Onde estamos? Para onde vamos? p. 4
Escrever bem não depende de talento p. 6
Pelo amor à Ciência p. 8
Fim de um ciclo, início de outro p. 12
No 53 • ANO 19 • JUN/13
A escola
do futuro
Para o Sabin, modernizar
a escola significa investir
em tecnologia a serviço
da pedagogia p. 10
Ilustração por
João Vitor Bizutti
Rolim Correa,
8o ano B
editorial
conversa paralela
O destino do lixo depois do lixo
D
esde 22 de abril, alunos e pais descobriram
a campanha Recicla+, lançada pelo Departamento de Comunicação e Marketing. Cestos
coletores de lixo por todo o Colégio, agora, trazem adesivos de visual impactante, com o slogan
“Separe o lixo e acerte na lata”.
Os coletores, identificados pelo tipo de lixo a
que se destinam – Reciclável (seco) ou Orgânico (úmido) –, foram distribuídos seguindo um
mapeamento das necessidades de alunos e colaboradores. Assim, as salas de aula da Educação
Infantil até o 3o ano do Fundamental ganharam
cestos dos dois tipos de lixo, porque os alunos se
alimentam em sala e precisam do coletor de recicláveis para resíduos como embalagens de biscoito ou garrafas de plástico. Já do 4o ano em diante,
as salas só receberam o cesto de orgânicos – para
evitar que os alunos saiam da aula para jogar fora
um chiclete, por exemplo –, mas não de recicláveis, produzidos em menor quantidade pelos alunos mais velhos. Todas as salas têm, também, um
cesto específico para descarte de papel.
Nas semanas seguintes, a campanha envolveu
reuniões com todos os departamentos, da área
administrativa à equipe da manutenção e limpeza, para conscientizar todos do descarte correto
do lixo. Além disso, apresentamos o divertido
personagem Professor Meleca, que, incorporado
pelos participantes do Projeto Voluntário, circulou pelas salas de aula, ensinando aos alunos a
importância que o simples ato de separar o lixo
tem para o meio ambiente. (Vale lembrar que o
Sabin também tem programas de descarte correto de pilhas, baterias, celulares e medicamentos.)
Mas há um elemento na campanha que não
é tão evidente, e é sobre ele que aproveito para
falar aqui. Esse elemento é o que é feito do resíduo após deixar o Colégio. Desde 22 de abril, todo
o nosso material reciclável está sendo levado à
Cooperativa Recicla Butantã, instituição parceira
do Sabin, que até então só recebia nosso papel
descartado. É aí que a campanha ganha em consistência, e o impacto da Recicla+ deixa de ser
apenas ambiental para ser também social.
A Recicla Butantã é uma de apenas duas cooperativas de reciclagem no nosso entorno e,
sem dúvida, a que mais precisava de apoio (a
outra recebe apoio da Prefeitura). Emprega 22
mulheres mantenedoras de família, garantindo a
elas 450 reais mensais, além de alimentação. A
seriedade e o comprometimento dessas mulheres foram comprovados em diversas visitas que
fizemos à Cooperativa, o que nos convenceu a
firmar esse acordo de destinação de lixo. E mais:
com o apoio do Sabin, das famílias e do Instituto
Reinventar de educação ambiental, nosso parceiro, a Cooperativa vem ganhando visibilidade
para bater à porta de outras empresas.
Assim, por um lado nossa campanha contribui para um futuro melhor para o planeta, ao
mesmo tempo que, por outro, faz uma diferença real, hoje, na vida dessas mulheres e de suas Patricia Martins Ferreira
famílias. Para os nossos alunos, não há exemplo
Assistente de Marketing
e lição mais afinados com nossos valores.
[email protected]
Prestígio internacional
Qualidade de ensino não se mede só em números, mas, às vezes, números merecem ser comemorados. É o caso da mais
recente conquista da Coordenação de Inglês. Se há cinco anos
o Sabin já fora considerado
Centro Autorizado de Aplicação dos exames de proficiência da Universidade de
Cambridge – certificação
concedida a instituições
que preparam mais de 20
candidatos por ano –, em 2013, o Colégio recebeu o selo de
Centro Preparatório, o que significa que mais de 80 alunos se
candidataram em 2012. Foram 84 alunos prestando um dos três
exames possíveis, todos aprovados. Segundo Denise Araújo,
coordenadora de Inglês, essa é uma marca que pouquíssimas
escolas podem apresentar. “É índice de escolas de idiomas. O
selo garante um olhar diferenciado de Cambridge sobre o Colégio.” Para manter o selo, o Sabin deve repetir a marca este ano.
“E já estamos quase lá”, diz Denise. Só para os testes de junho
foram 76 inscritos. E em novembro tem mais.
Expediente Colégio Albert Sabin Ltda. Av. Darcy Reis, 1.901 – Pq. dos Príncipes – São Paulo – SP – Tel.: (11) 3712-0713 – www.albertsabin.com.br
2
– Sabin Mais Cultura e Informação é o órgão de comunicação do Colégio Albert Sabin Mantenedores: Gisvaldo de Godoi, Neusa A. Marques
de Godoi, Cristina Godoi de Sou­za Lima Direção: Giselle Magnossão Marketing: Adriana Vaccari Colaboradores: Áurea Bazzi, Denise
Araújo, Dionéia Menin, José Roberto Ramalho Pinto, Laércio Carrer Diagramação e Arte: Giovanna Angerami Redação: Alexandre Bandeira
Jor­na­lista Responsável: Alexandre Bandeira MTb 49.431 Produção Gráfica: Ricardo Gomes Moisés Foto­grafia: Divulgação Sabin, Paulo Barcelos, Rodrigo
Jacob Revisão: Adriana Duarte, Angela Maria Folloni de Souza Impressão: Flor de Acácia Esta é uma publicação da Baraúna Comunicação – Tiragem de
5.000 exemplares – Distribuição gratuita – Junho de 2013
Fazer a diferença faz sentido
Para o psicoterapeuta Leo Fraiman, buscar a felicidade
na profissão é questão de cidadania.
N
a sexta-feira, 14 de junho, o
psicoterapeuta e especialista em Psicologia da Educação Leo
Fraiman veio mais uma vez ao Sabin para falar aos jovens do Ensino
Médio sobre carreiras, na palestra
que abriu o 10o Fórum de Profissões.
Ele é conhecido por livros e palestras em que apresenta o conceito
de “empreendedorismo ético” e sua
relação com a felicidade. Seu argumento é simples e circular: só é feliz
quem se sente realizado com o que
faz, quem sente que faz a diferença na sociedade. Só faz a diferença
quem busca fazer o melhor, quem é
empreendedor. E só é empreendedor quem é feliz e realizado. Aqui, Fraiman fala sobre
essas questões e aproveita para dar dicas para os pais
ajudarem seus filhos na procura da felicidade.
O filósofo suíço Alain de Botton diz que buscar
a felicidade no trabalho nos torna infelizes.
O Sr. diz o oposto. Por quê?
Para alcançarmos a plenitude e a excelência profissional, é preciso haver um grau muito forte de interesse e de significado.
Não estou falando de prazer, aquela ideia de que vou sempre
dar risada e tudo vai ser gostoso. Prazer é efêmero, porque depende do que está fora de mim: tomar um sorvete, dar um beijo, ver um pôr do sol. É muito importante, mas o que chamo
de felicidade é a mistura de interesse e afinidade com um senso
de missão, a visão da carreira como algo significativo. Perceber
que o que faço é relevante para o mundo. Sou contundente: o
único caminho de servir bem à sociedade é fazer um bom trabalho; mas, segundo a neurociência, é preciso cerca de 10 mil
horas de prática até que eu chegue à excelência; ora, como vou
chegar a esse ponto numa carreira em que não vejo sentido?
Como o pai pode ajudar o filho a escolher uma carreira?
Há quatro tipos de pais. O autoritário, que tem opinião formada sobre tudo, “essa carreira dá dinheiro, essa não dá, isso
não é bom para meu filho, isso é”. O pai negligente, que
não se envolve nem sabe em que ano
o filho está. O pai permissivo, que é
“amiguinho” – o filho fala que quer
ser chef de cozinha, ele nem verifica
se o menino quer mesmo ou se apenas
gosta de fazer um Miojo para a galera,
não assume o papel de liderança, não
estimula o filho a buscar informação. E
o pai participativo, que se interessa e
debate as escolhas do filho. “Você quer
design de games? Vamos olhar o mercado, ver o que se estuda, quais as perspectivas...” Pela minha experiência e
segundo pesquisas, somente 34% dos
pais são participativos. Há uma abertura crescente nas relações, mas ainda
tem muito a melhorar.
Pode-se preparar o filho mais cedo para
o mundo do trabalho? Recompensas financeiras,
por exemplo, educam?
Não gosto da ideia de sempre se estimular a disciplina com
dinheiro. Eventualmente, pagar ao filho que lava o carro ou
limpa a piscina é uma forma de ensinar, mas isso é para uma
ou outra situação, não dá para ter tabela de preço para tudo:
“Fez a cama, é tanto; tirou a louça, é tanto...”. A grande
questão é que tudo que é feito dentro de casa é uma forma
de ensino. Se o pai nunca tira a mesa, está ensinando o filho
a nunca tirar. É melhor haver uma divisão de tarefas: um
vai à farmácia, o outro ao supermercado, o outro guarda as
coisas no armário. Isso é ensinar cidadania dentro de casa.
O Sr. sempre associa trabalho a cidadania.
Sem dúvida. É daí que vem a ideia de empreendedorismo
ético. Se eu sou um dentista e não sou empreendedor, vou
aplicar uma anestesia menos eficaz no meu paciente. Já o
profissional empreendedor quer tratar o cliente da melhor
forma, faz mais do que é esperado, preocupa-se com os detalhes... Isso vale para o garçom, o taxista, o engenheiro e
o médico. Por isso digo que a atitude empreendedora é um
ato de ética e de cidadania. Nós não temos o direito de não
sermos empreendedores.
3
infantil e fundamental I
festa junina
Onde estamos?
Para onde vamos?
Alfabetização cartográfica ensina a criança
a ler mapas e a encontrar seu “lugar no mundo”.
“V
ocê está aqui”, informa o mapa de localização do
shopping center. Você não está literalmente ali, naquele ponto maior do diagrama, mas nem lhe ocorre
questionar isso. Você está mais preocupado em descobrir
onde fica a loja do seu interesse, em relação à sua posição atual no shopping. “Seguir em frente, subir a escada,
dobrar à esquerda no primeiro corredor, terceira loja à direita.” Você chega ao seu destino sem hesitar um segundo
– e sem se dar conta do nível de abstração das operações
mentais que fazia enquanto lia aquele mapa, um desenho
que em quase nada se parece com o interior de um shopping real, mas que, para você, foi suficientemente claro.
A situação parece banal, mas, assim como inúmeros outros exemplos cotidianos (pegar metrô, escolher um assento
no cinema, utilizar o GPS no trânsito, assistir à previsão do
Luca Jacobsen de Toledo
e Sarah Tofolo, do 3o ano D,
buscam encontrar o caminho:
aprendendo a ler mapas.
4
tempo, até mesmo jogar certos video
games), exige uma habilidade – a de
“ler mapas” – sem a qual seria quase
impossível viver funcionalmente em
sociedade. Mais do que isso: em larga
medida, nossa identidade é definida
por mapas. Só quem já viu um mapa-múndi, por exemplo, entende o que
é ser “brasileiro” – e tudo o que isso
implica no nosso senso de “eu” e de
“lugar no mundo”.
Para uma criança, porém, isso
vem depois. É o que ensinam Dionéia Menin, coordenadora pedagógica da Educação Infantil e do Ensino
Fundamental I, e Luciana Acorsi,
assessora de Geografia do Fundamental I, ao explicarem o projeto de
alfabetização cartográfica realizado
no Colégio Albert Sabin.
O projeto começa na Educação
Infantil, com um trabalho de exploração corporal. “A criança precisa localizar o seu espaço antes de se localizar no espaço”, diz Dionéia. É a fase
de se trabalharem conceitos como eu
e você, alto e baixo, largo e estreito,
dentro e fora, o que dá aos alunos as
primeiras experiências de apreensão
do mundo a partir de referenciais (só
se é “alto” em relação a alguém ou a
alguma coisa).
“O primeiro mapa que eles confeccionam é o do próprio corpo”, diz
Luciana. Isso é no 1o ano, quando os
alunos se deitam no chão para contornar o corpo com giz. O exercício
é simples, mas é um avanço em termos de abstração, habilidade fundamental para a leitura de mapas e que
vai sendo desenvolvida gradativamente ao longo do Fundamental I.
De frente para o contorno, a criança
percebe: “Minha mão direita está à
esquerda do desenho. Este sou eu,
mas não sou eu”. Da mesma forma,
um mapa é e não é o que representa.
Os mapas vão evoluindo em escala
e em complexidade. No 2o ano, a maquete da sala de aula (um mapa em
três dimensões) é comparada à planta baixa do mesmo ambiente. “De vez
em quando, alteramos a posição das
carteiras nessa planta, e os alunos
precisam compreendê-la para descobrir onde vão sentar”, diz a assessora.
No 3o ano, é hora de a turma dar a
volta no Colégio e fabricar mapas do
quarteirão. Diante de uma maquete,
experimentam conhecer o entorno
do Sabin por meio das visões vertical
(o olhar de cima, que será representado por nova planta baixa), oblíqua
(de cima e diagonalmente) e frontal.
O vocabulário vai se especializando: “Quais os pontos de referência?
Qual a escala utilizada? Qual o trajeto?” À noção de quadra se sucedem
a de bairro e, mais adiante, a de cidade, que será trabalhada sistematicamente no 4o ano. “Apresentamos
para eles a planificação de várias cidades e, num exercício interessante
também para a educação socioambiental, pedimos que desenhem mapas de ‘cidades ideais’”, diz Luciana.
Durante todo o processo, o “lugar
no mundo” do aluno vai se pondo
em perspectiva cada vez mais ampliada. Sala de aula, quadra, bairro,
cidade, estado, país... A rosa-dos-ventos aprendida ainda no 4o ano,
com seus quatro pontos cardeais,
antecipa a exploração da Terra e de
seus biomas no 5o. Nas aulas de Informática, maquetes virtuais apresentam o relevo de diversos pontos
do planeta, no mesmo ano em que
os alunos descobrem, maravilhados, tecnologias muito anteriores ao
computador que ajudaram o homem
a dar a volta no globo: o astrolábio,
as caravelas, os fusos horários.
Nessa etapa, já estão prontos para
o planetário móvel, trazido todos os
anos para o Sabin, e para imagens do
Sistema Solar e da Via Láctea. Mapas, afinal, que nos dão a dimensão
exata do nosso tamanho no universo. E que nos fazem imaginar além.
Em vinte anos de Sabin,
vários grandes arraiá
fizeram a nossa história,
nós queremos recordar.
E a nossa Festa Junina
veio a todos alegrar.
Todo ano era um motivo,
um tema pra se brincar.
Teve Olinda, teve Bumba
e Sítio do Picapau.
Até nosso Rei Gonzaga
já fez a gente dançar.
Um ano foi casamento
caipira, sim, senhor.
Outro foi namoradeiras
– tá lembrado, seu doutor?
Agora, em dois mil e treze
o cordel arrebentou.
Esse canto improvisado
até que ficou legal.
Que venham mais vinte anos!
Boa festa, pessoal.
Até o ano que vem!
Até o próximo arraial!
5
fundamental II
licença maternidade
Escrever bem não é talento
Sabin dá uniformidade à equipe de Língua Portuguesa
e faz ver que a boa escrita pode ser aprendida por todos.
J
Laércio, Valceli e
Ângela: alinhando
critérios para
potencializar o ensino
de Redação do Sabin.
6
ohn Updike (1932-2009), um dos maiores
romancistas do nosso tempo, duas vezes vencedor do Prêmio Pullitzer, certa vez declarou:
“Nunca acreditei que devesse esperar pela inspiração para começar a escrever; os prazeres de
não escrever são tantos que, se você ceder a eles,
jamais escreverá novamente”. Para não sucumbir
à tentação, ele se impunha a uma rotina diária,
mesmo se não tivesse projeto algum em andamento. “Eu escreveria anúncios de desodorante
e rótulos de ketchup se preciso fosse.”
Embora desnecessária para a maioria das
pessoas (que não vivem de escrever profissionalmente), a disciplina de Updike revela um
fato que vale para todos: escrever é trabalho,
envolve um processo que deve ser exercitado,
mesmo pelo mais prolífico dos autores. Para um
professor de Redação, isso faz toda a diferença
na forma de ensinar.
“Não devemos avaliar somente o texto, devemos avaliar todo o processo de produção de
texto. A redação é apenas o resultado”, diz Denise Maiolino, ex-assessora de Língua Portuguesa
e professora de Redação do Sabin, que recentemente voltou ao Colégio para dar aulas, mas não
para os alunos. Doutora em Semiótica e Linguís-
tica Geral pela USP, Denise foi convidada para
atualizar a equipe de Português quanto às mais
recentes pesquisas acadêmicas sobre os processos da língua escrita e falada, e suas implicações
em sala de aula. “Giselle [Magnossão, diretora
pedagógica do Sabin] me solicitou um curso que
desse uniformidade à equipe, dotando todos de
uma mesma fundamentação teórica”, diz Denise.
Segundo Giselle, essa “é uma oportunidade
de revisitarmos e rediscutirmos nossa proposta
pedagógica relativa à produção de textos”, uma
área indiscutivelmente estratégica para a formação integral do indivíduo – tanto, aliás, que,
além dos professores do Ensino Fundamental II
e do Médio, os respectivos coordenadores e a
própria Giselle decidiram também participar do
curso ministrado por Denise. “Para mim, pessoalmente, é ainda um prazer relembrar a minha
formação como professora de Português”, diz a
diretora do Sabin, sorrindo.
O foco no processo de produção de texto é um
dos principais elementos que Denise pretende alinhar com a equipe, o que traz reflexos no ensino:
“Em primeiro lugar, cai a visão romântica do texto
como fruto da inspiração, a ideia de que o aluno
deve ser deixado livre para se expressar”, diz ela.
aliar
v
a
s
o
m
e
v
“De
produção
e
d
o
s
s
e
c
o
pr
o
o
d
to
é
o
ã
ç
a
d
e
R
.
to
x
e
t
de
o.”
d
a
t
l
u
s
e
r
s
a
n
e
p
a
“Não é assim, há etapas a cumprir.”
No caso de um texto dissertativo, por
exemplo, o aluno precisa ter conhecimento do tema proposto (ou, se não
tiver, pesquisar antes de “sentar para escrever”), formar uma opinião a respeito, elaborar argumentos que sustentem
tal opinião, estruturá-los numa ordem
lógica e coesa, apresentá-los numa linguagem clara e adequada e, na maioria
das vezes, obedecer à norma culta da
língua. Entendido dessa forma, escrever bem torna-se menos questão de talento que de prática. “Mesmo um aluno
sem inclinação para a escrita pode dominar esse processo”, diz Denise.
E ele vai precisar. Como lembra a
professora Valceli Ferreira de Carvalho,
que dá aulas de Redação para o 9o ano
do Fundamental, produzir textos não
é tarefa exclusiva de escritores. “Uma
questão discursiva numa prova já é um
texto. Uma palestra que você apresenta, um relatório de trabalho, uma carta
oficial são textos. Essa é uma habilidade de que todos os meus alunos vão
precisar profissionalmente.”
Segundo o coordenador pedagógico do Fundamental II, Laércio Carrer,
priorizar a parte técnica da produção
de texto traz reflexos positivos no
modo como o aluno encara o desafio
da página em branco. “Alguns alunos
com mais dificuldade costumam acreditar que não têm talento e temem
nunca serem capazes de escrever bem.
Mas não se trata disso. Uma vez estando claro para todos o que se espera de
um bom texto e quais processos devem
ser cumpridos, podemos potencializar
o desenvolvimento deles”, diz Laércio.
Essa mesma clareza também vai
trazer benefícios para a correção das
redações, acreditam os professores envolvidos. Como explica a assessora
de Português e professora da 3a série
do Ensino Médio, Ângela Maria Folloni
de Souza: “Em geral, quando os alunos
recebem textos com alguma correção
com que não concordam, acham que o
corretor não entendeu o que eles queriam dizer. Costumo responder que nenhum autor vai à casa do leitor explicar
o livro; se está bem escrito, todos entendem. Se alinharmos nossos critérios com
as turmas, esse equívoco não existirá.”
Para Denise, a consolidação de critérios e parâmetros claros de avaliação
do aprendizado não tornará as aulas de
Redação mais “quadradas”; pelo contrário, elas poderão se tornar mais dinâmicas. “O professor poderá adequar
sua aula a cada turma, ou a cada aluno.
Essa classe tem problemas de leitura?
Aquele aluno tem dificuldades com a
coesão textual? Em cada caso, definese um foco.” Acredito que isso vá
aprimorar muito o
desempenho da
nossa equipe.”
À espera do primeiro filho, Viviane (à dir.)
acolhe Simone como sua substituta.
Com afeto
Entre os requisitos para o cargo
de Orientadora Educacional, existe
um que não se registra no currículo,
mas que é de grande valor. Antes
de tudo, é preciso ter personalidade
afetuosa para que os alunos se
sintam amparados, principalmente,
na delicada pré-adolescência.
Com isso em mente, Viviane Direito,
orientadora do Fundamental II
que se despede do Sabin por um
semestre para cuidar do primeiro
filho, que nasce em julho, não teve
dúvidas ao escolher sua substituta.
Ela será a professora de Inglês
Simone Magalhães, que deixa
suas turmas temporariamente
(exceto pela 3a série do Médio) para
se dedicar à nova função. “Simone
é bastante capacitada para a área
e querida pelos alunos”, diz Viviane.
De fato, Simone acaba de concluir
mestrado em Linguística na PUC
cujo tema foi nada menos que
Afeto e Colaboração. “A ideia é usar
a linguagem para a construção de
relacionamentos”, diz Simone.
“Adorei a oportunidade, porque
poderei experimentar, sem fechar
as portas da docência.”
7
ensino médio
grêmio estudantil
Pelo amor
à Ciência
Novo prêmio
serve de estímulo
aos jovens
pesquisadores do
Ensino Médio.
I
ERRATA:
devido a surtos
de dengue, as
duas saídas
pedagógicas
noticiadas na
edição de abril
(Cananéia e
Petar) tiveram de
ser canceladas.
Pedimos
desculpas
aos leitores.
8
magine um carro elétrico que produz energia
à medida que se desloca. A partir de uma carga inicial, que põe o motor em funcionamento,
movimento se converte em eletricidade, que
gera mais movimento, que gera mais eletricidade, e assim sucessivamente. Em algum momento, o carro terá de parar. Do contrário, seria
um moto-perpétuo, mecanismo idealizado por
cientistas pelo menos desde o século VII a.C.
(de que se tem registro, o primeiro a propor tal
ideia foi o matemático indiano Brahmagupta, no
ano de 628), mas que é impossível de ser construído, de acordo com as Leis da Física.
O aluno Luca Suzano, da 1a série D do Ensino Médio, sabe disso – o que não o impediu
de criar um modelo teórico desse carro elétrico,
há dois anos, com a ideia de inscrever o projeto
numa feira de ciências. “É claro que é impossível recarregá-lo totalmente; parte da energia se
dissipa no atrito e em forma de calor, mas, mesmo assim, o motor aumenta muito a autonomia
do carro”, diz o aluno. Como a oportunidade
de participar de uma feira não apareceu, porém,
Luca arquivou o projeto. Até agora.
Em 23 de maio, foi anunciado que, para os
alunos do Ensino Médio, a Mostra Cultural Sabin,
que acontece a cada dois anos, em outubro, foi
transformada no I Prêmio Albert Sabin de PréIniciação Científica (para o restante dos alunos, a
Mostra mantém-se do mesmo jeito). Chamado de
Consciência Sabin, o prêmio dá à Mostra o estatuto de uma feira de ciências de fato, como explica
a coordenadora pedagógica do Ensino Médio, Áurea Bazzi: “Nós nos inspiramos no modelo Febrace [Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, realizada pela USP] para elaborar o regulamento do
Prêmio”. Assim, enquanto na Mostra Cultural a
participação era obrigatória, inclusive resultando
em nota para a avaliação contínua do
trimestre, agora, alunos do Ensino
Médio disputam voluntariamente medalhas de ouro, prata e bronze, conferidas aos melhores projetos por uma comissão julgadora que, segundo Áurea,
poderá ser composta por profissionais
externos ao Sabin. (Os projetos também podem receber menção honrosa,
e haverá, ainda, vencedores do júri popular.) Participar passa a ser uma questão de escolha e não rende nota no boletim. “É importante quebrar essa ideia
de que tudo é feito por nota. Participa
quem tem interesse de verdade, pelo
valor da Ciência”, diz a coordenadora. O que não quer dizer que eles não
tenham a ganhar com o Prêmio. “Certificações e medalhas de participação
em eventos
científicos,
como feiras
e olimpíadas,
costumam
ser importantes para
o currículo,
abrindo portas para intercâmbios, estágios, bolsas de pesquisa.”
Toda a metodologia e as etapas do
processo são semelhantes às de uma
verdadeira pesquisa acadêmica, com
formulação de hipótese, definição de
objeto de estudo, elaboração de relatório, etc. “É um grande exercício
para os projetos que eles desenvolverão na universidade.” E, assim como
na universidade, os jovens pesquisadores tiveram de convidar um de seus
professores para orientá-los. Como
isso implica em responsabilidades
para o próprio orientador – cujo relatório também influencia a premiação
–, coube aos professores aceitarem ou
não os convites, de acordo com o seu
interesse e carga horária.
Outra mudança em relação à Mostra
Cultural envolve os temas dos projetos
concorrentes ao Prêmio. Se antes eles
eram definidos por série/ano, de acordo com a grade curricular, agora são os
alunos que escolhem sobre o que desejam pesquisar. Para isso, eles podiam
optar entre diversos temas sugeridos
pela Coordenação ou propor novas
ideias. E foi assim que Luca Suzano
viu a oportunidade que não havia tido,
dois anos atrás, com seu modelo de
carro elétrico autorrecarregável. Numa
equipe com mais cinco colegas, Luca
decidiu submeter à comissão organizadora do Prêmio o projeto do veículo,
com a intenção de montar um protótipo até o dia da exposição, 5 de outubro.
Até a data de fechamento deste
MAIS, ele ainda estava considerando
apresentar um segundo projeto, que
envolvia
a
geração de
energia elétrica a partir de
matéria orgânica, mas que
precisaria de
maior elaboração. Seja
como for,
tudo indica
que ele terá concorrência considerável:
embora o número de projetos inscritos
ainda não houvesse sido computado
até o fechamento desta edição, Áurea
estima que, em média, 10 alunos por
turma demonstraram interesse em
participar, com ideias tão interessantes quanto variadas, como projetos de
grafologia e “fraldas inteligentes” para
cachorro, entre outros. Mas Luca demonstra valorizar a oportunidade independentemente do resultado. “Acho
que as feiras de ciências são a melhor
maneira de descobrir novas tecnologias”, diz ele. “Muitos grandes pesquisadores saíram de eventos assim.”
No ano da primeira edição do Prêmio Consciência Sabin, vamos torcer
para que essa iniciativa comprove as
palavras do nosso jovem cientista.
Francisco Grasso
está no centro de um
novo e atuante GAS.
Eles confiaram
Nunca antes na história deste
Colégio, houve eleição tão disputada.
Fracisco Luiz Grasso, presidente do
GAS (Grêmio Albert Sabin) desde abril,
lembra que esta foi a primeira vez que
mais de duas chapas concorreram ao
grêmio. Foram quatro chapas, saindo
vitoriosa a Confidemus (“Nós confiamos”,
em latim), encabeçada por Francisco.
Ele acredita que um dos motivos
pelos quais os alunos demonstraram
maior interesse nessa eleição foi
por observarem o grêmio anterior
e perceberem “oportunidades a serem
aproveitadas”. Vale lembrar que seus
antecessores tiveram menos de quatro
meses de mandato; nesse sentido,
conseguiram trazer luz a um órgão
que vinha “esvaziado” politicamente.
Agora, Francisco e companheiros
de chapa querem fazer mais – e já
fizeram: aprovaram uma campanha
do agasalho para a Casa Maria Maia,
que atende crianças excepcionais;
abriram contas oficiais do GAS no
Facebook e Twitter; aprovaram a
criação de um jornal digital dos alunos;
inauguraram uma caixa de sugestões
ao lado do mural; e instituíram relatórios
periódicos dos representantes de classe
para dividir as expectativas dos colegas
em assembleias, a cada 45 dias.
“O foco da nossa chapa foi o diálogo”,
diz Francisco.
9
matéria de capa
A escola do futuro
Para o Sabin, modernizar a escola significa investir
em tecnologia a serviço da pedagogia.
C
Veja esse vídeo:
http://goo.gl/
Kluux
(em inglês)
omo será a escola do futuro? Para Gustavo
Gamberini Carrero, do 5o ano C, professores serão substituídos por robôs. Vitória Farias
Cruz, do 3o C, aposta no predomínio de eletrônicos e tecnologias interativas. E Laura Alencar
Rodrigues, do 8o D, imagina um projetor de
hologramas de aparência espetacular, capaz de
reproduzir cadeias de montanhas, obras de arte,
estruturas moleculares, etc.
Impossível, nada disso é. Aliás, todas as tecnologias previstas pelos meninos já existem hoje – inclusive robôs professores. Mas se há uma coisa com
a qual especialistas e pesquisadores dedicados ao
futuro da Educação concordam é que não podemos
pensar em tecnologia sem pensarmos em como ela
pode melhorar o ensino. De computadores e tablets
ao mais avançado laboratório de engenharia, qualquer novo recurso introduzido na escola só fará
sentido se atender a demandas que a estrutura atual
não atenda. Complementar, e não substituir, parece
ser a regra. E é a esse ponto que o Sabin vem dando
especial atenção nos últimos meses.
“Estamos passando por um momento de inquietação, de ‘levantarmos antenas’ e buscarmos
o que existe em termos de tecnologias educacionais no mundo, de propormos e discutirmos
ideias com nossa equipe e com especialistas externos, sobre o que é possível fazer com os recursos que temos e com os que ainda não temos”,
diz Cristina Godoi, mantenedora do Sabin. “Não
queremos simplesmente adotar algo novo por
modismo. Queremos implantar medidas consistentes, e para isso é preciso tempo e reflexão.”
Cristina sabe do que está falando. Em março, ela e a diretora pedagógica do Sabin, Giselle
Magnossão, participaram de um grupo de educadores de São Paulo que viajou aos Estados Unidos para visitar algumas das mais avançadas instituições de pesquisa na área e algumas escolas
com projetos interessantes para mostrar. “Visitamos tanto escolas supertecnológicas desde sua
concepção, quanto escolas tradicionais que passaram a adotar alguns recursos mais modernos”,
diz Cristina. “Todos os projetos tinham poucos
anos de implantação. Ainda é tudo muito novo!”
O que não significa que já não existam experiências, hoje, abrindo importantes oportunidades
pedagógicas para a “escola do futuro”. Como rela-
Conheça:
http://
appinventor.
mit.edu
(em inglês)
Conheça:
http://
fablabatschool.
org/
(em inglês)
Conheça:
http://gse-it.
stanford.edu/
research/
project/smile
(em inglês)
ta Giselle, ao lembrar das instituições de pesquisa
visitadas, as duas tiveram a chance de conversar
com responsáveis pelo Center for Mobile Learning
(ou “centro de aprendizagem móvel”), do MIT
(Instituto de Tecnologia de Massachusetts), onde
conheceram uma ferramenta que permite a estudantes programarem com facilidade seus próprios
aplicativos para celulares e tablets. Já na Universidade de Stanford, na Califórnia, chamou a atenção
de ambas um projeto chamado FabLab@School,
modelo de laboratório escolar que é, basicamente, uma oficina de engenharia com ferramentas
“de ponta”, a baixo custo, para adolescentes inventarem o que quiserem. Também em Stanford,
outro projeto possibilita aos jovens elaborarem
testes de múltipla escolha, que são avaliados por
um software quanto à eficácia, à dificuldade, à adequação do conteúdo, etc. “Veja que grande exercício de metacognição: o aluno pratica e avalia o
próprio ato de avaliar conhecimento”, diz Giselle.
Se no front das universidades a viagem foi proveitosa, a visita a escolas também rendeu boas
reflexões. De um lado, conta Cristina, há escolas
cujo próprio paradigma educacional é inovador,
baseando-se fortemente em soluções tecnológicas.
É o caso da rede de escolas privadas Avenues (“avenidas”), em Nova York, cujo modelo de instituição
de ensino globalizado prevê, entre outras coisas,
aulas à distância e períodos de intercâmbio no exterior como parte da grade curricular. Ou, ainda,
da escola pública Quest to Learn (“a busca pelo
aprendizado”), também nova-iorquina, que adapta
Como será a escola do século XXII? Alunos fazem suas previsões.
Gustavo Camberini Carrero, 5o ano C
10
Vitória Farias Cruz, 3o ano C
Laura Alencar Rogrigues, 8o ano D
o currículo ao formato de jogos multiplataformas,
quase como verdadeiras aventuras com algo a ensinar. De outro lado, há escolas que acrescentam
novas ferramentas ao modelo tradicional, com
resultados também positivos. “Em uma escola pública na Califórnia, vimos uma turma do 6o ano dividida em grupos, cada um utilizando iPads para
fins diferentes: uns tomavam ditado, outros produziam vídeos, outros assistiam a apresentações...
É um exemplo de como o ensino pode se tornar
mais dinâmico e customizado”, diz Cristina.
Em todos os casos, o denominador comum
era claro: o segredo está menos na tecnologia e
mais na pedagogia. Uma orientação que a mantenedora e a diretora do Sabin trataram de passar
para a equipe ao voltarem dos Estados Unidos.
“Assim que voltamos, desafiei o [professor de Informática] Paulo Fontes, pedindo que nos apresentasse, pelo menos, cinco projetos até o final
do ano”, diz Cristina.
Para ampliar nossos estudos, o Sabin convidou
o professor Paulo a participar de um grupo de discussão formado por escolas parceiras, especificamente sobre novas ferramentas de aprendizado.
E ele não é o único docente envolvido com o tema.
Em julho, o professor de Biologia Aymar Macedo
participará de um curso no Krause Center for
Innovation, na Califórnia, a convite da direção do
Colégio. Já o professor de Química Leandro Holanda vem recebendo apoio em sua pós-graduação
na PUC, no campo de Tecnologias Interativas
Aplicadas à Educação, que em parte está sendo
financiada pelo Sabin. Leandro entende bem que
o foco não pode ser a ferramenta pela ferramenta:
“Não adianta apenas o slide substituir a lousa. A
tecnologia precisa nos dar o que ainda não temos,
como, por exemplo, simuladores virtuais de experimentos que envolvam radioatividade.”
Para Paulo Fontes, incluir os professores nesse
processo de reflexão é imprescindível – até pelas
inevitáveis implicações que a tecnologia trará ao
ofício de ensinar. “O professor se distancia cada
vez mais daquele que só transmite o conteúdo e
passa a motivar o aluno para que ele tenha autonomia na pesquisa, via computadores, celulares e
tablets.” Cristina concorda: “A sala de aula deixa de
ser um ambiente focado na exposição do conteúdo para se tornar um local de discussão e de troca.
Temos de estar preparados para isso”. Ao que tudo
indica, estamos olhando para a direção certa.
11
faço Mais
Fim de um
ciclo, início
de outro
André Santos Fernandes
concluiu o Ensino Médio
no Sabin, em 2012.
A
Ex-alunos se despedem e
ajudam a construir um Sabin
melhor para os que ficam.
ex-aluna Celina Harumi Imamura,
que estudou no Sabin desde os seus
três anos de idade e deseja tornar-se arquiteta, compareceu, no sábado, 4 de maio, ao
churrasco de despedida da turma de concluintes de 2012. Tal evento é uma tradição do Colégio, que oferece um reencontro
aos ex-alunos para que eles possam rever
os amigos e os professores com os quais
conviveram durante considerável parte dos
últimos anos – ou, no caso de Celina, quase
a vida inteira.
Para esses jovens, o ano de 2012 foi deveras marcante. Além de ser o último ano
do Ensino Médio, o que significa o fim de
um importante ciclo, foi um momento de
exacerbada dedicação e de muito estudo
com o objetivo de prestar o vestibular e
garantir uma vaga em boas universidades.
Nesse contexto, embora tenha sido diversas vezes exaustiva, a 3a série proporcionou
inúmeras emoções: houve dúvida, ansiedade e saudade antecipada, mas também alegria e descontração.
A recompensa de tamanho esforço veio
posteriormente, com o resultado dos vestibulares. Dos 116 alunos do Sabin que prestaram os vestibulares em 2013, 56% foram
aprovados em universidades públicas e
64% em particulares. Tais indicadores, em
conjunto com a boa formação sociocultural
oferecida, evidenciam que os concluintes
saem do Sabin com um excelente preparo
para a vida que os aguarda.
Após esse ano tão intenso, voltar ao Sabin para o churrasco dos ex-alunos trouxe
12
fortes sentimentos. Thais Zamora, que, no
momento, cursa História na USP e já visitou
o Colégio outras diversas vezes, diz sentir-se muito bem ao voltar ao Sabin. Além da
possibilidade de rever os amigos e os professores dos quais sente saudades, a ausência
da pressão de passar no vestibular torna a
visita muito mais prazerosa. Já para Victor
Borzaquel, agora aluno de Física da USP, embora seja ótimo matar as saudades, revisitar
o Sabin traz uma sensação estranha, pois o
Colégio perdeu sua anterior “vastidão”. A
visão que se tem dele, diante do amplo ambiente universitário, tornou-se diferente.
Mas o reencontro não foi o único objetivo
do churrasco dos ex-alunos. No mesmo dia,
os concluintes participaram de uma conversa com a coordenadora do Ensino Médio, o
orientador educacional, a diretora e o mantenedor do Colégio. Os ex-alunos responderam a perguntas e deram suas opiniões para
melhorar a escola e o relacionamento aluno–
escola, uma vez que já passaram por tudo
que os atuais estudantes do Sabin passarão.
Vale, pois, ressaltar a importância dessa tradição de oferecer, aos ex-alunos, esse
churrasco de despedida. Dessa maneira, é
possível rever e conversar com professores
e colegas e, também, contribuir para a criação de uma escola cada vez melhor. Esse
reencontro, todavia, não foi a primeira e
não será a última vez que muitos de nós
retornamos ao Sabin, haja vista que, durante muitos anos, este Colégio, seus alunos e
seus funcionários representaram parte importante de nossas vidas.
Download

PDF - Colégio Albert Sabin