AS DIFICULDADES DA AÇÃO INTERPRETATIVA VIVENCIADAS PELOS INTÉRPRETES DE LIBRAS NA CIDADE DO RECIFE KARLA PATRICIA RAMOS DA COSTA (UNICAP/PE). Resumo A interpretação constitui–se uma das atividades mais antigas da história. Os primeiros intérpretes foram os hermeneutas, que se propunha a traduzir a vontade divina para o povo. Seguindo essa trajetória, antes do Renascimento, os intérpretes eram muito pouco mencionados o que pode ser atribuído à primazia do texto escrito sobre a oralidade. Mesmo quando essa atividade começou a ser realizada com mais frequência, os usuários desses serviços não distinguiam, como atualmente é feito, as diferentes categorias de intérpretes, tais como: intérpretes de conferências, de tribunais, acompanhamentos, educacionais etc. Nesse contexto a história desse profissional se caracteriza como um verdadeiro mosaico de fatos, até chegar a nossa época. Segundo Quadros, até bem pouco tempo o intérprete não era considerado como profissional, portanto não havia preocupação com sua formação. O que representa uma grande lacuna no processo da legitimação da sua profissão. Elaboramos este trabalho com o objetivo de mostrar as dificuldades encontradas pelos intérpretes de LIBRAS para contribuir na aprendizagem e melhoria da interação – surdos x ouvintes. A ausência da língua de sinais do contexto social/escolar determina a necessidade que os surdos sentem de contar com a presença de um mediador que possa facilitar essa comunicação, traz consigo uma grande expectativa por parte da comunidade escolar, que certamente espera uma melhoria do desempenho do estudante surdo. Para esse fim utilizamos uma metodologia qualitativa, e como instrumento de pesquisa, entrevista com 10 (dez) intérpretes de LIBRAS do Ensino Fundamental II e Médio, de escolas públicas estaduais do Recife, (mais de 70% do total). Os dados obtidos através dos relatos desses profissionais foram categorizados e posteriormente analisados à luz do referencial teórico adotado. Resultados: Os sujeitos revelaram que estão satisfeitos com seu trabalho, pois consideram que estão contribuindo para a concretização dessa comunicação, embora reconheçam que existem inúmeros obstáculos a serem superados. Palavras-chave: Intérprete de LIBRAS, ação interpretativa, dificuldades na interpretação em libras. Introdução Este trabalho versa sobre a atuação do intérprete de LIBRAS no contexto educacional inclusivista, adotado no Brasil, diante da necessidade de conhecer melhor os resultados da sua participação na vida do surdo. A questão que focamos se centra na direção de conhecermos melhor se essa presença favorece o desenvolvimento do surdo e quais as exigências que estão sendo feitas para a efetividade de sua ação interpretativa. O ato de interpretar a língua de sinais para a língua portuguesa corresponde a um processo cognitivo pelo qual se trocam mensagens de uma língua para outra (sinalizadas/orais). Ao mesmo tempo, representa uma tomada de decisões sintáticas, semânticas e pragmáticas em duas línguas que impõem sempre novas interpretações. Portanto, o intérprete não deve ser apenas um explicador, mas um profissional bilíngüe, habilitado na interpretação da língua de sinais para a língua portuguesa e vice-versa. Desenvolvimento Esse trabalho trata de um tema relativamente recente, com um número limitado de investigações. Realizamos o levantamento dos principais autores que estudam o assunto, e fomos construindo o referencial que embasou nossas reflexões. Portanto, nossas observações foram balizadas pelos fundamentos teóricos emanados de autores como Quadros (2004), Karnopp (2001), Kelman (2008), Lacerda (2006), dentre outros. Por se tratar de uma abordagem qualitativa, procuramos verificar o que pensam os sujeitos sobre sua contribuição para a aprendizagem e interação do surdo. Para isso, procuramos escolas públicas estaduais do Recife, após autorização dos órgãos competentes. Utilizamos como instrumento uma entrevista semi-estruturada que permite ao entrevistado discorrer, livremente, sobre o tema proposto com perguntas pré-determinadas, abertas, buscando favorecer o aspecto dialógico. A coleta de dados aconteceu durante os meses de julho, agosto e setembro de 2007, após a autorização do Comitê de Ética, com protocolo de n. 057/2007. As entrevistas ocorreram no ambiente de trabalho dos sujeitos, nos intervalos das aulas, ou em momentos que foram indicados por eles. Os relatos dos dez (10) intérpretes foram áudio gravados e transcritos integralmente. Os sujeitos consentiram na transcrição posterior, preservando a integridade dos enunciados produzidos. Inicialmente, tivemos muitas dificuldades para localização dos sujeitos, pela falta de registros que mostrassem onde trabalhavam. Os órgãos públicos forneceram alguns indicadores que nos orientaram nessa busca. Tínhamos interesse em saber como esses intérpretes percebiam a própria participação na aprendizagem e comunicação dos surdos, uma vez que nos colocávamos diante dos questionamentos surgidos acerca dos resultados de sua participação. A chegada dos alunos surdos à universidade parece ter ressaltado as principais dificuldades que hoje são apontadas como relevantes e demandam ações urgentes. Por esse motivo, procuramos verificar em que condições a proposta bilíngüe adotada é implementada através dos relatos dos intérpretes. Inicialmente, buscamos identificar onde esses profissionais se encontravam, após a realização do primeiro concurso público estadual. Vale salientar que foi pequeno o número de candidatos aprovados, 9 (nove) Diário Oficial do Estado/PE (DOE/PE, 2006). Atualmente, eles fazem parte da escola como professores que exercem a função de intérpretes. De início, as informações desencontradas trouxeram dificuldades para essa localização, porém, nessa ocasião, tivemos o apoio de profissionais do GRE NORTE/PE, que nos ajudaram. Vale ressaltar que nessa gerência está concentrado o maior número de atendimentos para surdos e de intérpretes de todo o Estado. Entendemos que a mobilidade dos professores e alunos ocasiona mudanças frequentes nos locais onde exercem suas atividades, mas ao identificar unidades escolares que contavam com um número significativo de surdos, esperávamos que ali existissem alguns deles, o que foi confirmado. A quase totalidade dos intérpretes trabalhava no Ensino Fundamental II e Ensino Médio, daí procuramos focar nossas visitas e observações nessa faixa de ensino. Essa procura, baseada nos indicadores acima mencionados, nos levou a uma escola técnica e uma escola de ensino regular. Como esperávamos, nessas duas unidades de ensino que possuem um quantitativo grande de surdos, e, consequentemente, possuem intérpretes, identificamos cerca de trezentos surdos, embora não tenhamos conseguido identificar os critérios para esse agrupamento. A presença e a recomendação dos profissionais da Gerência Regional de Educação (GRE) NORTE ajudou-nos muito para quebrar a desconfiança que o grupo manifestou em relação ao nosso propósito. Fomos, aos poucos, participando da vida da escola pelas constantes visitas e eles puderam compreender o nosso empenho em estudar com seriedade a situação como um todo. A diversidade de formação, modelo e tempo de atuação, número de alunos atendidos, pós-graduação, dentre outros, motivou a necessidade de traçar um perfil dos nossos sujeitos, a fim de verificar se alguns desses itens ofereciam dados explicativos desta ou daquela condição. A análise dos dados foi construída a partir dos relatos obtidos na entrevista aplicada para todos os intérpretes de Libras que, naquela ocasião, atuavam nas duas escolas Ensino Fundamental II (5ª a 8ª série) e no Ensino Médio. O material obtido, através dos relatos, foi transcrito integralmente e depois analisado, agrupando as opiniões formuladas em categorias que foram comentadas detalhadamente. A análise por categorias funciona por operações de desmembramento do texto em unidades, em categorias, segundo reagrupamentos analógicos. Categorização é uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento segundo o gênero (analogia), com os critérios previamente definidos (BARDIN, 1989). As categorias encontradas foram: o conceito de interpretação, a diferença entre tradução e interpretação, o papel do intérprete em sala de aula, o tipo de formação do intérprete de Libras, a interpretação sem conhecimento específico das disciplinas, o tipo de conhecimento necessário para interpretação, o conhecimento prévio do conteúdo das aulas, a dificuldade do aluno surdo para compreender a interpretação, a participação no planejamento pedagógico juntamente com a equipe escolar, a solicitação para a repetição das explicações quando o assunto não for compreendido, a relação entre intérprete de Libras e o professor regente, o funcionamento da dinâmica em uma sala inclusiva e as facilidades e dificuldades para exercer a atividade interpretativa. Após essa análise, articulamos os relatos dos intérpretes com a fundamentação teórica utilizada. Daí fomos construindo um referencial que trouxe as razões deste ou daquele posicionamento, revisando em que condições aquele trabalho foi realizado. O número de sujeitos alcançou quase a totalidade dos profissionais que estavam no exercício dessa atividade, no 2º semestre de 2007, na rede pública estadual e, em especial, na Gerência Regional de Educação (GRE) Norte. O texto apresentado pelos intérpretes, sobre a própria participação, representa a primeira tentativa de conhecer a posição do grupo diante da inexistência desse dado em nosso Estado. Tentamos entender como o aluno é trabalhado, no Ensino Fundamental e Médio, para daí podermos analisar a dinâmica desse processo. Como já mencionamos anteriormente, muitas críticas estão sendo feitas a esse profissional, sem, no entanto, termos relatos deles, sobre as condições que dispõem para realizar o seu trabalho. Reafirmando nossa pretensão comunicada desde o início desse trabalho, no momento em que nos propusemos trabalhar com esse tema, diante da inexistência de dados sobre o que pretendíamos estudar, sabíamos que nos defrontaríamos com muitas dificuldades associada a essa constatação, sentimos as inseguranças do grupo, fato que repercutiu na demora em aceitar nossa presença e colaborar com o nosso trabalho. A chegada de surdos à Universidade destacou questões pertinentes ao desempenho do aluno x intérprete, registrado em pesquisas que utilizamos, as quais foram citadas na fundamentação teórica, e que procuramos mantê-las sob nosso foco. Quebrada resistência inicial dos intérpretes pudemos trabalhar contando com mais espontaneidade por parte deles. Seria inesperado contar que eles fizessem uma autocrítica sobre sua própria atuação, no entanto, alguns fatores foram sendo levantados, e nos levaram a rever algumas das posições levantadas em relação à sua atuação. A partir desses dados, pudemos traçar um perfil do grupo apresentado sob forma de um quadro resumo, que muito ajudou na caracterização do grupo (COSTA, 2008). Seguindo-se a esta fase, foram elaboradas as categorias que sintetizam o pensamento do grupo, levando em consideração o relato de cada um dos sujeitos, apresentados sob a forma de quadros. Conclusão A atualidade brasileira adotou o modelo inclusivista como modelo de sociedade. As políticas públicas ditam preceitos que se fossem efetivamente cumpridos levariam as pessoas com necessidades especiais, e nesse caso específico, os surdos, a condições de superação das dificuldades que seriam impressas naturalmente ao seu desenvolvimento. Portanto, o desafio proposto para esta pesquisa foi estudar a participação do intérprete de LIBRAS a partir de seus relatos. Entendemos que o trabalho se constitui uma peça fundamental para que esse aluno surdo possa receber as informações propostas em sala de aula, através da língua de sinais, uma vez que a língua de instrução que circula, nas diversas escolas, é a língua portuguesa. Assim tentando responder ao objetivo proposto foi possível constatar que os intérpretes atuam com muito empenho exercendo sua atividade interpretativa em condições, muitas vezes, adversas, uma vez que a permanência de alguns desses fatores não dependem de sua participação. Eles tentam criar condições para resgatar a comunicação entre o professor da disciplina e o aluno surdo, embora ainda não tenham conseguido chegar a um patamar desejado que facilite sua ação. O modelo bilíngüe adotado foi devidamente implementado na perspectiva de atingir os padrões de qualidade esperados para o seu desenvolvimento, nos levaram as seguintes conclusões:1) que os intérpretes de Libras pesquisados consideram que sua contribuição para o desempenho escolar do aluno surdo ocorre permanentemente. No entanto, a superação das dificuldades identificadas depende essencialmente da adoção de medidas que tragam a chancela dos órgãos públicos, tais como: dificuldade para interpretação sem conhecimento específico, falta de parceria com o professor da disciplina etc., fatores estes que influenciam diretamente no ato de interpretar. Apesar disso, colocam-se sempre com uma participação bastante consistente e positiva, diferentemente do que alguns teóricos do tema consideram; 2) em relação à melhoria da interação, surdo x ouvinte, constatamos que ele considera ainda deficitária devido ao fato de, muitas vezes, a comunicação na sala de aula se restringir unicamente ao intérprete de Libras. Segundo ele, quase não existe nenhuma comunicação dirigida diretamente ao professor regente, e muito menos aos colegas, trazendo como principal obstáculo, à resistência dos professores para aceitar a presença da língua de sinais circulando também em sala de aula; 3) outro obstáculo importante que aparece está no fato de que a escola regular, que ainda "fracassa" na educação dos alunos "normais", e, ao receber alunos com necessidades especiais, nem sempre os reconhecem como de sua responsabilidade, embora lhe sejam atribuídas pelos documentos oficiais do Ministério da Educação (BRASIL, 2001; 2002). Esse problema torna-se bastante complexo, já que a escola, tradicionalmente monolíngüe, não se dispõe a responder às demandas apresentadas pela condição linguística e sócio-cultural, específicas, quando falamos em surdez. 4) Outro fato detectado através dos comentários dos sujeitos são os critérios de formação dos professores e intérpretes que seguramente vão interferir no desempenho do aluno surdo, pela falta de compreensão desses profissionais, sobre como atuar nesses casos. Dentre os entrevistados que tinham mais estudos, ou seja, sujeitos com pós-graduação, identificamos que, na medida em que alcançavam outro patamar de estudos, sentiam-se mais confiantes, mais seguros no exercício de sua atividade. Parece ser possível afirmar, nesse caso, que essa formação ainda é incipiente pelo fato de não trazer alguns pontos indispensáveis para o exercício da função de intérprete, que seguramente vai além do domínio de LIBRAS. Além disso, a noção que a escola tem sobre o papel do intérprete de Libras educacional é bastante distinta do que se constituiria sua real atuação através de uma formação geral boa, além da formação linguística, fundamentos da Pedagogia utilizados em sala de aula, dentre outros. Podemos ainda comentar que os intérpretes, em muitos casos, atuam de forma inapropriada, distante do que a proposta inclusiva sugerida pelo MEC (BRASIL, 2006), principalmente, pela falta de estrutura para subsidiar sua tarefa. Essa falta de estrutura vai desde a questão de espaço físico, sua participação na vida escolar como um todo, tais como fazer parte de reuniões, planejamentos escolares, etc. Na percepção deles, esse isolamento a que são lançados prejudica, demasiadamente, sua tarefa, pois a interação com os professores tem que existir para que seja possível a consolidação de sua proposta. Ele é quem deve procurar romper essa barreira, pois os demais participantes da escola nunca encontram tempo para algum diálogo. Aliado a isso, sente que há uma desvalorização sobre sua participação. Na realidade, os intérpretes que fizeram parte dessa pesquisa avaliam sua participação no desempenho dos alunos como sendo muito boa, considerando as condições de que dispõe. Entendemos que consideram que apesar de trabalhar em ambiente pouco motivante, desde sua acomodação física, a não existência do conhecimento prévio dos assuntos das diversas disciplinas que deverão ser trabalhados, aliados a grande dificuldade de compreender todos os assuntos que circulam em sala de aula (ninguém domina todos os assuntos). Portanto, a deficiência de sua formação, a pouca divulgação para a escola sobre o papel que deve desempenhar a ausência de critérios para a localização do quantitativo de alunos, por profissional em cada sala, segundo os entrevistados, demandam novas formas de adaptação para realizar esse trabalho. Como uma turma com 32 alunos surdos e oito ouvintes, nas condições já descritas, poderá atuar produtivamente? Esse ponto não é tão simples quanto pode parecer, pois o professor regente é certo, tem posição central, enquanto que o intérprete fica espremido em algum espaço da situação... Seria necessário um planejamento feito conjuntamente com esse professor e/ou outros elementos da escola, a fim de articular melhor essa questão, eliminando alguns desses problemas. Uma outra pergunta decorrente de sua presença como único profissional: os interpretes educacionais podem interpretar todos os assuntos mesmo que não os compreendam? Durante a realização das entrevistas, alguns comentaram que quando não sabem e/ou compreendem determinado assuntos, nesse caso, param a interpretação e dizem aos alunos que não estão compreendendo e que vai perguntar depois para o professor. Um deles, especificamente, informou que quando não entende o assunto, não faz à interpretação, e, nesse caso como fica o aluno? No entanto, nem sempre há garantias que o professor possa ajudar na superação dessa dificuldade, portanto, alguns assuntos podem não ter a clareza necessária para que o aluno se aproprie do assunto. Nesse caso, as dificuldades vão se acumulando para novos assuntos decorrentes de anteriores. Mesmo assim eles continuam avaliando sua participação como produtiva, pois tentam utilizar todos os recursos de que dispõem e/ou procuram outros meios para ajudar na superação dos obstáculos que vão surgindo. Pudemos identificar ainda a posição dos professores, colocam segundo eles, os alunos surdos na sua grande maioria apresentam muitas deficiências na sua formação apesar de se encontrar em níveis de ensino mais elevados. Mesmo assim continuam apresentando desempenho aquém do que se pode desejar. Ao mesmo tempo, não temos argumentos para dizer que sua ação tem sido produtiva. Ao contrário, as críticas ainda são muito severas, e de fato, como já afirmamos que os resultados dessa participação ainda não se fizeram sentir.Diante dessas reflexões, notamos que a inclusão do intérprete de Libras ainda é uma proposta de difícil execução. No entanto, pudemos verificar que através de suas experiências diárias estão construindo um processo de inserção na atividade educacional que lentamente começa a ser reconhecida. O exercício de uma atividade profissional deve ser delimitado por critérios, não trabalhar improvisando, ajustando, sem ter segurança de que está na direção certa. As reflexões, feitas pelos próprios intérpretes, na sua grande maioria, nos ajudam a compreender sua posição. Acreditamos que essa pesquisa contribuiu para trazer esclarecimentos sobre as questões decorrentes da participação desse profissional considerado, para muitos, o "salvador da pátria", o elemento novo para facilitar a comunicação entre surdos e ouvintes. Uma outra face da medalha foi mostrada oferecendo espaço para que os intérpretes pudessem falar sobre si mesmos. Fazer uma autocrítica mais contundente sobre seu desempenho demanda algum tempo de exercício. As instituições escolares se dão por satisfeitas no momento em que abrem espaço para a inclusão desse profissional em algumas salas onde existam surdos. Mas, não basta apenas essa "contratação", é preciso que sejam observados inúmeros outros aspectos que darão suporte ao exercício desta atividade. A circulação da língua de sinais deveria ser estimulada, destacando ainda a interação constante com o professor da disciplina, pois o conhecimento dos temas que estão sendo abordados nas aulas é fator relevante para o êxito da atividade interpretativa. Ser "profissional", acima de tudo, agindo com honestidade, responsabilidade e ética, representa um caminho promissor. Referências BARDIN, L. Análise do conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1989. BRASIL, Resolução Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica nº 2, de 11 set.2001: institui diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Brasília, Diário Oficial da União, 14 set.2001. BRASIL, Presidência da República. Lei 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2007. BRASIL, Gabinete do Ministro de Estado da Educação. Portaria nº 339, de 31 de janeiro de 2006. 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