República Islâmica do Irão
Irão: Cidades Imperiais na Rota da Seda (data sob consulta)
O Irão é um país com uma longa e complexa
história, que remonta a um passado
longínquo, aos primórdios da história da
humanidade numa região do globo que se
situa entre as esferas culturais do Médio
Oriente e da Ásia Central.
O seu território foi, desde a antiguidade,
atravessado por uma série de rotas comerciais
que se estendiam por mais de 8.000 km, da
China ao Mediterrâneo, a chamada Rota da
Seda. Por ela viajaram não só produtos, mas
gentes com as suas ideias e religiões. O Irão
moderno, na sua variada composição étnica –
Persas, Azaris Turcos, Curdos, Árabes,
Baluquis, Turcomanos, Lors e vários grupos
nómadas – e religiosa, reflecte essa rica e
complexa herança histórico-cultural e a sua
privilegiada situação geográfica.
O país possui uma paisagem de grande beleza
natural, que inclui montanhas monumentais,
cujos cumes se cobrem de neve durante todo
o inverno, extensas planícies férteis e
imponentes desertos.
A própria natureza do país faz lembrar um
autêntico paraíso, esse termo que tem as suas
origens na língua persa – pairidaeza – os antigos
jardins construídos pelos Aquemênidas em torno
dos seus palácios, como em Parsagadae ou
Persepolis, e protegidos do mundo exterior por
muros. Estes jardins fechados, organizados numa
geometria de quadrados e rectângulos, por entre
alamedas arborizadas e cursos de água tornaramse, com a sua adopção pelo Islão, numa alegoria
do Paraíso. O jardim Persa, uma das grandes
heranças culturais do Irão, com as suas
associações poéticas e religiosas, local de repouso
e contemplação, cuja beleza reflecte a perfeição
do criador divino, investido de uma sofisticação
geométrica e de uma grandeza estética,
transforma-se assim no jardim islâmico por
excelência, de Granada ao Taj Mahal. O Irão é
por isso, um país de flores e água, onde os
próprios mausoléus dos seus grandes poetas se
encontram rodeados de jardins que são
autênticos paraísos terrestres.
Durante a sua história recente, nos últimos
quinhentos anos, o Irão tem tido várias capitais,
algumas, como Isfahan, Shiraz ou Teerão,
marcadas pelos vestígios de um tempo em que
foram o centro político e o lugar privilegiado de
residência da corte imperial, onde mesquitas,
palácios, santuários e pavilhões constituem hoje
testemunhos imponentes dessa grandeza,
reflectindo a tradição estética e os estilos
arquitectónicos das dinastias que elevaram essas
cidades ao estatuto de capital.
Numa viagem de descoberta a esse
passado, este percurso convida também a
viver o Irão presente, na sua gastronomia
e nas suas gentes. Em Teerão, capital
desde o século XIX, tendo como pano de
fundo o cenário magnífico das
Montanhas Alborz, teremos
oportunidade de passear pelos grandes
bazares de Kerman, Shiraze Isfahan;
repousar nas suas casas de chá, entre os
aromas exóticos do fumo do tabaco do
narguileh(cachimbo de água), e a magia
dos poemas de Hafezou
Sa’diacompanhados ao som de musica
clássica persa. Será ainda possível
observar os artífices a trabalhar no
grande bazar de Isfahane viajar de
dhowno mar turquesa do Estreito de
Ormuz, no Golfo Pérsico, em direcção à
Ilha de Ormuz e ao passado recente de
Portugal.
O Irão moderno, infelizmente, tem por
vezes recebido uma imagem negativa na
imprensa Ocidental. No entanto, para
além da sua rica herança históricocultural e grande beleza natural, o país
possui também uma infra-estrutura
muito moderna e, ao contrário do que
muitas vezes se pensa, oferece segurança.
Para os Iranianos, a hospitalidade além
de uma tradição ancestral constitui um
dever sagrado.
Itinerário
a 11. Voo Lisboa-Teerãopara
Lisboa Teerãopara estadia de 1 noite.
Dia 2. Visita à cidade de Teerão onde vamos ver o Palácio de Golestan,
residência da dinastia Qajar, constituído por uma série de pavilhões
construídos em torno de jardins, entre os quais se salienta a sala de
audiências públicas, construída em 1801. Visita ao Museu de Artes
Decorativas. Voo para Bandar-eAbbasno Estreito de Ormuz para
estadia de 2 noites.
Dia 3. Travessia de dhowdo porto de Bandar-eAbbaspara a Ilha de Ormuz a fim
de visitarmos a fortaleza portuguesa do sec. XVI. Regresso a BandareAbbas.
Dia 4. Percurso de Bandar-eAbbasa Kermanpara estadia de 2 noites.
Dia 5. Visita a Mahanonde teremos oportunidade de ver os jardins persas de
Bagh-eShahzade, e o Aramgah-eShahNe’matollahVali que inclui a
mesquita e mausoléu do famoso mestre Sufi ShahNe’matollahVali,
construído nos séculos XV e XVIII. Regresso a Kerman–visita à grande
Mesquita Jameh, bazares e casas de chá da cidade.
Dia 6. Partimos para Neiriz, onde visitamos a mesquita do sec.. X. Continuamos
para Sarvestanpara visita ao mausoléu do SheikhYusufSarvistani, do sec.
XIII. Estadia de 3 noites em Shiraz.
Dia 7. A cidade de Shiraz: a mesquita e mausoléu de Shah-eCheragh,, o Museu
Pars, os famosos jardins persas de Bagh-eNaranjestane Bagh-eEram, o
famoso Bazar-eVakil, e os Aramgah-eHafeze Aramgah-eSa’di, os
mausoléus e jardins dos grandes poetas Hafeze Sa’di, respectivamente.
Isfahan
Itinerário
Isfahan
. Visita ao complexo arqueológico de Persepolis, constituído por uma série de residências reais
construídas pelos soberanos Aquemênidas, e à necrópole real da mesma dinastia, em Naqsh-eRustam.
Regresso a Shiraz.
Dia 9. Partida em direcção a Yazd, visitando durante o percurso o sitio arqueológico da antiga capital
Aquemênidade Parsagadae, o túmulo de Ciro, o Grande, e a mesquita em Abarquh. Estadia de 2 noites
em Yazd.
Dia 10. Visita à cidade de Yazd. Passeio pela cidade velha, bazares, o Ateshkadeh(o Fogo Eterno no templo
Zoroastra), e as Torres do Silêncio (Dakhmeh-eZartoshtiyun), na velha necrópole Zoroastra.
Dia 11. Partida para Nayinonde visitamos a mesquita. Continuamos para
Isfahanpara estadia de 2 noites.
Dia 12. Visita à cidade de Isfahan: os monumentos Safavidasem redor
da Grande Praça de Isfahan(Praça do Imam), o grande
Bazar-eBozorgcom as suas lojas, ateliers e famosas c
asas de chá, e as pontes sobre o rio Zayandeh.
Dia 13. Partida para Teerão, via Kashan,, onde visitamos os jardins
persas de Bagh-eTarikhi-yeFincriados para o
ShahAbbasI (1587-1629) como uma visão
terrestre do Paraíso.
Estadia em Teerão de 2 noites.
Dia 14. Visita ao Museu Nacional de Arqueologia em Teerão
e ao Museu do Tapete. Tarde livre.
Dia 15. Voo Teerão-Lisboa.
O Arqueólogo
Álvaro Figueiredo estudou arqueologia em Londres no Institute of
Archaeology, University College London, onde se especializou em
Arqueologia do Próximo e Médio Oriente Antigo, e língua Árabe na
School of Oriental & African Studies, University of London.
Participou em vários projectos de investigação arqueológica no
próximo Oriente, nomeadamente em ‘Azraq e na fortaleza RomanoBizantina de Qasr Burqu’, na Jordânia; no tell arqueológico de
Kadesh (Tell Nebi Mend), local da famosa batalha entre Ramsés II e
os Hititas, na Síria; e nas necrópoles do sítio Predinástico de
Hierakonpolis (Kom el-Ahmar), no Alto Egipto.
Desenvolveu também vários trabalhos em Portugal, como por
exemplo em Tróia ou no povoado calcolítico dos Perdigões.
Encontra-se de momento a colaborar num projecto
de investigação radiológica, com a I.M.I. (Lisboa), das
múmias egípcias na colecção do Museu Nacional de
Arqueologia, em Lisboa.
Professor convidado de várias instituições de âmbito
cultural e científico no Reino Unido, em Portugal
e nos E.U.A., e com interesses específicos nas áreas da
Egiptologia, Império Romano no Mediterrâneo Oriental e na
Península Ibérica, origens e desenvolvimento do Islão, e histórica
contemporânea do Mundo Árabe. Trabalha e vive entre as cidades de
Londres, Lisboa e o Cairo.
Tem vindo também ao longo dos anos a acompanhar
viagens de âmbito cultural a vários países do Próximo
e Médio Oriente, e do Norte de África.
Isfahan
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