na livre manifestação de idéias contrárias ao governo. Um breve
histórico dos eventos que levaram ao Golpe de 1964 e dos primeiros anos do
regime oferece o quadro para que se possa avaliar o destaque e a relevância da
Revista naquele contexto político, social e ideológico. Um resumo da atuação da
Editora Civilização Brasileira permite que se compreenda sua linha editorial e
como pensava o homem que a dirigia, o editor Ênio Silveira. Com essa pesquisa,
destaca-se a importância da Revista, ressaltando seu papel na resistência
intelectual e na abertura para novos valores literários.
23. SOBRINHO, Pedro Vicente Costa. Meios alternativos de comunicação e
movimentos sociais na Amazônia ocidental. São Paulo: USP, 2000.
Doutorado.Resumo: Este trabalho se constitui um registro e análise da
importante contribuição dada pelos meios alternativos de comunicação, que
circularam no Acre durante o período de 1971 a 1981, aos movimentos sociais,
sobretudo aos que organizaram a luta de resistência contra o processo de
ocupação predatório das áreas de fronteira, desencadeado na década de 70 pela
nova frente de expansão agropastoril. Essa frente de expansão fora decorrente
natural da nova estratégia de ocupação na Amazônia, de forte conteúdo
geopolítico, elaborada nos anos 60 pela ditadura militar, que viera a ser
conhecida como "Operação Amazônia". Nesse processo, iniciado na década de
70, milhares de trabalhadores foram expulsos de áreas que ocupavam nas
florestas, para isso, empregando os fazendeiros as mais variadas formas da
violência. A imprensa local fez vistas grossas aos conflitos, muitas vezes
publicando versões simpáticas aos supostos donos da terra. A resistência de
posseiros, seringueiros e índios, de início, individualizado ou em pequenos
grupos, fora crescendo à medida que os sindicatos foram surgindo e organizando
a luta contra seus opressores. Esses movimentos sociais de resistência vieram a
contar com o apoio decisivo, para divulgar suas ações, dos periódicos
alternativos: o boletim diocesano Nós Irmãos e o jornal Varadouro.
24. SOUZA, Leila Ronize Moraes de. A legitimação da ditadura militar nas
reportagens jornalísticas de O Cruzeiro. Amazonas: UFAM. 2001. Mestrado
Resumo: Traz uma proposta de reflexão sobre o fazer jornalístico, através da
análise de três reportagens publicadas na revista. O Cruzeiro, edição extra, de 10
de abril de 1964. A intenção é mostrar que a objetividade jornalística, exigida
durante a elaboração de textos nas redações de jornais e revistas, não passa de
um mito e que as técnicas utilizadas para se obter um texto objetivo e sem juíjo
de valor acabam, como no caso das matérias veiculadas à época da Ditadura
Militar pelo O Cruzeiro, legitimado a ideologia da classe que está no poder. Este
trabalho científico identifica, nas estruturas da reportagem, as marcas que
acabam levando o autor da matéria a defender o ponto de vista dos militares,
mesmo quando utiliza um texto informativo. Foram utilizados, para ratificar
nosso argumento, os conceitos de polifonia, interdiscurso, pré-construído,
efeitos de sentido, formação discursiva e ideológica, oriundos da Teoria da
Análise do Discurso, e baseados nos estudos de Mikhail Bakhtin, Oswald Ducrot
e Michel Pêcheux.
Mídia
1. OLIVEIRA, Lucia Maciel Barbosa de. Nossos comerciais, por favor! O
programa Flávio Cavalcanti e a Escola Superior de Guerra – década de 1970.
São Paulo: USP,2000. Mestrado Resumo: O projeto nacional arquitetado na
Escola Superior de Guerra (ESG) moldou a face do país nos anos da ditadura
militar, entre 1964 e 1985. Alicerçado em um corpo de valores de linhagem
cristã-ocidental e almejando como fim último o Bem Comum, tinha nos meios
de comunicação, sobretudo a televisão, uma de suas armas estratégicas
fundamentais, daí o incremento dado às telecomunicações no período. O
Programa Flávio Cavalcanti, de enorme audiência, era embasado pelos mesmos
valores que circulavam por outros segmentos da sociedade, sendo canal
privilegiado na consecução do projeto nacional da ESG. Tentar entendê-los pelo
viés da comunicação social é meu objetivo.
2. PACHECO, Fábio Piva. Mídia e poder: representações simbólicas - o
autoritarismo na política - Uberlândia - 1960/1990. Tese, Programas de Pósgraduação da CAPES. Resumo: A dissertação que se segue, tem como objetivo
geral, demonstrar como a mídia se tornou um instrumento de produção de
imaginários políticos no mundo contemporâneo. A lógica de mercado, e os
recursos de marketing, objetivam fabricar e vender, através de sofisticadas
técnicas de “fazer crer”, um produto político que está fortemente vinculado ao
imaginário de seus consumidores. A desigual distribuição desses instrumentos
de produção de uma representação do mundo social provocou uma nova
desigualdade política no mundo contemporâneo. Os que possuem tais
instrumentos, manipulam os imaginários políticos e provocam a exclusão
daqueles que não o possuem, causando um profundo retrocesso nas práticas
democráticas modernas. A disputa pelo controle das emissoras de TV, desde a
década de 60, em Uberlândia, e a análise das representações e símbolos
fabricados pelos segmentos de caráter autoritário nos anos 80, se configuraram
como o objeto de investigação central desse trabalho, para demonstrar o quanto
estes instrumentos se tornaram fundamentais e indispensáveis na prática política.
3. RESENDE, Lino Geraldo. Mídia, ditadura e contra-hegemonia. A ação do
jornal Posição no Espírito Santo. UFES: 2006. Doutorado. Resumo: No período
em que circulou, de 1976 a 1979, graças à sua integração aos movimentos
sociais e ao trabalho de intelectuais orgânicos, o jornal Posição, do Espírito
Santo, exerceu um papel contra-hegemônico, ajudando na desconstrução do
discurso do regime, se contrapondo às diretrizes da Doutrina de Segurança
Nacional e difundindo uma nova ideologia, a democracia. O jornal, sustentado
pelos seus leitores, era distribuído na Grande Vitória, região metropolitana mais
populosa do Estado, e em mais 18 municípios, levando uma visão crítica da
realidade estadual, não abordada pela mídia tradicional, alinhada ao regime e
controlada com o exercício da censura oficial ou da autocensura. A pesquisa
discute a questão da contra-hegemonia, dos intelectuais orgânicos, a partir dos
conceitos de Antonio Gramsci, usa ferramentas da análise do discurso e mostra
como a ideologia é matriz para o trabalho hegemônico e contra-hegemônico.
4. SILVA, Ana Cristina Teodoro da. O Tempo e as Imagens da Mídia: capas de
revistas como signos de um olhar contemporâneo.São Paulo: UNESP/ASSIS,
2003. Doutorado.
5. Resumo: Este trabalho se fundamenta na importância crescente das imagens no
século vinte, as quais podem ser entendidas em duplo sentido: como
estimulantes dos olhares e como aparências investidas de potencial
comunicativo. É privilegiado o uso que a mídia efetuou do universo do olhar. As
imagens, em sua ambigüidade, são instrumentos adequados ao uso publicitário
em um século em que, paulatinamente, a notícia e a informação são consideradas
mercadorias pelos grandes grupos de comunicação. As fontes da pesquisa são as
capas de revistas brasileiras de sucesso de mercado. O mercado da informação
está fundamentalmente ligado ao exercício da política, eis porque o período de
análise corresponde ao final da década de sessenta (início da censura
governamental à imprensa) e da década de oitenta (primeira eleição direta para
presidente da República após o fim da censura), sendo lícito questionar de que
forma a comunicação foi empreendida enquanto entrávamos e saíamos da
ditadura militar. As capas são signos do funcionamento da chamada grande
imprensa e, ao mesmo tempo, são signos de um olhar que se estrutura no
decorrer do século: olhar que busca informação rápida e concisa. Estratégias
comuns utilizadas nas imagens de capa são analisadas, como o uso dos códigos
das cores e das expressões corporais, assim como os temas que tiveram destaque
nas capas das revistas e que mostram a constituição de sentidos propostos à
massa de fatos que os próprios meios de comunicação oferecem. As sínteses
compostas em imagens estabelecem pautas de discussões, tornando-as
importantes e exercendo um poder excludente. As capas das revistas buscam
seduzir um público entendido pelas revistas como consumidor. Subjacente a
suas sínteses, percebeu-se um arranjo temporal, um ritmo relacionado ao
imediato, ao fugaz, ao fragmentado. A temporalidade presente nas imagens da
mídia é um dos caminhos de compreensão do mundo contemporâneo e contribui
para a constante reformulação dos imaginários e da memória histórica.
Palavras-chave: Imagens de mídia; capas de revistas; ritmos do olhar
contemporâneo; sínteses; tempo; comunicação, memória e história.
6. SOBRINHO, Pedro Vicente Costa. Meios alternativos de comunicação e
movimentos sociais na Amazônia ocidental. São Paulo: USP/ECA,2000.
Doutorado. Resumo: Este trabalho se constitui um registro e análise da
importante contribuição dada pelos meios alternativos de comunicação, que
circularam no Acre durante o período de 1971 a 1981, aos movimentos sociais,
sobretudo aos que organizaram a luta de resistência contra o processo de
ocupação predatório das áreas de fronteira, desencadeado na década de 70 pela
nova frente de expansão agropastoril. Essa frente de expansão fora decorrente
natural da nova estratégia de ocupação na Amazônia, de forte conteúdo
geopolítico, elaborada nos anos 60 pela ditadura militar, que viera a ser
conhecida como "Operação Amazônia". Nesse processo, iniciado na década de
70, milhares de trabalhadores foram expulsos de áreas que ocupavam nas
florestas, para isso, empregando os fazendeiros as mais variadas formas da
violência. A imprensa local fez vistas grossas aos conflitos, muitas vezes
publicando versões simpáticas aos supostos donos da terra. A resistência de
posseiros, seringueiros e índios, de início, individualizado ou em pequenos
grupos, fora crescendo à medida que os sindicatos foram surgindo e organizando
a luta contra seus opressores. Esses movimentos sociais de resistência vieram a
contar com o apoio decisivo, para divulgar suas ações, dos periódicos
alternativos: o boletim diocesano Nós Irmãos e o jornal Varadouro.
7. WEBER, Maria Helena. Ditadura e Sedução (Redes de Comunicação e Coerção
no Brasil – 1969 -1974. Rio Grande do Sul: UFRGS,1994. mestrado. Resumo:
Estudo sobre as relações históricas e teóricas entre o pode político autoritário
militar e a comunicação no Brasil durante e especialmente o período MEDICI de
1969 a 1974. Desenvolvimento da análise sobre a singularidade deste governo
que me busca do controle hegemônico da sociedade viabilizou o funcionamento
de redes estratégicas de comunicação e coerção assim classificadas; a rede
institucional; a rede repressiva e a rede persuasiva. Estas redes determinaram as
relações entre o Estado e a sociedade brasileira a partir dos princípios da
ideologia da segurança nacional .
Cartoons
1. CARDOSO, Ana Cristina Bornhausen. Uma releitura da história por meio da
análise de charges do período militar. São Paulo: Mackenzie, 2007. Mestrado.
Resumo: A intenção é reler o referido período da história sob a perspectiva do
humor refinado. Neste sentido, diversos traços históricos do regime militar
aparecem a partir da análise das charges, que muitas vezes são praticamente
imagens sem texto algum, uma forma de driblar a censura.
2. HOUAISS, Roberto. Os quadrinhos dos anos 70 e a resistência cultural. Rio de
Janeiro: UFRJ, 1993. Mestrado. Resumo: Estudo de como os quadrinhos foram
um interpretante cultural dos anos 70 pela via da chamada resistência cultural.
Os quadrinhos adotados para isso serão os realizados a margem dos esquemas
editoriais tradicionais em revistinhas universitárias, de educação popular e
jornais de cunho alternativo a linguagem quadrinizada se presta assim a uma
abordagem acentuadamente critica dos costumes e idéias, no particular e da
situação de excepcionalidade institucional -a ditadura militar a resistência
cultural e enfocada como um movimento artístico e cultural também em
contraponto a situação geral vivida nos seus conflitos.
3. KOSHIYAMA, Alice Mitika. Histórias de jornalismo: das práticas jornalísticas
as práticas pedagógicas. São Paulo: USP/ECA,1992. (Livre Docência)
Resumo: As práticas jornalísticas e as práticas pedagógicas são condicionadas
pelas circunstâncias dos momentos vivenciados. A partir de nossa experiência
em docência e pesquisa entre 1972 e 1992, aliada a nossa perspectiva da historia
do jornalismo, estabelecemos relações entre as práticas. Os valores de uma
sociedade desigual onde prevalecem os interesses das minorias privilegiadas, as
práticas dominantes na grande imprensa brasileira, têm estado presentes nas
práticas das escolas de jornalismo. A prática de jornalismo implantada na
imprensa brasileira evolui tecnologicamente com o desenvolvimento dos meios
de comunicação eletrônicos. Politicamente as grandes mudanças tecnológicas
cobrem o período da ditadura militar até o pleno restabelecimento do estado de
direito. Concluímos que, como nas práticas jornalísticas profissionais as práticas
pedagógicas estão revestidas de aspectos ético-políticos além dos sempre
destacados aspectos técnicos.
4. OLIVEIRA, Lucia Maciel Barbosa de. Nossos comerciais, por favor! O
programa Flávio Cavalcanti e a Escola Superior de Guerra – década de 1970.
São Paulo:USP. 2000. Mestrado. Resumo: O projeto nacional arquitetado na
Escola Superior de Guerra (ESG) moldou a face do país nos anos da ditadura
militar, entre 1964 e 1985. Alicerçado em um corpo de valores de linhagem
cristã-ocidental e almejando como fim último o Bem Comum, tinha nos meios
de comunicação, sobretudo a televisão, uma de suas armas estratégicas
fundamentais, daí o incremento dado às telecomunicações no período. O
Programa Flávio Cavalcanti, de enorme audiência, era embasado pelos mesmos
valores que circulavam por outros segmentos da sociedade, sendo canal
privilegiado na consecução do projeto nacional da ESG. Tentar entendê-los pelo
viés da comunicação social é meu objetivo.
5. PACHECO, Fábio Piva. Mídia e poder: representações simbólicas - o
autoritarismo na política - Uberlândia - 1960/1990. Tese. Programas de Pósgraduação da CAPES. Resumo: A dissertação que se segue, tem como objetivo
geral, demonstrar como a mídia se tornou um instrumento de produção de
imaginários políticos no mundo contemporâneo. A lógica de mercado, e os
recursos de marketing, objetivam fabricar e vender, através de sofisticadas
técnicas de “fazer crer”, um produto político que está fortemente vinculado ao
imaginário de seus consumidores. A desigual distribuição desses instrumentos
de produção de uma representação do mundo social provocou uma nova
desigualdade política no mundo contemporâneo. Os que possuem tais
instrumentos, manipulam os imaginários políticos e provocam a exclusão
daqueles que não o possuem, causando um profundo retrocesso nas práticas
democráticas modernas. A disputa pelo controle das emissoras de TV, desde a
década de 60, em Uberlândia, e a análise das representações e símbolos
fabricados pelos segmentos de caráter autoritário nos anos 80, se configuraram
como o objeto de investigação central desse trabalho, para demonstrar o quanto
estes instrumentos se tornaram fundamentais e indispensáveis na prática política.
6. SILVA, Ana Cristina Teodoro da. O Tempo e as Imagens da Mídia: capas de
revistas como signos de um olhar contemporâneo. São Paulo: UNESP/ASSIS,
2003. Doutorado. Resumo: Este trabalho se fundamenta na importância
crescente das imagens no século vinte, as quais podem ser entendidas em duplo
sentido: como estimulantes dos olhares e como aparências investidas de
potencial comunicativo. É privilegiado o uso que a mídia efetuou do universo do
olhar. As imagens, em sua ambigüidade, são instrumentos adequados ao uso
publicitário em um século em que, paulatinamente, a notícia e a informação são
consideradas mercadorias pelos grandes grupos de comunicação. As fontes da
pesquisa são as capas de revistas brasileiras de sucesso de mercado. O mercado
da informação está fundamentalmente ligado ao exercício da política, eis porque
o período de análise corresponde ao final da década de sessenta (início da
censura governamental à imprensa) e da década de oitenta (primeira eleição
direta para presidente da República após o fim da censura), sendo lícito
questionar de que forma a comunicação foi empreendida enquanto entrávamos e
saíamos da ditadura militar. As capas são signos do funcionamento da chamada
grande imprensa e, ao mesmo tempo, são signos de um olhar que se estrutura no
decorrer do século: olhar que busca informação rápida e concisa. Estratégias
comuns utilizadas nas imagens de capa são analisadas, como o uso dos códigos
das cores e das expressões corporais, assim como os temas que tiveram destaque
nas capas das revistas e que mostram a constituição de sentidos propostos à
massa de fatos que os próprios meios de comunicação oferecem. As sínteses
compostas em imagens estabelecem pautas de discussões, tornando-as
importantes e exercendo um poder excludente. As capas das revistas buscam
seduzir um público entendido pelas revistas como consumidor. Subjacente a
suas sínteses, percebeu-se um arranjo temporal, um ritmo relacionado ao
imediato, ao fugaz, ao fragmentado. A temporalidade presente nas imagens da
mídia é um dos caminhos de compreensão do mundo contemporâneo e contribui
para a constante reformulação dos imaginários e da memória histórica.
Palavras-chave: Imagens de mídia; capas de revistas; ritmos do olhar
contemporâneo; sínteses; tempo; comunicação, memória e história.
7. SOBRINHO, Pedro Vicente Costa. Meios alternativos de comunicação e
movimentos sociais na Amazônia ocidental. São Paulo: USP/ECA,2000.
Doutorado. Resumo: Este trabalho se constitui um registro e análise da
importante contribuição dada pelos meios alternativos de comunicação, que
circularam no Acre durante o período de 1971 a 1981, aos movimentos sociais,
sobretudo aos que organizaram a luta de resistência contra o processo de
ocupação predatório das áreas de fronteira, desencadeado na década de 70 pela
nova frente de expansão agropastoril. Essa frente de expansão fora decorrente
natural da nova estratégia de ocupação na Amazônia, de forte conteúdo
geopolítico, elaborada nos anos 60 pela ditadura militar, que viera a ser
conhecida como "Operação Amazônia". Nesse processo, iniciado na década de
70, milhares de trabalhadores foram expulsos de áreas que ocupavam nas
florestas, para isso, empregando os fazendeiros as mais variadas formas da
violência. A imprensa local fez vistas grossas aos conflitos, muitas vezes
publicando versões simpáticas aos supostos donos da terra. A resistência de
posseiros, seringueiros e índios, de início, individualizado ou em pequenos
grupos, fora crescendo à medida que os sindicatos foram surgindo e organizando
a luta contra seus opressores. Esses movimentos sociais de resistência vieram a
contar com o apoio decisivo, para divulgar suas ações, dos periódicos
alternativos: o boletim diocesano Nós Irmãos e o jornal Varadouro.
8. WEBER, Maria Helena. Ditadura e Sedução (Redes de Comunicação e Coerção
no Brasil – 1969 -1974.UFRGS. 1994. mestrado. Resumo: Estudo sobre as
relações históricas e teóricas entre o pode político autoritário militar e a
comunicação no Brasil durante e especialmente o período MEDICI de 1969 a
1974. Desenvolvimento da análise sobre a singularidade deste governo que me
busca do controle hegemônico da sociedade viabilizou o funcionamento de redes
estratégicas de comunicação e coerção assim classificadas; a rede institucional; a
rede repressiva e a rede persuasiva. Estas redes determinaram as relações entre o
Estado e a sociedade brasileira a partir dos princípios da ideologia da segurança
nacional .
9. ZAMPAULO, Mauricio Boldrin. Rir para não chorar: O humor gráfico no
período da ditadura militar no Brasil (1974-1984), no salão internacional de
humor de Piracicaba. UESP. 2005. mestrado.
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