PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÀO DE COMPÓSITOS SBR-BR/CARGA [1] [1] [2] [1] [1] [1] [1] S. A. S. Venter , M. H. Kunita , R. C. Nery , R. de Matos , E. M. Girotto , E. C. Muniz , A. F. Rubira Avenida Colombo, 5790 , CEP : 87020-900 - [email protected] [1] – Grupo de Materiais Poliméricos e Compósitos, Departamento de Química ; [2] – Departamento de Física, Universidade Estadual de Maringá A utilização de sílica como carga para reforço de pneus automotivos vem se mostrando uma alternativa na produção de bandas que possibilitam um menor atrito com as pistas resultando num menor consumo de combustível e conseqüentemente menor emissão de gases poluentes, o que contribui para a preservação do meio ambiente. As possíveis interações físicas existentes entre a carga e o elastômero foram analisadas através das extrações da fase sol dos compósitos (estireno-butadieno)SBR-(polibutadieno)BR/SiO2 . Também foram efetuadas extrações da fase sol em amostras de compósitos carregados com negro de fumo, que é a carga mais utilizada. A energia de ativação(Ea) foi calculada através da analise das curvas de DTG da pirólise das amostras. Para a blenda SBR- BR foi obtido o valor de 144 kJ/mol para Ea. Para os compósitos contendo 20 e 30 phr de sílica (partes por cem partes de borracha), os valores obtidos foram 231 kJ/mol e 197 kJ/mol, respectivamente, indicando para o compósito mais concentrado, aumento nas interações carga-carga em detrimento das interações carga-polímero. Através do mapeamento de silício por EDS (Electron Dispersive Spectroscopy) foram observados aglomerados, corroborando a queda do valor de energia de ativação para o compósito SBR- BR/30 SiO2 . Palavras-Chaves : SBR-BR ; carga ; gel polímero-carga ; análises termogravimétricas INTRODUÇÃO A exata compreensão das interações carga-polímero, na formulação de bandas de rodagem para pneus automotivos, possibilita uma otimização das proporções entre esses componentes. A reticulação física provocada pela carga no compósito final, se somará à reticulação química da vulcanização, possibilitando uma melhoria das propriedades mecânicas inerentes à qualidade final do produto. Na Europa, a preocupação ambiental originou o “Green Tyre”, que são formulações para banda de rodagem utilizando, como carga, sílica em combinação com negro de fumo. O uso destas bandas de rodagem proporciona um ganho de 6% na [1] economia de combustível, resultando numa menor emissão de gases poluentes na atmosfera . A utilização de sílica como carga tem como principal desvantagem seu elevado custo comparado ao negro de fumo. Outra desvantagem é sua alta polaridade superficial, possuindo até 5% de grupos silanóis em sua superfície que [2] podem formar ligações de hidrogênio, podendo ocasionar formação de aglomerados de sílica . Para compatibilizar a polaridade desse tipo de carga com a apolaridade apresentada pela maioria das matrizes elastoméricas utilizadas nessas bandas, pode-se utilizar o organosilano poli(dimetil siloxano) Si69 Degussa (PDMS)para modificar a polaridade superficial da sílica. O uso de PDMS torna-se uma barreira para a utilização comercial da sílica como carga, gerando um custo adicional, visto que o negro de fumo não necessita desse [3] tipo de aditivo em suas formulações . Quando se adiciona carga a uma matriz polimérica, é obtido um compósito que é parcialmente solúvel em um solvente apropriado. O extrato é conhecido como material unbound, e é constituído apenas por cadeia polimérica e/ou cadeias poliméricas com carga adsorvida. A fase gel é medida pelo conteúdo de ”b ound [4] rubber” . A utilização de curvas de DTG para estudo e caracterização de elastômeros e compósitos blenda/carga torna-se um método interessante porque pequenas alterações nas curvas de TG são ampliadas nas correspondentes curvas de derivada primeira dessas amostras. Segundo Sircar e Lamond citando referência 0 [5], as temperaturas na qual a velocidade de degradação do SBR e BR são máximas (Tmáx. ), säo 447 C e 0 465 C, respectivamente. Nesse trabalho foram obtidos parâmetros cinéticos desses elastomeros, por análise de curvas de DTG. 1735 MATERIAIS E MÉTODOS Preparação das Amostras Borracha de estireno-butadieno (SBR) numa quantidade de 65phr (partes por cem partes de borracha) foi colocada juntamente com 35 phr de borracha de polibutadieno (BR) em um misturador interno de cilindro aberto sem aquecimento durante quinze minutos. Posteriormente foi adicionada carga particulada (negro de fumo ou sílica) em proporções de 10, 20 e 30 phr e deixadas em rotação por mais quinze minutos. Utilizando o mesmo procedimento foram obtidas amostras com 65 phr de negro de fumo, amostras contendo negro de fumo -sílica nas proporções (em phr) de 50-15, 40-25 e 40-12, sendo que na 40-12 foi adicionado junto com a sílica 3 phr de PDMS. Também foram utilizadas para este estudo as matrizes poliméricas separadamente e a blenda SBR-BR sem carga particulada. Obtenção do Gel Polímero- Carga Amostras dos compósitos, com massa de aproximadamente um grama, foram colocadas em bolsas de tecido de poliéster com mesh 180. Esse conjunto foi colocado em extrator Soxhlet utilizando como solvente 200 mL de tolueno, deixando em refluxo por quatro horas. As amostras foram posteriormente secas em estufa à 0 30 C durante quatro horas sob fluxo de ar, e deixadas em dessecador por 24 horas. Foram feitas sucessivas extrações até que fosse atingida massa constante (gel polímero-carga). A perda de massa da bolsa de pesagem foi verificada por extrações sucessivas, segundo o mesmo procedimento para as amostras, não sendo verificadas variações significativas(+ 1,5%) Análises Termogravimétricas A mostras da blenda carregada e sem carga foram analisadas em um aparelho TGA-50 SHIMADZU. Foi 0 utilizada uma taxa de aquecimento de 10 C/min, em atmosfera de N2 com fluxo de 50 ml/min, numa faixa de 0 0 temperatura de 30 C a 700 C. A derivada da curva de TG foi obtida para posterior análise de perda de massa, temperatura máxima de decomposição, ordens de reação e energias de ativação. Para os géis das amostras contendo sílica, para se eliminar uma perda de massa que já se iniciava em 400 C, foi feito um pré-aquecimento até 1500 C e mantido por 30 minutos. Modelo Cinético Aplicando-se o modelo cinético de Avrami às curvas de DTG parciais a partir da equação de degradação de sólidos deduzida por Vachuska and Voboril, conforme citada na referência [5], pode-se calcular os parâmetros cinéticos de cada evento : dα = K (T ) f [α (t )] dt (1), onde α é a fração de perda de massa em função da temperatura, K(T) é uma constante. Das muitas formas n existentes para representar a degradação de materiais no estado sólido, a mais utilizada é f[α(t)] = (1-α) , onde n é a ordem da reação, considerada constante durante o processo. 0 Se a degradação pode ser ativada numa temperatura menor que 800 C, a qual está dentro do intervalo de temperatura da reação cinética, a constante de velocidade K pode ser obtida pela Lei de Arrhenius : K = A.e −E RT (2) n Substituindo-se, na equação (1) o valor de K pela equação (2), f[α(t)] por (1-α) , utilizando-se a regra da cadeia para colocar a derivada do alfa em função da temperatura e substituindo dT/dt por β que representa a razão de aquecimento, a equação (1) já linearizada torna-se igual a : ln dα A E1 − n ln( 1 − α ) = ln − (3) dT β RT 1736 A partir da equação (3) pode-se calcular parâmetros cinéticos como energia de ativação (Ea), ordem de reação (n), alfa (α) e temperatura onde a velocidade de degradação é máxima (Tmáx). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados de perda de massa (%), de amostras contendo negro de fumo (N234) ou sílica como carga, após sucessivas extrações até que se atingisse a massa constante das amostras (gel polímero-carga), são apresentados na Tabela I. Tabela I : Perda de massa de compósitos contendo SBR- BR/carga após sucessivas extrações. COMPÓSITO CONC. (phr) PERDA (%) 10 88,3 + 3,5% SBR- BR/N234 20 76,5 30 66,4 10 86,1 SBR- BR/SiO2 20 61,6 30 72,5 Amostras contendo 10 phr de carga apresentam uma grande perda de massa indicando que essas amostras estão ainda distantes do ponto de saturação de reforço. Para compósitos contendo negro de fumo não se pode afirmar que 30 phr é o po nto limite de saturação. No caso de compósito com sílica, quando se aumenta para 30 phr o teor de carga, há um aumento na perda de massa sugerindo interações carga-polímero menos efetivas. A elevada polaridade superficial da sílica pode estar possibilitando a formação de ligações de hidrogênio entre grupos silanóis na superfície, comportamento este não observado nas amostras carregadas com negro de fumo. Na Tabela II são apresentados os resultados de perda de massa (%) de compósitos contendo, como carga, negro de fumo e associações de negro de fumo e sílica. Tabela II : Perda de massa de compósitos contendo SBR- BR/N234 e associações de N234-Sílica, após sucessivas extrações. COMPÓSITO CONC. (phr) PERDA (%) 65-00 42,4 SBR- BR/N234- SiO2 50-15 40,9 40-25 42,1 Como pode ser observado, a perda de massa para os diferentes compósitos está na faixa de 41-42%. A adição de sílica combinada ao negro de fumo não diminui a performance do compósito quando comparado ao compósito contendo apenas negro de fumo. Dados preliminares de combustão completa dos compósitos contendo negro de fumo e sílica evidenciam a presença de sílica na parte gelificada. A eficiência de um agente de acoplamento foi estudada combinando-se sílica e PDMS Uma amostra contendo como carga uma as sociação de N234- Sílica na proporção, em phr, igual a 40-12 com adição de 3 phr de PDMS, apresentou uma perda de massa, após sucessivas extrações, igual a 17,6%. Esta perda de massa é bem menor do que o valor encontrado(41-42%) para amostras contendo apenas associação de N234-Sílica. O processo de degradação da blenda elastomérica SBR-BR não está totalmente descrito na literatura. Na pirólise dessa matriz polimérica foi detectado vários eventos ocorrendo simultaneamente. Para a elucidação desses eventos utilizou-se o processo de deconvolução da curva de DTG da amostra, sendo que cada DTG parcial descreve um evento de degradação. Com as curvas de DTG parciais é possível, através de uma equação de integração pontual (equação 4) construir as curvas de TG parciais. A TG teórica pode ser obtida pela soma das curvas de TG parciais. Ponto TGn = ( DTG n − DTG (n −1) * (Tn − T( n −1 ) ) 2 + ( DTG n − $ DTG 0 ) * (Tn − T( n −1 ) ) + I n −1 (4) , 1737 área 0.09978 0.26736 0.07751 0.30982 0.28000 1.03447 % 9.6 25.8 7.5 29.9 27.1 100.0 DTG fit pico1 pico2 pico3 pico4 pico5 TG (mg) curvas pico 1 pico 2 pico 3 pico 4 pico 5 fit TG (mg) DTG (mg/min) onde, Ponto TGn é o ponto de TG correspondente à integração pontual resolvida pela equação (4), DTGn e o anterior (DTG n-1) são pontos da curva de DTG parciais, Tn e Tn-1 são as temperatura respectivas aos pontos do DTG e In-1 é uma constante de integração. Na Figura 01 é apresentada a curva de DTG com os respectivos eventos para a blenda SBR- BR, a soma das curvas de DTG parciais para a mesma blenda é apresentada na Figura 02, juntamente com a curva de TG experimental. TG calculado TG experimental 300 400 500 600 700 800 900 1000 300 Temperatura (K) 400 500 600 700 800 Temperatura (K) Figura 01. Deconvolução da curva de DTG da blenda elastomérica SBR- BR em função da temperatura. (taxa de aquecimento de 100 C/min com fluxo de N2 de 50 ml/min). 900 1000 ___ Figura 02. Curva de TG experimental ( ) e ___ calculada ( ) da blenda SBR- BR em função da temperatura. Para descrever com maior detalhe o processo de pirólise da blenda SBR- BR foi utilizado cinco deconvoluções (Figura 01). Utilizando a média ponderada das Ea de cada DTG parcial, foi obtido o valor de Ea de 144 kJ/mol. Como pode ser observado, na Figura 02, há uma boa concordância entre os dados experimentais e o modelo matemático adotado para descrever mais detalhadamente o processo de degradação da blenda SBRBR. Todos os cálculos de parâmetros cinéticos efetuados para os compósitos polímero-carga e seus géis seguem o mesmo procedimento descrito. As curvas de DTG dos compósitos SBR- BR/Sílica e da blenda sem carga são apresentadas na Figura 03. A maior estabilização térmica observada nas curvas dos compósitos SBR- BR/Sílica quando comparadas às curvas da blenda sem carga é devido a reticulação física provida pela carga. Figura 03 : Curvas de DTG da blenda elastomérica (A) e do compósito carregado com 10 phr de sílica (B), 20 phr de sílica (C) e 30 phr de sílica (D), em função da temperatura. DTG ( mg/min ) E I E II Como as curvas de DTG da Figura 03 estão normalizadas podemos dizer que para um mesmo intervalo de temperatura, a degradação foi menor para o compósito contendo 20 phr de sílica. Este fato pode estar ligado com a menor perda de material unbound, mostrado na Tabela I. (A) SBR-BR (B) SBR-BR/10SiO 2 (C) SBR-BR/20SiO 2 (D) SBR-BR/30SiO 2 300 400 500 600 700 800 900 Temperatura ( K ) Na Tabela III são apresentados os dados de Ea e temperatura para decompor 10% (T 10%) da massa inicial para a blenda e para os compósitos SBR- BR/Sílica. Tabela III : Energias de ativação e T 10% para blenda elastomérica e compósitos blenda-sílica. AMOSTRA T 10% (K) Ea (kJ/mol) SBR-BR 562 144 1738 SBR- BR/ 10 SiO2 SBR- BR/ 20 SiO2 SBR- BR/ 30 SiO2 668 672 665 217 231 197 Pela análise dos dados da Tabela III, observa-se que o compósito contendo 20 phr de sílica é o que apresenta maiores valores de Ea e T10%. A formulação contendo 30 phr de SiO2 apresentou dados de Ea e T 10% menores do que o da formulação com 10 phr. Este dado pode estar indicando, provavelmente, o surgimento de interações carga-carga que competem com interações carga-polímero necessárias para a reticulação física do compósito final. Na Tabela IV estão apresentados os dados de Ea para amostras contendo associação de negro de fumo-sílica e contendo apenas negro de fumo. Tabela IV : Ea para os compósitos blenda elastomérica SBR-BR/carga, e seus géis. CONC. (phr) Ea (kJ/mol) Ea (kJ/mol) N234 – Sílica compósito fase gel 65 – 00 181 181 50 – 15 151 154 40 – 25 159 137 O gel polímero-carga obtido para o compósito contendo uma concentração de negro de fumo-sílica igual a 40-25 foi o único que apresentou queda na energia de ativação. Já mostramos na Tabela II que as perdas de massa (material unbound) foram semelhantes. Dessa maneira o decréscimo em Ea pode ser um indicativo do surgimento das interações carga-carga no compósito 40-25. Este fato não é verificado na formulação contendo 15 phr de SiO2, possivelmente por uma melhor dispersão e a não proximidade das partículas de sílica, mesmo quando é extraída a fase sol do compósito. Foram efetuados mapeamentos de silício por EDS (Electron Dispersive Spectroscopy) nas amostras com SiO2 para analisarmos a distribuição de sílica nos compósitos e seus respectivos géis. Estes mapeamentos são apresentados Figura 06. Figura 06 : Mapeamento de silício por EDS de compósitos blenda –sílica nas concentrações 20 phr (a), 30 phr (b) e 30 phr + 3 phr de organosilano (c). A formação de aglomerados é evidenciada pela formação de regiões concentradas em sílica (pontos brancos) visualizadas na Figura 06 (b), o que não ocorre na amostra contendo 20 phr de sílica [Figura 6(a)]. Este fato pode ser correlacionado aos dados de extração da fase sol apresentados na Tabela I, que indicavam um grau de gelificação (bound rubber) superior para o compósito SBR- BR/20SiO2 . Distribuição uniforme de carga pela matriz elastomérica volta a ser verificada quando adiciona-se o PDMS ao compósito SBRBR/30SiO2 [Figura 06 (c)]. A melhor interação carga-polímero para o compósito contendo 20 phr de sílica proposta à partir dos dados de Ea apresentados na Tabela III estão em boa concordância com os dados de EDS. A possibilidade de formação de aglomerados sugerida pela diminuição da energia de ativação(Tabela IV) para a fase gel do compósito contendo a associação de negro de fumo-sílica na proporção 40-25 foi também verificada por mapeamento de silício nas amostras contendo sílica(Figura 7) 1739 Figura 07. Mapeamento de silício por EDS de compósitos blenda/negro de fumo-sílica nas concentrações 50-15 (a), e sua fase gel(b), 40-25phr (c), e sua fase gel (d). Quando é extraído material unbound do compósito carregado com associação de negro de fumo -sílica na proporção 50-15phr [Figura 07 (a)] para a obtenção do gel, observa-se um aumento da concentração de carga, sem perdas na dispersão da sílica [Figura 07 (b)]. Para a formulação 40-25phr [Figura 07 (c)], observa-se uma aglomeração de sílica quando se obtém o gel [Figura 07 (d)] devido, provavelmente, a ligações de hidrogênio entre grupos silanóis presentes na superfície deste tipo de carga. As energias de ativação apresentadas na Tabela IV confirmam a perda de estabilidade térmica para o gel da formulação SBRBR/40N234- 25SiO2 , e a não observância de alteração das energias para os compósitos menos concentrados em sílica. CONCLUSÕES O compósito SBR- BR/20 phr SiO2 teve os melhores parâmetros apresentados dentre as formulações estudadas, sugerindo uma boa interação entre a carga e a matriz elastomérica. A reticulação física dada a uma composição de pneu pode ser caracterizada com extrações do material unbound e consequente obtenção do gel polímero-carga. Este reforço dado ao compósito final também é evidenciado pela estabilidade térmica do material resultante das análises termogravimétricas. A utilização de sílica como carga reforçante, em associação com negro de fumo deve ser em concentrações não muito elevadas para evitar o surgimento de interações carga-carga que irão competir com as interações carga-polímero, necessárias para a formação do compósito blenda/carga. AGRADECIMENTOS A Rank Pneus que cedeu todas as amostras utilizadas nesse estudo, a Unicamp pelas análises de EDS, à Capes ao Cnpq e à Universidade Estadual de Maringá- PR. BIBLIOGRAFIA [1] Waddel W.; Evans L..”Use of Non- Black Fillers in Tire Compounds” 2000 Rubber Chemistry and Technology 69, p. 377-422. [2] Fultz W.; Evans L.. “Tire Tread Compounds with Silica/Carbon black Blends” 1997 Rubber Division ACS, p.1-8. [3] Choi S. S. “Influence of Storage Time and Temperature and Silane Coupling Agent on Bound Rubber Formation in Filled Styrene–Butadiene Rubber Compounds” 2002 Polymer Testing 21, p. 201-208. [4] Karasék L.; Meissner B. “Experimental Testing of Polymer-Filler Gel Formation Theory – Part I” 1994 Journal of Applied Polymer Science 52 , p. 1925-1931. [5] Leung D. Y. C.; Wang C. 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The physical interactions that possibly exist between the filler and the elastomer were analyzed by the extractions of the sol phase of the composites (styrene-butadiene) SBR-(polybutadiene)BR/SiO2. Extractions of the sol phase of the samples filled with carbon black, which is the most used filler, were also made. The activation energy (Ea) was calculated by analysis of the DTG curves of the samples pyrolysis. The Ea value of 144 kJ/mol was obtained for the SBR- BR blend. The values obtained for the composites containing 20 and 30 phr of silica (parts hundred rubber) were of 231 kJ/mol and 197 kJ/mol, respectively, indicating an increase of the filler-filler interactions instead of filler-polymer interactions for the more concentrated composite. By the mapping of silicon by EDS (Electron Dispersive Spectroscopy), agglomerates were observed, matching well with the decrease of the activation energy for the SBR-BR/30 SiO2 composite. KEY-WORDS : SBR- BR ; filler ; polymer -filler gel ; Thermal analysis 1741