ID: 52485879 21-02-2014 Tiragem: 17461 Pág: 15 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 14,00 x 25,73 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 1 Paulo Alexandre Coelho Nuno Crato levou o diploma dos novos cursos superiores a Conselho de Ministros para aprovação, no dia 6 deste mês. Governo em pé de guerra por causa do ensino profissional Conflito Crato quer encerrar Cursos de Especialização Tecnológica nas escolas profissionais e no IEFP. Mota Soares e Pires de Lima não concordam. O Governo está em guerra devido ao ensino profissional. Em causa está a intenção do ministro da Educação, Nuno Crato, de encerrar os Cursos de Especialização Técnológica (CET), em funcionamento nos politécnicos, escolas profissionais, IEFP e nos centros de qualificação profissional (CQEP). A ideia é que sejam substituídos pelos novos cursos superiores de dois anos. Mas tanto o ministro da Economia como o ministro da Segurança Social e do Emprego opõem-se à medida, apurou o Económico, tendo mesmo levado a um ‘chumbo’ da proposta inicial de Crato no Conselho de Ministros. “O Ministério da Educação não teve força perante os outros ministérios para encerrar já os CET”, revelou a mesma fonte, frisando que “há muitos interesses instalados” da parte do IEFP “que recebe mais dinheiro para a formação do que o ensino superior”, de sindicatos e de empresas. Por isso, Crato terá adoptado uma estratégia diferente: “Encerrar os CET por fases”. Para já estes cursos vão ser encerrados nos institutos politécnicos, deixando de funcionar por completo em 2016, “para mais tarde virem a ser encerrados no IEFP e nas escolas profissionais”. Em causa pode estar também a disputa dos ministérios pelos fundos comunitários, já que, no novo quadro (Portugal 2020), as verbas serão atribuídas por objectivos, que neste caso será a empregabilidade dos cursos. A estratégia não está a agradar os presidentes dos politécnicos que se recusam a leccionar os novos cursos caso os CET continuem em funcionamento. Desta forma, “há uma duplicação inconsistente da oferta” sendo que os novos cursos - aprovados pelo Governo no início deste mês para entrar em funcionamento no próximo ano lectivo - “nada vêm acrescentar aos cursos de especialização tecnológica”, dizem os presidentes dos politécnicos. O Conselho Coordenador dos Politécnicos diz que o Governo ainda não enviou ALUNOS 5 mil Número anual de alunos que o Governo estima que venham a frequentar os novos cursos superiores de dois anos. para as instituições o diploma, que aguarda a luz verde de Cavaco. No entanto, do que sabe, através das reuniões que tem vindo a ter com a tutela, o CCISP defende que os novos cursos superiores de dois anos – os chamados cursos técnicos superiores profissionais – não conferem grau académico, duram o dobro dos CET (que são de um ano) e têm a mesma classificação de qualificações a nível europeu, o nível 5. No entanto, os cinco mil alunos que o Governo estima que venham a frequentar os novos cursos superiores – que terão um financiamento comunitário de 140 milhões de euros até 2020 – vão receber um diploma com a categoria de técnico superior profissional, e são reconhecidos como diplomados, sendo contabilizados para a meta de Portugal atingir 40% de diplomados em 2020. Este é um novo braço de ferro para Nuno Crato que ainda pode levar algum tempo a ser resolvido. À contestação dos politécnicos, soma-se o parecer negativos dos alunos que enviaram, ontem, uma carta a Cavaco a apelar ao veto do diploma em apreciação. Questionados pelo Económico tanto o MEC como o MSESS limitaram-se a dizer não existir “qualquer desentendimento”. A.P.