Relatório de atividades 2014 ÍNDICE PROJETO SENTIDOS 2014.................................................................................................... 3 CONTATOS PROJETO SENTIDOS ...................................................................................................... 3 ZONA DE INTERVENÇÃO.................................................................................................................. 4 POPULAÇÃO BENEFICIÁRIA ............................................................................................................ 4 DIMENSÃO ...................................................................................................................................... 4 OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 5 DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS ....................................................................................... 7 Ação nº 1: Resposta a sinalizações ............................................................................................ 7 Ação nº 2: Acompanhamento psicossocial da população beneficiária ...................................... 7 Ação nº 3: Encaminhamento da população para serviços da comunidade .............................. 18 Ação nº 4: Atualização de informação .................................................................................... 22 Ação nº 5: Serviço de apoio jurídico ....................................................................................... 23 Ação nº 6: Gestão de Casos ..................................................................................................... 23 Ação nº 7: Formação e supervisão .......................................................................................... 24 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ACOMPANHADA PELA EQUIPA DE RUA –2014 ........................ 25 RECURSOS HUMANOS ................................................................................................................... 29 HORÁRIO ...................................................................................................................................... 29 PARCERIAS E CONTACTOS INTERINSTITUCIONAIS ......................................................................... 30 ANEXO 1 ........................................................................................................................... 32 METAS E INDICADORES DE AVALIAÇÃO ........................................................................................ 32 ANEXO 2 ........................................................................................................................... 34 FICHA DE PROCEDIMENTOS DE RESPOSTA ÀS SINALIZAÇÕES ......................................................... 34 Relatório de atividades 2014 2 PROJETO SENTIDOS 2014 Este relatório diz respeito às atividades que o Projeto Sentidos desenvolveu no âmbito da sua intervenção durante o ano de 2014: Equipa de intervenção de rua, multidisciplinar, com área de intervenção na zona da Baixa de Lisboa e que se dirige à população em situação de sem-abrigo e/ou mendicidade. Pretende estabelecer relações interpessoais com a população beneficiária; diagnosticar as situações de marginalidade e exclusão social, através da sua avaliação individual e acompanhar sistematicamente as situações identificadas. Gabinete de Apoio Psicossocial onde as pessoas acompanhadas se dirigem mediante marcação ou em caso de urgência, que surgiu, da necessidade de aprofundar a intervenção da equipa de rua, complementando-a com atendimentos sociais e consultas de apoio psicológico. CONTATOS PROJETO SENTIDOS Morada Rua da Assunção, nº 7, 4º 1100-042 Lisboa • Portugal Telefones Tel.: +351 21 322 34 32/3/4 Fax: +351 21 322 34 39 TM: +351 96 162 38 96 Endereços eletrónicos E-Mail: [email protected] Site: www.msv.pt Relatório de atividades 2014 3 ZONA DE INTERVENÇÃO Durante o ano de 2014 a zona de intervenção do projeto manteve-se a mesma, sendo que o projeto abrange as freguesias de Santa Maria Maior, Santo António e Misericórdia, na correspondência do que eram as antigas freguesias de Encarnação, Madalena, Mártires, Sacramento, São José, São Nicolau, São Paulo, Santa Justa e Sé. Com a alteração da lei 52/2012, em Outubro de 2013 iniciaram-se oficialmente as novas freguesias da cidade de Lisboa. POPULAÇÃO BENEFICIÁRIA População em situação de sem abrigo e pedinte da Baixa de Lisboa. DIMENSÃO A equipa do Projeto Sentidos acompanhou durante este ano 154 pessoas sem abrigo e/ou em situação de mendicidade, 51 das quais foram contatadas, pela equipa, este ano pela primeira vez. Dado o NPISA não ter entrado em funcionamento durante este ano, não houve pessoas acompanhadas no âmbito da gestão de casos, apesar de estar contemplada essa hipótese aquando da descrição do projeto 2014. Relatório de atividades 2014 4 OBJETIVOS Finalidade do Projeto Promover o exercício da cidadania e a melhoria das condições de vida entre a população sem abrigo. Objetivos gerais 1. Abordar a população sem abrigo da Baixa de Lisboa; 2. Articular com as instituições que intervém junto da população sem abrigo; 3. Prestar apoio psicológico e social, tendo em vista a melhoria das condições de vida dos indivíduos e a superação de dificuldades; 4. Contribuir ativamente para a constituição de conhecimento, em atualização permanente, acerca do fenómeno da população sem abrigo; 5. Contribuir para a integração da intervenção junto da população sem abrigo na cidade. Objetivos específicos 1. Abordar a população sem abrigo que não se desloca aos serviços; 2. Acompanhar de forma próxima as situações identificadas, procurando estabelecer relações de confiança que permitam prestar apoio psicológico e social; 3. Diagnosticar progressivamente, tendo em consideração a história de vida, as competências psicossociais e as expectativas dos indivíduos; 4. Facilitar a relação entre população beneficiária e os serviços sociais e de saúde, sempre que houver obstáculos; 5. Motivar para processo de reinserção social; 6. Encaminhar para respostas ao nível da alimentação, tratamento e distribuição de roupas; Relatório de atividades 2014 5 7. Encaminhar para as respostas sociais e de saúde que se adequem às necessidades e capacidades de cada pessoa; 8. Acompanhar os indivíduos aos serviços sociais e de saúde sempre que o diagnóstico da situação o justificar; 9. Verificar a continuidade do processo de reinserção após o encaminhamento; 10. Atualizar continuamente a informação acerca das instituições que intervém junto da população sem abrigo; Objetivos para 2014 1. Desenvolver a intervenção da equipa de rua através da continuação de um acompanhamento individualizado, de um contacto continuado e da procura de formas inovadoras de intervenção junto da população beneficiária; 2. Desenvolver uma maior aproximação aos agentes sociais da comunidade onde o projeto se desenvolve, assim como às instituições que distribuem alimentos e roupa na zona da Baixa de Lisboa; 3. Fazer convergir as ações do projeto com a estratégia e visão desenvolvidas para a intervenção junto da população sem-abrigo pelo NPISA; 4. Colaborar na implementação da bolsa de gestores de caso do NPISA; 5. Desenvolver o serviço de apoio jurídico 6. Promover uma atualização permanente dos conhecimentos, ao nível técnico, e um acompanhamento de proximidade do fenómeno; 7. Promover o contacto e a troca de experiências com instituições nacionais e estrangeiras. Relatório de atividades 2014 6 DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS - Ação nº 1: Resposta a sinalizações - Ação nº 2: Acompanhamento psicossocial da população beneficiária - Ação nº 3: Encaminhamento da população para serviços da comunidade - Ação nº 4: Atualização de informação - Ação nº 5: Serviço de apoio jurídico - Ação nº 6: Gestão de casos - Ação nº 7: Formação e supervisão Ação nº 1: Resposta a sinalizações A equipa respondeu a todas as sinalizações feitas por instituições ou particulares. Ao longo do ano a equipa NASA da Câmara Municipal de Lisboa sinalizou 21 situações, 1 sinalização proveio de outras instituições e 2 sinalizações provieram da Sociedade civil. Durante este ano a equipa elaborou uma ficha de procedimentos de resposta a sinalizações provenientes de instituições ou da sociedade civil. (ver Anexo2) Dado o NPISA não ter entrado em funcionamento durante o ano de 2014, não se respondeu a sinalizações nesse âmbito. Considera-se atingida a Meta 1.1. (Ver Anexo1) Ação nº 2: Acompanhamento psicossocial da população beneficiária A equipa interveio regularmente de 2ª a 6ª feira, verificando o aparecimento de 51 situações novas (um aumento de 8% face a 2013), procedendo ao diagnóstico dos casos existentes e sinalizando-os às instituições adequadas, quando necessário. Durante este ano foram Relatório de atividades 2014 7 contactadas 154 pessoas (um aumento de 13% face a 2013). Novas pessoas ao projecto contatadas por ano desde 2007 88 90 80 70 60 50 40 40 36 50 2013 2014 36 26 30 47 25 20 10 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Gráfico nº1: Novas pessoas contatadas desde 2007 Pessoas contatadas por ano desde 2007 167 180 160 154 145 126 140 132 126 2010 2011 134 136 2012 2013 120 100 80 60 40 20 0 2007 2008 2009 2014 Gráfico nº2:Total de pessoas contatadas desde 2007 No total deste ano foram realizados 1427 contactos (o que significa um aumento de 3,9% relativamente ao total do ano anterior: 1373). Relatório de atividades 2014 8 Número de contatos por ano desde 2011 1600 1400 1200 1000 Número de contatos por ano desde 2011 800 600 400 200 0 2011 2012 2013 2014 Gráfico nº3: Número total de contatos desde 2011 Definição dos tipos de contato: Os contatos assumiram diferentes características atendendo à fase do processo de apoio psicossocial em que ocorreram: Atendimento inicial – atendimento presencial (na rua ou em gabinete) ou telefónico com o objetivo de assegurar, antes da abertura do processo, a adequabilidade do serviço para responder ao pedido efetuado. Em caso de inadequabilidade poderão ser prestadas informações e realizados encaminhamentos para as respostas adequadas. Atendimento continuado - atendimento presencial (na rua ou em gabinete) ou telefónico com no âmbito dos processos psicossociais. O atendimento continuado envolve trabalhar com as pessoas e para as pessoas, incluindo o fornecimento de serviços, tais como a prestação de informações, acompanhamentos físicos aos serviços e encaminhamentos. Relatório de atividades 2014 9 MSV-Sentidos 2014 Tipo de contactos Total contactos Contactos continuados Contactos novos Janeiro 105 100 5 Fevereiro 136 130 6 Março 146 142 4 Abril 119 116 3 Maio 96 95 1 Junho 95 93 2 Julho 161 155 6 Agosto 84 82 2 Setembro 123 118 5 Outubro 139 135 4 Novembro 118 115 3 Dezembro 105 95 10 Total 1427 1376 51 Tabela nº 1: Total de contatos por tipo de contato Foram contatadas todas as pessoas que foram identificadas pela equipa como estando a pernoitar na área de intervenção. Exceciona-se as pessoas que a equipa encontrou sempre a dormir ou em que encontrou vestígios de pernoita sem conseguir identificar a pessoa. Nesses casos, contatou-se outras equipas que fazem horários diferentes ou rotas em dias diferentes (por exemplo Associação Crescer na Maior) e articulou-se com os comerciantes da área, no sentido de tentar também de contatar com alguma pessoa ou tentar compreender alterações ao território. (Meta 1.2). (Anexo 1) As necessidades dos utentes acompanhados ao longo deste ano continuam a revelar-se multidimensionais, implicando diversos níveis de intervenção e acompanhando a pessoa de forma transversal na sua vida (âmbito de saúde, social, judicial,…) e, subsequentemente, implicando uma disponibilidade e atenção individualizada. Relatório de atividades 2014 10 O trabalho exige assim um acompanhamento próximo e individual da população, o que acontece através do estabelecimento de contactos regulares e do trabalho articulado que se realiza com as outras instituições intervenientes no processo. É este acompanhamento que permite construir um diagnóstico progressivo de cada situação, tornando o acompanhamento tão vantajoso para a população quanto possível. Este acompanhamento consistiu não só na intervenção no local onde a pessoa permanece/pernoita, como também no acompanhamento físico a serviços sociais e de saúde, tendo estas deslocações ocorrido sempre que se justificaram, pressupondo uma avaliação prévia da situação. O número destes acompanhamentos tem aumentado ao longo dos anos, o que se justifica pela, cada vez maior, proximidade e profundidade da intervenção com a população beneficiária. Foram realizados contatos, tanto na rua como em gabinete, assim como em serviços/instituições ou por via telefónica. Deste acompanhamento resultou um registo de todos os contatos estabelecidos com os indivíduos (registo numérico, em ficheiro informatizado, e registo do acompanhamento, em papel) e o preenchimento gradual de uma ficha de identificação. Para o Projeto Sentidos os contatos podem ocorrer em diferentes settings, assumindo diferentes funções: Relatório de atividades 2014 11 Rua: Atendimento presencial com a pessoa, que ocorre no local de permanência diurna/pernoita atual da pessoa (e.g., rua, estruturas residenciais para pessoas idosas, comunidades de inserção com alojamento, hospitais, estabelecimentos prisionais, comunidades terapêuticas). Gabinete: Atendimento presencial com a pessoa, que ocorre nas instalações do serviço por iniciativa própria da pessoa (em situação de urgência) ou por sugestão da equipa, com agendamento prévio. Telefónico: Contato telefónico (através da rede fixa ou móvel) com a pessoa, em situações que não requeiram ou nas quais não seja possível um contato presencial. Os contatos telefónicos podem servir para prestar informação relativa a assuntos no âmbito do processo psicossocial, como: a marcação de atendimentos presenciais (em rua ou gabinete); acompanhamentos institucionais (e.g.: ajustamento de horários, pedido de documentos, etc.); a manutenção do contato com pessoas que, no âmbito do seu processo psicossocial se encontrem institucionalizadas em comunidades terapêuticas, lares, estabelecimentos prisionais ou a residir noutras localidades e/ou países. De acompanhamento institucional: Contato presencial com a pessoa durante a sua deslocação a serviços ou respostas (e.g., sociais, de saúde, públicos) no âmbito do seu processo psicossocial. Este contato tem como Relatório de atividades 2014 12 objetivo fortalecer a relação dos profissionais com a população acompanhada, aproveitando a deslocação para fora do ambiente em que as pessoas constroem as suas rotinas, e do carácter mais formal que o atendimento em gabinete por vezes assume. Durante estes contatos de acompanhamento físico, os profissionais foram chamados a desempenhar funções de mediação ou de representação das pessoas, sempre que se justificou essa situação. Dos 1427 contactos realizados, a maioria ocorreu durante as saídas da equipa, perfazendo 732 contatos (51%) o que representa um aumento relativamente ao ano anterior (635 contatos). Os atendimentos em gabinete perfizeram 188 contatos, 13%, o que representa uma diminuição face ao ano anterior, 297 contatos e uma diferença de 7,4 pontos percentuais face ao ano anterior. Os contactos efetuados em serviços ou instituições designam os acompanhamentos físicos da população aos serviços e representaram 8% do total. Ao passo que os contatos telefónicos perfizeram 28%. Relatório de atividades 2014 13 MSV-Sentidos 2014 Setting dos contactos Rua Gabinete Institucional Telefónico Total contactos Janeiro 58 13 4 30 105 Fevereiro 59 16 12 49 136 Março 52 25 12 57 146 Abril 47 16 9 47 119 Maio 32 19 10 35 96 Junho 44 10 8 33 95 Julho 88 21 11 41 161 Agosto 43 8 8 25 84 Setembro 76 16 7 24 123 Outubro 96 19 9 15 139 Novembro 73 13 12 20 118 Dezembro 64 12 7 22 105 Total 732 188 109 398 1427 Tabela nº 2: Total de contatos por setting de contato 28% 51% 8% Rua Gabinete Institucional 13% Telefónico Gráfico nº4: Contatos, por setting de contato No que se refere aos acompanhamentos institucionais, gostaríamos de realçar um tipo específico que, na realidade, consiste na extensão do trabalho técnico durante a institucionalização. Relatório de atividades 2014 14 Com vista ao cumprimento do objetivo geral 3 “prestar apoio psicológico e social, tendo em vista a melhoria das condições de vida dos indivíduos e a superação de dificuldades”, a título de exemplo, refere-se que a equipa contacta de forma regular com os técnicos de educação dos utentes nos estabelecimentos prisionais, visita as pessoas durante o período de reclusão (estendendo o acompanhamento durante a institucionalização), apoia nas “saídas jurisdicionais” (proporcionando transporte e articulando com instituições de acolhimento no sentido de tornar este tipo de medida possível), e trabalha em colaboração com os serviços da comunidade e equipas penais da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais no sentido de facilitar os processos de “liberdade condicional”. Outro exemplo, com objetivo diferente, é o da extensão do acompanhamento durante a integração de comunidade terapêutica, nestes casos, no sentido de mediar a relação com os serviços garantindo que todos os aspetos, afetivos (durante o processo terapêutico) e psicossociais (durante a fase da reinserção) são devidamente acautelados e que a regularidade do acompanhamento em liberdade é retomada sem interrupção. Também as visitas continuadas a lares podem por vezes ser enquadradas nesta extensão do acompanhamento, uma vez que o aspeto terapêutico da prevenção de sentimentos de abandono – sobretudo quando não há família ou outras visitas – não se enquadra no trabalho de follow-up, mas consiste numa extensão do acompanhamento. Relatório de atividades 2014 15 MSV-Sentidos 2014 Acompanhamentos a serviços Janeiro 5 Fevereiro 11 Março 12 Abril 9 Maio 10 Junho 8 Julho 12 Agosto 7 Setembro 4 Outubro 9 Novembro 10 Dezembro 7 Total 104 Tabela nº 3: Número de acompanhamentos a serviços, por mês Relatório de atividades 2014 16 Acompanhamentos Lar de 3º idade Urgência hospitalar Unidade de Alcoologia de Lisboa Serviços consulares SEF SCML-Direcções SCML - SES PSP Junta Médica Instituto Segurança Social Instituição Bancária INRN IEFP Exames complementares de diagnóstico Documentação CTT Consulta psicologia Consulta médica Comunidade Terapêutica Centro Nacional de Pensões CAT Taipas Autoridade tributária e aduaneira 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Gráfico nº5: Acompanhamentos a serviços, por tipo de serviço A equipa do Projeto Sentidos participou, à medida de anos anteriores, no Plano de Contingência para as Pessoas Sem abrigo perante o tempo frio, que foi ativado no final de Dezembro deste ano. Durante os dias em que o Plano esteve ativado a equipa reforçou a atividade habitual de intervenção de rua; informou sobre a localização do espaço onde se encontrava instalado o Dispositivo Integrado de Apoio aos Sem-Abrigo em tempo frio – DIASA – (este ano no Pavilhão Desportivo Municipal do Casal Vistoso), sobre os locais de pontos de concentração para Relatório de atividades 2014 17 encaminhamento para o DIASA, em especial o ponto de concentração dos Restauradores, por ser o local mais próximo, e das datas em que determinadas estações de metro estiveram abertas 24h, entregando folhetos às pessoas sem abrigo que se encontravam a permanecer ou pernoitar na área da Baixa Chiado e a diversos comerciantes, para que também pudessem divulgar entre pessoas que contatassem. Considera-se atingida a meta 3.1. (Anexo 1) Ação nº 3: Encaminhamento da população para serviços da comunidade À medida de outros anos, pretendeu-se que o encaminhamento das situações para as respostas sociais existentes na comunidade fosse razoável e adequado às necessidades individuais. Os encaminhamentos implicam o contato e o envolvimento de outros profissionais/serviços na resposta às necessidades da pessoa. Podem ocorrer no âmbito de um atendimento inicial ou continuado: Quando, no atendimento inicial, percebe-se a inadequabilidade dos serviços prestados pelo Projeto Sentidos para responder ao pedido, podem ser realizados encaminhamentos para outras respostas mais adequadas. No atendimento continuado, os encaminhamentos ocorrem quando no âmbito do processo psicossocial é necessária a articulação com outros serviços/entidades indispensáveis para dar resposta às necessidades da pessoa. Um encaminhamento pode ocorrer para serviços no âmbito do apoio social, de habitação, de saúde, de apoio alimentar, de apoio à resolução de processos de imigração e de documentação. Relatório de atividades 2014 18 Este ano cerca de 41% dos encaminhamentos foram de âmbito social (incluindo para prestações sociais) e ocorreram, a maioria das vezes para serviços da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (Direção de Emergência e bem Estar - Serviço de Emergência Social - e Direções da Ação Social Local) e serviços de ação social da Segurança Social. Aproximadamente 21% dos encaminhamentos concretizados destinaram-se a serviços de saúde, especificamente: inscrição e consultas em centros de saúde; consultas de urgência ou de especialidade no hospital e tratamento de dependências. Para além da perspetiva de dar resposta a necessidades – colaborando-se para a realização de diagnósticos ou para os tratamentos – os encaminhamentos para a área da saúde concorrem muitas vezes para a aproximação das pessoas às instituições ou serviços. 8% dos encaminhamentos dirigiram-se para respostas na área do alojamento e habitação, como centros de alojamento temporário (Associação Vitae, Exército de Salvação, Associação dos Albergues Nocturnos de Lisboa). 4% dos encaminhamentos disseram respeito a imigrantes indocumentados solicitadores de apoio social e realizaram-se, habitualmente, para o SEF, Serviços de Apoio ao Imigrante, Centro Padre Alves Correia (CEPAC) ou para o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS). Foram ainda realizados encaminhamentos para: - Documentação: indivíduos nacionais que não se encontravam na posse de qualquer documento de identificação – bilhete de identidade ou cartão de cidadão; cidadãos imigrantes – passaporte e/ou autorização de residência. Relatório de atividades 2014 19 - Alimentação: encaminhamento, de quem vivia na rua, para refeitórios (como o Centro de Apoio Social dos Anjos, através da técnica de serviço social da SCML, e Porta Amiga das Olaias - AMI) e para o Núcleo de Apoio Local de São Jorge de Arroios, e apoio do “banco alimentar” para quem vivia em quarto. MSV-Sentidos 2014 Encaminhamentos Janeiro 14 Fevereiro 15 Março 21 Abril 18 Maio 18 Junho 14 Julho 18 Agosto 5 Setembro 17 Outubro 13 Novembro 7 Dezembro 6 Total 166 Tabela nº 4: Número de encaminhamentos a serviços, por mês Relatório de atividades 2014 20 2 Urgência hospitalar 14 Unidade Saúde Móvel 1 Tribunal 6 Tratamento dependências Serviços de apoio ao imigrante 2 Serviços consulares 3 7 Segurança social 2 2 Seg.social-acção social local SEF 12 SCML-Direcções 16 SCML - SES 1 1 1 Residência Apoiada Refeitório Quarto 9 Prestações Sociais - RSI 4 Prestações Sociais - Pensões 8 Núcleo de Apoio Local 6 Junta de Freguesia 1 1 1 1 1 IRN- Registos Centrais Internamento Psiquiátrico Instituto Segurança Social Instituição Bancária INPS-Cabo verde 7 IEFP 1 1 1 Habitação social GIP Emprego apoiado Documentação 2 DGRSP 3 4 Consulta médica de especialidade 2 Comunidade terapêutica 1 1 Com Inserção sem alojamento CMLisboa 5 Centro Saúde 2 Centro Nacional de Pensões 1 Centro de Dia 12 Centro de alojamento temporário 1 1 CDP Banho de emergência 6 Banco de roupa 1 Banco alimentar 4 Autoridade Tributária e Aduaneira 1 1 1 1 Autoridade Condições Trabalho Apoio psicológico Apoio jurídico Apoio domiciliário 4 Apoio alimentar 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Gráfico nº6: Encaminhamentos, por tipo de serviço Relatório de atividades 2014 21 Encaminhamentos 200 154 165 150 100 70 50 0 2012 2013 2014 Gráfico nº7: Total encaminhamentos, comparativo 2011 a 2013 Após o encaminhamento das situações para as respostas adequadas, foram habitualmente realizados contactos de follow-up de forma a garantir a continuidade do processo. Esta ação contribui para o cumprimento da meta 2.2. (Anexo 1) Ação nº 4: Atualização de informação Tendo o MSV integrado a Comissão Instaladora do NPISA, existiu facilidade no acesso à informação acerca das respostas sociais ou de saúde, suscetíveis de serem utilizadas por esta população. Para além disso, no que se refere à troca de informações e partilhas com instituições: - Ao nível das equipas de rua, o MSV continua a privilegiar o trabalho em articulação com outras instituições, participando nas reuniões mensais do Grupo Interinstitucional das equipas de rua da cidade de Lisboa (GIPSA) (participou-se em todas as reuniões que aconteceram durante o ano de 2014) – meta 4.1. (Anexo 1) - A nível nacional, o MSV participou na maioria das reuniões da “FEANTSA Portugal” que ocorreram no ano de 2014 (cumprida a meta 4.2. (Anexo 1). Relatório de atividades 2014 22 - A nível internacional, a ligação ocorreu somente através de troca de informações com a FEANTSA – Federação Europeia de Instituições que Trabalham com População Sem Abrigo. Durante este ano o Projeto Sentidos continuou a dinamizar a comunidade virtual “GR2.0”, criada a 28 de março de 2012, na plataforma digital: Facebook. Consistiu essencialmente num espaço de partilha de informação, de divulgação de iniciativas e publicação de documentos como trabalhos de investigação, legislação, relatórios, etc. • Endereço do grupo: [email protected] Ação nº 5: Serviço de apoio jurídico Desde Outubro de 2011, o Projeto Sentidos dinamiza um serviço de apoio jurídico. Neste serviço, a população beneficiária tem, não apenas resposta às questões jurídicas, mas também acompanhamento ao nível dos procedimentos extrajudiciais que a relação com os defensores oficiosos pode exigir. Existe uma base de dados com os contatos dos advogados disponíveis para colaborar. No final de 2014 constavam 11 advogados (de diferentes áreas do Direito) disponíveis para prestar este serviço. Foram acompanhadas todas as situações que exigiram apoio jurídico (meta 3.2) (Anexo 1). Ação nº 6: Gestão de Casos Esta ação não se concretizou, dado que o NPISA e a bolsa de gestores de caso não foram constituídos durante o ano de 2014. Relatório de atividades 2014 23 Ação nº 7: Formação e supervisão A literatura e a investigação têm vindo a destacar a supervisão regular e externa como uma estratégia com sucesso na prática das instituições que trabalham com públicos muito vulneráveis. No âmbito do MSV, a supervisão assenta na metodologia de gestão de caso segundo as abordagens colaborativas e tem como principais objetivos: (i) fornecer um espaço de discussão e reflexão sobre boas práticas, estratégias eficazes, constrangimentos e desafios que se colocam aos profissionais na sua prática diária (ii) contribuir para a formação contínua e constante atualização de conhecimentos da equipa na sua área de intervenção, (iii) apoiar a operacionalização do modelo de gestão de caso colaborativo, através da identificação de estratégias para aumentar o envolvimento dos clientes no processo de ajuda e para otimizar a comunicação com outros sistemas de apoio envolvidos nas respostas à população sem-abrigo. Durante este ano a equipa técnica do Projeto Sentidos continuou a ter mensalmente sessões de supervisão (com um especialista externo à instituição). A equipa do projeto Sentidos participou ainda nas seguintes conferências: - "A Vivência da Pobreza- como se sentem os pobres?" - 22 de Janeiro- Pavilhão do Conhecimento - "Encontros Garrett Exercício V: As pessoas Sem-abrigo" - 4 Fevereiro - Teatro Nacional D. Maria II - “Problemas Sociais Complexos-Desafios e respostas” - 11 e 12 de Julho- Fundação Calouste Gulbenkian Considera-se cumprida a meta 4.3. (ver Anexo1) Relatório de atividades 2014 24 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ACOMPANHADA PELA EQUIPA DE RUA –2014 N=154 As características da população acompanhada em 2014 são semelhantes aos resultados apresentados no relatório de 2013. Mantém-se a predominância de indivíduos do sexo masculino: 87%, mais 2% do que em relação a 2013. Quanto à faixa etária, a 26% das pessoas acompanhadas tinha idades compreendidas entre os 35 e os 44 anos de idade, logo seguida das pessoas com idades compreendidas entre os 45-54 (25%), perfazendo 51% da população acompanhada. Em 2013 o conjunto destas duas faixas etária também perfez 51% da população acompanhada, no entanto 30% da população tinha idades entre os 35 e os 44 (menos 1% do que em 2012). Sexo 13% Masculino Feminino 87% Gráfico nº8- Distribuição por género Relatório de atividades 2014 25 Faixa Etária 2% 14% 25-34 anos 6% 35-44 anos 26% 9% 45-54 anos 55-64 anos 18% 65-74 anos 25% >75 anos sem informação Gráfico nº9- Distribuição por faixa etária Apesar de em termos absolutos o número de pessoas de nacionalidade portuguesa ser igual ao ano anterior (99 pessoas), em termos percentuais houve um decréscimo de 73% para 64% da população portuguesa acompanhada (em 2012 também tinha havido um decréscimo, mas mais residual - 3%). As duas nacionalidades estrangeiras mais frequentes foram as pessoas provenientes de Cabo-verde e Angola. Nacionalidade 1% 0% 1% 13% 4% 1% 8% 1% 64% 3% 1% 1% 1% 1% Alemã Angolana Brasileira Caboverdiana Espanhola Guineense Inglesa Italiana Lituana Mauritana Portuguesa Santomense Senegalesa Sem informação Gráfico nº10- Distribuição por nacionalidade Relatório de atividades 2014 26 A última situação habitacional da maioria das pessoas acompanhadas pela equipa, foi a “pernoitar na rua” (45%), um valor substancialmente mais elevado do que nos dois anos anteriores (28%). Mesmo se olharmos em termos de valores absolutos (69 pessoas este ano e 38 o ano passado). Comparando os três últimos anos de atividade do projeto, podemos constatar que a maioria da população acompanhada pelo Projeto Sentidos tem tido a rua como habitação, com poucas diferenças de ano para ano, apesar de este ano o valor ter voltado a aumentar para os valores de 2011. Relativamente às pessoas a residir em centro de alojamento temporário o valor aumentou ligeiramente (de 4% para 5%) e decresceu o número de pessoas a residir em alojamento precário (de 18% - 24 pessoas- para 10% - 15). As pessoas a viver em quarto (pago por si) aumentaram de 7% -10 pessoas- para 8% -12 pessoas- e o número das que residiam com Familiares ou amigos temporariamente decresceram de 6% para 5%. Optou-se pela não aplicabilidade (“Não se aplica”: 10%) da situação de sem abrigo nos casos acompanhados pela equipa em que não se encontrando a pessoa a pernoitar na rua, nem em equipamento social dirigido à população sem abrigo, encontrava-se em situação de fragilidade social, tendo requerido o apoio da equipa, nomeadamente na resolução de problemas associados a questões jurídicas, de legalização ou no encaminhamento para serviços sociais. Relatório de atividades 2014 27 Última situação habitacional conhecida A viver na rua A Viver Temp. c/ Família/Amigos Alojamento Precário 2% 8% Carros/Casa Móvel/Caravana 8% 45% 10% 1% Comunidade terapêutica 1% 5% 1% 2% Centro de Alojamento Temporário Comunidade de Inserção Estabelecimento prisional 10% 1% 1% 5% Habitação apoiada Internamernto Hospitalar N/a Ocupação Ilegal de Prédios Quarto Sem informação Gráfico nº11- Distribuição por (última) situação habitacional conhecida Relatório de atividades 2014 28 RECURSOS HUMANOS A equipa do Projeto Sentidos tem sido composta por 3 colaboradores, um com formação em Serviço Social e dois com formação em Psicologia. Dado estar previsto um dos colaboradores estar ausente em licença de maternidade no final deste ano, a equipa do Projeto Sentidos foi reforçada em Outubro com uma técnica de Serviço Social. HORÁRIO Dia da semana Horário 2ª Feira 9h30-17h30 3ª Feira 9h30-17h30 4ª Feira* 9h30-17h30 5ª Feira 9h30-17h30 6ª Feira 9h30-17h30 *4ª feira é o dia escolhido preferencialmente para as saídas noturnas, que a equipa realiza uma vez por mês. Nesse dia a equipa trabalha das 15h às 23h. Em situações extraordinárias o horário poderá ser adaptado às necessidades. Relatório de atividades 2014 29 PARCERIAS E CONTACTOS INTERINSTITUCIONAIS Em termos de contactos interinstitucionais, para além dos contactos via telefónica ou aquando dos acompanhamentos a algum serviço, a equipa participa regularmente nas reuniões do Grupo de Equipas de rua que trabalham com população sem abrigo na cidade de Lisboa (GIPSSA), nas reuniões dos parceiros nacionais da FEANTSA e, enquanto esteve em funções, nas reuniões da Comissão Instaladora do NPISA. Protocolos Câmara Municipal de Lisboa EAPN – Rede Europeia Anti-pobreza FEANTSA Instituto Superior de Psicologia Aplicada Rede Social de Lisboa Parcerias informais AEIPS – Associação para o Estudo e Integração Psicossocial Associação Albergues Nocturnos de Lisboa Associação Crescer na Maior Associação Médicos do Mundo Associação Novos Rostos Novos Desafios Associação VITAE - Associação de Solidariedade e Desenvolvimento Internacional CAIS CEPAC – Centro Padre Alves Correia Centro Social e Paroquial São Jorge de Arroios CHPL – Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa Relatório de atividades 2014 30 Comunidade Vida e Paz Exército de Salvação Fundação AMI JRS – Serviço Jesuítas aos Refugiados LBV – Legião da Boa Vontade Orientar - Associação de Intervenção para a Mudança SCML – Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Relatório de atividades 2014 31 ANEXO 1 METAS E INDICADORES DE AVALIAÇÃO Objetivos gerais Meta Indicador 1.Abordar a 1.1.Contactar com a 1.1.1.Nº de pessoas contactadas população sem totalidade das pessoas sem após sinalização abrigo da Baixa de Lisboa abrigo que forem sinalizadas ao Projeto 1.2.Contactar com as 1.2.1.Nº de pessoas sem abrigo pessoas sem abrigo que abordadas que permanecem ou permanecerem ou dormirem pernoitam na área de na área de intervenção do intervenção do Projeto Projeto 1.2.2.Nº total de pessoas sem abrigo na área de intervenção 2.Articular com as 2.1.Reunir mensalmente com 2.1.1.Nº de reuniões do Grupo instituições que o Grupo Interinstitucional de Interinstitucional de Equipas de intervém junto da Equipas de rua da cidade de rua da cidade de Lisboa em que população sem Lisboa pelo menos um técnico do abrigo Projeto participou 2.2.Contactar e articular com 2.2.1.Aumentar o número de todas as instituições instituições com quem o Projeto intervenientes nos processos articula trabalho sociais dos utentes do Projeto 3.Prestar apoio 3.1.Acompanhar ao nível 3.1.1.Nº de pessoas psicológico e psicossocial 70% das acompanhadas ao nível social, tendo em pessoas contactadas por ano psicossocial por ano vista a melhoria 3.1.2.Nº total de contactos das condições de 3.1.3.Nº de contactos na rua vida dos indivíduos 3.1.4.Nº de contactos em e a superação de gabinete dificuldades 3.1.5.Nº de contactos telefónicos 3.1.6.Nº de encaminhamentos concretizados Relatório de atividades 2014 32 3.1.7.Nº de acompanhamentos a serviços 3.2.Garantir que todas as 3.2.1.Nº de pessoas que pessoas que necessitarem necessitaram de apoio jurídico têm apoio jurídico 3.2.2.Nº de pessoas que receberam apoio jurídico 4.Contribuir 4.1.Participar nas reuniões ativamente para a mensais do GIPSA – Grupo constituição de um interinstitucional das equipas conhecimento em que trabalham com atualização população sem-abrigo em permanente Lisboa acerca do 4.2.Participar nas reuniões da fenómeno da FEANTSA - Portugal população sem 4.3.Cada técnico ter 35h de 4.3.1.Nº de horas de formação abrigo formação frequentadas por técnico Relatório de atividades 2014 4.1.1.Grau de participação 4.2.1.Grau de participação 33 ANEXO 2 FICHA DE PROCEDIMENTOS DE RESPOSTA ÀS SINALIZAÇÕES Relatório de atividades 2014 34 Relatório de atividades 2014 35 Relatório de atividades 2014 36