Irã 01. Aspectos Geográficos O Irã - Oficialmente República Islâmica do Irã – país de 1.648.200 km² de área, é o décimo-sexto maior país do mundo em território, o que equivale aproximadamente à área do estado do Amazonas. É herdeiro da civilização persa, é um país asiático do Médio Oriente que limita a norte com a Armênia, o Azerbaijão, o Turquemenistão e o Mar Cáspio, a leste com o Afeganistão e o Paquistão, a oeste com o Iraque e a Turquia, a sul com o Golfo de Omã e com o Golfo Pérsico. Seu território é muito acidentado composto por montes montanhas, vales e desertos, apresenta grande instabilidade geológica, o que provoca frequentes e intensos terremotos. O principal rio iraniano, e único navegável, é o Karum (725 km), entre os demais rios poucos são permanentes, têm curso pequeno e em geral desembocam no Mar Cáspio. O maior lago é o Umia, de água salgada, na região noroeste. A vegetação é formada por florestas de carvalho, olmos, nogueira, arbustos de pistache, pteridófitas e cactos. O clima em geral é continental árido. Chove em abundância na Zona do Mar Cáspio. A menor temperatura fica por conta dos montes e montanhas. A temperatura vai aumentando a medida que se avança em direção ao sul tendo sua maior elevação nas regiões dos golfos Pérsico e de Omã. O país detém um população de 77,4 milhões de habitantes, pouco mais da metade da população é de origem persa, descendentes dos povos indo-europeus. A forte religiosidade é uma das caracteristicas de sua população onde 95,8% é adepta do islamismo xiita. A sua capital é Teerã, a sua língua oficial, o persa, mas também é falado turco, curdo e árabe. Sua moeda é o rial iraniano. Conhecido no Ocidente até 1935 como Pérsia, passou desde então a ser conhecido como Iran, palavra que significa literalmente "terra dos arianos" (no sentido étnico do termo e não no seu sentido religioso, ligado ao arianismo). Em 1979, com a Revolução Islâmica promovida pelo aiatolá Khomeini, o país adotou a sua atual designação oficial de República Islâmica do Irã. Os seus nacionais se chamam iranianos, embora o termo persas seja ainda utilizado. Hoje após algum tempo da Revolução Islâmica o país tem passado por um período de renovação (1997-2005). As mulheres conquistaram o direito de pleitear bolsas de estudo no exterior e usar vestimentas coloridas. Há evfervecência cultural, especialmente na produção de filmes. Em 2005, a linha ortodoxa é retomada com a eleição de Mahmoud Ahmadinejad. 02. Aspectos Econômicos O Irã foi um país essencialmente agrícola até aos anos 1960 do século XX. A partir de então ocorreu uma descolagem da indústria, nomeadamente da indústria petroquímica, têxtil, automóvel, de construção de equipamentos electrônicos, de papel e alimentar. A Revolução Islâmica teve consequências sobre o desenvolvimento econômico, uma vez que se verificou uma redução drástica do investimento estrangeiro. A atividade turística, que tinha sido promovida pela dinastia Pahlavi através de medidas como a construção de hoteis e a pavimentação de estradas, praticamente desapareceu após a revolução. A situação econômica viu-se agravada com guerra com o Iraque e pela queda do preço do petróleo a partir de 1985. A subida do preço do petróleo a partir de 2003 beneficiou ao Irã, que utilizou o dinheiro para programas sociais. Os poços de petróleo encontram-se situados no sudoeste do país, junto ao Golfo Pérsico. Hoje detém um PIB de US$ 514,1 bilhões. Apesar de ocupar apenas 10% do seu território, a agricultura iraniana é bem diversificada. São cultivados trigo, batata, arroz, cevada, uva, beterraba açucareira, cana-de-açúcar, milho, frutas, tabaco, chá e pistache. A pecuária de ouvinos se destaca principalmente o carneiro caracul, cuja pele é muito apreciada. A pesca é praticada nos mares Negro e Cáspio, sendo principalmente a captura de esturjão, cujas ovas são usadas para a produção do caviar. 03. Aspectos Históricos O território atualmente ocupado pelo Irã é habitado desde os tempos pré-históricos. A história escrita da Pérsia começa em cerca de 3200 a.C. com a cultura proto-elamita e com a posterior chegada dos arianos e a formação dos sucessivos Impérios Medo e Aquemênida. Durante a história, o território do país tem tido grande importância geográfica, visto a sua posição entre o Oriente Médio, Cáucaso, Ásia Central e o Golfo Pérsico, além da proximidade entre o Leste Europeu e o subcontinente Indiano. a) Povos e domínios Por volta de 1500 a.C. fixaram-se no planalto iraniano vários tribos arianas, das quais se destacavam os Medos e os Persas. Os primeiros fixaram-se no noroeste onde fundaram um reino; os Persas estabeleceram-se no sudoeste. Os Medos foram submetidos pelos Citas em 653 a.C., mas conseguiram libertar-se e alargaram a sua influência aos Persas. Em 555 a.C. Ciro, rei da Pérsia, iniciou uma revolta contra Astíages, rei dos Medos, vencendo-o e reunindo sob sua soberania a Pérsia e Média. Ciro, primeiro rei aqueménida, iniciou uma política expansionista, que seria continuada pelos seus sucessores, Cambises e Dario I. Em resultado destas conquistas o Império Aqueménida compreendia uma vasta área que ia do Vale do Indo ao Mar Negro, incluindo a Palestina e o Egito. Alexandre, o Grande conquistou a Pérsia em 331 a.C., acrescentado-a ao seu império. Após a sua morte o seu império seria dividido entre os seus generais. Um destes generais, Selêuco, ficaria com a Babilônia e a Pérsia, dando início ao reino selêucida. A partir de 250 a.C. o domínio selêucida começou a ser rejeitado na parte oriental do Irã, onde nasce o reino dos Partos Arsácidas. O império arsácida era menor que o aqueménida, estendendo-se do actual Afeganistão ao Eufrates, controlando as rotas comerciais entre a Índia e o Ocidente. Os Partos terão como inimigos a ocidente o Império Romano, que tentaria em vão conquistar o seu território. Em 224 a dinastia arsácida foi derrubada por Ardashir I, um rei vassalo que fundou a dinastia sassânida. b) O islamismo A conquista da Pérsia pelos árabes entre 641 e 651 levaria à sua integração como província primeiro do califado omíada e a partir de 750 do califado abássida. Do ponto de vista religioso, o zoroastrismo seria gradualmente substituído pelo islão. No entanto, culturalmente, verificou-se um intercâmbio entre a cultura árabe e a persa, que se detecta, por exemplo, na adoção pelo califado abássida da organização administrativa sassânida e dos costumes persas. No século X, regista-se mesmo um renascimento da literatura persa. Com a decadência do califado abássida afirmam-se no Irã dinastias locais praticamente independentes do poder central. No Coração surge a dinastia dos Taíridas, que seria eliminada pelos Safáridas. Estes seriam por sua vez substituídos pelos Sâmanidas, a dinastia local mais importante desse período. Durante a Idade Média, a Pérsia foi invadida pelos mongóis, a que se seguiu o reinado de Tamerlão. Pouco a pouco, o país passou a ser uma arena para potências coloniais rivais como os Impérios Russo e Britânico. Entre 1501 e 1736 a Pérsia foi dominada pelos Safávidas. O fundador desta dinastia, Ismail I, era filho de Safi ad Din, chefe de uma ordem sufista, que se apresentava como descendente do sétimo imã, Musa al Kazim. Em 1501 Ismail I tomou Tabriz, a qual fez a sua nova capital, e tomou o título de xá. Os Safávidas proclamaram o islão xiita como a religião estatal e através do proselitismo e da força converteram a população a esta doutrina religiosa. As duas principais ameaças exteriores dos Safávidas foram os Usbeques e os Otomanos. Os primeiros representavam uma ameaça para o Khorasan, mas foram derrotados por Ismail em 1510 e empurrados para o Turquestão. Quantos aos Otomanos, seriam autores de um duro golpe ao estado safávida em 1524, quando as forças do sultão Selim I derrotaram os safávidas em Tchaldiran, tendo ocupado Tabriz. Em 1533 o sultão Soleimão ocupou Bagdade, tendo alargado o domínio otomano sobre o sul do Iraque. O apogeu dos Safávidas foi atingido durante o reinado de Abbas I, que procedeu a uma reorganização do exército e transferiu a capital para Isfahan (cidade do interior, longe da ameaça otomana), onde mandou construir mesquitas, palácios e escolas. Em 1602 Abbas expulsou os portugueses do Bahrein e em 1623 de Ormuz, locais onde estes se tinham estabelecido para controlar o comércio da Índia e do Golfo Pérsico. Estabeleceu um monopólio estatal sobre o comércio da seda e concedeu privilégios aos ingleses e neerlandeses. O declínio da Pérsia safávida iniciou-se após a morte de Abbas I, durante os reinados de Safi (16291642) e Abbas II (1642-1667). Em 1722 a Pérsia foi invadida por tribos afegãs, que tomaram Isfahan. Em 1736, depois de ter expulsado os afegãos, o líder turcomano Nader Xá, um dos chefes da tribo Afshar, funda a dinastia dos Afsharidas. Nader Xá alargou o seu domínio para leste, tendo invadido a Índia em 1738, de onde trouxe muitos tesouros para o Irã. Foi assassinado em 1747. A dinastia dos Afsharidas foi seguida pela dinastia persa Zand (1750-1794), fundada por Karim Khan, um chefe da região de Fars, que estabeleceu sua capital em Shiraz. Karim Khan, governou até 1779 num clima de relativa paz e prosperidade, mas quando faleceu a dinastia Zand não conseguiu se impor. Logo depois o país conheceria um novo período conturbado, que durou até 1794, quando Aga Muhammad Khan, chefe de uma tribo turca, funda a dinastia Qadjar. Esta permanecerá no poder até 1921, movendo-se em uma arena onde as novas potências - a Rússia imperial e o império britânico - exerceriam grande influência política sobre os reis Qadjaridas. O Irã entretanto, conseguiu manter sua soberania e nunca foi colonizado - um caso raro na região. Durante o reinado de Fath Ali Xá o Irã foi derrotado em duas guerras com a Rússia, que tiveram como consequências a perda da Geórgia, do Daguestão, de Bacu e da Arménia caucasiana. A modernização do Irã iniciou-se no reinado de Nasser al-Din Xá, durante o qual se procura lutar contra a corrupção na administração, assistindo-se à fundação de escolas, abertura de estradas e à introdução do telégrafo e do sistema postal. A aspiração por modernizar o país levou à revolução constitucional persa de 1905-1921 e à derrubada da dinastia Qadjar, subindo ao poder Reza Pahlevi. Este pediu formalmente à comunidade internacional que passasse a referir-se ao país como Iran (Irã). Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido e a União Soviética invadiram o Irã, de modo a assegurar para si próprios os recursos petrolíferos iranianos. Os Aliados forçaram o xá a abdicar em favor de seu filho, Mohammad Reza Pahlevi, em quem enxergavam um governante que lhes seria mais favorável. Em 1953, após a nacionalização da Anglo-American Oil Company, um conflito entre o xá e o primeiro-ministro Mohammed Mossadegh levou à deposição e prisão deste último. O reinado do xá tornou-se progressivamente ditatorial, especialmente no final dos anos 1970. Com apoio americano e britânico, Reza Pahlevi continuou a modernizar o país, mas insistia em esmagar a oposição do clero xiita e dos defensores da democracia. Em 1979, a chegada do Aiatolá Khomeini, após 14 anos no exílio, dá início à Revolução Iraniana apoiada na sua fase inicial pela maioria da população e por diferentes facções ideológicas - provocando a fuga do Xá e a instalação do Aiatolá Ruhollah Khomeini como chefe máximo do país. Estabeleceu-se uma república islâmica, com leis conservadoras inspiradas no Islamismo e com o controle político nas mãos do clero. Os governos iranianos pós-revolucionários criticaram o Ocidente e os Estados Unidos em particular pelo apoio dado ao xá; as relações com os EUA foram fortemente abaladas em 1979, quando estudantes iranianos tomaram funcionários da Embaixada americana como reféns. Posteriormente, houve tentativas de exportar a revolução islâmica e apoio a grupos militantes anti-Ocidente como o Hezbollah do Líbano. A partir de 1980, o Irã e o Iraque enfrentaram-se numa guerra destruidora que durou oito anos. 04. Atualidades A política externa iraniana baseia-se em dois princípios: eliminar influências externas na região (especialmente os EUA) e manter contatos estreitos com países em desenvolvimento e não-alinhados. O Irã não reconhece o Estado de Israel e não mantém relações diplomáticas com os EUA desde a Revolução Iraniana. O presidente do EUA, George W. Bush, classifica em 2002 o Irã, o Iraque e a Coreia do Norte de integrantes do “eixo do mal” por supostamente manterem programas secretos de desenvolvimento de armas de destruição em massa. Apesar das objeções do governo norteamericano, a Federação Russa iniciou naquele ano a construção do primeiro reator nuclear no Irã. A Agência Internacional de Energia Atômica(AIEA), pressiona o governo iraniano em 2003 a demonstrar que não mantém nenhum programa clandestino de desenvolvimento de armas atômicas. A pressão da comunidade internacional contra a atividade nuclear do Irã se amplia desde então. Em 2005, o Irã passa a ser considerado pelo EUA um dos “postos avançados da tirania”. A vitória de Mahmoud Ahmadinejad na eleição presidencial de junho de 2005 tem dado causa a um aumento nas tensões entre o Irã e os EUA, em especial no que se refere ao programa nuclear iraniano. Teerã fica sob sanções da ONU desde 2006 devido ao seu programa nuclear. Em 2007 as importações autorizadas diminuem por que o país se preparou para enfrentar as sanções da ONU. O país procura projetar-se como uma liderança regional. Ahmadinejad provoca muita polêmica em suas declaração em favor da destruição do Estado de Israel, o presidente causa indignação ao colocar em dúvidas a ocorrência do Holocausto. O Irã é acusado de fornecer armas e recursos ao Hezbollah, partido político fundamentalista do Líbano, que mantém militância armada, e ao Hamas, corrente palestina também armada na Faixa de Gaza, ocupada por Israel. Militares dos EUA acusaram as Forças Quds – unidade de elite da Guarda Revolucionária iraniana – de teinar insurgentes que lutam com tropas norteamericanas no Iraque e dar assistência a eles, por intermédio do Hezbollah. O governo do Irã qualifica as acusaçãoes como “ridículas”. Em outubro de 2007 os EUA anunciam sanções unilaterais contra o Irã, proibindo negócios com três bancos estatais e com as Forças Quds, que são qualificadas como “simpatizante do terrorismo”. O governo Bush acusa ainda a Guarda Revolucionária de “disseminar armas de destruição em massa”. O Irã passou por grande agitação política e violência policial nas eleições presidenciais de junho de 2009. O presidente Ahmadinejad é declarado vencedor no primeiro turno, com 63% dos votos. O candidato da oposição, o moderado Mil' Hossein Mousavi, acusa o regime de fraudar a eleição. Centenas de milhares de pessoas saem às ruas em protesto, nas maiores manifestações desde a Revolução de 1979. Como muitos iranianos vestem verde - a cor do material de campanha de Mousavi, o levante popular fica conhecido como Movimento Verde. Os protestos são reprimidos com violência e há pelo menos 20 mortos - a oposição fala em mais de 70. Cerca de 4 mil pessoas são presas. Em julho de 2010, a iraniana Sakineh Ashtiani é condenada à pena de morte por apedrejamento, sob a acusação de adultério e participação no assassinato do marido. Vários países pedem a sua libertação, levando o Irã a rever o processo contra Ashtiani. Em agosto, é inaugurada a central nuclear de Bushehr, no sul do país, para fornecer eletricidade. Primavera Árabe O Movimento Verde organiza em fevereiro de 2011 protestos em apoio aos levantes populares na Tunísia e no Egito. Mousavi é preso, e as forças de segurança dispersam rapidamente as manifestações. A maior repercussão da Primavera Árabe acontece no plano externo. A junta militar que assume o poder no Egito - um aliado próximo dos sauditas e dos norte-americanos - fala em normalizar relações diplomáticas com o Irã. Em fevereiro, o Irã envia dois navios de guerra para o Canal de Suez pela primeira vez desde 1979, e as novas autoridades do Egito autorizam a passagem contrariando Israel. Teerã condena o envio de tropas sauditas ao vizinho Barein, em março, para reprimir as manifestações da maioria xiita contra a monarquia sunita. A Arábia Saudita afirma que a reação iraniana é um indicativo das ambições políticas e territoriais do Irã no golfo Pérsico. Uma nova crise eclode em outubro, os EUA acusam o Irã de estar por trás de um plano frustrado de matar o embaixador saudita em Washington. O governo de Teerã nega a acusação. Questões internas No fim do ano de 2011, as pressões contra o programa nuclear se acentuam. Em 21 de novembro, Reino Unido, EUA e Canadá anunciam sanções aos bancos iranianos e ao setor petrolífero. Em represália, no dia 29, jovens atacam e depredam a embaixada britânica em Teerã. Em 1º de dezembro, o Reino Unido determina o fechamento da embaixada e rebaixa as relações ao menor nível diplomático. No mesmo dia, a UE anuncia novas sanções ao país, congelando imóveis e contas bancárias de 141 empresas e 39 autoridades do Irã. Ahmadinejad tenta concentrar o poder na Presidência, criando atrito com Khamenei. A queda de braço se torna pública em 2011, com disputas na escolha de ministros, vencidas pelo aiatolá, e a prisão de aliados de Ahmadinejad. Março de 2012, Ahmadinejad responde no Parlamento a acusações de má gestão e insubordinação. Nas eleições legislativas, boicotadas pelos reformistas, os partidários de Khamenei derrotam as facções leais ao presidente. Crise Econômica O embargo ocidental ao petróleo iraniano leva à queda expressiva nas exportações, comprometendo a obtenção de divisa externa. A moeda nacional, o rial, perde 80% do valor ante o dólar em 2012. A queda mais abrupta ocorre em outubro, gerando protestos em Teerã contra a alta nos preços causada pela desvalorização cambial, mas também pela política de redução dos subsídios lançada por Ahmadinejad. Enfraquecido no governo, o presidente também perde popularidade entre os iranianos, que o culpam pela crise. Apoio À Síria O Irã amplia em 2012 o suporte ao ditador sírio Bashar al-Assad. Em setembro, o país admite que tropas de elite da Guarda Revolucionária, a Força Quds, estão na Síria treinando as Forças Armadas e coordenando a ofensiva contra a insurgência sunita. Ao mesmo tempo, os EUA alegam que aviões iranianos transportam armas e munições para a Síria pelo espaço aéreo iraquiano. Os carregamentos se intensificam no início de 2013, para conter o avanço dos rebeldes. Em fevereiro, o envolvimento do Irã na guerra civil síria vem à público com a morte de um comandante sênior da Força Quds, o general Hassan Shateri, perto de Aleppo. Em maio, o banco central iraniano libera uma ajuda de 4 bilhões de dólares à Síria. Eleição De Rouhani Dos 686 candidatos registrados para disputar a eleição presidencial de junho, apenas oito são aprovados pelo Conselho dos Guardiães – o candidato de Ahmadinejad é um dos recusados. Com os líderes do Movimento Verde na prisão e a candidatura de Rafsanjani também desqualificada, os reformistas se unem no apoio ao clérigo Hassan Rouhani, um diplomata com décadas de carreira na política iraniana e boa dose de influência junto a Khamenei. Ele vence a eleição com 50,7% dos votos ao se apresentar como um meio-termo entre as alas reformista e conservadora, capaz de promover mudanças sem ameaçar a natureza da república islâmica. Aproximação Com o Ocidente Após a posse, em agosto, Rouhani começa a romper o isolamento internacional do Irã, numa iniciativa endossada por Khamenei. Em setembro, presos políticos são soltos, incluindo proeminentes nomes da ala mais reformista. No mesmo mês, em discurso na Assembleia Geral da ONU, Rouhani convoca os EUA para o diálogo e afirma que o Irã está pronto para negociar uma saída para a crise envolvendo o programa nuclear. Em Nova York, ele fala ao telefone com o presidente norte-americano, Barack Obama, na primeira conversa entre líderes dos dois países desde a Revolução Islâmica. Essa aproximação abre caminho para a assinatura de um histórico acordo nuclear, ainda que preliminar, em novembro. Com a economia em recessão, inflação alta e elevado desemprego, o Irã espera que o alívio de algumas sanções amenize a crise. Mas a recuperação da economia depende, sobretudo, do fim do embargo ao petróleo, condicionado à assinatura de um acordo nuclear permanente. * Compilação feita a partir de: - Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014. - Arruda, J. e Piletti, N. Toda a História, 4ª ed. São Paulo: Ática, 1996. - Atlas National Geografic: Ásia. São Paulo: Ed. Abril, 2008. - KAMEL, Ali. Sobre o Islã: afinidades entre muçulmanos, judeus e cristãos e as origens do terrorismo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. - www.wikipedia.org