CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA GEANDRA FERREIRA PETROLI ITAMAR PETROLI JÚNIOR A CLASSIFICAÇÃO ABC NO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUE: ESTUDO DE CASO EM EMPRESAS DA REGIÃO DE LINS (SP) LINS/SP 2º SEMESTRE/2012 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA GEANDRA FERREIRA PETROLI ITAMAR PETROLI JÚNIOR A CLASSIFICAÇÃO ABC NO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUE: ESTUDO DE CASO EM EMPRESAS DA REGIÃO DE LINS (SP) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins para obtenção do Titulo de Tecnólogo(a) em Logística. Orientador: Dr. Fabiana Ortiz Tanoue de Mello LINS/SP 2º SEMESTRE/2012 GEANDRA FERREIRA PETROLI ITAMAR PETROLI JÚNIOR A CLASSIFICAÇÃO ABC NO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUE: ESTUDO DE CASO EM EMPRESAS DA REGIÃO DE LINS (SP) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Tecnólogo(a) em Logística sob orientação da Profª Drª Fabiana Ortiz Tanoue de Mello. Data de aprovação:___/___/___ _________________________________ Prof. Dra Fabiana Ortiz Tanoue de Mello ___________________________________ Profº. Me. Silvio Ribeiro __________________________________ Profº. Me. Sandro da Silva Pinto DEDICATÓRIA Eu, Geandra Ferreira Petroli, dedico este trabalho aos meus pais Aureni de Paula e Carlos Roberto Ferreira, pelo apoio e incentivo que sempre me deram. Eu, Itamar Petroli Júnior, dedico este trabalho aos meus pais Itamar Petroli e Euci Ap. de Faria Petroli, pelo apoio e incentivo e também a minha esposa Geandra Ferreira Petroli que sempre esteve ao meu lado e me apoiou em tudo. AGRADECIMENTOS Eu, Geandra Ferreira Petroli, agradeço nesta fase importante de minha vida, , primeiramente a Deus, aos Professores Mestre Sandro da Silva Pinto e à nossa orientadora Dr.ª Fabiana Ortiz Tanoue de Mello, pela ajuda, disponibilidade, conhecimento e força que sempre nos deram. Aos meus pais, mais uma vez, por nunca terem desistido de mim e terem confiado em minha capacidade sempre. Essa vitória não é somente minha, mas de todos nós: Aureni de Paula e Carlos Roberto Ferreira. Obrigada por tudo! Muitas vezes vocês deixaram de lado seus sonhos para tornar realidade o meu. Eu, Itamar Petroli Júnior, agradeço primeiramente a Deus, que me deu forças nessa jornada e me ajudou a continuar, ao professor Mestre Mestre Sandro da Silva Pinto que nos ajudou e apoio muito no decorrer de tudo e a nossa orientadora Dr.ª Fabiana Tanoue de Mello. Dedico aos meus pais Itamar Petroli e Euci Ap. de Faria Petroli por estarem sempre ali por mim e também a minha esposa Geandra Ferreira Petroli pelo apoio e ajuda que sempre me deu e por me incentivar sempre. RESUMO Com a tecnologia e a competitividade, a logística tornou-se não só um diferencial no mercado, mas um dos principais meios para a tomada de decisão, uma vez que a mesma cuida desde a matéria-prima até o produto final, facilitando assim o fluxo de produtos. Dessa maneira, uma gestão cautelosa de estoque permitirá a uma empresa executar suas operações sem problemas em qualquer setor de atividades. Com base nisso, o presente trabalho visa verificar em que nível a classificação ABC tem sido utilizada na Gestão Empresarial, em particular no planejamento e controle de estoques. Através de um questionário pré-elaborado aplicado em três empresas da região de Lins pertencentes a setores diferentes, observou-se que as três empresas utilizam a classificação ABC para o controle do estoque. As empresas são do setores de: metalúrgica, automotivo e máquinas agrícolas; respectivamente apresentadas neste trabalho como: A, B e C. Palavras Chaves: Logística ,Gestão de Estoque, Classificação ABC. ABSTRACT With technolgy and competitiveness, logistics has become not only a differentiator, but a keyy means for decision making, since it looks from raw material to finished product, thus facilitating the flow of products. Thus, an inventory management cautelos allow a company to run its operations smoothly in any sector of activity. Basead on this, this work to check on ABC Classifictaion level that has been used in bussiness managemnet, particulary in planning and inventory control. Though a questionnaire prepared pre applied in the of three campanies belonging to different sectors Lins, it was observed that all three companies ABC Classification for inventory control. The companies are in the sectors of metallurgy, automotive and agriculturaal machinery; respectively as presented in this paper: A, B and C. Keywords: Logistics, Inventory Management, Classification ABC. LISTA DE QUADROS Quadro 1.1 Modelo para confecção da curva ABC ...................................................26 LISTA DE FIGURA Figura 1.1 Figura da Curva ABC................................................................................25 LISTA DE SIGLAS %- Porcentagem SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................... 11 1. LOGÍSTICA ...................................................................................... 13 1.1 Evolução da Logística ......................................................................................... 13 1.2 Atividades Logísticas ........................................................................................... 16 1.2.1 Atividades Primárias ......................................................................................... 17 1.2.2 Atividades de Apoio .......................................................................................... 19 2. GESTÃO DE ESTOQUE E SUAS FERRAMENTAS......................... 21 2.1 Administração de Estoques ................................................................................. 21 2.2 Tipos de Estoques ............................................................................................... 21 2.3 Classificação ABC ............................................................................................... 24 3. ESTUDO DOS CASOS .................................................................... 28 4.CONCLUSÃO .................................................................................... 32 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 34 APÊNDICE- A QUESTIONÁRIO .......................................................... 35 11 INTRODUÇÃO A utilização da classificação ABC, baseada nos conceitos de Pareto, vem sendo ensinada e utilizada de longa data, para que os profissionais de gestão de estoques e compras definam suas políticas de gestão de estoques. Será que esta técnica ainda pode ser considerada como uma boa prática de gestão nos tempos atuais? Ou será que as novas tecnologias de informática e as novas maneiras de efetuar compras empresariais tornaram-na obsoleta? A chamada Classificação ABC, ou às vezes conhecida por relação 80/20, é uma proposta de planejamento de estoques baseada num volume ou valor de vendas, onde os ditos ‘itens A’ teriam o menor volume com maior valor de vendas, os ‘itens B’ um volume um pouco maior que o ‘item A’ e valor médio de vendas e por fim os ‘itens C’ que teriam um maior volume com menor valor de vendas. A classificação ABC, conforme esclarece Slack et. all (2007), baseada em valor de demanda, tem sido utilizada para atender três aspectos básicos de gestão dos estoques: assegurar que os itens de maior valor sejam analisados em menores intervalos de tempo; assegurar que os itens de menor valor sejam comprados ou fabricados em menor frequência e; identificar em ordem de importância os itens estocados, pelo pressuposto de que se eles são de alto valor também o são em termos de importância. Este trabalho tem como principal objetivo verificar em que nível a classificação ABC no planejamento e controle de estoques tem sido utilizada na Gestão Empresarial, em particular no planejamento e controle de estoques. A Classificação ABC foi escolhida, pois, ajuda as empresas a analisar com maior precisão as condições de seus itens em estoque e também auxilia na tomada de decisão quanto a um melhor e mais eficiente controle do mesmo. Foram pesquisadas três empresas de diferentes ramos de atividade mediante o uso de questionário previamente elaborado, ou seja, o método é de estudo multicasos, que segundo Raupp e Beuren (apud Triviños,1987), difere do estudo comparativo de casos pelo fato de propiciarem ao pesquisador a possibilidade de estudar dois ou mais sujeitos, organizações etc., sem a necessidade de perseguir objetivos de natureza comparativa. Os estudos multicasos permitem que seja 12 formulado um número maior de perguntas em relação ao caso individual, levantando elementos que possam confirmar os encontrados. O primeiro capítulo trata de como a logística é conceituada e contextualizada, sua evolução e suas atividades, já o segundo capitulo aborda a Classificação ABC no nível de planejamento e controle de estoque. O terceiro capítulo apresenta o estudo de caso realizado em três empresas na região de Lins, SP, com as informações obtidas através mediante o uso de questionário previamente elaborado, o quarto capítulo trata da conclusão do trabalho. 13 1. LOGÍSTICA A utilização do termo logística ficou mais evidente na época das grandes Guerras (I e II Guerra Mundial), em que os militares precisariam manter-se vivos, com suprimentos, armas, comidas, remédios, roupas e tudo isso deveria estar no lugar determinado, na hora combinada, na quantidade exigida, ao menor tempo possível. Não se fazia aqui, ainda, a exigência sobre menores custos. Segundo Bowersox Closs (2001), a logística é algo singular: nunca pára! Está ocorrendo em todo o mundo 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante 52 semanas por ano. Em tudo existe logística! Bowersox Closs (2001), considera que o objetivo da logística é tornar disponíveis produtos e serviços no local onde são determinados, no momento em que são desejados. Em outras palavras é colocar o produto certo, na hora certa, no momento certo ao menor custo possível. A logística existe para satisfazer as necessidades do cliente, assim facilitando as operações relevantes de produção. Bowersox Closs (2001), afirma que, a logística envolve integração de informações, transporte, estoque, armazenamento, manuseio de materiais e embalagem. E todas essas áreas que envolvem o trabalho logístico oferecem ampla variedade de tarefas estimulantes. Essas tarefas todas reunidas, tornam o gerenciamento integrado da logística uma profissão desafiante e compensadora. A logística moderna também é um paradoxo, pois segundo este autor, a mesma existe desde o início da civilização: não constitui de modo algum uma novidade. Muitas pessoas acreditam que a logística se baseia apenas na atividade de transporte, quando na verdade ela se inicia desde o suprimento da matéria- prima até o consumidor final 1.1 Evolução da Logística De acordo com Fleury, et. all (2009), até meados de 90, a logística era o elo da modernização empresarial no Brasil. Os fatores que mais impulsionaram essas 14 mudanças foram: a explosão do comércio internacional, a estabilização econômica produzida pelo Real e as privatizações da infraestrutura. Dias (2009) defende que, em nível empresarial o termo evoluiu rapidamente nos anos da década de 1960, em plena expansão do modelo Toyota de Produção. O sistema logístico inicialmente desenvolvido envolveu a gestão desde a matériaprima até o consumidor final (recebimento da matéria- prima, transformações do produto, estoque armazenagem e transporte). Bowersox Closs (2001, p.26) defende que, antes da década de 50, as empresas executavam, normalmente, a atividade logística de maneira puramente funcional. Não havia nenhum conceito ou uma teoria formal de logística integrada. A falta de atenção dada à logística durante a evolução do conceito de marketing pode ser atribuída a três importantes fatores. Primeiro, antes da grande difusão dos computadores e de técnicas quantitativas, não existia nenhum motivo para se acreditar que as funções logísticas pudessem ser integradas ou que essa integração de funções pudesse aprimorar o desempenho total. Nas décadas seguintes, começaram a ocorrer mudanças nas práticas de gerenciamento logístico. Não havia como ignorar a presença crescente da tecnologia de informação, para ser usada na área da logística. Os primeiros aplicativos de computador e as primeiras técnicas quantitativas concentravam-se no aperfeiçoamento do desempenho de funções logísticas especificas, como por exemplo o processamento de pedidos, previsões , controle de estoque, transporte, etc. As melhorias entre as funções foi o que despertou o interesse pela integração entre as mesmas. Um segundo fator importante, que contribuiu para as grandes mudanças foi o ambiente econômico volátil. A contínua pressão no sentido de elevar os lucros que se inicia em meados de 50, junto com as condições de mercado instáveis, continuou durante a década de 90. Hoje essa pressão por lucro tem-se refletido numa preocupação gerencial com a contenção e a redução de lucros. Sendo assim, Bowersox Closs (2001, pg. 27) relata que, na década de 50, a combinação entre pressão econômica e tecnologia resultou em uma transformação na prática logística, que continua até hoje. Porém, as tentativas no sentido de desenvolver um gerenciamento integrado da logística enfrentaram uma oposição significativa em diversas empresas. Os executivos responsáveis por funções como compras ou transporte, geralmente desconfiavam de mudanças organizacionais consideradas essenciais para a implementação dos processos mais amplos da 15 logística. Não era fácil naquela época defender a idéia de que o custo total poderia ser reduzido por meio de um maior dispêndio em alguma área funcional especifica, por causa das práticas tradicionais de contabilidade e de avaliação de desempenho. Por exemplo, os gerentes de transporte eram tradicionalmente avaliados pelos gastos de transporte de acordo com os percentuais de vendas. De acordo com a contabilidade tradicional, um gasto mais elevado com o transporte para obter um melhor nível de serviço ao cliente ou para reduzir um custo total poderia ser visto como o fim da gerência de transportes. Por esse motivo, é compreensível os executivos não terem adotado a logística integrada com o mesmo entusiasmo. Como cita Bowersox Closs (2001, p. 27), uma terceira barreira à ampla adoção da logística integrada foi a dificuldade de quantificar o retorno sobre o investimento que poderia ser obtido. Os problemas de quantificação resultaram, em parte, da dificuldade da administração entender o real custo de estoque. Com os procedimentos formais da contabilidade, era difícil poder estimar o retorno financeiro obtido a partir da redução do investimento em estoque ou quantificar o valor de um melhor serviço ao cliente. O autor relata ainda que vários profissionais da área logística enfrentaram sérias dificuldades para conquistar adeptos para a idéia de uma integração logística entre os executivos mais antigos, pois suas formações estavam fundamentadas em procedimentos tradicionais de contabilidade e administração. Bowersox Closs (2001) conclui que, esses fatores básicos, junto com a resistência natural a mudanças, foram a causa para que nem todos os esforços iniciais no sentido de implementar princípios logísticos tivessem sucesso. Várias tentativas de implementar conceitos novos foram fracassados. O pretenso profissional de logística era normalmente visto como um império em proveito próprio. Essa desconfiança natural, somada à mentalidade “Não mexa no que está dando certo”, representou um obstáculo em diversas tentativas iniciais de introduzir o gerenciamento integrado de processos logísticos. No entanto, graças a alguns relatos de notável sucesso, o conceito fundamental da logística integrada sobreviveu. ( Bowersox Closs, 2001, p.27) 16 1.2 Atividades Logísticas Há um exemplo de hierarquia da integração logística, segundo Bowersox Closs (2001, p.22): Processos universalmente adotados e posicionamento estratégico: A maneira como uma empresa decide competir envolve a necessidade de quatro processos essenciais: criação de valor para o cliente, planejamento, controle e continuidade. As empresas devem executar todos os processos universalmente adotados para o crescimento e a sobrevivência à longo prazo. Competências: Áreas de desempenho essenciais para a consecução dos processos universalmente adotados. É preciso ter uma ampla variedade de competências para a sobrevivência a longo prazo. Normalmente, uma empresa se destaca em algumas competências, nas quais são chamadas competências centrais. Ciclo de Atividades: Estrutura operacional para a realização da logística. É uma estrutura que integra os aspectos espaciais e temporais das operações logísticas que vinculam o suprimento, o apoio à manufatura e a distribuição física. Função: Áreas tradicionais de especialização logística essencial para alto desempenho operacional. Devem ser vistas como partes dependentes da competência logística e não como áreas de desempenho independentes. Trabalho Básico: Tarefas específicas que devem ser exercidas dentro de cada função, de modo a satisfazer às exigências logísticas. As tarefas básicas das atividades logísticas, de acordo com Bowersox (2001), constituem em atividades específicas que são essenciais para o desempenho logístico. A abrangência dessas atividades vai desde o recebimento de pedidos até a condução de um caminhão, abarcando até mesmo as atividades sob responsabilidade do diretor de logística. Devido à natureza da logística, as tarefas básicas envolvem grande número de pessoas. Com a dispersão geográfica das operações logísticas, faz com que a maior parte do trabalho essencial seja executada sem supervisão direta. Dentro das variedades de atividades logísticas, são precisas inúmeras tarefas especializadas. Cada umas dessas tarefas é um alvo em potencial para a padronização, a simplificação ou 17 possível eliminação, ao serem reprojetadas as operações logísticas. (Bowersox Closs, 2009, p.22). As empresas devem executar atividades logísticas para atingir seus objetivos empresariais básicos. Bowersox Closs (2001) afirma que o nível de importância dado à logística, em sentido estratégico, depende da ênfase dada ao uso proativo dessa competência para a obtenção de vantagem competitiva. Ele cita que, um processo universalmente adotado que todas as empresas devem executar com êxito é a criação de valor para o cliente, pois esse valor é essencial para a obtenção e a manutenção de um conjunto de clientes leais. Este autor conclui que uma das várias competências necessárias para criar valor para o cliente é a logística. A logística empresarial, segundo Ballou (2010), trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam os fluxos de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes a um custo razoável. Estas atividades são classificadas pelo autor como primárias e de apoio. 1.2.1 Atividades Primárias Ballou (2010) considera as atividades primárias como sendo Transportes, Manutenção de estoques e Processamento de pedidos. De acordo com este autor, essas atividades são primárias porque contribuem com a maior parcela de custo total da logística ou elas são essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística. Transporte: Para a maioria das empresas, o transporte é a atividade logística mais importante, simplesmente porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É essencial, pois nenhuma empresa moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou até mesmo de seus produtos acabados de alguma forma. Ballou (2010, p. 24) cita que ” Sua importância é sempre sublinhada pelos problemas financeiros colocados para muitas empresas quando há uma greve ferroviária nacional ou quando carreteiros autônomos paralisam suas atividades devido a aumentos de combustíveis.” Desta forma, os 18 mercados não podem ser atendidos e os produtos que permanecem no canal de distribuição podem se deteriorarem ou tornarem-se obsoletos. Transporte refere-se aos vários métodos para movimentar, transportar produtos. Ballou (2010) destaca os modais rodoviários, ferroviário e aeroviário. A administração da atividade de transporte geralmente envolve decidir-se quanto ao método de transporte, aos roteiros e à utilização da capacidade dos veículos. Manutenção de estoques: Geralmente, não é viável providenciar produção ou entrega instantânea aos clientes. Para atingir um grau razoável de disponibilidade de produto é necessário manter estoques, que agem, segundo Ballou (2010), como “amortecedores” entre a oferta e a demanda. O uso aplicável de estoques resulta no fato de que, em média, eles são responsáveis por aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos, o que torna segundo este autor, a manutenção de estoque uma atividade - chave da logística Ao passo que o transporte adiciona valor de “lugar” ao produto, o estoque agrega valor de “tempo”. Ballou afirma que, para agregar esse valor dinâmico, o estoque deve ser posicionado próximo aos consumidores ou aos pontos de manufatura. O número normalmente grande destes pontos de estoques e os altos custos associados a manter estes produtos armazenados, em geral entre 25 e 30% do valor do produto por ano, requerem administração cuidadosa. Essa administração de estoques envolve manter seus níveis tão baixos quanto possível, ao mesmo tempo em que provê a disponibilidade desejada pelos clientes. (Ballou, 2010). Processamento de pedidos: Os custos relacionados a esta atividade tendem a ser pequenos quando comparados aos custos de transportes ou de manutenção de estoques. Entretanto, processamento de pedidos é uma atividade logística primária, de acordo com Ballou (2010). Sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em termos do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes. É também a atividade primária que inicializa a movimentação de produtos e a entrega de serviços. Ballou (2010) conclui que, como o resultado final de qualquer operação logística é prover serviço por conseguir mercadoria para os clientes quando e onde eles quiserem, estas três atividades são centrais para cumprir esta missão. Por isso, elas são chamadas de atividades primárias. 19 1.2.2 Atividades de Apoio Além dos transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos serem as principais atividades que contribuem para a disponibilidade e a condição física de bens e serviços, existe uma série de atividades adicionais que apoia estas atividades primárias. São elas: Armazenagem, Manuseio de materiais, Embalagem de proteção, Obtenção, Programação de produtos e manutenção de informação. Armazenagem: Está ligada à administração do espaço preciso para manter estoques. Envolve problemas como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação do estoque, projeto de docas ou baias de atração e configuração do armazém. Cuja finalidade principal é a estocagem de produtos. Manuseio de materiais: Refere-se a armazenagem e também apoia a manutenção de estoques. É uma atividade que diz respeito à movimentação do produto no local da estocagem, por exemplo, como cita Ballou (2010), a transferência de mercadorias do ponto de recebimento no depósito até o local de armazenagem e deste até o ponto de despacho. São problemas importantes: seleção do equipamento de movimentação, procedimento para formação de pedidos e balanceamento da carga de trabalho. Embalagem de proteção: Um dos principais objetivos da logística é movimentar produtos sem danificá-los além de economicamente razoável. Um projeto muito bem feito de embalagem do produto auxilia a garantir movimentação sem quebras. Além disso, dimensões adequadas de empacotamento facilitam manuseio e armazenagem eficientes. Obtenção: É a atividade logística que deixa o produto disponível para o sistema. Está relacionado com a seleção das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado. É importante para a logística, pois decisões de compras têm dimensões geográficas e temporais que afetam os custos logísticos. A obtenção não deve ser confundida com a função de compras. Compras inclui muitos detalhes de procedimento (por exemplo, negociação de preço e avaliação de vendedores), que não são especificamente relacionados com a tarefa logística; daí o uso do termo obtenção como substituto 20 Programação do produto: Assim como a obtenção trata do suprimento ( fluxo de entrada) de empresas de manufatura, a programação de produto lida com a distribuição (fluxo de saída). Refere-se primeiro às quantidades agregadas que devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas. De acordo com Ballou (2010), não diz respeito á programação detalhada de produção, executada diariamente pelos programadores de produção. Manutenção de informação: Sem as necessárias informações de custo e desempenho nenhuma função logística dentro de uma empresa poderia operar eficientemente. Essas informações são essenciais para correto planejamento e controle logístico. Manter uma base de dados com informações importantes, por exemplo, localização dos clientes, volumes de vendas, padrões de entregas e níveis dos estoques apoia, segundo Ballou (2010), a administração eficiente e efetiva das atividades primárias e de apoio. O próximo capítulo aborda a gestão de estoque com a ferramenta da Classificação ABC, sua administração e os tipos de estoques existentes. 21 2.GESTÃO DE ESTOQUE E SUAS FERRAMENTAS Este é o setor responsável pelo controle das disponibilidades e das necessidades totais do processo produtivo, envolvendo não só os almoxarifados de matérias-primas e auxiliares, como também os intermediários e os de produtos acabados. De acordo com Pozo (2010), o objetivo é não deixar faltar material ao processo de fabricação, evitando alta imobilização aos recursos financeiros. 2.1 Administração de Estoques O termo controle de estoque, dentro da logística, segundo Pozo (2010) é em função da necessidade de estipular os diversos níveis de materiais e produtos que a organização deve manter, dentro de parâmetros econômicos. Este autor afirma que, os materiais e produtos que compõem o estoque são: matéria-prima, material auxiliar, material de manutenção, material de escritório, material e peças em processos e produtos acabados. Pozo (2010) afirma: “E a razão pela qual é preciso tomar uma decisão acerca das quantidades dos materiais a serem mantidos em estoques está relacionada com os custos associados tanto ao processo como aos custos de estocar.” A empresa deve-se preocupar e determinar quais são os níveis para cada item que a mesma pode manter economicamente. Entretanto, a função principal da administração de estoques é maximizar o uso de recursos envolvidos na área logística da empresa, e com grande efeito dentro dos estoques. Eles são responsáveis por um terço a dois terços dos custos logísticos totais e correspondem entre 25% a 30% do valor do produto final por ano. O papel dos estoques na empresa é servir como amortecedor entre os vários estágios da produção e garantir um grau razoável de disponibilidade do produto final. 2.2 Tipos de Estoques Existem diversos tipos ou nomes de estoques, que podem ou não ser mantidos em um ou diversos almoxarifados. Geralmente, as empresas possuem em 22 sua organização cinco almoxarifados básicos, que são, segundo Pozo (2010): Almoxarifado de matérias-primas, almoxarifado de materiais auxiliares, almoxarifado de manutenção, almoxarifado intermediário e almoxarifados acabados. Entre eles: Segundo Pozo (2010), almoxarifado de matérias-primas: é o material básico que irá receber um processo de transformação dentro da fábrica, para posteriormente entrar no estoque de acabados como produto final. Almoxarifado de materiais auxiliares: Compõe-se de agregados que participam do processo de transformação da matéria-prima dentro da fábrica, tais como: rebolos, lixas, bedames, óleos, ferramentas, etc. É o material que ajuda e participa na execução e transformação do produto, mas não se agrega a ele, porém é imprescindível no processo de fabricação. De acordo com Pozo (2010), almoxarifado de manutenção: este é o estoque onde estão às peças que servem de apoio à manutenção dos equipamentos e edifícios, tais como rolamentos, parafusos, peças, ferramentas. Geralmente estão aqui também os materiais de escritórios, usados na empresa (papel, caneta etc.). Almoxarifado intermediário: conhecido também como peças em processos, estes podem ou não ser restritos, ou seja, possuir espaços delimitados e controlados; por isso, tem um fator altamente fluente no custo do produto. Faz parte desses almoxarifados peças que estão em processo de fabricação, ou em subconjuntos, que são armazenadas para compor o produto final. O volume desse estoque é normalmente resultante de planejamento do estoque de matéria-prima e do planejamento da produção. Como afirma Pozo (2010), almoxarifados acabados: este é o estoque dos produtos prontos e embalados que serão enviados aos clientes. O resultado do volume desse estoque é função da credibilidade atendimento da empresa e do planejamento do estoque de matéria-prima e em processo. Portanto, à medida que os estoques de entrada e em processo aumentam, esse estoque também aumenta. Seu bom planejamento e seu controle também são de suma importância, visto que todo material parado em estoque está onerando o custo do produto, além de mostrar forte sujeição à obsolescência. Em outras palavras, os estoques são conhecidos como: Estoque de canal ou em processo: são os estoques em trânsitos, que se formam entre as etapas de produção através dos elos da Cadeia de Suprimentos 23 devido à lenta movimentação e/ou distâncias longas ou quando existem muitos elos. Estoques em processos são entre os elos da produção. Estoques para fins de especulação: especulação com preço. Estoque regular ou cíclico: são necessários para suprir a demanda durante os reabastecimentos. Estoque de segurança, mínimo ou morto: é o pulmão contra variabilidade na demanda e nos prazos de reposição. Este serve para usar em último caso, quando acontece algo que não foi programado. Estoque Obsoleto ou defasado: Todos os estoques podem virar obsoletos, ou seja, defasado. Uma das metas para que o estoque não se torne obsoleto é manter o nível de estoque o mais baixo possível para minimizar custos, mas sem correr o risco de faltar produto e materiais. Os objetivos do planejamento e controle de estoque, segundo Pozo (2010) são: Assegurar o suprimento adequado de matéria-prima, material auxiliar, peças e insumos ao processo de fabricação; Manter o estoque o mais baixo possível para atendimento compatível às necessidades vendidas; Identificar os itens obsoletos e defeituosos em estoque, para eliminá-los ; Não permitir condições de falta ou excesso em relação à demanda de vendas; Prevenir-se contra perdas, danos, extravios ou mau uso; Manter as quantidades em relação às necessidades e aos registros; Fornecer bases concretas para a elaboração de dados ao planejamento de curto, médio e longo prazos, das necessidades de estoque; Manter os custos nos níveis mais baixos possíveis, levando em contra os volumes de vendas, prazos, recursos e seu efeito sobre o custo de venda do produto. Os estoques também sofrem com sintomas e deficiências para seu controle, os mais comuns são: quantidades maiores de estoques enquanto a produção permanece constante, produção parada por falta de material, falta de espaço para armazenamento e baixa rotação do estoque, conhecido também como obsoletismo. 24 2.3 Classificação ABC De acordo com Pozo (2010), o principio da Curva ABC foi elaborado, inicialmente, por Vilfredo Pareto, na Itália, no fim do século passado, quando por volta do ano de 1897 elaborava um estudo de distribuição de renda e riqueza da população local. Nessa pesquisa, Pareto notou que grande porcentagem da renda total concentrava-se nas mãos de uma pequena parcela da população, em uma proporção aproximadamente 80% e 20% respectivamente, ou seja, que 80% da riqueza local estava concentrada com 20% da população. Esse princípio geral, anos depois foi difundido para outras atividades e passou a ser uma ferramenta muito útil para os administradores. Ela permite identificar, de acordo com Dias (2009), aqueles itens que justificam atenção e tratamento quanto à sua administração. A curva ABC pode ser obtida com a ordenação dos itens conforme a sua importância relativa. A curva ABC pode ser usada para administração de estoques, para definição de políticas e vendas, estabelecimento de prioridades para programação da produção, salários e outros. Ela tem utilidade ampla nos mais diversos setores em que necessita tomar decisões envolvendo grande volume de dados e a ação tornase urgente. Pozo (2010), afirma que o grande mérito do uso da curva ABC é a classificação dos itens de estoque em critérios ou classes A, B ou C, em vista de seus custos e quantidades. Em outras palavras, os itens mais importantes são em pequenos números e de alto valor, e devem ser controlados rigidamente, ou seja, com uma atenção melhor. No ramo da logística empresarial e mais especificamente na administração de materiais; a curva ABC tem seu uso mais especifico para estoques de acabado, vendas, prioridades de programação da produção, tomada de preços em suprimentos e dimensionamento de estoque. Pozo (2010), afirma que, toda a sua ação tem como fundamento primordial tomar uma decisão e ação rápida que possa levar seu resultado a um grande impacto positivo no resultado da empresa. Assim, a curva ABC é chamada em razão de dividirmos os dados obtidos em três categorias distintas denominadas classes A, B e C. Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção especial pela administração. 25 Classe B: Grupo de itens em situação intermediaria entre as classes A e C. Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por parte da administração. De acordo com Pozo (2010), a montagem da Curva ABC é realizada em quatro passos, assim: 1. Inicialmente, a empresa deverá levantar todos os itens, com os dados de suas quantidades, preços unitários e preços totais; 2. O segundo passo é colocar todos esses itens em uma tabela em ordem decrescente de preços totais e a somatória total. Nesta tabela deve constar as seguinte colunas: item, nome ou número da peça, preço unitário, preço total do item, preço acumulado e porcentagem; 3. O passo seguinte é dividir cada item pela somatória total de todos os itens e colocar a porcentagem obtida em sua respectiva coluna; 4. E por fim, a empresa deverá dividir todos os itens em classe A, B e C, de acordo com a prioridade e tempo disponível para a empresa tomar decisão. O gráfico da curva ABC, é representado, pela figura 1.1 abaixo: Figura 1.1: Curva ABC Fonte: Curva ABC; disponível em www.scrib.com; acessado em 25 de setembro de 2012 Dias (2009), afirma que os diferentes esquemas utilizados nas construções 26 das curvas ABC podem ser resumidos sob forma de um diagrama de bloco, conforme o Quadro1.1. Este quadro tem por objetivo facilitar a montagem da Curva ABC, ao mesmo que todos os aspectos sejam devidamente considerados. Quadro 1.1 Modelo para confecção da Curva ABC Necessidade da Curva ABC 1 Discussão Preliminar Definição dos Objetivos Verificação das Técnicas para Análise 2 Tratamento de Dados Cálculo Manual, Mecanizado ou Eletrônico Obtenção da Classificação: Classe A 3 Classe B e Classe C sobre a Ordenação Efetuada Tabelas Explicativas e Traçado do Gráfico ABC 4 Análise e Conclusões 5 Providências e Decisões Fonte: Dias, 2009, p.78 A empresa deverá ser dedicada e ter cuidados especiais aos problemas sugeridos na fase de verificação e levantamento dos dados a serem utilizados na confecção da curva ABC. Sendo assim, Dias (2009) conclui, que deverão ser providenciados: pessoal treinado e preparado para fazer levantamentos; depois fazer os formulários para a coleta e dados, e por fim, providenciar as normas e rotinas para o levantamento. A uniformidade dos dados coletados é de primordial importância para a consistência das conclusões da curva ABC, principalmente quando estes dados são numerosos. Nesse caso, é interessante fazer uma análise preliminar após o registro de uma amostra de dados para verificar a necessidade de estimativas, arredondamentos e conferências de dados afim, de padronizar as normas de registro. Em seguida, conforme a disponibilidade de pessoal e de equipamentos, deve ser programada a tarefa de cálculo para obtenção da curva ABC, utilizando-se meios de cálculos manual, mecanizado ou eletrônico. (DIAS, 2009, p. 78) 27 A definição das classes A, B e C obedece apenas a critérios de bom senso e conveniência dos controles a serem estabelecidos, afirma Dias, 2009. Em geral são colocados, no máximo, 20% dos itens na classe A, 30% na classe B e os restantes 50% na classe C. Como Dias (2009) já afirmou, essas porcentagens poderão variar de caso para caso, segundo as diferentes necessidades de tratamentos administrativos a serem aplicados. 28 3 ESTUDO DE CASO Para a elaboração do estudos de caso foi aplicado questionário em três empresas localizadas na região de Lins- SP, uma do setor industrial metalúrgico (empresa A), outra do setor varejista automotivo (empresa B) e a última do setor de máquinas agrícolas (empresa C), com o intuito de verificar o emprego da ferramenta de gestão de estoques Classificação ABC. Caso esta ferramenta não seja empregada, a pesquisa apresentará os motivos. Para melhor entendimento das empresas pesquisadas, segue abaixo um breve histórico de cada uma das mesmas. 3.1 Empresa A Instalada na região de Lins, no interior de São Paulo, há 30 anos, esta empresa desenvolve projetos personalizados em aramados, chaparia e comunicação visual, com produtos e serviços de acordo com as necessidades dos clientes. Para todo esse trabalho, a empresa conta com uma equipe de engenharia, desenho-técnico, capacitada e com equipamentos modernos, capazes de oferecer soluções estratégicas com garantia de qualidade em todos os produtos e serviços prestados. Com frota própria, a empresa trabalha com estoque de matérias-primas e em parceria com seus fornecedores, para um atendimento imediato aos pedidos de fabricação, e isso é um diferencial competitivo no mercado. Os produtos fabricados passam por uma rigorosa inspeção de qualidade, com testes de impacto, medidor de camadas, análise dos banhos de fosfato de zinco e controle dos resíduos do tratamento de efluentes, entre outros procedimentos. 3.2 Empresa B A empresa atua desde fevereiro deste ano e conta com 8 funcionários e 30 fornecedores. A empresa possui um veículo próprio personalizado, ou seja, adesivado e para levar e buscar clientes, peças, pneus e resgatar veículos parados. 29 Isso ajuda no marketing da empresa, pois o carro com o adesivo da mesma faz propagandas, além de ser um diferencial ir e buscar os clientes. 3.3 Empresa C A empresa pesquisada atua há 65 anos, nas áreas de máquinas agrícolas e afirma que é líder de maquinários agrícolas há 50 anos ininterruptos. Seus produtos (tratores, colhedeiras e implementos) são exportados para mais de 80 países, com atuação destacada nos Estados Unidos, Argentina, Venezuela, Chile e África do Sul. Em 2005, a empresa lançou uma máquina voltada para pequenas propriedades e para agricultura familiar, a empresa afirma que foi implantada na fábrica de tratores do Projeto Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos: reuso de água nos processos produtivos e a máxima proteção ambiental. 3.4 Uso da Classificação ABC nas empresas pesquisadas 3.4.1 Empresa A Através de questionário aplicado à empresa no setor metalúrgico, com objetivo de verificar se a empresa utiliza o método Classificação ABC para gestão de seu estoque, constatou-se que a empresa utiliza um software de controle de estoque, conhecido como Eprom (software ERP) e que todos os materiais recebidos são conferidos e inspecionados. A rotatividade do estoque da mesma é razoável. A empresa usa a Classificação ABC e o critério adotado pela mesma para selecionar quais itens em A, B ou C é o preço do material e o consumo. Infelizmente, a empresa não citou a porcentagem dos itens A, B e C, pois estas informações são restritas pelo setor responsável, o que dificulta a conclusão deste trabalho. Porém a mesma afirma que são inúmeros os itens, a maioria dos itens A, são compostos por tubos e arames; os B são tintas e acabamentos; e por fim os itens C são acessórios de uso em produto que tem pouca saída. A empresa diz que usa a Classificação ABC exatamente para estabelecer prioridade nas compras. 30 De acordo com as informações acolhidas, a empresa afirma que há perda de material em seu estoque e duas providências foram tomadas para que isso não acontecesse novamente, a primeira é a restrição de acesso a pessoas não autorizadas e a segunda foram medidas de segurança. Ela acredita que a perda desse material foi devido ao local inadequado e mal armazenado, e não à falta de controle, pois a classificação ABC prioriza o controle dos itens mais relevantes para a empresa, porém a mesma continua fazendo compras emergenciais, devido ao mal manuseio do responsável, pois o software seguido de relatórios sugere a compra de uma certa demanda e a empresa compra menos que a demanda do sistema. Assim em casos que ocorre a falta de mercadorias, o motivo seria a falta de planejamento de compras. O local de armazenagem dessa empresa poderia ser otimizado através da melhora da distribuição do estoque, porém não foi melhorado, pois, seus produtos estão desorganizados. 3.4.2 Empresa B Com os dados coletados da empresa B, viu-se que ela utiliza de um software para o controle de seu estoque chamado Cosmos e que os materiais quando recebidos são conferidos e inspecionados. Seu estoque tem alta rotatividade. A empresa utiliza o Método de Classificação ABC para tomar decisões sobre o estoque, tendo como critério para selecionar os materiais de classes A, B ou C a variabilidade no consumo dos mesmos. Não é sempre que a empresa usa a ferramenta da classificação ABC para tomar decisões, uma das decisões que ela usa é para saber quais as peças deveriam ser compradas. A mesma afirma que as informações estão no software e as porcentagens dos itens são A: 30%, B:50% e C: 20%, respectivamente peças e pneus. A empresa usa, exatamente a Classificação ABC, para a realização de compras de produtos, a mesma julga necessário alguns dados para fazer nova compra, tais como: quantidade atual do estoque; quantidade comprada; preço anterior, fornecedor e prazo para pagamento. A empresa afirma que já houve perda de material em seu estoque por falta de preparo dos funcionários, tendo em vista que eles foram alertados a ter mais atenção no manuseio da peça e/ou pneu. 31 A empresa considera que seu local de armazenagem poderia ser melhorado através de uma melhor distribuição das peças nas gôndolas, sendo a empresa nova no mercado, a organização se dá através da necessidade. E quando ocorre falta de mercadorias, o motivo seria a falta do planejamento de compras. 3.4.3 Empresa C No caso da empresa C, constata-se que ela utiliza de um software Sinc, e seus materiais também são conferidos e inspecionados, a rotatividade do estoque é alta para alguns itens e baixa para outros. A empresa usa a classificação ABC e o critério para selecionar quais são os itens A, B e C é através do preço do produto. Infelizmente, não foi informada a porcentagem dos itens A, B e C da mesma. Quando houve perda de material em seu estoque, a empresa fez uma conferência e a organização dos itens foi melhorada. A mesma afirma que isso aconteceu por conta de manuseio errado, e para melhorar seu local de armazenagem, que a mesma considera adequado, ela faria um estoque fechado, deixando os itens com um responsável que só faria a liberação dos mesmos mediante pedido e número da nota fiscal. Em casos em que ocorre falta de mercadorias, o motivo seria a diferença entre o software (sistema) e o espaço físico. 32 4.CONCLUSÃO Considerando que o objetivo deste trabalho é verificar o emprego da ferramenta de Classificação ABC em empresas de diferentes ramos de atividade (indústria e comércio) no controle de estoque, conclui-se que as três empresas pesquisadas utilizam um software para o controle de estoque. Seus produtos são inspecionados e conferidos quando recebidos, porém em cada caso, a rotatividade do estoque é diferente devido às empresas serem de áreas distintas, manusearem e controlarem o estoque de formas diferentes. No caso da empresa A, que possui o software ERP que fornece inúmeras ferramentas de análise, inclusive a Classificação ABC, o que ocorre quando há faltas de mercadorias é a falta de planejamento de compras. Porém, o que sucede essa falta de mercadorias é o não uso adequado dessa ferramenta, mesmo com as informações disponíveis no sistema gerando relatórios, o departamento de compras da empresa realiza compras em lotes menores que o demandado e acaba fazendo muitas compras emergenciais. A ferramenta seria muito benéfica se fosse utilizada de forma correta, o que não acontece. O mesmo acontece com o estoque da empresa A, os produtos são classificados em A, B e C, porém a porcentagem e as demais informações são negligenciadas pelo setor responsável. Se a empresa utilizasse de forma adequada a ferramenta da Classificação ABC, ela não teria gastos com compras emergenciais, lembrando que a empresa deve alimentar o software sempre que surge alguma alteração, ou seja, um sistema de gerenciamento de estoques bem administrado permite que a empresa possa cortar custos. Os principais benefícios desse exercício são que a empresa pode atender toda a demanda e quando ela compra em quantidade e de maneira planejada, obtém descontos. No caso da empresa B, por ser nova no mercado, ela considera que seu local de armazenagem poderia ser melhorado. Afinal, o armazém deve ser capaz de manter o estoque em boas condições, os materiais desperdiçados geram perdas de oportunidades e receitas. Porém, a ferramenta ABC, é utilizada quando apenas para saber quais peças deverão ser compradas. A empresa classifica as porcentagens dos itens A, B e C respectivamente em 30%, 50% e 20%, segundo Dias (2009), afirma que o ideal seria as empresas classificarem como A: 20%, B: 30% e C: 50%, podendo sofrer algumas variações de acordo com o produto da empresa, segundo as diferentes necessidades de tratamentos administrativos a serem aplicados, mas 33 as variações da empresa B são muito altas, principalmente em relação aos itens classificados como C. Em relação à empresa C, um problema verificado é a quantidade de produtos acusada no software ser diferente da quantidade efetivamente armazenada. Esse é um dos motivos pela falta de produto em seu estoque, e essa falta prejudica o grau de atendimento da empresa. Se a empresa utilizasse de forma correta a Classificação ABC, priorizando o controle dos itens A e B, bem como a quantidade real do estoque, a falta de produto não aconteceria. Tanto na empresa A, como na empresa C, não foi obtida a informação da porcentagem dos itens classificados como A, B e C de seus inventários. 34 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLOU, R. H. Logística Empresarial. São Paulo: ATLAS, 2010. BOWERSOX, D. J; CLOSS, D. Logística Empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001. CURVA ABC. Disponível em www.scribd.com/doc/curva-abc, acessado em 25 de Setembro de 2012 DIAS. M. A. P. Administração de Materiais: Uma abordagem logística. São Paulo: Editora Atlas, 4ª Edição, 2009. FARIA, A. C., GAMEIRO, C. M. F. : Gestão de custos logísticos. São Paulo: Atlas, 2010. FLEURY, F.P, Wanke P., Figueiredo F.K. Logística Empresarial: A Perspectiva Brasileira. São Paulo: Atlas,2009 POZO,H. Administração de recursos materiais e patrimoniais, 6ª ed. - São Paulo: Atlas, 2010 SLACK, N et al. Administração da Produção. São Paulo: Editora Atlas, 2007. TRIVIÑOS, disponível em www.geocities.ws/cienciascontabeisfecea, acessado em 17 de Novembro de 2012. 35 APÊNDICE- A QUESTIONÁRIO Questionário- Gestão de Estoque EmpresaGeandra Ferreira Petroli, Itamar Petroli Júnior – Alunos do curso de LogísticaFatec Lins Responsável: _____________________________________________________________ 1- A empresa possui algum software de controle de estoque? ( ) Sim ( ) Não 2- Se sim, qual o software? _____________________________________________________ 3- Os materiais recebidos são conferidos e inspecionados? ( )Sim ( )Não ( ( ( ( ( 4- Como é a rotatividade do estoque? ) Alta )Baixa )Razoável )Alta para alguns itens e baixa para outros ) Insignificante 5- Existe perda de material em seu estoque? ( )Sim ( )Não ( )Já houve 6- Se já houve, o que foi feito para que não acontecesse novamente? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 7- Se sim, você acredita que essa perda de material em seu estoque, aconteceu por conta de: 36 ( ( ( ( ( ( )Local inadequado )Manuseio errado ) Material obsoleto ) Mal armazenado ) Falta de previsão de vendas ) Mal Controlado ( ( ( ( 8- Você considera o local de armazenagem de seu estoque: )Adequado )Inadequado ) Suficiente ) Poderia ser melhorado 9- Se pudesse ser melhorado, em sua opinião como você faria? E por qual motivo ainda não foi melhorado? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10- A empresa usa a Classificação ABC para tomar decisões sobre o estoque? ( )Sim ( )Não 11-Se não, por qual motivo ? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 12-Caso a empresa não use, como é feito o controle de estoque? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 13- Se for o caso, quanto é a perda, em valor (R$), por não usar a Classificação ABC? ___________________________________________________________________ 37 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 14- Caso a empresa use a Classificação ABC, qual o critério para selecionar, quais itens são A, B ou C? ( )Preço do Material ( )Preço do Produto ( )Consumo ( )Outro: ____________________________________________________ 15- Em casos em que ocorre falta de mercadorias, o motivo seria: ( )Atraso na entrega pelo fornecedor ( )Diferença entre o software (sistema) e o espaço físico ( )Falta de planejamento de compras ( )Falta de atenção do funcionário responsável pelo sistema