XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
PRIMEIROS REGISTROS DE DIPLURA (HEXAPODA) DA
CIDADE DE PATOS DE MINAS, MINAS GERAIS - BRASIL
Gilmar Wanderson de Lima – UNIPAM, Ciências Biológicas, Patos de Minas, MG.
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Daniel Magella Damasceno Alves – UNIPAM, Ciências Biológicas, Patos de Minas, MG.
INTRODUÇÃO
Os dipluras não possuem nome popular no Brasil, são poucos conhecidos, porém estar inseridos nos mais remotos
locais ao redor do globo, desde as florestas tropicais e subtropicais até as regiões mais temperadas, sendo
classificados como cosmopolitas (DATHE, 2003). Estudos indicam uma grande diversidade de dipluras
encontrados em áreas tropicais, juntamente apontam que o Brasil abriga uma enorme diversidade, porém temos
conhecimentos de uma pequena parcela, apenas 37 espécies registradas no Brasil (ADIS e PAGÉS 2001). Quando
olhamos este número e comparamos ao tamanho do país e a variedade de ambientes existentes no mesmo, torna-se
visível a necessidade de mais estudos relacionados a sistemática do grupo no Brasil. A lista de espécies e famílias
registradas no Brasil nos mostra que a maioria dos trabalhos relacionados a essa ordem estão concentrados na
Amazônia, o que faz deste estudo um conjunto de primeiros registros para a fauna de Diplura no estado de Minas
Gerais (RAFAEL et al. 2012).
OBJETIVO
O objetivo do presente trabalho é apresentar os primeiros registros para a fauna de Diplura da cidade de Patos de
Minas – MG.
METODOLOGIA
Local de estudo
O estudo foi realizado no Parque Municipal do Mocambo, localizado no Município de Patos de Minas, no CentroOeste do estado de Minas Gerais (18º35’00’’S e 46º30’17’’W). Este parque está localizado na área central da
cidade, ao seu redor está repleto de áreas residências, o fragmento é formado por uma mata de galeria (LONDE,
2006).
Delineamento amostral
Nesse parque foram estabelecidos dez pontos amostrais dispostos em duas linhas paralelas onde cada uma possui
cinco pontos com espaçamento de 50 metros, uma área de aproximadamente 60.000 m2. Ocorreram dez coletas
com auxilio de uma sonda metálica nas seguintes dimensões 25 x 25 cm e cinco cm de altura, a cada sete dias,
durante os meses de fevereiro a abril de 2014, totalizando 100 amostras, as mesmas foram levadas e inseridas no
aparelho Funil de Berlese-Tullgren, situado no Laboratório de Biologia, Zoologia e Entomologia do Centro
Universitários de Patos de Minas.
RESULTADOS
De um total de 100 amostras, foram obtidos 19 registros da ordem Diplura, distribuídos em duas famílias, sendo 15
- Japygidae e 4 – Campodeidae.
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DISCUSSÃO
Assim como está descrito detalhadamente na metodologia este estudo trabalhou a 5cm de profundidade no solo, e
obteve 19 registros, resultado considerado satisfatório , levando em consideração que os dipluros normalmente são
encontrados abaixo de 7cm de profundidade (Morais & Adis, 2009). Considerando o local onde o estudo foi
realizado percebemos que é um parque de visitas permanentes repletos por trilhas de concreto, onde o solo é
coberto por serrapilheira em partes, com canais de drenagem espalhados por entre as trilhas. Sabemos que a
atuação antropica pode ser um fator relevante para inferir nos resultados negativamente, pode interferir nos
processos naturais da biota ali presente (ROLNIK,1995).
CONCLUSÃO
Estudos adicionais são necessários para entender a diversidade desta região. O pequeno número de registros
descritos indica a necessidade de um trabalho mais intensificado e com maior profundidade. Isto poderá permitir
que pesquisadores pudessem desenvolver estratégias para conservação do Parque Municipal do Mocambo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADIS, J. & J. PAGÉS 2001 . Surviva1 strategy ofthe terricolous Dipluran Parajapyx adisi (Parajapygidae) in the
inundation forest of Central Amazonia. Ecotropica 7(1): 1 3-20.
DATHE, H.H. 2003. Lehrbuch der speziellen Zoologie. I.Wirbellose Tiere 5. Insecta. SpektrumAkademischer
Verlag, Heidelberg. 961 p.
LONNDE, P. R. Fitossociologia do Bosque do Mocambo. Monografia apresentada como requisito final para
graduação em Ciências Biológicas. UNIPAM, 2006.
MORAIS, J. & J. ADIS 2009. Arthropoda do solo: distribuição vertical e abundância, p. 263-286. In: C.R V. da
Fonseca; C. Magalhães; J.A. Rafael & E. Franklin (orgs.). A fauna de artrópodes da Reserva Florestal Ducke.
Estado atual do conhecimento taxonõmico e biológico. Manaus, Editora INPA, 307 p.
RAFAEL, J.A.; MELO, G.A.R.; CARVALHO, C.J.B.; CASSARI, S.A.; CONSTANTINO, R. Insetos do Brasil:
Diversidade e Taxonomia. Ed. 1. Ribeirão Preto: Holos, 2012. 810 p.
ROLNIK, R. O que é cidade. São Paulo: Brasiliense, 1995.
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